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Victoria Karoline Libório Cardoso Lipídios e dislipidemias Bibliografia Tratado de endocrinologia - Lúcio Vilar Por que o estômago ou as glândulas salivares não participam do sistema endócrino? Porque as glândulas endócrinas secretam os hormônios diretamente no sistema sanguíneo Eixo hormonal Desencadeiam um produto final em uma glândula periférica Ação hormonal Ocorre por meio de sinalização Propriedades químicas ● Peptídicos: maior grupo, hidrossolúveis, com cadeias de 3 a 200 aa e ação na membrana plasmática. Ex: ACTH, LH, FSH, insulina, PRL ● Esteroides: são lipofílicos e ligados a proteínas para serem transportados, ação intranuclear. ● Derivados da amina: são as tirosinas, as catecolaminas e os hormônios tireoideanos. Retroalimentação J.A. 21 anos, sexo feminino, estudante de medicina, queixa se de sonolência, queda de cabelo há 06 meses. Ao exame físico discreto bócio difuso à palpação da tireóide Exames laboratoriais: ● TSH: 15,8 um/L (ref 0,5 a 5,5) ● t4: 0,5 ng/dl (ref 0,8 a 1,8) Provável hipotireoidismo Mecanismo de transporte Hormônios lipossolúveis: precisam de um sistema de transporte no plasma, podem se difundir através da membrana plasmática nas células alvo e se ligam a receptores citoplasmáticos com sítio para regulação gênica. Hormônios hidrossolúveis: não precisam de um transporte no plasma, pois possuem uma densidade facilitadora para isso; ligam-se a um receptor transmembrana, o que altera sua conformação espacial e libera o sítio de interação com a proteínaG. Obs: lipoproteínas - permitem o transporte de lipídios; são compostas por lipídios e apolipoproteínas (Após) ● Apos: identificam e caracterizam a função das lipoproteínas. Hormônios esteróides síntese a partir do colesterol: não existem muitos armazenamentos de hormônio em células endócrinas produtoras de esteróides. ● entretanto, grandes depósitos de ésteres de colesterol em vacúolos do citoplasma podem ser rapidamente mobilizados para a síntese de esteroides após o estímulo. estrutura química dos hormônios esteroides: semelhante às do colesterol. ● lipossolúveis, com 3 anéis ciclo-hexila e 1 anel ciclopentina combinados. ● uma vez que os esteroides são sintetizados eles se difundem através da membrana celular e entram no líquido intersticial e depois no sangue (por causa de sua lipossolubilidade); ● após isso atuam por meio de receptores nucleares e alteram o nível de expressão de genes específicos ou mediados por receptores na membrana plasmática. Hormônios aminados comumente derivados da tirosina. hormônios da tireoide e da medula adrenal. formados pela ação de enzimas nos compartimentos citoplasmáticos das células glandulares. hormônios da tireoide: sintetizados e armazenados na tireoide e incorporados à macromoléculas da proteína tireoglobulina, que é armazenada em grandes folículos na tireoide. ● a secreção ocorre quando as aminas são quebradas em tireoglobulinas e os hormônios livres são então liberados no sangue. ● para a liberação nos tecidos alvos, a maioria dos hormônios da tireoide se combinam com proteínas plasmáticas, principalmente a globulina de ligação à tiroxina. epinefrina e norepinefrina: formadas pela adrenal são armazenadas em vesículas pré-formadas, ocupadas por catecolaminas até serem secretadas. ● As catecolaminas são liberadas da adrenal por exocitose. ● Quando as catecolaminas são liberadas no sangue, elas podem ficar no plasma na forma livre ou em conjugação com outras substâncias. Receptores hormonais e sua ativação localização dos receptores: ● membrana da célula alvo - específicos, principalmente para hormônios proteicos, peptídicos e catecolamínicos. citoplasma celular: receptores primários. Núcleo: receptores para hormônios da tireoide. ● esses receptores são proteínas e eles costumam ser muito específicos para só um hormônio. Dislipidemia Alteração dos níveis de lipídios ou de lipoproteínas. Metabolismo de lipídios: ● Fosfolipídios: membrana celulares ● Colesterol: precursor de hormônios esteroidais, dos ácidos biliares e da vitamina D e fluidez das membranas. ● Triglicérides (TG): formados a partir de três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol: ○ Ácidos graxos: saturados ● Mono insaturados: 1 dupla ligação ● Poli-insaturados: + de 1 dupla Síntese de colesterol: 1. Alimentação. 2. células intestinais (quilomícrons). 3. Capilares. 4. Músculos e fígado (VLDL). 5. Capilares (IDL), fígado (LDL) e glândulas (HDL). Dislipidemia primária: origem genética ou hábitos de vida e hábitos alimentares, com dietas ricas em gordura, tem alto consumo de álcool, muito estresse e sedentarismo. Dislipidemia secundária: originada devido a outras doenças (diabetes, obesidade, hipertensão e outras). Consequências clínicas (depende da localização da lesão): ● Aterosclerose, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência vascular periférica. Aterosclerose: doença do vaso arterial - acúmulo de placas de gordura. ● O exceso de LDL pode causar um LDL oxidado no vaso, reconhecido como corpo estranho e ativando o sistema imune. ● Os macrófagos então englobam esse LDL oxidado, originando as células espumosas e por fim, os vasos se rompem e formam a placa de gordura. Dislipidemias Hipercolesterolemia isolada: elevação isolada de LDL-C = > 160 mg/dl. Hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TGs = > 150 mg/dl = aumento de VLDL, IDL e quilomícrons. Hiperlipidemia mista: aumentado de LDL-C = > 160 mg/dl eTG (> 150 mg/dl). HDL-C baixo: redução de HDL-C = homens < 40 mg/dl e mulheres < 50 mg/dl = isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG. Tratamento das dislipidemias Baixo risco: MEV (Mudança de Estilo de Vida) - reavaliação em 6 meses. Primário e secundário: meta individualizada Risco intermediário: MEV - reavaliação em 3 meses. ● Primário: meta LDL-C < 100; ● Secundário: meta colesterol não-HDL < 130. Risco alto: MEV +tratamento farmacológico - reavaliação em 3 meses. ● Primário: meta LDL-C < 70; ● Secundário: meta colesterol não-HDL < 100. Inibidores da HMG-Coa redutase - estatinas (sinvastatina; pravastatina; lovastatina; atorvastatina): ● Redução na síntese do colesterol hepático e aumento da expressão dos receptores da LDL na superfície do fígado = menor síntese de VLDL e LDL pelo fígado e aumento da remoção dessas lipoproteínas. ● As vastatinas elevam também o HDL-C em 5-15% e reduzem os TG em 7-30%, podendo assim também ser utilizadas nas hipertrigliceridemias leves a moderadas. Fibratos (clofibrato, benzafibrato, fenofibrato, genfibrosila, etofibrato e ciprofibato): ● São fármacos derivados do ácido fíbrico; não se conhece ainda seu mecanismo exato de ação. ● Estimulam a enzima lipase das lipoproteínas, destruindo os VLDL e liberando os lipídeos para o consumo nos músculos. ● Principais efeitos adversos dos fibratos: efeitos gastrintestinais, diminuição da libido, fraqueza muscular, distúrbios do sono, alteração nos níveis das enzimas hepáticas e creatinina. Ezetimibe: Inibidores da absorção de colesterol. ● Diminui o transporte de colesterol das micelas para os enterócitosatravés da inibição seletiva da captação de colesterol por uma proteína da borda em escova, a NPC1L1. ● Ezetimibe diminui em cerca de 50% a absorção intestinal de colesterol, sem reduzir a absorção de triglicerídeosou de vitaminas lipossolúveis. ● Redução das concentrações plasmáticas de colesterol LDL. ● O ezetimibe, em dose diária única, reduz as concentrações de colesterol LDL em cerca e 15 a 20 %, além de diminuir as concentrações de triglicerídeos em cerca de 8% e eleva em pequeno grau o colesterol HDL. ● A associação do ezetimibe com uma estatina aumenta em 15% a eficácia da terapêutica farmacológica, em relação à administração somente de estatinas.
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