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FITOTERAPIA ANGÉLICA CHINESA Angelica sinensis Nome farmacêutico : Radix Angelicae Sinensis Família: Apiaceae Parte utilizada: raiz Propriedades organolépticas: doce, picante, acre, amarga e amornante. Outros nomes: Dong quai, dang-gui e danggui. Origem: China Histórico: O nome danggui origina-se da China de uma lenda sobre um jovem chinês que foi a uma viagem na montanha deixando sua esposa. Caso ele não retornasse em 3 anos sua esposa era considerada livre para casar novamente. Ele não retornou em 3 anos e sim um tempo depois acabou encontrando sua ex esposa casada. Ambos ficaram com o coração partido, por conta disso ela acabou adoeçendo e ele lhe deu uma raiz desconhecida que havia coletado da montanha, recuperando a saúde dela. O povo do vilarejo nomeou a planta de “Dang-gui” em homenagem ao marido ter retornado. Dang seguinifica deveria e gui significa voltar. Foi citada a primeira vez como gingseng feminino por ser muito utilizado em distúrbios ginecológicos. A sinensis é utilizada na China, Coreia e Japão como especiaria e tônico e na medicina é utilizada a milhares de anos pela medicina tradicional chinesa. Principais componentes químicos: estudos identificam ácidos orgânicos (ácido ferúlico, ácido protocatéquico, ácido cafeico, ácido ftálico, ácido p-hidroxibenzoico, ácido vanílico, ácido folínico, ácido fólico, ácido nicotínico e ácido succínico), ftaldeídos (ligustulídeo, butilidenoftaleído, butilftaldeído, senkynolídeo A, senkynolídeo I, senkynolídeo H, senkynolídeo P, levistolídeo A, riligustilídeo, tokinolídeo B e neocnidilídeo) e polissacarídios (fucose, galactose, glicose, arabinose, ramnose, arabinose, mannose e xilose). Contém ainda 0,4 a 0,7% de óleo essencial (β cadineno, carvacrol e cisβ ocimeno), vitamina A, carotenoides (0,675%), vitamina B12 (2,5 a 4,0 μg/kg), vitamina E, ácido ascórbico, aminoácidos, fitosteróis (βsitosterol), cálcio, magnésio. Há dúvidas quanto à presença de cumarinas. Atividades farmacológicas: atividade fitoestrogênica, relaxante dos músculos lisos, antialérgica, imunomoduladora, antimicrobiana, e no sistema cardiovascular. Apesar da baixa afinidade pelos receptores estrogênicos e progestógenos, o extrato mostra atividade hormonal, bem como atividade farmacológica no útero, porém os efeitos diferem de acordo com a fração do extrato avaliada. Estudos mostram que a fração não volátil causa contração, enquanto o óleo essencial provoca o relaxamento da musculatura uterina. O principal componente ativo do óleo essencial é o butilidenoftalídeo, que é um potente espasmolítico uterino e provável responsável pelo alívio da dismenorreia, juntamente com o ácido ferúlico. Ao sistema cardiovascular prolonga o período refratário, reduz pressão arterial e fibrilação atrial induzida por atropina, pituitrina, estrofantina, acetilcolina ou estimulação elétrica. Promove a dilatação dos vasos coronários, aumenta o fluxo coronário e reduz a frequência respiratória. Tem longa tradição de uso pelos chineses e japoneses em prevenção e tratamento dos sintomas alérgicos em indivíduos sensíveis a várias substâncias (p. ex., pólen, poeira, alimentos etc.). Essa atividade está relacionada com sua capacidade de inibir a produção de IgE de maneira seletiva. Indicações e usos principais: irregularidades menstruais, oligomenorreia, tensão prémenstrual, dismenorreia, anemia, vertigens, fadiga, constipação intestinal com fezes ressecadas, obstrução coronariana, arritmias, tromboangeíte obliterante, tendência à trombose. Posologia: raiz seca: 4,5 a 9 g/dia em decocção; tintura: 4 a 8 ml/dia; extrato seco padronizado em 1% de ligustilide: 100 a 600 mg/dia. Precauções: uso cuidadoso em pacientes com fluxo menstrual abundante, pois pode agravar a menorragia, e em pacientes utilizando medicação anticoagulante e antiagregante plaquetária. Casos bem documentados de interação com varfarina, pode causar ginecomastia, causa diarreia em pacientes sensíveis. Por falta de estudos clínicos o uso de Angelica sinensis no tratamento dos sintomas da peri ou pós menopausa, especialmente em mulheres com câncer de mama, deve ser feito com restrições, necessitando de mais estudos. Toxicidade: O óleo essencial em doses elevadas pode exercer um efeito paralisante no SNC. Referências Foster S, Chongxi Y. Herbal emissaries: bringing Chinese herbs to the West. A guide to gardening. Herbal wisdom and wellbeing. EUA: Healing Arts Press; 1957. Xiao Peng CHEN, Wei L, Xue Feng X, Zhang LL, Chang Xiao LIU. Phytochemical and pharmacological studies on Radix Angelica sinensis. Chinese journal of natural medicines. 2013; 11(6):577 587. Hook IL. Danggui to angelica sinensis root: Are potential benefits to european women lost in translation? A review. Journal of ethnopharmacology. 2014; 152(1):113. WHO, Monographs on selected medicinal plants. 2. Geneva: 2002. EMA. European Medicines Agency. Disponível em: www.ema.europa.eu/ema. Ling FANG, Xiao XF, Liu CX, Xin HE. Recent advance in studies on Angelica sinensis. Chinese Herbal Medicines. 2012; 4(1):12 25.
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