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bizu estrategico de direito administrativo

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Aula 04
Bizu Estratégico p/ PC-PR (Investigador
e Papiloscopista) - Pós-Edital
Autor:
Aula 04
11 de Junho de 2020
04803756902 - Rose
1 
 
BIZU ESTRATÉGICO- NOÇÕES DE DIREITO 
ADMINISTRATIVO: PC-PR 
Olá, FUTURO POLICIAL. Tudo beleza? 
Neste material, trazemos uma seleção de bizus da disciplina de Direito Administrativo com o 
objetivo de proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos por meio de tópicos do 
conteúdo programático que possuem as maiores chances de incidência em prova. 
Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase final de revisão (que já estudaram 
bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam revisar por algum material 
bem curto e objetivo). 
Coach Marcela Neves 
Coach Leonardo Mathias 
 @marcelaestrategica 
 @profleomathias 
Noções de Direito Administrativo (PC-PR) 
Assunto Páginas Caderno de Questões 
Princípios da Administração Pública 3-10 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/1e8589ba-
8127-463a-ae7c-4031cd8c94ec 
Organização Administrativa da União 11-16 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/e27b3a8b-
0dc2-473c-a664-0c23b52c2454 
Agentes Públicos 17-20 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/45453cbd-fbcc-
49e1-9e46-6762296b264c 
Poderes da Administração Pública 21-24 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/9f470561-d211-
4933-bf10-a3923218ff8c 
Serviços Públicos 24-26 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/609bf26c-fcbd-
4f15-8826-ef4694d2a5d8 
Controle da Administração Pública 26-29 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/753c65db-
0195-423b-a77b-1d4ba09701f2 
Responsabilidade Civil do Estado 30-31 
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/d070c113-
b0e1-4c7b-929f-5f1f8139b563 
Aula 04
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Observação: Os cadernos de questões foram montados utilizando questões específicas da Banca 
NC UFPR para que o aluno adquira familiaridade com a forma em que os conteúdos são exigidos. 
ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Galera, para sabermos quais são os assuntos mais exigidos pela Banca NC UFPR na área Policial no 
âmbito do Direito Administrativo, vejamos a seguinte análise estatística realizada em questões já 
aplicadas: 
Dessa forma, neste bizu estratégico focaremos nos assuntos mais queridinhos pela nossa banca 
examinadora. Cada questão na prova da PC-PR é super valiosa, então não podemos dar bobeira! 
 
Vamos aos trabalhos, guerreiros! 
 
 
 
 
 
Noções de Direito Administrativo (foram encontradas 89 questões) 
Assunto Quantidade de Questões % 
Princípios da Administração Pública 24 26,97 % 
Organização Administrativa da União 29 32,58 % 
Agentes Públicos 2 2,25 % 
Poderes da Administração Pública 5 5,62 % 
Serviços Públicos 12 13,48 % 
Controle da Administração Pública 10 11,24 % 
Responsabilidade Civil do Estado 7 7,87 % 
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 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais gerais que 
orientam a elaboração das leis administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública 
e condicionam a validade de todos os atos administrativos. 
 
 
 Veremos agora os cinco princípios fundamentais ou básicos, previstos no caput do art. 37 da 
Constituição: 
 
 É o famoso LIMPE: 
 
Legalidade 
 O princípio da legalidade está intimamente ligado à ideia do Estado de Direito. Todos estão 
submetidos ao império da lei. 
 A lei reina para todos, sejam particulares, seja a administração pública. No entanto, o princípio 
da legalidade terá significados bastante diferentes nestas duas situações: 
1. Para os particulares, o princípio da legalidade significa que é lícito fazer tudo aquilo 
que a lei não vedar. Assim, no mundo privado, as partes são autônomas e livres para 
agir, desde que não exista proibição legal; e 
2. Por outro lado, a administração pública, por força do princípio da legalidade, só 
poderá agir quando houver determinação ou, pelo menos, autorização legal. 
Ausente a previsão legal, não será possível a atuação administrativa. 
 
 Por este motivo, dizemos que a administração pública somente poderá agir segundo a lei 
(secundum legem), nunca de forma contrária à lei (contra legem) ou além da lei (praeter legem). 
 Princípios Explícitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Em que pese a administração esteja sujeita ao princípio da legalidade, existem situações em que 
a legalidade pode ser, de certa forma, “mitigada”. 
 Nessa linha, a doutrina apresenta como exceção ao princípio da legalidade (ou restrições 
excepcionais ao princípio da legalidade) a: 
1. Edição de medidas provisórias (art. 62 da CF); 
2. Decretação do estado de defesa (art. 136 da CF); e 
3. Decretação do estado de sítio (arts. 137 a 139 da CF). 
Impessoalidade 
 O princípio da impessoalidade possui duas faces: 
 
 Impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos 
administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de forma 
imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que participam do 
processo. 
Moralidade 
 O princípio da moralidade administrativa está ligado à ideia de honestidade e exige a 
observância de padrões éticos por parte dos agentes públicos. 
 Quando se fala em moralidade administrativa, temos que nos lembrar do dever de probidade, 
aplicável a todo agente público. Tal dever, caso descumprido, resulta nos chamados atos de 
improbidade administrativa, os quais sujeitam o infrator a diversas penalidades legais, nos 
termos do art. 37, §4º, da Constituição Federal. 
 Maria Sylvia Zanella Di Pietro dispõe que “sempre que em matéria administrativa se verificar 
que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona 
juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras 
de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia de honestidade, estará 
havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa". 
 Relacionada à moralidade, merece destaque a Súmula Vinculante 13 do STF, que proíbe a 
prática do nepotismo: 
"A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, 
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa 
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo 
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública 
direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
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 De acordo com as lições de Gustavo Barchet, o princípio da moralidade em divide-se em três 
sentidos: 
1. Dever de atuação ética (princípio da probidade); 
2. Concretização dos valores consagrados na lei; e 
3. Observância dos costumes administrativos. 
Publicidade 
 O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos praticados pela administração 
pública, tornando-os transparentes aos administrados, à exceção das hipóteses de sigilo 
previstas em lei. 
 A doutrina mais moderna tem entendido que a publicação é requisito de eficácia dos atos 
administrativos (e não requisito de validade). 
 Dois conceitos são importantes: 
1. Transparênciaativa: são as informações divulgadas de ofício; e 
2. Transparência passiva: são as informações que são fornecidas em virtude de 
solicitações. 
 
 É importante saber que a publicidade não é mandamento absoluto. Há casos 
excepcionais em que a lei poderá estabelecer o sigilo dos atos administrativos: 
 
Eficiência 
 O princípio da eficiência foi alçado ao texto constitucional por meio da Emenda Constitucional 
19/1998, buscando-se marcar a implantação do modelo de administração gerencial no setor 
público. 
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 Segundo Carvalho Filho, o núcleo do princípio da eficiência é a busca pela produtividade, pela 
economicidade e pela redução dos desperdícios de dinheiro público. Neste princípio devem ser 
considerados, ainda, aspectos como qualidade da prestação de serviços aos administrados, 
celeridade, presteza e desburocratização. 
 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da eficiência pode ser encarado em duas 
dimensões: 
1. na forma de atuação do agente público, do qual espera-se o melhor desempenho 
possível de suas atribuições; e 
2. no modo de organizar e estruturar a administração pública, da qual exige-se a maior 
racionalidade possível. 
 
 Importante diferenciar os seguintes conceitos: 
1. Eficiência: se resume à avaliação do custo-benefício da ação estatal (recursos gastos 
em determinada ação estatal); 
2. Eficácia: se relaciona ao atingimento dos objetivos e metas previamente 
estabelecidos; e 
3. Efetividade: diz respeito ao alcance de resultados para a população afetada. 
 
 
 Os princípios abordados a seguir são considerados implícitos ou reconhecidos quando se tem 
como parâmetro a Constituição Federal. 
Princípio da Supremacia do Interesse Público ou Princípio da Finalidade Pública 
 Tal princípio confere prerrogativas (poderes) à Administração, os quais a colocam em um 
patamar de superioridade em relação ao particular (verticalidade). 
 É possível ver sua aplicação em diversas ocasiões como, por exemplo: 
a) nos atributos dos atos administrativos, como a presunção de veracidade, 
legitimidade e imperatividade; 
b) na existência das chamadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, que 
permitem, por exemplo, a alteração ou rescisão unilateral do contrato; 
c) no exercício do poder de polícia administrativa, que impõe condicionamentos e 
limitações ao exercício da atividade privada, buscando preservar o interesse geral; 
d) nas diversas formas de intervenção do Estado na propriedade privada, como a 
desapropriação (assegurada a indenização), a servidão administrativa, o 
tombamento de imóvel de valor histórico, a ocupação temporária, etc. 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 O princípio da indisponibilidade do interesse público informa que os bens e interesses públicos 
não pertencem às organizações públicas nem aos agentes públicos, mas à coletividade. 
 Notem que o princípio da indisponibilidade do interesse público se contrapõe ao princípio da 
supremacia ao impor limites à atuação estatal. 
 Princípios Implícitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Além da relação com as sujeições administrativas, há outros dois sentidos para o princípio da 
indisponibilidade: 
a) Poder-dever de agir; e 
b) Inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos. 
 
 Vale ressaltar que o princípio da indisponibilidade do interesse público faz-se presente, 
de forma direta, em toda atuação administrativa. 
Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade 
 Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade são utilizados no controle da 
discricionariedade dos atos administrativos. 
 Tais princípios consistem em critérios de validade do ato. Ou seja, são parâmetros que irão 
pautar o controle de legalidade do ato administrativo (e não o controle de mérito), de sorte que 
o ato irrazoável ou desproporcional deverá ser anulado (e não simplesmente revogado). 
 A proporcionalidade busca controlar o excesso de poder na atuação estatal. Assim, a 
proporcionalidade pode ser chamada também de “princípio da proibição do excesso”. 
 O princípio da proporcionalidade possui três elementos que devem ser observados no caso 
concreto: 
1) Adequação: significa que o meio empregado deve ser compatível com o fim 
desejado. Os meios devem ser efetivos para os resultados que se deseja alcançar; 
2) Necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso 
para alcançar o fim público, isto é, o meio escolhido deve ser o que causa o menor 
prejuízo possível para os indivíduos; e 
3) Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem conquistadas devem 
superar as desvantagens. 
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos 
 Serviços públicos visam ao atendimento de necessidades da coletividade, consideradas, em 
maior ou menor grau, essenciais. Assim, de forma simplificada, os serviços públicos não podem 
parar. 
 Os principais desdobramentos desse princípio são: 
1) Greve nos serviços públicos; 
2) Exceção do contrato não cumprido: mesmo se o poder público descumprir os termos 
do contrato celebrado, o prestador de serviço público não poderá automaticamente 
interromper a prestação; 
3) Encampação da concessão de serviço público. 
 
 A Lei 8.987/1995 prescreve que não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua 
interrupção em situação de emergência ou, após prévio aviso, quando: 
1) motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; 
2) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. 6º, §3º). 
 
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 Nesse sentido, em relação à energia elétrica enquanto serviço público, tem-se considerado que é 
lícita a interrupção do seu fornecimento se, após aviso prévio, o consumidor permanecer 
inadimplente no pagamento da respectiva conta. 
Princípio da Motivação 
 O princípio da motivação exige que a administração pública indique os fundamentos de fato e 
de direito que levaram a uma decisão. 
 A professora Maria Di Pietro assevera que a obrigatoriedade de motivar se justifica em 
qualquer tipo de ato, pois se trata de formalidade necessária para permitir o controle de 
legalidade dos atos administrativos. No mesmo sentido, Lucas Rocha Furtado ensina que 
todos os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles discricionários ou vinculados, 
com uma única exceção, que é a exoneração de ocupante de cargo em comissão, conhecida 
como exoneração ad nutum, uma vez que possui tratamento constitucional próprio. 
 Na mesma linha, o STJ entende que o motivo é requisito necessário à formação do ato 
administrativo, sendo que a motivação é obrigatória ao exame da finalidade e da moralidade 
administrativa. 
Princípio da Especialidade 
 No princípio da especialidade se fundamenta a ideia de descentralização administrativa, por 
meio da qual o Estado cria, mediante lei (em sentido formal), pessoas jurídicas que se 
especializam na prestação de um serviço ou na exploração de determinada atividade 
econômica. 
 A principal característica destas entidades é que elas devem perseguir os objetivos legalmente 
especificados, não devendo haver um distanciamento entre sua atuação e as finalidades 
específicas que nortearam sua criação. 
Princípio da Tutela (ou do Controle) 
 Para assegurar a observância do princípio da especialidade, foi criado o princípio da tutela ou 
do controle, segundo o qual os órgãos da administração direta exercem controle finalístico das 
atividades desempenhadas pelas entidades da administraçãoindireta. Trata-se da supervisão 
finalística da atuação da administração indireta. 
 Com esse princípio busca-se assegurar conformidade entre a atuação das entidades da 
administração indireta, vinculadas à administração direta, e os objetivos especificados em lei. 
Princípio da Autotutela 
 A autotutela representa o controle que a administração exerce sobre os próprios atos. 
 A atuação administrativa está sujeita a erros, assim, a autotutela confere oportunidade de a 
própria administração pública revisitar seus atos administrativos, promovendo-se a devida 
correção, seja por meio (i) da anulação dos atos ilegais ou (ii) da revogação dos atos 
inconvenientes ou inoportunos. 
 Vejamos duas súmulas do STF que sintetizam bem o princípio da autotutela: 
1. Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos 
2. Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
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motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
 A autotutela envolve dois aspectos da atuação administrativa: 
1. Legalidade: em relação ao qual a Administração procede, de ofício ou por 
provocação, a anulação de atos ilegais; e 
2. Mérito: em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de 
sua manutenção ou desfazimento (revogação). 
 
 A Administração não se limita ao controle de atos ilegais, pois poderá retirar do mundo jurídico 
atos válidos, porém que se mostraram inconvenientes ou inoportunos. Nesse caso, não estamos 
mais falando de controle de legalidade, mas de controle de mérito. 
 O Poder Judiciário poderá anular um ato ilegal de outro Poder, porém não poderá revogar um 
ato válido. Isso ocorre porque o controle judicial analisa os aspectos de legalidade e 
legitimidade, mas não pode se imiscuir no mérito administrativo. 
 Dessa forma, conclui-se que a autotutela é mais ampla que o controle judicial: 
 
Princípio do Contraditório e Ampla Defesa 
 O princípio do contraditório e da ampla defesa decorre do art. 5º, LV, da Constituição Federal, 
que determina que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
Além disso, eles constam expressamente no caput do art. 2º da Lei 9.784/1999. 
 Contraditório: se refere ao direito que o interessado possui de tomar conhecimento das 
alegações da parte contrária e contra eles poder se contrapor, podendo, assim, influenciar no 
convencimento do julgador. 
 Ampla defesa: confere ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega, podendo se valer de 
todos os meios e recursos juridicamente válidos, vedando, por conseguinte, o cerceamento do 
direito de defesa. 
 Por fim, a ampla defesa abrange também o direito à defesa técnica. Contudo, em processos 
administrativos, cabe ao interessa decidir se precisa ou não de defesa técnica, conforme 
entendimento do STF constante na Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. 
Princípio da Presunção de Legalidade, Legitimidade e Veracidade 
 O princípio da legalidade, legitimidade e veracidade informa que os atos praticados pela 
administração pública se presumem verdadeiros, legítimos e legais, até que se prove o 
contrário. 
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 É preciso destacar que se trata de presunção relativa (chamada de juris tantum), que admite 
prova em contrário. E quem deverá provar que o ato é ilegal ou que se fundamenta em fatos 
inverídicos é o particular (e não a administração pública), operando-se a inversão do ônus da 
prova. 
Princípio da Segurança Jurídica 
 Tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas, considerando 
a inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo, jurisprudencial ou de interpretação 
administrativa das normas jurídicas. 
 Tal princípio mostra-se, sobretudo, no conflito entre o princípio da legalidade com a 
estabilidade das relações jurídicas consolidadas com o decurso do tempo. Muitas vezes, anular 
um ato após vários anos de sua prática poderá ter um efeito mais perverso do que a simples 
manutenção de sua ilegalidade. 
Princípio da Confiança Legítima 
 O princípio da confiança legítima consiste no sentido subjetivo do princípio da segurança 
jurídica. 
 Avalia-se, assim, a segurança jurídica sob o ponto de vista do destinatário dos atos e normas 
legais, proibindo-se comportamentos contraditórios por parte do Estado. 
 O princípio busca proteger o cidadão que, de forma legítima, confia na licitude dos atos 
praticados pela administração pública. 
 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leva-se em conta “a boa-fé do cidadão, que acredita e 
espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão 
mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros" 
Princípio da Boa-Fé 
 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da boa-fé pode ser extraído do princípio da 
moralidade. 
 A boa-fé pode ser visualizada sob o prisma objetivo, que se refere à conduta legal e honesta, ou 
subjetivo, que diz respeito à “crença do sujeito de que está agindo corretamente” (o agente tem 
consciência de legalidade). Assim, sob o prisma subjetivo, alguém que sabe que sua atuação é 
ilegal, estaria agindo de má-fé. 
Princípio da Hierarquia 
 O princípio da hierarquia informa a estruturação dos órgãos da administração pública, criando-
se relações de coordenação e de subordinação entre eles. 
 Em decorrência da hierarquia administrativa, entre órgãos e agentes, surge o dever de 
obediência para um agente público subordinado a outro, a possibilidade de avocação e 
delegação de atribuições e até mesmo a possibilidade de punição de um agente público. 
Princípio da Sindicabilidade 
 O termo “sindicabilidade” relaciona-se com “sindicável”, “sindicância”, “investigação”, 
“controle”. 
 Significa que todo ato administrativo pode se submeter a algum tipo de controle. 
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
 
 
 
Entidades Políticas 
 São entidades políticas a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. 
 As entidades políticas possuem capacidade de: 
1. Auto-organização 
2. Autogoverno 
3. Autoadministração 
Entidades Políticas 
 As entidades administrativas são pessoas jurídicas, de direito público ou de direito privado, 
criadas pelas entidades políticas para exercer parte de sua capacidade de autoadministração. 
Assim, podemos dizer que as entidades administrativas são criadas pelas entidades políticas 
para desempenhar determinado serviço daqueles que lhes foram outorgadas pela Constituição 
Federal. 
 São entidades administrativas: 
1. Autarquias 
2. Fundações públicas 
3. Empresas públicas 
4. Sociedades de economia mista 
 
 
 Centralização administrativa: ocorre quando o Estado presta os serviços por meio de seus 
órgãos e agentes integrantes da Administração direta, ou seja, que compõem as pessoas 
políticas. Dessa forma, os serviços são prestados pelos órgãos despersonalizados integrantes 
 Direito Público X Direito Privado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Entidades Políticas e Administrativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Centralização e Descentralização 
 
 
 
 
 
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da própria entidade política.Contudo, a entidade política pode optar por transferir a terceiro a 
competência para determinada atividade administrativa, caso em que teremos a 
descentralização. 
 A descentralização administrativa, por sua vez, ocorre quando o Estado não executa o serviço 
por meio de sua Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado – 
União, estados, Distrito Federal e municípios – e a pessoa que executará o serviço, uma vez que 
recebeu essa atribuição do Estado. 
 Existem três formas de descentralização administrativa: 
1. Descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional: ocorre quando o 
Estado cria uma entidade com personalidade jurídica própria e a ela transfere a 
titularidade e a execução de determinado serviço público; 
2. Descentralização por delegação ou colaboração: ocorre quando uma entidade 
política ou administrativa transfere, por contrato ou por ato unilateral, a execução de 
um serviço a uma pessoa jurídica de direito privado preexistente. 
3. Descentralização territorial ou geográfica. 
 
 
 A descentralização pressupõe a existência de, no mínimo, duas pessoas distintas: uma que 
transfere a competência e a outra que recebe. Não há relação hierárquica entre as pessoas 
jurídicas. 
 A desconcentração ocorre dentro uma única pessoa jurídica, constituindo uma técnica 
administrativa de distribuição interna de competências. Existe relação hierárquica. 
 Existem três formas distintas de desconcentração: 
 
 O inverso dessa técnica administrativa é a concentração, isto é, a situação em que a pessoa 
jurídica integrante da Administração Pública extingue seus órgãos até então existentes, 
reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências. 
 
 
 Os órgãos são centros de competências que atuam,por meio dos agentes nele lotados, em 
nome da entidade política ou administrativa que a integram. 
 Os órgãos não possuem personalidade jurídica, pois fazem parte de uma pessoa política ou 
administrativa, essas sim, detentoras de personalidade jurídica própria. 
 Existem três teorias principais para explicar a atuação do Estado por meio de seus agentes: 
Concentração e Desconcentração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Órgãos Públicos 
 
 
 
 
 
 
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1. Teoria do mandato: o agente público é mandatário (como se atuasse por meio de uma 
procuração – contrato de mandato) da pessoa jurídica 
2. Teoria da representação: equipara o agente público à figura do tutor ou curador, que 
representa os incapazes. 
3. Teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de órgãos, de 
modo que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se 
o próprio Estado o fizesse. Esta é a teoria adotada no Brasil. 
 
 Quanto a classificação, vejamos o seguinte quadro esquemático: 
 
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 A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas ou 
federativas (União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a 
competência para o exercício das atividades administrativas do Estado de forma centralizada. 
 A Administração Pública Indireta é composta pelas entidades administrativas, que possuem 
personalidade jurídica própria e são responsáveis por executar atividades administrativas de 
forma descentralizada. 
 As entidades da Administração Indireta não possuem autonomia política e estão vinculadas à 
Administração Direta. 
 As entidades da administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista) possuem algumas características comuns, são elas: 
a) personalidade jurídica própria e, por isso, possuem responsabilidade por seus atos, 
patrimônio e receita próprios e autonomia técnica, administrativa e financeira; 
b) criação e extinção condicionada à previsão legal (lei cria ou autoriza a criação); 
c) finalidade específica, definida pela lei de criação; 
d) não estão subordinadas à Administração Direta, mas estão sujeitas a controle. 
Autarquias 
 De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar a autarquia como a “pessoa 
jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para 
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado”. 
 Características das autarquias: 
a) criação por lei; 
b) personalidade jurídica pública; 
c) capacidade de autoadministração; 
d) especialização dos fins ou atividades; 
e) sujeição a controle ou tutela. 
 
 As autarquias agem como se fossem a própria Administração Pública central e, portanto, gozam 
das mesmas prerrogativas e restrições que informam o regime jurídico-administrativo. 
 Administração Direta e Indireta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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==bdbd6==
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Ademais, como possuem personalidade jurídica própria, os seus direitos e obrigações são 
firmados em seu próprio nome. 
 Lembre-se de que tanto a criação quanto a extinção de autarquia dependem de edição de lei 
específica. 
 As autarquias são criadas para executar atividades típicas da Administração Pública. 
 Os conselhos regionais e federais de fiscalização de profissão, com exceção da OAB, são 
autarquias federais. 
 O órgão da administração direta exerce sobre a autarquia o denominado controle finalístico, 
que tem como objetivo a verificação do enquadramento da instituição no programa geral do 
Governo e de seu acompanhamento para garantir o atingimento das finalidades da entidade 
controlada. 
 A natureza dos bens das autarquias é a de bens públicos. Em decorrência dessa qualificação, os 
bens das autarquias possuem os mesmos atributos dos bens públicos em geral, como por 
exemplo, a impenhorabilidade, imprescritibilidade e as restrições quanto à alienação de 
bens públicos. 
 As autarquias possuem algumas prerrogativas em função da natureza da atividade 
desempenhada. Vejamos: 
1. imunidade tributária recíproca; 
2. impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; 
3. imprescritibilidade de seus bens; 
4. prescrição quinquenal; 
5. créditos sujeitos à execução fiscal; 
6. principais situações processuais específicas. 
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 
 As empresas estatais dividem-se em empresas públicas e sociedades de economia mista. 
 Maria Sylvia Zanella Di Pietro cita como traços comuns às empresas públicas e às sociedades de 
economia mista: 
a) a criação e extinção autorizadas por lei; 
b) personalidade jurídica de direito privado; 
c) sujeição ao controle estatal; 
d) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público; 
e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; 
f) desempenho de atividade de natureza econômica. 
 
 São exemplos de empresas públicas federais a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – 
EBCT; a Caixa Econômica Federal – CEF; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social – BNDES; o Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro; 
 São exemplos de sociedades de economia mista o Banco do Brasil S.A.; o Banco da Amazônia; 
a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás. 
 As empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar atividade econômica ou 
prestar serviço público. 
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 Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista são bens privados. Porém, no 
caso das prestadoras de serviço público, os bens diretamente relacionados à prestação do 
serviço gozam dos mesmos atributos dos bens públicos. 
 As diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista resumem-se em 
três: 
 
Fundações Públicas 
 As fundações surgiram no meio privado, em que são definidas como a personificação de um 
patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade social não lucrativa. 
 José dos Santos Carvalho Filho dispõe que existem três características básicas das fundações: 
1. a figura do instituidor; 
2. o fim social da entidade; e 
3. a ausência de fins lucrativos. 
 
 De maneira mais ampla, vale destacar que as fundações públicas também possuem as seguintes 
características: 
a) dotação patrimonial; 
b) personalidade jurídica própria, pública ou privada; 
c) desempenho de atividade atribuída pelo Estado no âmbito social; 
d) capacidade de autoadministração; 
e) sujeição ao controle administrativo ou tutela por parte da Administração Direta, nos 
limites estabelecidos em lei. 
 
 José dos Santos Carvalho Filho ensina que comumente se destinam as seguintes atividades às 
fundações públicas: 
a) assistência social; 
b) assistência médica e hospitalar; 
c) educação e ensino; 
d) pesquisa; e 
e) atividades culturais. 
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AGENTES PÚBLICOS 
 
 Devemos entender o conceito de agentes públicos como uma designação genérica para as 
pessoas físicas que exercem, a qualquer título, as funções estatais, independentemente da 
natureza ou tipo de vínculo que possuem com o Estado. 
 
 
 Veremos a seguir a classificação elaborada por Hely Lopes Meirelles, que apresenta as seguintes 
espécies de agentes públicos: 
Agentes Políticos 
 Os agentes políticos são os componentes do governo em seus primeiros escalões para o 
exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, 
desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, prevista na 
Constituição e em leis especiais. Em regra, a atuação dos agentes políticos se relaciona com as 
funções de governo ou de função política. 
 Exemplos: Chefe do executivo, ministros, secretários, parlamentares, carreiras diplomáticas... 
Agentes Administrativos 
 São aqueles que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com 
vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos. Caracterizam-se 
pelo exercício da atividade como profissão, dentro de uma estrutura hierarquizada. 
 Segundo Hely Lopes Meireles, os agentes administrativos subdividem-se em três grandes 
grupos: a) servidores públicos; b) empregados públicos; e c) servidores temporários. 
Agentes Honoríficos 
 Os agentes honoríficos são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar ao 
Estado, transitoriamente, determinados serviços relevantes, em razão de sua condição cívica, 
de sua honorolidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem possuir qualquer 
vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração. 
Agentes Delegados 
 Os agentes delegados são particulares – pessoas físicas ou jurídicas – que recebem a 
incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em 
nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente 
fiscalização do delegante. Esses agentes não são representantes do Estado, mas são 
colaboradores do Poder Público. 
Agentes Credenciados 
 Conceito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Classificação dos Agentes Públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Os agentes credenciados são aqueles que recebem da Administração Pública a incumbência de 
representá-la em determinado ato ou para praticar alguma atividade específica, mediante 
remuneração do Poder Público credenciante. 
 
 
 Os agentes de fato designam um grupo de agentes que, mesmo sem ter uma investidura normal 
e regular, executam função pública em nome do Estado. 
 Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o ponto marcante dos agentes de fato é que o 
desempenho da função pública deriva de situação excepcional, sem prévio enquadramento 
legal, mas que pode ocorrer no âmbito da Administração, em decorrência da grande variedade 
de situações que ocorrem na sociedade. 
 Os agentes de fato diferenciam-se em duas categorias: 
1. Agentes necessários: são aqueles que atuam em situações excepcionais, como, por 
exemplo, em uma calamidade pública ou outra situação emergencial, colaborando 
com o Poder Público, como se fossem agentes de direito. 
2. Agentes putativos: são os que desempenham atividade pública na presunção de 
legitimidade, porém em caso que a investidura do agente não se deu dentro do 
procedimento legalmente exigido. 
 
 
 Os agentes públicos podem exercer cargo público, emprego público ou função pública. 
 A Lei 8.112/1990 define cargo público como “o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor”. Ademais, os 
cargos públicos “são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres 
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão”. 
 Os empregos públicos, por outro lado, diferem-se dos cargos públicos por designarem a 
unidade de atribuições em que o vínculo é celetista, possuindo, portanto, a natureza trabalhista 
e contratual, regido predominantemente por regras de Direito Privado. Dessa forma, os 
empregos públicos designam, em regra, as unidades de atribuições e responsabilidades 
ocupadas pelos empregados públicos das pessoas administrativas de direito privado: empresas 
públicas e sociedades de economia mista. 
 Para todo cargo ou emprego público corresponde uma ou mais funções públicas, isto é, o 
conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos, aos empregos ou diretamente aos 
agentes públicos. Dessa forma, todo cargo ou emprego público possui alguma função. Todavia, 
existem casos em que a função não é atribuída a nenhum cargo ou emprego público, ou seja, 
existem funções que não possuem cargo ou emprego público. 
 
 
Acesso a funções, cargos e empregos públicos 
 Agente de Fato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Funções, Cargos e Empregos Públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aspectos Constitucionais 
 
 
 
 
 
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 O inciso I do art. 37 da CF determina que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis 
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, bem como aos estrangeiros, 
na forma da lei. 
 Para os brasileiros, a regra é a ampla acessibilidade. Por outro lado, para os estrangeiros, o 
dispositivo é norma de eficácia limitada, ou seja, os estrangeiros só terão acesso aos cargos e 
empregos públicos na forma da lei. 
 Ademais, a regra é que não exista diferenciação entre brasileiros natos, naturalizados ou, ainda, 
equiparados (CF, art. 12, §1º). Entretanto, a Constituição Federal reserva alguns cargos que 
somente podem ser ocupados por brasileiros natos. 
 O art. 37, I, da CF, o dispositivo impede que sejam estabelecidas condições ou exigências para o 
acesso aos cargos ou empregos públicos que não estejam previstos em lei. Portanto, os editais 
de concursos públicos não são instrumentos hábeis para estabelecer limitações para a 
participação no concurso ou para o provimento no cargo que não possuem respaldo em lei. 
 Todavia,eventualmente, com base no princípio da razoabilidade – e respeitando os princípios 
da isonomia e da impessoalidade –, são permitidas exigências que venham a limitar o amplo 
acesso aos cargos ou empregos públicos, como limite de idade, sexo, altura, formação 
profissional, etc. Com efeito, o art. 39, § 3º, da Constituição Federal estabelece que a lei poderá 
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
 Súmula 693 do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em 
face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições 
do cargo a ser preenchido”. 
 Ah, lembre-se de que o STF firmou posicionamento de que os editais de concurso público não 
podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão 
de conteúdo que viole valores constitucionais. 
Concurso público 
 O concurso público é um procedimento administrativo que tem o objetivo de aferir as aptidões 
das pessoas e selecionar os melhores candidatos ao provimento dos cargos públicos. Trata-se 
de uma consagração dos princípios da impessoalidade/isonomia, da moralidade e da 
competição. 
 Um tema bastante relevante trata do provimento de cargos nos conselhos de fiscalização de 
profissão (regionais ou federais), como o Conselho Federal de Medicina, o Conselho Federal de 
Contabilidade... Essas entidades são consideradas autarquias federais, ou seja, são entidades 
de direito público, uma vez que desempenham atividade típica de Estado, fiscalizando o 
exercício de atividade profissional. Por conseguinte, o provimento dos seus cargos públicos 
deve ocorrer mediante concurso público. 
 Obs.: A OAB não faz parte da Administração Pública e também não precisa realizar 
concurso público para o provimento de pessoal. 
 
 O STF entende que é inconstitucional a conversão de cargo temporário em permanente. 
 De acordo com a Constituição, o concurso público será “de provas” ou “de provas e títulos”. 
Logo, é possível o concurso apenas de provas, mas jamais o concurso apenas de títulos. 
Também não é possível um “concurso” apenas de análise curricular, entrevistas, etc. 
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 Importante esclarecer que a prova de títulos somente poderá ter caráter 
classificatório, mas jamais poderá ser eliminatória! 
Regras restritivas: Cláusulas de Barreiras vs. Cláusulas Eliminatórias 
1. Cláusulas eliminatórias: são aquelas que impõem um “patamar fixo” para o candidato 
avançar às fases seguintes. São exemplos a exigência de pontuação mínima na prova 
objetiva (por disciplina, por grupo de disciplina ou na prova como um todo), ou uma 
pontuação mínima na prova discursiva ou ainda índices mínimos no exame físico 
(correr “tantos metros em tanto tempo”, fazer “tantas flexões na barra”, etc.); e 
2. Cláusulas de barreira: estabelecem um “limite de candidatos” que poderão seguir no 
certame, para as etapas subsequentes, entre aqueles que não foram eliminados pelas 
cláusulas eliminatórias. 
Exceções à exigência de concurso público 
 A regra é a realização do concurso público. Todavia, vejamos as duas principais exceções à 
exigência do concurso público: 
1. Cargos em comissão: essa exceção consta no próprio art. 37, II, que excepciona “as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração”; 
2. Função temporária: o art. 37, IX, da CF prevê a contratação por tempo determinado 
para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Nesse caso, 
não há exigência de concurso público. No entanto, em observância ao princípio da 
impessoalidade, em geral os órgãos e entidades públicos costumam realizar um 
processo seletivo simplificado. 
 
 Obs.: Em situações de urgência, emergência ou de calamidade pública, todavia, nem mesmo o 
processo seletivo simplificado será realizado, tendo em vista que o interesse público exige a 
contratação célere, em detrimento da realização do processo de seleção. 
Direito à nomeação 
 
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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 O poder vinculado ou regrado ocorre quando a lei, ao outorgar determinada competência ao 
agente público, não deixa nenhuma margem de liberdade para o seu exercício. 
 
 
 Segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico “é o de que dispõe o Executivo para distribuir 
e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, 
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”. Apesar 
de o renomado autor falar do “Executivo”, o mais adequado é falar em “Administração Pública”, 
uma vez que o poder hierárquico se manifesta no exercício da função administrativa. 
 Objetivos do Poder Hierárquico: 
1. Dar ordens; 
2. Editar atos normativos internos para ordenar a atuação dos subordinados; 
3. Fiscalizar a atuação e rever atos; 
4. Delegar competências; 
5. Avocar atribuições; e 
6. Aplicar sanções. 
 Vale lembrar que os subordinados podem se negar a cumprir ordens manifestamente ilegais. 
 Fiscalizar: superior pode controlar os atos dos subordinados (legalidade e mérito) 
 Delegar: atribuir a terceiro (subordinado ou não) parcela de suas atribuições 
 Avocar: atrair para si a competência de um subordinado (medida excepcional e temporária, 
depende de justificativa) 
 Importante ressaltar que não há hierarquia: 
1. na vinculação: Administração direta sobre a indireta; 
2. entre a Administração e particulares; 
 Poder Vinculado e Discricionário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder Hierárquico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. nas funções típicas do Legislativo e do Judiciário (em regra). 
 
 
 É o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas 
sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. 
 O poder disciplinar permite a aplicação de punições em decorrência de infrações relacionadas 
com atividades exercidas no âmbito da própria Administração Pública. Assim, o poder 
disciplinar se aplica somente aos servidores públicos ou aos particulares que estejam ligados por 
algum vínculo jurídico específico à Administração. 
 O exercício do poder disciplinar é em parte vinculado e em parte discricionário. Dessa forma, 
pode-se dizer que é vinculada a competência para instaurar o procedimento administrativo para 
apurar a falta ou dar conhecimento à autoridade competente para fazê-lo e, se comprovado o 
ilícito administrativo, a autoridade é obrigada a responsabilizar o agente faltoso. Por outro lado, 
em regra, é discricionária a competência para tipificação da falta e para a escolha e gradação da 
penalidade 
 
 
 Temos que tomar muito cuidado com as expressões poder normativo e poder regulamentar. 
 Alguns autores utilizam “poder regulamentar” para designar toda a capacidade normativa da 
Administração Pública (o que para alguns seria poder normativo). Outros, no entanto, 
mencionam o poder regulamentar para se referir apenas à competência do Chefe do Poder 
Executivo (Presidente, governadores e prefeitos). 
 Para fins de prova, infelizmente, não há uma sistematização adequada das nossas bancas 
organizadoras. A dica que podemos passar é a seguinte: somente diferencie as expressões 
quando for necessário. 
 
 
 Para Hely Lopes Meirelles, o poder de polícia é “a faculdade de que dispõe a Administração 
Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais, em 
benefício da coletividade ou do próprio Estado”. 
 PoderDisciplinar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder Regulamentar ou Normativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Poder de Polícia 
 
 
 
 
 
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 O fundamento do poder de polícia está no predomínio do interesse público sobre o particular 
(princípio da supremacia do interesse público), que coloca a Administração em posição de 
hegemonia perante os administrados. 
 Poder de polícia em sentido amplo: representa toda e qualquer ação restritiva do Estado em 
relação aos direitos individuais. Nesse sentido, o poder de polícia envolve tanto a atuação do 
Legislativo como do Executivo. 
 Poder de polícia em sentido estrito: trata apenas da atividade da Administração Pública, que 
regulamenta as leis de polícia ou que exerce atividades concretos de limitação e 
condicionamento. 
 
 
 O poder de polícia pode ser exercido em todas as esferas de governo (União, estados, Distrito 
Federal e municípios). 
 Segundo Hely Lopes Meirelles, são atributos do poder de polícia: 
a) Discricionariedade: se apresenta no momento da escolha do que se deve fiscalizar e, 
no caso em concreto, na escolha de uma sanção ou medida dentre diversas previstas 
em lei; 
b) Autoexecutoriedade: é dividida em exigibilidade e executoriedade. Pela 
exigibilidade a Administração se utiliza de meios indiretos de coação, como a 
aplicação de multas ou a impossibilidade de licenciar um veículo enquanto não pagas 
as multas de trânsito. Por outro lado, pela executoriedade a Administração compele 
materialmente o administrado, utilizando-se de meios diretos de coação; 
c) Coercibilidade: é a característica que torna o ato obrigatório independentemente da 
vontade do administrado. 
 
 Poder de polícia originário: é aquele exercido pela Administração Pública direta. 
 Poder de polícia delegado ou outorgado: é aquele desempenhado pelas entidades da 
Administração Pública indireta, que receberam tal competência por meio de outorga legal. 
Nesse caso, a entidade polícia procede a descentralização por outorga, criando uma entidade 
administrativa para o desempenho de atividade de polícia. 
 ATENÇÃO! No âmbito da jurisprudência do STJ, entende-se que é possível delegar às entidades 
administrativas de direito privado as atividades de consentimento e de fiscalização. Por outro 
lado, as atividades de ordem de polícia e de sanção não podem ser delegadas a pessoas jurídicas 
de direito privado. 
 Vale lembrar que há consenso de que não é possível delegar o poder de polícia para particulares. 
 Vejamos a seguir um quadro-resumo com os meios de atuação e ciclo do poder de polícia: 
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 O abuso de poder é gênero que comporta duas categorias: 
a) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua esfera de 
competência; 
b) desvio de poder (desvio de finalidade): quando o agente atua dentro de sua esfera de 
competência, porém de forma contrária à finalidade explícita ou implícita na lei que 
determinou ou autorizou o ato. Nesse caso, será desvio de poder a tanto conduta 
contrária à finalidade geral (interesse público, finalidade mediata) quanto à finalidade 
específica (imediata). 
 
 
 
 Não se esqueça de que o abuso de poder pode se manifestar por meio de condutas comissivas 
(fazer) e também por condutas omissivas (não fazer). 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
 O Brasil adota a escola formalista ou legalista. 
 Abuso de Poder 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conceito 
 
 
 
 
 
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 Para os formalistas, será serviço público a atividade que o ordenamento jurídico determine que 
seja prestada sob regime jurídico de direito público. Nesse caso, é a Constituição e a lei que 
definem o que será serviço público. 
 De acordo com Hely Lopes Meirelles: “Serviço público é todo aquele prestado pela 
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer 
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado.” 
 
 Vejamos quais são os princípios do serviço público segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: 
a) Dever inescusável do Estado de promover-lhe a prestação; 
b) Princípio da supremacia do interesse público; 
c) Princípio da adaptabilidade; 
d) Princípio da universalidade; 
e) Princípio da impessoalidade; 
f) Princípio da continuidade; 
g) Princípio da transparência; 
h) Princípio da motivação; 
i) Princípio da modicidade das tarifas; 
j) Princípio do controle (interno e externo); 
 
 As classificações mais relevantes são: 
a) Serviços coletivos (gerais) e singulares (individuais): essa é a mais pacífica das 
classificações e costuma ser adotada, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal. Os 
serviços públicos gerais (uti universi) são aqueles prestados a toda coletividade, 
indistintamente, como por exemplo, iluminação pública, varrição de ruas e praças... 
Por outro lado, os serviços singulares (uti singuli) são aqueles em que é possível 
mensurar a sua prestação individual, ou seja, o quanto cada usuário utilizou do 
serviço, como por exemplo, serviços de energia elétrica, água encanada, telefonia, 
coleta domiciliar de lixo... 
b) Serviços delegáveis e indelegáveis; 
c) Serviços próprios e impróprios. 
 
 
 CONCESSÃO de serviços públicos, precedida ou não de obra pública: 
a) é celebrada por contrato administrativo; 
b) é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação; 
c) exige licitação – na modalidade de concorrência, exceto no caso em que é aplicável o 
leilão ou nos casos de inexigibilidade; 
d) só se aplica a pessoas jurídicas e a consórcio de empresas; 
 Princípios dos Serviços Públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Classificação dos Serviços Públicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Características das Modalidades de Delegação 
 
 
 
 
 
 
 
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e) exige lei autorizativa prévia, com exceção das hipóteses previstas no art. 2º da Lei 
9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas 
constituições e leis orgânicas). 
 
 PERMISSÃO de serviços públicos: 
a) é celebrada por contrato de adesão, de caráter precário, revogável9 a qualquer tempo 
pela Administração; 
b) é necessariamente por tempo determinado, admitindo-se prorrogação; 
c) sempre exige licitação, mas não necessariamente por concorrência; 
d) pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas; 
e) exige lei autorizativa prévia, exceto nas hipóteses previstas no art. 2º da Lei 
9.074/1995 (saneamento básico, limpeza urbana e hipóteses previstas nas 
constituições e leis orgânicas). 
 
 AUTORIZAÇÃO de serviços públicos: 
a) é formalizada por ato administrativo, unilateral e de caráter precário, revogável a 
qualquer momento pela Administração e sem direito à indenização; 
b) pode ser feita por prazo indeterminado; 
c) não exige licitação; 
d) pode ser feita a pessoas físicas ou jurídicas; 
e) não exige lei autorizativa prévia. 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Quanto ao fundamento, à existência de hierarquia ou à amplitude: 
a) hierárquico: que resulta do escalonamento hierárquico dos órgãos administrativos; 
b) finalístico: aquele que não possui fundamento na hierarquia. 
 
 Classificações do Controle da Administração Pública 
 
 
 
 
 
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 Quanto à origem ou ao posicionamentodo órgão que o efetua: 
a) interno: realizado no âmbito da própria Administração ou por órgão do mesmo Poder 
que editou o ato controlado; 
b) externo: realizado por órgão independente ou de outro Poder do que efetuou o ato 
controlado; 
c) popular: efetuado pela sociedade civil ou pelos administrados em geral. 
 
 Quanto ao órgão que o exerce: 
a) administrativo: aquele que decorre das funções administrativas do órgão; 
b) legislativo: é o controle realizado no exercício da função típica do Poder Legislativo 
de fiscalizar. Divide-se em controle parlamentar direto (exercido diretamente pelo 
Congresso Nacional); e controle parlamentar indireto (exercido pelo Tribunal de 
Contas da União); 
c) judicial: é o controle realizado pelo Poder Judiciário sobre a atuação da 
Administração Pública. 
 
 Quanto ao momento em que se efetua: 
a) prévio: é o controle preventivo realizado antes do início da prática do ato ou antes de 
sua conclusão; 
b) concomitante: ocorre durante o processo de formação do ato controlado; 
c) posterior: também chamado de subsequente, é o controle que ocorre após a 
conclusão do ato. 
 
 Quanto ao aspecto da atividade administrativa controlada: 
a) de legalidade ou legitimidade: procura verificar a conformação do ato ou do 
procedimento com as normas legais que o regem; 
b) de mérito: tem por objetivo comprovar a eficiência e os resultados do ato, além dos 
aspectos de conveniência e oportunidade. 
 
 
 O controle exercido pela Administração Pública, ou simplesmente controle administrativo, 
ocorre quando a própria Administração controla os seus atos. Com efeito, será sempre um 
controle interno, vez que se instaura dentro de um mesmo Poder. 
 Importante lembrar que todos os Poderes podem exercer o controle administrativo quando 
estiverem no exercício da função administrativa. Assim, quando o Poder Legislativo ou o Poder 
Judiciário fiscalizam os seus próprios atos administrativos, estão exercendo o controle 
administrativo. 
 Existem diversos instrumentos utilizados no controle administrativo, dos quais podemos 
destacar: 
a) Fiscalização hierárquica; 
b) O direito de petição; 
c) O processo administrativo, incluindo os recursos administrativos; 
d) O instrumento da arbitragem. 
 Controle exercido pela Administração Pública 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Recursos administrativos: 
a) Reclamação administrativa: é a manifestação de inconformismo com alguma decisão 
administrativa; 
b) Representação: é a denúncia feita por qualquer pessoa sobre irregularidades; 
c) Pedido de reconsideração: é o pedido feito à mesma autoridade que emitiu o ato; 
d) Recurso hierárquico próprio: é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade 
hierarquicamente superior àquela que editou o ato; 
e) Recurso hierárquico impróprio: são recursos dirigidos a órgãos especializados na 
apreciação de recursos específicos e que, portanto, não estão relacionados 
hierarquicamente com a autoridade que editou o ato. 
f) Revisão: revisão é aquele destinado a rever a aplicação de sanções, pelo surgimento 
de fatos novos, não conhecidos no momento da decisão original. 
 Importante lembrar os conceitos de preclusão, prescrição e decadência para não cair em 
nenhuma pegadinha na prova! Vejamos: 
a) Prescrição: é a perda do prazo para reclamar um direito pela via judicial, ou seja, é a 
perda da possibilidade de defender um direito por meio da pretensão judicial. 
b) Preclusão: é a perda do prazo para determinada manifestação dentro de um processo 
(administrativo ou judicial) 
c) Decadência: é a perda do direito em si mesmo, ou seja, a pessoa não se utiliza de seu 
direito dentro do prazo previsto em lei e, por esse motivo, passa a não mais possuir 
essa prerrogativa. 
 
 Obs.: A diferença entre a prescrição e a preclusão é que na prescrição se perde a possibilidade 
de mover uma ação judicial; enquanto a preclusão é apenas a superação de um estágio do 
processo, ao qual não se poderá retornar. 
 
 
 O controle legislativo ocorre em qualquer esfera de governo, seja federal, estadual, distrital ou 
municipal 
 Controle legislativo é o exercício da função típica de fiscalização que o Poder Legislativo exerce 
sobre os atos dos demais poderes, sobremaneira do Poder Executivo e de sua Administração 
Indireta. Basicamente, o controle legislativo manifesta-se de duas maneiras: 
a) Controle político, também chamado de controle parlamentar direto: é aquele 
exercido diretamente pelo Congresso Nacional, por suas Casas, pelas comissões 
parlamentares, ou diretamente pelos membros do Poder Legislativo; 
b) Controle exercido pelo Tribunal de Contas (também chamado de controle 
parlamentar indireto ou simplesmente controle técnico). 
Controle Parlamentar Direto 
 São diversas as competências previstas para que o Congresso Nacional exerça o controle 
externo da Administração Pública. A maioria dessas competências estão disciplinadas no art. 
49 da Constituição Federal, mas podemos observar algumas hipóteses nos artigos 50, 70 e 71. 
 Controle Legislativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Vejamos algumas competências do Congresso Nacional que geralmente são cobradas em 
prova: 
a) Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos 
limites de delegação legislativa (CF, art. 49, V); 
b) Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre 
a execução dos planos de governo (art. 49, IX); 
c) Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, 
incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X); 
d) Competência da Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, para 
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da 
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado (CF, art. 
50, caput); 
e) Competência das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para encaminhar 
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente 
subordinados à Presidência da República (CF, art. 50, §2º); 
f) Exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública federal, mediante controle externo (CF, 
art. 70, caput); 
Controle exercido pelo Tribunal de Contas da União 
 A titularidade do controle externo cabe ao Congresso Nacional. Contudo, a maior parte das 
competências no que diz respeito ao controle externo são dos tribunais de contas. 
 O controle externo da gestão pública é desenvolvido de forma conjunta pelo Legislativo, 
cabendo-lhe a titularidade, e pelo Tribunal de Contas, o qual detém competências próprias e 
privativas. 
 As competências do Tribunal de Contas estão previstas no artigo 71 da CF. Recomendo a leitura 
desse dispositivo legal. 
 
 
 Em primeiro lugar, este é um controle de legalidade e legitimidade. Isso não significa que ele se 
limite estritamente ao texto da lei, pois cabe ao Judiciário analisar a observância dos princípios 
administrativos, como a moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. 
 Diante de um ato ilegal, ilegítimo ou imoral, caberá ao Poder Judiciário anular o ato 
administrativo. Por outro lado, não é possível analisar o mérito, ou seja, o juízo de conveniência 
e oportunidade do agente público. 
 Lembre-se de que o controle judicial só ocorre quando provocado, ou seja, não pode o Poder 
Judiciário anular um ato ilegal de ofício, pois é necessário que alguém, ou algumainstituição, dê 
início à ação judicial com essa finalidade. 
 O controle judicial pode se dividir em controle comum e controle especial. 
a) Controle comum: é o controle a que se sujeitam os atos administrativos em geral. 
Trata-se do controle de legalidade e de legitimidade, em que se permite que o Poder 
Judiciário anule os atos administrativos ilegais ou ilegítimos; 
b) Controle especial: é o controle a que se sujeitam os atos especiais: atos legislativos, 
atos políticos e atos interna corporis. 
 Controle Judicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
 Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário público poderá responder nas esferas 
civil, penal e administrativa. 
 A responsabilidade civil decorre de procedimento omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, 
que importe em prejuízo da Fazenda Pública Estadual ou de terceiros. Vale lembrar que, 
tratando-se de dano causado a terceiros, o funcionário responderá perante a Fazenda Pública 
Estadual por meio de ação de regresso, ou seja, o Estado arcará com a indenização ao terceiro, 
mas, após o trânsito em julgado da ação de indenização, a Fazenda ingressará com ação contra 
o funcionário, no caso de dolo ou culpa deste. 
 A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao funcionário público, 
sendo apurada em procedimento judicial próprio para isso. 
 A responsabilidade administrativa resulta de atos praticados ou omissões ocorridas no 
desempenho do cargo ou função, ou fora dele, quando comprometedores da dignidade e do 
decoro da função pública. 
 Além disso, devemos lembrar que as instâncias civil, penal e administrativa são independentes 
e, por conseguinte, as penalidades civis, penais e disciplinares podem ser aplicadas 
cumulativamente. 
 O STF entende que a despeito da independência das instâncias, a absolvição criminal só afasta 
a responsabilidade civil ou administrativa se negar a existência do fato ou afastar do acusado a 
respectiva autoria (negativa de autoria). 
 
 No Brasil, vigora a responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade de risco administrativo, 
nos termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, vejamos: 
 
 Essa modalidade não alcança, porém, os danos decorrentes de omissão da Administração 
Pública, que, nesses casos, serão indenizados conforme a teoria da culpa administrativa. 
 A abrangência do dispositivo constitucional acima citado alcança: 
a) a administração direta, as autarquias e as fundações públicas de direito público, 
independentemente das atividades que realizam; 
b) as empresas públicas, as sociedades de economia mista, quando forem prestadoras 
de serviços públicos; e 
c) as delegatárias de serviço público (pessoas privadas que prestam serviço público por 
delegação do Estado – concessão, permissão ou autorização de serviço público). 
 
Responsabilidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsabilidade Civil do Estado no Direito Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Quanto à responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público, o entendimento atual do STF é que ela alcança os usuários e os não usuários do 
serviço. 
 
 
 A responsabilidade objetiva do Estado exige a presença dos seguintes pressupostos: conduta, 
dano e nexo causal. Dessa forma, se alguém desejar obter o ressarcimento por dano causado 
pelo Estado, em decorrência de uma ação comissiva, deverá comprovar que: 
1. Existiu a conduta de um agente público agindo nessa qualidade (oficialidade da 
conduta causal); 
2. Que ocorreu um dano; e 
3. Que existe nexo de causalidade entre a conduta do agente público e o dano sofrido, 
ou seja, que foi aquela conduta do agente estatal que gerou o dano. 
 
 
 A teoria do risco administrativo admite as seguintes hipóteses de exclusão da responsabilidade 
civil do Estado: 
1. Caso fortuito ou força maior; 
2. Culpa exclusiva da vítima; e 
3. Fato exclusivo de terceiro. 
 
 
 Analisando o §6º, art. 37, da CF, podemos perceber que existem dois tipos de responsabilidade: 
1. A responsabilidade objetiva do Estado perante os terceiros lesados; e 
2. A responsabilidade subjetiva dos agentes causadores de dano, amparando o direito 
de regresso do Estado, nos casos de dolo ou culpa. 
 
 No primeiro caso, temos a responsabilidade civil do Estado. Entretanto, se ficar comprovado 
dolo ou culpa do agente causador do dano, assegura-se o direito de regresso do Estado perante 
esse agente, ou seja, a Administração Pública poderá reaver os custos da indenização do dano. 
 Vejamos o seguinte esquema: 
 
Requisitos para a demonstração da responsabilidade Civil 
do Estado no Direito Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Causas Excludentes ou Atenuantes da responsabilidade 
Civil do Estado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito de Regresso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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