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CENTRO UNIVERSITÀRIO ESTÁCIO DE SÃO PAULO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO JAMES DE ALBUQUERQUE SILVA JOSÉ ROBERTO DE JESUS SOUZA LOGÍSTICA REVERSA: Sustentabilidade com a reciclagem Pet. São Paulo – SP 2018 JAMES DE ALBUQUERQUE SILVA JOSÉ ROBERTO DE JESUS SOUZA NOME DO GRADUANDO # 2 LOGÍSTICA REVERSA: Sustentabilidade com a reciclagem Pet. Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção, do Centro Universitário Estácio São Paulo. Orientador: Prof. Eduardo Luis Gimenes. São Paulo – SP 2018 AGRADECIMENTOS Primeiramente queremos agradecer a Deus, pois sem Ele nos dando saúde e força para continuar lutando, não teríamos chegado até aqui. Depois agradeceremos à universidade e a todos os professores, assim como a todos os queridos colegas que acompanharam desde o início, e aos que apanhamos na metade do caminho. Agradeço ao meu orientador pela paciência, pela dedicação, por nunca ter desistido de nos. E acima de tudo, pelo incentivo, pois muitas vezes foi o empurrão que precisava. Um dos agradecimentos mais especiais é dedicado aos nossos familiares, que nos acompanham, nos apoiam e sempre acreditaram em nós. Por fim, agradeço a todos de coração, os que foram aqui mencionados e os que não, porque não dá para falar de todos em particular, mas todos foram importantes para nosso percurso.. “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein RESUMO A forma como as organizações pensam e agem precisam ser mudadas extensivamente devido a pressões econômicas, melhoria tecnológica e evolução das necessidades das partes interessadas. O planeta terra não é capaz de suportar o processo atual desde a produção até o lixo. Existe a necessidade das empresas mudarem suas práticas na direção que aborda as questões relacionadas ao meio ambiente e à sociedade. A maneira de fazer isso é implementar a sustentabilidade nas práticas diárias da empresa. Dentro deste contexto, qual a ligação da sustentabilidade com a inovação e a vantagem competitiva nos fatores ambientais e sociais? Todas as empresas enfrentam sérios desafios na competição devido ao ritmo acelerado das mudanças sociais e tecnológicas, maior consciência entre clientes, diferentes grupos sociais, ONGs e governos, portanto a inovação e a vantagem tecnológica são os fatores-chave para conquistar o mercado. O objetivo deste estudo é investigar e compreender como as empresas podem transformar esses desafios em oportunidades de inovação e ganho de vantagem competitiva sustentável. Tendo como objetivos específicos: Descrever conceitos e definições a respeito do tema; compreender a evolução de garrafas PET em países em desenvolvimento; e analisar um estudo de caso de Logística Reversa na cidade de Santo Domingos, na República Dominicana. O estudo é descritivo e qualitativo. Hipoteticamente, a logística reversa do PET não é praticada pelas empresas de engarrafamento de bebidas em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, uma vez que é considerada um processo sem valor acrescentado e pode, portanto, ser muito dispendiosa do ponto de vista financeiro. Palavras-chave: Logística Reversa, Sustentabilidade, PET, Reciclagem. ABSTRACT The way organizations think and act needs to be changed extensively due to economic pressures, technological improvement, and evolving stakeholder needs. The planet earth is not able to support the current process from production to waste. There is a need for companies to change their practices in the direction that addresses issues related to the environment and society. The way to do this is to implement sustainability in the company's daily practices. Within this context, what is the link between sustainability and innovation and competitive advantage in environmental and social factors? All companies face serious challenges in competition due to the rapid pace of social and technological change, greater awareness among customers, different social groups, NGOs and governments, so innovation and technological advantage are the key factors for winning the market. The objective of this study is to investigate and understand how companies can transform these challenges into opportunities for innovation and gain sustainable competitive advantage. Having specific objectives: Describe concepts and definitions regarding the theme; understand the evolution of PET bottles in developing countries; and to analyze a case study of Reverse Logistics in the city of Santo Domingo, Dominican Republic. The study is descriptive and qualitative. Hypothetically, reverse logistics of PET is not practiced by bottling companies in developed or developing countries, since it is considered to be a non-value-added process and can therefore be very costly from a financial point of view. The reverse logistics of PET in large part is not practiced by bottling companies in developed or developing countries, since it is considered a process without added value and can therefore be very expensive from a financial point of view. Keywords: Reverse Logistics, Sustainability, PET, Recycling. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO CONTEXTUAL .............................................. 9 1.1 A logística ............................................................................................................ 9 1.2 Lógica Reversa ................................................................................................. 11 1.3 Logística Verde ................................................................................................. 13 1.3.1 Forças motrizes e restritivas da logística verde .......................................... 14 1.3.2 Competitividade ............................................................................................. 20 1.3.3 Competitividade e logística reversa ............................................................. 20 1.4 Sistema de loop fechado .................................................................................. 22 1.5 Tipos de sistema de loop fechado ................................................................... 22 1.6 Desafios e riscos do gerenciamento de sistemas de loop fechado ............. 23 1.7 Interno ................................................................................................................ 24 1.8 Sistemas de logística reversa .......................................................................... 25 1.9 Benefícios da logística reversa ........................................................................ 26 1.10 Razões para devoluções ................................................................................. 27 1.11 Tendências atuais em retornos de garrafas ................................................. 27 1.11.1 Processo de Recuperação de Produto ...................................................... 29 CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO DE GARRAFAS PET EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 30 CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO ......................................................................... 34 3.1 Questionários .................................................................................................... 34 3.2Objetivo do questionário de empresas de bebidas ....................................... 34 3.3 Observações diretas ......................................................................................... 35 3.4 Amostragem e metodologia ............................................................................. 35 3.5 Resultados e Discussão ................................................................................... 36 3.5.1 Resultados do questionário da empresa ..................................................... 36 FIGURA 3 - Volume de Produção de Bebidas Engarrafadas em PET (Litros) .......... 37 3.6 Resultados do questionário ............................................................................. 38 3.7 Proposta de LR framework .............................................................................. 39 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 7 1 INTRODUÇÃO No mundo corporativo, a demanda de clientes e partes interessadas influenciou significativamente a maneira que os gerentes pensam (ENQUIST et al. 2006). Além disso, a forma como as organizações pensam e agem precisam ser mudadas extensivamente devido a pressões econômicas, melhoria tecnológica e evolução das necessidades das partes interessadas (BROWN e EISENHARDT, 1998). Segundo Laszlo e Zhexembayeva (2011), a terra não é capaz de suportar o processo atual desde a produção até o lixo. A demanda começou a se construir a partir de consumidores, funcionários, investidores e sociedade nas empresas para oferecer produtos e serviços mais ecológicos sem sacrificar a qualidade ou o preço. A justificativa de estudos nesta área é que a preocupação em salvar o planeta criou uma batalha entre governos, ativistas do consumidor e empresas. Portanto, existe a necessidade das empresas mudarem suas práticas na direção que aborda as questões relacionadas ao meio ambiente e à sociedade. A maneira de fazer isso é implementar a sustentabilidade nas práticas diárias da empresa. Segundo Nidumolu (et al., 2009), a natureza da concorrência também está mudando devido à maior demanda por sustentabilidade, obrigando as empresas a pensar de forma diferente sobre produtos, processos e tecnologias. Além disso, o autor enfatiza que a inovação é a solução para o crescimento e melhoria, especialmente em tempos de turbulência econômica. Dentro deste contexto, qual a ligação da sustentabilidade com a inovação e a vantagem competitiva nos fatores ambientais e sociais? Todas as empresas enfrentam sérios desafios na competição devido ao ritmo acelerado das mudanças sociais e tecnológicas, maior consciência entre clientes, diferentes grupos sociais, ONGs e governos, portanto a inovação e a vantagem tecnológica são os fatores- chave para conquistar o mercado (NIDUMOLU et al., 2009). Eles pressionam as empresas para abordar essas questões, portanto, as empresas precisam apresentar ideias inovadoras. No entanto, algumas empresas seguem a abordagem proativa para lidar com essas preocupações. O objetivo deste estudo é investigar e compreender como as empresas podem transformar esses desafios em oportunidades de inovação e ganho de vantagem competitiva sustentável. Tendo como objetivos específicos: Descrever conceitos e definições a respeito do tema; compreender a evolução de garrafas PET 8 em países em desenvolvimento; e analisar um estudo de caso de Logística Reversa na cidade de Santo Domingos, na República Dominicana. Hipoteticamente, a logística reversa do PET não é praticada pelas empresas de engarrafamento de bebidas em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, uma vez que é considerada um processo sem valor acrescentado e pode, portanto, ser muito dispendiosa do ponto de vista financeiro. De acordo com Srivastava (2008), a LR possui três direcionadores e estes são a legislação do governo, o valor econômico a ser recuperado no produto devolvido e as preocupações ambientais. Essas forças motrizes diferem em cada país de aplicação, mas a relevância é a mesma. Nos países mais desenvolvidos, com rígidas regulamentações governamentais, a aplicação da LR foi bem-sucedida. O Japão tem a maior taxa de reciclagem de garrafa PET entre os países desenvolvidos. A responsabilidade estendida do produtor tornou-se um elemento chave da política ambiental pública em vários países. Nessa abordagem, fabricantes e clientes são obrigados a voltar e recuperar seus produtos após o uso, a fim de reduzir os volumes de eliminação de resíduos. O estudo é descritivo e qualitativo, pesquisas do tipo descritivas tem o objetivo primordial à exposição dos atributos de determinado fenômeno ou afirmação de relações entre as variáveis (GIL, 2008). Caracteriza-se como pesquisa qualitativa, assim, recomenda que uma pesquisa qualitativa apresente características do tipo: analisar a atmosfera como fonte direta dos dados e o pesquisador como um instrumento interruptor; não agenciar o uso de artifícios e métodos estatísticos; tendo como apreensão maior a interpretação de fenômenos e a imputação de resultados; o método deve ser o foco principal para a abordagem e não o resultado ou o fruto; a apreciação dos dados deve ser atingida de forma intuitiva e indutivamente através do pesquisador (GIL, 2008). Várias biografias de autores com expressão significativa em campo científico foram pesquisadas. O levantamento dos dados e das informações relevantes para à investigação e o entendimento das questões propostas, utilizadas técnicas de bibliografia indireta (GIL, 2008). Também foram pesquisadas e coletadas informações relevantes na internet, acerca do tema, delineando a reflexão conforme se veem, bem como as referências bibliográficas citadas neste estudo. 9 CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO CONTEXTUAL Logística verde é um novo conceito em países em desenvolvimento como o Brasil. No entanto, nas sociedades industrializadas, ela está em operação há muitos anos e está integrada à produção e distribuição de bens e serviços. É um conceito em que todas as partes interessadas devem estar envolvidas para evitar danos ao ecossistema. Questões ambientais, como poluição, erosão e aterros, são questões sociais que o governo constantemente legisla contra. Embora possa aumentar o custo de produção das empresas, é um grande benefício para a sociedade e para a humanidade. O consumidor também deve ser ecologicamente correto, assim como as atividades da sociedade como um todo devem ser ecologicamente corretas. É um conceito adotado no século XXI, especialmente nos países desenvolvidos (VAHABZADEH e YUSUFF, 2012). 1.1 A logística O agrupamento de funções de logística em relação à venda de produtos e serviços é um sinal da evolução das empresas e do seu pensamento gerencial. Atividades como planejamento da demanda, gerenciamento de inventário e transporte provaram ser essenciais para a consecução dos objetivos organizacionais (BALLOU, 2008). Ao longo dos anos, a logística sofreu uma série de transformações, divididas em três fases, de acordo com Novaes (2001). A primeira fase foi denominada integração, na qual o elemento principal em cada ligação da cadeia de suprimentos foi a manutenção de inventários. A segunda fase é conhecida como integração apertada, caracterizada por inflexibilidade nos processos, o que causou atrasos na entrega de produtos finais. A terceira fase, denominada integração flexível, caracteriza-se pela implementação de sistemas que permitem a integração de informações entre os membros da cadeia através do EDI (Electronic Data Interchange). Aqui começaram as políticas de inventário zero. Mas está no estágio final, chamado de integraçãoestratégica, que a logística não é mais tratada como a única responsável pelo gerenciamento de funções de controle de estoque e armazenagem. Nesta fase, as empresas agora enfrentam as funções logísticas e a integração dos links da cadeia de suprimentos como essenciais para a consecução de seus objetivos e aumento da competitividade. Isso inclui a terceirização 10 emergente, uso de tecnologia, logística reversa e tratamento de fornecedores e clientes como parceiros. As mudanças constantes no sentido real da logística significaram que se tornou vital para o sucesso das organizações, aumentando a diminuição do prazo entre o pedido e o recebimento de produtos pelo consumidor, seja ele individual ou corporativo. Assim, um dos principais objetivos da logística é fornecer o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa e a preços acessíveis, de acordo com Pozo (2001). Portanto, entender o que é a logística de negócios e quais as suas funções tornam-se críticas para as organizações. De acordo com Ballou (2008), a logística corporativa cuida de todas as atividades de armazenamento e manipulação, envolvendo o fluxo de matérias-primas e produtos acabados desde seu ponto de aquisição até seu destino final. Os fluxos de informação que movem os produtos, gerando níveis de serviço adequados aos consumidores a um custo razoável são parte da logística corporativa. Ainda de acordo com Ballou (2008), a logística corporativa tem atividades classificadas como primárias e de suporte. As principais atividades incluem: - Transporte - refere-se ao manuseio de produtos, roteiros e capacidade; - Manutenção de estoques - que se relaciona com a necessidade de estoque de itens para manter a disponibilidade de produtos, tornando esta atividade impulsionada pela eficiência no planejamento da demanda. O maior desafio dessa atividade é manter os produtos disponíveis no nível de inventário mais baixo possível; - Processo de Aplicação - isso representa o início do processo. As atividades de suporte incluem: Armazenamento - é a administração do espaço físico necessário para acomodar inventários. Decisões como localização física e arranjo são importantes para o ótimo desempenho dessa atividade; - Manuseio de materiais - que está relacionado ao movimento de materiais em inventário e sua disponibilidade para download no modal; - Pacote de proteção - cujo objetivo é proteger os itens a serem manipulados corretamente para que eles não estejam danificados e a otimização do espaço físico; - Aquisição - atividade que disponibiliza os produtos para os vários links na cadeia; - Horário de produção - que se refere a determinar quanto e onde os produtos são feitos e, finalmente; e 11 - Manutenção da informação - uma vez que qualquer função organizacional (empresa conectada logística ou não) deve manter sua base de dados atualizada, diante da reconhecida importância dos processos de distribuição e logística reversa. 1.2 Lógica Reversa A crescente preocupação em relação ao meio ambiente, além da variedade de produtos disponíveis no mercado, faz com que empresas e consumidores busquem mecanismos para o tratamento de resíduos. De acordo com Martel e Vieira (2010), as leis que visam proteger o meio ambiente tornaram-se mais rigorosas. O reconhecimento da necessidade de cumprir a legislação também é sustentável, fizeram com que as empresas considerassem iniciativas que lidam com logística reversa, ou seja, qual é o destino final dos produtos e como eles podem ser reintroduzidos na cadeia. O processo logístico reverso está ilustrado na Figura 1. FIGURA 1 - Representação esquemática dos processos logísticos diretos e reversos. FONTE: Lacerda (2002, p.16) De acordo com Dornier e Ernst (2000), a logística reversa envolve o fluxo de retorno, considerando peças / pacotes defeituosos ou produtos devolvidos / consumidos que devem ser processados de reciclagem. Importante, o ciclo de vida Novos Materiais Materiais reutilizados Fornecer Produção Distribuição Processo logístico direto Processo logístico de reversão 12 de um produto não termina quando atinge sua vida útil. Por isso, é necessário que as organizações e os clientes compreendam o que é a logística reversa: enquanto a logística tradicional trata da disponibilidade dos produtos finais para os consumidores, o reverso tem a função de gerenciar o retorno desses produtos do consumidor de volta ao fabricante original. De acordo com Benjamin (et al., 2012), a logística reversa se concentra em quatro atividades principais: reutilização, atualização de produtos, recuperação de materiais e gerenciamento de resíduos. De acordo com Leite (2010), a logística reversa visa planejar, operar e controlar o retorno das mercadorias pós-venda e pós- consumo. Os produtos pós-venda são caracterizados por um pouco de uso ou mesmo pela falta de vendas, ou seja, produtos que eventualmente retornam à organização por várias causas, como defeitos, erros ou demissões no transporte. Uma vez que os produtos pós-consumo são caracterizados pelo fim de sua vida útil, após sua utilização serão enviados para aterros sanitários, reciclagem ou reutilização. O autor também afirma que, independentemente de serem pós-vendas ou pós-produtos de consumo, logística reversa devem garantir seu retorno ao ciclo produtivo, adicionando valores econômicos, ecológicos e legais. As áreas e os passos envolvidos na logística reversa são ilustrados na Figura 2. 13 FIGURA 2 - Logística reversa - áreas de atividade e etapas reversas. FONTE: Leite (2010, p.132). A compreensão e a implementação da logística reversa também estão ligadas à compreensão do ciclo de vida de um produto, que está relacionado à avaliação de impacto ambiental referente a um produto ou serviço, desde a aquisição de matéria- prima até sua disposição final. Um grande problema é como identificar com precisão o ponto no tempo em que ocorre o fim da vida de um produto (LEITE, 2010). 1.3 Logística Verde Logística verde é “a gestão do fluxo de bens e serviços para alcançar a satisfação do cliente, objetivos sociais e ambientais com menos danos ao meio ambiente” (ZHENG e ZHANG 2010, p.16). Murphy e Poist (2003, p.121) também descrevem a logística verde como “estratégia, fabricação e alocação de bens e serviços com menos danos ao meio ambiente”. A partir dessas definições, a logística verde pode ser descrita como uma estratégia de gestão que visa produzir e distribuir bens e serviços com menos danos ambientais. Neste mundo científico e tecnologicamente avançado, a conservação do meio ambiente é um dos maiores desafios enfrentados pela logística e pelas atividades de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Logística verde coordena com o meio ambiente, consumidores, Logística reversa de consumo Industrial de reciclagem Corte Industrial Reutilizar consolidação Coleções de postar Pós venda logística reversa coleções de consolidação de seleção/destino Cadeia de distribuição direta Ao cliente Depois da venda de bens Bens de consumo do post 14 empresas de produção e agências governamentais. A redução da poluição por todas as partes interessadas pode ter um impacto máximo na obtenção de uma cadeia de suprimento verde. De acordo com Mckinnon (2013) a história da logística verde pode ser rastreada até pesquisas feitas por mais de quarenta anos por diferentes pesquisadores, focados em tópicos como externalidades de transporte livre de reduções, logística urbana, logística reversa, estratégias ambientais corporativas em direção à logística e a gestão da cadeia de suprimentos, também aponta que o primeiro conceito de logística verde começou nos anos90, devido à conscientização dos consumidores sobre questões ambientais. Segundo Murphy e Poist (2003), na virada do século XXI, o ambientalismo tornou-se a questão da discussão nos governos, nos negócios e na sociedade. Com o avanço das informações disponíveis para os consumidores, eles estão se tornando cada vez mais informados sobre o que consomem e o modo e os processos que produzem e o que compram. A cadeia de fornecimento de circuito fechado tornou-se popular no setor industrial como um método eficaz e eficiente para lidar com problemas que afetam o descarte de produtos em fim de vida útil e a combinação de impactos econômicos e ambientais das atividades no setor manufatureiro está se tornando a norma aceita numa escala mundial (HU et al. 2007, p.1665). Mais e mais empresas mudaram suas atividades em direção a sistemas de circuito fechado e as empresas de manufatura têm a oportunidade de agir de maneira responsável recuperando os resíduos de seus clientes após o fim de sua vida útil. Clary (2013) argumenta fortemente que, como os recursos estão se tornando caros, a reciclagem e a reutilização se desenvolverão para se tornar a única opção para otimização e eficiência de custos. As empresas manufatureiras recuperariam parte de seus produtos para reutilização em seus ciclos de produção. A disponibilidade de recursos naturais está se tornando limitada devido às crescentes taxas de consumo, aumento populacional e etc., portanto, há a necessidade de garantir que os recursos sejam usados de forma eficiente. 1.3.1 Forças motrizes e restritivas da logística verde Apesar do pouco conhecimento de algumas organizações sobre a logística reversa, algumas empresas veem isso como ganhos em termos de competitividade 15 do mercado. Portanto, é natural que eles conheçam as forças motrizes para sua adoção. De acordo com Leite (2003), muitas empresas usam logística reversa internamente ou através de empresas terceirizadas para recuperar o valor econômico, aumentar a competitividade, demonstrar a responsabilidade corporativa de limpar os canais de distribuição através do gerenciamento de estoque e demonstrar o cumprimento da legislação. Para Lopes e Calvo (2006), as razões pelas quais as organizações atuam na logística reversa variam de leis ambientais que exigem que as empresas ofereçam o tratamento necessário aos produtos devolvidos, aos benefícios econômicos da reutilização de produtos devolvidos à empresa, além de aumentar a conscientização ambiental dos consumidores. De acordo com Souza e Fonseca (2009), a logística reversa pode ser vista em duas áreas principais: econômica e social. O primeiro, devido a ganhos financeiros, a empresa pode reduzir seus custos reutilizando materiais que de outra forma seriam descartados. O aspecto social atende aos ganhos obtidos pela Companhia para dispor de menos lixo em aterros através da prática da reciclagem, reduzindo assim as chances de contaminação do solo e das águas subterrâneas. De acordo com Leite (2010), a sensibilidade ecológica e a sustentabilidade ambiental são impulsionadores para reverter a logística. A sociedade tem se preocupado com a aparência do equilíbrio ecológico, tornando os consumidores conscientes e exigentes. Muitas empresas e o próprio Governo também contam com as preocupações ambientais como uma forma de diferenciação ecológica por seus produtos e interesses políticos, posicionando-se no mercado com vantagens competitivas ligadas à preservação ambiental. Para Leite (2010), as leis ambientais também foram desenvolvidas com o objetivo de ajustar o crescimento econômico às variáveis relacionadas ao meio ambiente e à preservação. Eles incluem diferentes tempos do ciclo de vida do produto, desde a fabricação e uso de matérias-primas até a disposição final dos produtos. Além disso, de acordo com Leite (2010), a imagem corporativa é cada vez mais aliada e comprometida com as questões da preservação do meio ambiente, de modo que as empresas que adotam políticas para preservar o meio ambiente serão reconhecidas e valorizadas pela sua imagem distintiva. Para Rodrigues et al. (2002), reduzir o ciclo de vida dos produtos devido à obsolescência causada pelo 16 desenvolvimento tecnológico acelerado cria uma necessidade de alternativas à disposição dos ativos pós-consumo. A ideologia logística verde tem a tendência de impactar e afetar as práticas de gestão das organizações, algumas das ideias que direcionam a logística verde são agrupadas em classes como legislação, preocupações ambientais, econômicas e consumidoras, conforme apontado por diferentes autores: - Legislação: De acordo com Mann (et al., 2010), o principal motor de todas as forças motrizes de toda a adoção de logística verde pelas empresas é a legislação dos governos e de outras agências reguladoras. Em alguns países, existiriam legislações para estabelecer padrões que as empresas teriam que cumprir a todo custo. Para existir em tal ambiente, não há opção a não ser cumprir, porque fazer o contrário significaria sair do negócio. Como amplamente conhecido sobre o mundo desenvolvido, existem legislações para monitorar e garantir que as empresas organizem suas atividades de maneiras que representem menos ameaça ao meio ambiente (SOOD, 2010). As regulamentações ambientais são continuamente definidas pelos reguladores na maioria dos países. As leis trazem sanções e multas que podem afetar tanto a imagem quanto a lucratividade das organizações. - Preocupações ambientais: Walker, Di Sisto e McBain (2008) apontam que nunca houve um tempo em que as pessoas se preocupam com questões ambientais e de mudança climática como esta geração. As organizações estão começando a ter dados sobre o efeito de suas atividades no meio ambiente e estão se tornando mais responsáveis e encontrando maneiras de reduzir os danos e danos que causam ao meio ambiente. As empresas estão começando a olhar para o gerenciamento do ciclo de vida de suas atividades e também para encontrar maneiras de reduzir processos e atividades insustentáveis em suas operações. - Fatores econômicos: Mann (et al., 2010) alegam que o desempenho financeiro melhorado pode surgir da recaptura de valor de produtos recuperados, redução de custos, mercados mais novos, maior receita e etc. Trazer de volta produtos que podem ser reutilizado ou reciclado para novo uso também pode reduzir o custo operacional; o custo de comprar materiais virgens seria maior do que um material usado que pode ser reciclado. Como dito por Jensen, Munksgaard e Arlbjørn (2013), a pressão sobre recursos naturais limitados em todo o mundo, tem sido uma pressão crescente para 17 encontrar outras alternativas que possam aliviar a pressão. As empresas operam para obter algumas margens de lucro, portanto, se uma fonte mais barata de insumos puder ser obtida, as empresas obviamente usariam essa alternativa. Assim, para obter ganhos financeiros, as empresas estão estrategicamente encontrando maneiras de obter lucro, adaptando as abordagens sustentáveis à gestão. - Consumidores: Os consumidores tornaram-se mais conscientes da questão ambiental devido à deterioração do meio ambiente (WALKER, DI SISTO e MCBAIN 2008). Os consumidores são os que suportam as consequências da degradação do meio ambiente e estão começando a se alinhar a produtos e empresas que têm menos danos ao meio ambiente. As empresas não teriam escolha senão apresentar uma boa imagem de que se importam com o meio ambiente. Apesar da crescente preocupação com o meio ambiente e o volume de produção, não se sabe muito sobre a logística reversa. As organizações entendem as atividades de logística reversa como reciclagem e tratamento de resíduos. A falta de conhecimento sobre esta área relativamente nova, afeta sua implantação nas organizações, agravada pela faltade sincronização entre os processos de distribuição e logística reversa (PIRES e DANTAS, 2010). Portanto, a implementação da logística reversa nas organizações foi adiada por uma série de barreiras, que são apresentadas abaixo. De acordo com Pires e Dantas (2010), o ciclo de vida de um produto não termina quando é descartado. A falta de envolvimento e compromisso de toda a cadeia de suprimentos causada pela incompatibilidade dos objetivos, além da falta de estudos completos para garantir e provar a eficiência dos processos de logística reversa, além da ausência de legislação clara, induzem as empresas a não se preocuparem sobre o destino final de seus produtos. Aita e Ruppenthal (2008) informa que a logística reversa ainda é vista por algumas empresas como uma área de pouca relevância, tendo em vista as poucas empresas que possuem gerentes específicos dedicados ao assunto. Shibao (et al., 2010) afirmam que, mesmo com as recentes preocupações em reduzir a poluição e os resíduos, a dificuldade de implementar a logística reversa é resultado da ausência de indicadores que avaliem o custo-benefício de implementá-lo e operá-lo. A falta desses índices está relacionada à inexistência de conhecimento dos custos da operação. 18 Para Lacerda (2009), fatores críticos são considerados para avaliar a eficiência do processo logístico: os produtos de controle de entrada - a identificação correta do status dos materiais devolvidos; e mapeamento de processos, uma vez que as empresas veem o retorno dos produtos como algo que não faz parte de sua rotina normal. As empresas não possuem um processo padrão e existem poucos sistemas de informação capazes de controlar o fluxo inverso de materiais. Isso também é reforçado pela falta de um planejamento de rede logística. As empresas devem desenvolver infraestrutura para o fluxo inverso de materiais, que inclui operações centralizadas para receber e separar materiais. Da mesma forma, a relação colaborativa entre clientes e seus fornecedores constitui uma das barreiras à implementação de logística reversa, além das barreiras de implementação relacionadas à falta de sistemas de informação dedicados, também pode ser citada a ausência de políticas internas devido à pouca familiarização dos funcionários, a um conhecimento reduzido que não tem respeito pela sua importância e ao tempo de resposta desconhecido dos produtos (MARTINS SILVA, 2006). Para a implementação bem-sucedida da logística reversa, é necessário que todos os membros da cadeia estejam envolvidos e trabalhem juntos: distribuidores, fabricantes e revendedores. Também é fato que a falta de informação, a segregação de responsabilidades e a inexistência de confiança no momento do intercâmbio de informações entre membros da cadeia, dificultam a evolução do processo inverso. Embora as funções de logística e distribuição tenham sistemas de informação bem definidos, a logística reversa, devido às suas peculiaridades como quantidade e frequência de retorno, é tratada como atípica. Existe uma clara necessidade de sistemas especializados que integram os processos de distribuição e logística reversa, uma vez que existem poucos sistemas de informação capazes de mapear processos que incluem logística reversa (GARCIA, 2006; YANG at al., 2008). A falta de gerenciamento claro das organizações em relação aos processos de logística reversa coloca vários problemas. Uma é a ausência de profissionais qualificados na área, além da falta de políticas internas e conhecimento dos funcionários sobre o processo de logística reversa da organização (AITA, RUPPENTHAL, 2008). Os fatores culturais também constituem barreiras à implementação, porque conceitos como sustentabilidade, conservação ambiental, redução de poluição e eliminação de resíduos são bem conhecidos, mas pouco 19 praticados, e ainda produzem pouca atenção de organizações e consumidores (LEITE, 2009). A pesquisa no campo da logística reversa deve concentrar as empresas na segregação de custos, ou seja, quais são os custos reais da logística reversa e quais são os fatores que estimulam determinadas empresas a escolher e outras não. Essas perguntas não respondidas podem causar um atraso na sua implementação (DOWLATSHAHI, 2010). A inexistência de processos mapeados e bem estabelecidos que permitem às organizações descobrir como retornar produtos e materiais representam um grande obstáculo na implementação de logística reversa. Muitas organizações lidam com o retorno dos materiais como um incidente isolado. Portanto, eles não têm controle adequado, juntamente com a ausência de uma rede de logística planejada para receber esses produtos e materiais (LEITE, 2009). De acordo com Wahab (et al., 2010), algumas organizações não reutilizam os materiais e peças devolvidos por falta de conhecimento sobre os processos de logística reversa. Além disso, é necessário que a empresa tenha algum tipo de motivação para reduzir custos ou minimizar o impacto ambiental, a fim de implantar a logística reversa. Daugherty (et al., 2001) afirmam que a relutância em implantar recursos e gerenciamento financeiro também é uma barreira para o desenvolvimento de logística reversa efetiva dentro das organizações. Essa hesitação está ligada a fatores como aderir a legislação governamental rigorosa sobre a disposição de produtos, a falta de conhecimento das pessoas sobre os custos sociais do excesso de resíduos e a ausência de conhecimento sobre os potenciais benefícios da logística reversa. Além disso, Brito e Seara (2010) afirmam que alguns fatores econômicos contribuem para a não utilização da logística reversa como os altos custos das tecnologias envolvidas no processo de reciclagem em comparação com os baixos preços dos produtos reciclados, gerando assim uma rentabilidade muito baixa. Outro fator importante centra-se na dificuldade e na falta de controle nos retornos dos produtos, já que esses retornos não ocorrem constantemente devido ao fato de que as empresas não percebem a importância de estabelecer canais reversos adequados. A falta de sistemas de informação dedicados à logística reversa também é mencionada por Guarnieri (et al., 2006): 20 A maioria das empresas não definiu claramente a logística reversa em seus procedimentos operacionais, representa uma percentagem muito pequena dos valores da logística tratados diretamente. É por isso que existem sistemas de informação específicos para o seu controle. Isso representa uma desvantagem para a empresa, porque, se não houver sistemas de informação que operacionalizem o gerenciamento de resíduos que geralmente ocupam um espaço inadequado na empresa. Isso poderia gerar penalidades legais e prejudicar o setor produtivo da empresa. 1.3.2 Competitividade As mudanças constantes no comportamento do consumidor e a chegada de novos concorrentes constituem uma grande ameaça para as organizações. As empresas que estão desatualizadas de forma tecnológica e gerencial podem ter um ciclo de vida curto, pelo que tentam manter-se competitivas. A concorrência global obriga as empresas a desenvolver estratégias para manter suas vantagens competitivas. (PORTER, 1986). Para que as organizações possam competir no mercado, elas devem conhecer e analisar o ambiente onde operam e também estabelecer e adotar estratégias que criem vantagens competitivas e melhorem o desempenho do negócio (TEMPLE e SWANN, 1995). Para que as organizações permaneçam competitivas, é necessário abraçar ferramentas e atividades que as distinguem de seus concorrentes. A logística reversa poderia ser um desses casos. 1.3.3 Competitividade e logística reversa Compreender o conceito e a importância da competitividade é um grande desafio para organizações que também devem estar alertas sobre como a logística reversa pode contribuir paraa sua competitividade. De acordo com Souza (2009), a logística reversa tem uma importância estratégica para a economia de custos competitiva nas organizações, pelo que tem ocupado uma posição proeminente dentro das empresas. A adoção da logística reversa é um elemento da estratégia de diferenciação de produtos, porque atividades como disposição ecológica, fornecem uma imagem organizacional ecologicamente correta (BRAGA e ZILBER, 2011). 21 A estratégia de liderança geral de custos tem como objetivo oferecer produtos e serviços, a custos menores que os concorrentes, o que exige competência das organizações para empregar seus recursos de forma eficiente (PORTER, 1990). Assim, a logística reversa para produtos pós-consumo é de grande importância na economia, pois pode reduzir os custos operacionais decorrentes do uso de materiais / produtos reciclados e remanufaturados, além de reduzir perdas e resíduos durante o processo de fabricação (LACERDA, 2000). As mudanças constantes na demanda do mercado que as organizações se esforçam para prosseguir para aumentar sua competitividade, poderiam ser reforçadas pela logística reversa, o que poderia proporcionar oportunidades para ganhos de competitividade adicionais. Chaves Martins (2005) informa que: - Conformidade com as demandas ambientais: a crescente preocupação e conscientização sobre a sustentabilidade desencadeiam novos volumes de produção e consumo para o crescimento sustentável. Portanto, a logística reversa tem como objetivo reduzir o impacto ambiental ao tratar o desperdício de atividades de produção ou ao longo do ciclo de vida do produto; - Custos reduzidos: a reutilização de materiais retornados e a economia gerada por embalagens retornáveis proporcionam ganhos econômicos que incentivam o desenvolvimento e a melhoria de processos de logística reversa, gerando preços competitivos em comparação com a concorrência; - Lealdade do Cliente: os procedimentos de retorno do produto ajudam na fidelização do cliente porque as organizações que possuem processos de logística reversa bem estruturados criam uma diferenciação em relação aos concorrentes porque eles são mais adequados para servir o cliente. - Imagem corporativa positiva: as empresas estão confiando na logística reversa para transmitir aos clientes a imagem de uma cidadania corporativa, respeitando os princípios de sustentabilidade ambiental, que é um bom incentivo de marketing, de tal forma que as organizações podem aumentar o valor da marca de seus produtos e serviços; e - Melhoria no nível de serviço oferecido ao cliente: a logística reversa pode agregar valor aos produtos, seja como uma ferramenta para apoiar a relação com o cliente, ou oferecendo serviços voltados para preservar o meio ambiente. Este nível de serviço aumentado pode gerar vantagens competitivas sustentáveis porque as mudanças no produto, preço e promoção são facilmente copiadas pelos concorrentes, ao contrário de melhorias e soluções relacionadas ao atendimento ao cliente. 22 1.4 Sistema de loop fechado O sistema de circuito fechado é um processo sustentável que recupera materiais para reciclagem, recriação e remanufatura. É um sistema integrado que envolve o ciclo de vida de um produto que também envolve a participação do cliente para sua eficácia. O sistema de circuito fechado é sustentável devido a seus benefícios econômicos, sociais e ambientais (AMANO, 2014). Daniel, Harrison e Van Wassenhove (2003) também descreveram o laço fechado como sistemas que envolvem atividades como aquisição de produtos de usuários finais. Em termos simples, sistemas de malha fechada são estratégias que garantem o desperdício zero ao reutilizar produtos para o mesmo ou para outros usos. Como foi dito anteriormente, a pressão sobre os recursos globais que estão se esgotando está levando as empresas a espremer o melhor valor de todos os recursos aplicados na produção de bens e serviços. As reservas globais de petróleo estão em declínio e isso afetaria a quantidade de resinas produzidas para a produção de material plástico. 1.5 Tipos de sistema de loop fechado Os pesquisadores Wells e Seitz (2005) descrevem quatro tipos diferentes de sistemas de malha fechada que são: - Sistemas de circuito fechado interno: Isso ocorre dentro do processo de fabricação e envolve a reutilização dos resíduos coletados da produção. Por exemplo, as águas residuais podem ser recicladas e reutilizadas para produção; - Pós-loops de negócios: Neste tipo de sistema de loop fechado, os materiais podem ser coletados e devolvidos entre diferentes entidades de negócios para extração de valor: esse tipo exige a participação de um terceiro para receber o material reciclado. Lascas de metal ou resíduos de madeira podem ser reproduzidos em novos produtos após terem sido transferidos para outro terceiro; - Loops pós-consumo: esse tipo é o loop fechado padrão conhecido, mas difícil de operar. Envolve os pontos de produção da forma de fluxo cíclico para o consumidor e de volta para a produção como o deixou. A ideia aqui é 23 recuperar os bens usados de volta à cadeia de fornecimento para desmontar e reutilizar a cadeia de suprimentos; e - Loops pós-sociedade: são os loops mais extensos e envolvem reciclagem de materiais em vez de reprodução. Entre todos esses tipos de loops, o loop pós-consumidor se encaixa melhor na ideia deste projeto. Isso envolveria o projeto de um sistema para recuperar as partes usadas do produto de volta ao sistema para reutilização. 1.6 Desafios e riscos do gerenciamento de sistemas de loop fechado Como toda prática de gestão, as cadeias de fornecimento de loop fechado têm seus próprios desafios que criam um atrito no caminho para a criação de um sistema de sucesso. O Fórum Econômico Mundial (2009) deu uma descrição vívida e formas de barreiras e desafios que podem afetar cadeias de suprimentos próximas. - Infraestrutura: infraestrutura inadequada em certas sociedades dificulta o bom funcionamento da cadeia de fornecimento de malha estreita; - Regulação: existem regulamentações menos adequadas para forçar os consumidores e as empresas manufatureiras a garantir que abordagens sustentáveis sejam adotadas na gestão do fim da vida útil dos produtos; - Pressões competitivas: embora a recaptura de produtos que estão no final de sua vida ou estejam com defeito possa trazer benefícios para as empresas, ela requer recursos financeiros e outros recursos substanciais para obter ganhos sustentáveis. Devido ao medo de perda de posições competitivas através do uso de fundos, por exemplo, a expansão de ideias de negócios e, em vez disso, usá-lo em projetos sustentáveis pode tornar difícil para aqueles que querem mesmo se juntar ao trem da revolução verde; - Comportamento do Consumidor: os consumidores também podem criar um desafio para uma possível cadeia de fornecimento de circuito fechado. Se os consumidores não estão cientes da importância de trazer produtos para reutilização, o sistema não seria eficiente; - Parcerias: falta de parceiros que podem manter as diferentes partes do sistema, o controle das atividades deve ser feito em coordenação com outras partes interessadas, de modo que, quando não há coordenação, tudo se torna distorcido; e 24 - Tecnologia: isso permitiria que o sustentável não existisse em certas sociedades, recursos biodegradáveis também não estão disponíveis, deixando os produtores sem a opção de usar recursos biodegradáveis. 1.7 Interno - Especialização: Caríssimo de pessoas adequadas com ideias inovadoras que podem ser usadas no design de produtos e processos ecológicos. Se a organização não tiver as pessoas com o conhecimento e a habilidade necessários para gerenciar os sistemas, haverá complicações que não serão bem-sucedidas, poishaverá caos de infraestrutura. A falta de infraestrutura para auxiliar o gerenciamento do fluxo de entrada de materiais e o processamento também pode ser um obstáculo que pode impedir a possibilidade de um sistema de circuito fechado que funcione bem. Uma empresa que não tenha a infraestrutura necessária, por exemplo, carros para recolhimento de agentes receptores e etc., poderá enfrentar dificuldades. - Tecnologia: A falta da tecnologia necessária para a fabricação de produtos seguros e sustentáveis antes do encaminhamento para os consumidores também pode ser um obstáculo à implantação de sistemas de circuito fechado; - Suporte às Partes Interessadas: As partes interessadas na cadeia de valor devem estar dispostas a se comprometer com a ideia de adotar o sistema de circuito fechado desde o fornecimento de materiais até a recuperação do produto. A falta de participação ou envolvimento das partes interessadas também pode limitar a chance de implementar um sistema de circuito fechado bem-sucedido; - Modelo de negócio: Toda empresa tem seu próprio modelo de negócio e agenda, se o negócio não tem uma visão de absorver abordagens sustentáveis em suas abordagens de gestão, mas apenas focar em questões de rentabilidade quando enfrenta intensa competição, certamente seria difícil considerar a participação total em uma cadeia de fornecimento de loop próximo; e - Recursos financeiros: O comprometimento de recursos financeiros com a sustentabilidade também pode ser um grande desafio para as empresas. w 25 1.8 Sistemas de logística reversa O termo logística reversa foi descrito por Hawks (2006, p.1) como “procedimento de mover produtos de seu estado original para seu destino final (clientes) com a finalidade de capturar valor a partir dele ou melhor disposição”. Sarder, Rahman, Yenduri e Ijumbaet (2009, p.16) também descrevem o termo como um “processo de cadeia de mantimentos que cria estratégias, instala e controla o fluxo reverso e o armazenamento de produtos reajustados”. De acordo com Abdullah, Yaakub e Hilman (2011, p.513), “envolve atividades como processamento de mercadorias devolvidas devido a falhas, reabastecimento, recalls, embalagens e recuperação de materiais de clientes”. Embora a importância da ideia não possa ser contestada. Mollenkopf e Closs (2005) apontam que muitas firmas veem a ideia de logística reversa, mas não dão muito respeito em suas atividades de planejamento. Murphy (2007) também destaca que, embora o conceito de logística reversa possa não obter os recursos e o foco necessários à distribuição tradicional de produtos, está recebendo atenção nas práticas atuais de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Como a conscientização global sobre a importância da sustentabilidade continua crescendo e crescendo, as empresas não podem mais fechar os olhos para a logística reversa, especialmente em áreas onde os produtos podem ser devolvidos da fonte para descarte ou reutilização segura de outra forma. De acordo com Partridge, (2014), a ideia de alcançar cadeias de fornecimento reversíveis sustentáveis e econômicas tornou-se uma prioridade para muitas empresas. 26 1.9 Benefícios da logística reversa Não pode haver compromissos entre logística sustentável e rentabilidade sustentável; não há argumentos lógicos para não fazer isso. As empresas têm imensos benefícios que obtêm da logística reversa e algumas são as seguintes:(Segundo Partridge). - Objetivo Ecológico: O ambiente global está sob ameaça devido à introdução de substâncias tóxicas e perigosas nos materiais pelas empresas de manufatura que produzem para consumo. Partridge (2011) aclama que através de uma logística reversa eficaz, processos de retorno ineficientes que resultam em movimentos de transporte desnecessários podem ser reduzidos e melhorar a qualidade do ar, uma vez que a emissão de carbono seria reduzida. Os produtos que possuem componentes de materiais perigosos devem dispor de um descarte adequado para reduzir seu impacto no meio ambiente. A logística reversa permitiria que esses materiais tóxicos fossem recuperados para o consumidor final e descartados adequadamente ou usados para outros fins benéficos. Através deste lixo disposto em nossos campos de terra e queimados ao ar livre seria reduzido drasticamente, reduzindo assim o impacto que eles teriam sobre o meio ambiente; - Proteção de Ativos: As empresas que possuem altos segredos de propriedade intelectual que não desejam revelar a outros clientes podem usar a ideia de logística reversa para recuperar seus produtos e proteger suas propriedades intelectuais; - Responsabilidade social corporativa: Os clientes gostariam de se alinhar com as empresas responsáveis, e as empresas que têm a vantagem de aplicar abordagens sustentáveis às suas atividades estão usando isso como uma vantagem contra aqueles que não têm esse privilégio. A aplicação de práticas e práticas sustentáveis pode ser uma arma estratégica que pode ser usada pelas empresas para diferenciá-las de empresas que não usam atividades sustentáveis. Também pode melhorar a imagem da empresa, uma vez que os consumidores estão se tornando mais críticos em relação às empresas agora; e - Recompensas Econômicas: Empresas que adotam abordagens sustentáveis nas cadeias de suprimentos obtêm valor de materiais recuperados através da reciclagem ou de outras formas; governos e autoridades locais que também fornecem benefícios fiscais e outras formas de incentivos para empresas que agem com responsabilidade tomando 27 cuidado. Partridge (2011) aponta que a aplicação de metodologias sustentáveis na gestão de atividades possibilita a redução de ineficiências e custos. Os preços do petróleo influenciam os preços dos plásticos virgens dos quais as garrafas de PET são derivadas e, devido à flutuação dos preços do petróleo, ter uma alternativa mais barata pode ser uma mudança no jogo. 1.10 Razões para devoluções Wells e Seitz (2005, p. 249) ressaltam que embora a “ideia da logística reversa seja trazer o produto de volta ao ponto de fabricação original, existem várias outras razões pelas quais isso acontece”, Bonev (2012, p.38) descreve algumas razões para os retornos de produtos: - Quando os consumidores não obtêm os recursos pretendidos ou a qualidade que esperam dos produtos que compraram, eles os devolvem ao local de compra. Um exemplo típico disso é a compra e o retorno de sapatos on-line e o retorno de volta, porque o tamanho não cabe no usuário; - Outra razão é a devolução de serviço, que é a devolução do produto defeituoso para ser feito ou para reparos. Um exemplo é uma máquina de fotocópia alugada, quando esta função é parada o proprietário vem substituí-lo por um novo; - Os retornos de fim de uso ocorrem quando um cliente pode devolver um produto em um determinado estágio de sua vida útil; geralmente, esses produtos podem ser reutilizados porque eles vêm em condições de uso. Os produtos são então enviados para outros compradores que precisariam deles para uso; e - O fim da vida útil retorna, aqui a utilidade do produto chegou ao fim e o usuário tem a possibilidade de devolvê-lo ao fabricante original para descarte seguro ou reciclagem em outras formas. 1.11 Tendências atuais em retornos de garrafas A devolução de garrafas PET assumiu uma dimensão global, devido ao fato de que vários governos do mundo reconheceram a necessidade de produzir 28 produtos que sejam ecológicos, de modo a proteger o meio ambiente e desestimular os aterros sanitários. A garrafa PET retorna ao mundo inteiro, está convergindo para quase o mesmo sistema que é o sistema de depósito. O sistema de restituição de depósitos é um sistema pelo qual as garrafas para bebidas compradas são pagas e um reembolsoé dado nos vários centros de devoluções designados. Esse sistema é operacional na maioria dos países desenvolvidos da Europa, América do Norte e algumas partes da Ásia, enquanto nos países em desenvolvimento da África e da Ásia, o sistema de exaustão é operacional. Na Finlândia, a tendência atual de devolução de garrafas PET é o sistema baseado em restituição de depósitos, no qual existe uma empresa (Palpa) que administra e desenvolve o sistema baseado em depósito de devolução de garrafas. É um sistema de reciclagem de base ampla, no qual quase todas as garrafas, como refrigerantes, cerveja, bebidas esportivas e garrafas e latas de bebida longa, têm um depósito que pode ser reconhecido por uma inscrição em cada garrafa / lata (BONEV, 2012). Na Suécia, uma lei foi introduzida em 2006 exigindo que todas as bebidas embaladas em latas de alumínio e garrafas plásticas fossem recicladas, também estabeleceu metas de reciclagem para os produtores de bebidas e foi implementada em 2007. Esse sistema exigia que as latas de bebidas fossem cobertas por uma reciclagem / sistema de retorno que não é administrado pelo governo, mas por empresas de manufatura e seus parceiros (BONEV, 2012). No Brasil, a maioria absoluta das embalagens PET produzidas é eficientemente reciclada. Essa reciclagem ocorre por meio de sistemas de coleta alternativos de empresas dedicadas a essa tarefa, realizadas por coletores e suas cooperativas. No entanto, alguns desses pacotes acabam em aterros, o sistema municipal de gerenciamento de resíduos mais comum no Brasil. Isso acontece por dois motivos principais: 1 - A falta de coleta de lixo, nem todas as comunidades brasileiras têm coleta de lixo em 100% dos domicílios, especialmente nos bairros mais pobres e favelas; e 2 - Hábitos do povo brasileiro - sem separar o lixo reciclável - ou pior ,o lixo vai parar nos rios e nas ruas. 29 Os dois sistemas são semelhantes na medida em que ambos são apoiados por uma lei. O projeto de um sistema de reciclagem / retorno não terá sucesso em sua implementação sem a lei do governo que o apoia. A Finlândia e a Suécia representam dois exemplos dessa teoria. 1.11.1 Processo de Recuperação de Produto Existem dois meios de processo de recuperação de produto, as opções de coleta e entrega (BAJPAI, 2014). A opção adotada depende da infraestrutura disponível. Em alguns países, ambas as opções são empregadas para a recuperação efetiva dos produtos dos consumidores. O processo de recuperação deve ser conduzido por diferentes partes interessadas, dependendo do projeto adotado e da estrutura implementada para auxiliar o processo. 30 CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO DE GARRAFAS PET EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Como resultado da globalização e aumento da população, as empresas de manufatura conceberam a ideia de produzir bebidas, água e bebidas alcoólicas usando garrafas PET. As empresas de manufatura não previram a ameaça que a garrafa PET constituirá na fase inicial e, como tal, não houve um gerenciamento adequado das garrafas. No entanto, como o PET começou a constituir um risco ambiental, o governo estadual tornou a legislação para proteger o meio ambiente e a sociedade da poluição. Em países em desenvolvimento, o sistema de circuito fechado está em fase evolutiva. O design deste sistema é olhar para os benefícios futuros para a sociedade. Portanto, é imperativo ver como ele está evoluindo, gerenciado e sustentado (BAJPAI, 2014). O problema das garrafas PET também constitui um grave perigo para o ambiente marinho costeiro, afetando os valores estéticos e recreativos (SCHRIEVER, 2013). As garrafas PET também causam perdas econômicas enormes quando enchem os canais. Sabe-se que cria problemas de gerenciamento de resíduos porque eles não se degradam facilmente. Ameaça a segurança humana, acumulando-se em aterros e habitats naturais. Eles causam poluição transfronteiriças por causa de sua natureza altamente flutuante, afetando o meio ambiente global (VENNILA, JAYASIRI e PANDEY, 2014). Nos países desenvolvidos, muitas pesquisas foram realizadas para determinar as melhores maneiras pelas quais as empresas de manufatura podem recapturar os resíduos de plástico e usá-los como insumo em seus processos de fabricação. Baaran (2012) realizou uma pesquisa sobre o que torna as empresas de manufatura mais desejosas de reciclagem. O objetivo do estudo foi descobrir se existem relações entre as opções de reciclagem e algumas características das empresas de manufatura. Os resultados indicaram que algumas características que deveriam ter relação com as opções de tratamento foram apoiadas pelas duas análises, enquanto outras não foram. Coelho (et al., 2010) realizaram uma pesquisa sobre recipientes PET no Brasil: oportunidades e desafios do modelo logístico para reciclagem de resíduos pós-consumo. O estudo analisou de forma integrada, as melhores alternativas para melhorar o sistema de reciclagem, examinando o ciclo de vida da garrafa Pet no 31 Brasil. Um sistema alternativo de reciclagem considerando aspectos sociais, econômicos e ambientais com uma perspectiva integrada de longo prazo foi proposto. Os resultados do estudo identificaram a necessidade de estruturar a cadeia reversa pós-consumo e envolver os setores industriais e governamentais através da cadeia de produção de garrafas PET. Zhang e Wen (2014) realizaram um estudo sobre o sistema de coleta de consumo e reciclagem de PET: um estudo de caso da China de Pequim. O estudo analisou as práticas atuais de coleta e reciclagem de frascos de PET em todo o mundo a partir do aspecto de consumo de PET, taxa de reciclagem e métodos de coleta de reciclagem. Os resultados indicaram que 90% das garrafas PET consumidas foram coletadas por colecionadores informais, garrafas para animais de estimação são reprocessadas por pequenas fábricas não projetadas com equipamentos de controle de poluição. Os estudos de Baaran (2012), Coelho (2010) e Zhang e Wen (2014) abordaram a necessidade de reciclar o lixo. O estudo de Baaran (2012) indica a necessidade de identificar fatores que possam tornar as empresas manufatureiras desejosas de reciclar, enquanto Coelho (2010) e Zhang e Wen (2014) abordaram a necessidade de desenvolver cadeias logísticas reversas para reciclagem de PET. A tabela abaixo apresenta um resumo dos estudos sobre logística reversa e reciclagem. O objetivo do resumo é descobrir o tipo de estudo realizado anteriormente, a metodologia adaptada e identificar a lacuna de pesquisa. 32 TABELA 1 - Resumo de estudos sobre Logística Reversa e Reciclagem Fonte Tipo de estudo Tipo de Resíduos Método utilizado Bing et al (2014) Análise de uma rede logística e desenho de ferramentas de apoio à decisão para analisar os efeitos de vários sistemas de coleta, separação e tratamento de plásticos domésticos, de Garrafas PET para embalagens plásticas Resíduos de plástico doméstico Abordagem de estudo de cenário (linear inteiro misto programação) Coelho et al (2010) Analisou de forma integrada as melhores alternativas para melhorar o sistema de reciclagem, examinando a garrafa PET ciclo de vida no Brasil Garrafas PET Reveja Dias e Braga Junior., (2016) Analisou as práticas de logística reversa realizadas por um varejista e medir a quantidade de resíduos gerados por cada departamento resíduos de retalho ( plásticos e cartões) Método de Wuppertal, Fehr et al (2014) Perseguido o objetivo de mudar as oportunidades de derrubar para inverter a logística, a fim de fechar o saldo. Casa desperdício Qualitativo Quantitativo Ferri et al (2015) Propõe uma rede de logística reversa envolvendo MSWM para resolver o desafio de gerenciaresses resíduos de forma econômica, considerando os novos requisitos legais e a inclusão de catadores. Logística reversa no MSWM modelagem matemática genérica Kinobe et al (2015) Analisou em detalhes a coleta, reprocessamento, redistribuição e mercados finais destes produtos em uma rede de cadeia de suprimentos invertida " MSW Reverse Logísticos em um aterro Qualitativo e quantitativo Zhang et al (2011) propôs um modelo de logística reversa inexata para sistemas municipais de gerenciamento de resíduos sólidos RSU Desenvolvimento de modelos Siliva e Neto (2011) Examina a viabilidade da introdução da logística reversa na indústria de plásticos na cidade de Teresina, capital do Piauí, Brasil. Resíduos plásticos Quantitativo Matar et al (2013) Apresentar um modelo original para a reciclagem de produção - reutilização de garrafas plásticas de bebidas. Garrafas de plástico PET Desenvolvimento de Modelo FONTE: (ZHANG e WEN, 2014, p.128) As principais observações da revisão e análise dos estudos indicam que a maioria dos estudos analisou a implementação da logística reversa em Resíduos Sólidos Plásticos (RSP) e resíduos domésticos. O design de redes é outra área que tem recebido muita atenção de pesquisa no campo de logística reversa usando programação matemática (BING et al., 2014; FERRI et al., 2015; FERRI et al., 2014; CHAVES et al., 2014). Estudos investigaram a logística reversa e a reciclagem de plástico em países em desenvolvimento (Matar et al, 2013; Coelho et al, 2011), porém, a aplicação desses estudos em economias em desenvolvimento da África é pequena. Kinobe (et al., 2015) analisaram a aplicação logística reversa em aterros sanitários e foi dada atenção aos RSP. Além disso, apenas alguns dos estudos apresentados na tabela 1, avaliaram a logística reversa e a reciclagem do ponto de vista da indústria. 33 É importante notar que Coelho (et al., 2011) indicaram a necessidade de estruturar cadeias reversas pós-consumo e engajar setores industriais e governamentais por meio de políticas públicas a fim de apoiar tecnologias mais limpas ao longo da cadeia produtiva de garrafas PET. Esta ampla conclusão é significativa para o desenvolvimento de sistemas de logística reversa nas economias em desenvolvimento da África, uma vez que fornece uma base. É necessário que formas sustentáveis de recuperação de resíduos plásticos sejam implementadas nas economias em desenvolvimento, a fim de cobrir os atuais desafios de resíduos enfrentados, bem como atender à utilização de recursos. Apesar do estudo de Ferri (et al., 2015) com foco no desenvolvimento de modelos para RSP, o estudo propôs uma rede de logística reversa que incorpora fatores legais, ambientais, econômicos e sociais. Essa proposição é significativa para as indústrias manufatureiras, bem como para o gerenciamento de resíduos durante o desenvolvimento de Sistemas Resíduos Sólidos para resíduos plásticos. Embora a proposta possa ser complexa, a necessidade de incorporar dimensões de sustentabilidade nos programas de recuperação é significativa. Com grande parte dos resíduos sendo recuperados pelo setor informal nas economias em desenvolvimento, o trabalho revisado forneceu insights sobre a necessidade de projetar SRS adequados para aproveitar os benefícios da reciclagem. No entanto, a fim de alcançar a sustentabilidade na área de RS e reciclagem, a maioria das atividades de inovação e pesquisa tecnológica, além da criação de mercados para produtos reciclados, é necessária (SILIVA e NETO, 2011). Além disso, uma série de benefícios, como a redução de impactos ambientais e custos econômicos, bem como a criação de empregos, são algumas das vantagens da implementação da logística reversa. 34 CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO As proposições deste estudo foram investigadas utilizando uma abordagem de pesquisa qualitativa. O desenho de pesquisa descritiva teve como objetivo determinar a situação das empresas e das autoridades locais em termos de regulamentação, legislação e práticas atuais. Os dados da pesquisa foram coletados por meio de questionários estruturados e observações diretas. 3.1 Questionários Dois tipos de questionários foram projetados; para as indústrias de engarrafamento de bebidas, para um organismo regulador (Autoridades de Gestão Ambiental em Santo Domingos, na República Dominicana). Questionários separados foram usados porque as preocupações de pesquisa para empresas de bebidas, órgãos reguladores eram diferentes. 3.2 Objetivo do questionário de empresas de bebidas Os questionários distribuídos às empresas de bebidas focaram na determinação do seguinte: se as empresas de bebidas estavam praticando Logística Reversa (LR); quantidade de volumes de produção de produtos embalados em PET; o tipo de sistema de produção ou reciclagem de plástico (PET) utilizado; e o que levou essas empresas a praticar LR. O objetivo de determinar se as empresas de bebidas estavam praticando qualquer forma de LR era determinar melhor como elas eram praticadas, os motivadores por trás da prática e o tipo de sistema de LR usado. Existem muitas razões pelas quais os produtos são devolvidos e por que as empresas se envolvem na logística reversa. Algumas das razões são: lucros econômicos de ganhos diretos como insumos materiais, redução de custos, recuperação de valor agregado e ganhos indiretos como, proteção de mercado, imagem verde, melhor relação cliente / fornecedor; legislações; a cidadania corporativa e outros produtos são devolvidos porque não funcionam adequadamente ou porque sua função não é mais necessária. Todos esses motivos foram avaliados no questionário para determinar por que as empresas praticavam ou não praticavam LR. O tipo de sistemas LR utilizados 35 também foi avaliado. Para as empresas que praticaram, os pesquisadores Jabbour e Jabbour (2014), avaliaram os fatores que os influenciaram na prática da LR. O único propósito de determinar o tipo de produção de plástico ou sistema de reciclagem era entender o tipo de matérias-primas usadas na produção de PET e quem eram os principais fornecedores dessas matérias-primas. Era necessário determinar o tipo de produção de PET ou sistema de reciclagem para entender onde os aspectos de LR se encaixavam. Os pesquisadores (Jabbour e Jabbour, 2014) investigaram ainda os desafios enfrentados pelo órgão regulador para implementar plenamente as leis e se a aplicação de LR poderia contribuir para o alívio dos muitos problemas enfrentados pelo organismo, especialmente a degradação ambiental causada pela eliminação ilegal de resíduos plásticos de PET. 3.3 Observações diretas Estes foram conduzidos para observar os arredores da cidade da Santo Domingos e como os recicladores recolheram suas garrafas PET. 3.4 Amostragem e metodologia O tamanho da amostra das empresas de engarrafamento de bebidas foi determinado usando amostragem intencional e sete (7) empresas foram selecionadas. A amostragem intencional foi utilizada com base no fato de que as empresas selecionadas forneceram uma boa representação da população. Um total de 7 empresas de fabricação de bebidas foram amostradas em 28. Uma intensidade de amostragem de 25% foi utilizada, pois minimiza o erro de amostragem. Segundo Struwig e Stead (2010), a intensidade de amostragem de 25% é recomendada e aceitável para selecionar amostras de cada população. A amostra representativa foi baseada na fórmula de Boyd, a equação (1) é mostrada abaixo: 36 Onde: C = representa um valor maior ou igual a 5% da população-alvo. N = população geral n = tamanho da amostra Determinado tamanho da amostra: n = 28 X 25/100 n = 7 Das nove instituições compostas por dois órgãos reguladores e sete empresas,dois órgãos reguladores responderam, enquanto apenas cinco empresas responderam positivamente, permitindo visitas às plantas. 66,7% foi a taxa de resposta dos questionários. 3.5 Resultados e Discussão 3.5.1 Resultados do questionário da empresa Volume de Produção de Garrafas PET - As empresas de bebidas foram categorizadas em grandes, médias e pequenas empresas. A categorização das empresas em grande, médio e pequeno foi baseada no volume de produção. Do número de empresas investigadas, apenas 5 empresas responderam positivamente. Duas grandes empresas, duas médias e uma pequena empresa. A Figura 3 a seguir ilustra o volume de produção e a massa de bebidas engarrafadas PET das empresas de bebidas categorizadas que participaram da pesquisa. Os resultados da tabela abaixo mostram que 17.177.169 litros de bebidas engarrafadas PET são produzidas mensalmente para consumo das cinco empresas. No período de um ano, são produzidos 205.238.993 litros de produtos engarrafados PET. Segundo Struwig e Stead (2010), 1 tonelada é igual a 40.000 garrafas PET de 1 litro cada (resultados não publicados). Usando este valor, pode-se estimar a quantidade de garrafas PET no mercado em 8.209.519.680 garrafas PET por ano num estado. No entanto, existem limitações ao estimar o consumo de garrafas PET. A figura (8.209.519, 680 garrafas PET) foi calculado com base em dados de apenas cinco empresas e se os pesquisadores pudessem obter dados de todas as empresas de bebidas em Santo Domingos, o número aumentaria. Os pesquisadores 37 não consideraram todas as empresas e também não consideram o número de retornos. Apesar das limitações, os resultados fornecem informações preliminares sobre a quantidade de garrafas PET disponíveis para reciclagem. FIGURA 3 - Volume de Produção de Bebidas Engarrafadas em PET (Litros) Categoria Volume de Produção (litros) Diariamente Por mês Grande 469 079 12 196 056 Médio 176 735 4 595 110 Pequeno 12 000 312 000 Total 657 814 17 103 166 FONTE: (JABBOUR e JABBOUR, 2014, p.128) • Práticas de LR por empresas de bebidas - Os resultados das grandes empresas indicaram que, a logística reversa de malha fechada é praticada em produtos engarrafados de vidro retornáveis. As garrafas de vidro devolvidas são mecanicamente recicladas, lavando-as em máquinas a temperaturas não superiores à temperatura de fusão das garrafas. No entanto, as garrafas PET não são recuperadas, pois as empresas não possuem instalações de reciclagem de plástico. A alta ênfase no gerenciamento de qualidade resulta em devoluções de produtos danificados ou expirados de embalagens plásticas e de vidro. As grandes empresas não praticam a logística reversa em garrafas PET, mas imprimem símbolos de reciclagem em seus produtos para permitir que outros recicladores de resíduos coletem as garrafas facilmente para reciclagem. • As médias e pequenas empresas não praticam RL de produtos engarrafados em PET - As empresas desta categoria só lidam com retornos de produtos. Uma das principais razões apontadas para não praticar é que as empresas não têm o maquinário para reciclar. Os produtos engarrafados fabricados em PET fluem do fabricante para os distribuidores (distribuidores terceirizados) para os retalhistas e depois para os consumidores. Após a LR, essas garrafas se transformam em resíduos e são coletadas para serem descartadas pelo município ou 38 coletores de lixo particulares ou, se ilegalmente descartados ou não, os catadores coletam essas garrafas e as vendem para fins de reutilização ou reciclagem. Não há forma de LR praticada por essas empresas. Os pesquisadores então analisaram dois tipos de modelos de LR, nos sistemas de circuito fechado e de circuito aberto. O sistema de circuito fechado é considerado prático pelas empresas que lidam com garrafas plásticas recicláveis. No caso da logística reversa de malha aberta, as garrafas de plástico PET não retornam aos fabricantes ou fornecedores originais. Os produtos são retirados por logística de terceiros para fins de reutilização, revenda ou reciclagem. Portanto, considerando os resultados das empresas, os pesquisadores propuseram um sistema de logística reversa de malha aberta para facilitar as atividades de reciclagem. • Produção de Garrafas PET - Atualmente, as empresas de engarrafamento de bebidas amostradas importam toda a matéria-prima necessária para a produção de garrafas PET. As garrafas PET pré-formadas são importadas da África do Sul pela maioria dessas empresas, exceto por uma empresa de bebidas médias, onde cerca de 40% das garrafas PET são produzidas internamente usando grânulos da África do Sul. As pré-formas são aquecidas e sopradas para as formas e tamanhos necessários antes de preenchê-las. 3.6 Resultados do questionário Os autores Jabbour e Jabbour (2014), investigaram as medidas que foram postas em prática para proteger o meio ambiente. A agência de gestão ambiental local, que é um órgão autônomo e desempenha o papel de regulamentar e coordenar a gestão ambiental, foi investigada. A legislação de Santo Domingos obriga todos os fabricantes de garrafas PET a pagar pela poluição. Também promove o princípio da reciclagem para melhorar a recuperação de material. No entanto, os regulamentos que obrigam os fabricantes a serem responsáveis pelos seus produtos estão consagrados nos regulamentos de gestão de resíduos. Embora esses regulamentos estejam sob gerenciamento de resíduos, o órgão ainda é 39 responsável pela aplicação dessas regulamentações. Uma série de desafios impede a aplicação adequada desses regulamentos. Lacunas estabelecidas que dificultam o manejo ambientalmente saudável dos resíduos plásticos são categorizadas da seguinte forma: planejamento de políticas; aspectos legais, incluindo a aplicação, principais partes interessadas, seus papéis e coordenação; capacitação e treinamento, conscientização pública e falta de sistemas eficazes de LR. Os resultados sugerem que, a introdução de uma estrutura de LR otimizará a coleta de garrafas PET para os recicladores de resíduos e também reduzirá a quantidade de resíduos coletados para descarte pelo LCC. Segundo a LCC, apenas 30% dos resíduos gerados na cidade são coletados para descarte nos lixões locais. Os 70% restantes são deixados sem cobrança. Para superar os desafios dos resíduos não coletados, atualmente, existem 9 empresas responsáveis pela coleta de resíduos primários. Eles fornecem coleta de lixo para residências, áreas comerciais e industriais por uma taxa que varia dependendo da densidade da área. Nos lixões, ocorre uma forma de coleta de lixo para reciclagem, qualquer material que possa ser reutilizado ou vendido é coletado. A atividade de cobrança é realizada por um setor informal dominado por empresas familiares e microempresas privadas. 3.7 Proposta de LR framework A estrutura de Legislação de Depósito e Reembolso de Recipientes (LDRR) é uma legislação que pode levar à criação de um comitê ou agência para atuar como órgão de monitoramento da responsabilidade do produtor, no Brasil é a lei nº 2.429 de 2003 (JABBOUR e JABBOUR, 2014). O comitê pode incluir representantes da Agência de Gestão Ambiental, da Câmara Municipal, fabricantes de bebidas e importadores. O LDRR pode ser uma forma de Responsabilidade Estendida do Produtor, onde os fabricantes são legalmente obrigados a compartilhar a responsabilidade com os consumidores pelos custos de reciclagem dos produtos que produzem. O principal objetivo é garantir que os recipientes de plástico PET para bebidas usadas sejam coletados e reciclados. Atualmente, as maiorias de garrafas plásticas usadas vão para aterros (a um custo para o governo local), são queimadas ou se transformam em lixo com poluição associada. O quadro proposto é direcionado para
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