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Onde nao ha dentista - compressed

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C O M O U S A R E S T E L I V R O 
Leia primeiro a relação do CONTEÚDO. Es ta relação mostra o que cada 
Capítulo descreve e indica o número da página em que cada assunto 
começa. 
Como encontrar algum assunto 
1 . Procure nas páginas do ÍNDICE no fim do livro. Este índice relaciona em 
ordem alfabética todos os assuntos que aparecem neste livro. 
Ou 
2. Verif ique na relação do CONTEÚDO. Quando você encontra aquilo que 
está procurando, leia as páginas indicadas. 
S e você não entende o significado de alguma palavra usada neste livro 
Procure a palavra no VOCABULÁRIO que vem antes do índice, no fim do 
livro. A s palavras que são expl icadas no vocabulário aparecem escr i tas em 
itálico (letras inclinadas) a primeira vez que aparecem no Capítulo e têm 
um aster isco (uma estre l inha*) . 
Na última página do livro você encontra as medidas de peso e volume, o 
nome dos dentes e o desenho de um dente. 
Para manter a sua família com boa saúde dos dentes e da gengiva 
Estude com cuidado a primeira parte do livro e preste atenção nos conse-
lhos e nas precauções. 
Para melhorar a saúde em sua comunidade 
Organize uma reunião com seus vizinhos para estudar este livro e para dis-
cutir os problemas existentes em sua região. Ou peça uma professora pa-
ra dar aulas a crianças e adultos utilizando este livro. Ela vai encontrar muitas 
sugestões úteis nos Capítulos 4 , 5 e 6. 
Murra y Dickso n 
Onde não há dentista 
c o m u m a in t roduçã o d e Dav i d W e r n e r , 
auto r d e "Onde não há médico" 
4- edição 
ARMAZÉM 
DO 
LIVRO ~ 
SERVIÇO DA CULTURA E LAZER 
LIVROS, CD'S, DVD S 
NOVOS E USADOS 
Fone: (62) 212-8761 
Fax: (62) 213-3178 
Av. Goiás n 9 929 (esq . cl R u a 5) Centro 
C E P 74005-010 - Goiânia - G O 
C O M E S T A C I O N A M E N T O 
PAULUS 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, S P , Brasil) 
Dickson, Murray. 
D548o Onde não há dentista / Murray Dickson ; com uma introdução de David Werner... ; 
(traduzido, revisto e adaptado sob a coordenação da Associação Brasileira de Tecnologia 
Alternativa na Promoção da Saúde). — São Paulo : Paulus, 1985. 
(Coleção saúde e comunidade) 
ISBN 85-349-1190-8 
1. Assistência dentária 2. Dentes — Cuidados e higiene 3. Odontologia — Prática 4. 
Odontologia preventiva 5. Serviços de saúde comunitária I. Associação Brasileira de Tecnologia 
Alternativa na Promoção da Saúde. II. Título. 
17. e 18. CDD-617.6 
17. -362.1 
18. -362.10425 
17. e 1 8 . -617 .601 
85-1080 NLM-WU 113 
índices para catálogo sistemático: 
1. Cuidados dentários: Prática odontológica 617.601 (17. e 18.) 
2. Dentes: Higiene: Prática odontológica 617.601 (17. e 18.) 
3. Odontologia preventiva 617.601 (17. e 18.) 
4. Prática dentária: Odontologia 617.6 (17. e 18.) 
5. Saúde dentária: Bem-estar social 362.1 (17.) 362.10425 (18.) 
6. Saúde e comunidade: Bem-estar social 362.1 (17.) 362.10425 (18.) 
Coleçã o SAÚD E E COMUNIDAD E 
• Aprendendo e ensinando a cuidar da saúde, D. Werner e B. Bower 
• Onde não há médico, D. Werner 
• Onde não há dentista, M. Dickson 
• Esperando com saúde (cartão pré-natal), T A P S 
• Caminho da saúde (cartão de crescimento), D.-Morley e T A P S 
• Garraiada — As plantas medicinais em projetos comunitários, T A P S 
• Treinamento da parteira tradicional, M. Williams 
• Falando de medicamentos, K. T . Finkam 
• Roger conseguiu curar-se da AIDS — Sua luta e sua vitória, B. Owen 
• Atenção primária para a criança, W . AA. 
• Atividades com mães e crianças, W . AA. 
• Avaliação, M. T . Feuerstein 
• Como usar o manual "Onde não há médico", W . AA. 
• Você sabe se alimentar?, Dr. Soleil 
• Você sabe se desintoxicar?, Dr. Soleil 
• Vem, vamos comer, K. T . Finkam 
• Guia prático de homeopatia para todos, Dr. D Berthier e Dr. J . - J . Jouanny 
• AIDS - Invenção de uma nova doença?, W . A A . 
• Aprendendo a respeitar a vida, Hildegard B. Richter (org.) 
• Um assassinato perfeitamente legal: nossa alimentação , W . A A . 
AGRADECIMENTO S 
"Onde não há dentista" p reenche uma lacuna . Para mui ta gente 
os l ivros que e x i s t e m sobre cu idados c o m os den tes são incomple-
tos ou compl i cados dema is . O manua l se base ia em vár ios anos de 
exper iênc ia que a organização c a n a d e n s e C U S O tornou possível . E 
vár ias p e s s o a s cont r ibu í ram c o m mui ta ded icação para a e labora-
ção des te t rabalho. A todos , meus s ince ros ag radec imen tos . A g r a -
deço par t icu larmente a Ch r i s L e n n o x e a Dav id Mor ley pela s u a 
con t r ibu ição para a melhor ia do l ivro. 
Mui ta co isa acon teceu desde aquele dia em Papua Nova Guiné, 
quando a car ta de Dav id Werne r chegou . S e u desaf io era s imp les : 
" J á que ninguém esc reveu um manual dentário s imples, por que você 
não faz i s s o ? " C o m o cons tan te apoio de Dav id , comece i a fazer 
anotações que fo rmaram a base para es te manua l . Dav id , pela s u a 
paciência e exemp lo , meu muito obr igado. Obrigado t a m b é m a T r u -
de B o c k e Bill B o w e r pela hospi ta l idade, or ientação e apoio durante 
minha v is i ta à Hesperian Foundation, onde o manual adquir iu s u a 
fo rma def in i t iva. Por f im, quero registrar a cont r ibu ição de minha f a -
mília — minha mulher, meus dois f i lhos e meus pais, que me deram to-
do apoio. Só lamento que m e u s pais não tenham v iv ido o su f ic ien te 
para ve r es te manua l em s u a fo rma def in i t iva. 
Gostaríamos de apresentar aqui os nossos sinceros agradecimen-
tos à S w e d i s h International Deve lopment Authori ty, cuja ajuda 
f inanceira possibi l i tou a elaboração desta edição brasileira. 
Traduzido do original inglês 
W H E R E T H E R E IS NO D E N T I S T 
Copyr ight © 1 9 8 3 da Hesperian Foundation 
Este livro foi t raduzido, rev is to e adaptado sob a coordenação da 
T A P S — Associaçã o Brasileir a de Teçnologi a Alternativ a 
na Promoçã o da Saúde . Cont r ibu í ram para es ta edição 
C h a w k i Zaher José Fernando da S i l va 
C laud ia B . R. Grabher Maria de Lourdes Richter 
Chr is t ina Grabher S u z a n a Orsini Machado de S o u z a 
Hildegard Bromberg Richter Sy lv io Pan izza 
Es te l ivro não t e m a in tenção de ser a ú l t ima pa lavra em cu idados 
com os dentes na comunidade. É só um começo . O autor espera me-
lhorar o l ivro c o m sugestões dos le i tores. 
Na t radução e adaptação 
• p rocuramos observar os c o s t u m e s e as necess i dades de n o s * 3 
gente ; 
• p rocuramos simpl i f icar a l inguagem para atingir as p e s s o a s que 
prec isam des tas in formações nos lugares mais d istantes do país. 
Es te manua l pode ser cop iado l iv remente para preparar mater ia l 
d idát ico na comunidade e na fo rmação de agen tes de saúde. Não 
é necessária a permissão do autor nem do editor — desd e qu e nã o 
haj a objet iv o d e lucro . 
© P A U L U S - 1 9 8 6 
R u a Francisco Cruz, 229 
04117-091 São Paulo (Brasil) 
F a x (011) 570-3627 
Tel. (011) 5084-3066 
http://www.paulus.org.br 
dir.editorial@paulus.org.br 
I S B N I ! ' , 34 ! ) 111)0-8 
CONTEÚDO 
I N T R O D U Ç Ã O por D a v i d W e r n e r 1 
Primeir a parte : C O M O M A N T E R A S A Ú D E D O S D E N T E S E D A G E N G I V A 
Capítul o 1 : Den te s e gengiv a 7 
D e n t e s de lei te 9 
O s d e n t e s m o l a r e s 1 4 
Cár ie , dor de den te e a b s c e s s o 1 5 
G e n g i v a i n f l a m a d a 1 6 
G e n g i v i t e m a i s g r a v e 17 
Capítul o 2 : C o m o protege r den te s e geng iv a 1 8 
E v i t e a l i m e n t o s que c o n t ê m açúca r 1 8 
E s c o v e o s d e n t e s todo d ia 2 2 
O s dente s e o flúo r 2 9 
Capítul o 3 : Incent ivand o a comun idad e 3 1 
C o m o descob r i r a me lho r m a n e i r a de e n s i n a r 3 5 
Capítul o 4 : Ens inand o sobr e a saúd e do s den te s n a e s c o l a 4 1 
Capítul o 5: Materia l d e ens in o divert id o 4 9 
Capítul o 6: A t iv idade s par a o s a luno s 6 0 
S e g u n d a p a r t e : C O M O T R A T A R D E P R O B L E M A SD O S D E N T E S 
Capítul o 7: Primeir a regra : es ta r tud o l impo ! 9 1 
L i m p e z a dos i n s t r u m e n t o s 9 2 
Capí tu l o 8 : E x a m e e diagnóst ic o 9 7 
O n d e e x a m i n a r 9 9 
I n s t r u m e n t o s de que v o c ê p r e c i s a 1 0 0 
U m bom d i a g n ó s t i c o 1 0 0 
C o m o d is t ingu i r p r o b l e m a s p a r e c i d o s 1 0 4 
Capítul o 9 : C o m o trata r d e a lgun s prob lema s c o m u n s 1 0 8 
C o m o t ra ta r d o s d e n t e s da g e s t a n t e 1 0 9 
Cár ie e o b t u r a ç ã o ca ída ou q u e b r a d a 1 1 0 
A b s c e s s o no den te 1 1 1 
S i n u s i t e 1 1 4 
T r a u m a t i s m o s 
den te quebrado 1 1 5 
perda de d e n t e por a c i d e n t e 1 1 6 
D e n t e mo le 1 1 8 
N o v o den te n a s c e n d o 1 1 9 
G e n g i v i t e 1 2 1 
G U N A 1 2 2 
H e r p e s labial 1 2 4 
http://www.paulus.org.br
mailto:dir.editorial@paulus.org.br
S a p i n h o 1 2 5 
A f t a 1 2 6 
F e r i d a s n o s c a n t o s da b o c a 1 2 7 
Capítul o 10 : A lgun s prob lema s e s p e c i a i s 1 2 8 
O s s o q u e b r a do ou t r i ncado 1 2 8 
Q u e i x o d e s l o c a d o 1 3 4 
Dor n a j u n t a 1 3 6 
G e n g i v a i n c h a d a e ep i l eps ia 1 3 8 
S a n g u e na b o c a 1 3 8 
P r o b l e m a s depo i s de a r r a n c a r u m den te 1 3 9 
T é t a n o 142 
In fecção da g l ându la s a l i v a r 1 4 2 
F e r i d a s no ros to 144 
N o m a 145 
T u m o r 1 4 9 
Capítul o 1 1 : C o m o remove r o tár tar o do s dente s 1 5 0 
Capítul o 1 2 : Injeçõe s dentr o d a boc a 1 5 9 
Mater ia l necessá r io pa ra dar a n e s t e s i a 1 5 9 
O n d e in je tar o a n e s t é s i c o 1 6 0 
Q u a n d o in je tar o anes tés i co 1 6 1 
C o m o in je tar o a n e s t é s i c o 1 6 2 
D e p o i s da i n jeção 1 6 7 
Capítul o 1 3 : Obturaçõe s provisória s 1 6 8 
Q u a n d o não f a z e r u m a o b t u r a ç ã o 1 6 8 
Q u a n d o ob tu ra r 1 6 9 
D o i s t i pos de o b t u r a ç ã o 1 6 9 
I n s t r u m e n t o s e ma te r ia l necessá r io pa ra ob turar 1 7 0 
C o m o f a z e r u m a o b t u r a ç ã o c o m c i m e n t o 1 7 1 
O b t u r a ç õ e s p e r m a n e n t e s 1 7 6 
Capítul o 14: C o m o ar ranca r u m dent e 1 7 9 
I n s t r u m e n t o s de que v o c ê p r e c i s a 1 8 1 
O local de t r aba lho é impor tan te 1 8 3 
C o m o a r r a n c a r o den te 1 8 3 
C o m o f a z e r u m a s u t u r a 1 8 8 
P r o b l e m a s que Dodem ocor re r 1 9 2 
Capítul o 15 : A c a i x a d e materia l 1 9 5 
M e d i c a m e n t o s 1 9 6 
S u p r i m e n t o s 1 9 9 
I n s t r u m e n t o s 2 0 0 
Capítul o 16 : Fichários , relatório s e levan tamento s 2 0 6 
VOCABULÁRI O 210 
ÍNDICE ALFABÉTICO 214 
Introdução 
David Werne r 
O dente sadio é uma parte v i v a do corpo. Ele está l igado, através 
de sangue e ne r vos , ao coração e ao cérebro de uma p e s s o a . A r r a n -
car um dente c a u s a dor e agride o organ ismo da p e s s o a . 
A saúde dos den tes e da geng iva está re lac ionada com a saúde 
do corpo inteiro, a s s i m como o bem-estar de uma pessoa se relacio-
na c o m a saúde da comunidade toda . 
Por c a u s a d isso , a separação que gera lmente se faz entre a odon-
tologia e a medic ina não é razoável nem saudável . O s cu idados c o m 
den tes e geng iva — tanto p reven t i vos quanto cu ra t i vos — deve-
r iam fazer parte dos conhec imen tos de todo agente de saúde. "On-
de não há dentista" dever ia fazer parte de "Onde não há médico". 
É um manua l que comp lemen ta "Onde não há médico" e "Apren-
dendo e ensinando a cuidar da saúde". 
Murray D i ckson mos t ra nes te manua l os cu idados c o m os dentes 
como parte da saúde e do desenvo lv imento da comun idade. 
"Onde não há dentista" exp l i ca o que a s p e s s o a s podem fazer 
por si m e s m a s e pelos outros quanto à saúde buca l . O manual se 
dest ina a : 
• agente s de saúd e da comunidad e que querem aprender mais so -
bre cu idados c o m os den tes ; 
• professores , mães e pai s e outros que se preocupam com a saú-
de denta l de s e u s f i lhos e da comun idade; 
• aquele s dentista s e prático s que procuram parti lhar s e u s conhe-
c imen tos para ajudar a s p e s s o a s a se to rnarem mais indepen-
den tes . 
C o m o nos cu idados de saúde em gera l , é prec iso diminuir a radi-
ca l prof iss ional ização da odontologia e proporcionar à famíl ia e aos 
agen tes de saúde os conhec imen tos técn icos de prevenção e trata -
ment o precoce . A prevenção fac i l i ta o t rabalho do dent is ta : é o cu i -
dado que c a d a um d i spensa aos própr ios dentes ou o que faz a mãe 
para proteger os den tes de s e u s f i lhos. 
A s doenças buca is estão aumentando na maior ia dos países po-
bres . Isso porque a s p e s s o a s estão comendo menos a l imentos na -
2 
turais e mais comida industr ial izada, geralmente adoçada c o m açúcar 
branco ref inado. 
Está aumentando a necess idade de cu idados dentár ios mas ,nos 
países pobres , a maior ia dos den t i s tas t rabalha nas c i dades , onde 
atendem somente àqueles que podem pagar por s e u s caros serviços. 
Duas c o i s a s podem ampl iar enormemente os cu idados c o m os 
dentes : 
• educação à população sobre saúde dos den tes ; 
• capac i tação de agentes de saúde no cu idado com os den tes . 
A l é m d i s s o , os prát icos que já ex i s t em podem aprender — em 2 ou 
3 m e s e s segu idos de um estágio prát ico — a atender até 9 0 % das 
p e s s o a s c o m prob lemas de dor e in fecção. 
A fo rmação do dent is ta gera lmente inclui : c irurgia bucal compl i -
c a d a , t ra tamento de c a n a l , ortodontia (corrigir dentes tor tos) e ou-
t ras técn icas c o m p l e x a s . Porém, a maior ia dos dent is tas raramente 
faz ma is do que l impar, obturar e extra i r dentes — técn icas que ex i -
gem apenas uma parcela do t re inamento que t i ve ram. Os problemas 
mais s imp les dever iam ser re legados a um prát ico que está na co -
munidade na " l i n h a de f r e n t e " , tendo na retaguarda os den t i s tas 
para os t raba lhos ma is impor tan tes . 
Será que isso iria diminuir a qual idade do serviço? Não n e c e s s a -
r iamente. E s t u d o s mos t ra ram que o prát ico dentár io f requentemen-
te é capaz de tratar dos problemas comuns tão bem quanto o dentista 
pro f iss iona l . E m Bos ton (Es tados Un idos ) , mui tos t ra tamentos bá-
s i c o s , c o m u m e n t e real izados por den t i s tas , são fe i tos c o m perfei-
ção por técn icos dentár ios . 
Em alguns países, prát icos dentários prestam os serviços mais cor-
r iqueiros. Na índia, ex i s t em prát icos dentár ios de " e s q u i n a " , que 
obturam dentes a um preço notave lmente ba ixo , ut i l izando um apa-
relho mov ido a pedal . 
E m Honduras , os prát icos dentár ios (que, e m s u a maior par te, 
aprendem uns com os out ros , começando como a judantes) c r ia ram 
seu própr io s ind icato . S u a fo rça polí t ica foi recen temente tes tada 
na c idade de Truj i l lo, quando um dent is ta tentou impedir um d e s s e s 
técn icos de t rabalhar. O prát ico t inha ext raído uma raiz in fecc iona-
da que o dent is ta , por engano , t inha de ixado. 0 prát ico comentou 
o descu ido do dent is ta,que f icou sabendo do comentá r io . O dent is-
ta mandou um policial, que fechou o consu l tó r io do prát ico e levou 
embora s e u s ins t rumentos de t rabalho. Ent re tan to , o s ind icato dos 
prát icos dentár ios levqu o c a s o ao t r ibunal . E les p rovaram s e u s di-
3 
rei tos de cuidar dos dentes porque são a s únicas p e s s o a s que t ra -
balham na periferia. 0 tr ibunal decidiu a favor dos prát icos e mandou 
o dent is ta devo lver os ins t rumentos de trabalho e indenizar o prát i -
co pelo t rabalho que ele de ixou de fazer . 
E m outros países, dent is tas e agen tes de saúde dental t raba lham 
e m harmonia . Na G u a t e m a l a , Equador , Papua Nova Guiné e em Mo-
çambique , os prát icos dentár ios são agora reconhec idos pelo Minis-
tér io da Saúde. E m Papua Nova Guiné e no Equador , osdent is tas 
prof iss ionais t re inam e superv i s ionam os prát icos para pres tarem 
cu idados com os dentes das cr ianças e m idade esco lar . No E q u a -
dor, e les trabalham principalmente como ass is tentes do dent ista, ofe-
recendo serv iços de boa qual idade a maior número de p e s s o a s e 
diminuindo os cus tos . Os " te rapeu tas dentár ios" de Papua Nova Gu i -
né são t re inados para ext ra i r , l impar e obturar den tes , a lém de t ra-
balhar na prevenção de prob lemas dentár ios nas cr ianças em idade 
esco la r . 
Na Gua tema la e e m Moçamb ique , os dent is tas da Esco la de Odon-
tologia estão t re inando agen tes de saúde para s e r e m t a m b é m agen-
tes de saúde dental. Os agentes aprendem como ensinar saúde dental 
na comun idade, como l impar e extra i r den tes , como usar a broca 
e fazer ob tu rações . E s s e s agen tes de saúde dental recebem os ins-
t rumentos básicos necessár ios para o a tendimento 
No Projeto P iax t l a , no Méx i co , den t i s tas em v is i ta ens ina ram co -
nhecimentos técnicos básicos a agentes de saúde dental (alguns com 
3 a 6 anos de esco la primária). E s t e s , por sua vez , ens inam os agentes 
de saúde que t raba lham em tempo parc ia l . A s a t iv idades dos agen-
tes inc luem l impeza dos den tes , ex t rações , ob turações e a con fec -
ção de dentaduras, além de campanhas de saúde dental para crianças 
e m idade esco lar e teatr inho de f an toches que fa lam dos cu idados 
c o m os den tes . Vár ios agen tes de saúde dental aprenderam a fazer 
t ra tamento de canal — um t ra tamento espec ia l que tira o nervo c e n -
tral para salvar um dente infeccionado. U m dos agentes — lembrando 
como t inha feito um dent is ta — aprendeu soz inho a t ratar do cana l 
quando sua namorada teve um dente da f rente in fecc ionado e que 
ele não queria ext ra i r . T a m b é m sab ia examinar o dente de tempos 
em tempos para ter ce r teza de que o t ra tamento t inha dado cer to . 
P e s s o a s com pouca ins t rução aprendem técn icas manua is — co -
mo extração de dentes, manejo de fantoches ou cirurgia — com muita 
rapidez, porque estão hab i tuados a usar as mãos. O b s e r v a m o s que 
é possível aprender odontologia na prát ica, a judando a lguém c o m 
ma is exper iência d isposto a ens inar . 
4 
"Onde não há dentista" t em duas par tes . A pr imeira parte fa la 
sobre prevenção. Es t imu la o agente a examinar a si própr io e a s u a 
famíl ia. O bom exemplo é a melhor manei ra de ens inar . 
A segunda parte ens ina c o m o d iagnost icar e t ratar de prob lemas 
dentár ios c o m u n s . A juda aque les que moram em lugares d is tan tes , 
onde não chega um dent is ta . U m bairro pobre da c idade pode ser 
tão d is tante e abandonado quanto um povoado do interior. 
Murray D i ckson — um c a n a d e n s e c o m exper iência em atenção 
primária no noroeste do Canadá, na Nigér ia, Papua Nova Guiné e 
Moçamb ique — e s c r e v e u es te manual numa l inguagem c la ra , s im-
ples. T o m o u o cu idado de usar nomes populares em vez de pala-
v ras c ient í f icas pouco conhec idas . Por exemp lo : em vez de falar de 
" p l a c a bac ter iana d e n t a l " , o autor fa la de " c a m a d a de ge rmes nos 
d e n t e s " . E s s a l inguagem s imp les não en f raquece a m e n s a g e m . A 
mensagem f i ca ma is forte porque todo mundo entende. 
0 autor d i sse : 
" T e n h o ce r teza de que a lguns dent is tas irão d iscordar de par tes 
deste manua l . A l g u n s pontos de discórdia serão ins ign i f i cantes , co -
mo usar pa lav ras s imp les para subst i tu i r a terminologia odon to lóg i -
c a , incompreensíve l para o leigo. Out ras idéias, como a sugestão 
de treinar p e s s o a s leigas para fazer t ra tamentos s imp les , ta lvez pro-
voquem ind ignação em a lguns den t i s tas . 
Ent re tanto , espe ramos que o manual s i r v a , pr inc ipalmente, de e s -
t ímulo para que outros d ivu lguem s e u s conhec imen tos em benefí-
cio de toda a c o m u n i d a d e . " 
PRI M EI RA PARTE 
COMO MANTER A SAÚDE 
DOS DENTES E DA GENGIVA 
A primeira parte des te l ivro t rata de 
conhec imen tos gera is sobre prevenção 
CAPÍTUL O 
DENTE S E GENGIV A 
Da próxima vez que você se olhar num espelho, observe s e u s den-
tes e a gengiva em vol ta de les . T a m b é m observe a boca dos s e u s 
f i lhos. Repare na geng iva e nos den tes . Para sere m fortes , o s den -
tes precisam de uma gengiva sadia. A gengiva sadia precisa de den-
tes limpos. 
O que é que 
dentes bons 
podem lhe dar? 
• B O A SAÚDE 
• B O A APARÊNCIA 
• B O A PRONÚNCIA 
• B O A A L I M E N T A Ç Ã O 
• B O M HÁLITO 
Quando você pensar nos dentes, pense também na gengiva. A 
gengiva é importante para segurar cada dente no lugar. 
Você precisa de dentes fortes para comer diversas espécies de co-
mida. Al imentos diferentes são importantes para a saúde. Nozes, mi-
lho, frutas e hortaliças são bons al imentos, mas são difíceis de morder 
e mastigar se os dentes estão moles e doendo! 
8 
Gera lmente você própr io pode saber se s e u s dentes estão sad ios 
ou não. V e j a os desenhos nas páginas 9 7 e 9 8 e compare e s s e s de-
senhos c o m a s u a boca . S e você encont ra a lgum problema na bo-
c a , procure o nome d e s s e problema no Capítu lo 8 e procure o 
t ra tamento nos Capítulos 9 e 10 . 
Muito importante: quando você não tem cer teza 
de u m problema e de como tratar e s s e prob lema, 
c o n v e r s e com um dent is ta ou a lguém exper ien te . 
S e você percebe um problema bem cedo , você pode impedir que 
f ique pior. E melhor a inda é evi tar que o problema comece. Isto é 
fáci l se você sabe como manter os den tes e a gengiva sad ios . 
Ap renda a cuidar dos s e u s própr ios dentes e da geng iva an tes de 
tentar ens inar os outros. U m bom exemplo é uma das melhores ma -
neiras de ensinar. A s pessoas notam que você tem saúde e vão querer 
saber por quê. Quando você ens ina a lguém a cuidar dos den tes , ele 
só acredi ta vendo que você faz o m e s m o . Pr imeiro, cuide dos seus 
próprios den tes e geng iva . Depo is , ens ine para a sua famíl ia o que 
você aprendeu. E les t a m b é m vão ser bons exemp los para os outros. 
9 
OS DENTES DE LEITE 
Os dentes de leite* são esboçados enquanto o bebé ainda está 
na barriga da mãe. Nos ú l t imos m e s e s da grav idez e nos pr imeiros 
m e s e s após o nasc imen to , os dentes de leite t o m a m sua fo rma f i -
na l . G e s t a n t e s e cr ianças pequenas p rec isam de a l imentação corre-
ta para for ta lecer os dentes de leite. 
Dentes fortes Dentes fracos 
são brancos e têm superfície lisa têm manchas amarelas e ásperas 
Os dentes de leite f i c a m c o m m a n c h a s quando: 
• a ges tan te está doente ou não se a l imenta bem; 
• o bebé está doente ou não recebe o peito; 
• às v e z e s , quando o bebé n a s c e u an tes da hora ou o parto foi 
d i f íc i l . 
A s manchas são mais ásperas do que o resto 
do dente. A comida gruda facilmente nelas 
e deixa o dente amarelo. 
A s manchas não são duras. Precisam ser 
limpas todo dia com o maior cuidado (p. 10), 
para impedir que se transformem em cáries. 
Dente cariado dói. Quando os dentes dóem, 
a criança não quer comer. 
Cáries em dentes de leite podem agravar a desnut r i ção. Lembre-
se d isso quando você vê uma cr iança f r a c a , desnut r ida . A o e x a m i -
nar uma cr iança, levante o lábio e olhe os den tes . Faça isso como 
rot ina. 
10 
Você pode obturar a cárie* com cimento 
(Capítulo 13). O cimento impede que a co-
mida e o ar entrem na cárie e façam doer. 
Se a gengiva dói, pode ser uma bolinha 
(fístula*). Isso quer dizer que o dente tem 
um abscesso* (página 111). Essa cárie não 
deve ser obturada com cimento. Primeiro a 
infecção precisa ser tratada drenando* o 
pus. Peça orientação de um dentista. 
Para os dentes de leite crescerem fortes, mãe e bebé precisam 
permanecer sadios. A mãe precisa entender como isso é importan-
te. Veja a história nas páginas 37 e 38 . 
A gestantedeve: 
1 . Comer alimentos sadios (p. 20) . Veja também "Onde não há 
médico", Capítulo 11 . 
2. Fazer o pré-natal (veja "Onde não há médico", p. 276). 
3. Não tomar tetraciclina, porque deixa escuros os dentes do be-
bé. Gestante e criança pequena não devem tomar tetraciclina. 
Se ela precisa mesmo de um antibiótico*, deve tomar um an-
tibiótico diferente. 
Para os dentes de leite permanecerem fortes e impedir que as man-
chas virem cárie, a mãe deve: 
1. Continuar a dar o peito. Nunca dar suco ou chá adoçado na ma-
madeira . Acrescentar papinhas de frutas como banana 
amassada ou mamão amassado quando o bebé tem 5 meses. 
2. Limpar os dentes do bebé com um pano lim-
po depois da papinha. Isso acostuma o bebé 
à limpeza dos dentes. Mais tarde, ele aceita 
a escova. 
Com 1 ano de idade, o bebé já tem vários den-
tes de leite. Nessa época, a mãe deve começar 
a usar uma escova de dentes macia com água — 
e não pasta de dente. Com a pasta, a mãe não 
consegue ver bem os dentes. Ela deve limpar os 
lados e a parte de cima de cada dente de leite, 
o melhor que puder (p. 24) . 
11 
A criança também pode começar a escovar os dentes ela mes-
ma. Isso deve ser estimulado. Como ela é pequena demais para es-
covar direito, a mãe (ou o pai, ou os irmãos mais velhos) precisam 
escovar os dentes dela uma vez por dia. É preciso ajudar desse jeito 
até que a criança esteja na idade de ir para a escola. 
Uma escova grande pode fi-
car menor, para caber melhor 
na boca da criança. 
Tiramos algumas cerdas (pê-
los) da parte de trás ou cor-
tamos com a tesoura. 
Por que os dentes de leite são importantes? 
Os dentes de leite são tão importantes para as crianças quanto 
os dentes permanentes* para os adultos. Eles ajudam a criança a co-
mer, falar e ficar bonita. 
Porém, muitos pais acham que não vale a pena o esforço de cui-
dar ou tratar dos dentes de leite. Afinal — pensam os pais — os den-
tes de leite vão cair mesmo e outros vão ficar no lugar deles. 
Esse pensamento é compreensível. O problema é que estamos es-
quecendo uma finalidade importante dos dentes de leite: guarda m 
espaç o para os dente s permanente s crescerem . Se não tem espaço 
suficiente, o novo dente vai crescer torto. As cáries aparecem mais 
depressa nos dentes tortos, porque são mais difíceis de limpar e pro-
vocam atrito. 
Debaixo de cada dente de leite, está 
nascendo um dente permanente. 
Ao mesmo tempo, outros molares* 
permanentes estão se formando no 
fundo da boca, dentro do osso (pá-
gina 69) . 
Molare s permanente s (MP) 
n a s c e m atrá s do s molare s 
d e leit e (ML ) 
12 
Os den tes de leite da f rente f i cam moles e c a e m (geralmente en -
tre 6 e 7 a n o s ) . Depois c a e m os dentes de leite de t rás (entre 10 
e 1 2 a n o s ) . Isso acon tece porque os dentes permanentes da f rente 
são fo rmados e f i cam prontos em primeiro lugar. 
O molar (MP) é, mui tas v e z e s , o primeiro dente permanente a nas-
cer na boca . Isso acon tece aos 6 anos de idade. 
O primeiro molar permanente 
nasce atrás do segundo molar 
de leite. 
Os molares permanentes supe-
riores e inferiores vão nascendo 
até se a jus ta rem. 
Entre 6 e 11 anos , a cr iança prec isa de molares de leite sad ios 
para guiar os molares permanentes para a posição cer ta e serv i r de 
apoio. Quando os molares permanentes n a s c e m no lugar cer to , é 
um bom s ina l . S ign i f i ca que os outros dentes permanentes t a m b é m 
vão nasce r direito, porque vão ter espaço su f ic ien te . 
Nota : A l g u m a s cr ianças n a s c e m sem espaço suf ic iente na boca . 
Porém, a maior ia não n a s c e com es te problema — elas per-
dem os espaços quando ar rancam os dentes de leite em vez 
de tratar de les . 
13 
C o m D E N T E S D E L E I T E S A D I O S -»os D E N T E S P E R M A N E N T E S 
c e m direito. 
10 anos adulto 
C o m D E N T E S D E L E I T E D O E N T E S - os D E N T E S P E R M A N E N T E S 
c r e s c e m tor tos. 
10 anos adulto 
O s d e n t e s n o v o s que es tão n a s c e n d o p o d e m c a u s a r d ia r ré ia 
f eb re e até vómi to na criança que tem pouca defesa. 
S e aparece uma cár ie, o dente p rec isa ser obturado para cumpr i r 
s u a função (veja Capí tu lo 1 3 ) . 
14 
OS DENTES MOLARES 
Percebemos ma is fac i lmente como n a s c e m os dentes da f rente. 
Os dentes de t rás — molares — não são fáceis de ver . Um inchaço 
no rosto pode ser um novo molar que n a s c e ou um abscesso*. E 
preciso examinar o dente para ver se tem cárie e a geng iva para ver 
se tem uma bol inha (fístula*). 
Quando o rosto está inchado, procure os dois sinais de abscesso. 
S e a p e s s o a é j ovem (16 a 2 2 anos ) , gera lmente não é um abs -
c e s s o . O tercei ro molar permanente pode es tar nascendo no fundo 
da boca. À medida que o dente c r e s c e , ele rasga a pele. C o m o um 
corte na mão pode f icar in fecc ionado, a gengiva rasgada pelo dente 
novo t a m b é m pode in fecc ionar , causando o inchaço no rosto. 
Examine atrás dos dentes Veja a gengiva vermelha e 
de trás inchada sobre o dente novo. 
S e tem espaço suf ic iente para o dente, ele va i c resce r soz inho. 
Só prec isa de tempo. 
S e não há inchaço e a p e s s o a consegue abrir a boca , o melhor 
remédio para diminuir a in fecção é bochechar* com água morna s a l -
gada — até o dente nascer inteiro. 
S e o c a s o parece sério (mui ta dor, inchaço, não consegue abrir 
a boca) , ve ja como tratar na página 1 1 2 . 
15 
CÁRIE, DOR DE DENTE E ABSCESSO 
A s cáries são buracos nos den tes . S e você t em um ponto preto 
no dente , pode ser uma cár ie. S e e s s e dente dói de vez em quando, 
por exemp lo , quando você c o m e , bebe ou respira ar frio pela boca , 
ele p rovave lmente tem uma cár ie. 
S e você come doces e não l impa bem os den tes , você va i ter cá-
r ies. S e você vê uma cárie que está começando ou sente um dente 
doendo, procure ajuda imediatamente. U m agente de saúde dental 
sabe como obturar a cár ie, para conse rva r e s s e dente . Faça isso a n -
tes que a dor piore. 
Se você não trata de 
uma cárie, ela f ica 
maior. Também fica 
mais profunda. 
Quando a cárie atinge 
o nervo dentro do 
dente, ele dói, mesmo 
quando você tenta 
dormir. 
Quando a infecção 
chega dentro do 
dente, é chamada de 
abscesso dental. 
Um dente com abscesso precisa ser tratado imediatamente, an-
tes da infecção chegar no osso (p. 111 ) . Na maioria dos casos , o dente 
prec isa ser a r rancado. S e não é possível t ratar do dente logo, você 
pode impedir que f ique pior fazendo o seguin te : 
1 . B o c h e c h e c o m água morna . Isso re-
t ira res tos de comida presos dentro 
da cár ie. 
2 . T o m e aspir ina con t ra a dor. V e j a a 
dosagem na página 1 1 3 . 
Ou use acupressura* para al iv iar a 
dor. 
3 . Pa ra diminuir o inchaço 
encha a boca com água morna, do 
lado do dente que está car iado. 
Um abscesso dental pode 
causar um inchaço assim. 
16 
GENGIVA INFLAMADA 
A geng iva sad ia f i ca f i rme ao redor dos den tes . Quando está in-
flamada, a geng iva f i ca mole , ve rme lha e sang ra quando você l impa 
os den tes . E s t a doença da geng iva é c h a m a d a de gengivite*. 
A gengiv i te , como a cár ie, é c a u s a d a por um ác ido. O ácido é pro-
duzido por ge rmes em conta to com contato com restos al imentares. 
DENTES E GENGIVAS SADIOS CÁRIES E GENGIVITE 
A gengiv i te pode se espa lhar e chegar à raiz do dente e ao osso 
(veja p. 6 7 ) . M a s você pode parar a gengivite e impedir que ela vol-
te. E x i s t e m duas co i sas para fazer : e s c o v a r melhor os den tes e for-
ta lecer a geng iva . 
1 . Mesmo quando a geng iva está ve rme lha e sangrando, você pre-
c i sa e s c o v a r os den tes . S e a c a m a d a de germes f i ca presa nos 
den tes , a in fecção da geng iva piora. Pegue uma e s c o v a macia 
(veja p. .22) e e s c o v e os dentes devagar inho. A s s i m , você não va i 
m a c h u c a r a geng iva . 
A geng iva f i ca forte e consegue combater a in fecção, se você : 
•come f ru tas f r e s c a s e ve rdu ras c r u a s ao invés de pe t i scos , do-
c e s e comida en la tada ; 
• você bochecha com água morna sa lgada . Faça isso todo d ia, 
m e s m o quando a geng iva melhorar. 
2. 
® CP 
1. Misturamos 
um pouco de sal, 
(de preferência 
sal grosso) num 
copo de água 
morna. 
2. Enchemos a 
boca e 
bochechamos. 
3. Cuspimos. 
Repetimos até 
acabar toda a 
água salgada. 
17 
GENGIVITE MAIS GRAVE 
A gengiva dolorida que sangra ao menor toque prec isa de t ra ta-
mento espec ia l . Procure a juda. U m agente de saúde dental pode ex -
plicar o que está acon tecendo e o que prec isa ser fei to. Ele t a m b é m 
pode raspar os den tes e retirar o tártaro* que está machucando a 
geng iva . 
E m c a s a , você pode fazer o segu in te : 
1 . E s c o v e os dentes perto da gengiva c o m uma e s c o v a m a c i a . De-
vagarinho, empurre a e s c o v a entre o dente e a gengiva. Pode s a n -
grar no começo m a s , à medida que a gengiva f i ca mais for te, o 
sangramento pára. 
2 . S u a comida p rec isa ser ma is fáci l de mast igar . 
3 . C o m a bastante f ru tas e ve rduras f r e s c a s . S e é difíci l para você 
morder a f ru ta , esp rema e beba o s u c o . 
4 . Faça bochechos com uma mistura de água oxigenada e água. Você 
pode consegui r água ox igenada na fa rmác ia . A água oxigenada 
não deve ser muito forte. Peça uma solução a 3 % e mis ture com 
quant idade igual de água C/2 xícara de água ox igenada com Vi 
xícara de água). 
C U I D A D O : Leia o rótulo para ter certeza de que é uma 
solução a 3 % . Uma mistura mais forte 
do que 3 % pode queimar a boca. 
Deixamos um pouco da mistura na boca por mais ou menos 2 minutos. Depois 
cuspimos e repitimos. Fazemos isso de hora em hora. 
Usamos a mistura com água oxigenada durante três dias. Depois mudamos e 
bochechamos com água e sal (veja p. 16). Também podemos bochechar com 
chá quente de malva (folhas, flores e caule) ou de batata doce (folhas e ramo). 
Se você é cuidadoso, você vai ter dentes bonitos a vida inteira. 
CAPÍTUL O 
COM O PROTEGER DENTES E GENGIV A 
Este l ivro repete com f requênc ia uma m e n s a g e m importante: evi-
te alimentos que contêm açúcar e escove os dentes. E s s a m e n s a -
gem é repetida, porque essa é a coisa mais importante que você pode 
aprender neste manual. Segu indo e s t a s duas sugestões , você rara-
mente va i ter problema c o m dentes e geng iva . A comida sad ia dei-
x a seu corpo sad io , inc lus ive os den tes . S e m germes (p. 7 6 ) nem 
açúcar (p. 8 3 ) , a s u a boca não produz os ácidos que a t a c a m dentes 
e geng iva . 
EVITE ALIMENTOS QUE CONTÊM AÇÚCAR 
Comida que con tém açúcar — à venda por toda parte — se mis -
tura com a c a m a d a de ge rmes (placa bacteriana*) que está sobre 
os dentes e c a u s a cáries: bu racos nos den tes . 
Doces e refrigerantes 
prejudicam os dentes e a gengiva 
A melhor forma de evi tar as cáries é reduzir o c o n s u m o de açú-
car . Porém, além de reduzir a quantidade de açúcar consumido , é 
19 
muito importante reduzir a frequência c o m que o açúcar entra na 
boca. O açúcar tomado durante as refeições principais não é tão pre-
judicial quanto o açúcar tomado entre a s refe ições. Durante a refe i -
ção, o efeito do açúcar é menor porque há mais sa l i va para impedir 
o ataque aos den tes . 
Para evi tar a s cár ies, p rec i samos evi tar a l imentos e bebidas que 
c o n t ê m açúcar — pr inc ipalmente entre a s refe ições. 
O leite de peito ajuda os dentes Não use mamadeira. A criança 
da criança a crescerem e ficarem mais velha deve beber na xícara, 
fortes. 
S I M NÃO 
Chá adoçado, água com açúcar ou suco de fruta com açúcar c a u -
s a m buracos nos den tes da cr iança. A t é m e s m o o leite c o n t é m açú-
car que p rovoca cáries quando f i ca em conta to c o m os den tes . Isso 
acon tece quando o leite é dado numa mamade i ra , pr inc ipa lmente 
à noite, porque durante o sono a sal iva diminui e o leite gruda. O leite 
materno não provoca cáries. 
O s melhores a l imentos são aque les que você m e s m o p lanta , s e m 
agro tóx icos . São os a l imentos na tu ra is , s e m c o n s e r v a n t e s e adit i -
v o s . Mis ture vár ios a l imentos e c o m a vár ias v e z e s ao d ia. Isso a ju -
da o corpo, os den tes e a geng iva a pe rmanece rem for tes e sad ios . 
A comida natural e integral ó melhor do que os a l imentos re f inados. 
V e j a "Onde não há médico" pp. 143 e 144. 
2 0 
NOSSA ALIMENTAÇÃO 
U m a regra fác i l de lembrar é que os mesmos alimentos bons para 
o corpo são bons para os dentes. U m corpo sadio é a melhor prote-
ção cont ra in fecção. 
E x i s t e m d i ve rsas esco las de a l imentação. A l g u m a s se preocupam 
pr inc ipa lmente c o m a quantidade de proteínas, de carbo idra tos , de 
calor ias. A s esco las mais recentes se preocupam principalmente com 
a qualidade dos nut r ien tes , o va lor b io lógico — a força vital dos al i-
men tos . 
P o d e m os reunir os a l imentos em t rês g randes grupos de acordo 
c o m seu efe i to sobre o nosso organ ismo: 
No primeiro grupo temos os alimentos vivos que dão saúde 
Neste grupo estão as f ru tas f r e s c a s 
e a s hor ta l iças c r u a s . 
O s a l imentos c rus geram a v ida 
e a t i vam a s f unções orgân icas. 
A maior fo rça vi tal está nos grãos germina-
dos e nos brotos. No início do c resc imen to a s 
plantas con têm substâncias que re forçam a v i -
tal idade das células do nosso organismo e per-
mi tem s u a regeneração cons tan te . 
A R R O Z 
GERMINADO 
No segundo grupo temos os alimentos enfraquecidos 
A fo rça v i ta l d e s s e s a l imentos foi 
en f raquec ida pelo tempo (a l imentos 
es tocados ) e pelo frio (congelados) 
ou pelo calor (coz imento) . E s t e s ali-
mentos f r a c o s permitem o func iona-
mento do organ ismo m a s p rovocam 
o envelhec imento das células porque 
lhes fa l tam mui tas substânc ias ne-
cessárias para a regeneração das 
célu las. 
21 
No terceiro grupo temos os alimentos tóxicos 
que destroem a vida 
Nos al imentos modernos industr ia-
l izados a fo rça v i ta l foi destruída por 
p r o c e s s o s f ís icos e químicos de ref i -
nação e conservação . 
Pe las substânc ias noc i vas que 
c o n t ê m , e s s e s a l imentos e n v e n e -
n a m , pouco a pouco , a s células do 
corpo. 
O s p r o c e s s os modernos de agr i -
cu l tura e t ra tamento industr ial des-
troem os al imentos vi tais e adicionam 
produtos químicos que — mesmo e m 
pequenas doses — são tóx i cos . 
O s a l imentos a s s i m obt idos en f ra -
q u e c e m , pouco a pouco , as d e f e s a s 
do organ ismo e abrem as por tas pa-
ra as doenças. 
Suge r imos t a m b é m que consu l te a s segu in tes publ icações: 
• O livro "Onde não há médico", páginas 1 4 0 a 1 5 0 . 
• O s fo lhetos sobre a l imentação do Dr. Bruker , edi tados pela T A P S . 
• A série de s l ides "Nossa alimentação", d isponível na T A P S . 
2 2 
ESCOVE OS DENTES TODO DIA 
S e você não e s c o v a direito os den tes , a c a m a d a de germes (pla-
ca bacter iana) que f i ca prejudica os dentes e t a m b é m a geng iva . 
ÁREAS ESCONDIDAS 
G e r m e s e res tos de comida f i cam mui-
to tempo nos lugares escond idos . 
E aí c o m e ç a m os prob lemas. 
Para prevenir p rob lemas, você prec isa 
de muito cuidado para manter l impos 
e s s e s lugares escond idos . 
É melhor escovar os dentes cuidadosa-
mente uma vez por dia do que escovar 
mal muitas vezes por dia. 
perto da gengiva 
Estes são 3 lugares onde 
os problemas começam. 
Use uma escova m a c i a e pequena para limpar os dentes (ao com-
prar a escova , verifique se está escrito mac ia na embalagem). Ou faça 
você mesmo uma escova. Para fazer uma escova 
1. Use um pequeno galho ou 2. Corte um pedaço que 
um pedacinho de bambu ainda está verde e macio. 
3. Mastigue uma ponta, para 4. Aponte o outro lado, para 
que fique esfiapada como limpar entre os dentes 
uma escova. (veja p. 26) . 
2 3 
Você a r rancaas f ibras que estão dentro da c a s c a do coco verde 
(a c a s c a f ibrosa que protege o coco ) . V o c ê torce as f ibras para f a -
zer uma espécie de e s c o v a ; es f regue e s a c u d a , para tirar os peda-
ços so l tos . Depo is , use a ponta para l impar os den tes . 
S e j a qual for o tipo de e s c o v a que u s a m o s , é preciso e s c o v a r os 
dentes de trás tão bem quanto os den tes da f rente . E s c o v a m o s os 
dentes do lado de dentro, do lado de fora e por c i m a . Depo is , e n -
c o s t a m o s as f ibras entre os dentes e es f r egamos (p. 2 4 ) . 
Pasta de dente não é necessário. 
São os pêlos da escova 
que fazem a limpeza. Quando 
os dentes estão limpos, 
bochechamos com água. 
Por isso, água e escova 
são suficientes. 
24 
A pas ta de dentes vend ida e m b isnagas de chumbo é até prejudi-
cial para a nossa saúde, porque o chumbo provoca o envenenamento 
lento do nosso corpo — o chumbo é absorvido e não mais el iminado.* 
A l gumas pessoas usam c inza vegetal ou água e sal em vez de pas-
ta . Out ras u s a m e rvas como hor te lã , cava l i nha , sa l v i a , ma lva ou to-
milho. T o d a s e s s a s e rvas p rec isam ser s e c a s e bem moídas, para 
não provocar atri to e desgas ta r o esma l te do dente. No Nordeste 
do Bras i l , mui tos u s a m c o m bom resul tado J u á , a c a s c a moída do 
Juaze i ro (Zizyphos joazeiro). É preciso conhece r bem a p lanta , por-
que ex i s te , no su l do país, uma espécie v e n e n o s a . 
E s c o v a r os den tes ex ige tempo e cu idado. C o m p r e s s a , você va i 
deixar nos dentes restos de comida e germes, que produzem cáries 
e gengiv i te . Ag i ta r uma e s c o v a dentro da boca , em todas a s dire-
ções na maior deso rdem, é comp le tamente inú t i l . Os mov imen tos 
p rec isam seguir sempre a m e s m a sequência para não esquece r ne-
nhum dente . 
Es f regue o lado de fo ra , de dentro e de c ima de cada dente com 
muito cu idado. 
Quando você acabar , p a s s e a língua no dente para ver i f icar se ele 
está l iso e l impo. 
" Veja o artí(jo "Chumbo em pasta de dente" de R. M. Ferreira, na revista Vida e Saúde de 
setembro do 1984. 
25 
Por f im, empurre as ce rdas da e s c o v a 
entre os dentes e retire qualquer pedac i -
nho de comida . 
V 
L impe na direção em que o dente c r e s -
c e : para baixo nos den tes de c ima e para 
c ima nos dentes de baixo. 
É importante usar uma e s c o v a com cerdas de nailon mac ias . U m a 
e s c o v a dura m a c h u c a a geng iva . 
SIM NÃO 
V o c ê pode amac ia r a s ce rdas duras 
de uma escova colocando em 
água quente durante alguns minutos. 
Não coloque o cabo de p lást ico na 
água quente : ele derrete. 
Limpar entre os dentes é muito importante 
Aqui estão três mane i ras de l impar entre os den tes : 
1 . Empurre as ce rdas da e s c o v a entre os den tes e retire os res tos 
de comida . 
26 
2. Ret i re o talo de uma fo lha de palmeira. U s e a ex t remidade mais 
f ina e passe entre os den tes . 
Esfregue o talo contra 
um dente, depois 
contra o outro. Ass im 
você limpa os lados 
de dois dentes. 
3 . Use uma linha f ina e bem for te. Es te é o melhor m é t o d o , m a s vo -
cê p rec isa tomar cu idado. 
Arranje um pouco de linha de Use fio dental. É um 
algodão usada em redes de tipo especial de linha, 
pescar. Desenrole e use um dos usado para limpar 
fios- entre os dentes. 
Cuidado! O fio ou a l inha podem m a c h u c a r a geng iva se você não 
usar corretamente. A página seguinte most ra como usar a l inha, mas 
é melhor pedir a alguém que mostre para você. 
27 
Enrole a s pontas do fio em vol ta do dedo do meio de cada mão. 
U s e o polegar e o indicador para or ientar o f io. Mov imente para 
f rente e para t rás, fazendo o fio passa r entre dois den tes . Cuidado 
para não deixar o fio escapa r e m a c h u c a r a geng iva . 
dentes de cima 
dentes de baixo 
C o m os dedos, empurre o fio cont ra o lado de um dente , para ci-
ma e para baixo. Não movimente o fio para frente e para trás por-
que va i cortar a geng iva . 
S e m m a c h u c a r a ponta da geng iva , passe o fio para a lateral de 
outro dente e recomece os mov imen tos . 
28 
Depois de l impar os dois den tes , puxe o fio e l impe entre os dois 
próx imos den tes . 
Lembre-se: dentes limpos e comida sem 
açúcar garantem a saúde dos dentes. 
A o usar fio denta l , pode haver di f iculdade de fazer o fio entrar en -
tre os den tes . Out ras v e z e s , o fio f i ca preso, fo rmando u m a espécie 
de " n o v e l o " . 
Três co isas podem causar problemas com 
um fio denta l : 
1 . Uma obturação errada — áspera, em 
vez de redonda e l isa . É prec iso subst i tuir 
e s s a ob tu ração . 
2 . Dentes muito juntos. Des l ise o fio den-
tal pela lateral de um dente. Depois puxe 
a l inha para fo ra , segurando c o m os de-
dos da out ra mão a ponta con t ra a gengi-
v a . S e ex i s te uma ob tu ração , a l inha va i 
correr deba ixo dela ao sair . 
3 . Linha grossa demais. Faça um fio den-
tal mais f ino, porém mais for te, enceran-
do como most ra o desenho . A cera 
também faz o fio escorregar mais fácil en-
tre os den tes . 
Como verificar o efeito da escovação 
A p laca bacter iana é invisível a olho nu . M a s ex i s tem produtos, 
chamados reve ladores , que most ram se os den tes fo ram bem e s c o -
vados . São produtos color idos, em solução ou compr imidos, que são 
ap l icados após a escovação — para tingir ( revelar) os lugares onde 
a p laca bac ter iana não foi remov ida . T o d a s a s par tes co lor idas dos 
dentes p rec isam ser novamen te e s c o v a d a s . Ap l i cando um reve la-
dor, é fác i l most rar os lugares menos acessíveis (geralmente junto 
ó gengiva e entre os den tes ) , onde é prec iso insist i r ao escova r os 
den tes . 
No lugar de reveladores, t a m b é m podemos s implesmente usar co-
ran tes , c o m o ani l ina, usados na decoração de bolos. 
(1) Embeber uma linha 
fina em cera quente. 
(2) Tirar o excesso de 
cera, puxando o fio 
entre os dedos. 
' 9 
OS DENTES E O FLÚOR 
A f luore tação da água po táve l , a d is t r ibu ição de compr im idos de 
f lúor e a apl icação de f lúor t óp i co — tudo isso v i s a ev i tar as cár ies. 
En t re tan to , o f lúor foi reconhec ido c o m o a c a u s a de mui tos danos 
e m p lantas e an ima is , que até agora só t inham sido atr ibuídos a ou -
t r a s subs tânc ias . 
Do ponto de v i s t a méd ico , a s med idas de f luo re tação não podem 
ser r ecomendadas enquanto c ien t i s tas renomados estão a ler tando 
para os r i scos . 
É importante buscar in fo rmações junto aos órgãos responsáveis 
pela rede de água (ou encaminhar a água usada no povoado para 
e x a m e s ) , a f im de saber a quant idade de f lúor ex is ten te . Onde a água 
já c o n t é m f lúor , não d e v e m o s usar bochecho , nem pas ta c o m f lúor , 
nem comprimido, nem gotas, porque o e x c e s s o de f lúor provoca uma 
doença c h a m a d a fluorose*. E s t a doença , no iníc io, c a u s a peque-
n a s m a n c h a s b rancas e c a s t a n h a s nos den tes e , quando muito g ra -
v e , torna os den tes quebrad iços . 
O f lúor pode ser encont rado natura lmente nos a l imentos. A maior 
parte dos a l imentos que v ê m do mar c o n t ê m grande quant idade de 
f lúor . Por exemp lo , no pequeno peixe fr i to e consumido por inteiro 
encon t ramos o f lúor pr inc ipalmente nas car t i l agens . T a m b é m a s fo-
lhas de chá preto, a cebol inha ve rde , horte lã p imenta , man jerona e 
a s semen tes de papoula con têm f lúor . Por tanto, a s u a fonte de f lúor 
pode ser 
30 
A cárie dental não é u m a doença c a u s a d a pela fa l ta de f lúor . É 
o primeiro s ina l de alerta de um problema do metabo l ismo que a fe ta 
todo o o rgan ismo devido a uma a l imentação er rada. A cárie dental 
e ou t ras doenças da c iv i l ização c a u s a d a s pela má a l imentação po-
dem ser ev i t adas — s e m r i s c o s — c o m uma a l imentação integral ri-
c a em e lementosv i ta i s , s e m carbo idra tos re f inados, s e m açúcar re-
f inado e fa r inha b ranca . E m pr imeir íss imo lugar, é prec iso evi tar o 
açúcar re f inado. C o m o o dente é o melhor indicador da saúde do 
o rgan ismo, junto c o m a s cáries estão aumentando a s ou t ras doen-
ças da c iv i l ização l igadas à a l imentação. 
CAPÍTUL O 
INCENTIVAND O A COMUNIDAD E 
Os mais ve lhos ainda se lembram do tempo em que hav ia menos 
problemas c o m dentes e geng iva . Os dentes das cr ianças eram mais 
for tes e os adul tos c o n s e r v a v a m os dentes por mais tempo. 
Os tempos estão mudando. Hoje, ex i s tem mais problemas de den-
tes e gengiva do que n u n c a . Em mui tos países, cáries e gengiv i te 
são problemas que estão aumentando . 
E s t a s i tuação está piorando por duas razões: mudanças na qual i -
dade da comida e fa l ta de e s c o v a r os den tes . 
A N T E S , a comida que as pes-
s o a s comiam era cu l t i vada e 
preparada por e las m e s m a s . 
Quando o açúcar é natural (mel 
de abelha, frutas) ele não preju-
dica os dentes porque produz 
pouco ácido. 
A G O R A , ma is p e s s o a s estão 
comprando refr igerantes e do-
c e s na v e n d a . E s s e tipo de co -
mida gruda nos dentes e, junto 
com a c a m a d a de ge rmes , a ta -
ca os den tes e a geng iva . 
É prec iso tomar ma is cu idado 
para e s c o v a r os den tes . M a s 
muita gente não sabe como. A l -
guns — principalmente as cr ian-
ças — nem ten tam. 
32 
Uê um bom exemplo 
A s p e s s o a s gos tam de ve r o que f a z e m o s , an tes de tentar a lgu-
ma co i sa d i ferente. C o m e c e na s u a famí l ia . E la va i ser um exemplo 
para os out ros . Por exemp lo : 
1 . E m vez de gastar tanto comprando comida na venda , compre f ru-
t a s f r e s c a s e ve rdu ras no me rca -
do ou na fe i ra . É a inda melhor vo -
cê plantar a l imentos em seu pró-
prio quintal. Use vários tipos de co-
mida em c a d a refe ição. Comida 
var iada é melhor. C a d a refeição 
deve conter al imentos cheios de vi-
da. (Veja "Onde não há médico" pp. 
140 a 142). 
2 . Não compre e não beba ref r igerantes. T o d o s 
têm muito açúcar que est raga os dentes e adi-
t i vos que prejudicam a saúde. 
T a m b é m não adoce o leite ou chá de s e u f i -
lho. É melhor ens inar seu fi lho a gostar de be-
bidas menos doces enquanto ele é pequeno. 
Água l impa, suco natural de f ru tas e hortal i-
ças, leite ou água de c o c o verde são as me-
lhores beb idas. 
Muito importante: não dê mamadeira com bebida doce a seu filho 
(veja p. 1 9 ) . Não coloque a chupe ta em açúcar ou mel . 
3 . Man tenha l impos os dentes 
do seu f i lho. T o d o s vão no-
tar os dentes l impos, os den-
tes su jos ou que t ê m cárie. 
Dentes limpos são dentes 
saudáveis. 
S e for ens inada , a cr iança 
ma is ve lha pode e s c o v a r os 
den tes soz inha . 
U m a cr iança menor prec isa 
de a juda. A lguém ma is velho 
deve e s c o v a r todos os d ias 
os den tes dela (veja p. 4 0 ) . 
33 
À medida que as pessoas aprendem, elas também 
se tornam professores. O ensino pode ser multiplicado. 
Incent ive as pessoas a passar adiante o que aprenderam. A s mães 
ens inam a famíl ia e amigos . Os a lunos fa lam c o m os i rmãos e ou-
t ras p e s s o a s da famí l ia . 
D O P O S T O D E SAÚDE.. . . . . P A R A A C A S A 
DA E S C O L A . . . . . . P A R A A C A S A 
Se todos transmitem o que aprendem, uma mensagem começa no posto de 
saúde ou na escola e chega a muitas pessoas em casa . 
34 
Muita gente não entende que os prob lemas de dentes e gengiva 
são c a u s a d o s por cer tos t ipos de comida e por uma l impeza mal fe i -
ta dos den tes . Na verdade, a lgumas p e s s o a s , acred i tam em c o i s a s 
comple tamente d i fe rentes . 
Não a taque uma crença só porque parece ant iquada. Mui tas t ra -
dições são mais saudáveis do que c o s t u m e s " m o d e r n o s " . E m vez 
de dizer para uma pessoa que a crença dela é er rada, você pode lem-
brar uma t rad ição que é saudáve l . 
Ajude sua família e seus amigos a reconhecer as 
tradições saudáveis. Depois, ajude eles a usar e s s a s 
mesmas tradições em favor de uma saúde melhor. 
35 
COMO DESCOBRIR A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR 
O que ens inamos é impor tante; m a s é igualmente importante co-
mo ens inamos . 
/MELHORAR A HIGIENE BUCAL PODE 
/ REDUZIR SIGNIFICATIVAMENTE A 
v^ INCIDÊNCIA DE CARIES 
Ninguém aprende quando vo-
cê usa pa lav ras que as pes -
s o a s não en tendem. 
Só aprendem quando a co i sa 
faz sent ido para e las . 
Lembre disso quando você ens ina a comer al imentos sadios e man-
ter os dentes l impos. Faça você m e s m o os s e u s ca r tazes de saúde, 
mas mude o car taz se as pessoas não entendem ou não acei tam aqui-
lo que você diz. 
Aqu i vão c inco sugestões : 
7. Aprenda com as pessoas 
Part ic ipe das at iv idades da comun idade. T o m e conhec imento dos 
problemas das pessoas e procure ajudar. A s pessoas escu tam quando 
percebem que você se interessa por elas sem ter outro interesse. 
C o n v e r s e com a s p e s s o a s . Ob-
se rve o que e las f a z e m , s e u s 
c o s t u m e s e s u a s crenças. Res-
peite as pessoas. 
Ver i f ique, c o m muito cu idado, 
qua is hábi tos devem ser refor-
çados e quais hábi tos são pre-
jud ic ia is . 
Observe também como estão os 
den tes das p e s s o a s . E las t ê m 
mui ta cárie e gengiv i te? 
36 
Quando a s pessoas estão rindo, olhe dentro de 
s u a s b o c a s . 
Descubra quantas crianças e adultos estão ten-
do prob lemas de dentes e de geng iva . Faça um 
levantamento como o da página 2 0 9 . 
2. Apresente as idéias aproveitando 
o que as pessoas fazem 
A s p e s s o a s descobrem meios para f icar sad ias . Mui tos c o s t u m e s 
são bons, úteis e va lem a pena ser mant idos. Porém, outros não são. 
C o m e c e c o m aquilo que a s p e s s o a s en tendem e já estão fazen-
do. Depo is , apresente idéias n o v a s . 
Es te m é t o d o é chamado de "assoc iação de i dé ias " . A s p e s s o a s 
en tendem a s idéias n o v a s porque podem comparar com as co i sas 
que e las já estão fazendo . E l a s ace i t am, lembram e fazem mais f a -
c i lmente aquilo que você está suger indo. 
U M B O M C O S T U M E prepara N O V A S IDÉIAS 
P lan tas companhe i ras <como arroz, fei jão e 
(como beter raba e ass im c o u v e , ou mi lho, ovo e 
a l face ou cenoura e verdura) dao saúde 
cebola) quando são para dentes e geng iva , 
p lantadas jun tas , Todo o corpo f i ca ma is 
a judam uma às out ras a c r e s c e r e m . for te. 
37 
UMA HISTÓRIA 
G r a v i d e z e c u i d a d o s c o m o s d e n t e s — u m exemplo 
E m mui tos lugares é t rad ição ens inar através de histór ias. Mui tas 
c o i s a s que ac red i tamos , aprendemos através de histór ias ouv idas 
de n o s s o s pa is , amigos e p ro fesso res . Isso é bom, m a s não quando 
a história ens ina a lguma co isa errada! Por exemplo , quando uma mu-
lher f i ca gráv ida, ela ouve das v iz inhas mu i tas histór ias sobre grav i -
dez: a lgumas t ransmi tem crenças e r radas ,como a crença de que as 
mulheres sempre t ê m prob lemas de dentes durante a grav idez. 
Aqu i está uma histór ia que você pode contar para mostrar que 
e s s a crença é parc ia lmente er rada. 
O s d e n t e s da Benedi ta 
Benedi ta era a agente de saúde dental de s u a comunidade. Ela era 
j ovem e todos g o s t a v a m de la , porque era cu idadosa e sab ia fazer 
obturações e ar rancar dentes s e m m a c h u c a r a s p e s s o a s . E la t a m -
bém g a s t a v a um bocado de tempo ens inando as p e s s o a s como ev i -
tar prob lemas de den tes . " E s c o v e os dentes todos os d i a s ! " dizia 
no posto, na esco la e nas reuniões da comunidade. " C o m a uma mis-
tura de vár ios a l imentos , pr inc ipa lmente mui ta f ru ta , legumes e ver -
duras ! B a l a s , d o c e s , refr igerante e ca fez inho c o m açúcar es t ragam 
os d e n t e s ! " . 
Quando Benedita es tava com 2 3 anos , ela 
c a s o u e f icougráv ida. T a m b é m c o m e ç o u a 
ter a lguns prob lemas de den tes . V i u que a 
gengiva sang rava quando e s c o v a v a os den-
t e s . A p a r e c e r a m pequenas cáries em dois 
dentes. Como agente de saúde dental , f icou 
envergonhada de ter prob lemas de den tes , 
m a s uma mulher ma is ve lha d i s s e : " É nor-
mal você perder um dente, Bened i ta . C o m o 
a gente diz: Para c a d a f i lho, um d e n t e " . 
U m d ia , Lúc ia, uma agente de saúde de outra comun idade, ve io 
v is i tar Bened i ta . Lúcia t inha um bebé e Benedi ta aprovei tou para f a -
zer perguntas sobre bebés e gravidez. Depois Benedita d isse: " É claro 
que eu es tou tendo mui tos prob lemas c o m m e u s d e n t e s . " " P o r que 
você diz que é c l a r o ? " perguntou Lúcia. " B o m " , respondeu B e n e -
di ta, " p a r a cada f i lho, um d e n t e " . 
" M a s isso não é v e r d a d e ! " respondeu Lúcia. " V o c ê acha que e s -
tá tendo problemas de dente e de geng iva porque está gráv ida, m a s 
aposto que a s cáries estão aparecendo como e m todo m u n d o . " 
38 
" P e l o s m e s m o s mot ivos dos o u t r o s ? " perguntou Bened i ta . 
" S i m " , d isse Lúcia. " Q u a n t a s v e z e s você c o m e , agora que está 
g r á v i d a ? " " B o m , muito ma is do que an tes — agora tenho que co -
mer para d o i s ! " " E de vez e m quando você não come d o c e s ? " per-
guntou Lúcia. " A c h o que s i m " , d isse Bened i ta , " m a i s doce do que 
an tes , porque es tou comendo mais v e z e s " . 
" E a l impeza dos d e n t e s ? " perguntou Lúcia. " V o c ê e s c o v a bem 
os d e n t e s ? " " N ã o " , con fessou Bened i ta , tenho me sent ido tão c a n -
sada u l t imamente . . . P u x a ! será que eu es tou tendo problema c o m 
os dentes por i sso? C o m o é que você aprendeu i sso , L ú c i a ? " 
" P o r q u e t ive os m e s m o s prob lemas, Bened i ta . Eu t ive uma in fec-
ção no dente e a in fecção passou para os r ins. No posto de saúde 
me exp l i ca ram que não é a grav idez que p rovoca problemas de den-
tes — e que até é perigoso ter prob lemas de den tes durante a grav i -
dez. Eu t ive sorte de não ter perdido meu bebé! Isso pode acontecer 
quando um problema de dente não é t ratado. V o c ê prec isa obturar 
as cáries agora m e s m o . " 
Quer dizer que eu posso obturar an tes de ter o b e b é ? " 
" C l a r o ! " d isse Lúcia. " E você prec isa cuidar 
melhor dos dentes. Por c a u s a da grav idez, s u a 
gengiva está mais f raca e pode infeccionar. V o -
cê tem que tomar um cuidado maior c o m os 
dentes e c o m a comida . U m a in fecção na bo-
ca faz mal para você . Como a gengiva está f ra-
c a , você prec isa bochechar todo dia com água 
morna sa lgada . S e você não consegue ar ran-
jar f ru tas e verduras f r e s c a s , então tome com-
pr imidos de v i tamina C . " 
Lúcia se o fe receu para l impar os den tes de Bened i ta e obturar as 
cáries. Quando encos tou n a s geng ivas , e las começaram a sangrar 
e Lúcia d i s s e : " N o início vão sangrar m a s , se você l impa sempre , 
vão f icar ma is fo r tes . Geng i va que sangra é per igosa para a mulher 
grávida porque o sangramento pode aumentar a anemia . Isso é um 
problema s é r i o . " 
" S e o dente tem um a b s c e s s o , posso ar rancar antes de ter o be-
b é ? " perguntou Bened i ta . " S i m " , d isse Lúcia, " v o c ê só prec isa to-
mar cu idado. Nos pr imeiros m e s e s de grav idez, muito anestés ico 
pode prejudicar o b e b ê . " (Ve ja p. 1 0 9 ) . 
39 
3. Mensagens curtas e simples 
Em vez de falar um pouco de mu i tas c o i s a s , é melhor conversa r 
bastante sobre poucas c o i s a s . Depois de descobr i r os prob lemas de 
saúde que a s p e s s o a s a c h a m pior, ve ja quais in fo rmações a judam 
a resolver e s s e s prob lemas - e como passar e s s a s in fo rmações . 
• Use palavras simples (veja p. 3 5 ) . S e você prec isar usar uma 
palavra di f íc i l , expl ique e s s a pa lav ra . 
• Só ensine quando as pessoas querem aprender. Por exemp lo , 
uma pessoa doente quer saber como evi tar que a doença vo l te . 
Ela está pronta para ouvir você . 
• Repita a mensagem mais importante muitas vezes. S e m p r e dê 
ênfase a comida saudável e den tes l impos. A repetição ajuda 
as pessoas a lembrar. 
• A s pessoas precisam ver o que você quer dizer. O uso de f igo 
ras , f an toches e teatr inho está no Capítulo 5 . 
4. Aproveite quando as pessoas estão reunidas 
Onde ens inar às v e z e s é tão importante como ens inar . E m vez de 
conv idar as p e s s o a s para uma aula que você preparou, procure e n -
ca ixar a aula no modo de v ida de las . Todos vão ganhar com i sso . 
Converse com as pessoas 
nos lugares onde elas se reúnem, 
perto das casas delas. 
Converse com 
os homens 
quando estão 
reunidos. Por 
exemplo, para 
falar de negócios 
ou da plantação. 
Ensine homens e mulheres 
em grupos de alfabetização. 
. Mostre alguma coisa que as pessoas podem 
fazer logo 
P o d e m o s d i ze r à m ã e q u e d e v e m a n t e r l i m p o s o s d e n t e s d o f i l h o . 
M a s ó b o m m o s t r a r p a r a e l a c o m o f a z e r i s s o . Ela v a i l e m b r a r c o m o 
f i z e r se v o c ê l i m p a o s d e n t e s d o f i l h o d e l a . 
M e l h o r é d e i x a r ela m e s m a l i m p a r o s d e n t e s d o f i l h o e n q u a n t o v o c ê 
obse rva . A s pe ssoa s f i ca m ma is se gura s q u a n d o e las m e s m a s f a z e m . 
I « c o l h a u m a c r i a n ç a e e s c o v e o s d e n t e s d e l a v o -
i 0 m e s m o . D e i x e a m ã e o l h a r . 
Use u m a e s c o v a m a c i a ( o u , se f o r u m b e b é , u m 
pedaço de p a n o l i m p o ) . E s c o v e o u l i m p e d e le-
v e '.e|,i r á p i d o . F a ç a o m e l h o r p o s s ív e l , m e s m o 
que fl c r i a n ç a c h o r e . 
' . u a m ã e faz i s s o t o d o d i a , a c r i a n ç a a c o s t u m a 
Depois, d e i x e c a d a m ã e 
encovai os d e n t e s d o p r ó p r i o 
t t i l K i I u s i n e a e la c o m o 
encovai a p a r t e de c i m a e os 
d o i s l a d o s d e c a d a d e n t e . 
P e ç a a e la p a r a f a z e r a 
m e s m a c o i s a e m c a s a , t o d o s 
o s d i a s . N a p r ó x i m a v e z q u e 
e la v i e r ao p o s t o , e x a m i n e o s 
d e n t e s d a c r i a n ç a . A j u d e se 
f o r n e c e s s á r i o . S e m p r e e l o g i e 
e e s t i m u l e a q u e l a s q u e e s t ã o 
f a z e n d o d i r e i t o . 
CAPÍTUL O 
ENSINANDO SOBRE A SAÚDE DOS DENTES 
NA ESCOLA 
4 
A s c r i a n ç a s q u e r e m a p r e n d e r . Elas q u e r e m s a b e r m a i s s o b r e as 
c o i s a s à v o l t a d e l a s . F a m í l i a , a m i g o s e p r o f e s s o r e s — t o d o s s ã o i m -
p o r t a n t e s f o n t e s d e c o n h e c i m e n t o p a r a as c r i a n ç a s . 
É i m p o r t a n t e m a n t e r a c e s o o d e s e j o d e a p r e n -
d e r . A s s i m , c o n t i n u a m a f a z e r p e r g u n t a s ; d e s c o -
b r e m e a p r e n d e m p o r si m e s m a s . 
Q u a n d o as c r i anças e s t ã o i n te ressadas e m a l g u r m 
co i sa , elas se e s f o r ç a m para ap render . 
S e v o c ê r e l a c i o n a a q u i l o q u e e n s i n a c o m a v i d a d a s c r i a n ç a s , e l as 
a p r e n d e m m a i s f á c i l . P a r t i n d o d o q u e as c r i a n ç a s j á s a b e m , e l as e n -
t e n d e m m e l h o r o q u e v o c ê q u e r e n s i n a r . S e as i n f o r m a ç õ e s s ã o i n -
t e r e s s a n t e s e u t é i s , e l as v ã o q u e r e r a p r e n d e r m a i s . 
A p r e n d e r s o b r e d e n t e s e g e n g i v a é i m p o r t a n t e . V o c ê p r e c i s a s e r 
c r i a t i v o p a r a q u e as c r i a n ç a s p r e s t e m a t e n ç ã o e c u i d e m d o s d e n t e s 
e d a g e n g i v a . 
A s c r i a n ç a s q u e e s t ã o n a e s c o l a p o d e m p a s s a r s u a s i n f o r m a ç õ e s 
p a r a t o d o s e m c a s a . 
H o j e e m d i a , a m a i o r i a d a s cr i a n -
ç a s t e m p r o b l e m a s c o m o s de n te s e 
a ge ng i va . 
U m d e n t e q u e d ó i o u a g e n g i v a i n -
f l a m a d a a f e t a m a c a p a c i d a d e d e 
p r e s t a r a t e n ç ã o n a e s c o l a . 
T r a t a r o p r o b l e m a f a z a c r i a n ç a se 
s e n t i r m e l h o r e i s s o é i m p o r t a n t e . 
T a m b é m é i m p o r t a n t e e v i t a r q u e o 
m e s m o p r o b l e m a v o l t e . 
J u n t o s , profe ssora e a lunos 
p o d e m fa z e r mu i ta co isa 
pa ra pre ve nir cá rie s e d o e n ç a s da ge ng i va . 
Para m a n t e r a b o c a s a u d á v e l , é p r e c i s o a p r e n d e r q u a i s a l i m e n t o s 
s ã o s a d i o s e c o m o m a n t e r o s d e n t e s l i m p o s . M a s só d a r i n f o r m a -
ç õ e s n ã o é s u f i c i e n t e . P a r a a p r e n d e r d e v e r d a d e , as c r i a n ç a s p r e c i -
s a m t e r o p o r t u n i d a d e d e d e s c o b r i r c o i s a s s o z i n h a s . 
F o r ç a r u m a p e s s o a a s i m p l e s m e n t e a c e i t a r a q u i l o q u e v o c ê d iz n ã o 
f u n c i o n a . 
A s s i m o a l u n o a p r e n d e a n ã o f a z e r 
p e r g u n t a s . S u a m a n e i r a d e e n s i n a r 
va i i n i b i - l o . . 
Ele a c a b a n ã o f a z e n d o a q u i l o q u e v o -
c ê e n s i n a . 
U a luno a pre nde ma is q u a n d o c o n s e g u e de scobrir a lgo soz inho. 
4 3 
T a m b é m a p r e n d e q u a n d o t e m a 
o p o r t u n i d a d e d e c u i d a r m e l h o r d e l e 
m e s m o e d a f a m í l i a . 
Ele p o d e a p r e n d e r f a z e n d o . D ê a e le 
a o p o r t u n i d a d e d e e s c o v a r o s d e n t e s 
na e scola , d e p o i s d a m e r e n d a . 
A p r e n d e r s o b r e d e n t e s e g e n g i v a 
p o d e se r d i v e r t i d o . Q u a n d o v o c ê e n -
s i n a a l g o real e p r á t i c o , o s a l u n o s 
a d o r a m a p r e n d e r . A q u i v ã o a l g u m a s 
i d é i a s : 
1 . E n s i n e e a p r e n d a j u n t o c o m s e u s a l u n o s . 
2 . C o m e c e c o m as c o i s a s q u e o s a l u n o s j á s a b e m . 
3. O s a l u n o s p r e c i s a m v e r e f a z e r . 
4 . D e i x e as c r i a n ç a s a j u d a r e m u m a s às o u t r a s . 
5. E n s i n e s o b r e o s d e n t e s e g e n g i v a j u n t o c o m o u t r o s 
a s s u n t o s . 
6. D ê u m b o m e x e m p l o . 
7 . F a ç a da c o m u n i d a d e s u a s a l a d e a u l a . 
1. Ensine e aprenda junto com seus alunos 
F a ç a d e b a t e s , 
e m v e z d e 
s e m p r e f a l a r . 
A s c r i a n ç a s 
a p r e n d e m m a i s 
q u a n d o 
p a r t i c i p a m . 
S e s ó v o c ê 
f a l a , as c r i a n ç a s 
e s c r e v e m o q u e 
v o c ê d i z n o 
c a d e r n o , s e m 
p r e s t a r a m e n o r 
a t e n ç ã o . 
4 4 
S e v o c ê f a z 
u m d e b a t e , i s s o 
t r a z m a i s 
i n f o r m a ç õ e s e 
o p i n i õ e s . 
A j u d a v o c ê a 
s a b e r m a i s 
s o b r e o s 
a l u n o s , s o b r e 
a q u i l o q u e e l es 
já s a b e m e 
a c r e d i t a m q u e 
e s t á c e r t o . 
E d e i x a v o c ê 
i n t r o d u z i r i n f o r m a ç õ e s r e l a c i o n a d a s 
c o m o q u e e s t á s e n d o f a l a d o . 
ALGOEM TEM U M DENTE M O LE ?) 
2. Comece com as coisas que os alunos já sabem 
Para t e r u m s e n t i d o , o a p r e n d i z a d o d e v e f a z e r p a r t e d o d i a - d i a . 
C o n v e r s e c o m s e u s a l u n o s . D e s c u b r a o q u e e l e s s a b e m s o b r e d e n -
t e s e g e n g i v a e q u e d ú v i d a s e l es p o d e m t e r . 
A u m e n t e a i n f o r m a ç ã o que o a luno já t e m . 
N ã o u s e p a l a v r a s d i f íc e i s . O s n o m e s c i e n t í f i c o s e as e x p l i c a ç õ e s 
t é c n i c a s c o n f u n d e m . V o c ê n ã o v a i p r e c i s a r d e l e s . Fa le s o b r e d e n -
t e s e g e n g i v a u s a n d o p a l a v r a s q u e s e u s a l u n o s c o n s e g u e m e n t e n -
d e r e u s a r , m a i s t a r d e , e m c a s a . 
A D E G L U T I Ç Ã O 
A D E Q U A D A 
O e P E N O E _ OA 
I N T E B A Ç A O 
D O S . . . 
D E G L U T I Ç Ã O 
N T E S Ã / 
GLÂNDULA 1 
L I V A * E S Ô P A6 0 
Is to faz os a lunos se s e n t i r e m 
b u r r o s . 
45 
D e s t e j e i t o , os a l unos se s e n t e m 
b e m , p o r q u e e n t e n d e m e s a b e m 
a l g u m a co isa sob re o a s s u n t o . 
Q u a n d o c o n s e g u i m o s en tende r 
i n f o r m a ç õ e s n o v a s , s e n t i m o s 
c o n f i a n ç a e q u e r e m o s ap rende r 
m a i s . 
O.UAI& S A O 
A S P A R T S S 
D A B O C A Q.UE | 
A ^ U D f t M A 
3. Os alunos precisam ver e fazer 
O s a l u n o s a p r e n d e m m e l h o r q u a n d o p a r t i c i p a m e d e s c o b r e m s o -
z i n h o s a l g u m a c o i s a n o v a . 
VELHO PROVÉRBIO CHINÊS-
SE EU ESCUTO, 
EU ESQUEÇO. 
você PODE 7̂ 
F A í g - R D h A 
ESCOVA D E 
D &N T E S C O M 
UM G ALH I N H O 
DE" A'RvoRe 
4 6 
S e v o c ê s ó f i c a f a l a n d o s o b r e e s c o v a r o s d e n t e s , i s s o é m u i t o 
c h a t o . 
A p r e n d e r é m a i s i n t e r e s s a n t e q u a n d o o s a l u n o s p o d e m v e r c o m o 
f a z e r u m a e s c o v a e c o m o l i m p a r o s d e n t e s d i r e i t o . 
S e c a d a a l u n o f a z e le m e s m o s u a e s c o v a e l i m p a o s d e n t e s , i sso 
é m a i s i n t e r e s s a n t e e d i v e r t i d o . 
U m a l u n o q u e p a r t i c i p a n ã o e s q u e c e . 
4. Deixe as crianças ajudarem uma às outras. * 
E m m u i t a s f a m í l i a s , as c r i a n ç a s m a i s v e l h a s t ê m u m t r a b a l h o i m -
p o r t a n t e a f a z e r : t o m a r c o n t a d e s e u s i r m ã o s m e n o r e s . E s s e s f i l h o s 
m a i s v e l h o s p o d e m e n s i n a r o s m a i s n o v o s a c u i d a r d o s d e n t e s . Po r 
e x e m p l o : 
1 . P o d e m i n c e n t i v a r os i r m ã o s a c o m e r 
f r u t a s , e m v e z de b a l a s . 
2 . Eles p o d e m f a z e r u m a p e ç a d e t e a -
t r o o u u m t e a t r i n h o de f a n t o c h e s s o -
b re o c u i d a d o c o m o s d e n t e s e 
g e n g i v a . 
3. E les p o d e m e x a m i n a r o s d e n t e s e 
g e n g i v a d o s m a i s n o v o s e " d a r n o -
t a s " a e l es ( ve ja p. 8 8 ) . 
4 . A c i m a d e t u d o , e l es p o d e m e s c o v a r o s d e n t e s d o s m a i s n o v o s . 
P o d e m m o s t r a r c o m o e s c o v a r o s d e n t e s q u a n d o (já) s ã o c a p a z e s 
d i s s o . 
* Se você quer mele Informeçõee eobre o programa CRIANÇA-para-criança, escreva para a 
T AP S ou para o MEC, 
Aqui , um grupo de alunos 
de Ajoya, no México, está 
escovando os dentes das 
crianças mais novas. 
47 
5. Ensine sobre dentes e gengiva junto com 
outros assuntos 
D e n t e s e g e n g i v a f a z e m p a r t e d a s a ú d e d e t o d o o c o r p o . E n s i n e 
i s s o na a u l a . 
C o m e r a l ime ntos sa dios p o d e f a z e r p a r t e d e u m d e b a t e s o b r e a l i -
m e n t a ç ã o , a d i t i v o s , c o l h e i t a s , a g r o t ó x i c o s e p o l í t i c a d a t e r r a . 
Limpa r os de nte s p o d e f a z e r 
p a r t e de u m a c o n v e r s a s o b r e h i g i e -
n e , á g u a p o t á v e l , c o s t u m e s e 
c r e n ç a s . 
U m a b o a m a n e i r a de e n s i n a r n ú -
m e r o s às c r i a n ç a s é f a z e r u m l e -
v a n t a m e n t o na c o m u n i d a d e . 
O s r e s u l t a d o s v ã o m o s t r a r às 
c r i a n ç a s a l g u m a c o i s a s o b r e s a ú -
d e n a c o m u n i d a d e . U m e x e m p l o 
d e l e v a n t a m e n t o d e p r o b l e m a s d e 
s a ú d e e s t á n a p á g i n a 3 - 1 4 d e 
"Aprendendo e ensinando a cu/dar 
da saúde". 
6. Dê um bom exemplo 
A s c r i a n ç a s o b s e r v a m as p e s s o a s à v o l t a d e l a s . Elas p r e s t a m a t e n -
ç ã o à q u i l o q u e v o c ê f a z e t a m b é m à q u i l o q ue v o c ê d i z . 
D ê u m b o m e x e m p l o . 
F a ça o m e s m o que v o c ê 
e stá e nsina ndo a os se us 
a lunos. 
S u a f a m í l i a p o d e se r 
u m b o m e x e m p l o p a r a 
o s o u t r o s . 
• E s c o v e o s d e n t e s c u i d a d o s a m e n t e t o d o s o s d i a s . A j u d e t a m -
b é m s e u s f i l h o s a m a n t e r e m o s d e n t e s l i m p o s . 
• S e p o s s ív e l , f a ç a u m a h o r t a p e r t o d a s u a c a s a . 
• C o m p r e s o m e n t e a l i m e n t o s s a d i o s . N ã o c o m p r e d o c e s e r e f r i -
g e r a n t e s p a r a v o c ê o u se us f i l h o s . 
V E N D A 
irOS V F N D I OC S HOST: 
imos oe LCITC X 
11/ ' 
GARRAFA* p e c o c A « X A 
i*n mi «fl mr j(, 
ÔAAAS Rfl mi u« cf) 
tf* IWWI Mfl IH lit- --
48 
Faca da comunidade sua sala de aula 
O lar d e u m a c r i a n ç a e a c o m u n i d a d e s ã o t ã o i m p o r t a n t e s p a r a 
e la c o m o a e s c o l a . É m a i s i n t e r e s s a n t e p a r a o a l u n o se o d i a - a - d i a 
d o lar e d a c o m u n i d a d e f a z e m p a r t e d a s a u l a s . 
D e i x e o s a l u n o s 
d e s c o b r i r e m m a i s s o b r e o 
lar e a c o m u n i d a d e . 
P o r e x e m p l o : 
• Q u a n t a s c r i a n ç a s 
p e q u e n a s t ê m c á r i e s 
o u g e n g i v a q u e 
s a n g r a ? 
• Q u a n t a s e s p é c i e s de 
r e f r i g e r a n t e s e d e 
d o c e s e s t ã o n a s 
p r a t e l e i r a s d a s v e n d a s ? 
• Po r q u e as p e s s o a s 
n ã o c u l t i v a m e c o m e m 
m a i s a l i m e n t o s 
n a t u r a i s ? 
A o v o l t a r p a r a a a u l a , o s a l u n o s r e g i s t r a m o q u e d e s c o b r i r a m . Pe-
ç a às c r i a n ç a s p a r a p e n s a r e m e m m a n e i r a s d e r e s o l v e r o s p r o b l e -
m a s q u e e n c o n t r a r a m . S e e las i n v e n t a m u m a a t i v i d a d e p a r a r e s o l v e r 
a l g u m p r o b l e m a de s a ú d e , d e i x e q u e e las t e n t e m c o l o c a r e m p r á t i c a . 
CAPÍTUL O 
MATERIA L DE ENSINO DIVERTID O 
Eis a l g u m a s i d é i as q u e a j u d a m o a l u n o a ve r o q u e v o c ê e s t á e n s i -
n a n d o e a se dive rt i r e n q u a n t o a p r e n d e . O s a l u n o s p o d e m t a m b é m 
e n s i n a r o s o u t r o s . I sso é u m a m a n e i r a e x c e l e n t e d e a p r e n d e r . 
• C o n t e u m a história s o b r e d e n t e s o u s o b r e c o m i d a . P o r e x e m p l o : 
i n v e n t e u m a h i s t ó r i a , c o n t a n d o p o r q u e o s d e n t e s d o g a t o s e l v a -
g e m t ê m u m f o r m a t o d i f e r e n t e d o s d e n t e s d e u m b o d e (p . 6 5 ) . 
N o f i n a l de c a d a h i s t ó r i a , r e s e r v e a l g u m t e m p o p a r a c o m e n t á r i o s 
e i n f o r m a ç õ e s n o v a s . V e j a o e x e m p l o n a s p á g i n a s 3 7 e 3 8 . 
• I nve nte c o m a s cr ia nça s u m te a t r i nho s o b r e c o m i d a s a u d á v e l o u 
d e n t e s l i m p o s q u e o s a l u n o s p o d e m a p r e s e n t a r m a i s t a r d e p a r a 
a c o m u n i d a d e . 
O t e a t r i n h o d e v e t r a z e r s o l u ç ã o p a r a u m p r o b l e m a rea l . S e as c r i a n -
ç a s i n v e n t a m o t e a t r i n h o , e l a s t ê m q u e p e n s a r , p l a n e j a r e r e s o l v e r 
p r o b l e m a s . C o m o t e a t r i n h o , a p r e n d e m c o m o f a l a r c o m o s o u t r o s e 
c o m o e n s i n a r . 
E s t a s crianças na Nicaraguá esti lo fazendo um teatrinho sobre cáries. À 
esquerda , os germes e os d o c a s se juntam para fazer um buraco no " d e n t e " . 
M a s uma e s c o v a giganta (A direita) enxota eles dali. 
50 
• F a ça u m a d e m o n s t r a ç ã o c o m r e c u r s o s l o c a i s . 
• C o m u m que bra - ca be ça , o s a l u n o s d e s c o b r e m as r e s p o s t a s s o z i -
n h o s . V o c ê p o d e i n v e n t a r u m q u e b r a - c a b e ç a u s a n d o p a l a v r a s q u e 
o s a l u n o s c o n h e c e m . 
E X E M P L O ( p a r a c r i a n ç a s m e n o r e s ) 
A c r i a n ç a p r o c u r a e s t a s p a l a v r a s 
Q u a n d o a c r i ança e n c o n t r a u m a pa lavra 
c o l o c a u m s/ do l ado da p a l a v r a . 
5 1 
P a r a c r i a n ç a s m a i s v e l h a s , u s a m o s p a l a v r a s m a i s d i f íc e i s . 
A c f ô h O N P 
P 
O
 
B V CKA\L P E R N 0 E 
S B A N \ S \ I N A F E T 
C A L S ENT^ G, tá) E I N 
E R G L I V) <P Á C G E 
S O L E P/O- ^G\C C D 
S M V A / Q / A I N \ A \ A E 
0 S O / Í V A 0 T R 0\R> D 
P T / E / f l N L \§i U P I R 
L / M / R I T 0 N T I E 0 
A / C U C A R I A L 0 D 
COOPERATIVA 
abscesso 
açúca r 
i n f e c ç ã o 
V m a s t i g a r 
V geng i v i t e 
re f r i ge ran te 
\J a m e n d o i m 
cav i dade 
C o l o q u e a l g u m a s p a l a v r a s e m d i a g o n a l . O q u e b r a - c a b e ç a f i c a m a i s 
d i f íc i l . 
• U se f igura s e m c a r t a z e s , n o á l b u m s e r i a d o e n o f l a n e l ó g r a f o . 
O s d e s e n h o s q u e o s p r ó p r i o s a l u n o s f a z e m s ã o o s m e l h o r e s . Eles 
a p r e n d e m ao d e s e n h a r . E les d e s e n h a m p e s s o a s e c o i s a s d o l u g a r . 
T o d o s v ã o g o s t a r m a i s d e s s e s d e s e n h o s d o q u e d e d e s e n h o s i m -
p r e s s o s . R e c o r t e s d e r e v i s t a s o u f o t o g r a f i a s d a p r ó p r i a c o m u n i d a d e 
t a m b é m s ã o b o n s . 
D e i x e c a d a c r i a n ç a l e v a r o c a r t a z 
q u e e la f e z p a r a c a s a . 
P e n d u r e o u t r o s c a r t a z e s na v e n d a , 
n a i g re j a o u o u t r o s l u g a r e s . 
TC 
Tl " 
T 
CUIVE DOS 
SEUS VANTES 
Um 05 DEHTES 
I X 
) C 
52 
Você pode colar as fo togra f ias ou os recor tes num pano e depois 
contar uma his tór ia. Cubra uma tábua c o m f lanela ou c o m um co-
bertor para fazer um f lane lógra fo . (Veja "Aprendendo e ensinando 
a cuidar da saúde", páginas 11 -15 a 1 1 - 1 9 ) . 
Para fazer co la , misture um pou-
co de far inha de t r igo e água. Co-
le um pedaço de lixa nas costas de 
cada f i gu ra . V o c ê pode colocar a 
f igura onde quiser porque a l ixa 
gruda no pano. 
A s cr ianças podem most rar as f i -
guras e a f lanela para a famíl ia e 
os amigos . 
• O á lbum seriado é excelente para ensinar e contar uma histór ia. 
A s pessoas ad iv inham a histór ia só pelas f iguras. A o most rar as 
imagens num álbum ser iado, faça perguntas . 
A q u i , um agente de 
saúde de Moçamb ique está 
segurando um á lbum 
seriado sobre o cu idado 
c o m os dentes. São 
desenhos sem palavras. 
Ele pode ler uma 
mensagem e perguntas 
escr i tas nas costas da 
página anter ior . 
Este é um álbum seriado sobre 
saúde dos dentes. Veja as argolas 
em cima, que seguram as folhas. 
Elas são feitas com sobras de fio 
elótrico. 
-3 
Qualquer pessoa que 
sabe ler pode t rabalhar 
com á lbum ser iado. 
Às vezes, tem uma pequena 
cópia do desenho grande 
nas costas da página 
anterior. 
Descubra um modo de juntar as fo lhas: 
com 2 pedaços de madeira com argolas de metal ou arame 
O Capítu lo 1 2 de "Aprendendo e ensinando a cuidar da saúde", 
most ra como fazer e usar f iguras de maneira ef icaz. Você não preci -
sa ser um art ista para fazer uma cóp ia . Eis um mé todo fáci l para f a -
zer o aluno part ic ipar. 
Coloque uma fo lha de papel t ransparente sobre a f igura or ig inal . 
Faça uma cóp ia , desenhando, com cu idado, por c ima . 
Agora co loque a cópia sobre uma fo lha l impa de papel grosso. De-
senhe por c ima das l inhas do papel t ransparente , calcando c o m um 
lápis. 
54 
Tire o papel t ransparente . 
A pressão do lápis de ixou 
l inhas no papel grosso. 
Desenhe essas l inhas 
com um lápis, para 
f i carem bem visíveis. 
A g o r a , sua 
cópia está 
pronta para 
ser co lor ida. 
O papel 
t ransparente 
serve para fazer ou t ra cópia 
EXEMPLO DE ÁLBUM SERIADO 
Os agentes de saúde dental de M o ç a m -
bique cr iaram

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