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Evolução Estelar Marcelo Borges Fernandes Escola de Inverno do Observatório Nacional 2011 Aula 1 O que é uma estrela ? Grandezas Observáveis (Propriedades Físicas) Classificação Estelar O Diagrama HR Evolução de Estrelas de Baixa Massa e Massa Intermediária “Uma estrela se constitue em um plasma confinado gravitacionalmente, que emite radiação devido a reações termonucleares no seu interior“ O que é uma estrela ? O que é uma estrela ? Estrutura e a Evolução Estelar - um duelo constante: Pressão X Gravidade O que é uma estrela ? Estrutura e a Evolução Estelar - um duelo constante: Pressão X Gravidade Grande Vencedor O que é uma estrela ? Estrutura e a Evolução Estelar - um duelo constante: Pressão X Gravidade Grande Vencedor A gravidade é a força construtiva (formação estelar) e destrutiva (fases finais) dominante no Universo O que é efetivamente observado ? Em uma estrela típica: somente as camadas mais externas são visíveis à observação direta (atmosferas estelares) Radiação eletromagnética Grandezas Observáveis: . Fluxo observado = quantidade de energia detectada numa dada área de superfície coletora e num intervalo de tempo onde fν 0 é o fluxo da estrela fora da atmosfera da Terra, Tν é o fator de transmissão da atmosfera, Rν é a eficiência da aparelhagem usada, e Sν a transmissividade dos filtros usados. Fotometria Grandezas Observáveis: . Magnitude aparente (m) de uma estrela em uma dada região espectral é m = -2.5 log f + cte Grandezas Observáveis: . Magnitude aparente (m) de uma estrela em uma dada região espectral é definida de forma que a razão de fluxos Δm = m2 – m1 = -2.5 log f2 / f1 = 5 Uma diferença entre uma estrela com m1 = 1 e m2 = 6, implica que uma estrela é 100 vezes mais brilhante do que a outra. f1 / f2 = 100 Grandezas Observáveis: . Magnitude aparente (m) de uma estrela em uma dada região espectral é definida de forma que a razão de fluxos Δm = m2 – m1 = -2.5 log f2 / f1 = 1 f1 / f2 = 2.512 f2 / f1 = 10 -0.4 (m2 – m1) Grandezas Observáveis: . Magnitude aparente (m) de uma estrela em uma dada região espectral é definida de forma que a razão de fluxos Escala logarítmica – fator de escala negativo Menores valores: estrelas mais brilhantes Grandezas Observáveis: . Magnitude aparente (m) de uma estrela em uma dada região espectral é definida de forma que a razão de fluxos Escala logarítmica – fator de escala negativo Menores valores: estrelas mais brilhantes Grandezas Observáveis: . Magnitude absoluta (M) de uma estrela em uma dada região espectral ou sistema fotométrico é definida como a magnitude aparente da mesma estrela se ele estivesse a uma distância padrão de 10pc m – M = -2.5 log f / F10pc 1 parsec (pc) = 3,09 × 1016 metros 1 ano-luz = 9,46 × 1015 metros 1 pc ~ 3.27 anos-luz 1 parsec (pc) = 3,09 × 1016 metros 1 ano-luz = 9,46 × 1015 metros 1 pc ~ 3.27 anos-luz Grandezas Observáveis: . Magnitude absoluta (M) de uma estrela em uma dada região espectral ou sistema fotométrico é definida como a magnitude aparente da mesma estrela se ele estivesse a uma distância padrão de 10pc m – M = -2.5 log f / F10pc f = (D / d)2 F10pc = Lei de Pogson ou de diluição de fluxos Grandezas Observáveis: . Magnitude absoluta (M) de uma estrela em uma dada região espectral ou sistema fotométrico é definida como a magnitude aparente da mesma estrela se ele estivesse a uma distância padrão de 10pc m – M = -2.5 log f / F10pc m – M = 5 log d - 5 Grandezas Observáveis: . Magnitude absoluta (M) de uma estrela em uma dada região espectral ou sistema fotométrico é definida como a magnitude aparente da mesma estrela se ele estivesse a uma distância padrão de 10pc m – M = -2.5 log f / F10pc m – M = 5 log d – 5 + A Grandezas Observáveis: . Luminosidade = energia emitida em todas as frequências e direções por unidade de tempo = potência da estrela L = 4 π R2 ∫ Fν dν = 4 π R2 F A luminosidade que sai da estrela: Grandezas Observáveis: . Luminosidade = energia emitida em todas as frequências e direções por unidade de tempo = potência da estrela L = 4 π R2 ∫ Fν dν = 4 π R2 F A luminosidade que sai da estrela: mas o que chega na Terra (Lei de Pogson): L = 4 π d2 f Grandezas Observáveis: . Fluxo = F = quantidade total de energia irradiada por unidade de tempo e unidade de área Corpo Negro Bλ(T) é a Função de Planck Grandezas Observáveis: . Fluxo = F = quantidade total de energia irradiada por unidade de tempo e unidade de área Corpo Negro σ = cte de Stefan - Boltzmann Grandezas Observáveis: . Fluxo = F = quantidade total de energia irradiada por unidade de tempo e unidade de área Corpo Negro Lei de Stefan - Boltzmann T = Teff (temperatura de um corpo negro com fluxo integrado igual ao da estrela) Grandezas Observáveis: . Fluxo = F = quantidade total de energia irradiada por unidade de tempo e unidade de área Corpo Negro Lei de Stefan - Boltzmann L = 4 π R2 σ Teff4 Grandezas Observáveis: . Magnitude Bolométrica = magnitude integrada em todo o espectro Mbol 2 – Mbol 1 = -2.5 log L2 / L1 Mbol = MV + BC Outras Propriedades Físicas: . Massa: Parâmetro mais importante da evolução estelar, obtida através: -Terceira Lei de Kepler: sistemas binários (+ de 60%) (M1 + M2) P2 = a3 - Trilhas evolutivas . Raio: conhecendo a luminosidade ou através de medidas angulares obtidas por interferometria, se conhecemos a distância Grandezas Observáveis: . Gravidade Superficial (g): g = G M / R2 Em geral: 0 ≤ log g ≤ 8 Para o Sol: f = 1.368 X 103 J s-1m-2 d = 1,495957892 X 1011 m L = 4πd2 f = (3.846 ± 0.004) X 1026 W = 3.8268 X 1033 erg s-1 Teff = 5780 K M = (1.9891 ± 0.0004) X 1030 kg Tendo-se o diâmetro angular do Sol (γ), pode-se determinar o raio do mesmo: R = tan (γ/2) d = (6.9599 ± 0.0002) 108 m, Para estrelas em geral: 0.08M ≤ M* 120 ≲ M 0.02R < R* < 1.100 R 0.005L < L* < 900.000 L 2000 K ≲ Teff < 150.000 K Espectroscopia: . Espectros = intensidade em função do comprimento de onda Parâmetros Físicos (Teff, g, extinção interes- telar, distância) Composição Química ESPECTROS FEROS CD-42o11721 (Borges Fernandes et al. 2007) Classificação Estelar Devido as diferenças é interessante separar as estrelas em grupos com características observacionais iguais e estabelecer relações entre elas. . Espectro Estelar (intensidade em função do comprimento de onda) . Curva de Luz (intensidade em função do tempo) Annie Cannon (1863-1941) Antonia Maury (1888-1933) Sistema de Harvard O B A F G K M Edward Charles Pickering’s Harem (1846-1919) Annie Cannon (1863-1941) Antonia Maury (1888-1933) Sistema de Harvard O B A F G K M Oh Be A Fine Girl Kiss Me! Edward Charles Pickering’s Harem (1846-1919) Annie Cannon (1863-1941) Antonia Maury (1888-1933) Sistema de Harvard O B A F G K M Oh Be A Fine Girl Kiss Me! Edward Charles Pickering’s Harem (1846-1919) Sub-divisões de 0 a 9 O 60.000 K B 30.000 K A 9.500 K F 7.200 K G 6.000 K K 5.250 K M 3.850 KFria Quente Problema: Existência de estrelas de mesmo tipo espectral mas com luminosidades diferentes Diferentes Raios Sistema M-K (Morgan, Keenan & Kellerman (1943)) Ia supergigantes luminosas lab supergigantes moderadamente Luminosas Ib supergigantes menos luminosas II gigantes brilhantes III gigantes normais IV subgigantes V anãs (“Sequência Principal- SP”) VI sub-anãs VII anãs brancas Classe de Luminosidade Sol = G2V 0.01 ≤ R*/R≤ 1000 90% de todas as estrelas se enquadram dentro deste sistema CatálogoHD: O 1% B 10% A 22% F 19% G 14% K 31% M 3% 10% restantes são peculiares: letras adicionais: p, e, f, n, m, w ou D, sd Diagrama HR Ejnar Hertzprung (1873-1967) Henry Norris Russell (1877-1957) Massa, composição química, luminosidade, gravidade superficial e Teff variam com o tempo a medida que as reações termonucleares ocorrem Evolução Estelar Formação Estelar Não é homogêneo: vastas nuvens de gás e poeira Processos envolvendo a formação estelar são muito complexos e ainda pouco conhecidos Meio Interestelar não é vazio: Gás: átomos moleculas (H2, CO, H2O e outras muito mais complexas: ~ 176 já indentificadas) Poeira BERÇÁRIOS ESTELARES Proto-estrelas A Nebulosa de Órion (emissão): uma região HII Cabeça do Cavalo: nebulosa escura superposta a uma Região HII Temos: nebulosas de emissão (ou regiões HII) nebulosas de reflexão nuvens moleculares gigantes Frias e densas contendo gás molecular (principalmente H2) e poeira São gigantes: 10-100pc Muita massa: 105 – 106 M Composição química padrão (por massa): 74% H, 25% He, 1% metais Processos de instabilidades gravitacionais levarão a contração das nuvens até que as regiões centrais atinjam densidade e temperatura suficientes para a ignição das reações termonucleares A nuvem só vai se contrair se satisfizer o critério de Jeans: - a perturbação no gás tem λ maior que: λJ = (π / G ρ)0.5 vs - a massa da nuvem for maior que: MJ = 1.2 x 105 M (T / 100K)1.5 (ρ / 10-24 g cm-3)-0.5 μ-1.5 A instabilidade se propaga havendo a formação de mais objetos colapsados Processos de instabilidades gravitacionais levarão a contração das nuvens até que as regiões centrais atinjam densidade e temperatura suficientes para a ignição das reações termonucleares A nuvem só vai se contrair se satisfizer o critério de Jeans: - a perturbação no gás tem λ maior que: λJ = (π / G ρ)0.5 vs - a massa da nuvem for maior que: MJ = 1.2 x 105 M (T / 100K)1.5 (ρ / 10-24 g cm-3)-0.5 μ-1.5 A instabilidade se propaga havendo a formação de mais objetos colapsados Estrelas de alta massa: formadas por colapso ou pela junção de objetos colapsados menores 0.002 M ≤ M*: planetas equivalentes a Júpiter 0.002 M ≤ M*: planetas equivalentes a Júpiter 0.002 M ≤ M* ≤ 0.08 M: anãs marrons 0.002 M ≤ M*: planetas equivalentes a Júpiter 0.002 M ≤ M* ≤ 0.08 M: anãs marrons Evolução de Estrelas de Baixa Massa Estrelas com 0.08 ≤ M (M) ≤ 3 Grande Importância Astrofísica – necessário entender a estrutura e evolução destas estrelas: - A maior parte das estrelas no Universo são de baixa massa - A luz integrada em sistemas velhos como galáxias elípticas e componentes esferoidais de galáxias espirais é dominada por estrelas de baixa massa - Aglomerados globulares (objetos mais velhos conhecidos – idade do Universo) são quase que exclusivamente formados por estrelas de baixa massa - Modelos de evolução de estrelas de baixa massa têm sido usados para testar a existência de partículas físicas Grande Importância Astrofísica – necessário entender a estrutura e evolução destas estrelas: - Grande importância para entender a origem e a evolução da VIDA, pois o SOL é uma estrela de baixa massa Evolução de Estrelas de Baixa Massa Fase de contração e pré-sequência principal Fase de sequência principal Fases pós-sequência principal Catelan (2007) . Núcleo em equilíbrio hidrostático se forma . T ~ 10K . 1.5 x 105 anos Colapso da Nuvem Catelan (2007) . Acresção continua . A fotosfera da proto- estrela se torna visível (Birthline) . L diminui com T ~ cte (Trilha de Hayashi) . A proto-estrela vai se aquecendo aumentando o brilho e se contraindo até o núcleo atingir a tempe- ratura para iniciar a quei- ma do H (ZAMS) . 5 x 107 anos . Estrelas T Tauri Pré-Sequência Principal Catelan (2007) . T e L aumentam lentamente (estrela se move vagarosamente) . Cadeia pp . Perda de massa desprezí- vel . No caso do Sol: Idade = 4.57 x 109 anos Na ZAMS: 87% R 97% T 68% L τms = 1 x 1010 (Ms / M)-2 anos Sequência Principal Catelan (2007) . Exaustão do H no centro da estrela – fim da SP . Evolução começa a ser mais dramática Ponto de Turn-off Catelan (2007) . H passa a queimar em uma camada acima do núcleo inerte de He, que é isotérmico e cresce com o He depositado . O núcleo não pode crescer indefinidamente: massa de Schönberg- Chandrasehkar (10% da massa total) . Núcleo colapsa e T cresce . Energia da camada: parte escapa e parte é usada para expandir as camadas externas (Teff diminui) . Falha de Hertzsprung para estrelas de mais alta massa Fase de Subgigante 109 anos Catelan (2007) . Através de movimentos convectivos, material começa a ser trazido da camada de queima de H (1O dredge-up) . 108 anos . Flash do He Ramo das Gigantes Vermelhas Catelan (2007) . Fase de queima de He no núcleo e do H em uma camada . L ~ cte . 108 anos . Dependendo da perda de massa durante a fase de RGB: HB com T diferentes (faixa de instabilidade RR Lyrae) Ramo Horizontal Catelan (2007) . Ramo Assintótico . He é exaurido no núcleo da estrela . Núcleo inerte de C, com queima de He e H em camadas (pulsos térmicos) . 2o e 3o dredge-ups (muda abundâncias – AGBs ricas em C) . A evolução passa a ser dominada pela perda de massa (vento ~ 10 km/s) 10-5 M / ano Ramo Assintótico das Gigantes Catelan (2007) . Ramo Assintótico . He é exaurido no núcleo da estrela . Núcleo inerte de C, com queima de He e H em camadas (pulsos térmicos) . 2o e 3o dredge-ups (muda abundâncias – AGBs ricas em C) . A evolução passa a ser dominada pela perda de massa (vento ~ 10 km/s) 10-5 M / ano Ramo Assintótico das Gigantes Ex: MZAMS = 3 M Mfim AGB = 0.64 M Catelan (2007) . Continua a queima em camadas . Contração do núcleo: T aumenta, R diminui, L cte . 104 anos (esquerda no DHR): Teff = 3000K 30000K Taxa de PM ~ 10-9 – 10-7 M/ano . Vento rápido criado ~ 1000 km/s Pós-AGB Catelan (2007) . Continua a queima em camadas . Contração do núcleo: T aumenta, R diminui, L cte . 104 anos (esquerda no DHR): Teff = 3000K 30000K Taxa de PM ~ 10-9 – 10-7 M/ano . Vento rápido criado ~ 1000 km/s Pós-AGB Da interação entre esse vento e o da fase AGB será formada uma: Nebulosa Planetária AB com núcleo de C Anãs Brancas Limite de Chandrasehkar = 1.4 M Teff = 100.000 K Anã Negra resfriamento Anãs Brancas Estrelas de Massa Intermediária 3 M ≤ M* ≤ 8 M A estrela “queima” H, He e C e passa pela fase de supergigante vermelha e termina em uma anã branca com núcleo de O (maior perda de massa) Van Gogh “Starry Night” Próxima Aula: Evolução de estrelas de alta massa Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83
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