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Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 Distúrbios do Equilíbrio Hídrico Déficit/excesso de água. Déficit de água: Diminuição da ingestão de água. Perda excessiva de água (trato gastrointestinal, rins, pulmões ou pele) DESIDRATAÇÃO: Conjunto das alterações decorrentes da ingesta reduzida de água, ou perda em excesso (por vias digestiva, renal, cutânea ou respiratória). Perdas normais: urina, perspiração, vaporização dos pulmões, fezes. Perdas anormais: suco gástrico, bile, suco pancreático. Ileostomia, cecostomia. Fístulas intestinais. Suor excessivo. Perda pro terceiro espaço. QUADRO CLÍNICO: Sede: sintoma mais precoce de perda de água – acontece quando ocorre quando a perda é igual a cerca de 2% do peso do corpo:70 Kg =1,4 l) Mucosas Secas: pouca saliva ou lágrima. Turgor cutâneo diminuído, olhos encovados SNC: apatia, reflexos tendinosos profundos diminuídos, estupor, coma (perdas graves) Volume urinário: pequeno Achados laboratoriais – sangue: Hematócrito elevado (>50). Sódio elevado (> 150). Desidratação por sequestro interno de líquido: Lesões de tecido mole / Cirurgias extensas / Peritonites / Queimaduras → Sequestro de líquidos do L.E.C. nas áreas das lesões → formação de terceiro espaço (depósito em alça intestinal, cavidade abdominal...) → L.E.C. reduz seu volume com hemoconcentração e hipovolemia. O paciente, ao estabilizar, recebe uma auto-infusão de líquidos do 3º espaço (“resolução do 3º espaço”). Se não houver função renal adequada, haverá edema intersticial, podendo resultar em Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SARA). Tratamento: restrição hídrica, diuréticos. Tratamento do déficit de água: Hidratação: Intoxicação hídrica: O excesso de água ocorre quando o paciente recebe mais água do que seus rins possam excretar (13 ml/min) É provável ocorrer intoxicação hídrica quando excesso de água é infundida nos seguintes grupos de pacientes: 1- Quando é excessiva a secreção do HAD: estresse agudo (trauma, operações maiores) infecções agudas, etc. 2 – Insuficiência renal 3 – Insuficiência cardíaca congestiva 4 – Pacientes com perda de sódio QUADRO CLÍNICO: Sinais e sintomas: astenia, náusea, desorientação, convulsão, coma Exame laboratorial: Hb, Ht, Na baixos Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 Osmolalidade plasmática diminuída (N = 282 a 298 mOsm) Fórmula: OSMOLALIDADE = 2 (Na+ + K+) + URÉIA + GLICEMIA 5,6 18 Sinais de sobrecarga hídrica: PVC aumentada DC elevado Ritmo de galope cardíaco 2ª bulha pulmonar hiperfonética Congestão pulmonar Edema Tratamento: Restrição hídrica, infusão de solução salina hipertônica (300mL de NaCl a 3%). . . . • Distúrbios do equilíbrio eletrolítico: Alterações do SÓDIO, POTÁSSIO, MAGNÉSIO, CÁLCIO. Alterações do sódio: HIPONATREMIA Deficiência corpórea de sódio (hiponatremia real). Diluição por excesso de água (hiponatremia dilucional). Normal Na+: 136 a 144mEq/l Etiologia: 1- SECREÇÕES GASTRINTESTINAIS: Vômito, diarreia, fístulas gastrointestinais ou biliar. 2- PELE: Suor excessivo, queimados graves, doença fibrocística do pâncreas. 3- SEQÜESTRAÇÃO NO CORPO: Obstrução intestinal, peritonites 4- DOENÇAS RENAIS INTRÍNSECAS: IRA, nefrite 5- DIURÉTICOS 6- OUTRAS CAUSAS: ICC, Cirrose, D. de Addison, Acidose diabética, Hiperlipidemias, ETC. 7- SUPERHIDRATAÇÃO (hiponatremia dilucional) SINAIS E SINTOMAS: fraqueza, apatia, confusão mental, delírio, turgor e elasticidade da pele diminuídos hipotensão, taquicardia, veias periféricas colapsadas. Exame laboratorial: Na=135 mEq/l ou menos Tratamento: tratar doença de base; repor sódio. NECESSIDADE DIÁRIA DE ELETRÓLITOS: Na+=50 a 90 mEq (3 a 5g NaCl) K+= 60 mEq (4,5g KCl) NECESSIDADE ELETROLÍTICA DIÁRIA: Sódio 2,0 mEq/kg Potássio 1,0 mEq/kg Cloro 1,5-2,0 mEq/kg 1g de NaCl = 17 mEq d Na 1g de KCl = 13 mEq de K Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 Cálculo para reposição de SÓDIO: Peso= 70 Kg Na+ pcte. = 122 mEq/l Na+ normal = 142 mEq/l Diferença: 142 – 122= 20 mEq/L água corporal Vol. água corporal: 70 x 60% = 42 L Nº de mEq : 42 x 20=840 Valor a ser administrado: 840/2=420 mEq Reposição = 0,6 x peso x (Na normal – Na do pcte) HIPERNATREMIA: Causas: Perda de água superior à de sódio: (diarréia, vômitos, insuficiência renal, diabetes insípido e melitus, febre, insolação, hiperventilação). Reposição insuficiente de perdas hídricas. Administração excessiva de sal (alimentação por sonda). Excesso de esteróides. Sinais e sintomas: sede (náusea e vômito), mucosas secas, turgor normal fraqueza muscular, cãibras e febre. Sinais neurológicos: tremor, hiperreflexia profunda, confusão mental, alucinações. EXAME LABORATORIAL: Na+ = 150mEq/l ou mais Tratamento: tratar doença primária; repor água (soro glicosado a 5%). HIPOPOTASSEMIA/HIPOCALEMIA: Causas: diarreia, vômitos, fistulas intestinais, perda renal, diuréticos, Cushing, corticoides, hemodiluição, alcalose. Normal: 3,5 a 5,5 mEq/l. Sinais e sintomas: anorexia, íleo adinâmico, distensão abdominal, fraqueza muscular, parestesias, arritmias ALTERAÇÕES NO ECG EXAME LABORATORIAL K+ = < 3,5 mEq/l ou mais Tratamento: tratar doença de base, administrar K+. A quantidade de K+ a ser administrada não é determinada por qualquer sórmula fixa. O déficit é corrigido em vários dias. Reposição com 40-60 mEql/L Infusão: não exceder 20mEq/h NORMAL K+: 3,5 a 5,5 mEq/l Causas: 1- Falta de eliminação por via renal (doenças renais) 2 - Excesso por via parenteral ou ingestão 3 - Traumas extensos de tecidos (lesões por esmagamento) 4 - Doença de Addison 5 - Transfusões sanguíneas (rápidas e grandes volumes) – causa hiperpotassemia, porque as células sanguíneas doadas passam por uma máquina que quebra essas células, que liberam potássio que estava no seu interior. 6 - Acidose metabólica ou respiratória Diagnóstico: Suspeita-se nos pacientes com oligúria, anúria ou D. renal ou aqueles que recebem sais de potássio e começam com queixas de parestesias. Confirma-se pelo exame laboratorial e ECG. Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM 4 HIPERPOTASSEMIA: Sinais e sintomas: fraqueza muscular, paralisia muscular parestesias. Fibrilação ventricular, parada cardíaca (K+ = 10- 12 mEq/l). ALTERAÇÕES DO ECG – onda T apiculada EXAME LABORATORIAL: K+ = 6 mEq/l ou mais Tratamento: 1 – Corrigir a causa, se possível. 2 – Supressão de entradas (dieta pobre em K+) 3 – Resinas de troca iônica 4 – Diálise peritoneal, rim artificial 5 – Administrar cálcio NORMAL :1,4 a 2,5 mEq/l MAGNÉSIO: A maior parte do magnésio está no intracelular como o K+. O Mg tem várias funções atuando no metabolismo dos carboidratos e proteínas como ativador de enzimas. Causas: alcoolismo crônico, dieta sem Magnésio, acidose diabética, câncer...etc Sinais e sintomas: Irritabilidade neuromuscular e do SNC, tremores amplos, movimentos atetóticos confusão, inquietação. Tratamento: administração de Sulfato de Magnésio HIPERMAGNESEMIA: Causas: doença renal crônica; adm excessiva. Sinais e sintomas: Letargia, paralisia muscular respiratória, coma, alterações cardíacas. Tratamento: adequar insuficiência renal; administração de cálcio. SOLUÇÕES: QUANTO AO SOLUTO CRISTALÓIDEs COLÓIDES EMULSÕES QUANTO À OSMOLARIDADE ISOTÔNICAS HIPOTÔNICAS HIPERTÔNICAS QUANTO AO pH ALCALINAS ÁCIDAS NEUTRAS Expansores plasmáticos: COLÓIDES PROTÉICOSPLASMÁTICOS Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM 5 Plasma Albumina OUTROS COLÓIDES Haes Steril (ac. hidroxietílico) Plasmasteril (amido hidroxietílico) Voluven 6% (hidroxietilamido) Dextran
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