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Apostila STAR 2016

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Escola Técnica Estadual “Conselheiro Antonio Prado” 
 
 
 
 
APOSTILA 
 
 
 
MATÉRIA: 
 
SISTEMAS DE TRATAMANTO DE ÁGUA E RESÍDUOS 
 
 
 
 
 
PROFª FLÁVIA DE ALMEIDA GABOS 
 
 2 
Índice 
 
 
 
Competências, Habilidades e Bases Tecnológicas do Componente Curricular 3 
Introdução 4 
Uso e qualidade dos cursos de água 5 
Portaria 2914/2011 e CONAMA 357/2005 7 
Sistemas de Abastecimento de Água 9 
Processo de Tratamento de Água 13 
Tratamento de água avançado 15 
Tratamento de água para uso industrial 17 
Reuso de Água 17 
Esgoto Sanitário 21 
Sistema de Esgotamento Sanitário de Campinas - Sanasa 
29 
Legislações e P+L 
 
29 
Efluentes Industriais 32 
Resíduos Sólidos 35 
Destinação de resíduos sólidos 39 
Aula Prática 44 
 
 3 
II – Competências, Habilidades e Bases Tecnológicas do Componente Curricular 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
INTRODUÇÃO 
 
A água é um bem comum que deve ser preservada e só será infinito se for usado de modo 
sustentável. Para que isso ocorra é necessário: 
 - Conscientização no uso adequado, sem desperdiço; 
 - Reutilização para fins menos exigentes; 
 - Controle do descarte nos cursos d’água; entre outros... 
 Historicamente falando, o homem sempre procurou lugares próximos à cursos da água, pela 
facilidade no consumo próprio, criação de animais e para a agricultura. Sempre que ali não era mais 
próprio para viver, mudavam-se. Desta maneira todo o descarte dos resíduos gerados era lançado nesse 
mesmo rio, ou colocado no solo do qual ele dependia do alimento. Entretanto enquanto a população era 
pequena e não existia o produto comercializado, o rio e o solo era capaz de realizar a auto-depuração. 
 Auto-depuração? É o fenômeno que ocorre como mecanismo de defesa para a auto recuperação do 
habita com degradação dos poluentes. Fenômeno natural. 
Mas a vida modernizada do homem hoje, o transforma no maior gerador de resíduos assim o 
descarte está além da auto-depuração do ambiente. Produtos embalados (plástico, lata e papel), restos de 
alimentos e etc... 
A partir daí surge a necessidade de procurar maneiras mais adequadas de descarte. Aterros no 
lugar de lixões e tratamento do esgoto antes de ser lançados nos cursos d’água. Melhoria nas tecnologias 
para buscar embalagens biodegradáveis e processos de fabricação mais limpa. Pois, além do excesso e a 
diversificação dos resíduos, falta também locais adequado para implantação de aterros. Mudando assim o 
foco da tecnologia. Hoje o mais importante é reciclar, reutilizar, aumentar a vida útil de aterros e garantir 
uma melhor qualidade de vida. 
Falta muita conscientização nesse aspecto e muito preconceito quando se fala da reutilização da 
águas de ETEs para fins menos exigentes, uso de lodo de esgoto na agricultura. Além da educação em 
carregar sua própria sacola ao invés de utilizar várias sacolinhas de plástico, usar água da máquina de 
lavar para lavar o quintal, entre outros... 
 
Pensando um pouco no assunto: 
- Você realiza ações, que considera ecologicamente corretas? Quais? 
- O texto sempre procura mostrar atitudes que deveríamos seguir. Mas hoje mesmo com a preocupação 
ambiental, poucas atitudes são tomadas. O que você faria para mudar um pouco as atitudes atuais? 
 5 
USO E QUALIDADE DOS CURSOS DE ÁGUA 
Usos da água 
A água tem vários usos além do doméstico como: 
 Uso industrial: Que utiliza grandes quantidades de água geralmente potável. O uso vai desde a 
incorporação da água nos produtos, lavagem de materiais e equipamentos, nos sistemas de refrigeração e 
para geração de vapor e nesses casos quando devolvidas aos rios prejudicando o ecossistema aquático. 
Dependendo do processo industrial geram efluentes líquidos que podem carregar uma infinidade de 
produtos (elementos), que contaminam os rios. 
 Uso agrícola: Apenas a chuva nem sempre são suficientes para suprir a quantidade para a 
produção, como uma alternativa é utilização as irrigações que consome bastante água. O mau uso pode 
provocar o arraste de produtos usados na agricultura para os cursos de água, como agrotóxicos e 
fertilizantes. Responsáveis não só pela contaminação como pela eutrofização. 
 Para navegação: São as hidrovias que não depende de água de classe 1 
 Pesca e lazer: São atividades que depende de boa qualidade da água que são águas de classe 1 a 
poluição impede esses tipos de atividade. A pesca predatória pode causar prejuízo ambiental e a pesca em 
águas poluída pode causar doenças de veiculação hídrica pelas pessoas que consomem. 
 
Qualidade da Água 
 A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair em forma de chuva, já carreia impurezas do 
próprio ar. Ao atingir o solo seu grande poder de dissolver e carrear substâncias altera ainda mais suas 
qualidades. A qualidade da água, portanto é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De 
maneira geral, pode se dizer que a qualidade da uma determinada água é função do uso e da ocupação do 
solo na bacia hidrográfica. Tal se deve aos seguintes fatores: 
- Condições naturais: mesmo com bacias hidrográficas preservadas nas suas condições naturais, a 
qualidade das águas subterrâneas é afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração do solo, 
resultante da precipitação atmosférica em contato com as partículas, substâncias e impurezas do solo. 
Neste caso a influência é da cobertura vegetal e da composição do solo 
 Dentre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias como, por exemplo, 
substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água dura; substâncias ferruginosas que dão cor e sabor 
diferentes à mesma e substâncias resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que 
a tornam imprópria ao consumo. Por sua vez, a água pode carrear substâncias em suspensão, tais como 
partículas finas dos terrenos por onde passa e que dão turbidez à mesma; pode também carrear 
substâncias animadas, como algas, que modificam seu sabor. 
- Interferência do homem: Está diretamente relacionada com a geração de despejos domésticos ou 
industriais, quer de uma forma dispersa, com a aplicação de agrotóxicos no solo, que contribui na 
introdução de compostos na água, afetando sua qualidade, além de por levar em suspensão 
microrganismos patogênicos. Portanto, a forma com que o homem usa e ocupa o solo tem uma 
implicação direta na qualidade de água. 
 
Ciclo do uso da água 
 
 6 
 
Índices de Qualidade da Água. 
De acordo com a Cetesb o IQA é um índice que reflete, principalmente, a contaminação dos corpos 
hídricos ocasionada pelo lançamento de esgotos domésticos. Este índice foi desenvolvido para avaliar a 
qualidade das águas, tendo em vista a sua utilização para o abastecimento público, considerando aspectos 
relativos ao tratamento dessas águas. A Cetesb utilizou este índice, de 1975 a 2001, mas o uso de um 
índice numérico global foi considerado inadequado, devido à possibilidade de perda de importantes 
informações. Desta maneira tem sido proposta a representação conjunta de três índices: IQA, o IAP e o 
IVA. 
Assim, a partir de 2002, a CETESB tem utilizado índices específicos para os principais usos do recurso 
hídrico: 
- águas destinadas para fins de abastecimento público - IAP; 
- águas destinadas para a proteção da vida aquática - IVA e 
- águas destinadas para o banho - Classificação da Praia. 
Além desses ainda tem o IB índice de balneabilidade. 
 
Padrões de Potabilidade 
A água própria para o consumo humano, ou água potável, deve obedecer a 5 requisitos de ordem: 
 organoléptica: não possuir sabor e odor objetáveis; 
 física: ser de aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima dos limites estabelecidos nos padrões 
de potabilidade; 
 química: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos limites de tolerância para o homem; 
 biológica: não conter microorganismos patogênicos; 
 radioativa: não ultrapassar o valor de referênciaprevisto na Portaria 2914 do Ministério da 
Saúde, de 2011; 
 segundo recomendações da Portaria 2914/11 do M.S, o pH deverá ficar situado no intervalo de 6,0 
a 9,5 e a concentração máxima de cloro residual livre em qualquer ponto da rede de distribuição, 
deverá ser de 0,2mg/L. 
As exigências humanas quanto à qualidade da água crescem com o progresso humano e o da técnica. 
Justamente para evitar os perigos decorrentes da má qualidade da água, são estabelecidos padrões de 
potabilidade. Estes apresentam os Valores Máximos permissíveis (VMP) com que elementos nocivos ou 
características desagradáveis podem estar presentes na água, sem que esta se torne inconveniente para o 
consumo humano. 
 
Classes de qualidade da água (CONAMA 357/2005): As águas são classificadas como água dose, 
salina e salobra. 
Das Águas Doces 
Art. 4º As águas doces são classificadas em: 
I - classe especial: águas destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; 
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, 
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. 
II - classe 1: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução 
CONAMA no 274, de 2000; 
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que 
sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e 
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. 
III - classe 2: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução 
CONAMA no 274, de 2000; 
 7 
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os 
quais o público possa vir a ter contato direto; e 
e) à aqüicultura e à atividade de pesca. 
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas: 
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; 
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; 
c) à pesca amadora; 
d) à recreação de contato secundário; e 
e) à dessedentação de animais. 
V - classe 4: águas que podem ser destinadas: 
a) à navegação; e 
b) à harmonia paisagística. 
 
A resolução vigente até março de 2000 era 020/86 que foi revogada para vigência da resolução 
274/2000 que alterou os artigos 26 à 34 referentes a balneabilidade. Hoje a resolução vigente é a 
357/2005. 
 
Pensando um pouco no assunto: 
- Quais são os 5 requisitos que a água potável deve obedecer? Explique 
- Qual a relação entre os usos da água e qualidade desta? Os índices podem ajudar? Explique. 
- Quais são as classes de água que podem ser utilizadas para o consumo humano, diretamente ou não? 
Explique. 
 
PORTARIA 2914/2011 E CONAMA 357/2005 
 São duas normas que prevê qualidade de água. A Portaria 2914 dispõe sobre a qualidade da água 
para o consumo humano e o Conama 357 dispõe sobre a qualidade dos mananciais. Dentre as suas 
particularidades uma prevê a saúde humana e a outra a saúde dos mananciais. 
 
Portaria 2914 de 12/12/2011 do Ministério da Saúde 
O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União do dia 14 de dezembro de 2011 a 
Portaria nº 2.914, de 12-12-2011. Trata-se de norma que dispõe sobre os procedimentos de controle e de 
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
Esta portaria revoga e substitui integralmente a Portaria MS nº 518, de 25-03-2004, que 
estabelecia os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água 
para consumo humano e seu padrão de potabilidade. 
Destacam-se entre as obrigações, estabelecidas pela nova portaria, específicas dos responsáveis 
pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano as 
seguintes: o exercício da garantia do controle da qualidade da água; encaminhar à autoridade de saúde 
pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios relatórios das análises dos parâmetros mensais, 
trimestrais e semestrais com informações sobre o controle da qualidade da água, conforme o modelo 
estabelecido pela referida autoridade; 
O responsável pela solução alternativa coletiva de abastecimento de água deve requerer, junto à 
autoridade municipal de saúde pública, autorização para o fornecimento de água tratada, mediante a 
apresentação dos seguintes documentos: I - nomeação do responsável técnico habilitado pela operação da 
solução alternativa coletiva; II - outorga de uso, emitida por órgão competente, quando aplicável; e III - 
laudo de análise dos parâmetros de qualidade da água previstos nesta Portaria. 
Importa ressaltar também que compete aos responsáveis pelo fornecimento de água para consumo 
humano estruturar laboratórios próprios e, quando necessário, identificar outros para realização das 
análises dos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, sendo que os sistemas e as soluções alternativas 
coletivas de abastecimento de água para consumo humano devem contar com responsável técnico 
habilitado. 
Salientamos ainda que a Portaria MS nº 2.914/2011 dispõe ainda de parâmetros de observação 
obrigatória para a aferição e garantia do padrão microbiológico de potabilidade, inclusive estabelecendo 
padrões para substâncias químicas que representam risco à saúde. 
 8 
Considerando a relevância das alterações trazidas por esta portaria, ficaram estabelecidos prazos 
para a adequação aos seus parâmetros, a saber: 
 Prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de sua publicação, para que 
os órgãos e entidades sujeitos à aplicação desta Portaria promovam as adequações necessárias ao seu 
cumprimento, no que se refere ao monitoramento dos parâmetros gosto e odor, saxitoxina, cistos de 
Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp.; 
 Prazo de 4 (quatro) anos para cumprimento, contados da data de publicação desta Portaria, 
mediante o cumprimento das etapas previstas no § 2° do art. 30 desta Portaria, para o atendimento ao 
valor máximo permitido de 0,5 uT para filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta). 
 Prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de publicação desta Portaria, 
para que os laboratórios referidos no art. 21 desta Portaria promovam as adequações necessárias para a 
implantação do sistema de gestão da qualidade, conforme os requisitos especificados na NBR ISO/IEC 
17025:2005. 
 
CONAMA 357 de 17/05/2005 do Ministério do Meio Ambiente 
 Mais restritivo que o CONAMA 20/86, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e 
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes. 
 O Conama 357/2005 atribui definições para água doce, salobra e salina e define os níveis de 
qualidade, avaliados por condições e padrões específicos de modo a assegurar seus usos. Esses níveis são 
adotados a partir de padrões estabelecidos classificando as águas doces em classe 1, 2, 3 e 4 e avalia os 
usos dessas classes de corpos hídricos. 
 O Conama 357/2005 também prevê o lançamento de efluentes líquidos com corpos de água, 
entretanto somente poderão ser lançados após o devido tratamento. Os parâmetros de emissão deixaram 
de ser responsabilidade do Conama 357 e passou a ser responsabilidade do Conama 430 (“...Revogam-se 
o inciso XXXVIII do art. 2o, os arts. 24 a 37 e os arts. 39, 43, 44 e 46, da Resolução CONAMA no 357, 
de 2005.”) 
 
Exercício 1 
A) Portaria n° 2914/2011 
- De acordo com a norma o que é água potável? 
- Comparando, o padrão de potabilidade desta norma, com uma água mineral(3 marcas escolhidas), 
seria possível identificar um elemento acima dos valores máximos permitidos? Dê sua opinião? 
- Faça uma tabela mostrando os valores das marcas de água e os valores máximos permitidos pela 
portaria. 
Na sua opinião, qual seria a importância dos teores que são mostrados nos rótulos de águas minerais? 
 
B) Resolução CONAMA n°357/2005 
- De acordo com a norma o que é classe de qualidade? 
- Classifique a classe do rio Corumbataí de acordo com a tabela abaixo: 
Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 
Turbidez (UNT) 138 127 137 39 20 11 11 14 49 81 78 72 
Cor Verdadeira (Pt/L) 67 68 69 16 7 5 4 7 26 50 37 25 
Oxigênio Consumido 
(mg/L) 8,6 8,3 10,5 5,7 4 3,7 3,8 4,1 6 7,7 6,5 5,5 
pH 6,9 6,9 6,9 7 6,9 6,9 6,8 6,8 6,8 6,8 6,9 6,9 
Alcalinidade Total (mg/L 
CaCO3) 22 21 20 18 18 19 20 20 21 22 23 22 
Ferro Total (mg Fe/L) 3,25 2,32 0,9 1,5 2,57 1,01 3 2,9 3,4 
Manganês (mg Mn/L) 0,08 0,05 0,05 0,06 0,08 
DBO (mg/L O2) 1,23 1,63 1,23 1,48 0,94 0,84 0,76 2,08 2,3 1,4 2,2 2,2 
N° Coliformes Fecais (N° 
100 mL) 7000 2600 4000 4700 5900 5000 950 10500 57400 1400 1550 
Acidez (mg/L CaCO3) 8 40 5 4 6 4 6 9 70 9 11 9 
Condutividade (Ohm.cm) 116 95 88 99 98 94 104 108 123 125 132 136 
 9 
Cloreto (mg/L Cl-) 16 15 14 15 21 14 15 17 14 18 17 15 
Dureza Total (mg/L 
CaCO3) 42 34 41 37 23 25 27 28 38 49 53 49 
Fenol (mg/L) 0,002 0,005 0,002 0,005 0,006 
Surfactante (mg/L) 0,01 0,01 0,01 0,03 0 
OD (mg/L O2) 5,35 5,15 5,49 5,57 5,97 5,79 5,44 4,18 4,6 4,9 5,7 6 
- Em qual época do ano este rio é encontrado com melhor qualidade. Como você explicaria isso? 
 
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
Os sistemas de abastecimento de água têm como objetivo proporcionar o suprimento desse líquido 
às pessoas, na qualidade indispensável à preservação de sua saúde e na quantidade necessária aos seus 
diversos usos. 
O fornecimento de água pode ter como objetivo o consumo humano, industrial e outros. O 
abastecimento de água para consumo humano deve considerar os aspectos qualitativos e quantitativos. 
A água a ser utilizada pelo homem deve ter qualidade adequada, ou seja, não conter impurezas em 
níveis superiores aos valores dos padrões de potabilidade, os quais foram fixados, no Brasil, pela Portaria 
518 do Ministério da Saúde. Esses padrões são limites máximos de impurezas físicas, químicas e 
biológicas que podem estar presentes na água, sem causar danos à saúde humana. 
O abastecimento de água deve ser feito considerando a quantidade necessária aos diversos usos da 
mesma, nos domicílios. Além da ingestão, o homem utiliza a água para outros fins, tais como a 
preparação de alimentos, lavagem de utensílios, higiene corporal, lavagem de roupas, afastamento de 
dejetos e higiene do ambiente. 
O consumo de água, por habitante, varia em função de vários fatores: hábitos, poder aquisitivo e 
nível de educação sanitária da população, além do tipo de cidade e das suas características climáticas, 
apresentados na Tabela1 . Alguns exemplos de consumo podem ser observados na Tabela 2. 
 
Tabela 1: Fatores de influência no consumo de água 
 
 
Tabela 2: O consumo de água per capita em algumas cidades, regiões e países. 
CIDADES, REGIÕES E 
PAÍSES 
CONSUMO 
litros/pessoa/dia 
FONTE 
Austrália 270 
Geólogo Pedro Jacobi 
www.geologo.com.br 
Canadá 300 
Escócia 410 
Estadoa Unidos / Canadá 300 
Brasil RJ 140 
Brasil MG 124 
Brasil DF 225 
Brasil Norte 140 
Brasil SP 150 Sabesp – www.sabesp.com.br 
Berlim / Alemanha 165 Berliner Wasserbetriebe 
Inglaterra 141 National Statistics os England 
http://www.geologo.com.br/
 10 
Suíça 159 Federal Office os Environmental of Switzerland 
Denver / EUA 200 Plínio Thomas 1986 – www.navegareditora.com.br 
Holanda 135 Plínio Thomas 1993 – www.navegareditora.com.br 
 
Nos sistemas públicos de abastecimento de água são adotados consumos "per capita" médios de 
água, variáveis em função do porte da cidade. 
O abastecimento de água pode ser feito de forma individual ou coletiva, sendo esta última 
recomendada para as áreas urbanas. As soluções individuais de suprimento de água se aplicam às zonas 
rurais, mas ainda são muito utilizadas em cidades, devido à inexistência de sistemas coletivos, o que tem 
resultado, muitas vezes, em problemas sanitários, pois nem sempre é garantida a qualidade indispensável 
ao consumo humano. 
Infelizmente, uma parcela significativa da população não dispõe de adequados sistemas de 
abastecimento de água, sendo obrigada a utilizar-se de soluções não sanitárias, as quais resultam na 
incidência de muitas doenças e mortes. 
A água para consumo humano pode ser obtida de várias formas: 
 captação da água de chuva (cisternas); 
 mananciais subterrâneos: fontes de encostas ("olhos d'água"), poços; 
 mananciais superficiais: rios, riachos, lagos, lagoas, reservatórios artificiais (açudes). 
Nem sempre a água está disponível nos mananciais com a qualidade recomendada para o consumo 
humano, havendo necessidade de tratamento para torná-la potável. As águas de fontes de poços profundos 
estão menos sujeitas à contaminação do que as de poços rasos e de mananciais superficiais. 
Nos sistemas individuais de abastecimento, a captação da água é feita, geralmente, em fontes de 
encostas, em poços, ou a partir da água de chuvas (cisternas). Nos sistemas coletivos, é comum serem 
utilizados os poços, as fontes de encostas e os mananciais superficiais de água (rios, lagoas, açudes, etc.). 
Cisternas 
As cisternas são utilizadas, principalmente, em zonas rurais, em regiões onde há carência de água. 
São reservatórios construídos com o objetivo de acumular água durante o período de precipitações 
pluviométricas, para utilização na época de estiagem. 
 As cisternas constituem uma solução 
indicada para regiões semi-áridas, onde, nas 
épocas de secas, há escassez de água até para 
os usos mais prementes da população. 
Alguns modelos de cisternas estão 
indicados na Figura1 
 
 
O dimensionamento de uma cisterna pode ser feito utilizando a seguinte fórmula: 
V = k . N . C . .D 
 
Onde: 
v: volume da cisterna (volume de água a armazenar) - (litros) 
k: coeficiente correspondente às perdas - (valor usual: k = 1,1) 
N: número de consumidores que se utilizarão da água da cisterna 
C: consumo unitário de água (l / consumidor . dia) 
D: número de dias de armazenamento de água - (valor usual: 240 dias → 8 meses) 
 
A captação de água para as cisternas pode ser feita a partir das coberturas das edificações ou do 
próprio reservatório, ou em área do solo adjacente. A área de captação é calculada através da seguinte 
fórmula: 
V 
A = ––––––––– 
 Cs . p 
 
Exemplos de Cisternas Figura 1 
 11 
Onde: 
A: área de captação de água para a cisterna - (m2) 
V: volume da cisterna - (m3) 
Cs: coeficiente de escoamento superficial 
p : precipitação média anual - (m) 
 
O coeficiente de escoamento superficial (Cs) é a relação entre o volume escoado e o volume 
precipitado, e depende do tipo de material da área de captação. Alguns valores de Cs estão indicados no 
Quadro abaixo: 
 
Alguns cuidados devem ser observados, no sentido de garantir-se a qualidade da água acumulada 
em cisternas: 
 Não recolher as primeiras águas precipitadas, pois as mesmas contêm sujeiras das coberturas; 
para isso, deve ser instalado um dispositivo que permita desviar as águas das primeiras chuvas; 
 A retirada da água das cisternas deve ser feita através de torneira ou por bomba manual; deve-
se evitar a obtenção de água com baldes; 
 As cisternas devem ser mantidas bem vedadas, para evitar o acesso de animais e detritos e a 
incidência da luz solar; 
 As cisternas de forma retangular devem ter os cantos arredondados, para facilitar a limpeza; 
 Deve-se proceder a limpeza das cisternas, pelo me- nos, uma vez por ano. 
Poços 
Os poços têm sido utilizados para abastecimentos individuais, no meio rural e em muitasáreas de 
cidades que não contam com sistemas públicos de fornecimento de água. São usados, também, como 
mananciais de água de sistemas coletivos. 
Os poços podem ser rasos, quando a água é captada dos primeiros lençóis d'água, ou profundos, 
quando atingem lençóis d'água mais inferiores. 
Os poços rasos podem ser escavados ou tubulares (a própria tubulação serve como parede lateral). 
Os poços profundos são, geralmente, tubulares. 
Quando o nível da água em um poço profundo fica sujeito a uma pressão superior à atmosférica, 
tem-se um poço artesiano. Em alguns casos, a água jorra acima da superfície do solo. Tem-se, então, um 
poço artesiano jorrante. 
Os poços rasos são, normalmente, executados por meio da escavação do solo ou através de 
perfurações manuais. Os poços profundos são executados utilizando-se máquinas perfuratrizes, usando 
diferentes métodos: percussão, rotativo, ar comprimido. 
As águas de poços rasos estão mais sujeitas à contaminação, através de sujeiras presentes na 
superfície do solo ou a partir da infiltração de efluentes de fossas. 
As águas de poços profundos têm, geralmente, boa qualidade. No entanto, tem sido constatada a 
contaminação de poços com grandes profundidades, causada por deficiências na execução dos mesmos ou 
pela existência de fraturas nas rochas, que facilitam o acesso de poluentes. 
Para reduzir os riscos de contaminação da água de poços, devem ser adotados alguns cuidados: 
 Localização adequada, em relação à fossa: 
- construção na parte mais elevada do terreno (em relação à fossa); 
- afastamento de fossa seca: no mínimo, 15 metros; 
- afastamento de sumidouro ou valas de infiltração: mínimo de 20 metros; 
 Cobertura adequada do poço, com tampa bem vedada; 
 Revestimento impermeável das paredes do poço até, pelo menos, 3 metros de 
profundidade; 
 Elevação das paredes a, pelo menos, 20 centímetros acima do solo; 
 12 
 Evitar a retirada da água com baldes e cordas; quando não for possível, utilizar sarilho ou 
roldana; de preferência, usar bomba manual ou a motor. 
 Proceder a limpeza e desinfecção do poço, quando constatada contaminação. 
A Figura 2 apresenta um exemplo de um 
poço raso escavado, observando alguns 
cuidados no sentido de evitar a contaminação da 
água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas Coletivos de Abastecimento de Água 
Os sistemas coletivos de abastecimento de água são constituídos de várias unidades, desde a 
retirada da água no manancial até a distribuição da mesma nas edificações. 
A Figura 3, mostra esquemas de sistemas de abastecimento de água. O objetivo dos mesmos é, 
após a retirada da água de um manancial, torná-la potável e distribuí-la à população, na quantidade 
necessária aos seus usos. 
Um sistema de abastecimento de água é composto, normalmente, das seguintes unidades: 
Manancial - recurso hídrico onde é retirada a água, podendo ser superficial ou subterrâneo. A 
escolha do manancial depende da sua localização, da quantidade de água disponível, da qualidade da 
mesma, etc. 
Captação - retirada da água do manancial, podendo ser feita através de tomada direta ou 
utilizando sistemas de bombeamento. 
Adução - transporte da água entre duas unidades do sistema de abastecimento, através de 
tubulações ou canais (adutoras). Na FIGURA 7.3(a) tem-se um exemplo de adutora de água tratada, 
enquanto que na FIGURA 7.3(b) mostra-se uma adutora de água bruta. 
Tratamento - conjunto de processos adotados visando à transformar a água bruta em água 
potável. O tratamento é feito na 
ETA - Estação de Tratamento de 
Água, conforme descrito adiante. 
Reservatório - acumulação 
de água em reservatórios, com 
vários objetivos: compensar as 
variações de consumo; garantir o 
abastecimento quando ocorrerem 
paradas nos sistemas de captação e 
adução da água; proporcionar a 
pressão mínima necessária na rede 
de distribuição. 
 
Rede de distribuição - 
tubulações dispostas nas vias 
públicas, para efetuar o 
fornecimento da água às 
edificações. 
 
Figura 2 
 
Figura 3 
 13 
Dependendo da topografia do terreno, em alguns sistemas de abastecimento são necessárias 
estações elevatórias ou de recalque, constando de instalações de bombeamento destinadas a proporcionar 
o transporte da água de pontos baixos para mais elevados, como, por exemplo, do local de captação para a 
ETA, ou desta para o reservatório. 
 
 
Figura 4 – Tipos usuais de Estações de Tratamento de água 
 
Pensando um pouco no assunto: 
- Independe da situação, qual é o principal requisito para que uma água possa ser distribuída? 
- O abastecimento individual é melhor que o coletivo? Explique 
- Qual dessas técnicas de abastecimento você considera mais segura para o consumidor? 
- Você considera a técnica de fervura da água uma técnica eficiente? Porque? Explique. 
 
 
PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA. 
 Toda água servida para o consumo humano precisa ser qualidade, de modo que se enquadre nos 
padrões de potabilidade. Hoje na norma vigente é a Portaria 2914/2011 do ministério da saúde. 
 Para atender essas exigências as águas brutas muitas vezes passam por processo de tratamento de 
água em ETA. 
A água servida para o consumo humano pode ser de origem superficial (rios, lagos e represas) ou 
subsuperficial (poços). A característica da água bruta vai definir o nível de tratamento da água. As águas 
superficiais variam de acordo com a Classe dos Corpos Hídricos, que já possibilita perceber qual o nível 
de tratamento necessário. Águas subsuperficiais têm uma qualidade melhor, o que diminui o custo com 
tratamento de água. 
De acordo com o CONAMA 357/2005 os tratamentos podem ser definidos em: 
- Tratamento simplificado: clarificação por meio de filtração e desinfecção e correção do pH, 
quando necessário. 
- Tratamento convencional: clarificação com utilização de coagulação e floculação, seguida de 
desinfecção e correção de pH. 
- Tratamento avançado: técnicas de remoção ou inativação de constituintes da água de causa, cor, 
sabor, odor, atividade tóxica ou patogênica. Essas técnicas podem ser incluídas nos tratamentos 
convencionais. 
Etapas do Tratamento de água Convencional 
Água Bruta  Captação  Gradeamento  Desarenação  Coagulação e Floculação  Decantação  
Filtração  Cloração  Fluoretação  Correção pH  Água Tratada. 
 
 14 
 
 
Gradeamento: A entrada da água no processo é protegida por uma grade que impede a entrada de 
galhos, plantas e alguns materiais grosseiros que estejam nos rios, entrem no processo. 
Desarenador: São canais que possibilitam a decantação do excesso de areia e matérias pesados que 
estejam em suspensão na água do rio. Processo que evita o desgaste em bombas. 
Coagulação: Substâncias coagulantes são adicionadas na água com a finalidade de reduzir as forças 
eletrostáticas de repulsão, que mantém separadas as partículas em suspensão, as coloidais e parcela das 
dissolvidas. Essas cargas são negativas causando a repulsão das partículas. 
Os coagulantes mais utilizados são: o sulfato de alumínio e o cloreto férrico, sais que, em solução, 
liberam espécies químicas de alumínio ou ferro com alta densidade de cargas elétricas positivas, de sinal 
contrário às manifestadas pelas partículas presentes na água bruta, eliminando, assim, as forças de 
repulsão eletrostática originalmente presentes na água bruta. 
Antes deste processo geralmente é realizado uma pré-alcalinização, pois esse processo depende de 
ambientes alcalinos, favorecendo a desestabilização elétrica das partículas e adsorção dessas partículas no 
hidróxido de alumínio (posteriormente formando flocos). 
Esse processo ocorre misturadores rápidos e durante, esse tempo pode chegar a ser cerda de meio 
minuto. 
Floculação: Processo físico que promove a aglutinação das partículas já coaguladas. Essa mistura 
deve ser cuidadosa, apenas o suficiente para o contato das partículas, possibilitando o aumento dos flocos. 
Se essa misturafor muito vigorosa pode romper os frágeis floculados. Quanto maior o floco mais pesado 
ele fica, facilitando sua decantação. O misturador pode ser mecânico ou hidráulico (Chicanas). 
Esse processo pode ser influenciado pelo pH, tempo, temperatura e agitação. 
 
 
 Decantação ou sedimentação: É o processo no qual a força da gravidade é utilizada para separar as 
partículas de densidade maior que a da água, depositando-as em uma superfície ou zona de 
armazenamento. Os decantadores podem ser: horizontal ou vertical. Os horizontais precisam de uma boa 
profundidade de modo que a água permaneça tempo suficiente para os flocos decantarem. No vertical 
esse tempo de retenção é menor, entretanto é necessário um equipamento que dificulta a saída dos flocos. 
O volume de entrada deve ser controlado para que não ocorra um turbilhamento excessivo fazendo 
com que os flocos rompam-se. 
Nesse processo deve-se retirar o excesso da cor (estar entre 5 e 10) e retirar cerca de 90% da 
turbidez. Esse processo prepara a água para ser filtrada, por tanto quanto melhor a decantação melhor será 
a filtração. 
Nesse processo ocorre a formação de lodo, que deve ser descartado de modo que não cause prejuízo 
ao ambiente. 
 15 
 
Filtração: Após a decantação, a água passa pelos filtros onde as partículas e microorganismos que 
não sedimentaram no decantador ficarão retidos no leito filtrante, que é constituído por camadas de areia 
(fina e grossa) que fazem a filtragem da água, apoiadas por uma camada de pedregulhos e cascalhos com 
tamanhos variados e um sistema de drenos. A água passa por gravidade pelo leito filtrante e é recolhida 
em um canal de água filtrada. Periodicamente os filtros são lavados para remover as partículas retidas no 
leito filtrante, invertendo-se o fluxo da água. Esses filtros são geralmente de filtragem rápida podendo ser 
de ascendente ou descente. 
 
 
Desinfecção: Tem por finalidade a destruição de microorganismos patogênicos presentes na água. 
As principais técnicas empregadas são a cloração, ozonização e a exposição da água à radiação 
ultravioleta. 
- Cloração: ação do cloro que elimina os microorganismos remanescentes do tratamento, sendo 
mantido um teor residual de cloro de acordo com a legislação, suficiente para garantir a potabilidade da 
água em toda a extensão da rede de distribuição. A cloração é um processo muito usado ainda, devido sua 
eficácia. Quando ainda existem remanescentes de compostos orgânicos na água o cloro livre pode reagir 
formando substâncias cancerígenas (cloro-metanos), fazendo com o processo inicial tenha que ser 
eficiente. 
- Ozonização: mais eficiente na eliminação de outros microrganismos a não ser bactérias, como 
protozoários, entretanto um processo muito caro. 
Fluoretação: Processo que consiste na aplicação de dosagens adequadas de um composto de flúor 
(ácido fluorssilícico com teor de flúor de 0,7 mg/L) nas águas a serem distribuídas. A fluoretação previne 
e reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da 
gestação até a faixa dos 14 anos de idade. 
Correção do pH: O pH da água sofre alterações em conseqüência do tratamento executado. A 
correção do pH objetiva neutralizar a acidez da água e proteger as tubulações contra a corrosão. Esta 
correção é realizada com adição de cal. Para sobrar um remanescente geralmente o pH fica um pouco 
superior a 7,0. 
 
TRATAMENTO DE ÁGUA AVANÇADO 
Se tratando de água para o consumo humano, poderíamos indicar os seguintes processos avançados, 
para retirada de elementos inconvenientes da água potável: 
Oxidação: o primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e o 
manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta. Para isso, injeta-se cloro ou 
produto similar (permanganato, oxigenada), pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, 
a sua remoção nas outras etapas do tratamento convencional. Esse processo pode realizado por ozônio. 
Flotação: é o processo inverso ao da sedimentação, com o mesmo objetivo de separação das 
partículas floculentas da água em tratamento. Certos flocos (principalmente quando formados a partir de 
águas com alta concentração de algas ou substâncias orgânicas de origem natural, conhecidas como 
 16 
substâncias húmicas), podem manifestar baixa velocidade de sedimentação, inviabilizando tal 
procedimento. Geralmente, para melhorar o rendimento do processo de flotação, agregam-se aos flocos, 
microbolhas de ar que aumentam a força de empuxo sobre os mesmos, facilitando sua ascensão e 
posterior remoção por rodos raspadores instalados na superfície da unidade. 
Alteração no processo de filtração: no processo convencional, a filtração utilizada é denominada 
rápida, podendo ou não conter uma camada de antracito. Quando utiliza-se uma filtração lenta utiliza-se 
outro tipo de carvão do tipo ativado. O carvão ativado tem a capacidade de reter substâncias inorgânicas e 
orgânicas, num processo de adsorção. O carvão antracito tem propriedade apenas filtrante, sem essa 
capacidade adsortiva. 
Pensando um pouco no assunto: 
- Como funciona um tratamento convencional de tratamento de água? 
- Em qual situações seria necessário um tratamento de água avançado? Dê exemplos. 
- Qual seria pra você a etapa mais importante do tratamento de água? Justifique sua resposta. 
 
Exercício 2 
Comparação entre água bruta e água tratada – Eficiência do processo de tratamento. 
1) Na cidade de Espírito Santo do Rosário, a água distribuída para população vem do rio Espírito Santo, 
que corta a cidade. Na tabela a baixo são mostrados os resultados da análise de água bruta e da água 
tratada. 
Parâmetro Água Bruta Água Tratada 
Turbidez (UNT) 95 1,0 
Cor Verdadeira (mg Pt/L) 80 5 
pH 6,5 7,2 
OD (mg/L O2) 4,5 - 
Ferro dissolvido (mg/L Fe) 2,0 0,3 
Manganês total (mg/L Mn) 0,2 0,05 
Nitrato (mg/L N) 12,0 10,0 
Cloretos (mg/L Cl) 200,0 100,0 
Sólidos dissolvidos totais (mg/L) 450 300 
Tetracloreto de Carbono (mg/L) 0,003 0,001 
Sulfato (mg/L SO4) 100 200,0 
Coliformes (n° 100 mL) 1.000 0,0 
DBO (mg/L O2) 7 - 
A partir desses dados defina: Qual a Classe desse rio? Explique? Faltou informação para definir essa 
classe? 
- Você considera o tratamento utilizado eficiente? A Água Tratada atende as especificações da portaria 
2914/11? 
 
2) Agora um caso real. 
Apenas com os dados encontrados nesta tabela, qual seria a classe desse rio? Esses dados poderiam 
indicar com precisão a classe desse rio? Explique. 
Você considera o tratamento utilizado adequado? Comparando com a portaria 2914/11 essa água antes do 
tratamento é potável? E depois do tratamento? Especifique os parâmetros. 
Características Da Água Do Sistema De Tratamento De Rio Maior – Santa Catarina 
Água Bruta Resultado Médio Água Tratada Resultado Médio 
Turbidez 4,3 NTU Turbidez 0,0 NTU 
Cor 10,0 Hz Cor 0,0 Hz 
pH 6,9 pH 7,0 
Flúor - Flúor 0,75mg/l 
Ferro 0,79mg/l Ferro 0,01mg/l 
Manganês 0,44mg/l Manganês 0,02mg/l 
Alumínio 0,01mg/l Alumínio 0,02mg/l 
Coliformes totais NMP 000 Coliformes totais NMP -2,2 
Coliformes Fecais NMP 000 Coliformes Fecais NMP -2,2 
 * Fonte Relatório Técnico de abril/2003. 
 
 
 
 17 
TRATAMENTO DE ÁGUA PARA USO INDUSTRIAL 
A industria exige grandes volumes de água, a necessidades variam de acordo com a natureza de cada 
industria. Sendo que igualmente variam as especificações para a qualidade da água. A industria de bebida 
e alimento, muitas vezes precisam de uma qualidade superior a água potável, como a água destilada e na 
medicina essa água ainda pode necessitar de qualidade superior, como as desmineralizadas. 
Entretanto em outros casos apenas a retirada de dureza da água e outros minerais podem ser 
importantes. A dureza causa incrustação em tubulação e caldeiras. O excesso de Fe e Mn causam 
entupimentos e corrosões em tubulações. Águas utilizadas em indústrias alimentícias e farmacêuticas,precisam de uma condutividade elétrica baixa, isso significa sem minerais. Dentre as técnicas utilizadas 
podem ser citadas: 
Abrandamento: é técnica utilizada para retirar dureza da água (Ca e Mg), esse processo pode ser 
realizado por troca catiônica, onde utiliza resina. Resinas são pequenas esferas de polímeros carregadas 
eletricamente. A troca ocorre entre os cátions da resina e os cátions da solução (água). Esse processo 
também pode ser realizado por precipitação química com carbonato, com a adição de carbonato de sódio. 
Osmose reversa: a osmose é um fenômeno natural físico-químico. Quando duas soluções, com 
diferentes concentrações, são colocadas num mesmo recipiente separados por uma membrana semi-
permeável, ocorre naturalmente a passagem do soluto através da membrana até atingirem um equilíbrio. 
Na osmose reversa aplica-se uma pressão mecânica ao lado da solução mais concentrada, forçando a 
passagem do soluto. 
Troca iônica: processo parecido com o abrandamento, entretanto pode-se utilizar uma mistura de 
resinas trocadoras de cátions e ânions, com a finalidade de retirar ambos contaminantes da água. Esse 
processo é conhecido também por deionização, processo rápido e muito utilizado em laboratórios e 
indústrias farmacêuticas. Esse processo tem um ciclo, onde de tempo em tempo à resina precisa ser 
tratada, devido sua saturação com os íons. 
Destilação: é o processo onde ocorre a evaporação da água, e esse vapor é resfriado condensando. 
Nesse processo, vários poluentes são descartados, entretanto tem um alto custo com energia 
(aquecimento) e desperdiço (condensação). 
 
Pensando um pouco sobre o assunto: 
- Porque o tratamento de água nas industrias, as vezes, precisa ser diferenciado? 
- O que é uma água dura? Como é possível retirar essa dureza? 
- O que seriam resinas catiônicas? Qual a diferença entre a aniônica e a catiônica? 
 
Exercício 3 
Exercício de pesquisa: 
Cada indústria precisa de uma determinada qualidade de água de acordo com a necessidade da produção. 
Sabendo disto, pesquise uma reportagem ou artigo de uma indústria (leite, suco, remédio, cerveja, 
metalúrgica.....) de sua preferência que precise de um tratamento diferenciado e traga em sala de aula para 
que possamos discutir em grupo. 
 
REUSO DE ÁGUA 
 A escassez de água, principalmente a potável, apresenta-se sob duplo aspecto: disponibilidade e 
uso pretendido. Essa distinção é bem aparente comparando-se consumo rural, no qual se perde água pela 
evaporação e poluição, com o consumo urbano, no qual a água não é perdida, mais termina fortemente 
poluída. 
 O reuso, até há alguns anos tido como uma opção exótica, é hoje uma alternativa que não pode ser 
ignorada, notando-se distinção cada vez menor entre técnicas de tratamento de água versus técnicas de 
tratamento de esgoto. Realmente, o tratamento de água deve ser visto como um meio de purificar a água 
de qualquer grau de impureza, para qualquer grau de pureza. De modo que seja adequado ao uso 
pretendido, predominando por tanto, a importância de selecionar e combinar os diversos processos 
unitários que sejam adequados. 
 Hoje, as tecnologias de tratamento que permitem a reutilização da água despontam em todo 
mundo como uma alternativa marcante para minorar o panorama de escassez, cada vez mais evidente em 
diversos países. 
 18 
O reuso pode ser classificado em duas grandes categorias: potável e não potável. Essa é categoria 
adotada pela ABES (1992). 
Reuso Potável: 
- Direto: quando o esgoto recuperado por meio de tratamento avançado, é diretamente reutilizado 
no sistema de água potável. 
- Indireto: caso em que o esgoto, após tratamento, é disposto na coleção de águas superficiais para 
diluição, purificação natural e subseqüente captação, tratamento e finalmente utilizado como água 
potável. 
Reuso não potável: 
- Para fins agrícolas; 
- Para fins industriais; 
- Para fins recreacionais; 
- Para fins domésticos; 
- Para manutenção de vazões; 
- Aqüicultura. 
 
Reuso Potável: 
Reuso potável direto 
 Esse processo é caracterizado quando o esgoto recuperado por meio de tratamento avançado é 
injetado diretamente no sistema de água potável. 
 Em Denver, Colorado, foi construída uma estação de tratamento de demonstração com capacidade 
de 44L/s. Esta estação foi planejada para utilizar o efluente de um sistema de esgoto domético, tratado em 
nível secundário como água bruta. Esse sistema de tratamento foi concebido para estudar a viabilidade 
técnica e econômica de reuso potável direto, empregando-se tecnologia de ponta para potabilização de 
água de má qualidade em razão de um uso anterior. Além disso o projeto foi idealizado para possibilitar o 
desenvolvimento de qualidade de água, baseado nos mais modernos indicadores. 
 
Reuso potável indireto 
 Esse processo é caracterizado quando o esgoto, após tratamento, é disposto na coleção de água 
superficial para diluição, purificação natural e subseqüente captação, tratamento e finalmente utilizada 
como água potável. 
 Esse processo pode ser considerado planejado, principalmente quando se tem em mente o objetivo 
melhorar a qualidade de um rio. 
 
- Reuso urbano para fins potáveis: 
 A presença de organismos patogênicos, metais pesados e compostos orgânicos sintéticos nos 
efluentes, principalmente aqueles que têm contato com efluentes industriais, pode associar o reuso potável 
como uma alternativa com riscos. Além disso, os custos com sistemas avançados de tratamento poderiam 
inviabilizar econômica e financeiramente o abastecimento publico de água. 
 Por isso o reuso urbano para fins potáveis hoje segue alguns critérios básicos: Está mais ligado ao 
sistema indireto, isto é entra em contato com o corpo hídrico antes de ser tratado; Utilizar exclusivamente 
o esgoto doméstico, sem contato com efluentes industriais, que dificultam o tratamento da água; Os 
sistemas de tratamento a serem implementados devem ter unidades de tratamento suplementares, além 
das teoricamente necessárias; e Adquirir aceitação pública e assumir as responsabilidades pelo 
empreendimento, desde a fase do planejamento deve haver ampla divulgação de discussão com a 
população. 
 
Reuso Não-Potável 
Reuso não potável para fins agrícolas 
 O setor agrícola é apontado como um grande consumidor da demanda de água, representando, 
atualmente, 70%. Estimativas mostram uma forte tendência para que esse consumo suba para 80% até o 
final desta década. 
 Durante as últimas décadas, o uso de esgoto para irrigação de culturas aumentou 
significativamente, em razão dos seguintes fatores: 
- Dificuldade crescente de identificar fontes alternativas de água para irrigação; 
 19 
- Custo elevado de fertilizantes; 
- A segurança de que os riscos de saúde pública e impáctos sobre o solo são mínimos, se as 
preocupações adequadas são efetivamente tomas; 
- Os custos elevados dos sistemas de tratamento, necessário para descarga de efluentes em corpos 
receptores; 
- A aceitação sociocultural da prática do reuso agrícola; 
- O reconhecimento, pelos órgãos gestores de recursos hídricos, do valor intrínseco da prática. 
A aplicação de esgoto no solo é uma forma efetiva de controle da poluição e uma alternativa viável 
para aumentar a disponibilidade hídrica em regiões áridas e semi-áridas. Os benefícios podem estar 
associados aos aspectos econômicos, ambientais e de saúde ambiental. 
 - Econômicos: aumento de área cultivada e da produtividade  quando administrado 
corretamente. Essa aplicação reduz substancialmente, ou mesmo elimina, a necessidade do emprego de 
fertilizantes comerciais, além da adição de matéria orgânica que essa técnica proporciona. 
 - Ambientais e de Saúde pública: Minimização das descargas de esgotos em corpos de água; 
Prevenção dos recursos subterrâneos; Permite a conservação do solo; Aumenta a concentração de matéria 
orgânica do solo, possibilitando maior retenção de água; Contribui, principalmente emáreas carentes, 
para aumento da produtividade elevando os níveis de saúde, qualidade de vida e condições sociais. 
 Esse reuso pode ser dividido em dois grupos: (1) Para culturas não comestíveis (silvicultura) e 
sem contato primário (pomar); (2) Para culturas comestíveis e de contato primário (hortaliças e batatas). 
 
Reuso não potável para fins recreacionais: 
 Classificação reservada ao reuso direto de água para abastecimento de corpos de água superficiais 
como lagos, reservatórios e rios usados para fins recreacionais, além de uso paisagismo, como irrigação 
de jardins e parques públicos, lagos ornamentais e também rega de campo esportivos. 
 
Reuso não potável para fins industriais: 
 Consiste na utilização industrial desse efluente, em vez de sua disposição no meio ambiente. 
Evidentemente, o uso que será feito desse esgoto tratado definirá os processos adicionais necessárias para 
condicionamento. Os usos industriais que apresentam possibilidade de viabilização em áreas de 
concentração industrial significativa são basicamente: 
- Torres de resfriamento; 
- Lavagem de peças e equipamentos; 
- Irrigação de áreas verdes; 
- Lavagem de pisos e veículos e 
- Alguns processos industriais. 
 Uma particularidade, incluída nessa classificação, é a da reciclagem, podendo se enquadrar no 
reuso interno. Nesse caso atendendo a demanda da própria indústria. 
 
Reuso não potável para fins domésticos: 
 Nesse caso, estão incluídos os usos para descargas sanitárias e irrigação de jardins. Existem 
também outros usos equivalentes para esse tipo de água, como lavagem de rua, usos em grandes edifícios 
para reserva contra incêndio e resfriamento de equipamentos de ar condicionado, sendo usos incluídos 
neste tópico. 
 Alguns desses usos requer uso de caminhões para distribuição e outros requer uso de sistemas 
duplos de distribuição. Nesse último com prevenção da utilização dessa água para ouro fim, mesmo sendo 
recomendado uma boa qualidade dessa água, essa não se enquadra como água potável. 
 
Reuso para manutenção de vazões de cursos d’água: 
 Trata-se da utilização de efluentes tratados com o objetivo de manter uma dada vazão num curso 
de água para diluir as cargas poluidoras a ele aportadas, além de também possibilitar a manutenção de 
vazões mínimas em épocas de estiagem. 
 
 
 
 
 20 
Aqüicultura: 
 Seu desenvolvimento se deu inicialmente como técnica complementar ao tratamento de esgoto, 
principalmente por meio de utilização de plantas aquáticas como o aguapé. Posteriormente, a idéia da 
utilização de peixes para tal fim foi adotada principalmente com o objetivo de produção de proteínas. 
 
- Reuso urbano para fins não potáveis: 
 Envolve riscos menores e devem ser considerados como a primeira opção de reuso na área urbana. 
Entretanto cuidado devem ser tomados, quando se tem contato direto do publico, como gramados de 
parques e campos de esportes, além de jardins. Os maiores potenciais para reuso são: 
- Irrigação parques e jardins, centro esportivos, campo de futebol, quadra de golf e etc; 
- Reserva de proteção contra incêndios; 
- Sistemas decorativos aquáticos, como fontes e chafarizes; 
- Descarga sanitária de banheiros públicos e prédios comerciais; 
- Lavagens de trens e ônibus; 
- Controle de poeira em obras de execução de aterros, terraplenagem e etc; e 
- Construção civil (preparação de concreto). 
 O maior inconveniente associando a este sistema é o custo de operação de sistemas duplos de 
distribuição. Mas esses custos, entretanto, devem ser considerados relativos, como relacionados aos 
benefícios de conservar a água potável e manter a natural cursos da água. 
 
Pensando um pouco sobre o assunto: 
- O que é reuso de água? 
- Em sua opinião qual a melhor técnica de reuso para manter a sustentabilidade dos mananciais? 
- Fale um pouco sobre duas técnicas de reuso. 
 
Texto: 
Cresce interesse por água de reuso nas grandes indústrias 
Publicado por Moderador do Banco do Planeta em June 12, 2008 às 10:30am 
A situação das águas no Planeta se tornou uma preocupação constante nos dias atuais, dado o seu 
alto grau de utilização e contaminação pelas atividades humanas. 
O ciclo natural das águas que as filtram, evaporam e precipitam na forma de chuvas já não dá mais 
conta de mantê-las limpas, para nosso uso. Despejamos em córregos, rios, lagos e no mar esgostos, 
matérias orgânicas e produtos químicos de forma muito acelerada e é preciso repensar e reestruturar o uso 
deste recurso. 
As empresas fornecedoras de água tratada estão se adequando para evitar uma crise de 
abastecimento, cuidando agora de um aspecto há muito tempo relegado a segundo plano: a coleta e o 
tratamento de esgotos e efluentes. Para termos água limpa, é preciso parar de sujá-las, simplesmente 
esperando que a Natureza dê conta sozinha do recado! 
Este trabalho essencial e de certa forma 'invisível' se bem feito - afinal, só notamos quando ele não 
existe - está abrindo um novo campo de negócios: o fornecimento de água de reuso. 
O que é: 
No site da Sabesp Soluções Ambientais, a empresa explica: água de reuso é produzida dentro das 
Estações de Tratamento de Esgoto e pode ser utilizada para inúmeros fins, como geração de energia, 
refrigeração de equipamentos, em diversos processos industriais, em prefeituras e entidades que usam a 
água para fins não-potáveis. 
O maior negócio da empresa neste campo foi firmado com as empresas do Pólo Petroquímico de 
Capuava, em um projeto batizado de Aquapolo Ambiental. O projeto prevê o fornecimento do produto da 
Estação de Tratamento de Esgotos da Sabesp no ABC (ETE ABC) para as empresas do complexo, 
localizado entre os municípios de Santo André e Mauá, com capacidade total para 600 litros por segundo 
- podendo chegar a um potencial de até 1.000 l/s. Para se ter uma idéia, esse potencial seria suficiente 
para abastecer um município como Jundiaí, o que o torna, até o momento, o maior projeto de 
fornecimento de água de reuso do Brasil. 
A água de reuso significa assim uma grande economia de água potável - o que é bom para todos e 
ainda, permite às indústrias e empresas que a utilizam pagar menos na conta de água, além de facilitar o 
trabalho da fornecedora de água tratada. Um ciclo de ganhos para todos os envolvidos. 
 21 
O investimento inicial pode ser alto. No caso do Aquapolo, a água captada será transportada por 
meio de um duto de aço carbono com 32 polegadas de diâmetro e 16,5 km de extensão até o Pólo. Para 
isso, também será construída uma estação elevatória na ETE ABC que contará com um conjunto duplo de 
bombas. Mas estes esforços pagam-se com certeza em benefícios ambientais gerais. 
 
Exercício 4 
Exercício de pesquisa: 
Assim como texto acima, em lugares com maior escassez de água, buscam-se alternativamente a água de 
reuso. A partir deste exemplo pesquise outros exemplos de uso de água de reuso. 
 
ESGOTO SANITÁRIO 
Se a destinação deste esgoto não for adequada, acabam contaminando as águas superficiais e 
subterrâneas, solo, e quando passa a escoar a céu aberto, constitui perigoso foco de disseminação de 
doenças. 
Com a construção de um sistema de esgotos sanitários em uma comunidade procura-se atingir: 
Objetivos: - afastamento seguro e rápido dos esgotos; 
- coleta dos esgotos individual ou coletiva (fossas ou rede coletora); 
- tratamento e disposição adequada dos esgotos tratados. 
Benefícios: - conservação dos recursos naturais; 
- melhoria das condições sanitárias locais; 
- eliminação de focos de contaminação e poluição; 
- eliminação de problemas estéticos desagradáveis; 
- redução das doenças ocasionadas pela água contaminada; 
- redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças; 
- diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento. 
Quando lançado in-natura na natureza pode causar vários danos entre eles são: 
 Poluentes 
Parâmetros de 
caracterização 
Tipo de efluente Consequencias 
Sólidos em suspençãoSolidos em suspenção 
totais 
Domésticos 
Industriais 
Problemas estéticos; Depositos de 
lodo; Adsorção de poluentes; 
Proteção de patogênicos 
Solidos flutuantes Óleos e graxas 
Domésticos 
Industriais 
Problemas estéticos 
Matéria orgânica 
biodegradavel 
Demanda bioquimica de 
oxigênio (DBO) 
Domésticos 
Industriais 
Consumo de oxigênio; 
Mortandade de peixes; Condições 
sépticas 
Patogênicos Colifornes Domésticos Doenças de veiculação hidrica 
Nutrientes 
Nitrogenio 
Fosforo 
Domésticos 
Industriais 
Crescimento excessivo de algas; 
Toxicidade aos peixes; Doença 
em recém-nascidos (nitratos) 
Compostos não 
biodegradáveis 
Pesticidas; Detergentes; 
Outros 
Industriais 
Agrícolas 
Toxicidade; Espumas; Redução 
de transferencia de oxigênio; Não 
biodegradabilidade; Maus odores 
Metais pesados 
Elementos especificos 
(ex: arsênio, cádmio, 
cromo, mercurio, zinco, 
etc) 
Industriais 
Toxicidade; Inibição do 
tratamento biologico dos esgotos; 
Problemas de disposição do lodo 
na agricultura; Contaminação da 
água subterranea 
Sólidos inorgânicos 
dissolvidos 
Solidos dissolvidos 
totais; Condutividade 
elétrica 
Reutilizados 
Salinidade excessiva - prejuizo às 
plantações (irrigação); Toxicidade 
a plantas (alguns íons); Problemas 
de permeabilidade do solo (sódio) 
 22 
Por tanto as características dos esgotos variam quantitativa e qualitativamente de acordo com a sua 
utilização, essas características podem interferir no sistema de tratamento de esgoto: 
Vazão: é a descarga de esgotos expressa a relação entre a quantidade do esgoto transportado em 
um período de tempo. Esse parâmetro trata-se da mais importante característica dos esgotos. Essa 
característica e sua variação condicionam o número e as dimensões das unidades de tratamento e suas 
canalizações de interligação em harmonia com os parâmetros de projetos adotados de acordo com o 
comportamento físico-químico e biológico dos processos. 
Produção de esgoto por atividade e usuário: 
Atividade/Usuário Unidade Esgoto (l/d) 
Residência urbana pessoa 150 
Residência rural Pessoa 120 
Apartamento Pessoa 200 
Escola internato Pessoa 150 
Escola externato Pessoa 50 
Hotel (s/ cozinha e lavanderia) pessoa 120 
Hospital leito 250 
Alojamento (provisório) pessoa 80 
Fábrica Pessoa 70 
Escritório e edifício público Pessoa 50 
Restaurante Pessoa 25 
Cinema, teatro, templo... pessoa 2 
 
Matéria sólida: em suspensão ou dissolvida tem grande importância no dimensionamento e 
controle de operação. 
 
Temperatura: pode apresentar valores reais altos devido a contribuição de efluentes industriais. 
Odor: formado pelo processo de decomposição e pode identificar o tempo do esgoto se está fresco 
ou velho (séptico). Odores diferentes e específicos indicam o despejo industrial. 
Cor: indicam de imediato, o estado de decomposição do esgoto e sua “condição” tonalidade cinza 
esgoto fresco e preta esgoto velho. Outras cores podem identificar o despejo industrial. 
Turbidez: é uma medida que pode ser utilizada para caracterizar a eficiência do tratamento, por 
estar relacionada à concentração de sólidos em suspensão. 
Características Químicas: 70% dos sólidos são de origem orgânica (proteína, carboidratos, 
gorduras e óleos e uréias além dos surfactantes, fenóis e pesticidas típicos de despejos industriais. A 
medida da matéria orgânica pode ser pela DBO (mede a quantidade de oxigênio necessária para 
estabilizar biologicamente a MO na amostra por 5 dias à 20°C. A DQO que é a quantidade de oxigênio 
necessário para oxidar a fração orgânica pelo permanganato de potássio (oxida MO e sais minerais 
oxidáveis Fe e Mn). O nitrogênio também é encontrado na forma orgânica como proteína e uréia, sendo 
decomposta formando amônia nitrito e nitrato. O pH também é um parâmetro importante. 
Características Biológicas: Principais organismos bactérias, fungos, protozoários, vírus, algas, 
plantas e animais. Os coliformes são típicos de excrementos humanos utilizadas como referência para 
medir a grandeza da poluição. O esgoto bruto contém cerca de 109 a 1010 NMP/100ml de coliformes 
totais e de 108 a 109 NMP/100ml de coliformes fecais 
Níveis de tratamento 
O tratamento preliminar objetiva apenas a remoção de sólidos, enquanto o tramento primário visa 
a remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica. Em ambos predominam os processos 
físicos de remoção de poluentes. Já no tratamento secundário, no qual predominam processos biológicos, 
Figura relaciona proporcionalmente quantidade de água e 
sólidos nos efluentes sanitários (esgoto). 
 23 
o objetivo é principalmente a remoção de matéria orgânica e eventualmente nutrientes (nitrogênio e 
fósforo) . O tratamento terciário objetiva a remoção de poluentes específicos (usulamente tóxicos ou 
compostos não biodegradáveis) ou ainda, a remoção complementar de poluentes não suficientemente 
removidos no tratamento secundário. Na tabela 3 um resumo os níveis de tratamento: 
Tabela 3: Níveis do tratamento de esgoto 
 
 
Processos de tratamento de esgoto 
Processo físico: separar as substâncias em suspensão no esgoto, incluem remoção de sólidos 
grosseiros, sedimentáveis, flutuantes, remoção da umidade do lodo e filtração. 
Processo químico: utiliza-se produtos químicos, sendo utilizado quando o processo físico e 
biológico não são suficientes, são as floculações, oxidação química, cloração e neutralização. 
Processo biológico: depende da ação de microrganismos, entre eles a oxidação biológica aeróbia, 
como lodos ativados, filtros biológicos e lagoas de estabilização ou anaeróbias como os reatores de fluxo 
ascendente. 
O tratamento de esgoto é fundamental e pode ser realizado em sistemas domiciliares ou publicas. 
Dos sistemas domiciliares os mais comuns são as fossas sépticas e/ou sumidouros. São dois sistemas que 
podem ser utilizados separados ou não a diferença começa na construção onde a fossa séptica se trata de 
um tanque impermeável onde os microrganismos presentes são responsáveis pela degradação da matéria 
orgânica. O efluente pode ser lançado na rede coletora de esgoto, diretamente no solo ou nos filtros 
biológicos que são “buracos” com brita, onde os microrganismos que ficam em volta das britas facilitam 
o tratamento e a disposição é feita no solo. Os sumidouros são tanques com tijolos separados que 
facilitam a infiltração do líquido. No geral vem depois da fossa séptica mais muitas vezes soa utilizados 
apenas esse sitema prejudicando o meio ambiente. 
 
 
 
Na figura abaixo mostra dois sistemas diferentes utilizados: 
1 
2 3 
 24 
 
Para os sistemas públicos podem ser utilizados vários sistemas entre eles os aeróbio incluindo o 
Filtro biológico, Lodo ativado, Valos de oxidação, Lagoas de estabilização, Lagoas aeradas. Além desses 
processos existem os anaeróbios como o UASB reator de fluxo ascedente e RAFA reator de manta de 
lodo. Na tabela 4 apresenta um resumo dos principais processos paras sistemas de tratamento de esgoto 
freqüentemente utilizado em função do poluente 
Tabela 4: Processos para sistemas de tramento 
 
 
 
Lodos ativados: o lodo ativado é um floco produzido no esgoto bruto ou decantado pelo 
crescimento de bactérias, são microrganismos decompositores. Esses lodos são agitados e aerados 
(tanques de aeração) e após o lodo do efluente é separado por meio de decantação. O lodo retorna no 
início do processo e o efluente passa para o próximo tratamento ou o descarte adequado, é um processo 
que ocupa um pequeno espaço e tem uma eficiência de 95%. Mas exige controle, pois pode gerar maus 
odores. 
 25 
 
 
 Nos sistemas de Lodos ativados convencionais a concentração de biomassa no reator é elevada 
devido a recirculação dos sólidos (floco biológicos) sedimentados no fundo do decantados secundários. A 
biomassa permanece mais tempo no sistema que o líquido, o que garante uma elevada eficiência na 
remoção de DBO. A quantidadede logo removida é equivalente a quantidade de lodo produzida. 
Os sistemas de lodo ativado ainda podem aparecer com aeração prolongada, neste caso a 
biomassa permanece mais tempo no sistema (os tanques de aeração são maiores). E os sistemas de fluxo 
intermitente, no mesmo tanque ocorrem às etapas de aeração (aerador ligado) e sedimentação (aerador 
desligado). Nesses dois casos não é usual o decantador primário e o logo gerado já é estabilizado. 
 
Lagoas de estabilização: processo que estabiliza a MO aeróbia ou anaeróbiamente. Além disso, 
existem as facultativas na qual ocorre simultaneamente os dois processos, a de maturação usada para 
polimento para redução de bactérias sólidos suspensos e nutrientes. As lagoas aeradas com introdução do 
O2 no meio líquido mecanizado e em seguida uma lagoa de decantação. 
 
 
 Na lagoa facultativa a DBO solúvel é estabilizada aerobicamente por bactérias dispersas no meio 
líquido, ao passo que a DBO em suspensão (facilmente decantada) tende a sedimentação e é estabilizada 
anaerobicamente por bactérias no fundo da lagoa. O oxigênio requerido pelas bactérias é fornecido pelas 
algas, através da fotossíntese. 
 26 
 
 
 Na lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa 50% da DBO é estabilizada na lagoa anaeróbia 
(mais profunda e com menor volume), enquanto a DBO remanescente é removida na lagoa facultativa. O 
sistema ocupa uma área inferior que o sistema de lagoa facultativa única. 
 
 Na lagoa aerada a energia introduzida na aeração é elevada, o que faz com que os sólidos 
permanençam dispersos no meio líquido. Além disso, existe uma concentração maior de bactérias no 
meio, aumentando a eficiência do processo na remoção da DBO. No entanto o efluente contém elevados 
teores de sólidos (flocos biológicos) que são retirados na lagoa de decantação antes do lançamento no 
corpo receptor. 
 
Filtro Biológico: a DBO é estabilizada aerobicamente por bactéricas que crescem aderidas a um 
meio suporte (comumente pedras brita, cascalhos, escórias e atualmente o PVC como suporte sintético) O 
esgoto é aplicado na superfície do tanque através de distribuidores rotativos. O líquido percola pelo 
tanque, saindo pelo fundo, ao passo que a matéria orgânica fica retida pela bactéria. Os espaços livres 
(entre o meio suporte) são vazios o que permite a circulação de ar. As placas que se desprende (floco 
biológico) das pedras são removidas no decantador secundário. Neste sistema também há a recirculação 
de lodo para maior eficiência na remoção de DBO. 
Esse sistema também pode ser realizado com biodiscos, que é o suporte para o crescimento das 
bactérias, esses discos giram expondo o material aderido ora ao ar, para a aeração e ora ao líquido para 
estabilização da DBO 
 
 
 
 27 
Processos anaeróbios: 
 O mais usual são os sistemas UASB (reator anaeróbio de fluxo ascendentes) com mata de lodo, 
que acontece na ausência de oxigênio redução de 65-75% da DBO, ocorre a desinfecção do lodo, se for 
utilizado no processo de tratamento de esgoto precisa de um pós tratamento, ou como é usual ser utilizado 
no tratamento de lodo de esgoto já que sua degradação é mais eficiente com redução na produção de lodo. 
 Neste processo a DBO é estabilizada anaerobiamente por bactérias dispersas no reator. O fluxo do 
líquido é ascendente. A parte superior do reator é dividida nas zonas de sedimentação e de coleta de gás. 
A zona de sedimentação permite a saída do efluente clarificado e o retorno dos sólidos ao sistema, 
aumentando a concentração da biomassa (floco biológico) no reator. Entre os gases formados inclui-se o 
metano. O sistema dispensa decantação primária. A produção de lodo é baixa e já sai estabilizada 
 
 
 
 
Digestão do Lodo: 
 Dentre os processos com tecnologia disponível é prática comum a estabilização do lodo através do 
fenômeno natural de mineralização da matéria orgânica. 
O processo de estabilização (redução) tem como objetivo principal a conversão parcial da matéria 
putrescível em líquidos, sólidos dissolvidos, subproduto gasoso e alguma destruição de microrganismos 
patogênicos, bem como redução do sólido seco do lodo. 
 A digestão pode ser feita anaeróbia (processo onde diversos grupos de organismos anaeróbios e 
facultativos assimilam e destroem simultaneamente a matéria orgânica) ou aeróbia (processo onde a 
oxidação bioquímica dos sólidos biodegradáveis contidos nos esgotos, com abundância de oxigênio 
dissolvido em toda a massa líquida, favorecendo a atividade de bactéria aeróbia à formação de 
subprodutos como: matéria orgânica estabilizada (lodo digerido), gás carbônico e água) 
 Na digestão anaeróbia os principais objetivos são: 
- destruir microrganismos patogênicos; 
- estabilizar as substâncias instáveis; 
- reduzir o volume de lodo; 
- permitir sua utilização como fonte de húmus ou condicionador de solos para fins agrícolas ou 
recuperação de solos degradados. 
 Na digestão aeróbia obtém-se um lodo digerido estável, praticamente sem cheiro e com maior 
poder fertilizante. Mas no entanto, desfavorável em relação à obtenção de um lodo final com piores 
características de secagem. 
 O sistema de tratamento de lodo possibilita várias combinações de operação e processos, podendo 
ser observado nos 5 fluxogramas a baixo: 
 
 28 
 
 
Pensando um pouco sobre o assunto: 
- Quais são os principais objetivos do sistema de esgoto sanitário? 
- Quais são as conseqüências da adição de esgoto bruto nos rios? 
- Qual a melhor técnica de tratamento de esgoto para evitar possíveis danos à natureza? 
- O que seria um sistema de esgoto sanitário publico e domiciliares? Dê exemplos. 
- Dentre as técnicas de tratamento, qual a principal diferença entre a anaeróbio a aeróbia? E a 
manutenção dela é diferenciada? Justifique. 
- O sistema de lagoas pode funcionar com um número variado de processo (lagos de estabilização, 
maturação, aeróbia, facultativa). O que determinaria o uso de cada uma dessas lagoas? Exemplifique 
um sistema. 
- Na sua opinião qual seria a melhor técnica de tratamento do lodo? 
 
 
 
 
 29 
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE CAMPINAS – SANASA 
Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, a Sanasa atende atualmente 88% da população 
urbana de Campinas com coleta de 210 mil ligações e correspondente a afastamento através de 3112 km 
de redes, emissários e interceptores. 
Entretanto o grande desafio de Campinas é o tratamento dos esgotos. A grande maioria da carga 
dos esgotos sanitários, mesmo aquela coletada e afastada pela rede pública vem sendo lançada em 
córregos e ribeirões que atravessam a área urbana, comprometendo os demais usos da água disponíveis 
para a população assentada a jusante, e a qualidade ambiental da região. 
A partir de um Plano Diretor de Tratamento de Esgoto desenvolvido pela Sanasa, tomando como 
partido a divisão da área urbana em 3 grandes bacias naturais de drenagem (Atibaia, Quilombo e 
Capivari), cada um deles foi subdividido em setores de esgotamento, contemplando cada um com 
unidades de tratamento, conforme mostrado na tabela seguintes. 
BACIA SETOR DE 
ESGOTAMENTO 
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO 
DE ESGOTO 
ESTAGIO DO 
EMPREENDIMENTO 2006 
Atibaia 
Samambaia Samambaia Em operação 
Sousas / 
Joaquim Egídio 
Sousas / Joaquim Egídio Em licitação 
Arboreto dos Jequitibás Em operação 
Barão Geraldo 
Barão Geraldo / Terras do Barão 1 Em obras / em operação 
Alphaville Em operação 
Anhumas Anhumas Em obras – Já funcionando 
Quilombo 
San Martin San Martin Em licitação 
Amarais 
Vó Pureza – Santa Mônica Em operação 
Boa Vista Em licitação 
CIATEC 2 Em operação 
Vila Régio 2 Em operação 
Capivari 
Piçarrão Piçarrão Em operação 
Bandeiras 
Bandeiras Projeto básico 
Nova América Em estudo 
Icaraí Em operação 
Capivari 
Santa Rosa Em operação 
Capivari I Em licitação 
Capivari II / CDHU – H 3 Em estudo / Em operação 
1 – Será desativada e a contribuição será incorporada na ETE B. Geraldo,dimensionada para recebê-la. 
2 – Serão desativadas e as contribuições serão incorporadas na ETE Boa Vista, dimensionada para recebê-las. 
3 – Será desativada e a contribuição será incorporada na ETE Capivari II, dimensionada para recebê-la 
 
Exercício 5: 
Exercício de pesquisa: 
Cada Grupo escolherá uma ETE de uma determinada bacia, e buscará informações sobre a técnica de 
tratamento usada na ETE e qual a situação atual da bacia que essa ETE se encontra. 
Organizem-se para que não tenha ETE repetida e para que seja falado de todas as bacias. 
 
LEGISLAÇÕES E P+L 
Decreto 8468 
 Regulamento da Lei 997 de 31 de maio de 1976 que dispõe sobre a prevenção e o controle da 
poluição do meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título 1: 
DA PROTEÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE 
Capítulo 1: DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. 
- Proibição lançamento de poluente na água no solo e no ar 
- Define nesse contexto o que é poluente (art. 3) 
- Define o que é fonte de poluição 
Capítulo 2: DA COMPETÊNCIA. – Delega a CETESB como 
órgão responsável. 
 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título 3 – Da poluição do ar 
Título 4 – Da poluição do solo 
Título 5 – Das licenças do registro 
Título 6 – Da fiscalização e das sanções 
Título 7 – Das disposições finais 
Conama 430/2011 
Essa resolução foi desenvolvida devido a uma ineficiência da resolução 357/2005 em relação a 
despejo de efluentes (industriais/sanitários) nos rios. Na resolução 430/2011 é possível observar 
condições e padrões de lançamento de efluentes em corpos de água receptores, alterando parcialmente e 
complementando a resolução 357/2005. 
 
Texto: O Absurdo da Nova Legislação Federal de Poluição das Águas 
Silva Porto consultora ambiental 
Acessado em: 18/02/2013 
 
 
No dia 16/05/2011 foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução CONAMA n. 430/2011, 
que altera e complementa a Resolução CONAMA n. 357/2005, legislação federal básica sobre poluição 
das águas. 
Desde a Década de 1970, quando surgiram no Brasil as primeiras legislações estaduais de 
poluição das águas, os padrões de emissão de poluentes sempre foram os mesmos para qualquer tipo de 
fonte de poluição. Assim também previa a Resolução CONAMA n. 20/1986, primeira legislação federal 
sobre o tema. 
Apesar disso, na prática a fiscalização sempre exigiu mais das empresas privadas (efluentes 
industriais) do que dos órgãos públicos (esgotos sanitários). Sempre houve tolerância com a poluição das 
águas causada pelos esgotos sanitários. 
Nos últimos anos quando a sociedade começou a cobrar efetivamente dos governantes o controle 
da poluição causada pelos esgotos das cidades, centenas de sistemas de tratamento foram implantados. 
Muitas universidades começaram a assessorar Governos Estaduais e Municipais e passaram a propor 
processos anaeróbios para tratamento de esgotos sanitários. A ideia em si é ótima, pois em um país de 
clima tropical o processo anaeróbio é uma alternativa eficiente e barata. Contudo, sem um pós-tratamento 
aeróbio, o processo anaeróbio não conseguia fazer a nitrificação dos despejos, ou seja, o padrão de 
emissão legal para o parâmetro amônia (nitrogênio amoniacal) não era cumprido. 
Aí veio a solução mágica ao estilo brasileiro. Em vez de aprimorar os processos de tratamento, 
mudou-se a Lei. A Resolução CONAMA n. 397/2008, que alterou a Resolução CONAMA n. 357/2005, 
trouxe o seguinte parágrafo: “O parâmetro nitrogênio amoniacal total não será aplicável em sistemas de 
tratamento de esgotos sanitários”. 
Agora a nova legislação federal (Resolução CONAMA n. 430/2011) escancarou de vez. Criaram 
dois padrões de emissão distintos, um para efluentes em geral (Capítulo II, Seção II) e outro para esgotos 
Título 2: 
DA PROTEÇÃO DAS 
ÁGUAS 
Capítulo 1: DA CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS. – Classe 1, 2, 3 
e 4. 
Capítulo 2: DOS PADRÕES 
(SEÇÃO 1 – Dos padrões de qualidade) 
- Proibição lançamento de efluentes em rio de classe 1 
- Outras classes podem lançar sem que altere os padrões 
estabelecidos nos artigos 11, 12 e 13. 
(SEÇÃO 2 – Dos padrões de emissão) 
- Os efluentes podem ser lançados se obedecerem aos limites 
das classes de rio estabelecidos no artigo 18 
- Onde houver rede publica de esgoto os efluentes devem ser 
lançados na rede – obedecendo as condições para o 
lançamento estabelecido no artigo 19. 
http://www.silvaporto.com.br/blog/?p=1442
 31 
sanitários (Capítulo II, Seção III). Explicitamente, no parágrafo 1º do Artigo 21, que estabelece os 
padrões de emissão para esgotos sanitários, consta: “… não sendo exigível o padrão de nitrogênio 
amoniacal total”. 
Isso é um absurdo. O Brasil criou algo inédito: a poluição das águas seletiva. O nitrogênio 
amoniacal lançado por uma indústria é poluente (padrão de 20 mg N/L). Já o mesmo nitrogênio 
amoniacal lançado por um sistema de tratamento de esgotos sanitários é inofensivo (sem padrão). 
Não podemos esquecer que a amônia pode ser tóxica para os organismos aquáticos e consome muito 
oxigênio do meio líquido no processo de nitrificação. 
 
Produção mais Limpa: 
Produção mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e 
tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, 
água e energia, através da não-geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo 
produtivo. Esta abordagem induz inovação nas empresas, dando um passo em direção ao 
desenvolvimento econômico sustentado e competitivo, não apenas para elas, mas para toda a região que 
abrangem. 
Tecnologias ambientais convencionais trabalham principalmente no tratamento de resíduos e 
emissões gerados em um processo produtivo. São as chamadas técnicas de fim-de-tubo. A Produção mais 
Limpa pretende integrar os objetivos ambientais aos processos de produção, a fim de reduzir os resíduos e 
as emissões em termos de quantidade e periculosidade. São utilizadas várias estratégias visando a 
Produção mais Limpa e a minimização de resíduos. 
 
FERNANDES, J.V.G.; GONÇALVES, E.; ANDRADE, J.C.S.; KIPERSTOK, A. Introduzindo práticas de produção mais limpa em sistemas 
de gestão ambiental certificáveis: uma proposta prática. Engenharia Sanitária e Ambiental vol. 6, nº 3, p.157-164, 2001. 
A prioridade da Produção mais Limpa está em evitar a geração de resíduos e emissões. Os 
resíduos que não podem ser evitados devem, preferencialmente, ser reintegrados ao processo de produção 
da empresa. A Produção Mais Limpa, por tanto, é uma ação preventiva que busca evitar, a geração de 
resíduos por meio do aproveitamento máximo das matérias-primas utilizadas durante o processo 
produtivo. Apenas na sua impossibilidade, medidas de reciclagem fora da empresa podem ser utilizadas. 
Quando falamos de Técnicas de Fim de Tubo são ações que apenas ajudam a diminuir o impacto 
ambiental de determinados resíduos, ao dar-lhes tratamento. Portanto, só é válido para tratar aqueles 
resíduos que não puderam ser evitados no processo, sendo considerado uma alternativa de remediação, 
enquanto a Produção Mais Limpa é uma proposta de solução. 
Nos processos produtivos, a P+L resulta em medidas de conservação de matérias-primas, água e 
energia; eliminação de substâncias tóxicas e matérias-primas perigosas; redução da quantidade e 
toxicidade de todas as emissões e resíduos na fonte geradora durante o processo produtivo, de modo 
isolado ou combinadas. 
PREVENÇÃO FIM DE TUBO 
Redução na fonte Reciclagem 
MUDANÇA NO 
PRODUTO 
Substituição do 
produto 
Alteração na 
composição do 
produto 
CONTROLE 
NA FONTE 
REGENERAÇÃO 
E REUSO 
Retorno ao 
processo 
Uso como matéria 
prima para outro 
processo. 
RECUPERAÇÃO 
Recuperação do 
material 
Uso como 
subproduto. 
MUDANÇA 
NOS 
INSUMOS 
Purificação de 
materiais 
Substituição de 
materiais. 
MUDANÇA NA 
TECNOLOGIA Mudança 
no processo 
Mudança nas instalações 
Maior automação 
Mudança nas condições

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