UIFF – Pós-Graduaç ão em Avaliaçã o Psicológica Aval iação em Cont exto Foren se Formadora: Mestre Sandra Fornelos Formanda: Carla Sofia Coelho Serra Teste da Árvore Introdução teórica O teste da árvore insere-se dentro dos chamados "Testes Projectivos" O teste projectivo é um instrumento de avaliação ao serviço da clínica psicológica e uma tentativa de compreensão do funcionamento mental do outro. Introdução teórica As técnicas projectivas têm como finalidade: • Aceder ao funcionamento mental do sujeito; • Aprender a realidade do outro, a subjectividade; • Proceder a um diagnóstico psicológico e a um diagnóstico diferencial. Introdução teórica Objectividade vs Subjectividade Objectividade: Psicometria; Provas estandardizadas, aferidas; Procura medir uma função. Subjectividade: Com base quase exclusivamente na intuição; Se não houver capacidade de intuir as técnicas as teorias não valem nada; A intuição permite-nos formular as hipóteses; Intuição tem de ser contrabalançada com elementos da realidade. Introdução teórica Técnicas projectivas Obedecem a critérios: Objectivam a subjectividade; É a realidade do outro que interessa e não a nossa; Temos que ter a humildade de ter consciência de que nem tudo sabemos. No movimento Projectivo as pessoas distorcem a realidade introduzindo crenças, valores, pensamentos próprios. Introdução teórica Projecção nas técnicas projectivas Como conceito aparece sempre associada à percepção. Não há projecção sem percepção. Quando apresentado o estímulo ao sujeito, há uma ligação das duas. Há uma junção do movimento perceptivo e do movimento projectivo. Através da projecção a ambiguidade dos estímulos externos, ganha estatuto de imagens bem definidas. Mecanismo de adaptação à realidade. Não confundir com os mecanismos de evacuação do que resulta insuportável ao sujeito (psicóticos). Introdução teórica O processo projectivo Só são acolhidas , investidas pelo sujeito, as percepções ou excitações que reactivam traços mnésicos. Só vemos aquilo que podemos, com os olhos que temos. Parimos de um determinado estímulo que vai reactivar em nós memórias subjectivas e individualizadas. Nós temos coisas em comum mas temos memórias individuais. Selecção logo à partida dos estímulos. Reparamos no estimulo em função da nossa problemática individual, em função de nós próprios. Integramos os estímulos num esquema pessoal respostas nem certas nem erradas. Introdução teórica Parâmetros da situação projectiva O material A instrução A relação Psicólogo - Sujeito Introdução teórica Situação projectiva • Sujeito tem que se mobilizar psicologicamente para ligar, ordenar o interno e o externo. • Assistimos a oscilações mais ou menos subtis entre a realidade externa e a interna. • A projecção vai acabar por colorir a realidade externa. • Há indivíduos que “ mergulham “ nos fantasmas e secundarizam o discurso. Introdução teórica • Para outros o material é tão destrutivo que não voltam a contactar com a realidade. • Equilíbrio: oscilação entre a actividade perceptiva e a projectiva. • Boa distancia: permite ao sujeito que as respostas expressas , tendo presente a realidade externa, mostrem a ressonância fantasmática. • Importante: manter presente a realidade, não a perder de vista ( forma, cor…) • Desaparecimento do principio da realidade: • Quando há um investimento massivo das representações reactivado pelo conteúdo latente dos cartões. • Quando a projecção domina sobre a percepção. O teste da árvore – Conceitos associados No teste da árvore todo o desenho constitui um idioma de imagens cujo propósito é comunicar. O indivíduo, adulto ou criança, informa através do desenho sobre a sua relação com o mundo, interno e externo, no que é desenvolvido (desenhado). O teste da árvore – Conceitos associados Toda a produção gráfica leva a marca da vida psíquica do indivíduo, mas como explicar isto?, como explicar que a pessoa pode capturar o seu carácter numa escritura ou em desígnio gráfico? que mecanismo é?, quais são as causas?.... O teste da árvore – Conceitos associados Para responder a estas questões encontramos quatro elementos da mente humana: O teste da árvore – Conceitos associados Área perceptiva (AP) – Encarregue de perceber ou capturar os estímulos que vêm do exterior; Área Pré-motora (APR) – encarregue de enviar a mensagem para a acção somática; Consciente. Inconsciente. O teste da árvore – Conceitos associados Encontramos uma árvore que seria o estímulo; Este é captado pela AP, que neste caso seria o sentido da visão; Imediatamente passará ao inconsciente para ser reconhecido e classificado, já que é naquela zona que se encontra a memória; O inconsciente fará saber ao consciente para que o estímulo seja analisado de uma forma racional e possa extrair uma resposta para o APR; Uma possível resposta neste caso poderia ser: ir podar os ramos da árvore, apanhar as frutas, ou outros. O teste da árvore – Conceitos associados Contudo, existe também uma linha directa de comunicação que vai desde o inconsciente à área pré- motora; esta linha recorre aos actos puramente inconscientes (impressões ou sentimentos que nos deu a imagem da árvore ao longo de nossa vida, também traumas, sexo, etc). Isto é verdadeiro em qualquer um dos actos humanos (falar, escrever, pintar, gesticular, etc...) Todo este processo mencionado até aqui é denominado "Processo Mental", assim todo o acto que faz o sujeito será uma manifestação inconsciente de sua personalidade e do seu carácter. O teste da árvore – Conceitos associados Por tudo isto é que todo o teste projectivo tem uma vital importância ao conhecer o sujeito, já que os seus desenhos projectam o seu interior, carregado com toda a informação inconsciente (às vezes semi-inconsciente) que surge do mesmo sujeito. No Teste da Árvore, a árvore expressa as relações que existem entre o Id, o Ego, e o Super-ego. O teste da árvore – Conceitos associados Id Chamamos Id à mais antiga das instâncias psíquicas, o núcleo da nossa personalidade. Ele é constituído ou integrado pela totalidade dos impulsos instintivos. Grande parte do Id é formado por elementos arcaicos, quer dizer isso, aquilo que herdou, o que o sujeito traz desde o seu nascimento. É importante mencionar que os sectores do Id são inconsciente. Num aspecto dinâmico, o Id é composto por: Impulsos inatos, agressivos e sexuais, e por desejos reprimidos. O teste da árvore – Conceitos associados Ego No decurso do crescimento, o bébe vai adquirindo uma experiência da realidade que origina que uma parte Id se adapte a ela. O conteúdo do Ego é o resultado de identificações com as características de outras pessoas que vão tendo influência na vida da criança (especialmente as identificações com os pais). Em primeiro lugar, o Ego é pré-consciente e depois consciente. O Ego encontra-se numa posição de compromisso entre as pulsões do Id, os imperativos do Super-ego e as exigências da realidade. O teste da árvore – Conceitos associados Super-ego No desenvolvimento da personalidade constitui-se a terceira instância do psiquismo ao separar-se uma parte do Ego e observa-se a si mesmo julgando e criticando, ou seja, o Super-ego é a instância psíquica afastada do Ego que se auto observa, critica as acções do ser humano e apresenta a imagem ideal com a qual se deveria parecer. Além da censura, o Super-ego preside também na formação dos ideais, das funções imaginárias do eu, julga e critica, representa as exigências da moralidade e da sociedade. Origens do teste O desenvolvimento do teste de árvore como um teste projectivo e de psicodiagnóstico foi dado primeiramente por Emil Jucker, um consultor vocacional suíço. Foi continuado