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Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • O que é Radiologia ? • “É a ciência que estuda a aplicação das radiações nas atividades de Saúde”. • Graças ao uso da radiação na medicina, o campo da saúde tem avançado no diagnóstico e tratamento de várias doenças. • Um dos destaques vai para o câncer, que foi, durante muito tempo, uma sentença de morte. • Hoje, pacientes que têm acesso a terapias que utiliza-se radiação (medicina nuclear), chances reais de remissão e até cura de um câncer. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Uso da radiação na medicina • RADIAÇÃO - Podemos dizer que radiação é a energia emitida por uma fonte, que se propaga pelo espaço e tem a capacidade de penetrar materiais. • As radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas e, portanto, contêm carga elétrica e magnética. • Elas podem ser naturais ou criadas a partir de dispositivos inventados pelo homem. • As radiações eletromagnéticas estão presentes no dia a dia da maioria das pessoas. • Luz, ondas de rádio e micro-ondas, raio X e radiação gama são as mais comuns. • Já as radiações alfa, beta, feixes de prótons e elétrons são exemplos de radiações em forma de partículas. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Nas últimas décadas, fontes de radiação passaram a ser temidas por muita gente, devido a grandes catástrofes como: ACIDENTE DE CHERNOBYL E DE GOIÂNIA • ACIDENTE DE CHERNOBYL – aconteceu em 26 de abril 1986 (maior acidente nuclear da história) – ocorreu na usina Lenin (localizada em Pripyat, a cerca de 20Km da cidade de Chernobyl, na extinta União Soviética (atual território ucraniano) >>>> Matou milhares de pessoas e contribuiu para o fim da União Soviética. • Tudo ocorreu durante um teste de segurança que estava em curso e resultou na explosão do reator 4 – devido falhas no sistema hidráulico de resfriamento; • Com a explosão, dois trabalhadores da usina foram mortos e, na sequência, um incêndio no reator 4 iniciou-se e estendeu-se durante dias. • A explosão deixou o reator nuclear exposto, e o incêndio foi responsável por jogar na atmosfera uma elevada quantidade de material radioativo. https://brasilescola.uol.com.br/historia/chernobyl-acidente-nuclear.htm Até hoje não se sabe a quantidade de pessoas que morreram por conta do acidente de Chernobyl, e esse é um dos assuntos mais polêmicos quando se fala do acidente. O maior problema foi o césio-137, cuja meia-vida leva mais de 30 anos. A precipitação do pó de césio-137 na atmosfera tornou a região de Chernobyl inabitável por um tempo que varia entre 3.000 e 20.000 anos. Outra importante consequência do acidente de Chernobyl foi o aumento: • Câncer de tireoide • Muitos casos de leucemia O que foi feito para conter o acidente? - Logo depois da explosão do reator 4, os bombeiros de Pripyat foram convocados para apagar o incêndio. Como o trabalho dos bombeiros não trouxe resultados, decidiu-se jogar materiais, como areia e boro, para conter o incêndio e diminuir a dispersão do material radioativo. Logo depois foi construída estrutura chamada de “sarcófago” sobre o reator, para conter o material radioativo como urânio e plutônio. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • ACIDENTE RADIOLÓGICO DE GOIÂNIA • Conhecido como acidente com o césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. • A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás; • O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro-velho do local, que entenderam tratar-se de sucata – e dessa forma gerando um rastro de contaminação (pó brilhante azul) • E todos os indivíduos contaminados (césio-137) foram tratados com Azul da Prússia. • Foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares, além de ser considerado também o maior incidente envolvendo uma fonte radioativa desde sempre. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Essas ocorrências envolveram a liberação de elementos radioativos sem medidas de controle, levando à ampla exposição, deformações, canceres, queimaduras e mortes. • Por outro lado, é inegável a contribuição da radiação no diagnóstico e tratamento de doenças. • Assim, entidades como o Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertam para o uso controlado das radiações, a fim de promover benefícios à saúde da população exposta. • Os efeitos, benéficos ou não, dependem do tipo de radiação, tempo e intensidade da exposição. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • História da descoberta dos Raios X • O uso da radiação na medicina teve início em 1895, com a publicação do artigo “Sobre uma nova espécie de raios”. • Nele, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen comentou a descoberta dos Raios X e sua capacidade de produzir fotografias internas do corpo. A primeira radiografia da história foi a da mão esquerda de Anna Bertha Ludwig Röntgen, sua mulher. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • História da descoberta dos Raios X • A nova técnica marcou o nascimento da radiologia médica, representando um progresso considerável. • Afinal, não era mais necessário realizar cirurgias exploratórias para diagnosticar doenças. • Anos depois, surgiram tecnologias cada vez mais avançadas, dando origem a aparelhos de tomografia, de ressonância magnética e à medicina nuclear. • Na seguinte ordem, de acontecimentos >>>>>>>>>>>>>> Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • História da descoberta dos Raios X • No Brasil, o médico Francisco Pereira das Neves iniciou suas experiencias com os raios X no inicio de 1896, no gabinete de física da Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ) • Em 22 de dezembro de 1896, foi realizada a primeira radiografia a serviço da medicina clínica, na Cidade do Rio de Janeiro • Em 1950, surgiu o intensificador de imagens e a automação • Em 1958, teve início a utilização médica do Ultrassom (não usa radiação) • Anos depois, surgiram tecnologias cada vez mais avançadas, dando origem a aparelhos de tomografia, de ressonância magnética e à medicina nuclear. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • História da descoberta dos Raios X • Tomografia computadorizada (TC) – surgiu no inicio da década de 1970 • Ressonância Nuclear Magnética (RNM) – surgiu no final da década de 1970, e representou um novo impulso no diagnostico através de imagens. Aparelho de Tomografia computadorizada Aparelho de Ressonância Magnética Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • MEDICINA NUCLEAR • A OMS define a Medicina Nuclear, como sendo uma especialidade que se ocupa do diagnóstico, tratamento e investigação médica mediante o uso de radioisótopos como fontes radioativas abertas.” • Por meio de substâncias contendo baixas quantidades de radiação (radiofármacos), essa especialidade dá suporte à cardiologia, neurologia, hematologia, dentre outras áreas. • Embora as radiografias e a medicina nuclear integrem o mesmo campo (a radiologia), elas partem de princípios distintos. Radiofármacos são substâncias emissoras de radiação. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • MEDICINA NUCLEAR • RADIOGRAFIAS - focam em características anatômicas, • MEDICINA NUCLEAR - se concentra no funcionamento dos órgãos e sistemas. • Uma de suas aplicações mais conhecidas aparece no detalhamento do câncer, determinando o tipo e extensão de tumores. • A partir desses dados, especialistas podem tomar decisões mais assertivas sobre o tratamento e alívio de sintomas. • Além do câncer, doenças como embolia pulmonar, infecções agudas e infarto do miocárdio são diagnosticadas pela medicina nuclear. • Alguns radiofármacos também servem para combater dores nos ossos, hipertireoidismo ou para tratar o câncer na tireoide. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • TIPOS DE RADIAÇÕES • As radiações podem ser de diferentes tipos – ionizantes e não ionizantes • Não ionizantes – possuem uma quantidade menor de energia, apresentandoriscos baixos. É o caso da luz, calor, micro-ondas e das ondas de rádio. • Ionizantes - têm origem no núcleo dos átomos, contendo alta quantidade de energia. Elas são capazes de provocar a perda de elétrons, alterando o estado físico dos átomos – em um processo que se chama ionização. • Pilares da radiologia médica, os raios X são exemplos de radiação ionizante. • Os tipos utilizados pela medicina nuclear são as radiações ionizantes: • Alfa, Beta e Gama Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • TIPOS DE RADIAÇÕES • RADIAÇÃO BETA – é uma partícula emitida pelo núcleo de um átomo instável (Ex. Césio 137 emite partículas beta) • As partículas beta têm alta velocidade (cerca de 270.000 km/s), mas sua capacidade de penetração no tecido humano é de aproximadamente 1 cm. • Por isso, elas podem causar danos superficiais à pele, mas não aos órgãos, a menos que sejam ingeridas ou aspiradas. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • TIPOS DE RADIAÇÕES • RADIAÇÃO ALFA – é uma partícula que possui massa e carga elétrica maior que uma partícula beta, mas atinge uma velocidade menor (cerca de 20.000 km/s); • A capacidade de penetração é baixa – não costuma ultrapassar a camada externa de células mortas acima da pele. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • TIPOS DE RADIAÇÕES • RADIAÇÃO GAMA – Ao contrário das radiações Alfa e Beta, que são constituídas por partículas, a radiação gama é formada por ondas eletromagnéticas emitidas por núcleos instáveis logo em seguida à emissão de uma partícula Alfa ou Beta. Os raios gama são extremamente penetrantes, sendo detido somente por uma parede de concreto ou metal. Tem altíssima velocidade que se iguala à velocidade da luz (300 000 km/s). Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • TIPOS DE RADIAÇÕES • RAIOS X - não vêm do centro dos átomos, como os raios Gama. • Para obter-se raios-X, uma máquina acelera elétrons e os faz colidir contra uma placa de chumbo, ou outro material. Na colisão, os elétrons perdem a energia cinética, ocorrendo uma transformação em calor (quase a totalidade) e um pouco de raios-X. Portanto, apresentam grande poder de penetração em diversos materiais, inclusive no corpo humano. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Riscos do uso da radiação na medicina • Quando há baixa exposição, praticamente não existem efeitos colaterais graves. • Ocasionalmente, pode haver alergia leve ou vermelhidão na parte exposta aos rádios e partículas. • Isso explica por que, muitas vezes, é benéfico realizar exames e tratamentos com radiação. • O problema é que ela tem efeito cumulativo. • Em outras palavras, após períodos de exposição, a radiação ionizante pode até alterar o DNA das células, aumentando o risco de desenvolver doenças, como o câncer. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Principais exames com uso da radiação na medicina • RADIOGRAFIA DE RAIO X - Utiliza raios X para registrar uma espécie de fotografia interna do corpo. • Uma de suas principais limitações é a captação em somente duas dimensões, mostrando estruturas anatômicas sobrepostas. • Esses tecidos aparecem com maior nitidez nas radiografias, pois absorvem mais radiação. • Partes moles como os órgãos absorvem menos radiação, aparecendo em tons mais escuros nas imagens. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Principais exames com uso da radiação na medicina • TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - Também usa raios X para mostrar partes internas, mas as imagens geradas são transversais. • O aparelho utilizado no teste (tomógrafo) possui um tubo que gira 360º em torno do paciente, colhendo imagens em cortes de uma mesma estrutura anatômica. • Esses registros podem, inclusive, ser sobrepostos para formar imagens em 3D. Tomografia computadorizada – 3d Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Principais exames com uso da radiação na medicina • RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR - O equipamento utilizado na ressonância magnética usa um campo magnético e ondas de rádio para gerar imagens de alta resolução. • A RM é particularmente eficaz para visualizar partes moles e áreas como articulações. • Outra vantagem é que o exame não usa radiação ionizante, podendo ser realizado em gestantes, sem riscos ao feto. RMN – Articulação quadril Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Principais exames com uso da radiação na medicina • CINTILOGRAFIA - Esse é um dos principais exames da medicina nuclear. • Usando substâncias (radiofármacos) que emitem sinais detectados pela câmara de cintilação, o teste revela pontos afetados por patologias. • Quando é realizado no coração, por exemplo, mostra áreas com isquemia (obstrução no fluxo sanguíneo). • Em pacientes com câncer, a cintilografia aponta metástase ou retorno de células doentes após uma operação. Cintilografia óssea com metástase Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Principais exames com uso da radiação na medicina • MAMOGRAFIA - Também conhecido como radiografia das mamas, o teste usa raios X para monitorar alterações no tecido mamário. • Devido ao baixo custo, simplicidade e disponibilidade, a mamografia é o principal exame de rastreamento do câncer de mama em vários países. • Especialistas recomendam que as mulheres sem histórico da doença realizem uma mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Outras aplicações da radiação na medicina • A radiação tem aplicações terapêuticas, especialmente na área de medicina nuclear. • Os radiofármacos ajudam no tratamento de patologias e alívio de sintomas. • O iodo-131, por exemplo, se acumula na tireoide e emite radiações gama, destruindo células cancerígenas enfraquecidas. • Já o samário-153 combate o câncer nos ossos, além de atuar como analgésico, reduzindo dores provocadas por metástases. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Radiofármacos e radiotraçadores • Esses compostos são formados por moléculas ligadas a radioisótopos – elementos com o mesmo número de partículas positivas (prótons), dos quais ao menos um é radioativo. • Radioisótopos artificiais também são chamados radiotraçadores. • Eles podem se transportar pelo organismo, chegando a determinados tecidos e emitindo radiação gama nesses locais. • Em alguns casos, a radiação é usada para destruir células cancerosas. • Na cintilografia, ela é detectada pela câmara de cintilação e transformada em imagem, diagnosticando patologias. • Tecnécio-99 e gálio-67 são exemplos de radiotraçadores. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Radioterapia • A radioterapia consiste no emprego de radiação ionizante para combater diferentes tipos de câncer, como o de mama, próstata e pulmão. • Esse tratamento pode impedir que as células cancerosas aumentem, ou até destruí-las. Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • Radioterapia • Existem dois tipos de radioterapia – Teleterapia externa e braquiterapia • Na teleterapia ou radioterapia externa - o paciente recebe aplicações diárias de radiação, emitidas por um aparelho que fica afastado. • Braquiterapia - corresponde a aproximadamente 20% das indicações médicas, pois é mais agressivo. • Nele, aplicadores são colocados diretamente sobre a região tratada, e a radiação é emitida do aparelho para os aplicadores. Braquiterapia Teleterapia Biofísica aplicada ao radiodiagnóstico • CONCLUSÕES • A Radiologia, a princípio, pode ser subdividida em duas vertentes, que configuram duas especialidades médicas distintas: • Radiodiagnóstico – diagnóstico • Radioterapia – tratamento FIM
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