Buscar

ASPECTOS DE RADIOPROTEÇÃO EM RADIOLOGIA VETERINÁRIA NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

17
IPE - INSTITUTO POLITÉCNICO DE ENSINO
ELOIR NETTO ALMEIDA COSSICH
ASPECTOS DE RADIOPROTEÇÃO EM RADIOLOGIA VETERINÁRIA NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ 
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
DEZEMBRO – 2020
Eloir Netto Almeida Cossich
ASPECTOS DE RADIOPROTEÇÃO EM RADIOLOGIA VETERINÁRIA NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao IPE - Instituto Politécnico de Ensino, como parte das exigências para obtenção do título de Técnico em Radiologia.
Orientador: Prof.: Luan Correa
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
DEZEMBRO – 2020
ELOIR NETTO ALMEIDA COSSICH
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao IPE - Instituto Politécnico de Ensino, como parte das exigências para obtenção do título de Técnico em Radiologia.
Aprovada em _____ de __________________ de 2020.
Comissão Examinadora:
_______________________________________________________________
 (examinador)
_______________________________________________________________
 (examinador)
_______________________________________________________________
Prof.: Luan Correa (orientador)
DEDICATÓRIA
Como não dedicar esse momento àqueles que são a nossa rocha, a nossa fortaleza, onde encontramos forças todos os dias para continuar. Aos nossos pais, esse momento é de vocês!
AGRADECIMENTOS
Peça a Deus que abençoe seus planos e eles darão certo (Provérbios 16:3).
Gratidão, essa seria a palavra que eu resumiria tudo que sinto agora. Gratidão a Deus, pois me permitiu realizar um sonho, por todos os livramentos e pela provisão, aos meus pais, por todo incentivo e investimento, a todos os meus Familiares, por todo apoio desde sempre; ao meu orientador, Professor Luan Correa, pela paciência e cuidado, e a todos os Colaboradores, Técnicos e Professores do curso de Radiologia do IPE, o meu muito obrigado. 
Eu não cheguei até aqui sozinho, essa conquista não é apenas minha, é nossa!
SUMÁRIO
Introdução	1
Riscos ocupacionais	2
Prestação de serviço	3
Treinamento	4
Proteção radiológica na Medicina Veterinária	5
Proteção dos operadores 	6
Regulamentações em Radiologia Veterinária 	7
Característica dos equipamentos	7
Características das salas de exame	7
Objetivo 	9
Material e métodos	10
Resultados e discussão	12
Conclusões	15
Referências bibliográficas	16
Anexo A – Formulário preenchido pelo pesquisador 	17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Disposição dos profissionais que atuam na radiologia veterinária	12
Tabela 2: Documentação legal por instalação 	12
Tabela 3: Disposição de sinalização em salas 	12
Tabela 4: Distribuição de dosimetria por instalação	13
RESUMO
A radiologia é uma modalidade bem difundida na medicina veterinária, especialmente pela boa disponibilidade e custo. Entretanto, a ausência de regulamentação para a prática no Brasil, pode causar um comprometimento dos aspectos de segurança radiológica e de qualidade das instalações que realizam a prática. Por esta razão, buscou-se identificar os aspectos de radioproteção das instalações veterinárias que possuem equipamentos de raios X na cidade de Campos dos Goytacazes, com base na verificação das condições dos equipamentos de raios X, da documentação apresentada, existência de monitoração individual e existência de vestimentas de radioproteção, e das características arquitetônicas das salas. A coleta de dados foi feita por meio de pesquisa de campo quantitativa de caráter descritivo durante o período de Outubro de 2020. Participaram voluntariamente deste estudo, médicos veterinários proprietários de clínicas que possuem equipamentos de raios X na cidade de Campos dos Goytacazes. A amostra da pesquisa consistiu em 4 estabelecimentos e 5 equipamentos. Com o resultado da pesquisa, foi possível destacar que 90% das instalações possuíam projeto de radioproteção e levantamento radiométrico. Controle de qualidade existia em 45% das instalações e plano de proteção radiológica em 6% das instalações. Apenas 3% dos equipamentos atendem às características de qualidade do equipamento de raio-X descritas na Resolução 1016. Entretanto, 64% das leituras de dose pessoal estavam em nível de background. Nenhuma sala se encontrou com afastamento mínimo das barreiras a partir do ponto focal maior que 1,5m. Os procedimentos de radiologia veterinária podem ser otimizados, em especial com o uso de técnicas de exposição adequadas, colimação física do feixe, uso de vestimentas de chumbo e dosímetro. O estudo sugere que a falta de regulamentação para a prática de radiologia veterinária e carência de informação, pode vir a causar o comprometimento na segurança radiológica. 
Palavras chave: Radiologia veterinária; Controle de qualidade; Radioproteção.
SUMMARY
Radiology is a well-known modality in veterinary medicine, especially due to its good availability and cost. However, the lack of regulation for the practice in Brazil, can cause a compromise of the radiological safety and quality aspects of the facilities that carry out the practice. For this reason, we sought to identify the radioprotection aspects of veterinary facilities that have X-ray equipment in the city of Campos dos Goytacazes, based on the verification of the conditions of the X-ray equipment, the documentation presented, the existence of individual monitoring and existence of radioprotective clothing, and the architectural features of the rooms. Data collection was carried out through quantitative field research of a descriptive character during the period of October 2020. Veterinary doctors who own clinics that have X-ray equipment in the city of Campos dos Goytacazes participated voluntarily in this study. The research sample consisted of 4 establishments and 5 pieces of equipment. With the result of the research, it was possible to highlight that 90% of the facilities had a radioprotection project and radiometric survey. Quality control existed in 45% of the facilities and a radiological protection plan in 6% of the facilities. Only 3% of the equipment meets the quality characteristics of the X-ray equipment described in Resolution 1016. However, 64% of the personal dose readings were in the background level. No room was found to have a minimum distance from the barriers from the focal point greater than 1.5m. Veterinary radiology procedures can be optimized, especially with the use of appropriate exposure techniques, physical collimation of the beam, use of lead clothing and dosimeter. The study suggests that the lack of regulation for the practice of veterinary radiology and lack of information, may cause compromise in radiological safety.
Keywords: Veterinary radiology; Quality control; Radioprotection.
v
1. Introdução
	
A radiologia veterinária é uma disciplina a muito estabelecida na ciência veterinária. Apesar ou talvez por causa dessa longa ancestralidade, vale à pena examinar a extensão das fronteiras do assunto e seu lugar na medicina veterinária. Podem-se perguntar quais modalidades de imagem estão sob a alçada do sujeito e por que o fazem. As atividades veterinárias sempre se preocuparam com o diagnóstico e tratamento de doenças, com a pesquisa clínica e experimental em animais e com a agricultura, para selecionar apenas algumas áreas de interesse. Qual a grande contribuição que a imagem veterinária pode dar a essas áreas? Os limites do que os radiologistas podem e não podem fazer se tornam obscuros à medida que continua a quebra das barreiras tradicionais entre as disciplinas, consideradas essenciais para o progresso na educação médica e no progresso científico (TEODORO, 2007). 
Sempre ocorreu que a coleta e o uso de dados relacionados a imagens não são exclusividade dos radiologistas veterinários; podem existir incertezas quanto a quem deve estar envolvido. A comunidade de radiologia, tanto usuários quanto fornecedores, deve se perguntar qual valor a imagem traz para o trabalho colaborativo e como esse valor pode ser mais bem realizado. (CARVALHO, 2004).
Se as incertezas forem aceitas,pode-se ver que elas surgem de uma série de fatores reconhecíveis. Alguns são antigos, enquanto outros são bastante novos. Fatores importantes estão relacionados à ampla gama de envolvimento veterinário nas ciências biológicas e os papéis que os veterinários desempenham na sociedade. À medida que a esfera de envolvimento da profissão se estende, também aumentam as fronteiras que a imagem veterinária atinge. Também um fator longo, mas certamente uma tendência de aceleração, é a chegada de novas tecnologias, como a imagem multi-slice que gera dados em quantidades, ordens de magnitude maiores do que suas predecessoras. Um fenômeno mais recente é o surgimento de sistemas de comunicação e arquivo de pacientes (PACS) amplamente disponíveis. Isso pode separar o radiologista da clínica, ou para colocá-lo de forma mais positiva, pode permitir que os médicos não centralizados tenham acesso aos radiologistas em locais remotos centrais. Ter que lidar com novas tecnologias sempre foi uma característica da radiologia. 
Isso é visto desde o seu passado distante com a transição da gravação de imagens em placas de vidro para o uso de emulsões montadas em celulóide, do processamento manual para o automatizado de filmes e, mais recentemente, da imagem bidimensional para tecnologias multi-slice tridimensionais que permitem aquisições volumétricas. 
O último deles, que permite cortes de imagens submilimétricas, tem as mesmas dimensões em três planos ortogonais. 
Esses voxels de isovolume representam uma grande quantidade de dados e permitem reconstruções planas superiores que, por sua vez, exigem novas abordagens para estudos de leitura (Isso é visto desde o seu passado distante com a transição da gravação de imagens em placas de vidro para o uso de emulsões montadas em celulóide, do processamento manual para o automatizado de filmes e, mais recentemente, da imagem bidimensional para tecnologias multi-slice tridimensionais que permitem aquisições volumétricas (KOLBER, 2006). 
Cada transição representa uma mudança de ordem de magnitude e, em cada caso, a comunidade de imagens de radiologia está à altura do desafio.
Neste artigo será apresentada uma breve contextualização das práticas da radiologia veterinária, bem como suas aplicações e quais são os riscos aos quais os operadores estão sujeitos, além dos critérios mínimos aceitáveis e regulamentações que os estabelecimentos precisam seguir para estar em condições adequadas de funcionamento. 
1.1. Riscos ocupacionais
Os riscos exatos a que os veterinários estão expostos não são claros, mas são relacionados aos danos biológicos estocásticos decorrentes das baixas exposições (<0,1Sv/ano), que podem variar desde o câncer, a outros efeitos mutagênicos, tais como danos embrionários, diminuição da expectativa de vida e efeitos cancerígenos (WIDMER et al., 1996; SCHLENNE, 1968; WHRIGLEY & BORAK, 1983 e FRITSCHI, 2000). 
Alguns estudos realizados com gestantes que atuam na medicina veterinária buscavam correlacionar possíveis danos ao feto, como aborto ou má formação, com os riscos aos quais as médicas veterinárias estavam sujeitas, como a radiação ionizante, gases anestésicos e outros fatores mutagênicos. Entretanto, os estudos apontam que não existem diferenças do risco sofrido pelas médicas veterinárias em possuírem filhos com algum tipo de dano biológico em comparação com a população geral, o que não descarta ou minimiza os riscos aos quais estão sujeitas (LINDBOHM & TASKINEN, 2000; SHUHAIBER, et al., 2002 e SCHEFTEL, et al., 2017).
1.2. Prestação de serviço
Agregar valor ao manejo de casos clínicos ou à pesquisa envolvendo animais é o objetivo da imagem veterinária. O valor é difícil de definir e existem poucos estudos que quantificam objetivamente o valor da imagem veterinária. Resultados de valor, como a redução da dor e do sofrimento em animais, o fornecimento de relatórios de imagem que impactam diretamente no gerenciamento do caso e a coleta de dados de imagem que podem ser usados ​​para abordar uma hipótese científica, todos vêm à mente. Esses resultados podem parecer evidentes para muitos leitores, mas as seguradoras de animais de estimação, proprietários corporativos de consultórios veterinários e órgãos de financiamento para pesquisas exigem dados objetivos de tal forma que serem evidentes podem não ser suficientes. Os estudos que examinam o valor agregado das intervenções de imagem serão cada vez mais bem-vindos. É importante que os radiologistas veterinários, e os médicos e pesquisadores que atendem têm uma parte em ver como o valor é definido e medido.
A telerradiologia está tendo e terá cada vez mais um efeito profundo sobre a oferta e a forma dos serviços de imagem veterinária. Uma boa radiografia e uma boa radiologia agora podem ser divididas em atividades separadas. Unidades clínicas menores que podem obter radiografias de alta qualidade podem acessar a interpretação de imagens de alta qualidade. Além disso, os estabelecimentos com equipamentos muito sofisticados passaram a ter a liberdade de dispensar os serviços do radiologista em tempo integral no local, preferindo escolher os serviços de um ou mais radiologistas distantes. Um mecanismo de feedback positivo no crescimento da telerradiologia pode estar em jogo. Vinte a 30 anos atrás, poucos estudos de imagem individuais eram lidos por um radiologista. Conforme aumenta a facilidade de aquisição de imagem e transferência digital, e os serviços de telerradiologia reduzem o tempo de resposta, o encaminhamento à telerradiologia torna-se mais atraente clínica e economicamente para a prática. O uso de serviços de telerradiologia, por sua vez, torna-se cada vez mais o padrão de atendimento. A qualidade da interpretação da imagem será limitada até certo ponto pela qualidade da comunicação entre o veterinário de referência e o fornecedor de interpretações de imagens veterinárias especializadas. Os resultados ideais requerem que ambas as partes, o médico de referência e o radiologista veterinário, embora separados geograficamente, se tornem mais próximos entre si em termos de mentalidade. O radiologista pode ser visto mais como um clínico especialista, envolvido na seleção de estudos de imagem iniciais e de acompanhamento e no fornecimento de feedback sobre as avaliações iniciais de imagem realizadas pela equipe clínica, além da interpretação de imagem mais convencional. Se houver tal encontro de mentes, o radiologista pode fornecer informações clinicamente relevantes adaptadas a um cenário clínico que também seja claro e bem definido. As habilidades do clínico na obtenção da história clínica, exame físico e formulação de problemas são necessárias agora, talvez mais do que nunca. Se esses desafios forem enfrentados, o atendimento ao paciente será beneficiado; se não forem atendidas, as questões clínicas serão vagas, os relatórios de imagem não específicos e o atendimento ao paciente diminuirá.
A maior utilização do PACS hospitalar e dos sistemas de informação de radiologia (RIS) provavelmente trará mudanças até mesmo dentro dos hospitais. A interação aprimorada entre o radiologista e o registro do caso levará o radiologista a um envolvimento mais próximo com o paciente. Os sistemas PACS e RIS são apenas uma pequena parte do campo da Radiologia Informática. É um campo que terá impacto em todos os aspectos da radiologia veterinária, desde o treinamento até a prestação de serviço e pesquisa (WRIGHT; BALANCE; ROBERTSON, 2008).
1.3. Treinamento
Atrair indivíduos dedicados e fornecer treinamento e qualificação de certificação é importante, talvez até mesmo as atividades dominantes dos vários cursos de especialidade. Os cursos compreendem um grande número de diplomados altamente qualificados, mas é claro que seria errado pensar que eles são os únicos repositórios de tais habilidades. Embora não seja um organismo de certificação, alguns cursos, em virtude de seus membros e distribuição geográfica, talvez estejam mais bem posicionados para obter uma visão completa da especialização em todo o mundo. É útil que os cursose outros órgãos que certificam habilidades especializadas se comuniquem, de modo que, mesmo permitindo as diferenças regionais, um objetivo comum seja buscado e as necessidades comuns sejam atendidas. Os objetivos dos cursos são claros e bem estabelecidos. O objetivo pode ser menos bem definido, o conteúdo pode variar de uma simples atualização destinada a despertar o interesse em um tópico a uma revisão detalhada de um aspecto específico de um assunto. Os resultados do treinamento podem ou não ser testados e certificados.
O treinamento em todas as suas formas e em todos os níveis de imagem deve ser incentivado, uma vez que o envolvimento com o assunto é muito amplo. Os participantes ficarão mais contentes quando a extensão desse treinamento for definida com precisão. Além disso, o conhecimento das áreas sobrepostas, como cirurgia e medicina, é importante para o radiologista contribuir plenamente. O público que procura serviços especializados também precisa de orientações claras sobre a qualificação do treinamento dos provedores de imagem que encontra. É mais fácil falar do que fazer, uma vez que os provedores de educação continuada podem desejar fazer grandes reivindicações pelo resultado de seus cursos. É importante que esses provedores façam tentativas de benchmark de seus cursos, buscando ajuda de universidades, órgãos veterinários nacionais e faculdades estabelecidas. O desafio é incentivar a oferta de oportunidades de treinamento e, ao mesmo tempo, exigir que os provedores documentem os resultados da aprendizagem?
São necessários especialistas atualizados e ativos. Treinar e reter esses indivíduos em imagens veterinárias não é trivial; o desafio em fazê-lo e as conseqüências do fracasso são bem reconhecidos (WIDMER; SHAW; THRALL, 2006).
1.4. Proteção radiológica na Medicina Veterinária
A proteção radiológica é uma ferramenta utilizada para proteger os seres humanos dos possíveis danos causados pelas radiações, buscando evitar os efeitos determinísticos e reduzir a probabilidade de ocorrência dos efeitos estocásticos. O sistema de proteção radiológica está baseado em três princípios gerais: a justificação determina que nenhuma prática deve ser utilizada, a menos que o benefício supere o risco tanto para o indivíduo exposto quanto para a sociedade em geral; A otimização determina que as doses empregadas nos procedimentos radiológicos sejam tão baixos quanto razoavelmente exeqüíveis; A limitação da dose individual determina que as doses recebidas pelos IOEs e indivíduos do público não devem ultrapassar os limites estabelecidos pelas normas de radioproteção (CNEN, 2014).
Manter um programa de proteção radiológica pode ser considerado uma boa ferramenta de gestão do risco radiológico do estabelecimento veterinário, de modo a resguardar a instalação de possíveis alegações sobre riscos ocupacionais (CVMB, 2012; e NCRP, 2004).
1.5. Proteção dos operadores
No Brasil, a regulamentação que trata da proteção radiológica de indivíduos que operam equipamentos de raios X é a Portaria nº453, de primeiro de junho de 1998 publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Apesar de seu escopo citar apenas a sua aplicação para radiodiagnóstico médico e odontológico, os aspectos de radioproteção podem ser aplicados à radiologia veterinária. De modo complementar, em 2010, a ANVISA providenciou um guia de referência técnica para análises voltadas à medicina veterinária, onde aborda as exigências a serem cobradas nas práticas radiológicas em seu item 6.5 (BRASIL, 1998 e BRASIL, 2010). 
Com relação aos profissionais que operam os equipamentos de raios X e que são gestantes, a Norma Regulamentadora NR32, do Ministério do Trabalho (MT), estabelece que a funcionária deva ser afastada imediatamente da função, não podendo permanecer junto ao feixe de raios X e, portanto, não imobilizando os animais. Em contrapartida, a portaria nº 453/98, estabelece que é preciso apenas realizar monitoração para garantir que a superfície do abdome não atinja 2 mSv em toda a gestação. (BRASIL, 2011 e BRASIL, 1998).
Vestimentas plumbífera: A Norma Regulamentadora NR6, do Ministério do Trabalho, estabelece que para profissionais que atuam com radiação ionizante, é necessário o uso de vestimenta protetiva para a região do tórax e extremidades.
Monitoração individual: A monitoração radiológica é realizada para garantir que os profissionais que atuam com radiação ionizante estejam em condições de trabalho satisfatórias do ponto de vista de segurança radiológica, fornecendo a dose efetiva destes trabalhadores.
1.6. Regulamentações em Radiologia Veterinária
No Brasil, não existe uma regulamentação exclusiva para as práticas da radiologia na medicina veterinária. Entretanto, segundo a publicação da ANVISA – Referência Técnica para o funcionamento dos serviços veterinários é utilizada a Portaria nº453/98 da própria ANVISA, destinada ao radiodiagnóstico médico e odontológico. Segundo esta referência, deve ser solicitada para as instalações que possuem equipamento de raios X (ANVISA, 2010): Projeto de Radioproteção; Levantamento radiométrico; Credenciamento do operador do equipamento (médico veterinário ou profissional da radiologia); Equipamento devidamente registrado no Ministério da Saúde; Dosimetria pessoal para os operadores; Vestimentas plumbíferas para operadores e proprietários dos animais e Programa de proteção radiológica.
Também é referenciada a Norma Regulamentadora NR32, para requisitos de saúde ocupacional dos profissionais expostos à radiação (BRASIL, 2010).
1.7. Característica dos equipamentos
Os equipamentos de raios X empregados na prática da radiologia veterinária podem ser classificados de três formas: raios X igual ao utilizado em medicina humana, raios X próprio para medicina veterinária móvel e raios X próprio para veterinária portátil, que serão descritos nas seções seguintes (LAVIN, 2007 e AYERS, 2012).
Raio X fixos utilizados em radiologia humana;
Equipamento de raios X móvel próprio para medicina veterinária;
Equipamento de raios X portátil.
1.8. Características das salas de exame
A estruturação arquitetônica de uma sala de raios X possui base legal na Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº50, da ANVISA, de 21 de fevereiro de 2002, em que se estabeleceu o dimensionamento mínimo da instalação e distância que o equipamento deve estar posicionado das paredes. Entretanto, como é uma resolução direcionada para instalações de saúde humana, a sua obrigatoriedade para as práticas radiológicas na medicina veterinária fica a critério da Vigilância Sanitária (BRASIL, 2002).
As salas de raios X devem ser sinalizadas com placas informativas de alerta, além de uma sinalização vermelha na entrada que indica a utilização de raios X na sala (BRASIL, 1998; BRASIL, 2010).
2. Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar as condições de radioproteção e condições de funcionamento dos equipamentos de raios X veterinário e das instalações veterinárias na cidade de Campos dos Goytacazes - RJ.
 
3. Material e métodos
Este estudo foi realizado por meio de pesquisa de campo, com uma abordagem quantitativa, de caráter descritivo durante o período de outubro de 2020. Participaram do estudo, médicos veterinários da cidade de Campos dos Goytacazes – RJ que possuem em seus estabelecimentos (consultórios e clínicas), equipamentos de raios X.
Participaram da pesquisa 4 estabelecimentos, identificados de 1 a 4, por ordem alfabética. Cada equipamento presente em cada estabelecimento foi identificado com um número de 1 a 5, seguindo a ordem de avaliação.
Os dados foram coletados por meio de formulários preenchidos pelo pesquisador, conforme anexo A, e pela avaliação dos equipamentos de raios X com medidores não invasivos calibrados, seguindo alguns testes dispostos na Resolução Normativa 1016/2006 – Guia “Radiodiagnóstico Médico – Segurança e desempenho de equipamentos”.
Além da avaliação dos equipamentos de raios X, foram avaliados relatórios de utilização de dosímetros individuaiscom o objetivo de verificar a dose ocupacional nos estabelecimentos veterinários no período de 1 ano. O conhecimento sobre as normas de radioproteção, características dos equipamentos, procedimentos de trabalho e processamento das imagens foram obtidos por meio de um formulário preenchido pelo pesquisador.
Também foi verificada a existência de relatórios anteriores de controle de qualidade do equipamento, relatório de levantamento radiométrico e projeto de radioproteção. Além disso, foram realizadas medições do dimensionamento da sala para verificar sua compatibilidade com as exigências da RDC nº50/02.
Os estabelecimentos avaliados estão distribuídos em 23 bairros da cidade de Campos dos Goytacazes – RJ. Entre as instalações, estão 19 clínicas, 4 centros de diagnóstico, 6 hospitais e 1 instituição de ensino.
Nos 5 estabelecimentos foram solicitados os relatórios dos dosímetros fornecidos pela empresa de dosimetria contratada pelo proprietário, para verificação das doses ocupacionais dos operadores do equipamento de raios X. Nestes relatórios, estavam presentes os valores de equivalente de dose pessoal recebida pela equipe durante o período de um ano. Também foi verificada a existência de relatórios anteriores de controle de qualidade, projeto de radioproteção e levantamento radiométrico, plano de proteção radiológica, tabela de exposições radiológicas e de manutenções preventivas. Todos os relatórios foram analisados (quando disponíveis) e os dados anotados para a análise.
Foi verificada, nas 5 instalações, a existência de vestimentas plumbíferas, tais como: avental de chumbo, protetor de tireóide, luvas e óculos plumbíferos. A análise consistiu em detectar se haviam vestimentas em quantidade suficiente para operadores e proprietários (dos animais), se estavam armazenadas de forma adequada, se eram utilizadas adequadamente e se o material de blindagem estava íntegro. A integridade das vestimentas foi feita por meio de palpação, em busca de fragmentos de borracha plumbífera, e imageamento das mesmas no feixe de raios X. Quando o material apresentava falha, a imagem mostra pontos onde a radiação pode ultrapassar o material.
A avaliação dos equipamentos de raios X foi realizada utilizando-se um kit multiparâmetro não invasivo, marca RaySafe Xi, Modelo R/F & Mammo, número de série 174819, com certificado de calibração, que permite a realização de testes metrológicos, seguindo as orientações da Resolução Normativa 1016/2006 e um kit para medição de alinhamento e colimação do feixe de raios X, marca MRA, número de série 08-275 (copo de angulação) e 12-258 (placa de alinhamento). A partir disto, foi possível coletar dados referentes às condições de desempenho, funcionamento e características técnicas dos equipamentos de raios X. Foram considerados como “CONFORME”, aqueles equipamentos que possuem as características e desempenhos estabelecidos pela Portaria nº453/98 em todos os testes.
As salas onde se encontravam os equipamentos de raios X foram avaliadas com relação à existência de blindagem, confirmada com base no projeto de radioproteção e radiometria. Para atender ao dimensionamento mínimo de distanciamento do equipamento estabelecido na RDC 50/2002 de 1,5m de cada barreira, foi considerada área mínima da sala 9m². 
 
4. Resultados e discussão
Todas as 5 instalações visitadas possuíam Alvará de Funcionamento, atuando dentro da regularidade e já contaram com pelo menos, uma visita da Vigilância Sanitária para fins de inspeção. Em 77,4% das instalações, apenas médicos veterinários operam o equipamento de raios X, enquanto que em 22,6% existe a participação de um profissional de radiologia, como pode ser observado na Tabela 1
	
Tabela 1: Disposição dos profissionais que atuam na radiologia veterinária
	TIPO DE INSTALAÇÃO
	Apenas veterinário
	Veterinário e profissional da radiologia
	Consultórios
	2
	1
	Clínicas
	1
	1
	Total
	77%
	23%
Com relação à documentação legal exigida pela Portaria nº453/98, foi verificada a existência de projeto de radioproteção, levantamento radiométrico, controle de qualidade e plano de proteção radiológica. Os resultados estão dispostos na Tabela 2.
Tabela 2: Documentação legal por instalação
	TIPO DE INSTALAÇÃO
	Projeto de radioproteção
	Levantamento radiométrico
	Controle de qualidade
	Plano de proteção radiológica
	Possui
	4
	4
	3
	2
	Não possui
	1
	1
	2
	3
Com relação à sinalização de área e luz vermelha de advertência, os resultados estão dispostos na Tabela 3.
Tabela 3: Disposição de sinalização em salas
	 
	Placas de sinalização
	Luz de advertência
	Possui
	4
	3
	Não possui
	1
	2
Todas as instalações possuíam vestimentas plumbíferas dispostas. Ao todo, foram inspecionados 80 itens de proteção individual, distribuídos em 15 aventais, nove óculos plumbíferos, 4 pares de luvas plumbíferas e 27 protetores de tireóide. Todas as instalações possuem pelo menos dois aventais plumbíferos e um protetor de tireóide. Foi verificado que a quantidade de vestimentas é proporcional à quantidade de membros que realizam imobilização.
Verificou-se também que 3 instalações não possuem óculos plumbífero e 2 instalações não possuem luvas plumbíferas.
Com relação à avaliação das mesas utilizadas para realizar radiografias, foi constatada a presença de grades anti-difusoras em 69% dos equipamentos, estando ausente em 31%. Alguns médicos veterinários relataram não fazer uso da grade mesmo quando esta se encontrava disponível, pois era necessário aumentar as técnicas de exposição, o que conseqüentemente aumenta a dose distribuída na equipe.
Nesta pesquisa, foi verificada a existência de dosimetria pessoal por parte dos operadores constatando-se que 80,6 % das instalações fazem uso de dosímetro pessoal, enquanto que 19,4 % não possuem nenhum tipo de dosimetria ou monitoração individual. O resultado pode ser observado na Tabela 4.
Tabela 4: Distribuição de dosimetria por instalação
	TIPO DE INSTALAÇÃO
	Possui dosimetria
	Não possui dosimetria
	Consultórios
	2
	1
	Clínicas
	3
	4
	Total
	80,6%
	19,4%
A maior parte dos equipamentos possui data de fabricação após o ano 2000, o que demonstra não serem equipamentos tão obsoletos. Poucos equipamentos foram comprados novos diretamente com o fabricante. Quase todos os equipamentos foram adquiridos já usados da medicina humana ou usados de outros centros veterinários, pois o custo de aquisição é mais acessível. 
O dimensionamento das salas, que deve ter tamanho de pelo menos 1,5m de distância entre o ponto focal e as paredes, não foi cumprido em todas as salas. A região onde o espaço era inferior ao valor mínimo é a parte posterior do equipamento.
Por meio desta pesquisa foi possível identificar que não existe uma grande quantidade de equipamentos de raios X utilizados em medicina veterinária na região de Campos dos Goytacazes. O número de instalações com equipamento de raios X regulamentado é muito próximo do estabelecido pelo CRMV-RJ em seu último levantamento, ou seja, 33 instalações (TEIXEIRA, 2007). Um estudo semelhante realizado pela Vigilância Sanitária do estado de São Paulo (VALENTE, 2004) levantou que, de um total de 36 instalações registradas em Ribeirão Preto, apenas sete possuíam equipamento de raios X, e que destas, apenas uma se encontrava em condições adequadas de radioproteção.
Uma hipótese levantada que pode explicar a baixa quantidade de equipamentos de raios X em instalações veterinárias na cidade de Campos dos Goytacazes é a existência de prestadores de serviço de radiologia volante ou radiologia portátil, que consiste em uma prática na qual o serviço de diagnóstico por imagem é terceirizado, sendo realizado por um veterinário radiologista com equipamento portátil na própria instalação, em especial para as que possuem baixa demanda de solicitação de exames.
5. Conclusões
Esta pesquisa possibilitou a avaliação das condições de radioproteção em radiologia veterinária em Campos dos Goytacazes – RJ. Os objetivos do trabalho foram atingidos por meio do estudo dos resultados de avaliaçãoe características técnicas dos equipamentos de raios X, verificação de vestimentas de proteção individual, procedimentos de trabalho e verificação da exposição ocupacional dos profissionais.
Através dos exames radiológicos acompanha-se a evolução, remissão e cura de várias patologias, evitando-se o sacrifício do animal. Para a obtenção de um diagnóstico preciso, os exames devem ser realizados por profissionais habilitados para a conclusão de um tratamento adequado para o paciente. 
Na medicina veterinária uma das áreas promissoras é a radiologia e diagnóstico por imagem, e como na medicina humana, o serviço do profissional da área de imagem na veterinária também pode ser realizado pelo técnico ou tecnólogo em radiologia.
6. Referências bibliográficas
AYERS, Mary H. Small Animal Radiographic techniques and Posicioning. Reino Unido: Wiley-Blackwell, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Federal nº 453: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC, nº 50: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços Veterinários: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2010.
KOLBER, Milton. Radiologia em Medicina Veterinária. In: NOBREGA, A. I. da. Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem. 1ª edição; São Paulo: Editora Difusão, cap. 4, p.123- 156, 2006.
LAVIN, Lisa M. Radiography in Veterinary Technology, 4ª Edição. Estados Unidos: Elsevier, 2007.
TEIXEIRA, Luiz Antônio Bittencourt. A Medicina Veterinária e o uso de Raio X. CRMV-RJ, 14 DE DEZEMBRO DE 2007.
TEODORO, A. A Importância da Radiologia na Medicina Veterinária. Revista CRTR- SP. 35ª ed., p. 6 -8, setembro 2007.
VALENTE, Dario; et. al. Biossegurança em Estabelecimentos Veterinários. Rev. Educ. Cont. CRMV- SP, São Paulo: vol.7, nº. 1/3, p.45-54, 2004.
WIDMER, William R.; SHAW, Stanley M.; THRALL, Donald E.; Effects of Low – level Exposure to ionizing radiation: Current concepts and Concerns for Veterinary Workers. Veterinary Radiology & Ultrasound. Estados Unidos: vol 37, nº3, pg 227- 239, 2006.
ANEXO A – FORMULÁRIO PREENCHIDO PELO PESQUISADOR

Continue navegando