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INTRODUÇÃO À GEOLOGIA DE PETRÓLEO Universidade Federal do Pará Instituto de Geociências Faculdade de Geofísica Prof. Estanislau Luczynski, D.Sc. 4 - 2014 PROLEGÔMENOS (Coisas que são ditas antes) Era Período M.a. Recursos Urânio 0 M.a. Cenozóico Pré-cambriano (Mesoarqueano) 3 000 M.a. Cenozóico Terciário 0 – 65 Carvão, petróleo, gás natural Mesozóico Cretáceo 65 – 135 Carvão, petróleo, gás natural Jurássico 135 – 190 Carvão, petróleo, gás natural Triássico 190 – 225 Carvão, gás natural Paleozóico Permiano 225 – 280 Carvão, petróleo, gás natural Carbonífero 280 – 345 Carvão, gás natural Devoniano 345 – 395 Siluriano 395 – 430 Ordoviciano 430 – 500 Cambriano 500 - 570 Mesoarqueano 2.800 – 3.200 Petróleo Carvão Idade do Petróleo Petróleo Gás natural Períodos mais produtivos de 190 M.a. até o presente, embora pequenas quantidades possam ser encontradas em rochas mais antigas. Associado tanto com a formação do petróleo quanto do carvão (??). A maior probabilidade de encontrar petróleo está nas bacias sedimentares offshore do Mesozóico ou Terciário. NB:Sem considerar a geração. PETRÓLEO Asfalto (sólido) Petróleo (líquido) Gás natural (gasoso) PETRÓLEO E GÁS NATURAL Perfuração Projeto (desenvolvimento) GEÓLOGO DE PETRÓLEO Física Geologia física Mineralogia Química Geofísica Geologia histórica Petrologia Geoquímica Termodinâmica Geologia estrutural Sedimentação Matemática Engenharia Paleontologia Petrografia Geometria descritiva Mecânica dos fluidos Estratigrafia Geomorfologia Físico-química - Mapeamento de superfície Mapeamento de subsuperfície - Fonte: Levorsen, 2005 INTRODUÇÃO À GEOLOGIA DE PETRÓLEO Origem do Petróleo - Unidade I - UNIDADE I Origem do Petróleo • Origem do petróleo: orgânica x inorgânica. – Teoria orgânica (síntese): • O petróleo é formado a partir de matéria vegetal microscópica marinha (fitoplancton), a qual foi submetida a pressões e temperaturas suficientes para gerar o petróleo. Os processos que levam à formação do petróleo ocorrem no interior das bacias sedimentares. Teoria Orgânica Teoria Inorgânica (1920) - M.O marinha (fitoplâncton). O petróleo é de origem abiótica. Presença de hidrocarbonetos associados a tecidos celulares de micro-vegetais. Moléculas estáveis oriundas do manto terrestre (hidrocarbonetos estáveis em altas P,T) que em menor pressão e temperatura sofrem contaminação biológica. (1975/1979) – Publicação de artigos sobre a Formação Green River (EUA) que demonstram a origem orgânica. (1951/1967) – Cientistas russos publicam trabalhos com “evidências” da origem inorgânica. Recebem o apoio de Gold e Kenney. Quase unânime entre os geocientistas. Discussão cíclica entre físicos e químicos. • Matéria orgânica (M.O): – Constituinte menor encontrado nos sedimentos. – Ocorrem em todos os tipos de sedimentos, porém em quantidades variáveis. – Presuposto: todas as rochas sedimentares apresentam matéria orgânica. UNIDADE I Origem do Petróleo UNIDADE I Origem do Petróleo – Rochas com grandes concentrações de matéria orgânica: • Carvão. • Depósitos de turfa. » Acumulações de petróleo, gás natural, areias betuminosas e folhelhos pirobetuminosos. » As maiores acumulações são encontradas em rochas clásticas (partículas finas e disseminadas de M.O.) UNIDADE I Origem do Petróleo • Fontes de M.O. – Seres aquáticos. – Seres terrestres. – Derivada de organismos vivos (material fóssil). Matéria Orgânica Sedimentar Matéria Orgânica Dispersa Matéria Orgânica Concentrada Folhelhos Pirobetuminosos EOM (M.O. Extraível) Querogênio Não hidrocarbonetos Hidrocarbonetos Asfaltos (inc. Areias betuminosas) Petróleo Carvões (inc. Turfas e linhitos) Figura 1 – Classificação da matéria orgânica sedimentar (Brooks, 1981) UNIDADE I Origem do Petróleo • Matéria orgânica: – Os maiores produtores de matéria orgânica atuais e ao longo da história geológica são o plâncton (marinho e de água doce) e as bactérias. – Também são os responsáveis pela maioria da matéria orgânica preservada em sedimentos. – Cerca de 98% da M.O presente nos sedimentos é material amorfo e insolúvel, o querogênio. UNIDADE I Origem do Petróleo • Querogênio (cera ou óleo + geração): – Termo cientificamente aplicado (1912) por Crum- Brown para descrever folhelhos pirobetuminosos na Escócia. • Atualmente empregado para: a fração da matéria orgânica sedimentar que é insolúvel na presença de solventes orgânicos (Durand, 1980). N.B: Qualquer M.O. Querogênio Potonie (1910) Crumb (1912) Durand (1980) *Brooks* (1981) Link (1996) Matéria orgânica putrefada em meio anaeróbico, amorfa , e em forma de gel derivada de algas. M.O. encontrada nos folhelhos da Escócia. Fração de M.O. insolúvel em compostos orgânicos. Extraível por: HCl + HF. Insolúvel em ácidos minerais não-oxidantes, bases e solventes orgânioos. Incluso M.O. palinollógica. Polímero insolúvel , de elevado peso molecular (90%) de um folhelho. 10% betume (querogênio termicamente alterado). Denominação Sapropel. Querogênio. Querogênio. Querogênio. # M.O. extraível por solventes orgâncios (EOM). Querogênio. Querogênio M.O. disseminada na rochas Insolúvel em ácidos minerais não-oxidantes, bases e solventes orgânicos. Rocha Matéria mineral 99% M.O. 1% M.O. Querogênio 90% Betumes 10% Figura 2 - Porcentagens de matéria orgânica e mineral, betume e querogênio nas rochas (Baker, 1979 apud Link, 1996). UNIDADE I Origem do Petróleo • Produção de matéria orgânica: – Energia solar --> fotossíntese --> produção de matéria orgânica (algas, bactérias, fungos, vegetais superiores). Produção de Carbono Orgânico Plantas terrestres Produtividade primária 1,4 – 7,8 x 1010 t (sedimentos) 1,5 – 7,0 x 1010 t (oceanos) M.O terrestre M.O marinha Margens continentais e áreas de grande contribuição fluvial Produção controlada por luz, temperatura e teor de nutrientes na água do mar. UNIDADE I Origem do Petróleo • Em se considerando o querogênio como o constituinte mais importante das rochas, ele (querogênio): – É o principal fator na formação dos betumes que amadurecerão e migrarão para se acumularem em rochas, já como petróleo bruto (após sofrer alteração termal, que aumenta o teor de carbono). Matéria Orgânica Original Querogênio Querogênio Maduro Petróleo Bruto Grafite Metano Ganho de HidrogênioPerda de Hidrogênio Figura 4 – Alteração da matéria orgânica (Barker, 1979 apud Link, 1996) UNIDADE I Origem do Petróleo • Petróleo (concepção geral): – Substância gerada em rochas-fonte que contém matéria orgânica originária de materiais biológicos. Preservação Maturação • (1) - Acumulação e preservação de sedimentos finos ricos em matéria orgânica (rochas-fonte). • (2) - Maturação orgânica (alteração termal) da M.O. durante o soterramento, e consequente transformação em produtos semelhantes ao petróleo. Migração • (3) - Expulsão de óleo (óleo e/ou gás) das rochas-fonte e transporte no interior destas rochas (migração primária termal). • (4) - Movimentação do petróleo após a expulsão da rocha-fonte (através de póros e meios permeáveis). Acumulação • (5) Nova acumulação em rochas-reservatório. • Trapas. Processos Inter-relacionados / Origem do Petróleo Figura 5 – Sequência de eventos para formação de petróleo Vídeo: Geology formation basin oil trap UNIDADE I Origem do Petróleo • M.O e Combustíveis: – Alguns autores sugerem que somente material vegetal (plantas) é capaz de produzir petróleo. – Outros sugerem que plantas e animais podem produzir petróleo. • Composição do petróleo: – Carbono (C). – Hidrogênio (S). – Molécula básica CH4 (metano). – Hidrocarboneto. – Quantidades menores de: • Enxofre (S). • Oxigênio (O). • Metais. UNIDADE I Origem do Petróleo UNIDADE I Origem do Petróleo • Referências: – BROOKS, J (Ed). 1981. Organic Maturation Studies and Fossil Fuel Exploration. Academic Press. 444p. – DURAND, B. 1980. Kerogen. Editions Technip. Paris.– LINK, P. K. 1996. Basic Petroleum Geology. OGCI. Oklahoma. 426p. – POTONIE, H. 1910. Die Entstenhung der Steinkohle und der Kaustobiolithe Uberhaupt. Berlin. Produção e Acumulação de Matéria Orgânica Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Produção: – A produção de matéria orgânica é o primeiro estágio na incorporação de M.O pelos sedimentos para, posteriormente, haver a formação de rochas-fonte. – A fotossíntese é o processo bioquímico essencial à produção dos precursores da matéria orgânica sedimentar (ver Figura 3 – Ciclo biogeoquímico). CO 2 Plantas Animais Micro-organismos Restos orgânicos Querogênio (e outras M.O) em sedimentos jovens Querogênio (e outras M.O) em sedimentos antigos Rochas-fonte ricas em HCs Hidrocarbonetos líquidos Petróleo no reservatório (Gás úmido) ---------------- Metano termal Calor - Pressão Tempo + Respiração Calor Metano Oxidação M e ta n o b io ló g ic o Maturação orgânica Migração Acumulação Metamorfismo orgânico Migração de HCs leves + carbono HCs leves e metano Energia solar L it o s fe ra B io s fe ra H id ro s fe ra A tm o s fe ra Figura 3 – Ciclo Biogeoquímico (Brooks, 1981). Garantte Investment Certificate Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Os sedimentos contém matéria orgânica de duas origens: – Alóctone: • M.O proveniente de outros lugares e que foi transportada para a bacia. – Pode conter resíduos orgânicos diageneticamente alterados e materiais retrabalhados que, provavelmente, representam componentes mais estáveis de matéria orgânica, os quais já foram, em parte, alterados pelo ciclo geoquímico. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I – Autóctone: • M.O originária do local de sedimentação. • Frequentemente associada a materiais biológicos específicos. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Brooks & Shaw (1972): – Mudanças na matéria orgânica sedimentar são função: • Da origem evolucionária da matéria orgânica. • Do tempo. • Da temperatura. » Sedimentos muito antigos contém apenas resíduos de organismos primitivos. » Quanto mais antigos os sedimentos, mais estável será a composição química da matéria orgânica sedimentar. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Acumulação: – A acumulação de M.O nos sedimentos depende dos processos: • Que preservam e concentram a matéria orgânica. • Que degradam e diluem a matéria orgânica. – Estima-se que apenas 1% da matéria orgânica produzida no ciclo biogeoquímico é incorporada nos sedimentos. – O restante é preservado em ambientes anóxicos detríticos. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Portanto, a acumulação de sedimentos ricos em matéria orgânica pode se dar devido a um ou mais fatores: – Produtividade elevada. – Alta preservação. – Baixa diluição. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • M.O. e Eventos Anóxicos: – Oceanic anoxic event (OAE), Schlanger & Jenkins (1976). eventos anóxicos estão relacionados à acumulação e preservação de matéria orgânica. – OEA estão relacionados as maiores produções de petróleo e gás natural folhelhos negros. Aumento de H2S Queda de O2 > 25oC Níveis elevados de CO2 Oceanos quentes Grandes tempestades Maior erosão Mais nutrientes Síntese 1 • OAE’s Eventos de anóxia global. • M.O Rica em lipídios, depositada e preservada nos oceanos. Síntese 2 • Climas típicos do Jurássico e do Cretáceo. • Gases + temperatura efeito estufa. Síntese 3 • Correlações entre OAE’s e eventos de extinção em massa. • Toarciano e Cenomaniano –Turoniano. Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Hoje: – 70% das rochas-fonte são do Mesozóico. – 15% do Paleógeno. • Correlação entre OAE’s do Mesozóico e extinções em massa (Toarciano e Cenomaniano-Turoniano). Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Rochas-fonte ricas em matéria orgânica: – Rochas-fonte devem conter quantidades consideráveis de fitoplâncton marinho, que é rico em lipídios. – Satisfeita esta primeira condição, o fator principal passa a ser a existência de um ambiente anóxico (ambientes aquáticos pobres em oxigênio, em que, literalmente, toda a atividade biológica aeróbica cessou). Vídeo: Geology formation basin oil trap Tipos de Querogênio Ambiente Tipo Forma Origem Potencial para HC Aquático Alginito •Corpos algáceos I Querogênio amorfo •Restos sem estruturação de origem algácea Óleo •Material planctônico sem estruturação, Terrestre II principalmente de origem marinha Exinito •Resíduos de esporos e polen, cutículas de folhas e plantas herbáceas III Vitrinito •Matéria húmica coloidal, fragmentos fibrosos lenhosos e sem estruturação Gás Algum óleo Principalmente gás IV Inertito •Restos de madeira reciclada e oxidada Nenhum Acumulação de Matéria Orgânica UNIDADE I • Demaison & Moore (1980), Brumsack (1980), Wakeham et al (1980): – Rochas-fonte (potenciais) ricas em matéria orgânica foram (e ainda são) depositadas em quatro tipos principais de ambientes anóxicos: Grandes lagos anóxicos Bacias anóxicas embarreiradas Leitos anóxicos produzidos por ressurgência Leitos anóxicos em oceano aberto Lago Tanganica Mar Negro Linhas costeiras Índico Formação Green River Mar Báltico Califórnia, Peru, Chile, Austrália Ocidental, Sudoeste da África Golfo da Califórnia - - Bacia de Paris - - Atlântico - Idade - Eoceno Jurássico Inferior Terciário da Callifórnia Folhelhos negros do fim do Jurássico e do médio Cretáceo Fonte: Demaison & Moore (1980), Brumsack (1980), Wakeham et al (1980). Diagênese e Maturação da Matéria Orgânica Sedimentar Início Diagênese alteração microbiológica e química Fim Maturação mudanças químicas perdas de voláteis aumento da aromacidade dos resíduos Metamorfismo mudanças químicas carbonização Sedimentação Geopolímeros (querogênio) Biopolímeros T e m p e r a t u r a Figura 5a – Diagênese Orgânica, Brooks (1981) Componentes com razão elevada de H/C Querogênio Liptinito / Exinito Petróleo Condensado & Gás Metano Grafite Migração T e m p e r a t u r a Metano biológico Metano biológico Algas Espóros Pólen Ceras Resinas Cutículas POTENCIAL GERAÇÃO DE ÓLEO Figura 5b – Maturação, Brooks (1981) Baixa razão H/C Turfa e húmus Brown coal Linhitos Ácidos húmicos Carvões sub-betuminosos com vitrinito, exinito, inertito Carvões betuminosos Antracito Grafite Querogênio Matéria orgânica dispersa com vitrinito e inertito Gás e Condensado Metano Grafite Metano biológico Metano biológico Metano Metano Metano Lenha Material alterado POTENCIAL PARA GÁS Figura 5c – Metamorfismo, Brooks (1981) Metano + HCs leves Rochas–Fonte de Hidrocarbonetos Rochas-Fonte UNIDADE I • O termo rocha-fonte de hidrocarbonetos é utilizado sem fazer distinção ao grau de maturação da matéria orgânica, ou seja, aplica-se o termo para M.O matura ou imatura. • A classificação da rocha-fonte é definida com base em: – Quantidade e tipo de matéria orgânica. – Estágio diagenético ou maturação. – Natureza e possível quantidade de hidrocarbonetos que será produzida. Rochas-Fonte UNIDADE I • As condições para que os sedimentos se tornem rochas-fonte são: – A presença de matéria orgânica adequada e suficiente (TOC). – O tipo adequado de querogênio, seja com potencial para óleo (oil-prone) ou com potencial para gás natural (gas-prone). – Nível de maturação necessário à formação do petróleo. Rochas-Fonte UNIDADE I • Quantidade de matéria orgânica: – É o principal requisito para a geração de HCs nas bacias sedimentares. • Por exemplo: uma rocha contendo 0,6% de carbono orgânico total (TOC) cuja matéria orgânica é principalmente derivadas de algas, é uma rocha fonte melhor do que 4% de semi-fusinito e inertito (Brooks, 1981). Rochas-Fonte UNIDADE I • Não existe uma quantidade mínima que venha a determinar se uma rocha será rocha-fonte. • As condições para isso devem ser avaliadas bacia por bacia. Rochas-Fonte UNIDADE I • Todavia, sobcondições favoráveis, pode-se arbitrar um limite inferior empírico de 0,4% TOC (aprox. 0,5% da matéria orgânica). • Este teor é geralmente aceito como como a concentração mínima requerida antes da geração (significativa) e expulsão dos hidrocarbonetos líquidos (e gases) ocorrer. Rochas fonte contém (geralmente) (%) COT/peso* Folhelhos Carbonatos Melhores 0,5 – 2,0 0,2 12 *Tissot & Welte (1978): valores mínimos deTOC têm de ser atingidos (nível crítico) antes que a expulsão da rocha-fonte (migração primária) seja possível. Rochas-Fonte UNIDADE I • Quanto às rochas-fonte, existe uma corrente de autores que defende a geração de hidrocarbonetos em determinadas rochas como mais eficiente do que em outras. • Para Hunt (1979), as rochas carbonáticas são as mais eficientes, pois sua matéria orgânica é quase que inteiramente derivada de material planctônico amorfo. Rochas-Fonte UNIDADE I • Para outros autores, embora o folhelho contenha grandes quantidades de TOC, também apresenta grandes quantidades de material terrígeno (vitrinito e inenrtito), o que representa um potencial mínimo, senão zero, para hidrocarbonetos líquidos. ORIGEM TERMINOLOGIA Aquática Liptinito Tipo I Algas Amorfo (sapropel) Amorfa Restos amorfos Exinito Terrestre Exinito Tipo II Herbácea Vitrinito Vitrinito Tipo III Lenhosa Carbonosa Húmica Restos de plantas estruturadas Inertito Tipo IV ou IIb Inertito Inertito Figura 7 – Principais Grupos e Sub-Grupos do Querogênio, Brooks (1981). Brooks (1981) sustenta que, mesmo sob as condições mais favoráveis, um máximo de 15% da matéria orgânica sedimentar será convertido em hidrocarbonetos líquidos. Destes 15%, não mais do que 15% de produtos da família do petróleo migrarão da rocha-fonte, ou seja, 2,2% do total. A quantidade de petróleo gerado que formará acumulações comerciais também fica nessa faixa (Hunt 1977a). 15% 2,2% ≈2,0% COT Rochas-Fonte UNIDADE I • Hunt (1979) estimou que no campo de Oil Spring, em Santa Fé (Califórnia), cerca de 4% da matéria orgânica disponível foi responsável pela geração de petróleo. – Hunt (op.cit) acredita que as rochas sedimentares são ineficientes para expelir os hidrocarbonetos (migração). Tipos de Matéria Orgânica Materiais insolúveis amorfos (querogênio) Morfologicamente estruturados Compostos orgânicos solúveis • Pólen, esporos, tasmanitos, dinoflagelados, acritarcas) e • Que podem ser transformados em solventes orgânicos que contém compostos que são chamados de “marcadores biológicos” em geoquímica. • Parcialmente estruturados: vitrinitos, cutículas, fragmentos de esponjas). • Estes compostos são móveis no interior das rochas. Outros Tipos de Matéria Compostos orgânicos sedimentares Compostos químicos Composição • Esporos. • Resinas. • Cutículas. • Ligno-polissacarídeos. • Ceras. •Hidrocarbonetos saturados. •Porfirinas. •Isoprenoídes. •Carotenoides. •Terpenos. •Esteranos. Função Proteção em seu contexto biológico Representam o grau de degradação dos pigmentos plantares e metabólitos Preservação Mais resistentes aos ataques microbiológicos e químicos bem preservados nos sedimentos. Frequentemente preservados nas rochas. Rochas-Fonte UNIDADE I • O querogênio, que produz a maioria dos hidrocarbonetos, é derivado de quatro fontes principais: – a) aquática (marinha e água doce). – b) terrestre e materiais retrabalhados. Rochas-Fonte UNIDADE I • Idéia central: – Diferentes tipos de matéria orgânica possuem potenciais diferentes para a geração de hidrocarbonetos. Figura 7 – Principais Grupos e Sub-Grupos do Querogênio, Brooks (1981). ORIGEM TERMINOLOGIA Aquática Liptinito Tipo I Algas Amorfo (sapropel) Amorfa Restos amorfos Exinito Terrestre Exinito Tipo II Herbácea Vitrinito Vitrinito Tipo III Lenhosa Carbonosa Húmica Restos de plantas estruturadas Inertito Tipo IV ou IIb Inertito Inertito Tipos de Querogênio Liptinito Exinito Vitrinito Inertito • Elevada quantidade de hidrogênio. • Quantidade reduzida de oxigênio, devido á presença de cadeias carbônicas alifáticas. • Teor elevado de hidrogênio (mas inferior ao do liptinito). • Cadeias alifáticas, naftenos saturados e ciclo- aromáticos com grupos funcionais oxigenados. • Baixo teor de hidrogênio. • Elevado teor de oxigênio. Resíduos opacos (quando observados em lâmina). • Derivado de material algáceo (ex: a alga marinha Botryococcus). • Derivada de plantas membranosas: espóros, pólen, cutículas, ou seja, as partes estruturadas das plantas. • Estruturas aromáticas, com cadeias alifáticas curtas conectadas por funções oxigenadas. • Apresentam alto teor de carbono e reduzido teor de hidrogênio. • Poucos aromáticos e grupos funcionais oxigenados. • Maioria derivada de material lenhoso estruturado (lignina). • Potencial elevado para petróleo. • Bom potencial para óleo. • Pode gerar um condensado (termal). • Bom potencial para gás. • Possui potencial limitado para petróleo. • Potencial elevado para gás. • Não possui potencial para petróleo ou gás. Tipos de Querogênio Ambiente Tipo Forma Origem Potencial para HC Aquático Alginito Corpos algáceos I (Liptinito) Querogênio amorfo Restos sem estruturação de origem algácea Óleo Material planctônico sem estruturação, Terrestre II principalmente de origem marinha Exinito Resíduos de esporos e polen, cutículas de folhas e plantas herbáceas III Vitrinito Matéria húmica coloidal, fragmentos fibrosos lenhosos e sem estruturação Gás Algum óleo Principalmente gás IV Inertito Restos de madeira reciclada e oxidada Nenhum Querogênio Composição H:C Geração Liptinito Tipo I M.O. Amorfa Algas e bactérias 1,6 – 1,8 Óleo e gás Exinito Tipo II M.O. Herbácea Folhas, pólen, espóros, etc. 1,4 Gás Algum óleo (parafínico) Vitrinito Tipo III M.O. Lenhosa Lenha + vasos condutores ≤ 1,0 Pouco gás Inertito Tipo IV (IIb) - - - Sem potencial p/ óleo ou gás Aspectos Químicos UNIDADE I • Sistemas vivos não produzem misturas complexas de HC’s leves (incluindo compostos aromáticos e alicíclicos). • Portanto, a presença destes compostos nos sedimentos é atribuída a processos termais. • Maturação • Estes hidrocarbonetos leves são separados em dois grupos: • C1 – C4 • C4 – C8 (faixa da gasolina). Estágios de Maturação Imaturo Maturo Pós-Maturo •A maioria do gás é metano biológico. •Teor de gasolina é muito baixo, com a maioria dos componentes ausente. •O gás contém grandes quantidades de hidrocarbonetos C2 – C4 (gás úmido). •Rico em gasolina, com todos os compostos C2 – C7. •O metano é termal. •Quase nenhuma ou pouca fração de gasolina. Definições Estágio Catagênese Metagênese Processos • Nível intermediário (entre a diagênese e a metagênese). • Consolidação sedimentar. • Estágio final da diagênese. • Início do metamorfismo. Produtos •Alterações que levam à geração da maioria do óleo e gás. • Geração do gás seco . • Sedimentos-fonte de petróleo super maturos. Profundidade x Formação de Petróleo 48,84 oC 176,49 oC Origem do Gás Natural Origem do Gás Natural UNIDADE I • Gás natural quanto à origem: – Gás biogênico (Link, 1996): • Formado em baixas temperaturas, com profundidades de soterramento < 300 ft (aprox. 91,5 m), sob condições anaeróbicas ou associadas a taxas elevadas de sedimentação marinha. • O oxigênio é eliminado logo no início e por isso a presença de enxofre é reduzida. • O metano é o gás mais comum e se forma após a eliminação dos sulfetos. • O gás carbônico da matéria orgânica original é gerado: quimicamente devido a suave elevação de temperatura ou metabolicamente pelas bactérias anaeróbicas. • A oxidação anaeróbica do dióxido de carbono produz o metano. • Cerca de 20% do gás conhecido mundialmente é de origem biogênica. • Ocorre em rochas desde o Cretáceo até o Pleistoceno. • Exemplos: Deltas do Nilo, Niger, Orinoco, Mississipi e Amazonas. Origem do Gás Natural UNIDADE I – Gás termogênico (Link, 1996): • Formado em temperaturas e pressõesde soterramento bem maiores que as do gás biogênico. • Forma-se durante a catagênese média e em baixo grau tardio da metagênese (diagênese das rochas) devido a alteração do querogênio e de outros constituintes orgânicos devido ao craqueamento molecular e degradação. • O gás termogênico contém metano e quantidades significativas de hidrocarbonetos mais pesados que o gás biogênico. • À medida que a temperatura sobe, hidrocarbonetos mais leves se formam como gás úmido e condensado nas fases finais da termogênese. • O metano termal substitui o metano biogênico durante a catagênese. • O gás úmido e os condensados acompanham a progressão da catagênese seguidos por um metamorfismo de baixo grau (metagênese) e metano termogênico. À medida que o metamorfismo avança, todo o petróleo é eliminado. Rochas-Fonte Aspectos Químicos UNIDADE I • Referências: – BROOKS, J (Ed). 1981. Organic Maturation Studies and Fossil Fuel Exploration. Academic Press. 444p. – BRUMSACK, H.J. (1980). Chem. Geol. 31, 1-25. – BROOKS & SHAW (1972). Chem. Geol. 10, 69-87. – DEMAISON & MOORE (1980). AAPG Bull., 64, 1179 – 1209. – HUNT (1977). AAPG Bull., 40, 100-104. – HUNT (1979). In: Petroleum Geochemistry and Geology. W.H. Freeman, San Francisco. – WAKEHAM et al (1980). Nature, 286, 798-800. Composição do Petróleo e do Gás Natural - Unidade II - Composição do Petróleo UNIDADE II • Petróleos são uma mistura de hidrocarbonetos (C + H), que contém uma pequena quantidade de compostos não-hidrocarbonetos. • o teor de HCs no petróleo é, geralmente, maior que 75%, mas petróleos muito pesados podem ter algo em torno de 35%. Composição do Petróleo UNIDADE II Composição elementar (média) do petróleo: C (83% - 87%) C (85%) H (11% - 14%) H (12,5%) S (0,01% - 8%) O (0% - 2%) N (0,01% – 1,7%) Metais (0% - 0,1%) Fórmula estrutural (CH1.8)n Composição do Petróleo UNIDADE II • Os petróleos contém quatro tipos de HCs: – Alcanos (parafinas). • alcanos (tipo olefinas) não são encontrados na maioria dos petróleos. • alquinos (tipo acetilenos) não são encontrados nos petróleos. • alquenos são produtos importantes resultantes do craqueamento. – alquenos e alquinos são a base da indústria petroquímica. – Cicloalcanos (naftenos). – Aromáticos. – Naftenoaromáticos (HCs complexos). Composição do Petróleo UNIDADE II • Alcanos: – Hidrocarbonetos com estrutura em cadeia carbônica aberta ou alifática (saturada, i.e., átomos de C estão ligados a outros átomos de C (s). Todos os átomos de C não ligados a átomos de C estão ligados a átomos de H. – existem alcanos normais (n-alcanos) de cadeia reta e outros de cadeia ramificada (iso-alcanos). – Fórmula geral CnH2n + 2 CH3 – CH2 – CH2 – CH3 n-butano CH3 – CH – CH3 CH3 iso-butano Composição do Petróleo UNIDADE II • n-alcanos é o único grupo de HCs capaz de formar cristais mixados (comuns no petróleo e chamados de parafinas). • Estes cristais aumentam a viscosidade do óleo. • Todas as outras substâncias encontradas no petróleo não cristalizam, mesmo quando o ponto de fusão está muito abaixo da temperatura do óleo. Composição do Petróleo UNIDADE II • Cicloalcanos: – Hidrocarbonetos saturados também chamados de naftenos. – As moléculas têm a forma de anel. – Os mais importantes são: • C5H10 (ciclopentano). • C6H12 (ciclohexano). Ciclopentano Composição do Petróleo UNIDADE II • Ciclonaftenos: – ciclopentano. – metilciclopentano. – etilciclopentano. – 1,1 dimetilciclopentano. Composição do Petróleo UNIDADE II • Hidrocarbonetos aromáticos: – Compostos com anéis de seis átomos de carbono, que não contém um número máximo de hidrogênios nas moléculas e, por isso, são insaturados. – Possuem ligações duplas (p). – o membro mais comum é o benzeno (C6H6). Benzeno Composição do Petróleo UNIDADE II • Naftenos aromáticos: – Também chamados de HCs complexos. – Contém grupos aromáticos e anéis naftênicos na mesma molécula. A posição H pode ser substituída por um grupo alquil reto ou ramificado. – Em muitos tipos de petróleo, os principais representantes são as frações de ponte de ebulição muito elevado. – Exs: tetralina (C10H12), ciclopentanofenantreno (C17H14). Tetralin C 10 H 12 Ciclopentanonafteno C 17 H 14 ALCANOS (Parafinas) NAFTENOS (Cicloalcanos) NAFTENO- AROMÁTICOS (HC’s Complexos) AROMÁTICOS Cadeia aberta reta ou ramificada Moléculas em forma de anel Moléculas com aromáticos e naftênicos Anéis com 6 átomos de C Ligações simples - - Ligações duplas Petróleos Segundo os Tipos de HCs Vídeo: Refinación del petroleo Composição do Petróleo UNIDADE II • Outros componentes: – Compostos de enxofre. – Compostos de oxigênio. – Compostos de nitrogênio. – Compostos metálicos. Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos de enxofre: – Normalmente são o grupo mais numeroso dentre os compostos não-hidrocarbonetos. – Encontrados nos derivados e nos resíduos dos derivados. – Considerados impurezas (exceto o asfalto), devido as características corrosivas (ácidas), instabilidade química, mau cheiro e a propriedade de contaminar as catálises da refinaria. – Quando da combustão convertem-se em SO2 que é poluente. Composição do Petróleo UNIDADE II • Os grupos mais comuns de compostos de enxofre são: – Mercaptanos H-S-R. – Sulfetos R-S-R • Dissulfetos R-S-S-R' • Polissulfetos R-(S)n-R'. – Tiofenos (tioils). • Alquiltiofenos • Monotiofenos • Bitiofenos • Policiclotiofenos • Benzotiofenos. Tiofeno H SH Ciclohenanotiol Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos de oxigênio: – No petróleo ocorrem três grupos de compostos de oxigênio, na forma de ácidos ou sais: • Ácidos naftênicos. • Fenóis. • Ácidos graxos. Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos de oxigênio: – Ácidos naftênicos. • Formados por um ou mais anéis ciclopentanos ou ciclohexanos, com ou sem ramificações e/ou substitutos alquil não-ramificados com pelo menos um grupo carboxila em um dos anéis ou em uma cadeia lateral. • Dentre os compostos com oxigênio presentes no petróleo, os ácidos naftênicos são os de concentração mais elevada. Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos de oxigênio: – Fenóis: • Os mais conhecidos são os fenóis, crisois, xilenos e os β- naftenos. • Os compostos asfaltenos apresentam fenolatos e fenóis de alto peso melecular. – Ácidos graxos: • Derivados do ácido fórmico (H-COOH). • Estes compostos podem ser enriquecidos nos resíduos de destilação do que os compostos de enxofre. COOH OH CH3-(CH2)n-COOH Ácidos graxos Fenol Ácido naftênico (ácido ciclopentano carbônico) Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos de nitrogênio: – Nos petróleos ocorrem compostos de nitrogênio neutros e básicos. A proporção dos básicos é de 25% a 35%, dentre os compostos de nitrogênio, sendo também os mais conhecidos. – Alguns compostos de nitrogênio são instáveis, especialmente em temperatura de ebulição. – Na destilação podem contaminar o processo de catálise. – Estes compostos ocorrem nos derivados, assim como nos resíduos dos derivados. N H Pirolo Pìridina Quinolina Composição do Petróleo UNIDADE II • Compostos metálicos: – Três grupos ocorrem no petróleo: • Sais inorgânicos: – cloretos e sulfatos de sódio, potássio,magnésio e cálcio. • Soluções metálicas (sopas): – cátions e ânions inorgânicos. • Complexos organo-metálicos: – Porfirinas com um destes grupos metálicos [vanádio (0-300 ppm V/kg de petróleo bruto, geralmente maior em óleos de densidade elevada), níquel, ferro e cobalto]. – Estes metais, em especial o vanádio, são corrosivos. – Muitos compostos metálicos ocorrem em concentrações diminutas. Composição do Petróleo UNIDADE II • Composição do Gás Natural: – Gases naturais são gasosos sob pressão padrão e temperatura ambiente. – (São) hidrocarbonetos que mesmo misturados a outros gases ainda são combustíveis. – Outros gases também encontrados na crosta terrestre, como o nitrogênio e o dióxido de carbono, não são consideradosgases naturais. Composição do Petróleo UNIDADE II • Entende-se gás natural como o gás armazenado em um reservatório independente do petróleo. • Os gases do petróleo são a parte gasosa que se separa do petróleo por meio da expansão. • Condensados são a transição entre gases e óleos. • O gás natural e os gases do petróleo são denominados conjuntamente de gases naturais. Composição do Petróleo UNIDADE II • Hidrocarbonetos: – O principal componente de qualquer gás é o metano (CH4). – A maior parte dos gases contém os membros da série dos n-alcanos, cuja concentração diminui com o número de carbonos. Também existem i-alcanos. – Do hexano em diante há apenas traços. – Existem gases que são quase metano puro e outros gases com quantidades consideráveis de gases inertes. Metano Metano Etano Propano Butano Composição do Petróleo UNIDADE II • Não-hidrocarbonetos: – Gases inertes: • Nitrogênio, hélio e dióxido de carbono. • O nitrogênio ocorrem em concentrações de 0% - 100%. Os gases com nitrogênio elevado não são recuperáveis, pois o poder calorífico é muito baixo e a separação do nitrogênio pode não ser economicamente viável. • Gás com teor de nitrogênio de vol-60% tem poder calorífico de 17 580 kJ/m3 = 4 200 kcal/m3. Um poder calorífico equivalente ao gás de cidade. Composição do Petróleo UNIDADE II – Gás hélio ocorre na maioria dos gases em concentrações de até vol-7%. – O dióxido de carbono é encontrado em concentrações de vol-60%, sendo mais fácil de separar que o nitrogênio. Gases com concentrações elevadas de dióxido de carbono são de mais fácil recuperação. • Gases naturais contém vapor d’água devido a pressão parcial de vapor no reservatório. Às vezes o gás natural está misturado a gotículas de água que contém sais, em geral, cloreto de sódio. Composição do Petróleo UNIDADE II • Hidratos de Gás: – Alguns hidrocarbonetos, especialmente aqueles com compostos orgânicos, podem formar hidratos com água, que sob pressão normal são gasosos: • Metano, etano, propano e butano • Mostram-se como compostos cristalinos, sólidos e esbranquiçados com uma consistência que varia entre a neve e a parafina. • Cada unidade elementar de hidrato apresenta 46 moléculas de água e 8 moléculas de hidrocarbonetos. Composição do Petróleo UNIDADE II • Composição dos Gases Naturais: – Como já visto, os gases naturais são compostos de metano e de seus homólogos. – O gás natural dos reservatórios de gás (somente gás) contém, além do metano, pequenas quantidades de etano, propano e às vezes butano. Composição do Petróleo UNIDADE II • Gás natural (petróleo) x Gás natural (carvão): – A maioria dos gases naturais, gases de petróleo e condensados têm a mesma origem do petróleo. – O carvão também apresenta metano quando da formação (grisu). Composição do Petróleo UNIDADE II • Águas de processo (ou de produção – oil field waters): – Águas de formação presentes nos reservatórios de petróleo e gás natural. – Não existe reservatório de hidrocarbonetos sem água. Composição do Petróleo UNIDADE II • Originalmente, os espaços porosos do reservatório eram preenchidos por água, que foi depois deslocada por óleo. • As águas encontradas nos reservatórios de gás e petróleo são salmouras (em geral). i.e, soluções salinas aquosas (0% - 35%). Composição do Petróleo UNIDADE II • Classificação dos Petróleos e dos Gases Naturais: – A classificação dos petróleos se dá com base em: • densidade (densidade o API). • densidade das frações-chave. • o API = (141,5 / densidade 60 o F) – 131,5 – 60 o F = 15,56 o C Cotação US$/bbl País Tipo Julho (2000) Julho (2006) oAPI Oriente Médio Arabian light 40 68,89 40 Noruega Brent 28,66 73,66 38 Ásia Dubai 26,19 69,17 31 EUA WTI 30,06 74,33 39 México Maya (pesado) 23,41 56,82 21,57 Istmo (leve) 28,12 67,89 33,44 Olmeca (super leve) 29,21 73,59 38,30 FONTE: OPEC Composição do Petróleo UNIDADE II • Classificação de Tissot & Welte (1978): – Classificação dos seis grupos: • Óleos: – parafínicos. – parafínicos naftênicos. – naftênicos. – aromáticos asfálticos. – aromáticos naftênicos. » Classificaram em seis grupos após a análise de mais de 600 petróleos no Instituto Francês de Petróleo (destilação em temperatura de 240oC) HC’s Saturados Aromáticos (A) Parafinas (P) Alquilauril Naftenicos (N) Naftenoaromatico Compostos Nx, Sx, Ox Asfaltenos Resinas Classificação de Tissot & Welte (1978) Destilação a 240oC Petróleos Brutos (%) Grupo 40,1 Parafínicos naftênicos 23,3 Aromáticos intermediários 18,5 Parafínicos 7,6 Aromáticos asfálticos 6,7 Aromáticos naftênicos 3,9 Naftênicos Após a Análise de 541 Petróleos Tissot & Welte (1978) Componente Vol (%) Componente Vol (%) CH4 81,5 N2 5,2 C2H6 3,6 CO2 4,6 C3H8 2,0 H2S 1,4 C4H10 0,4 - - C5H12 0,2 He 0,04 >C5 1,0 - - Fonte: Neumann et al (1981). Composição Média dos Gases Naturais (Europa, África e América do Norte) Composição do Petróleo UNIDADE II • Definições: – Gás seco: • Gás contendo pouco ou nenhum hidrocarboneto líquido. – Gás úmido: • Gás associado com petróleo líquido. – Condensado: • Hidrocarboneto líquido de API elevado (60º+ API) produzido (associado) com gás úmido. – Capa de Gás Gás livre acima do petróleo líquido. Composição do Petróleo UNIDADE II • Classificação dos Gases Naturais: – Com base no fator de combustão, segundo o número de Wobbe (Wu): – Wu = (Hµ /√p/pa) – H = Valor calorífico ( kcal/Nm3 ou kJ/Nm3). – p = densidade do gás. – pa = densidade do ar. Composição do Petróleo UNIDADE II • Números de Wobbe (Wu): – Gases naturais: • 10 000 a 13 300 kcal/Nm3 • (ou) 41 900 a 55 700 kJ/Nm3 – Gás de cidade (carvão): • 24 600 a 31 800 kJ/Nm3 • (ou) 5 400 a 7 600 kcal/Nm3 Composição do Petróleo UNIDADE II • Existem três tipos de gases: – T = gás de cidade, carvão e de forno. – N= gases naturalmente líquidos: • baixo Wu (L). • alto Wu (H). – L = gases liquefeitos. Composição do Petróleo UNIDADE II • Do ponto de vista de recuperação e tratamento, os gases naturais são divididos: – Segundo o teor de gás sulfídrico (H2S): • Gases com pressão parcial de H2S > 0,01 são chamados de sour gases e os outros de sweet gases. – Segundo o teor de HCs condensados. Composição do Petróleo UNIDADE II • Classificações do Gás Natural: – Segundo a ocorrência: • a) Gás associado: – Gás dissolvido em petróleo bruto que é mantido em solução devido à pressão do reservatório. Ocorre em profundidades em que a pressão é suficiente para mantê-lo em solução. • b) Gás não-associado: – Gás em um reservatório sem petróleo bruto. Pode ser resultado de profundidade e temperatura elevada de formação dos HCs em que o petróleo líquido não se forma. Contudo, a maior parte, atualmente em produção, envolve gases de temperatura normal em profundidade, talvez devido à erosão da cobertura. – b.1) Gás seco: » Gás não-associado sem hidrocarbonetos condensados em condições normais de separação de petróleo e gás. • c) Condensados: – Hidrocarbonetos leves com uma fase gasosa. CLASSIFICAÇÕES DOS GASES NATURAIS Quanto à (ao) Presença de petróleo Ocorrência Recuperação Fator de combustão (Wu) Seco Não associado Sour gas (H2S) Naturais (N) Úmido Associado Sweet gas (H2S) Cidade (T) - - Presença de condensados Líquidos (L) Composição do Petróleo UNIDADE II • Fases de petróleo e gás: – Os hidrocarbonetos podem ocorrer em fases líquidas ou gasosas que estão sujeitas a temperatura e pressão. Para temperatura elevada e baixa pressão, os hidrocarbonetos ocorrem como fase gasosa. – Quando temperatura e pressão excedem o ponto crítico, os hidrocarbonetos estão em uma única fase que não é gasosa ou líquida. O ponto crítico é a temperatura acima da qual o hidrocarboneto não vai existir em duas fases (temperatura e pressão críticas).
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