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Código Logístico
57317
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6424-3
9 788538 764243
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 SILVA
Código Logístico
57317
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6424-3
9 788538 764243
IESDE BRASIL S/A
2018
Regulamentação e políticas 
em educação a distância
Andreza Regina Lopes da Silva
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: Milanares/iStockphoto
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S578r Silva, Andreza Regina Lopes da 
Regulamentação e políticas em educação a distância / Andre-
za Regina Lopes da Silva. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE Brasil, 
2018. 
146 p. : il. ; 21 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6424-3
1. Ensino - Legislação - Brasil. 2. Educação e Estado - Brasil.
I. Título.
18-47206 CDU: 34:37(81)(094.5)
© 2018 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da 
autora e do detentor dos direitos autorais.
Apresentação
Nesta obra, organizamos diferentes conteúdos que intersectam a 
discussão da legislação brasileira e das políticas públicas sobre educação 
a distância (EaD) e, para atender de modo sistemático essa discussão, o 
livro está dividido em dez capítulos. 
No Capítulo 1, vamos nos aproximar do contexto da EaD e de suas 
principais características. No Capítulo 2, procuramos fazer uma imersão 
em questões gerais de estruturação, diretrizes e normativas vigentes re-
lacionadas ao ensino superior. Já no Capítulo 3, ampliamos a discussão 
sobre os cenários das políticas públicas relacionadas à regulamentação da 
modalidade a distância. Na sequência, no Capítulo 4, analisamos as dire-
trizes publicadas pelo Conselho Nacional de Educação e pela Câmara de 
Educação Superior nos diferentes momentos registrados da EaD no Brasil, 
que tratam sobre a expansão dos cursos ofertados nessa modalidade. 
No Capítulo 5, ampliamos nosso olhar para a regulamentação, ago-
ra com foco no novo marco regulatório da EaD, o Decreto n. 9.057, de 
maio de 2017, que apresenta uma mudança de cenário da EaD no Brasil. 
Já no Capítulo 6, fazemos uma discussão sobre os atos autorizativos para 
os cursos superiores, focando nosso olhar nas diretrizes que normatizam 
a prática da modalidade a distância. Nos Capítulos 7 e 8, nosso foco traz 
um olhar muito relevante para a tão temida avaliação, entendida como 
um elemento qualitativo que contribui para a oferta de excelência do en-
sino e a consolidação de um processo significativo da aprendizagem. 
Chegamos então aos últimos capítulos, com um entendimento de 
questões diversas no que tange à regulamentação e políticas em EaD. 
No capítulo 9, discutimos os 3Ps institucionais, buscando aprofundar as 
questões relacionadas ao planejamento, organização e desenvolvimento 
de atividades diversas que se fazem presentes numa instituição de ensino 
superior. E, de modo complementar, para encerrar a discussão, fazemos o 
fechamento, no Capítulo 10, enaltecendo a relevância de se institucionali-
zar a EaD como política pública, já que ela tem contribuído com o desen-
volvimento de uma sociedade do conhecimento, conectada em rede, con-
duzida por um processo de aprendizagem amplo e continuado. Nosso 
objetivo aqui é apresentar as questões relacionadas à regulamentação e 
às políticas na EaD de modo claro e, por isso, sistematizamos as principais 
informações para que você construa o seu conhecimento a respeito. E lem-
bre-se de que um bom aprendizado não é resultado de horas ininterruptas 
de estudo, mas sim de horas qualitativas focadas no objetivo da sua apren-
dizagem. Técnicas de marcação, anotação e comentários podem ajudá-lo 
nessa tarefa de aprender. E, claro, aproveite para compartilhar seus conhe-
cimentos. Afinal, o conhecimento é o único recurso que amplia sempre que 
compartilhado.
Bons estudos! 
Sobre a autora
Andreza Regina Lopes da Silva
Doutora e mestre no Programa de Pós-Graduação em Engenharia 
e Gestão do Conhecimento (PPEGC) na Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC). Especialista em Educação a Distância e em Auditoria 
Empresarial. Graduada em Administração pela UFSC e em Pedagogia 
pela UniCesumar. Coach e mentora acadêmica formada pelo Instituto 
Brasileiro de Coaching (IBC). Experiência na área de educação com ên-
fase em educação a distância (EaD), aprendizagem e desenvolvimento 
de competências. Atua como coach e mentora acadêmica, em capacitação 
de equipe e de professores, como designer educacional, coordenadora de 
projeto, e de produção. Autora de livros e artigos científicos. 
6 Regulamentação e políticas em educação a distância
SumárioSumário
1 Fundamentos da EaD 9
1.1 Definição 10
1.2 Características 13
1.3 Ensinar e aprender 17
2 Educação superior a distância 23
2.1 Diretrizes curriculares da educação superior 24
2.2 Marco regulatório brasileiro para o ensino superior 27
2.3 Normativas legais vigentes 29
3 Cenários das políticas para EaD 37
3.1 Sistematização normativa da EaD 38
3.2 Regulamentação da EaD 41
3.3 Exigências, limites e potencialidades 43
4 Legislação brasileira para EaD 51
4.1 Diretrizes 52
4.2 Marcos regulatórios 55
4.3 Intersectando LDB e EaD 58
5 Novo marco regulatório para EaD 67
5.1 Apresentação 68
5.2 Exigências legais 70
5.3 Principais mudanças 72
Regulamentação e políticas em educação a distância 7
SumárioSumário
6 Atos autorizativos 81
6.1 Credenciamento 82
6.2 Autorização 86
6.3 Recredenciamento 88
7 Cultura avaliativa 95
7.1 Por que avaliar? 96
7.2 Comissão Própria de Avaliação (CPA) 99
7.3 Enade 103
8 Avaliação institucional 109
8.1 Inep 110
8.2 Sinaes 113
8.3 Capes 115
9 3Ps institucionais 121
9.1 PDI 122
9.2 PPI 124
9.3 PPC 127
10 Institucionalização da EaD 135
10.1 Princípios e critérios 136
10.2 Regulamentação 138
10.3 Políticas 140
Regulamentação e políticas em educação a distância 9
1
Fundamentos da EaD
As primeiras práticas de educação a distância (EaD) no mundo datam do século 
XIX. Contudo, somente no final do século XX e início do século XXI, a EaD ganhou 
espaço como política pública. Esse crescimento acelerou devido a dois elementos fun-
damentais: o desenvolvimento das tecnologias digitais e a necessidade de formação de 
competência profissional.
Nesta obra, vamos discutir questões relacionadas à regulamentação e às políti-
cas em EaD. Iniciamos apresentando neste Capítulo 1 algumas questões que defi-
nem a EaD, suas principais características e o processo de ensinar e aprender nesta 
modalidade.
Estamos juntos nesta caminhada, então vamos em frente? 
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância10
1.1 Definição
A prática da educação a distância como modalidade educacional foi influenciada pela 
necessidade de formação profissional. Os primeiros casos reportados como exemplo são 
o da Suécia, em 1833, e o da Inglaterra, em 1856. A EaD destacou-se como uma prática de 
incentivo à democratização do ensino. O grande desafio dessa modalidade é atender com 
qualidade os diferentes perfis que, por um motivo ou outro, não têm condições de se deslo-
car até um centro de educação formal.
De modo geral, a educação a distância desenvolveu-se num processo contínuo, mas sem 
muita força, até o final do século XIX. A partir desse período, essa modalidade começa a tri-
lhar um novo caminho, já com status de política pública. Foi a partir do século XX, quando a 
sociedade pós-industrial passa a assumir um novo papel e seus membros se destacam como 
agentes do conhecimento que a EaD tem um crescimento exponencial. Temos então, de um 
lado, a urgência por formação e, do outro lado, a impossibilidade de se ter em uma sala de 
aula o grande número deindivíduos que querem e precisam aprender. Paralelamente, a so-
ciedade passa a vivenciar um avanço significativo das tecnologias digitais que se tornam cada 
vez mais acessíveis.
É importante definirmos, para essa discussão, as tecnologias digitais como veículos 
de comunicação capazes de integrar diferentes mídias, como a escrita, a imagem, o som, 
a cor e outros elementos, com o intuito de promover um ambiente de maior engajamento. 
São exemplos de tecnologias digitais: computador, tablet, smartphone entre outros recursos 
programados para funcionamento por meio um sistema binário. Já o conceito de mídia, 
apesar de estar intimamente ligado à tecnologia, deve ser entendido como meio de comu-
nicar. Então, podemos usar a tecnologia para programar um ambiente virtual de ensino e 
aprendizagem digital e nele dispor de uma mídia para comunicar o conteúdo, por exem-
plo, uma videoaula.
Outro conceito que trazemos à discussão ao construirmos uma definição de EaD diz 
respeito à sociedade do conhecimento, que se caracteriza pela formação de um sistema de 
desenvolvimento baseado no conhecimento como principal fator produtivo, elemento que 
potencializa o crescimento significativo da demanda por meio de uma formação contínua.
Existem ainda as questões de políticas públicas que afetam diretamente essa modalida-
de, pois medidas de regulamentação do governo ampliam significativamente tanto a interio-
rização das instituições de ensino quanto a aceitação do público que busca formação. Nesse 
sentido, foi homologado, em 28 de novembro de 2017, o parecer do Conselho Nacional de 
Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES) sob o número 462/2017, que estabelece, 
em linhas gerais, também a aprovação do mestrado e doutorado na modalidade a distância 
(ABMES, 2017a; ABMES 2017b). O avanço da EaD como política pública reforça o fato de 
que ela veio para ficar e pode integrar suas boas práticas à educação presencial, elevando o 
nível de oferta de cursos de qualidade para a sociedade.
Com base nessa reflexão, destacamos que a congruência dos três elementos citados, 
em suas complexidades, integra-se ao momento presente que estabelece a necessidade de 
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
11
repensar a educação por meio de novas práticas de ensino e aprendizagem. Nessa perspec-
tiva, para discutir a EaD é necessário um olhar amplo e sistêmico considerando diferentes 
elementos, como ilustra a Figura 1.
Figura 1 – Elementos impulsionadores da demanda por EaD.
Tecnologias
digitais
Políticas 
 públicas
Sociedade do 
 conhecimento
EaD
Fonte: Elaborada pela autora.
É importante que você tenha claro que a EaD não se diferencia, em sua essência, da 
educação presencial, pois, do mesmo modo, ela se desenvolve baseada em três categorias 
de gestão, a saber: acadêmica, de infraestrutura e pedagógica, que se organizam por meio 
de um complexo sistema de necessidades singulares e integradas. Essa compreensão é or-
ganizada nos Referenciais de qualidade para a educação superior a distância, em oito categorias 
(BRASIL, 2007, p. 8):
(i) Concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem;
(ii) Sistemas de comunicação;
(iii) Material didático;
(iv) Avaliação;
(v) Equipe multidisciplinar;
(vi) Infraestrutura de apoio;
(vii) Gestão acadêmico-administrativa;
(viii) Sustentabilidade financeira.
Assim como na modalidade de ensino presencial, também a EaD exige planejamento, 
desenvolvimento, coordenação e avaliação, com base nos objetivos e estratégias definidos 
no plano do curso. Ou seja, a grande e principal diferença da EaD está na mediação edu-
cacional que exige diferentes mídias, as quais se encontram sustentadas pelas tecnologias 
digitais. Esse modelo se aproxima do modelo didático-pedagógico aderente à sociedade do 
conhecimento, em que o indivíduo assume o papel de protagonista na sua formação, e se 
define pelas condições favoráveis à aprendizagem. O resultado é uma demanda ampliada, 
o que faz essa modalidade educacional crescer a passos largos.
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância12
Diante das novas necessidades, a EaD constitui-se como prática educacional inovadora 
e oportuna, que responde ao desenvolvimento atual. Esses são elementos que atraem nú-
meros bastante representativos de alunos em nossos dias. O censo da Associação Brasileira 
de Educação a Distância “contabilizou 561.667 alunos [matriculados] em cursos regulamen-
tados totalmente a distância” (ABED, 2016, p. 37). Quando olhamos para os cursos livres, 
corporativos e não corporativos, chegamos a números ainda mais representativos, expres-
sos em 2016 em 2.956.045 alunos. Dados como esses permitem aferirmos que a EaD tem 
elementos que permitem atender a diferentes áreas do conhecimento e níveis de formação, 
o que por sua vez exige a integração de diferentes práticas por meio da diversificação de 
metodologias, visando atender de forma inclusiva boa parte da população.
À luz dessa discussão e de acordo com a legislação vigente e regulatória para oferta 
da EaD no país, o Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017, entendemos a educação a dis-
tância como:
Art. 1o modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos 
processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecno-
logias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de 
acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvol-
va atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam 
em lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017)
Em outras palavras, a EaD é uma modalidade educacional, como política de acesso à 
formação, definida como um processo inovador, na qual a mediação se consolida por meio 
de diferentes mídias de acesso à construção do conhecimento. Utilizamos então práticas de 
mediação para promover a reflexão e não nos limitarmos ao modelo tradicional de ensino, 
que era baseado na transmissão de informação, ou seja, a distância não significa distante. Para 
tanto, em pleno século XXI, entendemos que integrar mídias, apoiadas em tecnologias, é 
fundamental para atender aos diferentes públicos que não podem estudar no modelo pre-
sencial. A EaD ganha abrangência justamente por ser uma solução educacional que acontece 
de modo atemporal em termos de horário e traçado geográfico.
Entre as modalidades de ensino, a EaD teve um grande crescimento nos últimos anos 
no Brasil, considerando as condições de acessibilidade e os diferentes níveis de formação, o 
que inclui educação formal básica, superior e pós-graduação lato senso e stricto senso, além 
de cursos livres. As novas exigências de conhecimento, decorrentes da sociedade moderna, 
apontam para a necessidade de ampliação e flexibilidade de formação continuada, em que 
os indivíduos buscam aperfeiçoamento para expandir seus horizontes educacionais e fun-
cionam também como um indicador da tendência dessa modalidade educacional.
Valente e Moran (2011) corroboram com nossa discussão apontando que a EaD atual-
mente deixou de ser uma modalidade complementar e assumiu um papel norteador de 
significativas mudanças na educação em todos os níveis, para todos os públicos e ao longo 
de toda a vida. Assim, podemos dizer que a EaD é uma forma de oportunizar o processo 
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
13
permanente de construção do conhecimento por meio de uma formação em que não existe 
limite geográfico e temporal no processo de construção de conhecimento. Apesar de haver 
outros apontamentos possíveis de serem abordados no que tange a essa temática, nosso 
objetivo neste primeiro momento foi apresentar brevemente a definição dessa modalidade 
educacional, servindo de prelúdio para as reflexões que seguem.
Sendo assim, nas próximas seções partimos sempre do entendimento da EaD como mo-
dalidade educacional em que o ensinar e o aprender se desenvolvem por meio de práticas 
de construçãodo conhecimento críticas, reflexivas e contextualizadas que permitam uma 
formação plena e de qualidade. E, para tal fim, as políticas públicas de incentivo, o uso de 
tecnologias digitais e a necessidade de formação continuada que advêm da sociedade do 
conhecimento integram nosso entendimento.
1.2 Características
A história da educação em nosso país ocorreu de forma lenta e, somente a partir do sé-
culo XXI, o título acadêmico de educação superior deixou de ser um sonho e transformou-se 
em realidade para muitos brasileiros. Para as classes menos favorecidas, o curso superior 
significava ascensão social e, consequentemente, uma garantia de emprego. Para os mais 
abastados, o aumento de prestígio era um dos grandes objetivos da formação. Embora fosse 
o sonho de muitos, o curso superior no passado era realidade de poucos, pois apenas um 
número reduzido de alunos conseguia viabilizá-lo. Nesse cenário, a EaD assumiu posição 
de destaque ao atender a uma demanda reprimida desse acesso.
Podemos afirmar que vivenciamos, historicamente, diferentes desafios na arte de fazer 
educação. Falamos em arte, pois no sentido epistemológico da palavra, esta deriva do latim 
ars, que significa habilidade ou capacidade humana de fazer algo. Nesse sentido, podemos 
dizer que educação é a arte de troca entre dois ou mais atores, o sujeito que ensina e o su-
jeito que aprende, e que deve se sustentar por uma relação de compromisso e curiosidade 
em busca de saberes e conhecimento, a fim de oportunizar a construção, desconstrução e 
reconstrução do conhecimento.
Mas, se educação é arte em seu sentido amplo, como podemos caracterizar a educação 
a distância? Como arte, podemos caracterizá-la como atividade de oportunizar o ensinar 
e o aprender por meio da mediação de saberes, utilizando tecnologias para promover a 
oportunidade de aprendizado, contribuindo com a minimização das desigualdades sociais 
e ampliando as oportunidades de desenvolvimento. Dessa forma, diferentes características 
marcaram a evolução da EaD e favoreceram tanto o processo de formação quanto a promo-
ção de solução educacional no âmbito individual e organizacional. Soluções que foram da 
mídia analógica sem interação à mídia digital, com interação em grande parte da proposta 
do curso.
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância14
A EaD baseia o seu fazer educação em indicadores infraestruturais, acadêmicos e peda-
gógicos, a consolida sua atividade na Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 
(BRASIL, 1996):
Art. 1o A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pes-
quisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifes-
tações culturais. [...]
Art. 3o O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamen-
to, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
Sendo assim, a educação tem por finalidade o desenvolvimento comum indispensável e 
a participação crítica do indivíduo na sociedade, oferecendo-lhe melhores condições de vida 
social e de trabalho. Com base nessa concepção de educação como arte e desenvolvimento, 
vamos conhecer algumas características que permeiam o cenário de fazer educação na mo-
dalidade a distância.
Se partirmos dos primórdios da EaD, podemos caracterizá-la pelas diferentes tec-
nologias que marcam sua história evolutiva. Evidência desse processo é destacada no 
Decreto n. 5.622/2005, que estabeleceu nova regulação à LDB e integrou às tecnologias 
a definição da EaD apontando-a como “modalidade educacional na qual a mediação 
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização 
de meios e tecnologias de informação e comunicação” (BRASIL, 2005). Sendo a tecnolo-
gia um elemento que integra a EaD; e as mídias, em sua diversidade, constituem uma 
possibilidade de mediação, tivemos no ano de 2016 um complemento, pela Resolução 
n. 1, disposto pelo MEC/CNE/CES (BRASIL, 2016), descrevendo que, além de ser uma 
modalidade educacional que se utiliza de meios e tecnologias, ela deve contar com re-
cursos, processos e pessoas “de modo que se propicie, ainda, maior articulação e efetiva 
interação e complementariedade entre a presencialidade e a virtualidade ‘real’, o local e 
o global, a subjetividade e a participação democrática nos processos de ensino e aprendi-
zagem em rede, envolvendo estudantes e profissionais da educação (professores, tutores 
e gestores)” (BRASIL, 2016).
Ainda falando dos aspectos evolutivos da EaD e considerando a realidade do país, é 
importante que você conheça as principais tecnologias que apoiaram as mídias na educação, 
caracterizando essa modalidade educacional pela sua evolução no Brasil, como mostra a 
Figura 2.
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
15
Figura 2 – Característica evolutiva da EaD.
Comunicação 
 passiva
Comunicação 
ativa
Fonte: Elaborada pela autora.
Observe que a EaD começou de maneira muito simples, pela disseminação da educação 
em massa, que se dava por uma transmissão denominada radiodifusão, feita por emissoras 
de rádio e TV. Marcaram esse momento inicial as ações do Instituto Universal Brasileiro, em 
1941. Em 1961, tivemos o Movimento de Educação de Base (MEB), criado pela Confederação 
Nacional de Bispos da Igreja Católica, com o apoio do Governo Federal. Em 1970, outra 
ação foi realizada pelo Projeto Minerva, do MEC. Nessa época, a transmissão era feita por 
meio de tecnologia de comunicação e o armazenamento do conteúdo elaborado era feito em 
mídia impressa, fita cassete, entre outras, com o objetivo de estabelecer comunicação com o 
aluno por meio do uso integrado de diferentes mídias.
Por volta de 1980, tivemos a teleconferência, uma forma de se comunicar por parabólicas, 
a partir de um estúdio de TV em rede aberta. Era transmitido, geralmente, um momento de 
debate, que permitia a participação do aluno desde que ele enviasse sua colocação via fax ou 
telefone. Foi um movimento que integrou rádio, mídia impressa e TV.
Nos anos 1990, tivemos cursos apoiados em redes de conferências, conhecidas como 
videoconferência, o primeiro meio de comunicação que mais se aproximou da realidade da 
sala de aula tradicional, permitindo a interação pela transmissão simultânea de imagem e 
som, ou seja, o professor pode falar, apresentar projeção em computador e o aluno, em seu 
espaço, pode sanar dúvidas em tempo real.
Em meados dos anos 1990 e início dos anos 2000, tivemos a inovação da internet como 
rede de comunicação que permitiu ao usuário interagir com mais flexibilidade. O uso dessa 
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância16
tecnologia no contexto educacional foi se ampliando e contribuiu grandemente para o avan-
ço da EaD. Aos poucos, as tecnologias analógicas deram espaço à tecnologia digital, que 
se configura como proposta de formação com base em plataformas virtuais organizadas 
em ambientes virtuais de ensino-aprendizagem (Avea) e se destacam por um planejamento 
responsivo para flexibilizar o acesso do aluno desde diferentes dispositivos, como notebooks, 
tablets, smartphones, entre outros, sem se limitar ao computador de mesa, uma característica 
ampliada pelo uso do wi-fi (rede de acesso à internet sem fio).
Essa evolução permitiu o avanço das práticas de EaD nos dias atuais, sob a perspectiva 
de uma rede de ensino e aprendizagem, que se realiza pela articulação de diferentes mídias 
e agentes mediadores do processo e está orientada a fornecer a ampliação do conhecimento. 
Nessa perspectiva, a EaD transcende os limites de comunicação devido à sua concepção di-
gital, na qual a aprendizagem a distância não se fixa apenas a uma atividade individual. Tal 
extrapolação de limites exige uma novaforma de fazer educação, agora centrada no desafio 
de conectar pessoas e dar fluidez à comunicação, partindo da complexidade e significância 
do contexto prático do indivíduo e garantindo a hipertextualidade, a interatividade e a ex-
periência em grupo, mesmo a distância.
A grande característica que marca a EaD é a possibilidade de construção do conhe-
cimento e mediação de saberes, mesmo estando professor e aluno separados temporal e 
geograficamente. Para tanto, a integração das tecnologias é fundamental e caracteriza os 
diferentes momentos dessa modalidade, que tem no seu cerne o fazer pedagógico centrado 
no aluno por meio do fluxo de comunicação. É esse movimento que define as seguintes ca-
racterísticas de ensino e aprendizagem a distância:
• professor e aluno separados temporal e geograficamente durante o processo de 
ensinar e aprender;
• uso intensivo das tecnologias digitais para potencializar a comunicação;
• flexibilidade e autonomia durante o estudo, permitindo ao aluno conciliar sua for-
mação com outras atividades, tais como vida profissional e familiar;
• novo perfil do estudante, proativo, autônomo, gestor do seu processo de 
desenvolvimento;
• novo perfil do professor, agora como mediador que oportuniza e instiga o desen-
volvimento, mesmo estando em tempo e local distintos;
• novos perfis profissionais são integrados ao processo de oferta do curso para colabo-
rar com uma aprendizagem significativa, como tutores a distância e/ou presenciais;
• formação de conhecimento que caminha integrado na trilha do ciberespaço, que se 
define pela integração dos diferentes meios de comunicação.
A EaD tem como cerne de sua atenção o acesso à educação para muitos, promovendo a 
oportunidade de ensinar e aprender para o desenvolvimento de competências. Para tanto, 
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
17
faz-se necessário um planejamento que congregue as diferentes características dessa forma 
de fazer educação, de modo que professor e alunos estejam separados temporal e geogra-
ficamente, sem estarem distantes. Nesse sentido, além do uso intensivo das tecnologias e 
mídias digitais, é importante ter uma comunicação bidirecional e flexível para potencializar 
a experiência de formação continuada, aberta e flexível.
1.3 Ensinar e aprender
Falar em educação é falar, em sentido amplo, em dois processos: o ensino e a aprendiza-
gem. Nos primórdios da educação, o ensinar era consolidado por momentos de transmissão 
de saber por meio de uma comunicação unilateral. Ou seja, o professor era o detentor do 
conhecimento e o aluno era o receptor passivo, e a formação se dava dessa forma. Apesar 
de a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) definir educação como processo formativo em sentido 
amplo de desenvolvimento e preparo do indivíduo para exercício da cidadania, na prática, 
nem sempre foi assim.
Um novo modo de fazer educação, em que o ensinar e o aprender transcendem limites 
temporais e geográficos foi, portanto, se constituindo. Um conceito que não se aplica somente à 
modalidade a distância, mas se integra no dia a dia da educação tradicional. Essa realidade se 
fortalece justamente ao trabalharmos com alunos nativos digitais e integrantes de uma socieda-
de em constante transformação (ALONSO; ROCHA, 2013). Mas, você pode estar se perguntan-
do: então como podemos ensinar e aprender no século XXI?
Bem, temos duas notícias, uma boa e outra nem tanto. A notícia que não é tão boa pode 
ser considerada um desafio. Ensinar e aprender na sociedade atual implica abrir espaço para 
todo e qualquer indivíduo disposto a se desenvolver e, nesse leque de opções, as tecnologias 
precisam ser integradas, pois pertencem ao contexto desse indivíduo. Ou seja, essa visão 
não é ruim, mas exige do professor e do aluno um movimento ativo e engajamento aderen-
tes ao objetivo ao qual a formação se propõe. Já a notícia boa é proveniente do desafio, isto 
é, ensinar e aprender na sociedade atual permitem ao professor criar, inovar, compartilhar 
seu conhecimento e ampliar seus saberes, pois a educação assume um perfil de comunica-
ção bilateral. Para o aluno, a oportunidade está na atuação desse novo professor como um 
mediador que orienta as diferentes e possíveis conexões, amplia sua autonomia e o estimula 
a se comprometer com sua formação.
Perceba que não existe receita pronta para ensinar e aprender na EaD. Como define o 
Decreto n. 9.057/17, oportunizar o ensino e aprendizagem nessa modalidade de ensino torna 
necessária a integração de tecnologias digitais, pessoal qualificado, políticas de acesso e sis-
tema de acompanhamento e de avaliação definidos e compatíveis com a proposta do curso, 
considerando-se a característica principal da modalidade, a saber, estudantes e professores 
separados no tempo e no espaço (BRASIL, 2017).
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância18
Portanto, podemos dizer que ensinar e aprender a distância inclui diferentes inda-
gações que nos levam a discutir a essência do significado epistemológico dessas palavras, 
como apresentado no Quadro 1.
Quadro 1 – Definição epistemológica do ensinar e aprender a distância.
Termo Definição
Ensinar Verbo, procedente do latim, cujo significado remete à “transmissão de conhecimento”.
Aprender Verbo, originário do latim, relacionado à ordem de “adquirir conhecimento”.
Distância Palavra de origem latina, cujo entendimento está relacionado a “estar afastado”.
Fonte: Elaborado pela autora.
Se ampliarmos essa reflexão, temos, como citamos no início deste capítulo, o processo edu-
cacional como arte das artes, cuja tarefa é complexa, pois deve se atentar não apenas a um su-
jeito, mas a todos os sujeitos envolvidos no processo. Alves et al. (2015) corroboram essa nossa 
discussão ao trazerem como essencial a ação de ensinar no processo de aprender novos conhe-
cimentos. Para os autores, essa dinâmica se constrói com profissionais com múltiplos saberes, 
competências e atitudes e pela congruência entre conhecimento específico, pedagógico e práxis.
A composição desse cenário de ensino e aprendizagem – tomando-se por referência a 
exigência da sociedade contemporânea em que o contexto se altera constantemente – po-
demos pressupor que há um rompimento na concepção original desses termos, em que o 
ensinar transcende a transmissão e o aprender não se limita à aquisição. E, ainda, distância 
não significa necessariamente estar afastado. A nova concepção do fazer pedagógico possi-
velmente consolida-se por ter agentes ativos do conhecimento, sem papéis definidos e limita-
dos, mas sim atuando em papéis integrados e conectados por uma construção de saberes em 
rede, em que a distância deixa de existir devido à conectividade e a sociedade evolui pelas 
novas possibilidades.
Diante das inúmeras transformações impulsionadas pelo cenário dinâmico de uma cul-
tura digital, práticas educacionais motivadas pela democratização do ensino e aprendiza-
gem têm fomentado nos últimos anos um movimento em que ensinar e aprender se fazem 
pela mediação e não pela transmissão de conteúdos, consolidando-se na internalização e 
não na recepção passiva. Na educação a distância, para o ensinar e o aprender, professores 
e alunos “dialogam, debatem, compartilham experiências, recebem orientações, superam 
desafios e favorecem a interlocução entre a teoria e a prática” (BAXTO, 2012, p. 5).
Nesse sentido, queremos deixar claro que ensinar e aprender no século XXI é uma ta-
refa que exige medidas inovadoras no que diz respeito ao papel do aluno e do professor 
com vistas a potencializar o processo de construção do conhecimento. Essas tarefas estão 
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
19
intimamente relacionadas à concepção de um ambiente favorável, flexível e facilitador para 
a desconstrução, construção e reconstrução do conhecimento. A função do professor é esti-
mular o processo comunicativo e formativo com base nas demandas econômicas, sociaise 
culturais que integram o contexto do aluno. Esse estímulo é demarcado por uma educação 
mais interativa, que se utiliza das potencialidades das tecnologias de comunicação digital.
Essas características e fundamentos de um novo modo de ensinar e aprender conver-
gem com o movimento de expansão da educação a distância no Brasil. Numa análise crítica, 
podemos aferir que as distintas práticas e reflexões do fazer pedagógico na modalidade a 
distância subsidiam ações inovadoras na perspectiva de formação no espaço de ensinar e 
aprender, ou seja, toma-se como referência a educação e não a modalidade. Assim, o ensinar 
desenvolve-se numa nova perspectiva de mediação do conhecimento e o aprender sob a óti-
ca ativa de múltipla cooperação e corresponsabilidade pela internalização de novos saberes.
Conclusão
Sem sombra de dúvidas, a educação a distância é uma modalidade educacional que 
vem crescendo vertiginosamente em quantidade de oferta, número de alunos e qualida-
de do ensino ofertado. Esse crescimento significativo conta com elementos fundamentais 
que potencializam a EaD como uma prática inovadora de fazer educação. Nesse sentido, 
consideramos que pensar em educação é pensar em desenvolvimento de competências e 
em formação continuada, o que não se limita ao tipo de modalidade. Entendemos que essa 
definição pouco importa às práticas e necessidades da sociedade contemporânea, em que o 
conhecimento é o principal recurso gerador de valor.
Na medida em que são exigidas novas práticas das instituições, bem como um novo 
olhar sobre como essa concepção é percebida pela sociedade, as preocupações quanto à mo-
dalidade de formação vão se modificando. Tenhamos em mente que, até o século XX, aquilo 
que causava resistência e desconfiança, hoje dá espaço à oportunidade para uma formação 
flexível. Esse avanço é importante, pois busca o desenvolvimento e exige o compromisso do 
governo, das empresas e universidades num movimento integrado de práticas experimenta-
das e institucionalizadas para acompanhar o desenvolvimento econômico, cultural e social.
Em atenção a essa demanda e às características da sociedade contemporânea, a EaD cres-
ce a passos largos, potencializada por um movimento de comunicação ativa em que o fazer 
pedagógico não se limita à distância temporal e geográfica, mas se oportuniza pelo avanço 
das tecnologias e das necessidades de formação de um indivíduo crítico e participante ativo 
de sua sociedade. Assim, consideramos que a EaD não é uma tendência futura, é uma propos-
ta de ensino e aprendizagem presente, que tem se consolidado com as tecnologias digitais e 
o incentivo de políticas públicas frente à necessidade de uma formação significativa em um 
movimento de desconstrução, construção e reconstrução do conhecimento.
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância20
 Ampliando seus conhecimentos
A Professora Vani Kenski, no texto “Educação e internet no Brasil”, aponta elementos 
que consideramos uma alavanca de desenvolvimento, ainda que aqueles que são mais céti-
cos e resistentes à mudança pensem ser utopia ou desafios a serem superados. Por exemplo, 
ao mesmo tempo em que o avanço das tecnologias de comunicação digital se torna uma 
oportunidade, e a integração de diferentes mídias amplia a concepção de aula e de sala de 
aula, exige-se um caminho de adequação da educação brasileira à cultura digital, o que in-
clui elementos políticos, econômicos e culturais. Sugerimos a leitura do trecho a seguir para 
ampliar a visão à luz dos desafios da modalidade de ensino que tem crescido vertiginosa-
mente e despontado como inovadora e de grande potencial para a formação da sociedade.
Educação e internet no Brasil
(KENSKI, 2015, p. 148)
O uso intensivo de tecnologias móveis em redes velozes vai fazer diferença 
para o desenvolvimento de atividades educativas plenas de interação e ação. 
Atividades que usam recursos educacionais abertos (REA) e softwares livres, 
alcançáveis por alunos e professores de todos os níveis de ensino, de todos 
os tipos de escolas, públicas e privadas. Atividades que se configuram como 
desafios para serem superados em grupos e individualmente, com questões 
problematizadoras que exigem concentração, velocidade, disciplina, comuni-
cação, trabalho em equipe (coelaboração), decisão, participação ativa, além, é 
claro, da necessária fluência tecnológica dos envolvidos.
Para isto, será preciso mudar as salas de aula como as compreendemos hoje no 
Brasil. O acesso a informações e eventos on-line em tempo real amplia a concep-
ção de aula e de “sala de aula”. Integrada em todos os espaços, dentro e fora 
da escola, as conexões podem reunir professores, alunos e quem mais estiver 
envolvido no projeto educativo, em um mesmo espaço, virtual, independente-
mente de onde eles estejam fisicamente.
[...] A rede formada por alunos e professores pode ainda comentar todas as 
produções, oferecer sugestões, avaliar, indicar pontos de melhoria e rever, mui-
tas vezes – dentro do tempo determinado – o que está sendo elaborado.
Utopia? Assim podem pensar os mais céticos e resistentes a mudanças.
 Atividades
1. Descreva com suas palavras o que significa educação a distância. Qual sua diferença 
e semelhança com a educação presencial?
Fundamentos da EaD
Regulamentação e políticas em educação a distância
1
21
2. Descreva os três principais elementos que se destacam como impulsionadores tanto 
da oferta quanto da aceitação da modalidade a distância pela população. E de que 
forma tais elementos interferem na prática da EaD, como modalidade educacional?
3. Quais são as principais características que marcam a realização de um curso a distância? 
Entre as suas indicações, destaque e explique a característica que contribui para amplia-
ção do acesso à formação e ao desenvolvimento continuado de nossa sociedade.
4. Considerando que EaD inclui alunos e professores num processo de ensino e apren-
dizagem, discorra como pode ser possível aproximar esses atores para que o ensino 
a distância ocorra. A partir da sua resposta, descreva qual o significado da palavra 
distância nesse contexto.
 Referências
ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância (org.). Censo EAD.BR: relatório analítico da 
aprendizagem a distância no Brasil 2016. Censo EAD.BR: analytic report of distance learning in Brazil 
2016 [livro eletrônico/edição bilíngue]. Trad. Maria Thereza Moss de Abreu. Curitiba: InterSaberes, 
2017.
ABMES – Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. Parecer CNE/CES n. 462/2017a. 
Disponível em: <https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Parecer-CNE-462-2017-09-14.pdf>. Acesso 
em: 3 fev. 2018.
______. Homologação do Parecer CNE/CES n. 462/2017b. Disponível em: <https://abmes.org.br/ 
legislacoes/detalhe/2267>. Acesso em: 3 fev. 2018.
ALONSO, K. M.; ROCHA, S. A. (orgs.). Políticas públicas, tecnologias e docência. Cuiabá: Central de 
Texto; EdUFMT, 2013.
ALVES, C. M. T., et al. O tripé da educação a distância: regulação, docência, discência. São Paulo: Paco, 
2015.
BAXTO, Welinton. Repensando a educação a distância e presencial: por uma educação tec-
nológica inclusiva. In: 18 CIAED – Congresso Internacional Abed de EaD: histórias, analíti-
cas e pensamento aberto, guias para o futuro da EaD. São Paulo: Pearson Education, 2012. 
Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Welinton_Baxto/publication/273996442_
REPENSANDO_A_EDUCACAO_A_DISTANCIA_E_PRESENCIAL_POR_UMA_EDUCACAO_
TECNOLOGICA_INCLUSIVA/links/5511b1a90cf268a4aae8f98e/REPENSANDO-A-EDUCACAO- 
A-DISTANCIA-E-PRESENCIAL-POR-UMA-EDUCACAO-TECNOLOGICA-INCLUSIVA.pdf>. 
Acesso em: 3 fev 2018.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação na-
cional. Brasília, DF, dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. 
Acesso em: 3 fev. 2018.
_____. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizese bases da educação nacional. [Revogado pelo Decreto 
n. 9.057 de 2017]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/
d5622.htm>. Acesso em: 3 fev. 2018.
______. Decreto n. 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei n. 9.394, de 20 de de-
zembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, maio 2017. 
https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Parecer-CNE-462-2017-09-14.pdf
Fundamentos da EaD1
Regulamentação e políticas em educação a distância22
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm>. 
Acesso em: 3 fev. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação 
Superior. Resolução n. 1, de 11 de mar. de 2016. Estabelece diretrizes e normas nacionais para a ofer-
ta de programas e cursos de educação superior na modalidade a distância. Brasília, DF, mar. 2016. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias= 
35541-res-cne-ces-001-14032016-pdf&category_slug=marco-2016-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 3 
fev. 2018.
______. Secretaria de Educação a Distância. Referenciais de qualidade para educação superior a dis-
tância. Brasília, DF, ago. 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/
refead1.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2018.
KENSKI, V. M. Educação e Internet no Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.pucrs.br/famat/viali/
doutorado/ptic/textos/Kenski.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2018.
VALENTE, J. A.; MORAN, M. Educação a distância: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2011.
 Resolução
1. Esperamos que você discorra sobre a educação a distância como modalidade educa-
cional, na qual o ensinar e o aprender são mediados por pessoas, processos e tecno-
logias de comunicação digital. A diferença essencial entre a modalidade a distância 
e o modelo presencial está na perspectiva de que alunos e professores não precisam 
estar no mesmo lugar, ou seja, a diferença não é a concepção do ensinar e aprender, 
mas a possível flexibilidade na formação, mesmo que aluno e professor estejam em 
lugares e tempos distintos.
2. Os três elementos que vimos aqui são: sociedade do conhecimento, políticas públicas 
e tecnologias digitais. Com base nesse apontamento, esperamos que você discorra 
sobre a EaD como “educação do futuro”, que, de posse desses elementos, destaca-se 
como oportunidade de formação e desenvolvimento da sociedade.
3. Sua resposta deve considerar que a essência do fazer pedagógico se mantém tanto 
em um curso a distância quanto no presencial. Ambas as modalidades convergem na 
preocupação em definir práticas de ensino e meios de aprendizagem considerando o 
perfil do aluno e os objetivos propostos no projeto do curso. Há que se deixar claro 
que o fazer pedagógico da EaD deve potencializar a interação, prever a integração 
de tecnologias digitais e a disponibilização do conteúdo em diferentes mídias, de 
modo que um grande número de indivíduos, em suas diferenças, possa ter acesso à 
formação de qualidade e à oportunidade de desenvolvimento continuado.
4. Sua resposta deve considerar que a EaD é uma modalidade educacional em que os 
atores (alunos e professores) e as ações principais (ensinar e aprender) se mantêm. 
O desafio está em aproximar esses polos, situação que é favorecida se fizermos 
uso das tecnologias e mídias digitais para minimizar a distância, a qual, nesse 
contexto, é considerada um elemento de flexibilidade geográfica e temporal, e não 
de afastamento.
Regulamentação e políticas em educação a distância 23
2
Educação superior a 
distância
Neste segundo capítulo, vamos compreender as políticas públicas que direcionam 
e regulamentam o ensino superior brasileiro, objeto de dúvida de muitas instituições e 
acadêmicos. Para atender a esse objetivo, vamos abordar inicialmente as diretrizes cur-
riculares em seus aspectos históricos e de estruturação que constituem o ensino supe-
rior no Brasil. Na sequência, apresentamos o marco regulatório que faz parte desse 
cenário em um panorama que compreende vários governos, de diferentes períodos, 
mediante questões do ensino público e privado. E, para concluir essa discussão, abor-
damos as normativas legais vigentes destacando interesses favoráveis e contrários à 
expansão do ensino superior no Brasil.
Educação superior a distância2
Regulamentação e políticas em educação a distância24
2.1 Diretrizes curriculares da educação superior 
É por meio da educação continuada que acreditamos ser possível fomentar uma socie-
dade igualitária, colaborativa e sustentável. Nessa perspectiva, temos as políticas educacio-
nais, um campo dentro das políticas públicas sociais, cujo fundamento se baseia em ações 
do governo que incidem diretamente no ambiente de ensino e aprendizagem e influenciam 
a vida da sociedade. Essa abordagem não se limita ao ambiente escolar, mas compreende so-
cialmente diversos elementos articulados por um sistema maior – o da educação – incluindo 
características sociais, econômicas, culturais e políticas. O que nos permite acrescentar que, 
na qualidade de política pública social, a educação permite ações articuladas de cooperação 
entre governo, empresas e sociedade, trazendo a visão do todo, de modo a garantir o direito 
do indivíduo e assegurar o bem comum. 
Tal razão permite compreendermos a política educacional como uma responsabilidade 
complexa e singular, que emerge do Estado, ao mesmo tempo em que abarca os diversos in-
teresses do país. Historicamente o sistema educacional brasileiro é marcado por um contexto 
de exclusão, com presença de fortes traços de desigualdade social que afetam diretamente o 
desenvolvimento do sistema nos mais diversos níveis de formação. Nesse caminhar, vários 
foram os agentes articuladores da sociedade que se uniram para lutar pela democratização 
do ensino, gerando, por vezes, pressão aos governos, em suas respectivas épocas, numa luta 
para que as políticas públicas educacionais sejam definidas em favor do povo brasileiro.
Consideramos que, para discutir a educação superior a distância, é preciso conhecer 
brevemente a trajetória histórica do sistema educacional brasileiro, uma vez que é nesse 
contexto mais amplo que ela se insere. Os primeiros movimentos educacionais datam do 
ano de 1530, período pré-colonial, em um contexto onde tínhamos a educação indígena nos 
moldes tribais, aqui no Brasil. Contudo, a educação como sistema formal e sistematizado de 
transmissão de informação teve início em 1549 com a chegada dos jesuítas, que vieram para 
a Colônia acompanhando o Governador Tomé de Souza. Os missionários jesuítas estrutu-
raram a educação visando à catequese do povo indígena, bem como a educação dos filhos 
dos colonos. Foi apenas por volta de 1759, com a expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas 
colônias (um movimento conduzido por Marquês de Pombal, com o objetivo de modernizar 
o reino), que teve início o sistema laico e público de educação, ou seja, um modo de fazer 
educação desvinculado da Igreja, apesar de se manter a disciplina de ensino religioso. 
Nesse contexto, em 1772, aconteceu a implantação oficial do sistema público de ensino, 
contudo, durante anos, negros e mulheres foram excluídos do sistema de educação.
Foi no século XIX, com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, que se consoli-
daram alguns sistemas educacionais, como a Escola de Medicina da Bahia e a Faculdade 
Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, foram fundadas a Academia 
Militar e a Escola de Engenharia. Em 1827, outras faculdades foram consolidadas, como as 
de Direito em São Paulo e Olinda. Entre tantas que se destacaram, em 1909, houve a fun-
dação da Universidade de Manaus e, em 1912, a Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
Algumas dessas ações universitárias foram criadas como unidades independentes e só 
Educação superior a distância
Regulamentação e políticas em educação a distância
2
25posteriormente integradas ao conceito de universidade, ocasião em que a oferta de formação 
cresceu em função do aumento da demanda social.
Esse movimento mostra alguns dos desafios da educação brasileira que contaram com 
referências oficiais sobre a educação superior a partir do Decreto n. 8.659 de 1911, que apro-
vou a Lei de Organização do Ensino Superior e criou o Conselho Superior de Ensino (CSE), 
a quem foi delegada a função fiscal do Estado na educação superior. Anos depois, pelo 
Decreto n. 16.782-A de 1925, foi criado o Conselho Nacional de Ensino. Visando à autono-
mia dessa área, destacamos a criação do primeiro ministério responsável pela educação, o 
Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (MES) – hoje denominado Ministério 
da Educação (MEC) –, criado pelo Decreto n. 19.402 de 1930 para atender às questões relati-
vas ao ensino, saúde e assistência hospitalar na época, como esforço para mediar tensões e 
conflitos devido à crise econômica e política. 
Ainda na tentativa de criar uma estrutura no seio da administração pública para a área 
da educação, foi instituído, pelo Decreto n. 19.850 de 1931, o Conselho Nacional da Educação 
(CNE), com o objetivo de desenvolver o arcabouço legal de regulação da educação no país, 
pelo qual tivemos a reestruturação do ensino superior. Essa medida se deu com a elaboração 
do Estatuto das Universidades Brasileiras, que vigorou até 1961, e considerou tanto a uni-
versidade pública (federal, estadual ou municipal) quanto a particular. 
Baseado no clima de esperança e expectativa suscitado pelas mudanças da época, foi 
divulgado, em 1934, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em busca de uma escola 
obrigatória, pública e laica, que, com a nova Constituição Federal, passava a ser vista como 
direito de todos e possibilitava um movimento de aspiração marcado pela reforma dos en-
sinos secundários e universitários. Tal reforma contou com 13 anos de debate (1948-1961). 
Esse movimento culminou em várias campanhas educacionais, como a criação da 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bem como na aprovação da 
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), importantes marcos regulatórios so-
bre a educação e os tipos de titulação. Com a aprovação da primeira LDB, sob a Lei n. 4.024 
de 20 de dezembro de 1961, os órgãos estaduais e municipais ganharam mais autonomia e o 
ensino religioso no sistema público se fez facultativo.
Já no período da ditadura civil-militar, em 1968, com a Lei n. 5.540, a LDB sofre uma 
reforma no âmbito universitário, assegurando autonomia didático-científica, disciplinar, ad-
ministrativa e financeira às universidades. A reforma representou um avanço na educação 
superior brasileira ao instituir um modelo organizacional único para as universidades públi-
cas e privadas. Em 1971, a LDB definida pela Lei n. 6.692, de 11 de agosto, apontou mudanças 
nos quais se destacam a instituição da educação moral e cívica e a criação dos supletivos. 
Em 1996, já considerando a Constituição de 1988, a LDB sob o número de Lei n. 9.394, 
de 20 de dezembro, baseada nos princípios universais da educação, trouxe mudanças signi-
ficativas, como a autonomia universitária e educação a distância. Essa é a LDB vigente hoje 
com suas diversas alterações, como foi o caso da reforma do ensino médio, que você deve ter 
acompanhado pelos noticiários e que fez atualizações na referida lei. 
Educação superior a distância2
Regulamentação e políticas em educação a distância26
Considerando a LDB/96 como a lei vigente, destacamos, no seu artigo 43, que a educa-
ção superior tem por finalidade:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I – estimular a criação cultural e 
o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inser-
ção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da socie-
dade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desen-
volvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse 
modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensi-
no, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e 
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que 
vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conheci-
mento de cada geração;
VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular 
os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabe-
lecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à di-
fusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa 
científica e tecnológica geradas na instituição.
VIII – atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação bási-
ca, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesqui-
sas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem 
os dois níveis escolares [...] por meio da educação a distância ou educação pre-
sencial [...]. (BRASIL, 1996)
Perceba que, apesar de as primeiras linhas de política educacional no Brasil remonta-
rem à década de 1930, foi somente por volta dos anos de 1960 e 1970 que tivemos um cresci-
mento de instituições de educação superior indicando a sua expansão no país. Inicialmente 
o movimento foi marcado apenas como direito ao indivíduo, mas sem ação e incentivo claro 
e objetivo. Após o grande impulso no crescimento de oferta de ensino superior no Brasil, 
passamos por um período de redução, chegando até quase uma estagnação de novas ma-
trículas. Foi então que a partir da década de 1990 o ensino superior apresentou recuperação 
acelerada, acompanhada da ampliação de vagas, incorporação de metodologias pedagógi-
cas alternativas, resultando assim em mudanças no perfil da população atendida, principal-
mente pelo contexto de oferta diversificada nas instituições privadas. 
Educação superior a distância
Regulamentação e políticas em educação a distância
2
27
O atual cenário do ensino superior no Brasil é muito diferente do apresentado na déca-
da de 70. Esse novo momento apresenta, além da ampliação da capacidade de atendimento 
à população, a diversificação de metodologias e a inclusão da educação a distância (EaD). 
Some-se a tudo isso o importante avanço na consolidação do Sistema Nacional de Avaliação 
da Educação Superior (Sinaes), buscando a necessária qualidade acadêmica, bem como a 
expansão do acesso à educação. 
Nesse sentido, diretrizes curriculares vêm sendo definidas e discutidas ao longo dos 
últimos anos e estas são adaptadas às diferentes formações. Por exemplo, em 2013, tivemos 
a resolução n. 1, de 27 de setembro, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o 
curso de graduação em Jornalismo, contemplando a estrutura do curso, elementos estrutu-
rantes do projeto pedagógico, identidade profissional na formação, abordando a perspecti-
va de competências, habilidades, atitudes, conhecimentos e valores (BRASIL, 2013). 
2.2 Marco regulatório brasileiro 
para o ensino superior 
A dinâmica regulamentária da educação superior no Brasil se desenvolve num contexto 
de mudanças organizacionais e conceituais apoiadas pela LDB de 1996, cuja abrangência le-
gitima a ampliação do ensino superior, o incentivo à educação continuada e a reformulação 
do sistema de avaliação (ALVES et al., 2015). 
O texto legal, no artigo 44, estabelece os níveis escolares, bem como suas respectivas 
finalidades, destacando que a educação superiorabrange:
I – cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, 
abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições 
de ensino; 
II – de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou 
equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; 
III – de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, 
cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplo-
mados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de 
ensino; 
IV – de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos 
pelas instituições de ensino. (BRASIL, 1996)
Essa sistematização normativa indica uma estrutura do sistema educacional de nível 
superior no Brasil, como propõe a Figura 1.
Educação superior a distância2
Regulamentação e políticas em educação a distância28
Figura 1 – Estrutura do sistema de educação superior brasileiro.
Perfil: concluinte do ensino médio
Graduação
Pós-graduação Formação continuada
Extensão
Lato sensu Stricto sensu
Di
plo
ma
Mestrado
Doutorado
Sequencial
Perfil: definido pela instituição ofertante
Especialização
Ce
rti
fic
ad
oMBA
Fonte: Elaborada pela autora.
Essa organização encontra-se incentivada pela Constituição de 1988, que estabelece o 
acesso à educação, e normatizada pela LDB acrescida de decretos, regulamentos e portarias 
complementares que fazem as devidas atualizações. Um sistema complexo fomentado por 
iniciativas públicas e privadas teve sua aprovação na Lei n. 5.540/68 que fixou normas de or-
ganização e funcionamento do ensino superior, promovendo autonomia didática, científica, 
administrativa e econômica às universidades públicas com vistas a incentivar a pesquisa, o 
desenvolvimento e a formação profissional. 
A base da atual estrutura e funcionamento da educação superior no Brasil segue princí-
pios importantes definidos na reforma universitária de 1968, momento em que, na história, 
houve o primeiro credenciamento de instituições de ensino superior, pois haviam sido uni-
ficados critérios comuns de organização e funcionamento. 
No conjunto, as instituições de ensino superior, tomando por base o Censo de 2016 do 
MEC e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 
têm tido um crescimento contínuo. “Em 2016, 34.366 cursos de graduação foram ofertados 
em 2.407 instituições de educação superior (IES) no Brasil” para um total de 8.052.254 estu-
dantes matriculados (BRASIL, 2017, p. 4).
Segundo dados do Inep, destacam-se como predominantes em grande parte da for-
mação superior, expressa em 69% das matrículas, os cursos de bacharelado. Além disso, os 
alunos ingressantes em instituições privadas correspondem a 82,3% do ingresso total. Nesse 
cenário, houve um crescimento de 20% nos dois últimos anos na modalidade a distância 
contra uma variação decrescente de 3,7% na a educação presencial (BRASIL, 2017, p. 12). 
Segundo o Censo em discussão, considerando os últimos 10 anos, o número de concluintes 
em cursos de graduação se apresentou com maior relevância na rede privada, com número 
crescente igual a 62,6%, enquanto que na rede pública, no mesmo período, o crescimento 
correspondeu a 26,5%. 
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Regulamentação e políticas em educação a distância
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Os dados extraídos do Censo da Educação Superior do MEC/Inep de 2016 chamam 
atenção, pois apesar dos números expressivos, no âmbito público este ainda se apresenta 
em ritmo menor do que a demanda existente, gerando uma busca pela formação em rede 
privada de ensino superior em número significativo. As estatísticas possibilitam ainda in-
ferir que, apesar dos limitantes e do descompasso no processo regulatório e do incentivo à 
educação superior no Brasil ter andado a passos lentos, a partir da última década, o título 
acadêmico deixou de ser um sonho e transformou-se em realidade para muitos brasileiros 
de diferentes classes sociais. 
Para concluir essa reflexão, importa destacarmos que é nesse cenário de expansão e 
desafios que a EaD assume posição de destaque ao atender, com qualidade, uma demanda 
crescente de matrículas e com número de alunos concluintes satisfatórios em relação à mo-
dalidade presencial.
2.3 Normativas legais vigentes
A forte expansão da educação superior no Brasil foi obtida principalmente por meio 
do aumento de oferta oportunizada pelas IES privadas, seja na modalidade presencial ou a 
distância. O crescente acesso às tecnologias digitais, a necessidade de formação continuada, 
a exigência de novos perfis profissionais frente a um contexto de globalização e interna-
cionalização impulsionaram esse movimento que exigiu políticas diferenciadas de acesso 
e fomento para atender aos diferentes grupos sociais e às novas relações de formação. Esse 
desafio constituiu-se em um movimento de democratização ao acesso à educação superior 
assim como à criação de novas modalidades de ensino (como a educação a distância). 
A consolidação do ensino superior no país destaca-se como condição favorável à in-
corporação de novos esforços e políticas, na última década. Tais práticas geraram novas 
perspectivas que integram princípios de uma política que tem como objeto fomentar o en-
sino, a pesquisa e a extensão, viabilizando reformas necessárias para um desenvolvimento 
sustentável, ações inovadoras e a integração dos pesquisadores e de sua produção científica 
às redes mundiais. 
Nesse contexto, destacamos a atualização da legislação pertinente à educação superior 
a partir da LDB/96, os decretos e regulamentos dela decorrentes, a criação do novo Conselho 
Nacional de Educação (CNE) e da respectiva Câmara de Educação Superior (CES), que deli-
berava sobre a autorização, reconhecimento e renovação de todos os cursos de ensino supe-
rior, bem como sobre a aprovação de estatuto e regimentos provenientes dessas instituições. 
Todavia, a Medida Provisória 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, deixou a cargo do próprio 
MEC manifestar-se quanto ao credenciamento, à avaliação e demais correspondentes, dire-
cionando-os às normativas vigentes. Estão excluídos dessa responsabilidade os cursos de 
Direito e os da área da saúde (Medicina, Psicologia e Odontologia), os quais permanecem 
sob as atribuições da Câmara de Educação Superior. 
Nesse sentido, ressaltamos que o sistema de ensino superior é uma oportunidade de 
desenvolvimento que se amplia a cada movimento da sociedade que caminha a passos bem 
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Regulamentação e políticas em educação a distância30
largos, afinal fazemos parte de uma sociedade, na qual o conhecimento é um artefato de 
valor. Com o desafio de orientar o planejamento, a oferta e a avaliação dos cursos de ensino 
superior, algumas normativas do MEC precisam ser destacadas: 
• LDB – definida pela Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece as leis e 
diretrizes da educação básica e superior.
• Sinaes – instituído pela Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, com o objetivo de 
assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, 
dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes. Tem, 
na Portaria n. 2.051, de 9 de julho de 2004, regulamentados os procedimentos de 
avaliação que estão previstos em três momentos: para autorização, para reconhe-
cimento e para renovação do reconhecimento. 
• Conaes – cuja Resolução n. 1, de 11 de janeiro de 2005, estabelece prazos e calendá-
rios para a avaliação das instituições de educação superior. 
• SFE – pelo Decreto n. 5.773, de 9 de maio de 2006, o Sistema Federal de Ensino 
(SFE) dispõe sobre as funções de regulação, supervisão e avaliação para institui-
ções de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais federais.
Sendo assim, é importante destacarmos que as normativas legais podem ser considera-
das referências para um desempenho satisfatório da instituição de ensino superior nas suas 
mais variadas ofertas.Uma qualidade que conta com indicadores para orientar o planeja-
mento, a execução, bem como a avaliação pelo MEC. A clareza das definições permite ao 
Ministério determinar medidas corretivas em caso de desempenho insatisfatório ou, mesmo 
se necessário, instaurar um processo administrativo para a aplicação de penalidades cabíveis. 
O desafio é ofertar uma educação de qualidade com base nos parâmetros legais definidos e 
orientar uma formação baseada em competências, entendidas como desenvolvimento de ha-
bilidades, atitudes, conhecimentos e valores. Dessa forma, podemos afirmar a relevância das 
normativas vigentes e a atuação do poder público não como limitados, visando à punição, 
mas à disseminação de boas práticas e orientações do processo de credenciamento e avalia-
ção da instituição ou de um curso específico. 
E é no enfrentamento desse desafio que o ensino superior no Brasil demonstra o grande 
avanço que vem vivenciando. Hoje a sociedade não é mais centrada na mão de obra física 
e sim intelectual, ação que contribui para a construção de um novo cenário. Convergem 
para essa realidade o avanço das tecnologias digitais e também as ações de instância pú-
blica ou privada de ensino que fomentam ações na área. Nesse contexto, apesar da enorme 
extensão territorial de nosso país, os investimentos e a persistência em um ensino superior 
de qualidade e gratuito fazem-se presentes e necessários e nos impulsionam a uma nova 
era da sociedade – era da educação, uma educação em rede que se integra no movimento 
de conexões, ambientes, contextos, concepções e sujeitos e que se amplia pela intenção de 
desenvolvimento do indivíduo. 
Podemos concluir, com base nessa exposição, que falar em política pública é discu-
tir um campo do conhecimento que parte de várias disciplinas, teorias e realidades. Logo, 
falar em política educacional desafia a integração de vários olhares e saberes a partir de 
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um propósito claro: promover educação para todos de modo igualitário, permanente e com 
qualidade. Esse desafio pode ser definido como de caráter interdisciplinar, em que a soma 
de olhares recai sobre a formulação e reformulação das políticas para ampliação do acesso 
ao ensino num processo de desenvolvimento contínuo. 
Conclusão
Na atual conjuntura educacional, práticas, metodologias e políticas públicas ainda po-
dem ser consideradas insuficientes para atender às demandas e características singulares 
desta sociedade do conhecimento. Contudo, ao se fazer uma retrospectiva histórica perce-
bemos que o avanço nos últimos tempos tem se consolidado em elementos quantitativos e 
qualitativos. Uma amostra dessa evolução pode ser percebida pela crescente demanda, que 
manifesta a necessidade política de investimento no desenvolvimento nacional e a aposta de 
que a educação, em suas diferentes modalidades, constitui-se no caminho para a projeção e 
a inovação do país no quadro de desenvolvimento nacional e internacional.
Nessa configuração, políticas públicas de incentivo ao ensino superior destacam-se como 
uma possibilidade para a democratização e a inclusão social de milhões de brasileiros que 
estão hoje à margem da exclusão. Uma prática que busca distanciar-se do contexto histórico 
da educação no país, que teve em sua base políticas descontínuas, excludentes ou trabalhadas 
de forma secundária durante muitos anos. Destacamos que diretrizes e bases curriculares vêm 
sendo definidas e atualizadas com constância, mostrando a consolidação de instituições e de 
estudantes, que agregam valor à sociedade por meio de ações de ensino e aprendizagem. 
Cabe-nos destacar que ações públicas de ensino, além dos benefícios que trazem à popu-
lação, apresentam-se como um referencial de estrutura e de qualidade na oferta de formação 
pelas diferentes IES do país, contribuindo assim com o desenvolvimento integral das classes 
abastardas e também das menos favorecidas. Diferentemente dos tempos remotos, quando 
falar em educação superior significava ascensão social e, consequentemente, garantia de em-
prego, hoje trata-se de uma necessidade quase indispensável. Nesse sentido, políticas públi-
cas, diretrizes e normativas vigentes são direcionadas de forma a consolidar uma nova fase 
de oferta da educação superior, agora com acesso para muitos e com entrega de qualidade. E 
como as ações e movimentos de grupos sociais ao longo da história já preconizavam, trata-se 
hoje de um fazer educacional que integre ensinar e aprender a todo aquele que busca, pelo 
desenvolvimento pessoal e intelectual, contribuir com o seu contexto local, social, econômico 
e cultural. 
 Ampliando seus conhecimentos
Falamos sobre as diretrizes curriculares do ensino superior e deixamos claro que esta 
é uma base que mantém a estrutura mínima de modo a assegurar a competência de forma-
ção esperada. Para tanto, ela se define a partir de um eixo de desenvolvimento curricular 
mínimo necessário a fim de se alcançar uma formação de qualidade. Uma vez definidas 
as diretrizes de um curso, elas não são definitivas e podem ser reavaliadas e replanejadas 
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Regulamentação e políticas em educação a distância32
com vistas a atender os desafios do contexto social, político, econômico e cultural no qual a 
formação está inserida. Diante dessa percepção e considerando a relevância dessa temática 
dentro desta obra de regulamentação e política em EaD, convidamos você a conhecer uma 
matriz curricular disponível no portal do MEC para os diferentes cursos. 
Destacamos aqui o último curso que teve atualização nas suas diretrizes, a saber: o cur-
so de graduação em Farmácia, por meio da Resolução do Conselho Nacional de Educação 
e Câmara de Educação Superior (CNE/CES) n. 6, de 19 de outubro de 2017. Para conhecer 
as diferentes diretrizes, para os variados cursos, acesse o portal do MEC, disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12991>. Acesso em: 27 fev. 2018. 
Observe a relevância das diretrizes para a qualidade e desenvolvimento do ensino superior.
Resolução n. 6, de 19 de 
outubro de 2017
(BRASIL, 2017)
Art. 2o As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Farmácia, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior, do Conselho 
Nacional de Educação, definem, em âmbito nacional, os princípios, os fun-
damentos, as condições e os procedimentos da formação de Farmacêuticos e 
devem ser aplicadas na organização, no desenvolvimento e na avaliação dos 
projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Farmácia ofertados pelas 
instituições de ensino superior do País. 
Art 3o [...]
Parágrafo único. A formação deve ser pautada em princípios éticos e científi-
cos, capacitando-o para o trabalho nos diferentes níveis de complexidade do 
sistema de saúde, por meio de ações de prevenção de doenças, de promoção, 
proteção e recuperação da saúde, bem como em trabalho de pesquisa e desen-
volvimento de serviços e de produtos para a saúde. 
Art. 4o A formação do farmacêutico deve ser humanista, crítica, reflexiva e 
generalista, bem como pautar-se por uma concepção de referência nacional 
e internacional, conforme definida no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de 
Graduação em Farmácia, na modalidade bacharelado [...].
Art. 6o O Curso de Graduação em Farmácia deve estar alinhado com todo o 
processo de saúde-doença do indivíduo, da família e da comunidade; com a 
realidade epidemiológica, socioeconômica, cultural e profissional, proporcio-
nando a integralidade das ações de Cuidado em Saúde, Tecnologia e Inovação 
em Saúde e Gestão em Saúde.
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=12991
Educação superior a distância
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Parágrafo único. A formação em Farmácia requer conhecimentos e o desenvol-
vimento de competências, habilidades e atitudes, abrangendo, além de pes-
quisa, gestão e empreendedorismo, as seguintes ciências, de formaintegrada e 
interdisciplinar [...] 
Art. 7o O Curso de Graduação em Farmácia, bacharelado, deve ser estruturado 
em três eixos de formação, contemplando atividades teóricas, práticas, estágios 
curriculares obrigatórios, trabalho de conclusão de curso e atividades comple-
mentares, articulando a formação acadêmica à atuação profissional, de forma 
contextualizada e problematizada. [...] 
Art. 19 O Curso de Graduação em Farmácia deve utilizar Tecnologias de 
Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino-aprendizagem, que 
permitam a execução do Projeto Pedagógico do Curso e a garantia da acessibi-
lidade e do domínio das TICs. 
Art. 20 [...] deve, ainda, contar com a infraestrutura geral e específica, dispo-
nível pela própria IES e/ou por convênios, que possibilite o desenvolvimento 
pleno do PPC.
Art. 21 As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Farmácia (DCNs de Farmácia) são obrigatórias em âmbito nacional, e as 
Instituições de Educação Superior (IES) deverão implantá-las em até 2 (dois) 
anos, contados da data de publicação desta Resolução.
 Atividades
1. As diretrizes curriculares têm por base a LDB de 1996, com vistas a nortear a organi-
zação e oferta para a educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, formação 
profissional e ensino superior. As diretrizes têm força de lei enquanto os parâmetros 
curriculares nacionais são apenas referências. A partir desse contexto e com base em 
nossos estudos até aqui, defina as principais incumbências das diretrizes curricula-
res para o ensino superior.
2. Considerando que vivemos numa sociedade baseada no conhecimento, esse elemen-
to é valorizado e está em constante movimento de construção e reconstrução. Nessa 
perspectiva, as instituições de ensino superior ampliaram sua oferta, haja vista a 
demanda crescente e o incentivo à formação superior que temos vivido nos últi-
mos anos. Não resta dúvida acerca da importância da formação continuada para um 
desenvolvimento do indivíduo e da sociedade, bem como para o desenvolvimento 
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Regulamentação e políticas em educação a distância34
sustentável. Diante desse contexto, por que não podemos nos limitar à formação do 
ensino médio?
3. Promover a efetivação das diretrizes no ensino superior é um dos principais desafios 
do MEC. Para tanto, ações de avaliação, regulação e supervisão das instituições de 
ensino são revisitadas com frequência. Para auxiliar nesse desafio, as instituições 
contam com normativas vigentes no contexto da educação superior. Com base nessa 
afirmação, destaque que normativa legal vigente pode contribuir para a qualidade 
do ensino superior no país. 
 Referências
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BRASIL. Decreto n. 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, 
supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e se-
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f&Itemid=30192>. Acesso em: 6 fev. 2018.
 Resolução
1. Esperamos que sua resposta explique que as diretrizes têm força de lei e são de ex-
trema relevância para a oferta de cursos de qualidade, uma

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