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MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA TRANSCRIÇÃO AULA CRESCIMENTO E GH O hormônio do crescimento recebe o nome de hormônio somatotrópico ou somatotropina, é peptídico. Ele provoca crescimento de quase todos os tecidos do corpo, aumentando o tamanho das células (hipertrofia) e o número de mitoses (hiperplasia), induzindo também a diferenciação específica de algumas células. Além do efeito geral de promover o crescimento do organismo, ele apresenta efeitos metabólicos específicos: aumento da síntese de proteínas (na maioria das células do corpo); aumento da mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo e seu aumento também na corrente sanguínea e da sua utilização como fonte de energia; redução da utilização da glicose pelo organismo (conserva os carboidratos). Ele amplia a deposição de proteínas nos tecidos: → O hormônio do crescimento aumenta diretamente o transporte da maioria dos aminoácidos para o interior das células, através das membranas celulares. Há o aumento das concentrações de aminoácidos nas células → aumento da síntese de proteínas. → Mesmo com as concentrações de aminoácidos não elevadas na célula, o hormônio promove o aumento da tradução do RNA → intensifica síntese proteica. → Em intervalos de tempo mais longos, ele também estimula a transcrição do DNA. → Além do aumento da síntese proteica, ele promove redução da quebra de proteínas celulares (“poupador de proteínas” por mobilizar ácidos graxos). → provoca retenção do nitrogênio e diminui a produção da ureia. Aumenta a utilização de ácidos graxos: → Aumenta a conversão de ácidos graxos em acetil coenzima A e sua utilização como fonte de energia, ativando lipase sensível a hormônios. Isso promove, junto ao efeito anabólico proteico, o aumento de massa corporal magra. Contudo, essa mobilização leva horas, enquanto a síntese proteica é mais rápida. → Sob a influência da quantidade excessiva do hormônio, grande quantidade de ácido acetoacético é formada pelo fígado e liberada nos líquidos orgânicos → quadro de cetose ganha origem. Esse fator também pode gerar deposição de gordura no fígado. Reduz a utilização de carboidratos: → Promove diminuição da captação da glicose pelos tecidos (musculoesquelético e adiposo), aumento da produção de glicose pelo fígado, aumento da secreção de insulina. Isso resulta da “resistência à insulina” induzida pelo hormônio, atenuando os efeitos dela, levando a um aumento da glicemia e, em compensação, da secreção de insulina (GH com efeitos diabetogênicos) → alterações metabólicas semelhantes às encontradas nos pacientes de Diabetes Melittus tipo II são encontradas em indivíduos com excesso do hormônio do crescimento (o efeito cetogênico não ocorre em níveis normais de insulina). Os seus efeitos hipoglicemiantes são leves e mais lentos que os do glucagon e da epinefrina. MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA OBS: os aumentos na concentração sanguínea de ácidos graxos geradas pela somatotropina contribuem para a eficiência das ações da insulina na captação de glicose pelos tecidos. Níveis crescentes de ácidos graxos reduzem rapidamente a sensibilidade do fígado e dos músculos aos efeitos da insulina. Contudo, o GH não é capaz de induzir o crescimento em animais sem pâncreas, ou sem carboidratos na dieta → insulina + glicose → fornecer energia para as atividades metabólicas. Além disso, a capacidade de a insulina de aumentar o transporte de aminoácidos para as células é bastante importante. Estimula o crescimento das cartilagens e dos ossos: → Ele promove: o aumento da deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrocíticas, que causam o crescimento ósseo; o aumento da reprodução dessas células; efeito específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas (deposição de osso novo) → Existem dois mecanismos principais de crescimento ósseo #CRESCIMENTO EM COMPRIMENTO: Em resposta ao GH, os ossos longos crescem, em comprimento, nas cartilagens epifisárias (epífises separadas das diáfises). Esse crescimento promove a deposição de nova cartilagem primeiro → sua conversão em osso novo, aumentando a parte longa e empurrando as epífises para mais longe. → Ocorre, ao mesmo tempo, consumo progressivo da cartilagem → QUANDO OCORRE FUSÃO DAS EPÍFISES ÀS DIÁFISES, O CRESCIMENTO CESSA. #CRESCIMENTO EM ESPESSURA: Os osteoblastos, no periósteo ósseo e em algumas cavidades ósseas, depositam osso novo sobre o mais antigo. Ao mesmo tempo, o osteoclasto remove esse mais antigo. Quando: taxa de deposição > taxa de reabsorção → espessura do osso aumenta. → hormônio do crescimento atuando como forte estimulador dos osteoblastos. Esse processo de aumento de espessura pode ocorrer durante toda a vida (especialmente em ossos membranosos). ● SOMATOMEDINAS O hormônio do crescimento faz com que o fígado (E outros tecidos, em menor proporção) produza proteínas pequenas chamadas somatomedinas, que aumentam o crescimento ósseo em todos os seus aspectos. Seus efeitos são similares aos da insulina no crescimento (atuam de forma cruzada: um ocupando o receptor do outro) → chamadas de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), e a mais importante delas (no adulto) é a somatomedina C (IGF-I). A maioria dos efeitos do hormônio do crescimento resulta dela e das outras somatomedinas, em vez dos efeitos diretos nos tecidos → regulam a proliferação, diferenciação e o metabolismo celular. E a produção local de IGFs é mais efetiva que as IGFs circulantes. IGF-II é a principal forma produzida no feto, mas ele e o IGF-I atuam pelo receptor de IGF do tipo I (apesar de o IGF-II também se ligar ao receptor do tipo II, que não tem semelhança ao receptor da insulina). A ligação aos receptores facilita a internalização e a degradação do IGF. OBS: a Prolactina e o Hormônio placentário são capazes de aumentar a secreção de IGF-II no feto, considerado um regulador do crescimento fetal. Embora o GH seja um estímulo importante para a produção de IGFs no fígado, o hormônio paratireóideo e o estradiol são estímulos mais MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA eficazes para a produção de IGF-I pelo osteoblasto. ● DURAÇÃO DO HORMÔNIO NA CORRENTE SANGUÍNEA O hormônio do crescimento tem apenas ligação fraca com as proteínas do sangue, sendo rapidamente liberado aos tecidos. Contudo, a somatomedina C já apresenta ligação forte com uma proteína do sangue (também produzida em resposta ao GH - complexo IGFBP/ALS), sendo liberada lentamente para os tecidos → prolonga os efeitos promotores do crescimento dos surtos de secreção do GH, visto que elas só são biologicamente ativas quando estão livres. → As proteases das IGFBPs degradam-nas e permitem que o IGF fique livre (importante: proteases expressas por tumores dependentes de IGFs). ● REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Após a adolescência, a sua secreção reduz lentamente com o passar dos anos, atingindo cerca de ¼ do nivel da adolescência, em idosos. → FATORES QUE ESTIMULAM A SECREÇÃO DE GH O padrão de secreção do GH e pulsátil, e diversos fatores relacionadosao estado nutricional da pessoa ou ao estresse estimulam sua secreção: jejum (especialmente com deficiência grave de proteínas); hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos graxos no sangue, exercício, excitação, trauma, grelina, agonistas adrenérgico alfa-2, serotonina, dopamina, GABA, insuficiência hepática, aminoácidos (arginina). Além disso, ele também aumenta durante as duas primeiras horas do sono profundo. #JEJUM: GH estimula síntese proteica #HIPOGLICEMIA: GH estimula lipólise → ácidos graxos mobilizados pela lipólise + redução do uso de glicose como fonte de energia pelo musculoesquelético e pelo tecido adiposo + estimula gliconeogênese hepática → aumenta glicemia. #EXERCÍCIO: estimula a hipertrofia muscular e uso de reservas energéticas (lipídicas) → GH auxilia esse processo (estimulando síntese proteica e lipólise) #GRELINA: Durante a fome, ele irá se ligar ao receptor acoplado à proteína G MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA (GHS-R) → mudança de conformação da proteína G e consequente troca de GDP por GTP → separação da subunidade alfa → ativação da fosfolipase C → degradacao do PIP-2 = DAG + IP3. O DAG ativa a PKC (fosforila proteínas que aumentarão expressão de GH) e o IP3, que mobiliza íons cálcio (mitocondrial e do RE) para o somatotrofo. Além disso, a grelina estimula a liberação de GH e inibe a liberação de somatostatina. → FATORES QUE INIBEM A SECREÇÃO DE GH: #GLICOSE SÉRICA AUMENTADA: Não é interessante ter mais glicose no sangue do que já existe. #AUMENTO DOS ÁCIDOS GRAXOS LIVRES: Não é interessante produzir mais #ENVELHECIMENTO #OBESIDADE #SOMATOSTATINA: ao se ligar ao seu receptor (SRIF-R), inibirá a liberação de cálcio no somatotrofo, de forma a inibir a secreção de GH. #IGF-1: Inibição por mecanismos de feedback negativo. #GLICOCORTICOIDES: No geral, eles estimulam a gliconeogênese, de forma a aumentar a glicose sanguínea, que inibe o GH #HIPOTIREOIDISMO Sob condições agudas, a hipoglicemia é um estimulante muito mais potente da secreção do hormônio do crescimento que uma redução aguda da ingestão de proteínas. Já em condições crônicas, está mais relacionado com o grau de depleção de proteínas que com a insuficiência de glicose. MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA → HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE O hipotálamo produz o hormônio GHRH, que estimula a secreção do GH (exerce maior controle). Ele é sintetizado no núcleo ventromedial, mesma área sensível ao controle da glicose no sangue (levando à saciedade ou à fome). Já a somatostatina, que inibe sua secreção, é sintetizada em áreas próximas ao hipotálamo. GHRH → liga nos receptores das células da hipófise → sistema de adenilil ciclase → aumenta AMPc. O efeito a curto prazo: aumento do transporte do íon cálcio para a célula → fusão das vesículas secretoras do hormônio do crescimento com a membrana celular → liberação do hormônio. O efeito a longo prazo: aumento da transcrição no núcleo dos genes responsáveis por estimular a síntese do hormônio do crescimento, já que com o esgotamento das reservas armazenadas nas vesículas secretoras, haverá estímulo para a síntese de mais GH. O hormônio tem sua secreção regulada por um mecanismo de feedback negativo típico. O Gh estimula a produção de IGF-1 pelo fígado e ele inibe a síntese e a secreção do primeiro pela hipófise e pelo hipotálamo (alça longa), e o próprio GH exerce feedback negativo sobre a liberação de GHRH (alca curta). ● MECANISMO DE AÇÃO DO GH O GH se liga ao seu receptor de membrana, o GHR, gerando mudanças conformacionais → fosforilação de moléculas JAK2 associadas, ativando-as → fosforilam resíduos de tirosina do complexo receptor-JAK2 do GH para mediar a sinalização intracelular. Os sinais intracelulares incluem a fosforilação de proteínas transdutoras de sinal e de ativador de transcrição (STAT) → ativa transcrição dos genes-alvo do GH (síntese de proteína) + proliferação e diferenciação celular pela liberação de IGF-1. Além disso, outro sinal se associa à fosforilação do complexo SHC → ativa a proteína quinase ativadora de mitose (MAPK) → mitose estimulada. Há também a fosforilação do IRS, que ativará fosfatidilinositol 3-cinase (PI3K), que atuará no metabolismo da glicose. ● ANORMALIDADES DE SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA → PAN-HIPOPITUITARISMO: Secreção reduzida de todos os hormônios da hipófise anterior, que pode ser congênita ou pode ocorrer, repentina ou lentamente, em qualquer momento da vida (resulta normalmente de tumor hipofisário que destroem a glândula). → PAN-HIPOPITUITARISMO NO ADULTO: Decorre, geralmente, de 3 causas comuns: Craniofaringiomas ou tumores cromófobos podem comprimir a hipófise até que as células sejam completamente destruídas; também pode decorrer de trombose dos vasos sanguíneos hipofisários (ocorre normalmente após o parto → choque circulatório da mãe após ter o bebê). Efeitos gerais: hipotireoidismo; diminuição da produção de glicocorticóides pelas glândulas adrenais; secreção suprimida dos hormônios gonadotróficos (funções sexuais são perdidas). → quadro clínico de pessoa letárgica, que está ganhando peso e que perdeu suas funções sexuais. O último sintoma não pode ser tratado satisfatoriamente, mas os outros sim, com administração de hormônios adrenocorticais e tireoidianos. → NANISMO: Maioria das circunstâncias → pan-hipopituitarismo durante a infância. Em geral, as partes do corpo crescem de forma proporcional, apesar do desenvolvimento reduzido. Nao entra na puberdade e não secreta hormônios gonadotrópicos suficientes para desenvolver funções sexuais adultas. Em menos casos, só o hormônio do crescimento está deficiente → apresentam maturidade sexual e ocasionalmente se reproduzem. Os pigmeus da África apresentam incapacidade congênita de sintetizar a IGF-1 → embora sua quantidade de hormônio do crescimento possa estar normal, eles apresentam baixa estatura pela ausência dela. Outros tipos de nanismo, como o Levi-Lorain também apresentam esse problema. Hoje, o tratamento com hormônio do crescimento humano é mais possível pois pode ser sintetizado pela Escherichia coli pelo DNA recombinante. Pessoas com deficiência apenas desse hormônio podem ser curados caso comecem o tratamento precocemente. → GIGANTISMO: As células acidófilas produtoras de GH da hipófise podem ficar excessivamente ativas, e até tumores acidofílicos podem aparecer na glândula. → aumento da secreção do hormônio → crescimento rápido dos ossos do corpo (“gigante” na adolescência). Em geral, o paciente torna-se hiperglicêmico → degeneração das células beta do pâncreas → hiperestimulação → ocasionalmente desenvolvem diabetes melito. Se não houver tratamento, o tumor pode destruir a hipófise e evoluir para um caso de pan-hipopituitarismo., gerando deficiência global dos hormônios da hipófise e levando a morte no início da vida adulta. O tumor pode ser removido por microcirurgia ou pela radioterapia da hipófise. → ACROMEGALIA: Se um tumor acidófilo ocorrer após a adolescência, o paciente não pode crescermais (fusão das epífises dos ossos longos), mas os ossos podem ficar mais espessos e os tecidos moles continuam a crescer. O aumento é acentuado nos ossos das mãos e dos pés e nos ossos membranosos (crânio, nariz, bossas na testa, sulcos supraorbitários, a maxila inferior e as porções das vértebras). As MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA mudanças nas vértebras, em geral, levam a curvatura das costas (cifose). Os tecidos moles, então, ficam muito aumentados → língua, fígado, rins! Pode gerar alterações cardiovasculares como: HA, Miocardiopatias, Cardiomegalia, Doença Isquêmica/ Hepatomegalia, Bócio, Hirsutismo e acne, galactorreia, pólipos no cólon. A abordagem terapêutica pode ser cirúrgica, consistindo em uma hipofisectomia transesfenoidal total ou parcial; em radioterapia; ou medicamentosa. ● HORMÔNIO GH E ENVELHECIMENTO Nas pessoas que perdem a capacidade de secretar o hormônio do crescimento, algumas características do processo de envelhecimento são aceleradas. Isso parece resultar, principalmente, da redução da deposição de proteínas e do aumento da deposição de gordura em seu lugar. → efeitos fisiológicos: aumento do enrugamento da pele, diminuição do funcionamento de alguns órgãos e redução da massa e da força muscular. Contudo, apesar de o tratamento com o hormônio do crescimento promover aumento da deposição de proteínas, redução do depósito de gorduras e sensação do aumento de energia, sua administração em idosos pode ter efeitos negativos: resistência a insulina e diabetes, edema, síndrome do túnel do carpo e artralgias (dor nas articulações) → TRATAMENTO NÃO RECOMENDADO EM PACIENTES IDOSOS COM FUNÇÃO ENDÓCRINA NORMAL. OBS: IGF-II no crescimento fetal MATERIAL PREPARADO E ORGANIZADO POR IG: @BIAEMEDICINA
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