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1 MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA NÃO-INVASIVA Os sinais vitais indicam a condição hemodinâmica de uma pessoa. As observações rigorosas fornecem excelentes parâmetros para intervenções rápidas e eficientes, no intuito de seconseguir o retorno à condição basal do cliente. Em terapia intensiva, a avaliação hemodinâmica não-invasiva é um objetivo a ser alcançado, pois,pelas condições que levam a internação nesta unidade, geralmente instabilidade hemodinâmica grave,os parâmetros vitais são importantes indicadores da resposta orgânica à terapêutica oferecida. Destaforma, geralmente a monitorização é feita de forma invasiva, que fornece parâmetros vitais maisprecisos, com um risco maior ao cliente, como por exemplo, infecção. Pelo risco alto de infecção e possíveis complicações graves, a monitorização hemodinâmica nãoinvasivadeve ser alcançada o mais breve que o estado do cliente permitir. São parâmetros importantes: temperatura, pulso, pressão arterial, respiração, eletrocardiograma, oximetria de pulso, monitorização cardíaca. TEMPERATURA CORPORAL A média da temperatura corporal normal é de 37ºC. A verificação da temperatura axilar produzvalores alguns décimos abaixo do valor de referência e a verificação da temperatura retal alguns décimos acima deste valor. A regulação da temperatura envolve mecanismos complexos que levam em conta a necessidade da produção e a perda de calor para o ambiente. A produção de calor ocorre a partir de váriosmecanismos, dentre eles os hormônios tireoidianos, os mediadores químicos norepinefrina e epinefrina. A perda de calor envolve geralmente quatro mecanismos: radiação, condução, convecção eevaporação. São fatores que alteram a temperatura corporal: IDADE: a temperatura corporal de recém-nascido varia de 35,5 a 37,5ºC. Pacientes idosos em climafrio podem apresentar temperatura de 35ºC. (Potter,2002) Influências Hormonais – Mulheres apresentam de modo geral variação de temperatura corporal maisfreqüente do que homens Variações diurnas: De acordo com o ritmo circadiano, a temperatura corporal sofre variações duranteo período de 24h. Estresse e ambiente Ingestão de líquidos frios ou quentes – pode produzir segundo Potter (2002) variações detemperatura entre 0,1 a 0,8° C. Fumo: pode alterar a temperatura corporal entre – 0,1 a + 0,1°C. 2 Febre A febre é definida como a elevação da temperatura corporal acima do valor normal, desde que nãoocasionada por fatores naturais ou ambientais. Potter (2002) classifica a febre de três tipos: Febre Intermitente – temperatura corporal aumenta em algum período do dia, mas retorna ao normalem 24 horas. Febre Remitente – A febre permanece elevada por um dia ou mais. Febre recorrente – Caracteriza-se por períodos de febre durante alguns dias, alternando-se com váriosdias de temperatura normal. Alguns autores ainda referem ainda outro tipo de febre, a CONTÍNUA, onde o cliente apresenta temperatura corporal elevada durante todo o dia, sem voltar ao normal. Medição da Temperatura Locais Existem 03 locais para medir a temperatura corpórea: BOCA, RETO E AXILA. Cada um desses apresenta vantagens e desvantagens. A boca:é o mais acessível e o mais confortável para o paciente, mas, não deve ser usado em pacientes com lesão bucal ou que tenham sido submetidos à cirurgia oral, bebes ou crianças, pacientes incapazes de segurar o termômetro ou que possam derrubá-lo, pacientes que respiram pela boca ou com histórico de convulsões ou com calafrios intensos. O local mais confiável é o RETO, uma vez que poucos fatores são capazes de alterar esses resultados. 3 Contra indicação: cirurgia retal recente ou que apresentem qualquer problema na região, ou que não possam se posicionar adequadamente. A axila é o lugar mais seguro para medir a temperatura, especialmente em recém-nascidos. Tipos de Termômetros. VIDRO (mercúrio) DIGITAL DESCARTÁVEL OU TIRAS TEMPO DE ESPERA PARA RETIRAR TERMOMETRO 4 LOCAL TIPO DE TERMOMETRO TEMPO OBS Oral Vidro 2 a 8 minutos ABAIXO DE 35,5 Oral Digital Sinal Sonoro Depende Do Fabricante Retal Vidro 2 a 4 Segundos Posição Sims Lubrificar Adulto: 2,5 a 3,5 cm Criança: 1,2 a 2,5 cm Retal Digital Idem retal vidro Idem retal vidro Axilar Vidro 5 a 10 minutos Axilar Digital Sinal Sonoro Hipertermia – temperatura corporal acima da faixa da normalidade. Principal causa: liberação, nos líquidos corporais de PTN e polissacarídios anormais. Elevada temperatura corporal relacionada à incapacidade do corpo de promover perda de calor ou de reduzir a produção de calor. Hipotermia – pode ser intencional ou não. ºC º C ºC Normotermia (apirexia/afebril) - Temperatura corporal dentro da faixa da normalidade. Intensidade da Febre Febre leve ou febrícula: até 37,5ºC Febre moderada: 37,5 a 38,5ºC Febre alta ou elevada: acima de 38,5º C Cuidados básicos - resfriar o corpo e restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico. 5 Pulso - FC É o limite palpável de fluxo de sangue percebido em vários pontos do corpo (expansão e o relaxamento das artérias). Em condições normais o sangue bombeia aproximadamente 4l de sangue /min. Com cada ejeção do volume sistólico as paredes da aorta se distendem, criando uma onda de pulsação que progride rapidamente as terminações distais das artérias. A freqüência da pulsação é o número de pulsações em 1 minuto. REGIÃO LOCALIZAÇÃO CRITERIOS DE AVALIAÇÃO Temporal Acima do osso temporal da cabeça, abaixo e lateral ao olho. Local de fácil acesso, usado para avaliar em crianças. Carotídeo Ao longo da borda medial do músculo esternocleidomastoide, no pescoço. Local de fácil acesso, usado durante o choque fisiológico ou parada cardíaca, quando outros locais não estão palpáveis. Apical Quarto e quino espaço ou linha hemiclavicular esquerda. Ausculta do pulso apical. Braquial Sulco entre músculos do bíceps e tríceps. Estado circulatório no antebraço e pressão arterial. Radial Lado radial ou dedo polegar perto do punho. Característica do pulso periférico e o estado circulatório na mão. Ulnar Lado ulnar do antebraço perto do punho. Estado circulatório na mão Femoral Abaixo do ligamento inguinal, entre a sínfise pubiana e espinha ilíaca superior. Característica do pulso durante a parada cardíaca quando outros pulsos não são palpáveis. Estado circulatório da perna. Poplíteo Atrás do joelho, na fossa poplítea. Estado circulatório da perna inferior. Tibial Posterior Lado interno do calcanhar, abaixo do maléolo medial. Estado circulatório do pé Pedis dorsalis Ao longo de todo o pé entre a extensão dos tendões do hálux Estado circulatório do pé 6 Características do pulso: Freqüência: Deve-se considerar a variedade de fatores que influenciam a freqüência (medicação, idade). Adultos - 60 a 100 bpm; acima disso é denominado taquisfigmia, abaixo bradisfigmia. a) Aumento da freqüência: medicações, exercícios, alimentação, emoções fortes, medo, dor, elevação da temperatura corporal, obesidade, gravidez... b) Diminuição da freqüência: medicações, repouso, jejum... Ritmo: É dado pela seqüência de pulsações. Se elas ocorrem em intervalos iguais, diz-se que o ritmo é regular, se variam, denomina-se irregular. Um intervalo interrompido por um batimento precoce ou tardio ou a perda de um batimento indica um ritmo anormal ou arritmia. Amplitude: Reflete o volume de sangue ejetado contra a parede da artéria a cada contração cardíaca e a condição do sistema vascular arterial levando para o lado do pulso. Pode ser classificado em forte, fraca, filiforme, entre outros. Pulso Normocárdico: batimento cardíaco normal. Pulso Ritmico: Os intervalos entre os batimentossão iguais. Pulso Arrítmico: Os intervalos entre os batimentos são desiguais Pulso Dicrótico: Impressão de dois batimentos. Taquisfugmia: pulso acelerado. Bradisfgmia: abaixo do valor de referência. Pulso Filiforme (fraco): Indica redução da força ou volume do pulso periférico. Respiração - FR Mecanismo que o corpo utiliza para a troca de gases entre a atmosfera e o sangue e entre o sangue e as células. Envolve a ventilação, difusão e perfusão. A respiração envolve: •Ventilação - movimentos dos gases para dentro e fora dos pulmões •Difusão - movimentos do O2 e CO2 entre os alvéolos e células vermelhas •Perfusão - distribuição das células vermelhas do sangue para e a partir dos capilares pulmonares. Controle dos movimentos respiratórios Tronco cerebral - controle involuntário dos músculos intercostais e diafragma. 7 Fatores que afetam a respiração: exercício, dor aguda, ansiedade, tabagismo, anemia, posição corporal, medicações, lesão do tronco cerebral. Freqüência Respiratória Adulto = 12 a 20 irpm Adolescente = 16 a 19 irpm Escolar= 20 a 30 irpm Criança (2 anos) = 25 a 32 irpm Lactente (6 meses) = 30 a 50 irpm Recém-nato = 30 a 60 irpm Profundidade Respiratória – a profundidade das respirações é avaliada ao se observar o nível de excursão ou movimento da parede torácica. Ritmo ventilatório – O padrão respiratório pode ser determinado ao se observar o tórax ou o abdome. Com a respiração normal, um intervalo regular ocorre depois de cada ciclo respiratório. Embora o respirar seja normalmente passivo, o trabalho muscular envolve a movimentação dos pulmões e da parede torácica. Alterações do Padrão Respiratório Alteração Descrição Bradpnéia FR é regular, mas anormalmente lenta ↓ 12 irpm. Taquipnéia FR é regular, mas anormalmente rápida ↑ 20 irpm. Hiperpnéia Respiração com esforço, maoir profundidade e ritmo (superiores a 20). Ocorre normalmente durante exercícios. Apnéia A respiração cessa por vários segundos Hiperventilação Ritmo e profundidade aumentam Hipoventilação Ritmo está baixo e a profundidade pode estar deprimida Respiração de Cheyne Stokes O ritmo e a profundidade são irregulares, caracterizados por períodos alternados de apnéia e hiperventilação. O ciclo respiratório começa com respirações lentas e superficiais que aumentam para ritmo e profundidade anormais. O padrão se reverte, a respiração fica lenta e superficial, chegando a apnéia antes que a respiração comece. Ex: Insuficiência cardíaca congestiva,broncopneumonia, overdose, lesão do sistema nervoso central. Respiração de Kussmaul As respirações são anormalmente profundas, regulares e com ritmo maiores. EX: cetoacidose diabética. Respiração de Biot ou Ataxia Períodos de respiração anormalmente lenta (3-4 ciclos) seguidos por um período variável de apnéia (10 segundos a 01 minuto). Indica lesão Bulbar. 8 PRESSÃO ARTERIAL A PA normal, é de aproximadamente 120/80 mmHg em adultos jovens sadios. Considera-se hipertensão quando a PA sistólica estiver acima de 160 mmHg (MS – >140 mmHg) e a PA diastólica acima de 90 mmHg. Valores de normalidade: PA sistólica: de 90 a 140 mmhg; Pa diastólica: de 60 a 90 mmHg Terminologia: Normotenso: pressão arterial normal; Hipertenso: pressão acima dos valores normais; Hipotenso: pressão abaixo dos valores normais; Importância do tamanho do manguito para a medida adequada da pressão arterial Um dos aspectos mais importantes para garantir a acurácia das medidas de pressão arterial é a utilização de manguitos de dimensões recomendadas para o uso nas diversas faixas etárias e locais de medida da PA. A utilização de aparelhos de pressão com manguitos de dimensões fora das recomendadas acarretará imprecisão dos resultados obtidos. Os tensiômetros utilizados hoje têm manguitos em média, com 23 a 24 cm de comprimento, o que dá 80% para braços de até 30 cm de perímetro, na maioria das vezes adequado. No entanto, as dimensões recomendadas para a bolsa de borracha para os aparelhos de pressão (manguito) segundo recentes recomendações da AHA-American Heart Association, são: 9 Fatores que interferem no resultado da PA Erro Efeito Manguito ou balão muito largo Leitura falsamente inferior Manguito ou balão muito estreito Leitura falsamente superior Manguito colocado muito frouxamente Leitura falsamente superior Esvaziamento do manguito muito lento Leitura diastólica incorretamente elevada Esvaziamento do manguito muito rápido; Estetoscópio não adaptado ou que impede boaausculta pelo examinador Leitura sistólica incorretamente baixa e diastólica incorretamente alta Insuflação inadequada Leitura sistólica incorretamente baixa Vários examinadores utilizando diferentes sons deKorotkoff Interpretação incorreta das leituras sistólica ediastólica. 10 ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado para a medida da pressão arterial. Foi idealizado por três cientistas: VonBasch (1880), Riva-Ricci (1896) e Korotkoff (1905). O tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que a bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferência do braço, sendo que seu comprimento deveser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas. O esfigmomanômetro pode ser de coluna de mercúrio para a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos semi-automáticos que se utilizam do método auscultatório e oscilométrico, com grau de confiabilidade variável, devido sofrerem com freqüência alterações na calibração 11 ESTETOSCÓPIO Olivas auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado entre o ouvido e o aparelho. Armação metálica: põe em comunicação as peças auriculares com o sistema flexível de borracha; é provida de mola que permite um perfeito ajuste do aparelho. Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm. Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5 cm que é mais sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma que dispõe de uma membrana semi-rígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm., utilizado para ausculta em geral. Procedimento de medida da Pressão Arterial -se que o paciente: éria braquial por palpação; -cubital centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. Manter o braço do paciente na altura do coração; mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide; 12 imação do nível da pressão sistólica, desinsuflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos antes de tornar a inflar; locar o estetoscópio no ouvidos, com a curvatura voltada para frente; -cubital, evitando compressão excessiva; ição; 30 mmHg; da pressão sistólica, aumentar para 5 a 6 mmHg por segundo, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente; KOFF), que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação; pressão diastólica no aparecimento do som (fase V de KOROT KOFF), exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar o seu desaparecimento e, depois proceder a deflação rápida e completa; ores da pressão sistólica e diastólica, complementando com a posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a aferição; mmHg, evitando-se arredondamentos e valores de pressão terminados em 5. 13 Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a “pera” rapidamente até o desaparecimentodo pulso radial, verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do pulso, o que é considerado apressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir o manguito rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima. Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo. Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial máxima. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pressão arterial mínima. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desaparecimento ficam muito afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. A diferença entre a pressão arterial máxima e mínima é chamada de pressão de pulso. Durante a ausculta dos ruídos (de Korotkoff), pode existir uma ausência temporária dos mesmos, sendo este fenômeno chamado de hiato auscultatório, comum em hipertensos graves a em patologias da vávula aórtica. Situações especiais para a medida da pressão arterial Em crianças: A determinação da pressão arterial em crianças é recomendada como parte integrante de sua avaliação clínica. Critérios a serem observados: borracha do manguito deve envolver 80% a 100% da circunferência do braço; dada em toda avaliação clínica após os três anos de idade, pelo menos anualmente, como parte do seu atendimento pediátrico primário, devendo respeitar as padronizações estabelecidas para os adultos. 14 Em Idosos: No idoso, há dois aspectos importantes: durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o início da fase II dos sons de Korotkoff. Tal achado pode subestimar a verdadeira pressão sistólica ou superestimar a pressão diastólica; -hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial falsamente elevado em decorrência do enrijecimento da parede da artéria. Pode ser detectada por meio da manobra de Osler, que consiste na inflação do manguito no braço até o desaparecimento do pulso radial. Se a artéria for palpável após esse procedimento, sugerindo enrijecimento, o paciente é considerado Osler-positivo. Em gestantes: Recomenda-se que a medida da pressão arterial em gestante seja feita na posição sentada. A determinação da pressão diastólica deve ser realizada na fase V de Korotkoff. Em obesos Manguitos mais longos e largos são necessários em pacientes obesos, para não haver superestimação da pressão arterial16 (D). Em braços com circunferência superior a 50 cm, onde não há manguito disponível, pode-se fazer a medida no antebraço e o pulso auscultado deve ser o radial16 (D). Há, entretanto, restrições quanto a essa prática, recomendando-se que sejam usados manguitos apropriados. Especial dificuldade ocorre em braços largos e curtos, em forma de cone, onde esses manguitos maiores não se adaptam. Pseudo-hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial falsamente elevado em decorrência do enrijecimento da parede da artéria. Pode ser detectada por meio da manobra de Osler, que consiste na inflação do manguito até o desaparecimento do pulso radial. A manobra de Osler foi assim chamada por Messerli FH et al. (N England J Med 1985; 312(24): 1548- 51), que resgataram a utilização de um ensinamento de Sir William Osler, de 1892. Com a idade ocorre o aumento da rigidez dos vasos, com redução das fibras elásticas e aumento do colágeno, mas se este processo for mais acentuado, seja pela calcificação da camada média da artéria ou por aterosclerose haverá dificuldade em comprimir esta artéria com a insuflação do manguito e a pressão verificada será maior do que a intra-arterial. 15 Manobra de Osler quando positiva (+) resulta na palpação da artéria radial após insuflar o manguito acima da pressão arterial sistólica (PAS), identificando assim, um endurecimento e rigidez do vaso (artéria). Outros métodos para aferição da pressão arterial Há outros métodos para caracterizar a pressão usual dos indivíduos. A Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é o registro da pressão arterial por método indireto, com três medidas pela manhã e três à noite, durante 4-5 dias, realizado pelo paciente ou outra pessoa treinada, durante a vigília, no domicílio ou no trabalho com aparelhos validados. São consideradas anormais na MRPA as médias, de pelo menos 12 medidas, de pressão arterial acima de 135/85 mm Hg. A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) é o método que permite o registro indireto e intermitente da pressão arterial durante 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono. São consideradas anormais na MAPA as médias de pressão arterial de 24 horas, vigília e sono acima de 130/80, 135/85 e 120/70 mm Hg, respectivamente. Em casos excepcionais pode ser necessária a avaliação da pressão arterial em situações do cotidiano, sem interferência da equipe médica, através de MAPA ou MRPA. As indicações mais freqüentes são avaliação de efeito do avental branco e avaliação terapêutica anti- hipertensiva, quando em tratamento otimizado e persistência de níveis elevados, ou indícios de progressão em órgão-alvo com controle adequado da pressão arterial em visitas ambulatoriais. 16 Bomba Infusora Função Nos permite administrar drogas vasoativas, soros, sedativos, dietas e etc de modo seguro, pois, através dela podemos controlar seu gotejamento de forma rigorosa. Em que situações é possível utilizar? A bomba de infusão é muito utilizada nos casos de: Pacientes com ICC (insuficiência Cardíaca Congestiva) Insuficiência Renal Tratamento com quimioterápicos Drogas vasoativas para controle da pressão arterial sistêmica Drogas cardiovasculares Anestésicos Neonatos prematuros Administração de Insulinas endovenosa Administração de dietas Administração de Heparina Tipos de Bombas de Infusão Há vários tipos e modelos de bomba de infusão contínua e cada uma delas tem uma funcionalidade específica. As principais são: Bomba de insulina A bomba de insulina, ou bomba de infusão de insulina, como também pode ser chamada, é um aparelho eletrônico pequeno e portátil que libera insulina durante 24 horas. A insulina é liberada e vai por um pequeno tubo até uma cânula, que está ligada ao corpo do indivíduo diabético através de uma agulha flexível, que é inserida no abdômen, braço ou coxa, como mostram as imagens. 17 A agulha da bomba de insulina deve ser substituída a cada 2 a 3 dias e nos primeiros dias, é normal que o indivíduo a sinta inserida na pele. Contudo, com o uso da bomba o indivíduo acaba por se acostumar com ela. Bomba de infusão Elastomérica Esta é mais usada a fim de administrar com mais segurança medicamentos líquidos, como analgésicos, anestésicos locais, antibióticos, entre outros, de acordo com a necessidade. Este tipo de bomba também é chamado de “balão”. Bomba Analgesia Controlada por Paciente Também conhecida como PCA, é usada para o controle da dor, não só em hospitais como, também, em casa. Ela auxilia na administração de analgésicos intravenosos, objetivando o alívio da dor, rapidamente. Além do microcomputador que ela possui, o qual é pré-programado pelo médico anestesiologista para a infusão constante de analgésicos, o próprio paciente pode administrar pequenas quantidades do medicamento ao acionar um botão, por isso o nome Analgesia Controlada pelo Paciente. Não há o risco de superdosagem, pois o sistema é programado pela equipe devidamente preparada, para evitar que doses em excesso sejam administradas. Com este excelente auxiliar,os relatos de dor pós-operatória dos nossos clientes, numa escala de 0 a 10, onde 0 significa nenhuma dor e 10 significa dor máxima possível, estão sendo classificados entre 0, 1 e 2. 18 Bomba de Infusão multicanais Essas bombas buscam resolver diversos problemas que têm relação com a perfusão e são geralmente encontradas em UTIs, pois elas ocupam um espaço limitado e, assim, podem auxiliar na mobilidade dos pacientes. Bomba de Infusão de Seringa Esta é um tipo que tem como objetivo regular a taxa de administração de fármaco e drogas por uma seringa. Ela pode ser programada em sua tela e passa a medicação de uma forma mais lenta. 19 Cuidados de enfermagem Devemos sempre fixar corretamente o aparelho ao suporte de soro e atentar para que o mesmo esteja realmente fixado para evitar quedas acidentais. Deixar sempre a bomba de infusão de acordo com a lateralidade do cateter. Manter sempre a Bomba de Infusão conectada à rede elétrica (110 ou 220V), para evitar danos à bateria interna, apesar de possuir bateria interna e durar de 2 a 3 horas, deve ser usada preferencialmente apenas no transporte do paciente. Realizar limpeza concorrente nas bombas regularmente, limpando os canais, botões e roletes, evitando assim danos constantes aos aparelhos e a sujidade. Ao instalar o equipo na bomba de infusão, atentar anteriormente ao preencher toda a extensão do equipo com a solução a ser infundida, assim evitando ter bolhas de ar em seu interior e assim não pausando a bomba a cada alerta de ar. Nunca coloque o frasco do soro ou medicamento abaixo da bomba de infusão. Para manter um bom funcionamento da BI, mantenha a solução acima de 40cm do equipamento, evitando refluxo de solução ao copo do equipo e assim não alarmando o equipamento. Atentar ao encaixe de silicone no rolete ou canal da bomba, de modo que os conectores fiquem justapostos e evite desencaixes acidentais, instalando primeiro o conector próximo ao frasco de soro e após o conector próximo ao paciente. Verificar se o equipo já instalado a BI está conectado ao acesso do paciente. Abrir a pinça corta fluxo do equipo. Ligue a bomba, atentando pelo autoteste que o mesmo faz. Programe a bomba de Infusão de acordo com o parâmetro exigido pelo médico ou pela prescrição médica. Lembre-se que todo o equipo específico tem sua validade de 24 a 72 horas de uso contínuo (de acordo com cada protocolo hospitalar ou do fabricante), tomando o cuidado de sempre fechar a pinça corta fluxo antes de desconectar do paciente e do equipamento.
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