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Anatomia do Tubo Digestório Alto

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SISTEMA DIGESTÓRIO 
GENERALIDADES 
FUNÇÕES 
• Captação de alimentos; 
o Trituração; 
o Processamento enzimático; 
o Utilização. 
DIVISÕES 
É dividido em: 
• Parte cefálica: que possui estruturas para a 
captação e trituração do alimento, e 
• Parte troncular: na qual os nutrientes são 
degradados por meio de enzimas, fragmentados 
quimicamente e absorvidos. 
PARTE CEFÁLICA 
• Cavidade oral 
o Glândulas salivares maiores e menores 
o Intestino faríngeo (branquial) 
• Partes oral e laríngea da faringe 
Nessa parte, os alimentos são apreendidos com o auxílio dos 
lábios, dos dentes e da língua e então triturados. Por meio 
da saliva, desliza lentamente e é deglutido em pedaços 
individuais que podem ser transportados para a faringe. 
PARTE TRONCULAR 
• Esôfago (início) 
• Trato gastrintestinal 
o Ao qual estão conectadas as grandes 
glândulas digestivas, o fígado e o pâncreas. 
o Estômago (2ª parada do bolo alimentar, 
onde começa o processo em que ele será 
degradado enzimaticamente) 
o Intestino delgado (fim da degradação 
enzimática) 
o Intestino grosso (absorção de água e 
eletrólitos do conteúdo intestinal, sua 
transformação em fezes, através da 
fermentação e putrefação, e seu 
transporte até o canal anal). 
>>>> todo o tubo digestivo recebe inervação autônoma. Na 
tela submucosa e entre as camadas da túnica muscular, 
localizam-se, respectivamente, o plexo submucoso (de 
Meissner) e o plexo mioentérico (de Auerbach). No tubo 
digestivo eles formam o sistema nervoso entérico intrínseco 
e estão em comunicação direta com o sistema nervoso 
entérico extrínseco, localizado externamente. 
 
1 – Cavidade oral; 2 – parte oral e laríngea da faringe; 3 – lábio; 4 – dentes; 5 – língua; 
6 – esôfago; 7 – fígado; 8 – pâncreas; 9 – estômago 10 – ID; 11 – IG; 12 – canal anal. 
CAVIDADE ORAL 
Espaço revestido pela túnica mucosa da boca. Distinguem-se 
em três partes colocadas em sequência: 
• O vestíbulo da boca; 
• A cavidade própria da boca e; 
• As fauces, com o istmo das fauces – a transição para 
a faringe. 
VESTÍBULO DA BOCA 
• Anteriormente: lábios da boca; 
• Lateralmente: bochechas; 
• Internamente: dentes e processos alveolares da 
maxila e da mandíbula – a mucosa que reveste os 
processos é a gengiva. 
Cada lábio está preso a gengiva correspondente, na linha 
mediana, por uma prega mucosa, o frênulo do lábio superior 
e o frênulo do lábio inferior. 
➢ No vestíbulo da boca desembocam inúmeras 
glândulas salivares menores assim como o ducto 
parotídeo. 
➢ Com os dentes em oclusão, o vestíbulo da boca se 
comunica com a cavidade da própria boca através 
dos espaços interdentais e do espaço retro molar, 
atrás do terceiro molar. 
CAVIDADE PRÓPRIA DA BOCA 
• Anteriormente e lateralmente: dentes, processos 
alveolares e gengiva; 
• Posteriormente: a cav. se comunica com a faringe 
através do istmo das fauces; 
• Teto: formado pelo palato duro e palato mole, que 
separam a cavidade própria da boca da cavidade 
nasal. 
• Soalho: formado pelos músculos supra-hióideos, o 
diafragma da boca, que se situam junto a língua. 
LÁBIOS E BOCHECHAS 
Na face, o limite entre os lábios e as bochechas está 
assinalado pelo sulco nasolabial. 
LÁBIOS 
• O lábio superior alcança a base do nariz externo e o 
lábio inferior, o sulco mentoniano. 
• O lábio superior e o inferior unem-se lateralmente 
no ângulo da boca, através da comissura dos lábios, 
fechando a rima da boca. 
BOCHECHAS 
• A estrutura básica da bochecha é formada por um 
musculo plano, o m. bucinador. 
• Internamente, a bochecha é revestida por uma 
mucosa rica em glândulas salivares menores, as 
glândulas da bochecha. 
• Externamente, junto a ela se localiza o corpo 
adiposo da bochecha – bola ou corpo adiposo de 
Bichat. 
 
8 – Gengiva; 9 – sulco gengival ou fórnice do vestíbulo; 14 – língua; 26 – m. 
orbicular da boca; 27 – zona vermelha do lábio; 28 – glândulas labiais; 29 – m. 
bucinador; 30 – corpo adiposo da bochecha ou bola de Bichat. 
 
1 – Vestíbulo da boca; 2 – cavidade da boca; 3 – fauces e istmo das fauces; 4 – lábios; 
5 – bochechas; 6 – dentes; 7 – processos alveolares; 10 – frênulo do lábio superior; 11 
– frênulo do lábio inferior; 12 – palato duro; 13 – palato mole; 14 – língua; 15 – arco 
palatoglosso; 16 – arco palatofaríngeo; 17 – tonsila palatina; 18 – úvula. 
 
19 – Sulco nasolabial; 20 – sulco mentolabial; 21 – lábio superior; 22 – lábio inferior; 
23 – ângulo da boca; 24 – rima da boca; 25 – filtro do lábio superior. 
VASCULARIZAÇÃO, INERVAÇÃO E DRENAGEM 
LINFÁTICA 
>> as bochechas e os lábios são irrigados pela a. facial, e sua 
drenagem venosa é feita pela v. facial. 
>> o lábio superior é inervado sensitivamente pelo n. 
infraorbital (ramo do maxilar), o lábio inferior, pelo n. 
mentual (ramo do mandibular), e as bochechas, pelo n. bucal 
(ramo do mandibular). 
>> a linfa do lábio superior flui para os linfonodos 
submandibulares e cervicais superiores, enquanto a parte 
lateral do lábio inferior drena para os linfonodos 
submandibulares e a parte mediana do lábio inferior para os 
linfonodos submentuais. 
 
PALATO 
PALATO DURO 
Os dois terços anteriores do teto da cavidade oral são 
constituídos pelo palato duro, cuja base estrutural óssea é 
formada pelos processos palatinos das maxilas e pelas 
lâminas horizontais dos palatinos. 
• Os ossos são revestidos por periósteo e por uma 
mucosa aderente que se continua na gengiva. 
• Na linha média, a mucosa projeta uma crista 
longitudinal, a rafe do palato, que, por meio do 
tecido conectivo, adere-se ao palato e termina 
anteriormente numa pequena elevação, a papila 
incisiva. 
• De ambos os lados da rafe, a mucosa forma pregas 
transversais achatadas, as pregas palatinas 
transversas. 
>>>> contra estas estruturas, a língua comprime o alimento 
• À direita e à esquerda da linha mediana, localiza-se 
posteriormente na mucosa do palato duro, uma 
área de glândulas salivares menores mucosas, as 
glândulas palatinas, que produzem um muco 
viscoso para o deslizamento do alimento. 
PALATO MOLE 
No terço posterior, o teto da cavidade oral é formado pelo 
palato mole ou véu palatino. Este, em forma de véu, está 
suspenso na parte posterior do palato duro, onde se inclina 
obliquamente. 
• Do centro de sua margem posterior salienta-se a 
úvula palatina, de cujos lados se estendem duas 
pregas que divergem inferiormente, os arcos 
palatinos. 
• De cada lado, os arcos palatinos delimitam uma 
fossa tonsilar, na qual se situa a tonsila palatina. 
• O arco anterior, o arco palatoglosso, dirige-se para 
a margem lateral da língua, enquanto o arco 
posterior, o arco palatofaríngeo, para a parede da 
faringe. 
• Passando pelos arcos palatinos, existe um 
estreitamento da faringe, o istmo das fauces, que é 
a entrada para a faringe e que pode ser fechado por 
ação muscular. 
A mucosa e as glândulas do palato duro invadem o palato 
mole. 
MÚSCULOS DO PALATO MOLE E DAS FAUCES 
Os mm do palato e das fauces se inserem numa densa lâmina 
fibrosa, a aponeurose palatina, que forma a base estrutural 
do palato mole. 
• M. tensor do véu palatino 
o Origina-se da base do crânio e da parede 
da tuba auditiva. 
o Eleva e traciona o palato mole até uma 
posição horizontal e com isso abre o óstio 
faríngeo da tuba auditiva. 
o É inervado por um ramo do n. mandibular. 
• M. levantador do véu palatino 
o Origina-se da base do crânio, posterior e 
medialmente ao m. tensor do véu 
palatino, e do toro levantador. 
o Eleva e traciona posteriormente o palato 
mole. 
o É inervado pelo plexo faríngeo. 
o Complementando os arcos faríngeos 
superiores, os mm. tensor do véu palatino 
e levantador do véu palatino auxiliam na 
formação da parede lateral da faringe. 
• M. palatoglosso 
o Situa-se no arco palatino anterior e 
origina-se da aponeurose palatina 
irradiando para a margem lateral da raiz da 
língua. 
o Atua na contraçãodo istmo das fauces. 
o É inervado pelo n. glossofaríngeo. 
• M. palatofaríngeo 
o Situa-se no arco palatino posterior, 
também se origina da aponeurose 
palatina. 
o É considerado um levantador da faringe. 
o É inervado pelo n. glossofaríngeo. 
• M. da úvula 
o Origina-se, bilateralmente, do palato duro, 
e se irradia para a aponeurose palatina da 
região da úvula palatina, posteriormente 
ao m. levantador do véu palatino, onde se 
insere. 
o Encurta a úvula palatina. 
o É inervado pelo plexo faríngeo. 
 
1 – Rafe do palato; 2 – papila incisiva; 3 – pregas palatinas transversais; 4 – úvula. 
 
4 – Úvula palatina; 5 – tonsila palatina; 6 – arco palatoglosso; 7 – arco palatofaríngeo; 
12 – m. palatoglosso; 13 – m. palatofaríngeo; 14 – m. da úvula. 
 
4 – Úvula palatina; 8 – aponeurose palatina; 9 – m. tensor do véu palatino; 10 – hâmulo 
pterigoideo; 11 – m. levantador do véu palatino. 
LÍNGUA 
A base estrutural da língua é formada por uma musculatura 
robusta revestida por uma mucosa altamente diferenciada, 
a túnica mucosa da língua. 
Divide-se em corpo da língua, ápice da língua e raiz da língua, 
estando o órgão ligado às estruturas ósseas adjacentes. 
• Denomina-se dorso da língua a face curva convexa 
do corpo da língua, o qual está dividido, por um 
sulco em forma de V, o sulco terminal da língua, em 
duas partes. 
• No vértice do sulco terminal da língua localiza-se o 
forame cego da língua – local de esboço 
embriológico da glândula tireoide. 
>>>> Anteriormente ao sulco terminal da língua, encontram-
se cerca de dois terços da língua ou sua parte oral, a parte 
pré-sulcal ou anterior. 
>>>> Posteriormente ao sulco terminal da língua situa-se 
cerca de um terço da língua ou sua parte faríngea, a parte 
pós-sulcal ou posterior. 
• Essa parte se localiza atrás do arco palatoglosso, na 
parte oral da faringe, e se posiciona verticalmente 
para baixo. 
>> as duas partes da língua se diferenciam pelo tipo de 
mucosa, pela inervação e origem embriológica. 
PARTE PRÉ-SULCAL (ANTERIOR OU ORAL) 
Fixada no soalho da boca. 
• Aqui, ela pressiona a faringe e o palato, com o ápice 
contra a linha dos dentes e a margem da língua 
contra os dentes posteriores. 
• A margem da língua separa o dorso da língua da 
parte inferior da língua. 
Na parte oral aparece, mais ou menos pronunciado, o sulco 
mediano da língua. 
PARTE PÓS-SULCAL (POSTERIOR OU FARÍNGEA) 
Raiz ou parte fixa da língua; forma a parede anterior da 
faringe. 
• Lateralmente à raiz da língua localizam-se a tonsila 
palatina e a parede lateral da faringe. 
• Posteriormente, se estendem três pregas mucosas 
vindas da epiglote, a prega glossoepiglótica 
mediana, central, e, de cada lado, as pregas 
glossoepiglóticas laterais. 
• Entre essas pregas situam-se duas escavações, as 
valéculas epiglóticas. 
• A superfície da raiz da língua é irregularmente 
moldada por nódulos linfoides subepiteliais – o 
conjunto desses nódulos é também denominado 
tonsila lingual. 
INERVAÇÃO DA TÚNICA MUCOSA DA LÍNGUA 
>> a parte pré-sulcal tem a sensibilidade geral suprida pelo 
n. lingual (ramo do n. mandibular do n. trigêmeo) e a 
sensibilidade especial ou sensorial (com exceção das papilas 
circunvaladas), pela corda do tímpano (r. do n. intermédio 
do n. facial). 
>> a parte pós-sulcal tem a sensibilidade geral suprida pelo 
n. glossofaríngeo, com exceção das valéculas epiglóticas, 
que são inervadas pelo n. vago. 
* a aferência sensorial dos corpúsculos gustativos do terço 
posterior da língua também é veiculada pelo n. 
glossofaríngeo e, na região das valéculas epiglóticas, pelo n. 
vago. 
 
1 – Ápice da língua; 2 – dorso da língua; 3 – sulco terminal da língua; 4 – forame cego 
da língua; 5 – parte pré-sulcal ou anterior; 6 – parte pós-sulcal ou posterior; 7 – 
margem da língua; 8 – sulco mediano da língua; 9 – papilas linguais; 12 – papilas 
foliadas; 14 – tonsila palatina; 15 – prega glossoepiglótica mediana; 16 – pregas 
glossoepiglóticas laterais; 17 – valéculas epiglóticas; 18 – nódulos linfoides. 
MÚSCULOS DA LÍNGUA 
Divididos em: 
• Musculatura extrínseca ou externa; 
o Se origina na parte esquelética. 
• Musculatura intrínseca ou interna; 
o Localizada exclusivamente na língua, e que 
não está aderida à parte esquelética. 
MM. EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA 
• M. genioglosso 
o Move a língua anteriormente e traciona 
em direção ao soalho da boca. 
• M. hioglosso 
o Traciona a língua posteriormente. 
• M. estiloglosso 
o Traciona a língua em direção súpero-
posterior. 
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO 
>> a musculatura externa é inervada pelo n. hipoglosso. 
>> o suprimento arterial da musculatura da língua provém 
da a. lingual, que, vinda de trás, situa-se sob o m. hioglosso, 
onde se divide em dois ramos terminais, a a. profunda da 
língua e a a. sublingual. 
 
MM. INTRÍNSECOS DA LÍNGUA 
• Mm. longitudinais superior e inferior 
• M. transverso da língua 
• M. vertical da língua 
Servem para alterar a forma da língua. Geralmente, dois 
sistemas se contraem em conjunto como antagonistas, 
forçando o relaxamento do terceiro sistema. 
>> Todos os músculos intrínsecos da língua são inervados 
pelo n. hipoglosso. 
>>>>> NOTA CLÍNICA: quando, devido á lesão do n. 
hipoglosso, ocorre paralisia de uma metade da língua, e esta 
é projetada para fora, seu ápice se dirige para o lado lesado, 
desviando-se do lado são, apontando para o lado paralisado. 
 
 
1 – M. genioglosso; 2 – M. hioglosso; 3 – corno maior do hioide; 4 – corpo do hioide; 5 
– M. estiloglosso; 6 – n. hipoglosso; 7 – ducto submandibular; 8 – n. lingual; 9 – a. 
lingual; 10 – M. genio-hióideo; 11 – M. palatoglosso; 12 – M. palatofaríngeo; 13 – M. 
constritor superior da faringe; 14 – aponeurose da língua; 15 – M. longitudinal 
superior; 16 – M. longitudinal inferior; 17 – M. transverso da língua; 18 – M. vertical da 
língua; 19 – M. milo-hióideo; 20 – platisma. 
 
 
FACE INFERIOR DA LÍNGUA 
Está apoiada no soalho da boca e pode ser vista somente 
com a língua elevada. 
• A mucosa da face inferior é delgada e forma uma 
prega na linha mediana, o frênulo da língua, que se 
estende para a gengiva da mandíbula. 
• Através da transparência da mucosa da face inferior 
da língua, são visíveis, de cada lado do frênulo da 
língua, as vv. profundas da língua, calibrosas e de 
cor azulada. 
o Mais lateralmente, encontra-se em ambos 
os lados uma elevação denteada, a prega 
franjada, resquício de uma sublíngua nos 
animais. 
• No soalho da boca, o relevo da túnica mucosa desta 
região em ambos os lados é marcado por uma 
estreita prega longitudinal, a prega sublingual, sob 
a qual se oculta a glândula sublingual. 
o Na extremidade anterior dessa prega 
aparece uma elevação em forma de 
verruga, a carúncula sublingual, na qual 
desembocam, juntos ou bem próximos, os 
ductos das glândulas sublingual e 
submandibular. 
SOALHO DA BOCA 
Se situa anteriormente entre os ramos da mandíbula e é 
constituído por uma lâmina muscular plana, o diafragma da 
boca, formado principalmente pelo m. milo-hióideo. 
• M. milo-hióideo 
o Inervado pelo n. milo-hióideo (ramo do 
nervo mandibular). 
• M. genio-hióideo 
o Suprido pelos ramos anteriores dos 1º e 2º 
nervos espinais cervicais, através dos quais 
o n. hipoglosso é também conduzido. 
• M. digástrico 
o O ventre posterior é inervado pelo n. facial 
e o anterior é inervado pelo n. milo-
hióideo. 
• M. estilo-hióideo 
o Inervado pelo nervo facial. 
* Os músculos mencionados situam-se acima do hioide e são 
colocados no grupo dos músculos supra-hióideos. 
Os músculos supra-hióideos estão envolvidos na abertura 
ativa da boca e, na deglutição, elevam e levam para frente o 
hióide. 
 
 
1 – Frênulo da língua; 2 – vv. profundas da língua; 3 – prega franjada; 4 – prega 
sublingual; 5 – carúncula sublingual; 6 – M. milo-hióideo; 7 – linha milo-hióidea; 8 – 
hioide; 9 – M. genio-hióideo; 10 – M.hioglosso; 11 – M. estilo-hióideo; 12 – A. lingual. 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Na cavidade oral desembocam os ductos das numerosas 
glândulas salivares menores e os três ductos das glândulas 
salivares maiores, pares. 
GLÂNDULAS SALIVARES MENORES 
Contam-se várias formações glandulares, com porções 
terminais glandulares predominantemente mucosas, 
localizadas na mucosa dos lábios, nas bochechas, na língua e 
no palato, além das glândulas linguais anteriores – situadas 
sob o ápice da língua. 
• Nas papilas linguais existem pequenas glândulas, 
com a porção terminal glandular exclusivamente 
serosa, denominadas glândulas de diluição. 
>>> A função das glândulas salivares menores é, 
principalmente, a umidificação da túnica mucosa da boca. 
GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES 
GLÂNDULA PARÓTIDA 
Puramente serosa, é a maior das glândulas salivares 
maiores; 
• Envolvida por uma fáscia firme, a fáscia parotídea; 
• Se situa à frente do meato acústico externo, junto a 
parte posterior do m. masseter. 
• Recobre a ATM e é atravessada pelos ramos do n. 
facial, que subdivide a glândula em parte superficial 
e parte profunda. 
Superiormente, ela alcança o arco zigomático e, 
inferiormente, o ângulo da mandíbula, no qual se estende 
profundamente na fossa retromandibular em direção à 
parede da faringe, posteriormente ao ramo da mandíbula. 
• Na margem anterior da glândula aparece o ducto 
parotídeo, 
o com trajeto paralelo ao arco zigomático, 
sobre o m. masseter e o corpo adiposo da 
bochecha, 
▪ que perfura o m. bucinador e 
desemboca no vestíbulo da boca, 
no nível do 2º molar superior, 
através da papila do ducto 
parotídeo. 
▪ Junto ao ducto parotídeo 
encontra-se, frequentemente, 
uma glândula parótida acessória. 
A formação e o armazenamento da saliva da glândula 
parótida são controladas pelo sistema nervoso autônomo. 
• As neurofibras pré-ganglionares parassimpáticas 
cursam no n. glossofaríngeo, fazem sinapse no 
gânglio ótico e finalmente, como neurofibras pós-
ganglionares, são distribuídas na glândula através 
dos ramos do n. facial. As neurofibras pós-
ganglionares simpáticas provêm do plexo carótico 
externo e são conduzidas para a glândula junto com 
os vasos sanguíneos. 
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR 
Predominantemente serosa; situa-se no trígono 
submandibular, formado pela mandíbula, pelo ventre 
anterior e pelo ventre posterior do músculo digástrico. 
• O corpo da glândula é envolvido por uma capsula e 
está localizado abaixo do m. milo-hióideo, 
alcançando profundamente o m. hioglosso e o m. 
estiloglosso. 
O ducto submandibular atinge a margem posterior do m. 
milo-hióideo e, acima desse músculo, dirige-se anterior e 
medialmente à glândula sublingual, desembocando na 
carúncula sublingual. 
• As neurofibras pré-ganglionares parassimpáticas 
para essa glândula provêm da corda do tímpano do 
n. facial e fazem sinapse no gânglio submandibular, 
de onde partem as neurofibras pós-ganglionares 
para a glândula. As neurofibras pós-ganglionares 
simpáticas alcançam a glândula junto com os vasos 
sanguíneos adjacentes. 
GLÂNDULA SUBLINGUAL 
Predominantemente mucosa, situa-se sobre o m. milo-
hióideo e cria a prega sublingual. 
• Lateralmente, a glândula alcança a mandíbula e, 
medialmente, o m. genioglosso. 
• A glândula compõe-se de uma glândula principal e 
seu ducto sublingual maior, o qual desemboca, 
próximo ao ou junto com o ducto submandibular, 
na carúncula sublingual. 
• Os ductos das numerosas glândulas sublinguais 
menores são curtos e desembocam, ao longo da 
prega sublingual, diretamente na cavidade oral. 
************************************************ 
• As neurofibras parassimpáticas alcançam a 
glândula sublingual usando a mesma via da 
glândula submandibular, enquanto as neurofibras 
simpáticas cursam através da rede vascular, ao 
longo da a. lingual. 
 
8 – Glândula submandibular; 12 – m. hioglosso; 14 – glândula sublingual; 15 – 
carúncula sublingual; 16 – prega sublingual; 17 – m. genioglosso; 18 – n. hipoglosso; 
19 – a. lingual. 
 
 
1 – Glândula parótida; 2 – m. masseter; 3 – arco zigomático; 4 – ângulo da mandíbula; 
5 – ducto parotídeo; 6 – m. bucinador; 7 – glândula parótida acessória; 8 – glândula 
submandibular; 9 – ventre anterior do m. digástrico; 10 – ventre posterior do m. 
digástrico; 11 – m. milo-hióideo. 
SALIVA 
• Aumenta a capacidade de deslizamento do 
alimento mastigado; 
• É bactericida e contém uma enzima que degrada os 
hidratos de carbono. 
• A quantidade total de saliva secretada por 
estímulos dos quimiorreceptores na boca pelos 
movimentos da mastigação e por estímulos 
psíquicos alcança diariamente 0,5-2 litros. 
A composição da saliva depende de cada glândula 
individualmente e de seu estado funcional. 
• Distingue-se uma saliva fluida, fina, serosa – como 
aquela que contém a enzima α-amilase, 
• E uma saliva viscosa, densa, mucosa, que contém 
mucopolissacarídeos e glicoproteínas. 
FARINGE 
ESTRUTURA GERAL E DIVISÃO 
É um tubo muscular, de 12-15cm de comprimento, que se 
inicia na base do crânio e se continua no esôfago, no nível da 
cartilagem cricóidea. 
• As paredes laterais e posterior da faringe são 
COMPLETAMENTE fechadas, enquanto 
anteriormente, a faringe tem aberturas de 
comunicação para a cavidade nasal, cavidade oral e 
laringe. 
A faringe se divide em três partes, são elas: 
• Parte nasal da faringe (epi, naso ou rinofaringe) 
o Está em comunicação com a cavidade 
nasal através dos cóanos. 
• Parte oral da faringe (meso, oro ou bucofaringe) 
o Comunica-se com a cavidade oral através 
do istmo das fauces. 
o Na região da parte oral da faringe as vias 
aérea e digestiva se cruzam. 
• Parte laríngea da faringe (hipo ou laringofaringe) 
o A laringe nela se abre através do ádito da 
laringe. 
ESTRUTURA DA PAREDE 
Compõe-se de três camadas: túnica mucosa, túnica muscular 
e a adventícia fibrosa. 
RELEVOS DA TÚNICA MUCOSA 
• Os relevos da túnica mucosa da parte nasal da 
faringe são formados pelo óstio faríngeo da tuba 
auditiva, toro tubário e toro do levantador. 
• A parte oral da faringe está limitada 
o anteriormente pela raiz da língua 
o lateralmente pelos arcos palatinos e pela 
fossa tonsilar e também pelas estruturas 
do istmo das fauces. 
• A parte laríngea da faringe aloja uma fenda de cada 
lado, próxima a laringe, o recesso piriforme. 
TÚNICA MUSCULAR 
É constituída por musculatura estriada diferenciada em: 
• músculos constritores e; 
• músculos levantadores da faringe. 
************************************************ 
• Os três músculos constritores da faringe ascendem 
posteriormente, imbricando-se um sobre o outro 
como telhas, e se inserem juntos sobre a linha 
mediana na rafe faríngea (uma estrutura conectiva 
resistente), fixada no tubérculo faríngeo, na base 
do crânio. 
o A margem superior transversal dos mm. 
constritores está fixada na base do crânio 
por meio de uma membrana fibrosa 
resistente, a fáscia faringobasilar. 
o A maior parte do m. constritor superior da 
faringe se origina do processo pterigoide e 
da rafe pterigomandibular (faixa tendínea 
entre o hâmulo pterigoideo e a 
mandíbula), 
o O m. constritor médio da faringe, do hioide 
o E o m. constritor inferior da faringe, das 
cartilagens tireóidea e cricóidea. 
• Os músculos constritores da faringe podem 
estreitar a luz da cavidade da faringe e levantar a 
laringe e o hióide. 
Os mm. levantadores da faringe são músculos pouco 
desenvolvidos. 
• Entre eles estão o m. estilofaríngeo, o m. 
palatofaríngeo e o m. salpingofaríngeo. 
ESPAÇO PERIFARÍNGEO 
• Camada de tecido conectivo situada ao redor da 
faringe. 
Permite que a faringe deslize sobre a coluna vertebral e 
outras estruturas adjacentes. 
Está dividido de maneira topográfica em: 
• Espaço retrofaríngeo 
o Entre a parede posterior da faringe e a 
lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. 
• Espaço laterofaríngeoo Espaço situado lateralmente à faringe. 
Ambos os espaços conectivos se comunicam, inferiormente, 
com o mediastino. 
O tubo muscular de toda a faringe é revestido por uma fáscia 
delicada, a fáscia bucofaríngea. 
 
 
 
1 – Cartilagem cricóidea; 2 – esôfago; 3 – óstio faríngeo da tuba auditiva; 4 – toro 
tubário; 5 – raiz da língua; 6 – fossa tonsilar; 7 – recesso piriforme; 8 – rafe faríngea; 9 
– tubérculo faríngeo; 10 – fáscia faringobasilar; 11 – m. constritor superior da faringe; 
12 – m. constritor médio da faringe; 13 – hióide; 14 – m. constritor inferior da faringe; 
15 – m. estilofaríngeo; 16 – palatofaríngeo. 
VASCULARIZAÇÃO, INERVAÇÃO E DRENAGEM 
LINFÁTICA 
• O suprimento arterial da faringe provém 
essencialmente da a. faríngea ascendente, ramo da 
a. carótida externa, e dos rr. faríngeos das aa. 
tireóideas. 
o O sangue venoso flui através do plexo 
venoso faríngeo, situado posteriormente. 
• A inervação da musculatura e da mucosa da faringe 
deriva de ramos do n. glossofaríngeo (IX) e do nervo 
vago (X), que formam uma rede nervosa, o plexo 
faríngeo. 
• Os linfonodos regionais são os lnn. retrofaríngeos, 
dos quais a linfa é levada aos lnn. cervicais 
profundos. 
ESÔFAGO 
DIVISÃO GERAL E ESTRUTURA MICROSCÓPICA 
O esôfago é um tubo muscular que transporta o alimento da 
faringe até o estomago. 
• Tem cerca de 25cm de comprimento 
o Se inicia na margem inferior da cartilagem 
cricóidea, no nível da C6 e C7, e 
desemboca na cárdia, no nível da T10 e 
T11. 
▪ Percorre diversas regiões do 
corpo e, correspondentemente, 
está dividido em três partes – 
cervical, torácica e abdominal. 
• Parte cervical 
o Nesta curta parte, a parede posterior do 
esôfago está localizada logo à frente da 
coluna vertebral e sua parede anterior se 
limita com a traqueia. 
• Parte torácica 
o Nesta parte com cerca de 16cm de 
comprimento, o esôfago distancia-se 
gradualmente da coluna vertebral. 
o É acompanhado anteriormente pela 
traqueia até a bifurcação desta, no nível da 
T4. 
▪ Neste nível, o esôfago cruza o 
arco da aorta. 
o A parte torácica da aorta está inicialmente 
à esquerda do esôfago, mas durante seu 
trajeto distal, progressivamente se 
posiciona posterior a ele. 
o Junto à parte torácica do esôfago, o átrio 
esquerdo do coração relaciona-se 
diretamente com ele. 
• Parte abdominal 
o É muito curta, cerca de 1-3cm de 
comprimento, e inclui a parte do hiato 
esofágico do diafragma, atravessando o 
tecido conectivo nele aderido, até o 
estômago. 
 
CONSTRIÇÕES ESOFÁGICAS 
Em seu percurso o esôfago apresenta 3 constrições, são elas: 
• Constrição superior (ou faringoesofágica) 
o Localiza-se posteriormente à cartilagem 
cricóidea e é formada pelas fibras 
circulares da musculatura esofágica. 
▪ Aqui, a luz do esôfago é apenas 
uma estreita fenda transversal 
cujo diâmetro só pode ser aberto 
em cerca de 14mm. 
• Constrição média (ou broncoaórtica) 
o Localiza-se no nível do cruzamento com o 
arco da aorta, distando cerca de 10cm da 
primeira constrição. 
• Constrição inferior (ou diafragmática) 
o Localiza-se no hiato esofágico do 
diafragma. 
▪ Aqui, a parede do esôfago mostra 
uma túnica muscular em espiral e 
uma rede venosa na túnica 
submucosa, servindo ambas as 
estruturas para o fechamento da 
cárdia. 
ANATOMIA FUNCIONAL 
O esôfago está sujeito a uma tensão longitudinal, a qual 
estabiliza seu trajeto que favorece a passagem do bolo 
alimentar na deglutição. 
• A entrada do esôfago se abre, permitindo, por um 
breve instante, a penetração do alimento solido ou 
líquido. O primeiro é levado ao estômago em 3s, 
por meio de ondas peristálticas, e o último é 
lançado na cárdia em 1/10 segundo. 
• A distancia total dos dentes incisivos à cárdia é 
cerca de 40cm. 
 
 
1 – Faringe; 2 – estômago; 3 – cartilagem cricóidea; 4 – cárdia; 5 – parte cervical do 
esôfago; 6 – parte torácica do esôfago; 7 – parte abdominal do esôfago; 8 – traqueia; 
9 – bifurcação da traqueia; 10 – arco da aorta; 11 – hiato esofágico do diafragma. 
ANATOMIA TOPOGRÁFICA E MEDIASTINO 
POSTERIOR 
 PARTE CERVICAL 
• Se localiza atrás da traqueia e é facilmente visível à 
esquerda da linha mediana; 
o Portanto, à esquerda, os lobos da tireoide 
e a a. tireóidea inferior repousam nessa 
parte do esôfago. 
• Os ramos da artéria tireóidea inferior suprem o 
esôfago, alcançando a parede esofágica anterior e 
posteriormente. 
• O nervo laríngeo recorrente esquerdo cursa 
inicialmente ao lado e depois anterior ao esôfago. 
• Posteriormente, o esôfago está separado dos 
músculos profundos do pescoço pela lâmina pré-
vertebral da fáscia cervical. 
PARTE TORÁCICA 
• Se aloja no mediastino posterior; 
• Superiormente, esta parte é acompanhada 
anteriormente pela traqueia e ladeada, à esquerda, 
pela a. subclávia esquerda e, à direita, pelo tronco 
braquiocefálico. 
• Posteriormente, cruza o ducto torácico, que 
ascende, entre a aorta e a v. ázigo, em direção ao 
mediastino posterior. 
• Abaixo da bifurcação da traqueia o esôfago é 
posterior ao pericárdio. 
o Nessa parte, é acompanhado, à esquerda, 
pela a. aorta ascendente e, à direita, pela 
v. ázigo. 
• A pleura parietal direita pode se insinuar entre o 
esôfago e a aorta – inferiormente, após o esôfago 
se distanciar da CV. 
• Na face posterior do esôfago se situa parte do plexo 
esofágico e o tronco vagal posterior. 
• De cada lado da CV aparecem a parte torácica do 
tronco simpático e o trajeto do n. esplâncnico 
maior. 
 
 
 
 
1 – Esôfago; 2 – traqueia; 3 – tireoide; 4 – a. tireóidea inferior; 5 – n. laríngeo recorrente 
esquerdo; 6 – a. subclávia esquerda; 7 – tronco braquiocefálico; 8 – ducto torácico; 9 
– a. aorta descendente; 10 – v. ázigo; 11 – pleura parietal; 12 – arco da aorta; 13 – 
tronco vagal posterior; 14 – tronco simpático; 15 – n. esplâncnico maior; 16 – átrio 
esquerdo; 17 – ventrículo esquerdo; 18 – arco da aorta; 19 – a. pulmonar esquerda; 20 
– v. braquiocéfalica; 21 – esterno; 22 – diafragma. 
VASCULARIZAÇÃO, INERVAÇÃO E DRENAGEM 
LINFÁTICA 
• Artérias 
o A parte cervical é irrigada por ramos da a. 
tireóidea inferior, 
o A torácica, pelos rr. esofágicos da aorta e 
o A parte abdominal, pelas aa. frênica 
inferior e gástrica esquerda. 
• Veias 
o As vv. do esôfago drenam, superiormente, 
para a v. cava superior e, inferiormente, 
para a v. porta do fígado. 
o Na parte cervical, o sangue venoso flui em 
direção à v. tireóidea inferior e, através da 
v. braquiocefálica, para a v. cava superior. 
o Na parte torácica, as veias esofágicas 
desembocam diretamente na v. ázigo e na 
v. hemiázigo, as quais drenam para a v. 
cava superior. 
o O sangue venoso da parte abdominal flui 
para a v. gástrica esquerda, situada ao 
longo da margem superior do estômago. 
▪ Essa veia desemboca, através da 
v. mesentérica superior, na v. 
porta do fígado. 
 
• Inervação 
o A inervação parassimpática ocorre através 
do n. vago. 
o Na parte cervical e na torácica superior as 
neurofibras vem do n. laríngeo recorrente. 
o Na parte torácica inferior, abaixo da 
bifurcação da traqueia, os nn. vago direito 
e esquerdo formam o plexo esofágico, 
▪ do qual emerge um tronco vagal 
anterior e um tronco vagal 
posterior, ambos penetrando na 
cavidade abdominal junto com o 
esôfago. 
o Os nervos simpáticos se originam do 
gânglio cervicotorácico, dos gânglios 
simpáticos torácicos e do plexo aórtico 
abdominal. 
• Drenagem linfática 
o A linfa da parte esofágica acima da 
bifurcação da traqueia flui, dentre outros, 
para os lnn. traqueobronquiais e para os 
lnn. pré-vertebrais. 
o A linfa da parte abdominal do esôfago se 
dirige aos adjacentes linfonodos gástricos 
e frênicos inferiores. 
1 – V. cava superior; 2 – v. porta do fígado; 3 – v. tireóidea inferior; 4 – v. 
braquiocefálica; 5 – v. ázigo; 6 – v. hemiázigo; 7 – v. gástrica esquerda; 8 – v. 
mesentérica superior;9 – n. vago; 10 – tronco vagal anterior; 11 – lnn. paratraqueais; 
12 – lnn. traqueobronquiais; 13 – lnn. pré-vertebrais.

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