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A Equação de Bernoulli A Fig. 14-19 mostra um tubo pelo qual um fluido ideal escoa com vazão constante. Suponha que, em um intervalo de tempo Δt, um volume ΔV do fluido, de cor violeta na Fig. 14-19, entre pela extremidade esquerda (entrada) do tubo, e um volume igual, de cor verde na Fig. 14-19, saia pela extremidade direita (saída) do tubo. Como o fluido é incompressível, com massa específica constante ρ, o volume que sai é igual ao volume que entra. Figura 14-19 Um fluido escoa com vazão constante por um trecho de um tubo de comprimento L, da extremidade de entrada, à esquerda, à extremidade de saída, à direita. Do instante t em (a) ao instante t + Δt em (b), uma quantidade de fluido, representada na cor violeta, entra pela extremidade esquerda e uma quantidade igual, representada na cor verde, sai pela extremidade direita. Sejam y1, v1 e p1 a altura, a velocidade e a pressão do fluido que entra do lado esquerdo, e y2, v2 e p2 os valores correspondentes do fluido que sai do lado direito. Aplicando ao fluido a lei de conservação da energia mecânica, vamos mostrar que esses valores estão relacionados por meio da equação em que o termo é chamado de energia cinética específica (energia cinética por unidade de volume) do fluido. A Eq. 14-28 também pode ser escrita na forma As Eqs. 14-28 e 14-29 são formas equivalentes da equação de Bernoulli, que tem esse nome por causa de Daniel Bernoulli, que estudou o escoamento de fluidos no século XVIII.* Como a equação de continuidade (Eq. 14-24), a equação de Bernoulli não é um princípio novo, mas simplesmente uma reformulação de um princípio conhecido para uma forma mais adequada à mecânica dos fluidos. Como um teste, vamos aplicar a equação de Bernoulli a um fluido em repouso, fazendo v1 = v2 = 0 na Eq. 14-28. O resultado é p2 = p1 + ρg(y1 – y2). que é a Eq. 14-7. Uma previsão importante da equação de Bernoulli surge quando supomos que y é constante (y = 0, digamos), ou seja, que a altura do fluido não varia. Nesse caso, a Eq. 14-28 se torna ou, em palavras, Se a velocidade de um fluido aumenta enquanto o fluido se move horizontalmente ao longo de uma linha de fluxo, a pressão do fluido diminui, e vice-versa. Isso significa que, nas regiões em que as linhas de fluxo estão mais concentradas (o que significa que a velocidade é maior), a pressão é menor, e vice-versa. A relação entre uma mudança de velocidade e uma mudança de pressão faz sentido quando consideramos um elemento do fluido. Quando o elemento se aproxima de uma região estreita, a pressão mais elevada atrás do elemento o acelera, de modo que ele adquire uma velocidade maior. Quando o elemento se aproxima de uma região mais larga, a pressão maior à frente o desacelera, de modo que ele adquire uma velocidade menor. A equação de Bernoulli é estritamente válida apenas para fluidos ideais; quando forças viscosas estão presentes, a energia mecânica não é conservada, já que parte da energia é convertida em energia térmica. Na demonstração que se segue, vamos supor que o fluido é ideal. Demonstração da Equação de Bernoulli Vamos considerar, como nosso sistema, o volume inteiro do fluido (ideal) da Fig. 14-19. Vamos aplicar a lei de conservação da energia mecânica a esse sistema na passagem do estado inicial (Fig. 14-19a) para o estado final (Fig. 1419b). No processo, as propriedades do fluido que está entre os dois planos verticais separados por uma distância L na Fig. 14-19 permanecem as mesmas; precisamos nos preocupar apenas com as mudanças que ocorrem nas extremidades de entrada e saída. Para começar, aplicamos a lei de conservação da energia mecânica na forma do teorema do trabalho e energia cinética, que nos diz que a variação da energia cinética do sistema é igual ao trabalho total realizado sobre o sistema. A variação da energia cinética é uma consequência da variação da velocidade do fluido entre as extremidades do tubo e é dada por em que Δm (= ρΔV) é a massa do fluido que entra por uma extremidade e sai pela outra durante um pequeno intervalo de tempo Δt. O trabalho realizado sobre o sistema tem duas origens. O trabalho Wg realizado pela força gravitacional (Δm ) sobre uma massa Δm do fluido durante a subida da massa do nível da entrada até o nível da saída é dado por Esse trabalho é negativo porque o deslocamento para cima e a força gravitacional para baixo têm sentidos opostos. Algum trabalho também precisa ser realizado sobre o sistema (no lado da entrada) para empurrar o fluido para dentro do tubo e pelo sistema (no lado da saída) para empurrar o fluido que está mais adiante no tubo. O trabalho realizado por uma força de módulo F agindo sobre o fluido contido em um tubo de área A para fazer com que o fluido percorra uma distância Δx é F Δx = (pA)(Δx) = p(A Δx) = p ΔV. O trabalho realizado sobre o sistema é, portanto, p1 ΔV, e o trabalho realizado pelo sistema é –p2 ΔV. A soma dos dois trabalhos, Wp, é Assim, a Eq. 14-31 se torna W = Wg + Wp = ΔK. Combinando as Eqs. 14-32, 14-33 e 14-34, obtemos Cancelando ΔV e reagrupando os termos, obtemos a Eq. 14-28, que queríamos demonstrar.
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