ANAMNESE HOMEOPÁTICA JUL 2020

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Dra. Lucia Pires Mesquita
 A história do enfermo
Objetivo principal- Conhecer o indivíduo!
Acatamento e Acolhimento
“As primeiras impressões podem ser decisivas”
Observações por parte do homeopata:
- Modo de o paciente entrar.
- Como o cumprimentou.
- A primeira frase dita. 
Observações por parte do paciente:
 - Cumprimento efusivo?
 - Saudações calorosas? 
 - Atitude inadequada!
 - Artificialismo? Desconcertante!
O MAIS IMPORTANTE:
 “Manter discrição atenciosa = Terreno diferenciado para 
qualquer tipo de enfermo!
 *Conhecer o paciente (quem é?).
 *Como sofre a sua enfermidade?
 *Personalizar o paciente conforme suas necessidades!
COMPREENSÃO DO ENFERMO 
E DA ENFERMIDADE
CONDIÇÃO E NATUREZA HUMANA! A VIDA!
PSORA!
CONDUTA: RELATO ESPONTÂNEO!
IDENTIFICAÇÃO
SÍNTESE DA SUA EVOLUÇÃO BIOGRÁFICA!
(É a sua fotografia, ou o negativo desta)!
 NOME: 
É a personalidade que desenvolveu, formou.
 QUEM SOU EU?
 Progenitores: Corpo físico
Caráter 
Origem
 Sobrenome= próprio símbolo da origem e influência 
paterna e materna. 
SEXO:
 Biológico (óbvio)!
 Feminino: Significado orgânico; psicossocial.
Totalmente diverso do masculino!
 Masculino: Significado orgânico; psicossocial.
 Psicológico: Implicações próprias.
Explicitado durante suas exposições.
(referências e sintomas).
IDADE:
 - Momento biológico existencial;
 - Estados psicológicos= FAIXA ETÁRIA;
 - Ditados por: (a) Condição psíquica e orgânica;
(b) Expectativas internas e 
Solicitações externas 
(frente ao mundo); 
 “HÁ ENFERMIDADES E DISTONIAS PRÓPRIAS DE 
CADA PERÍODO ETÁRIO QUE IMPORTA VALORIZAR!”
NATURALIDADE:
 -Raízes étnicas e culturais; influência na 
formação do indivíduo.
COR:
 Possibilidade diagnóstica em certas raças!
 FATORES SOCIAIS!
ESTADO CIVIL:
 -Núcleo familiar ou relação mais intensa que o 
individuo desenvolve!
(a) Solteiro: Atrelado à família de origem?
Opção por vida isolada?
Permutou a família para outro grupo?
(b) Casado: Outra família – descendentes?
(c) Viúvo: Experiência no relato com relação a 
Perda!
(d) Separado: Drama (em geral) por trás dos 
Acontecimentos;
Mudança no estado civil;
AFETIVIDADE & AGRESSIVIDADE
PSORA
PROFISSÃO: Vocação;
Relações profissionais: Trabalho?
Colegas?
ENDEREÇO
 - Possibilidades financeiras;
 - Preferências ambientais;
 - Influências do meio a que estará sujeito; 
INÍCIO PROPRIAMENTE DITO DA HISTÓRIA:
PERGUNTA BEM GENÉRICA
Deixar o paciente à vontade para seu relato!
O PACIENTE
NESTA PRIMEIRA FRASE:
EMOÇÃO SÍNTESE DO ESSÊNCIA DA 
PROBLEMA QUESTÃO
O HOMEOPATA
 EVITAR SUGESTÕES
 EVITAR PERGUNTAS GENÉRICAS
 EM QUE AS RESPOSTAS SEJAM SIMPLIFICADAS DE 
“SIM” ou “NÃO”.
(ORGANON- 87/88)
“QUANDO O PACIENTE ESTIVER RECLAMANDO DAS 
PERGUNTAS, POR SEREM GERAIS, INESPECÍFICAS, 
MUITO ABRANGENTES, É PORQUE O 
INTERROGADOR ESTÁ SE CONDUZINDO 
HOMEOPATICAMENTE NA ANAMNESE”!
MODOS DE ABRIR A CONSULTA PARA SE OBTER UM 
RELATO ESPONTÂNEO:
- “E então, qual é o problema”?
-“O que está acontecendo com você”?
-“O que o traz aqui”?
O HOMEOPATA: - Todo atenção!
- Centuplica sua observação!
- Acura mais os sentidos!
Pois: “O início da verbalização deflagra um mecanismo de 
manifestação do ser, e, tudo fala por ele”!
O PACIENTE: (Estado íntimo naquele momento).
 - Raciocínio e memória;
 - Fisionomia;
 - Rito dos lábios; tom da fala;
 - Movimento dos músculos faciais;
 - Conteúdo emocional das palavras;
 - Movimento de braços e mãos;
 - Posição na cadeira e movimentos respiratórios
“É UMA CASCATA DE LUZ QUE COMEÇA 
A JORRAR, E, O HOMEOPATA, QUE ESTÁ 
CONSCIENTE DO QUE PRECISA SER 
ENCONTRADO, É COMO UMA CÂMERA 
FOTOSSENSÍVEL QUE NÃO DEIXA 
ESCAPAR QUALQUER ESTÍMULO POR 
SABER QUE EM ALGUNS DELES SE 
ENCONTRA O FIO QUE O LEVARÁ, PELA 
COMPREENSÃO MIASMÁTICA, AO 
ÂMAGO DAQUELE ENFERMO, EM 
ÚLTIMA INSTÂNCIA, AO SEU 
SOFRIMENTO PSÓRICO”.
 HOMEOPATA PRÉ-REQUISITO:
Ausência de preconceitos;
Sentidos perfeitos; Atenção na 
observação;
Fidelidade ao transcrever
 (a) AUSÊNCIA DE PRECONCEITOS:
- Para não macular e adulterar os sintomas do 
paciente;
- Não agregar valores próprios (outros já concebidos 
por parte do médico).
 (b) SENTIDOS PERFEITOS e 
 (c) ATENÇÃO NA OBSERVAÇÃO:
- Não deixar escapar dados relevantes!
 (d) FIDELIDADE AO TRANSCREVER:
- Não escrever aquilo que pensa;
- Escrever o que o paciente sente e diz.
OBS: CASO GRAFADO PERMITE:
 - Entender o paciente no tempo em 
momentos diversos;
 - Acrescentar informações em anamnese 
antiga;
 - Acompanhamento evolutivo do caso.
 “A HOMEOPATIA SE PROPÕE A ATENDER O 
INDIVÍDUO ENFERMO, O QUE IMPLICA 
RECEBER TODO O TIPO DE ENFERMIDADE”
QUEIXA PRINCIPAL:
 -FÍSICA? SINTOMAS PESSOAIS (forma de
contar)?
 -SINTOMAS MENTAIS (junto com o quadro 
orgânico)?
 SINTOMAS MENTAIS /SEM SINTOMAS 
FÍSICOS
 Constituem diretamente aspectos da sua 
personalidade!
“Importante é registrar a sua primeira frase, 
pelo que tem de próprio e específico”!
SINTETICAMENTE EXPRESSA:
 A ANGÚSTIA (longos dias de espera);
 A expectativa desse encontro;
 Perplexidade ou decepção do primeiro 
encontro;
 Fala de maneira peculiar de sofrer a doença.
“O PACIENTE CONTA A HISTÓRIA DOS SEUS 
SOFRIMENTOS”! (Organon- 84) 
EXERCÍCIO DIÁRIO DO HOMEOPATA:
(Ao longo da vida)
“Olhos de ver”
 Adquirir “Ouvidos de ouvir/escutar”
“Sentidos despertos”.
“O QUE HÁ DE ALTERADO NÃO SÃO SOMENTE 
OS SINTOMAS GRITANTES DA DOENÇA, MAS 
TAMBÉM O EXTRAORDINÁRIO DAQUILO QUE 
O INDIVIDUALIZA COMO PESSOA”.
 PORTANTO: - Observe!
- Guarde silêncio!
- Evite interromper!
- Escreva aquilo que é dito!
- Use termos utilizados pelo próprio 
paciente.
ORIENTAÇÃO GERAL:
 Caso o paciente interrompa o seu relato, perguntar:
 -”O que mais”?
 Se interromper de novo: -“E o que mais”?
 OBS: Poucos pacientes tem relato espontâneo, 
enquanto outros, não param de falar jamais! Chega 
o momento de outra intervenção!
 No relato espontâneo, é indicado ao Homeopata, 
fazer colocações que incentivem o paciente a falar 
daquilo que escolher, procurando pinçar pontos 
mais relevantes da sua intimidade e vontade.
 MODALIDADES DOS SINTOMAS (Organon-86)
 -“Há quanto tempo sente isto”?
 -“Quando sente? Quando se sente assim”?
 -“O que faz isto aparecer”? (Fatores 
desencadeantes).
 -“O que faz agravar”?
 -“O que faz melhorar”?
 -“Qual o horário da agravação”?
 -“Como é que fica ou reage quando lhe fazem isto 
ou aquilo”?
 -“Por que assume esta atitude”?
 -“O que lhe move naquela reação”?
 PEDE-SE QUE FALE MAIS DE DETERMINADO ASPECTO! 
EXPLICITANDO AQUELA DETERMINADA SITUAÇÃO!
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA:
 “Pode quebrar o ritmo do paciente”! 
 Conduta: aguardar oportunidade!
HISTÓRIA BIOPATOGRÁFICA: 
 Refere-se a “como” o paciente vive ou vivenciou 
determinada enfermidade. Como elas lhe afetaram? 
Como reagiu? Como sentiu? 
 Como se comporta quando está doente ou sob ameaça de 
doença?
ESTRATÉGIA (Organon-89)
 - Interpor perguntas específicas objetivando um fim 
próprio.
 - Na nota do Organon, se volta para as funções 
orgânicas e sintomas gerais.
HISTÓRIA FAMILIAR:
 Predisposições Miasmáticas! Diáteses familiares!
EXAME FÍSICO: 
 Mesma importância do que ocorre na consulta 
convencional.
 OBS: Hahnemann aconselha ouvir também aqueles 
que covivem com o paciente! O assentimento do 
paciente-MÁXIMA IMPORTÂNCIA! CONFIANÇA!
“TODAS AS ORIENTAÇÕES E SUGESTÕES 
TRAZIDAS AQUI, NÃO SÃO ABSOLUTAS”. “NÃO 
SIGNIFICA QUE DEVAM SER EMPREGADAS 
RIGIDAMENTE E SEMPRE”.
“SÃO REGRAS GERAIS, QUE IMPORTA SEREM 
DISCUTIDAS PARA QUE SE ENTENDA SEU 
SIGNIFICADO E LUGAR, E, COMO O 
HOMEOPATA DEVE SE ORIENTAR AO FAZER 
SUAS INTERVENÇÕES”.ORGANON: Parágrafos: 83, 84, 86, 87, 88,89, 90, 
92,93, 98, 104, 124.
 PROPOSTA DE INTERROGATÓRIO DIRIGIDO PARA O 
CONHECIMENTO DA PESSOA:
 CONSTA DE SEIS NÍVEIS:
 (1) Seria uma transição da anamnese espontânea para a dirigida;
 (2) Aqui é explorada a ansiedade pela saúde; (A HISTÓRIA 
BIOPATOGRÁFICA).
 (3) Atenção, memória, raciocínio e emoção= propiciam relatos 
reveladores de idiossincrasias;
 (4) Reatividade;
 (5) Sintomas gerais;
 (6) A PSORA (presente nas profundezas do ser): - Explorando a 
ansiedade pela saúde;
- Explorando a insegurança;
- Explorando o sentimento de culpa;
- Explorando a sensação de abandono;
- Explorando o medo da morte;
- Explorando o medo à pobreza; 
- Explorando a ansiedade pela salvação.
“DE POSSE DA HISTÓRIA DO PACIENTE 
ESTÁ CONCLUIDA A PARTE MAIS DIFÍCIL 
DO TRABALHO HOMEOPÁTICO, E APÓS 
BREVE INFORMAÇÃO DO QUE SERÁ O 
TRATAMENTO, SE FINDA O PRIMEIRO E 
MAIS IMPORTANTE ENCONTRO DAQUELE 
QUE SOFRE, COM AQUELE QUE FOI 
ESCOLHIDO PARA LHE PROPORCIONAR A 
CURA”!
SAUDAÇÕES 
HOMEOPÁTICAS