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Alice Bastos Transtorno disfórico pré-menstrual Introdução O TDPM é definido como uma condição que combina alterações intensas de humor, comportamento, cognição e sintomas somáticos, que ocorrem apenas na fase lútea do ciclo menstrual; O início do transtorno pode ocorrer a qualquer momento após a menarca; Acomete de 3 a 8% das mulheres em idade fértil em escala mundial; Os diferentes sintomas apresentados pelas mulheres podem prejudicar as relações sociais, familiares, acadêmicas e de trabalho; É comum que as pessoas afetadas manifestem desconforto com o ambiente (normalmente familiar ou profissional) por não encontrar respostas para o seu sofrimento. Etiologia A etiologia ainda não é bem esclarecida, existem apenas teorias (inconclusivas) sobre o assunto. (Os artigos apenas citam os fatores, mas não explicam todo o mecanismo) Fatores hormonais Função ovariana normal: Considera-se que a função ovariana normal seja desencadeadora dos eventos bioquímicos do TDPM no SNC; Os hormônios gonadais atuam sobre os neurotransmissores e os sistemas circadianos que influenciam o humor, comportamento e cognição; Androgênios: Durante a fase lútea, as mulheres apresentam níveis mais elevados de testosterona, o que pode contribuir para o sintoma de irritabilidade. Fatores ambientais Dieta: Alguns alimentos/bebidas parecem ter importante implicação no desenvolvimento dos sintomas: chocolate, cafeína, sucos de frutas e álcool; Deficiências de vitamina B6 e de magnésio também são consideradas como fatores importantes; Estresse psicológico: Pode desencadear alterações durante o ciclo menstrual; Os fatores estressantes suprimem o eixo reprodutivo, reduzindo a liberação de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Quadro clínico Os sintomas somáticos estão presentes, mas os psíquicos são mais relevantes; Os sintomas apresentados podem ser divididos em: Sintomas físicos: endemaciamento das mamas, mudanças de apetite, insônia, dores de cabeça, fadiga etc.; Sintomas de humor: irritabilidade, tensão, alterações de humor, ansiedade, hipersensibilidade, depressão; Distúrbios cognitivos: diminuição da concentração, diminuição da memória; Muitas mulheres, quando se aproximam da menopausa, referem piora dos sintomas; Os sintomas cessam após a menopausa, embora a reposição hormonal cíclica possa desencadear nova manifestação dos sintomas. Diagnóstico Utiliza-se o DMV-5 para o diagnóstico, o qual contém quatro critérios de pesquisa (A-D). Alice Bastos Critério A Estabelece que durante o último ano, devem estar presentes na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos cinco dos 11 sintomas seguintes (destes cinco, é necessário ter pelo menos um dos quatro primeiros listados abaixo): Humor marcadamente deprimido, sentimentos de desesperança, ou pensamentos auto-depreciativos; Acentuada ansiedade; Marcada labilidade afetiva; Conflitos interpessoais marcantes e persistente raiva ou irritabilidade aumentada; Interesse diminuído em atividades usuais; Dificuldade de concentração; Letargia, cansaço fácil, ou acentuada falta de energia; Mudança significativa no apetite: hiperfagia ou desejos por comidas específicas; Hipersonia ou insônia; Sensação subjetiva de estar sobrecarregado ou fora de controle; Sintomas físicos: sensibilidade mamária ou inchaço, dores de cabeça, dores articulares ou musculares, sensação de inchaço ou ganho de peso; Os sintomas devem estar presentes na maior parte do tempo durante a última semana da fase lútea, começarem a diminuir dentro de alguns dias após o início do fluxo menstrual e estarem ausentes na semana após a menstruação. Critério B Os sintomas devem ser graves o suficiente para interferir significativamente com o funcionamento social, ocupacional, sexual ou escolar. Critério C Os sintomas devem ser relacionados com o ciclo menstrual e não devem ser uma exacerbação dos sintomas de uma outra desordem, tais como distúrbio depressivo maior, transtorno do pânico, distúrbio distímico ou uma desordem de personalidade. Critério D Os critérios A, B e C devem ser confirmados por avaliações diárias durante pelo menos 2 ciclos menstruais consecutivos sintomáticos; O diagnóstico deve ser feito provisoriamente antes dessa confirmação. Tratamento Como a etiologia ainda não é bem estabelecida, o objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas; É feito principalmente por: Modificações no estilo de vida (dieta, exercícios); Terapia cognitivo-comportamental; Medicamentos; Antidepressivos inibidores de receptação da serotonina (ISRS): fluoxetina, sertralina, paroxetina e escitalopram; Medicamentos que suprimem a ciclicidade ovariana e impedem oscilações hormonais: DIU, implantes hormonais ou pílulas contraceptivas (tomadas por tempo indeterminado). Referências COSTA, M. F. et al. Transtorno disfórico pré-mesntrual: entendendo um adoecimento exclusivamente feminino. Revista Humanidades e Inovação, Palmas, v. 7, n. 4, p. 361-369, 2020. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseino vacao/article/view/2173. Acesso em: 02 set. 2020. TAMASHIRO, L. A. D. et al. Premenstrual syndrome and pré-menstrual dysphoric disorder: cognitive behavorial therapy as treatment. Revista Debates em Psiquiatria, São Paulo, v. 7, n. 5, p. 15-23, nov./dez. 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/32337246 6_Premenstrual_syndrome_and_premenstrual_dysph oric_disorder_cognitive_behavioral_therapy_as_treat ment. Acesso em: 02 set. 2020.
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