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Logística reversa - Estácio (FINAL)

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CENTRO UNIVERSITÀRIO ESTÁCIO DE SÃO PAULO 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
JAMES DE ALBUQUERQUE SILVA 
JOSÉ ROBERTO DE JESUS SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOGÍSTICA REVERSA: 
Sustentabilidade com a reciclagem Pet. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo – SP 
2018 
 
 
JAMES DE ALBUQUERQUE SILVA 
JOSÉ ROBERTO DE JESUS SOUZA 
NOME DO GRADUANDO # 2 
 
 
 
 
 
 
LOGÍSTICA REVERSA: 
Sustentabilidade com a reciclagem Pet. 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 
apresentado como exigência parcial para 
a obtenção do título de bacharel em 
Engenharia de Produção, do Centro 
Universitário Estácio São Paulo. 
 
Orientador: Prof. Eduardo Luis Gimenes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo – SP 
2018 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Primeiramente queremos agradecer a Deus, pois sem Ele nos dando saúde e força 
para continuar lutando, não teríamos chegado até aqui. 
 
Depois agradeceremos à universidade e a todos os professores, assim como a todos 
os queridos colegas que acompanharam desde o início, e aos que apanhamos na 
metade do caminho. 
 
Agradeço ao meu orientador pela paciência, pela dedicação, por nunca ter desistido 
de nos. E acima de tudo, pelo incentivo, pois muitas vezes foi o empurrão que 
precisava. 
 
Um dos agradecimentos mais especiais é dedicado aos nossos familiares, que nos 
acompanham, nos apoiam e sempre acreditaram em nós. 
 
Por fim, agradeço a todos de coração, os que foram aqui mencionados e os que 
não, porque não dá para falar de todos em particular, mas todos foram importantes 
para nosso percurso.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mente que se abre a uma nova ideia 
jamais voltará ao seu tamanho original.” 
Albert Einstein 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A forma como as organizações pensam e agem precisam ser mudadas 
extensivamente devido a pressões econômicas, melhoria tecnológica e evolução das 
necessidades das partes interessadas. O planeta terra não é capaz de suportar o 
processo atual desde a produção até o lixo. Existe a necessidade das empresas 
mudarem suas práticas na direção que aborda as questões relacionadas ao meio 
ambiente e à sociedade. A maneira de fazer isso é implementar a sustentabilidade 
nas práticas diárias da empresa. Dentro deste contexto, qual a ligação da 
sustentabilidade com a inovação e a vantagem competitiva nos fatores ambientais e 
sociais? Todas as empresas enfrentam sérios desafios na competição devido ao 
ritmo acelerado das mudanças sociais e tecnológicas, maior consciência entre 
clientes, diferentes grupos sociais, ONGs e governos, portanto a inovação e a 
vantagem tecnológica são os fatores-chave para conquistar o mercado. O objetivo 
deste estudo é investigar e compreender como as empresas podem transformar 
esses desafios em oportunidades de inovação e ganho de vantagem competitiva 
sustentável. Tendo como objetivos específicos: Descrever conceitos e definições a 
respeito do tema; compreender a evolução de garrafas PET em países em 
desenvolvimento; e analisar um estudo de caso de Logística Reversa na cidade de 
Santo Domingos, na República Dominicana. O estudo é descritivo e qualitativo. 
Hipoteticamente, a logística reversa do PET não é praticada pelas empresas de 
engarrafamento de bebidas em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, uma 
vez que é considerada um processo sem valor acrescentado e pode, portanto, ser 
muito dispendiosa do ponto de vista financeiro. 
 
Palavras-chave: Logística Reversa, Sustentabilidade, PET, Reciclagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The way organizations think and act needs to be changed extensively due to 
economic pressures, technological improvement, and evolving stakeholder needs. 
The planet earth is not able to support the current process from production to waste. 
There is a need for companies to change their practices in the direction that 
addresses issues related to the environment and society. The way to do this is to 
implement sustainability in the company's daily practices. Within this context, what is 
the link between sustainability and innovation and competitive advantage in 
environmental and social factors? All companies face serious challenges in 
competition due to the rapid pace of social and technological change, greater 
awareness among customers, different social groups, NGOs and governments, so 
innovation and technological advantage are the key factors for winning the market. 
The objective of this study is to investigate and understand how companies can 
transform these challenges into opportunities for innovation and gain sustainable 
competitive advantage. Having specific objectives: Describe concepts and definitions 
regarding the theme; understand the evolution of PET bottles in developing 
countries; and to analyze a case study of Reverse Logistics in the city of Santo 
Domingo, Dominican Republic. The study is descriptive and qualitative. 
Hypothetically, reverse logistics of PET is not practiced by bottling companies in 
developed or developing countries, since it is considered to be a non-value-added 
process and can therefore be very costly from a financial point of view. The reverse 
logistics of PET in large part is not practiced by bottling companies in developed or 
developing countries, since it is considered a process without added value and can 
therefore be very expensive from a financial point of view. 
 
Keywords: Reverse Logistics, Sustainability, PET, Recycling. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7 
CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO CONTEXTUAL .............................................. 9 
1.1 A logística ............................................................................................................ 9 
1.2 Lógica Reversa ................................................................................................. 11 
1.3 Logística Verde ................................................................................................. 13 
1.3.1 Forças motrizes e restritivas da logística verde .......................................... 14 
1.3.2 Competitividade ............................................................................................. 20 
1.3.3 Competitividade e logística reversa ............................................................. 20 
1.4 Sistema de loop fechado .................................................................................. 22 
1.5 Tipos de sistema de loop fechado ................................................................... 22 
1.6 Desafios e riscos do gerenciamento de sistemas de loop fechado ............. 23 
1.7 Interno ................................................................................................................ 24 
1.8 Sistemas de logística reversa .......................................................................... 25 
1.9 Benefícios da logística reversa ........................................................................ 26 
1.10 Razões para devoluções ................................................................................. 27 
1.11 Tendências atuais em retornos de garrafas ................................................. 27 
1.11.1 Processo de Recuperação de Produto ...................................................... 29 
CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO DE GARRAFAS PET EM PAÍSES EM 
DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 30 
CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO ......................................................................... 34 
3.1 Questionários .................................................................................................... 34 
3.2Objetivo do questionário de empresas de bebidas ....................................... 34 
3.3 Observações diretas ......................................................................................... 35 
3.4 Amostragem e metodologia ............................................................................. 35 
3.5 Resultados e Discussão ................................................................................... 36 
3.5.1 Resultados do questionário da empresa ..................................................... 36 
FIGURA 3 - Volume de Produção de Bebidas Engarrafadas em PET (Litros) .......... 37 
3.6 Resultados do questionário ............................................................................. 38 
3.7 Proposta de LR framework .............................................................................. 39 
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
No mundo corporativo, a demanda de clientes e partes interessadas 
influenciou significativamente a maneira que os gerentes pensam (ENQUIST et al. 
2006). Além disso, a forma como as organizações pensam e agem precisam ser 
mudadas extensivamente devido a pressões econômicas, melhoria tecnológica e 
evolução das necessidades das partes interessadas (BROWN e EISENHARDT, 
1998). Segundo Laszlo e Zhexembayeva (2011), a terra não é capaz de suportar o 
processo atual desde a produção até o lixo. A demanda começou a se construir a 
partir de consumidores, funcionários, investidores e sociedade nas empresas para 
oferecer produtos e serviços mais ecológicos sem sacrificar a qualidade ou o preço. 
A justificativa de estudos nesta área é que a preocupação em salvar o planeta 
criou uma batalha entre governos, ativistas do consumidor e empresas. Portanto, 
existe a necessidade das empresas mudarem suas práticas na direção que aborda 
as questões relacionadas ao meio ambiente e à sociedade. A maneira de fazer isso 
é implementar a sustentabilidade nas práticas diárias da empresa. Segundo 
Nidumolu (et al., 2009), a natureza da concorrência também está mudando devido à 
maior demanda por sustentabilidade, obrigando as empresas a pensar de forma 
diferente sobre produtos, processos e tecnologias. Além disso, o autor enfatiza que 
a inovação é a solução para o crescimento e melhoria, especialmente em tempos de 
turbulência econômica. 
 Dentro deste contexto, qual a ligação da sustentabilidade com a inovação e a 
vantagem competitiva nos fatores ambientais e sociais? Todas as empresas 
enfrentam sérios desafios na competição devido ao ritmo acelerado das mudanças 
sociais e tecnológicas, maior consciência entre clientes, diferentes grupos sociais, 
ONGs e governos, portanto a inovação e a vantagem tecnológica são os fatores-
chave para conquistar o mercado (NIDUMOLU et al., 2009). Eles pressionam as 
empresas para abordar essas questões, portanto, as empresas precisam apresentar 
ideias inovadoras. No entanto, algumas empresas seguem a abordagem proativa 
para lidar com essas preocupações. 
O objetivo deste estudo é investigar e compreender como as empresas 
podem transformar esses desafios em oportunidades de inovação e ganho de 
vantagem competitiva sustentável. Tendo como objetivos específicos: Descrever 
conceitos e definições a respeito do tema; compreender a evolução de garrafas PET 
 
 
 
 
8 
 
em países em desenvolvimento; e analisar um estudo de caso de Logística Reversa 
na cidade de Santo Domingos, na República Dominicana. 
 Hipoteticamente, a logística reversa do PET não é praticada pelas empresas 
de engarrafamento de bebidas em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, 
uma vez que é considerada um processo sem valor acrescentado e pode, portanto, 
ser muito dispendiosa do ponto de vista financeiro. De acordo com Srivastava 
(2008), a LR possui três direcionadores e estes são a legislação do governo, o valor 
econômico a ser recuperado no produto devolvido e as preocupações ambientais. 
Essas forças motrizes diferem em cada país de aplicação, mas a relevância é a 
mesma. 
Nos países mais desenvolvidos, com rígidas regulamentações 
governamentais, a aplicação da LR foi bem-sucedida. O Japão tem a maior taxa de 
reciclagem de garrafa PET entre os países desenvolvidos. A responsabilidade 
estendida do produtor tornou-se um elemento chave da política ambiental pública 
em vários países. Nessa abordagem, fabricantes e clientes são obrigados a voltar e 
recuperar seus produtos após o uso, a fim de reduzir os volumes de eliminação de 
resíduos. 
O estudo é descritivo e qualitativo, pesquisas do tipo descritivas tem o 
objetivo primordial à exposição dos atributos de determinado fenômeno ou afirmação 
de relações entre as variáveis (GIL, 2008). Caracteriza-se como pesquisa qualitativa, 
assim, recomenda que uma pesquisa qualitativa apresente características do tipo: 
analisar a atmosfera como fonte direta dos dados e o pesquisador como um 
instrumento interruptor; não agenciar o uso de artifícios e métodos estatísticos; 
tendo como apreensão maior a interpretação de fenômenos e a imputação de 
resultados; o método deve ser o foco principal para a abordagem e não o resultado 
ou o fruto; a apreciação dos dados deve ser atingida de forma intuitiva e 
indutivamente através do pesquisador (GIL, 2008). 
Várias biografias de autores com expressão significativa em campo científico 
foram pesquisadas. O levantamento dos dados e das informações relevantes para à 
investigação e o entendimento das questões propostas, utilizadas técnicas de 
bibliografia indireta (GIL, 2008). Também foram pesquisadas e coletadas 
informações relevantes na internet, acerca do tema, delineando a reflexão conforme 
se veem, bem como as referências bibliográficas citadas neste estudo. 
 
 
 
 
 
9 
 
CAPÍTULO 1 – DESENVOLVIMENTO CONTEXTUAL 
 
Logística verde é um novo conceito em países em desenvolvimento como o 
Brasil. No entanto, nas sociedades industrializadas, ela está em operação há muitos 
anos e está integrada à produção e distribuição de bens e serviços. É um conceito 
em que todas as partes interessadas devem estar envolvidas para evitar danos ao 
ecossistema. Questões ambientais, como poluição, erosão e aterros, são questões 
sociais que o governo constantemente legisla contra. Embora possa aumentar o 
custo de produção das empresas, é um grande benefício para a sociedade e para a 
humanidade. O consumidor também deve ser ecologicamente correto, assim como 
as atividades da sociedade como um todo devem ser ecologicamente corretas. É um 
conceito adotado no século XXI, especialmente nos países desenvolvidos 
(VAHABZADEH e YUSUFF, 2012). 
1.1 A logística 
 
O agrupamento de funções de logística em relação à venda de produtos e 
serviços é um sinal da evolução das empresas e do seu pensamento gerencial. 
Atividades como planejamento da demanda, gerenciamento de inventário e 
transporte provaram ser essenciais para a consecução dos objetivos organizacionais 
(BALLOU, 2008). Ao longo dos anos, a logística sofreu uma série de 
transformações, divididas em três fases, de acordo com Novaes (2001). 
A primeira fase foi denominada integração, na qual o elemento principal em 
cada ligação da cadeia de suprimentos foi a manutenção de inventários. A segunda 
fase é conhecida como integração apertada, caracterizada por inflexibilidade nos 
processos, o que causou atrasos na entrega de produtos finais. A terceira fase, 
denominada integração flexível, caracteriza-se pela implementação de sistemas que 
permitem a integração de informações entre os membros da cadeia através do EDI 
(Electronic Data Interchange). 
Aqui começaram as políticas de inventário zero. Mas está no estágio final, 
chamado de integraçãoestratégica, que a logística não é mais tratada como a única 
responsável pelo gerenciamento de funções de controle de estoque e 
armazenagem. Nesta fase, as empresas agora enfrentam as funções logísticas e a 
integração dos links da cadeia de suprimentos como essenciais para a consecução 
de seus objetivos e aumento da competitividade. Isso inclui a terceirização 
 
 
 
 
10 
 
emergente, uso de tecnologia, logística reversa e tratamento de fornecedores e 
clientes como parceiros. 
As mudanças constantes no sentido real da logística significaram que se 
tornou vital para o sucesso das organizações, aumentando a diminuição do prazo 
entre o pedido e o recebimento de produtos pelo consumidor, seja ele individual ou 
corporativo. Assim, um dos principais objetivos da logística é fornecer o produto 
certo, no lugar certo, na quantidade certa e a preços acessíveis, de acordo com 
Pozo (2001). Portanto, entender o que é a logística de negócios e quais as suas 
funções tornam-se críticas para as organizações. De acordo com Ballou (2008), a 
logística corporativa cuida de todas as atividades de armazenamento e manipulação, 
envolvendo o fluxo de matérias-primas e produtos acabados desde seu ponto de 
aquisição até seu destino final. Os fluxos de informação que movem os produtos, 
gerando níveis de serviço adequados aos consumidores a um custo razoável são 
parte da logística corporativa. 
Ainda de acordo com Ballou (2008), a logística corporativa tem atividades 
classificadas como primárias e de suporte. As principais atividades incluem: 
 
- Transporte - refere-se ao manuseio de produtos, roteiros e capacidade; 
- Manutenção de estoques - que se relaciona com a necessidade de 
estoque de itens para manter a disponibilidade de produtos, tornando esta 
atividade impulsionada pela eficiência no planejamento da demanda. O 
maior desafio dessa atividade é manter os produtos disponíveis no nível de 
inventário mais baixo possível; 
- Processo de Aplicação - isso representa o início do processo. As 
atividades de suporte incluem: Armazenamento - é a administração do 
espaço físico necessário para acomodar inventários. Decisões como 
localização física e arranjo são importantes para o ótimo desempenho 
dessa atividade; 
- Manuseio de materiais - que está relacionado ao movimento de materiais 
em inventário e sua disponibilidade para download no modal; 
- Pacote de proteção - cujo objetivo é proteger os itens a serem 
manipulados corretamente para que eles não estejam danificados e a 
otimização do espaço físico; 
- Aquisição - atividade que disponibiliza os produtos para os vários links na 
cadeia; 
- Horário de produção - que se refere a determinar quanto e onde os 
produtos são feitos e, finalmente; e 
 
 
 
 
11 
 
- Manutenção da informação - uma vez que qualquer função organizacional 
(empresa conectada logística ou não) deve manter sua base de dados 
atualizada, diante da reconhecida importância dos processos de distribuição 
e logística reversa. 
 
1.2 Lógica Reversa 
 
A crescente preocupação em relação ao meio ambiente, além da variedade 
de produtos disponíveis no mercado, faz com que empresas e consumidores 
busquem mecanismos para o tratamento de resíduos. De acordo com Martel e Vieira 
(2010), as leis que visam proteger o meio ambiente tornaram-se mais rigorosas. O 
reconhecimento da necessidade de cumprir a legislação também é sustentável, 
fizeram com que as empresas considerassem iniciativas que lidam com logística 
reversa, ou seja, qual é o destino final dos produtos e como eles podem ser 
reintroduzidos na cadeia. O processo logístico reverso está ilustrado na Figura 1. 
 
FIGURA 1 - Representação esquemática dos processos logísticos diretos e 
reversos. 
 
FONTE: Lacerda (2002, p.16) 
 
De acordo com Dornier e Ernst (2000), a logística reversa envolve o fluxo de 
retorno, considerando peças / pacotes defeituosos ou produtos devolvidos / 
consumidos que devem ser processados de reciclagem. Importante, o ciclo de vida 
Novos 
Materiais 
Materiais 
reutilizados 
Fornecer Produção Distribuição 
Processo 
logístico direto 
Processo logístico de reversão 
 
 
 
 
12 
 
de um produto não termina quando atinge sua vida útil. Por isso, é necessário que 
as organizações e os clientes compreendam o que é a logística reversa: enquanto a 
logística tradicional trata da disponibilidade dos produtos finais para os 
consumidores, o reverso tem a função de gerenciar o retorno desses produtos do 
consumidor de volta ao fabricante original. 
De acordo com Benjamin (et al., 2012), a logística reversa se concentra em 
quatro atividades principais: reutilização, atualização de produtos, recuperação de 
materiais e gerenciamento de resíduos. De acordo com Leite (2010), a logística 
reversa visa planejar, operar e controlar o retorno das mercadorias pós-venda e pós-
consumo. Os produtos pós-venda são caracterizados por um pouco de uso ou 
mesmo pela falta de vendas, ou seja, produtos que eventualmente retornam à 
organização por várias causas, como defeitos, erros ou demissões no transporte. 
Uma vez que os produtos pós-consumo são caracterizados pelo fim de sua 
vida útil, após sua utilização serão enviados para aterros sanitários, reciclagem ou 
reutilização. O autor também afirma que, independentemente de serem pós-vendas 
ou pós-produtos de consumo, logística reversa devem garantir seu retorno ao ciclo 
produtivo, adicionando valores econômicos, ecológicos e legais. As áreas e os 
passos envolvidos na logística reversa são ilustrados na Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
FIGURA 2 - Logística reversa - áreas de atividade e etapas reversas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Leite (2010, p.132). 
 
A compreensão e a implementação da logística reversa também estão ligadas 
à compreensão do ciclo de vida de um produto, que está relacionado à avaliação de 
impacto ambiental referente a um produto ou serviço, desde a aquisição de matéria-
prima até sua disposição final. Um grande problema é como identificar com precisão 
o ponto no tempo em que ocorre o fim da vida de um produto (LEITE, 2010). 
 
1.3 Logística Verde 
 
Logística verde é “a gestão do fluxo de bens e serviços para alcançar a 
satisfação do cliente, objetivos sociais e ambientais com menos danos ao meio 
ambiente” (ZHENG e ZHANG 2010, p.16). Murphy e Poist (2003, p.121) também 
descrevem a logística verde como “estratégia, fabricação e alocação de bens e 
serviços com menos danos ao meio ambiente”. A partir dessas definições, a logística 
verde pode ser descrita como uma estratégia de gestão que visa produzir e distribuir 
bens e serviços com menos danos ambientais. Neste mundo científico e 
tecnologicamente avançado, a conservação do meio ambiente é um dos maiores 
desafios enfrentados pela logística e pelas atividades de gerenciamento da cadeia 
de suprimentos. Logística verde coordena com o meio ambiente, consumidores, 
Logística reversa 
de consumo 
 
Industrial de 
reciclagem 
 
Corte Industrial 
 
Reutilizar 
consolidação 
 
Coleções de 
postar 
Pós venda 
logística reversa 
 
 
 
coleções de 
consolidação de 
seleção/destino 
Cadeia de 
distribuição 
direta 
Ao cliente 
Depois da 
venda 
de bens 
Bens de 
consumo do 
post 
 
 
 
 
14 
 
empresas de produção e agências governamentais. A redução da poluição por todas 
as partes interessadas pode ter um impacto máximo na obtenção de uma cadeia de 
suprimento verde. 
De acordo com Mckinnon (2013) a história da logística verde pode ser 
rastreada até pesquisas feitas por mais de quarenta anos por diferentes 
pesquisadores, focados em tópicos como externalidades de transporte livre de 
reduções, logística urbana, logística reversa, estratégias ambientais corporativas em 
direção à logística e a gestão da cadeia de suprimentos, também aponta que o 
primeiro conceito de logística verde começou nos anos90, devido à conscientização 
dos consumidores sobre questões ambientais. 
Segundo Murphy e Poist (2003), na virada do século XXI, o ambientalismo 
tornou-se a questão da discussão nos governos, nos negócios e na sociedade. Com 
o avanço das informações disponíveis para os consumidores, eles estão se tornando 
cada vez mais informados sobre o que consomem e o modo e os processos que 
produzem e o que compram. 
A cadeia de fornecimento de circuito fechado tornou-se popular no setor 
industrial como um método eficaz e eficiente para lidar com problemas que afetam o 
descarte de produtos em fim de vida útil e a combinação de impactos econômicos e 
ambientais das atividades no setor manufatureiro está se tornando a norma aceita 
numa escala mundial (HU et al. 2007, p.1665). Mais e mais empresas mudaram 
suas atividades em direção a sistemas de circuito fechado e as empresas de 
manufatura têm a oportunidade de agir de maneira responsável recuperando os 
resíduos de seus clientes após o fim de sua vida útil. 
Clary (2013) argumenta fortemente que, como os recursos estão se tornando 
caros, a reciclagem e a reutilização se desenvolverão para se tornar a única opção 
para otimização e eficiência de custos. As empresas manufatureiras recuperariam 
parte de seus produtos para reutilização em seus ciclos de produção. A 
disponibilidade de recursos naturais está se tornando limitada devido às crescentes 
taxas de consumo, aumento populacional e etc., portanto, há a necessidade de 
garantir que os recursos sejam usados de forma eficiente. 
1.3.1 Forças motrizes e restritivas da logística verde 
 
Apesar do pouco conhecimento de algumas organizações sobre a logística 
reversa, algumas empresas veem isso como ganhos em termos de competitividade 
 
 
 
 
15 
 
do mercado. Portanto, é natural que eles conheçam as forças motrizes para sua 
adoção. De acordo com Leite (2003), muitas empresas usam logística reversa 
internamente ou através de empresas terceirizadas para recuperar o valor 
econômico, aumentar a competitividade, demonstrar a responsabilidade corporativa 
de limpar os canais de distribuição através do gerenciamento de estoque e 
demonstrar o cumprimento da legislação. 
Para Lopes e Calvo (2006), as razões pelas quais as organizações atuam na 
logística reversa variam de leis ambientais que exigem que as empresas ofereçam o 
tratamento necessário aos produtos devolvidos, aos benefícios econômicos da 
reutilização de produtos devolvidos à empresa, além de aumentar a conscientização 
ambiental dos consumidores. 
De acordo com Souza e Fonseca (2009), a logística reversa pode ser vista 
em duas áreas principais: econômica e social. O primeiro, devido a ganhos 
financeiros, a empresa pode reduzir seus custos reutilizando materiais que de outra 
forma seriam descartados. O aspecto social atende aos ganhos obtidos pela 
Companhia para dispor de menos lixo em aterros através da prática da reciclagem, 
reduzindo assim as chances de contaminação do solo e das águas subterrâneas. 
De acordo com Leite (2010), a sensibilidade ecológica e a sustentabilidade 
ambiental são impulsionadores para reverter a logística. A sociedade tem se 
preocupado com a aparência do equilíbrio ecológico, tornando os consumidores 
conscientes e exigentes. Muitas empresas e o próprio Governo também contam com 
as preocupações ambientais como uma forma de diferenciação ecológica por seus 
produtos e interesses políticos, posicionando-se no mercado com vantagens 
competitivas ligadas à preservação ambiental. 
Para Leite (2010), as leis ambientais também foram desenvolvidas com o 
objetivo de ajustar o crescimento econômico às variáveis relacionadas ao meio 
ambiente e à preservação. Eles incluem diferentes tempos do ciclo de vida do 
produto, desde a fabricação e uso de matérias-primas até a disposição final dos 
produtos. 
Além disso, de acordo com Leite (2010), a imagem corporativa é cada vez 
mais aliada e comprometida com as questões da preservação do meio ambiente, de 
modo que as empresas que adotam políticas para preservar o meio ambiente serão 
reconhecidas e valorizadas pela sua imagem distintiva. Para Rodrigues et al. (2002), 
reduzir o ciclo de vida dos produtos devido à obsolescência causada pelo 
 
 
 
 
16 
 
desenvolvimento tecnológico acelerado cria uma necessidade de alternativas à 
disposição dos ativos pós-consumo. 
A ideologia logística verde tem a tendência de impactar e afetar as práticas de 
gestão das organizações, algumas das ideias que direcionam a logística verde são 
agrupadas em classes como legislação, preocupações ambientais, econômicas e 
consumidoras, conforme apontado por diferentes autores: 
 
- Legislação: De acordo com Mann (et al., 2010), o principal motor de todas as 
forças motrizes de toda a adoção de logística verde pelas empresas é a legislação 
dos governos e de outras agências reguladoras. Em alguns países, existiriam 
legislações para estabelecer padrões que as empresas teriam que cumprir a todo 
custo. Para existir em tal ambiente, não há opção a não ser cumprir, porque fazer o 
contrário significaria sair do negócio. Como amplamente conhecido sobre o mundo 
desenvolvido, existem legislações para monitorar e garantir que as empresas 
organizem suas atividades de maneiras que representem menos ameaça ao meio 
ambiente (SOOD, 2010). As regulamentações ambientais são continuamente 
definidas pelos reguladores na maioria dos países. As leis trazem sanções e multas 
que podem afetar tanto a imagem quanto a lucratividade das organizações. 
- Preocupações ambientais: Walker, Di Sisto e McBain (2008) apontam que nunca 
houve um tempo em que as pessoas se preocupam com questões ambientais e de 
mudança climática como esta geração. As organizações estão começando a ter 
dados sobre o efeito de suas atividades no meio ambiente e estão se tornando mais 
responsáveis e encontrando maneiras de reduzir os danos e danos que causam ao 
meio ambiente. As empresas estão começando a olhar para o gerenciamento do 
ciclo de vida de suas atividades e também para encontrar maneiras de reduzir 
processos e atividades insustentáveis em suas operações. 
- Fatores econômicos: Mann (et al., 2010) alegam que o desempenho financeiro 
melhorado pode surgir da recaptura de valor de produtos recuperados, redução de 
custos, mercados mais novos, maior receita e etc. Trazer de volta produtos que 
podem ser reutilizado ou reciclado para novo uso também pode reduzir o custo 
operacional; o custo de comprar materiais virgens seria maior do que um material 
usado que pode ser reciclado. 
Como dito por Jensen, Munksgaard e Arlbjørn (2013), a pressão sobre 
recursos naturais limitados em todo o mundo, tem sido uma pressão crescente para 
 
 
 
 
17 
 
encontrar outras alternativas que possam aliviar a pressão. As empresas operam 
para obter algumas margens de lucro, portanto, se uma fonte mais barata de 
insumos puder ser obtida, as empresas obviamente usariam essa alternativa. Assim, 
para obter ganhos financeiros, as empresas estão estrategicamente encontrando 
maneiras de obter lucro, adaptando as abordagens sustentáveis à gestão. 
- Consumidores: Os consumidores tornaram-se mais conscientes da questão 
ambiental devido à deterioração do meio ambiente (WALKER, DI SISTO e MCBAIN 
2008). Os consumidores são os que suportam as consequências da degradação do 
meio ambiente e estão começando a se alinhar a produtos e empresas que têm 
menos danos ao meio ambiente. As empresas não teriam escolha senão apresentar 
uma boa imagem de que se importam com o meio ambiente. 
 
Apesar da crescente preocupação com o meio ambiente e o volume de 
produção, não se sabe muito sobre a logística reversa. As organizações entendem 
as atividades de logística reversa como reciclagem e tratamento de resíduos. A falta 
de conhecimento sobre esta área relativamente nova, afeta sua implantação nas 
organizações, agravada pela faltade sincronização entre os processos de 
distribuição e logística reversa (PIRES e DANTAS, 2010). 
Portanto, a implementação da logística reversa nas organizações foi adiada 
por uma série de barreiras, que são apresentadas abaixo. De acordo com Pires e 
Dantas (2010), o ciclo de vida de um produto não termina quando é descartado. A 
falta de envolvimento e compromisso de toda a cadeia de suprimentos causada pela 
incompatibilidade dos objetivos, além da falta de estudos completos para garantir e 
provar a eficiência dos processos de logística reversa, além da ausência de 
legislação clara, induzem as empresas a não se preocuparem sobre o destino final 
de seus produtos. 
Aita e Ruppenthal (2008) informa que a logística reversa ainda é vista por 
algumas empresas como uma área de pouca relevância, tendo em vista as poucas 
empresas que possuem gerentes específicos dedicados ao assunto. Shibao (et al., 
2010) afirmam que, mesmo com as recentes preocupações em reduzir a poluição e 
os resíduos, a dificuldade de implementar a logística reversa é resultado da 
ausência de indicadores que avaliem o custo-benefício de implementá-lo e operá-lo. 
A falta desses índices está relacionada à inexistência de conhecimento dos custos 
da operação. 
 
 
 
 
18 
 
Para Lacerda (2009), fatores críticos são considerados para avaliar a 
eficiência do processo logístico: os produtos de controle de entrada - a identificação 
correta do status dos materiais devolvidos; e mapeamento de processos, uma vez 
que as empresas veem o retorno dos produtos como algo que não faz parte de sua 
rotina normal. As empresas não possuem um processo padrão e existem poucos 
sistemas de informação capazes de controlar o fluxo inverso de materiais. Isso 
também é reforçado pela falta de um planejamento de rede logística. As empresas 
devem desenvolver infraestrutura para o fluxo inverso de materiais, que inclui 
operações centralizadas para receber e separar materiais. 
Da mesma forma, a relação colaborativa entre clientes e seus fornecedores 
constitui uma das barreiras à implementação de logística reversa, além das barreiras 
de implementação relacionadas à falta de sistemas de informação dedicados, 
também pode ser citada a ausência de políticas internas devido à pouca 
familiarização dos funcionários, a um conhecimento reduzido que não tem respeito 
pela sua importância e ao tempo de resposta desconhecido dos produtos (MARTINS 
SILVA, 2006). 
Para a implementação bem-sucedida da logística reversa, é necessário que 
todos os membros da cadeia estejam envolvidos e trabalhem juntos: distribuidores, 
fabricantes e revendedores. Também é fato que a falta de informação, a segregação 
de responsabilidades e a inexistência de confiança no momento do intercâmbio de 
informações entre membros da cadeia, dificultam a evolução do processo inverso. 
Embora as funções de logística e distribuição tenham sistemas de informação 
bem definidos, a logística reversa, devido às suas peculiaridades como quantidade e 
frequência de retorno, é tratada como atípica. Existe uma clara necessidade de 
sistemas especializados que integram os processos de distribuição e logística 
reversa, uma vez que existem poucos sistemas de informação capazes de mapear 
processos que incluem logística reversa (GARCIA, 2006; YANG at al., 2008). 
A falta de gerenciamento claro das organizações em relação aos processos 
de logística reversa coloca vários problemas. Uma é a ausência de profissionais 
qualificados na área, além da falta de políticas internas e conhecimento dos 
funcionários sobre o processo de logística reversa da organização (AITA, 
RUPPENTHAL, 2008). Os fatores culturais também constituem barreiras à 
implementação, porque conceitos como sustentabilidade, conservação ambiental, 
redução de poluição e eliminação de resíduos são bem conhecidos, mas pouco 
 
 
 
 
19 
 
praticados, e ainda produzem pouca atenção de organizações e consumidores 
(LEITE, 2009). A pesquisa no campo da logística reversa deve concentrar as 
empresas na segregação de custos, ou seja, quais são os custos reais da logística 
reversa e quais são os fatores que estimulam determinadas empresas a escolher e 
outras não. Essas perguntas não respondidas podem causar um atraso na sua 
implementação (DOWLATSHAHI, 2010). 
A inexistência de processos mapeados e bem estabelecidos que permitem às 
organizações descobrir como retornar produtos e materiais representam um grande 
obstáculo na implementação de logística reversa. Muitas organizações lidam com o 
retorno dos materiais como um incidente isolado. Portanto, eles não têm controle 
adequado, juntamente com a ausência de uma rede de logística planejada para 
receber esses produtos e materiais (LEITE, 2009). 
De acordo com Wahab (et al., 2010), algumas organizações não reutilizam os 
materiais e peças devolvidos por falta de conhecimento sobre os processos de 
logística reversa. Além disso, é necessário que a empresa tenha algum tipo de 
motivação para reduzir custos ou minimizar o impacto ambiental, a fim de implantar 
a logística reversa. 
Daugherty (et al., 2001) afirmam que a relutância em implantar recursos e 
gerenciamento financeiro também é uma barreira para o desenvolvimento de 
logística reversa efetiva dentro das organizações. Essa hesitação está ligada a 
fatores como aderir a legislação governamental rigorosa sobre a disposição de 
produtos, a falta de conhecimento das pessoas sobre os custos sociais do excesso 
de resíduos e a ausência de conhecimento sobre os potenciais benefícios da 
logística reversa. 
Além disso, Brito e Seara (2010) afirmam que alguns fatores econômicos 
contribuem para a não utilização da logística reversa como os altos custos das 
tecnologias envolvidas no processo de reciclagem em comparação com os baixos 
preços dos produtos reciclados, gerando assim uma rentabilidade muito baixa. Outro 
fator importante centra-se na dificuldade e na falta de controle nos retornos dos 
produtos, já que esses retornos não ocorrem constantemente devido ao fato de que 
as empresas não percebem a importância de estabelecer canais reversos 
adequados. A falta de sistemas de informação dedicados à logística reversa também 
é mencionada por Guarnieri (et al., 2006): 
 
 
 
 
 
20 
 
A maioria das empresas não definiu claramente a logística reversa em seus 
procedimentos operacionais, representa uma percentagem muito pequena 
dos valores da logística tratados diretamente. É por isso que existem 
sistemas de informação específicos para o seu controle. Isso representa 
uma desvantagem para a empresa, porque, se não houver sistemas de 
informação que operacionalizem o gerenciamento de resíduos que 
geralmente ocupam um espaço inadequado na empresa. Isso poderia gerar 
penalidades legais e prejudicar o setor produtivo da empresa. 
 
 
 
1.3.2 Competitividade 
 
As mudanças constantes no comportamento do consumidor e a chegada de 
novos concorrentes constituem uma grande ameaça para as organizações. As 
empresas que estão desatualizadas de forma tecnológica e gerencial podem ter um 
ciclo de vida curto, pelo que tentam manter-se competitivas. A concorrência global 
obriga as empresas a desenvolver estratégias para manter suas vantagens 
competitivas. (PORTER, 1986). 
Para que as organizações possam competir no mercado, elas devem 
conhecer e analisar o ambiente onde operam e também estabelecer e adotar 
estratégias que criem vantagens competitivas e melhorem o desempenho do 
negócio (TEMPLE e SWANN, 1995). Para que as organizações permaneçam 
competitivas, é necessário abraçar ferramentas e atividades que as distinguem de 
seus concorrentes. A logística reversa poderia ser um desses casos. 
 
1.3.3 Competitividade e logística reversa 
 
Compreender o conceito e a importância da competitividade é um grande 
desafio para organizações que também devem estar alertas sobre como a logística 
reversa pode contribuir paraa sua competitividade. De acordo com Souza (2009), a 
logística reversa tem uma importância estratégica para a economia de custos 
competitiva nas organizações, pelo que tem ocupado uma posição proeminente 
dentro das empresas. A adoção da logística reversa é um elemento da estratégia de 
diferenciação de produtos, porque atividades como disposição ecológica, fornecem 
uma imagem organizacional ecologicamente correta (BRAGA e ZILBER, 2011). 
 
 
 
 
21 
 
A estratégia de liderança geral de custos tem como objetivo oferecer produtos 
e serviços, a custos menores que os concorrentes, o que exige competência das 
organizações para empregar seus recursos de forma eficiente (PORTER, 1990). 
Assim, a logística reversa para produtos pós-consumo é de grande importância na 
economia, pois pode reduzir os custos operacionais decorrentes do uso de materiais 
/ produtos reciclados e remanufaturados, além de reduzir perdas e resíduos durante 
o processo de fabricação (LACERDA, 2000). As mudanças constantes na demanda 
do mercado que as organizações se esforçam para prosseguir para aumentar sua 
competitividade, poderiam ser reforçadas pela logística reversa, o que poderia 
proporcionar oportunidades para ganhos de competitividade adicionais. Chaves 
Martins (2005) informa que: 
 
- Conformidade com as demandas ambientais: a crescente preocupação e 
conscientização sobre a sustentabilidade desencadeiam novos volumes de 
produção e consumo para o crescimento sustentável. Portanto, a logística 
reversa tem como objetivo reduzir o impacto ambiental ao tratar o 
desperdício de atividades de produção ou ao longo do ciclo de vida do 
produto; 
- Custos reduzidos: a reutilização de materiais retornados e a economia 
gerada por embalagens retornáveis proporcionam ganhos econômicos que 
incentivam o desenvolvimento e a melhoria de processos de logística 
reversa, gerando preços competitivos em comparação com a concorrência; 
- Lealdade do Cliente: os procedimentos de retorno do produto ajudam na 
fidelização do cliente porque as organizações que possuem processos de 
logística reversa bem estruturados criam uma diferenciação em relação aos 
concorrentes porque eles são mais adequados para servir o cliente. 
- Imagem corporativa positiva: as empresas estão confiando na logística 
reversa para transmitir aos clientes a imagem de uma cidadania corporativa, 
respeitando os princípios de sustentabilidade ambiental, que é um bom 
incentivo de marketing, de tal forma que as organizações podem aumentar 
o valor da marca de seus produtos e serviços; e 
- Melhoria no nível de serviço oferecido ao cliente: a logística reversa pode 
agregar valor aos produtos, seja como uma ferramenta para apoiar a 
relação com o cliente, ou oferecendo serviços voltados para preservar o 
meio ambiente. Este nível de serviço aumentado pode gerar vantagens 
competitivas sustentáveis porque as mudanças no produto, preço e 
promoção são facilmente copiadas pelos concorrentes, ao contrário de 
melhorias e soluções relacionadas ao atendimento ao cliente. 
 
 
 
 
22 
 
1.4 Sistema de loop fechado 
 
O sistema de circuito fechado é um processo sustentável que recupera 
materiais para reciclagem, recriação e remanufatura. É um sistema integrado que 
envolve o ciclo de vida de um produto que também envolve a participação do cliente 
para sua eficácia. O sistema de circuito fechado é sustentável devido a seus 
benefícios econômicos, sociais e ambientais (AMANO, 2014). 
Daniel, Harrison e Van Wassenhove (2003) também descreveram o laço 
fechado como sistemas que envolvem atividades como aquisição de produtos de 
usuários finais. Em termos simples, sistemas de malha fechada são estratégias que 
garantem o desperdício zero ao reutilizar produtos para o mesmo ou para outros 
usos. Como foi dito anteriormente, a pressão sobre os recursos globais que estão se 
esgotando está levando as empresas a espremer o melhor valor de todos os 
recursos aplicados na produção de bens e serviços. As reservas globais de petróleo 
estão em declínio e isso afetaria a quantidade de resinas produzidas para a 
produção de material plástico. 
 
1.5 Tipos de sistema de loop fechado 
 
Os pesquisadores Wells e Seitz (2005) descrevem quatro tipos diferentes de 
sistemas de malha fechada que são: 
 
- Sistemas de circuito fechado interno: Isso ocorre dentro do processo de 
fabricação e envolve a reutilização dos resíduos coletados da produção. Por 
exemplo, as águas residuais podem ser recicladas e reutilizadas para 
produção; 
- Pós-loops de negócios: Neste tipo de sistema de loop fechado, os 
materiais podem ser coletados e devolvidos entre diferentes entidades de 
negócios para extração de valor: esse tipo exige a participação de um 
terceiro para receber o material reciclado. Lascas de metal ou resíduos de 
madeira podem ser reproduzidos em novos produtos após terem sido 
transferidos para outro terceiro; 
- Loops pós-consumo: esse tipo é o loop fechado padrão conhecido, mas 
difícil de operar. Envolve os pontos de produção da forma de fluxo cíclico 
para o consumidor e de volta para a produção como o deixou. A ideia aqui é 
 
 
 
 
23 
 
recuperar os bens usados de volta à cadeia de fornecimento para 
desmontar e reutilizar a cadeia de suprimentos; e 
- Loops pós-sociedade: são os loops mais extensos e envolvem 
reciclagem de materiais em vez de reprodução. Entre todos esses tipos de 
loops, o loop pós-consumidor se encaixa melhor na ideia deste projeto. Isso 
envolveria o projeto de um sistema para recuperar as partes usadas do 
produto de volta ao sistema para reutilização. 
 
1.6 Desafios e riscos do gerenciamento de sistemas de loop fechado 
 
Como toda prática de gestão, as cadeias de fornecimento de loop fechado 
têm seus próprios desafios que criam um atrito no caminho para a criação de um 
sistema de sucesso. O Fórum Econômico Mundial (2009) deu uma descrição vívida 
e formas de barreiras e desafios que podem afetar cadeias de suprimentos 
próximas. 
 
- Infraestrutura: infraestrutura inadequada em certas sociedades dificulta o 
bom funcionamento da cadeia de fornecimento de malha estreita; 
- Regulação: existem regulamentações menos adequadas para forçar os 
consumidores e as empresas manufatureiras a garantir que abordagens 
sustentáveis sejam adotadas na gestão do fim da vida útil dos produtos; 
- Pressões competitivas: embora a recaptura de produtos que estão no 
final de sua vida ou estejam com defeito possa trazer benefícios para as 
empresas, ela requer recursos financeiros e outros recursos substanciais 
para obter ganhos sustentáveis. Devido ao medo de perda de posições 
competitivas através do uso de fundos, por exemplo, a expansão de ideias 
de negócios e, em vez disso, usá-lo em projetos sustentáveis pode tornar 
difícil para aqueles que querem mesmo se juntar ao trem da revolução 
verde; 
- Comportamento do Consumidor: os consumidores também podem criar 
um desafio para uma possível cadeia de fornecimento de circuito fechado. 
Se os consumidores não estão cientes da importância de trazer produtos 
para reutilização, o sistema não seria eficiente; 
- Parcerias: falta de parceiros que podem manter as diferentes partes do 
sistema, o controle das atividades deve ser feito em coordenação com 
outras partes interessadas, de modo que, quando não há coordenação, tudo 
se torna distorcido; e 
 
 
 
 
24 
 
- Tecnologia: isso permitiria que o sustentável não existisse em certas 
sociedades, recursos biodegradáveis também não estão disponíveis, 
deixando os produtores sem a opção de usar recursos biodegradáveis. 
 
1.7 Interno 
 
- Especialização: Caríssimo de pessoas adequadas com ideias inovadoras que 
podem ser usadas no design de produtos e processos ecológicos. Se a organização 
não tiver as pessoas com o conhecimento e a habilidade necessários para gerenciar 
os sistemas, haverá complicações que não serão bem-sucedidas, poishaverá caos 
de infraestrutura. A falta de infraestrutura para auxiliar o gerenciamento do fluxo de 
entrada de materiais e o processamento também pode ser um obstáculo que pode 
impedir a possibilidade de um sistema de circuito fechado que funcione bem. Uma 
empresa que não tenha a infraestrutura necessária, por exemplo, carros para 
recolhimento de agentes receptores e etc., poderá enfrentar dificuldades. 
- Tecnologia: A falta da tecnologia necessária para a fabricação de produtos 
seguros e sustentáveis antes do encaminhamento para os consumidores também 
pode ser um obstáculo à implantação de sistemas de circuito fechado; 
- Suporte às Partes Interessadas: As partes interessadas na cadeia de valor 
devem estar dispostas a se comprometer com a ideia de adotar o sistema de circuito 
fechado desde o fornecimento de materiais até a recuperação do produto. A falta de 
participação ou envolvimento das partes interessadas também pode limitar a chance 
de implementar um sistema de circuito fechado bem-sucedido; 
- Modelo de negócio: Toda empresa tem seu próprio modelo de negócio e agenda, 
se o negócio não tem uma visão de absorver abordagens sustentáveis em suas 
abordagens de gestão, mas apenas focar em questões de rentabilidade quando 
enfrenta intensa competição, certamente seria difícil considerar a participação total 
em uma cadeia de fornecimento de loop próximo; e 
- Recursos financeiros: O comprometimento de recursos financeiros com a 
sustentabilidade também pode ser um grande desafio para as empresas. 
 
 
w 
 
 
 
 
25 
 
1.8 Sistemas de logística reversa 
 
O termo logística reversa foi descrito por Hawks (2006, p.1) como 
“procedimento de mover produtos de seu estado original para seu destino final 
(clientes) com a finalidade de capturar valor a partir dele ou melhor disposição”. 
Sarder, Rahman, Yenduri e Ijumbaet (2009, p.16) também descrevem o termo como 
um “processo de cadeia de mantimentos que cria estratégias, instala e controla o 
fluxo reverso e o armazenamento de produtos reajustados”. De acordo com 
Abdullah, Yaakub e Hilman (2011, p.513), “envolve atividades como processamento 
de mercadorias devolvidas devido a falhas, reabastecimento, recalls, embalagens e 
recuperação de materiais de clientes”. 
Embora a importância da ideia não possa ser contestada. Mollenkopf e Closs 
(2005) apontam que muitas firmas veem a ideia de logística reversa, mas não dão 
muito respeito em suas atividades de planejamento. Murphy (2007) também destaca 
que, embora o conceito de logística reversa possa não obter os recursos e o foco 
necessários à distribuição tradicional de produtos, está recebendo atenção nas 
práticas atuais de gerenciamento da cadeia de suprimentos. 
Como a conscientização global sobre a importância da sustentabilidade 
continua crescendo e crescendo, as empresas não podem mais fechar os olhos para 
a logística reversa, especialmente em áreas onde os produtos podem ser devolvidos 
da fonte para descarte ou reutilização segura de outra forma. De acordo com 
Partridge, (2014), a ideia de alcançar cadeias de fornecimento reversíveis 
sustentáveis e econômicas tornou-se uma prioridade para muitas empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
1.9 Benefícios da logística reversa 
 
Não pode haver compromissos entre logística sustentável e rentabilidade 
sustentável; não há argumentos lógicos para não fazer isso. As empresas têm 
imensos benefícios que obtêm da logística reversa e algumas são as 
seguintes:(Segundo Partridge). 
 
- Objetivo Ecológico: O ambiente global está sob ameaça devido à 
introdução de substâncias tóxicas e perigosas nos materiais pelas 
empresas de manufatura que produzem para consumo. Partridge (2011) 
aclama que através de uma logística reversa eficaz, processos de retorno 
ineficientes que resultam em movimentos de transporte desnecessários 
podem ser reduzidos e melhorar a qualidade do ar, uma vez que a emissão 
de carbono seria reduzida. 
Os produtos que possuem componentes de materiais perigosos 
devem dispor de um descarte adequado para reduzir seu impacto no meio 
ambiente. A logística reversa permitiria que esses materiais tóxicos fossem 
recuperados para o consumidor final e descartados adequadamente ou 
usados para outros fins benéficos. Através deste lixo disposto em nossos 
campos de terra e queimados ao ar livre seria reduzido drasticamente, 
reduzindo assim o impacto que eles teriam sobre o meio ambiente; 
- Proteção de Ativos: As empresas que possuem altos segredos de 
propriedade intelectual que não desejam revelar a outros clientes podem 
usar a ideia de logística reversa para recuperar seus produtos e proteger 
suas propriedades intelectuais; 
- Responsabilidade social corporativa: Os clientes gostariam de se 
alinhar com as empresas responsáveis, e as empresas que têm a vantagem 
de aplicar abordagens sustentáveis às suas atividades estão usando isso 
como uma vantagem contra aqueles que não têm esse privilégio. A 
aplicação de práticas e práticas sustentáveis pode ser uma arma estratégica 
que pode ser usada pelas empresas para diferenciá-las de empresas que 
não usam atividades sustentáveis. Também pode melhorar a imagem da 
empresa, uma vez que os consumidores estão se tornando mais críticos em 
relação às empresas agora; e 
- Recompensas Econômicas: Empresas que adotam abordagens 
sustentáveis nas cadeias de suprimentos obtêm valor de materiais 
recuperados através da reciclagem ou de outras formas; governos e 
autoridades locais que também fornecem benefícios fiscais e outras formas 
de incentivos para empresas que agem com responsabilidade tomando 
 
 
 
 
27 
 
cuidado. Partridge (2011) aponta que a aplicação de metodologias 
sustentáveis na gestão de atividades possibilita a redução de ineficiências e 
custos. Os preços do petróleo influenciam os preços dos plásticos virgens 
dos quais as garrafas de PET são derivadas e, devido à flutuação dos 
preços do petróleo, ter uma alternativa mais barata pode ser uma mudança 
no jogo. 
 
 
 
1.10 Razões para devoluções 
 
Wells e Seitz (2005, p. 249) ressaltam que embora a “ideia da logística 
reversa seja trazer o produto de volta ao ponto de fabricação original, existem várias 
outras razões pelas quais isso acontece”, Bonev (2012, p.38) descreve algumas 
razões para os retornos de produtos: 
 
- Quando os consumidores não obtêm os recursos pretendidos ou a 
qualidade que esperam dos produtos que compraram, eles os devolvem ao 
local de compra. Um exemplo típico disso é a compra e o retorno de 
sapatos on-line e o retorno de volta, porque o tamanho não cabe no usuário; 
- Outra razão é a devolução de serviço, que é a devolução do produto 
defeituoso para ser feito ou para reparos. Um exemplo é uma máquina de 
fotocópia alugada, quando esta função é parada o proprietário vem 
substituí-lo por um novo; 
- Os retornos de fim de uso ocorrem quando um cliente pode devolver um 
produto em um determinado estágio de sua vida útil; geralmente, esses 
produtos podem ser reutilizados porque eles vêm em condições de uso. Os 
produtos são então enviados para outros compradores que precisariam 
deles para uso; e 
- O fim da vida útil retorna, aqui a utilidade do produto chegou ao fim e o 
usuário tem a possibilidade de devolvê-lo ao fabricante original para 
descarte seguro ou reciclagem em outras formas. 
 
1.11 Tendências atuais em retornos de garrafas 
 
A devolução de garrafas PET assumiu uma dimensão global, devido ao fato 
de que vários governos do mundo reconheceram a necessidade de produzir 
 
 
 
 
28 
 
produtos que sejam ecológicos, de modo a proteger o meio ambiente e desestimular 
os aterros sanitários. A garrafa PET retorna ao mundo inteiro, está convergindo para 
quase o mesmo sistema que é o sistema de depósito. 
O sistema de restituição de depósitos é um sistema pelo qual as garrafas para 
bebidas compradas são pagas e um reembolsoé dado nos vários centros de 
devoluções designados. Esse sistema é operacional na maioria dos países 
desenvolvidos da Europa, América do Norte e algumas partes da Ásia, enquanto nos 
países em desenvolvimento da África e da Ásia, o sistema de exaustão é 
operacional. 
Na Finlândia, a tendência atual de devolução de garrafas PET é o sistema 
baseado em restituição de depósitos, no qual existe uma empresa (Palpa) que 
administra e desenvolve o sistema baseado em depósito de devolução de garrafas. 
É um sistema de reciclagem de base ampla, no qual quase todas as garrafas, como 
refrigerantes, cerveja, bebidas esportivas e garrafas e latas de bebida longa, têm um 
depósito que pode ser reconhecido por uma inscrição em cada garrafa / lata 
(BONEV, 2012). 
Na Suécia, uma lei foi introduzida em 2006 exigindo que todas as bebidas 
embaladas em latas de alumínio e garrafas plásticas fossem recicladas, também 
estabeleceu metas de reciclagem para os produtores de bebidas e foi implementada 
em 2007. Esse sistema exigia que as latas de bebidas fossem cobertas por uma 
reciclagem / sistema de retorno que não é administrado pelo governo, mas por 
empresas de manufatura e seus parceiros (BONEV, 2012). 
 No Brasil, a maioria absoluta das embalagens PET produzidas é 
eficientemente reciclada. Essa reciclagem ocorre por meio de sistemas de coleta 
alternativos de empresas dedicadas a essa tarefa, realizadas por coletores e suas 
cooperativas. No entanto, alguns desses pacotes acabam em aterros, o sistema 
municipal de gerenciamento de resíduos mais comum no Brasil. Isso acontece por 
dois motivos principais: 
 
1 - A falta de coleta de lixo, nem todas as comunidades brasileiras têm 
coleta de lixo em 100% dos domicílios, especialmente nos bairros mais 
pobres e favelas; e 
2 - Hábitos do povo brasileiro - sem separar o lixo reciclável - ou pior ,o lixo 
vai parar nos rios e nas ruas. 
 
 
 
 
29 
 
 
Os dois sistemas são semelhantes na medida em que ambos são apoiados 
por uma lei. O projeto de um sistema de reciclagem / retorno não terá sucesso em 
sua implementação sem a lei do governo que o apoia. A Finlândia e a Suécia 
representam dois exemplos dessa teoria. 
 
1.11.1 Processo de Recuperação de Produto 
 
Existem dois meios de processo de recuperação de produto, as opções de 
coleta e entrega (BAJPAI, 2014). A opção adotada depende da infraestrutura 
disponível. Em alguns países, ambas as opções são empregadas para a 
recuperação efetiva dos produtos dos consumidores. O processo de recuperação 
deve ser conduzido por diferentes partes interessadas, dependendo do projeto 
adotado e da estrutura implementada para auxiliar o processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO DE GARRAFAS PET EM PAÍSES EM 
DESENVOLVIMENTO 
 
Como resultado da globalização e aumento da população, as empresas de 
manufatura conceberam a ideia de produzir bebidas, água e bebidas alcoólicas 
usando garrafas PET. As empresas de manufatura não previram a ameaça que a 
garrafa PET constituirá na fase inicial e, como tal, não houve um gerenciamento 
adequado das garrafas. No entanto, como o PET começou a constituir um risco 
ambiental, o governo estadual tornou a legislação para proteger o meio ambiente e a 
sociedade da poluição. Em países em desenvolvimento, o sistema de circuito 
fechado está em fase evolutiva. O design deste sistema é olhar para os benefícios 
futuros para a sociedade. Portanto, é imperativo ver como ele está evoluindo, 
gerenciado e sustentado (BAJPAI, 2014). 
O problema das garrafas PET também constitui um grave perigo para o 
ambiente marinho costeiro, afetando os valores estéticos e recreativos 
(SCHRIEVER, 2013). As garrafas PET também causam perdas econômicas 
enormes quando enchem os canais. Sabe-se que cria problemas de gerenciamento 
de resíduos porque eles não se degradam facilmente. Ameaça a segurança 
humana, acumulando-se em aterros e habitats naturais. Eles causam poluição 
transfronteiriças por causa de sua natureza altamente flutuante, afetando o meio 
ambiente global (VENNILA, JAYASIRI e PANDEY, 2014). 
Nos países desenvolvidos, muitas pesquisas foram realizadas para 
determinar as melhores maneiras pelas quais as empresas de manufatura podem 
recapturar os resíduos de plástico e usá-los como insumo em seus processos de 
fabricação. Baaran (2012) realizou uma pesquisa sobre o que torna as empresas de 
manufatura mais desejosas de reciclagem. O objetivo do estudo foi descobrir se 
existem relações entre as opções de reciclagem e algumas características das 
empresas de manufatura. Os resultados indicaram que algumas características que 
deveriam ter relação com as opções de tratamento foram apoiadas pelas duas 
análises, enquanto outras não foram. 
Coelho (et al., 2010) realizaram uma pesquisa sobre recipientes PET no 
Brasil: oportunidades e desafios do modelo logístico para reciclagem de resíduos 
pós-consumo. O estudo analisou de forma integrada, as melhores alternativas para 
melhorar o sistema de reciclagem, examinando o ciclo de vida da garrafa Pet no 
 
 
 
 
31 
 
Brasil. Um sistema alternativo de reciclagem considerando aspectos sociais, 
econômicos e ambientais com uma perspectiva integrada de longo prazo foi 
proposto. Os resultados do estudo identificaram a necessidade de estruturar a 
cadeia reversa pós-consumo e envolver os setores industriais e governamentais 
através da cadeia de produção de garrafas PET. 
Zhang e Wen (2014) realizaram um estudo sobre o sistema de coleta de 
consumo e reciclagem de PET: um estudo de caso da China de Pequim. O estudo 
analisou as práticas atuais de coleta e reciclagem de frascos de PET em todo o 
mundo a partir do aspecto de consumo de PET, taxa de reciclagem e métodos de 
coleta de reciclagem. Os resultados indicaram que 90% das garrafas PET 
consumidas foram coletadas por colecionadores informais, garrafas para animais de 
estimação são reprocessadas por pequenas fábricas não projetadas com 
equipamentos de controle de poluição. 
Os estudos de Baaran (2012), Coelho (2010) e Zhang e Wen (2014) 
abordaram a necessidade de reciclar o lixo. O estudo de Baaran (2012) indica a 
necessidade de identificar fatores que possam tornar as empresas manufatureiras 
desejosas de reciclar, enquanto Coelho (2010) e Zhang e Wen (2014) abordaram a 
necessidade de desenvolver cadeias logísticas reversas para reciclagem de PET. A 
tabela abaixo apresenta um resumo dos estudos sobre logística reversa e 
reciclagem. O objetivo do resumo é descobrir o tipo de estudo realizado 
anteriormente, a metodologia adaptada e identificar a lacuna de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
TABELA 1 - Resumo de estudos sobre Logística Reversa e Reciclagem 
 
Fonte Tipo de estudo 
Tipo de 
Resíduos 
Método utilizado 
Bing et al (2014) 
Análise de uma rede logística e desenho de ferramentas de 
apoio à decisão para analisar os efeitos de vários sistemas de 
coleta, separação e tratamento de plásticos domésticos, de 
Garrafas PET para embalagens plásticas 
Resíduos de 
plástico 
doméstico 
Abordagem de estudo 
de cenário (linear 
inteiro misto 
programação) 
Coelho et al (2010) 
Analisou de forma integrada as melhores alternativas para 
melhorar o sistema de reciclagem, examinando a garrafa 
PET ciclo de vida no Brasil 
Garrafas PET Reveja 
Dias e Braga Junior., 
(2016) 
Analisou as práticas de logística reversa realizadas por um 
varejista e medir a quantidade de resíduos gerados por cada 
departamento 
resíduos de 
retalho ( 
plásticos e 
cartões) 
Método de Wuppertal, 
Fehr et al (2014) 
Perseguido o objetivo de mudar as oportunidades de 
derrubar 
para inverter a logística, a fim de fechar o saldo. 
Casa 
desperdício 
Qualitativo 
Quantitativo 
Ferri et al (2015) 
Propõe uma rede de logística reversa envolvendo MSWM 
para resolver o desafio de gerenciaresses resíduos de forma 
econômica, considerando os novos requisitos legais e a 
inclusão de catadores. 
Logística reversa 
no MSWM 
modelagem matemática 
genérica 
Kinobe et al (2015) 
Analisou em detalhes a coleta, reprocessamento, 
redistribuição e mercados finais destes produtos em uma 
rede de cadeia de suprimentos invertida " 
MSW Reverse 
Logísticos em um 
aterro 
Qualitativo e 
quantitativo 
Zhang et al (2011) 
propôs um modelo de logística reversa inexata para sistemas 
municipais de gerenciamento de resíduos sólidos 
RSU 
Desenvolvimento de 
modelos 
Siliva e Neto (2011) 
Examina a viabilidade da introdução da logística reversa na 
indústria de plásticos na cidade de Teresina, capital do Piauí, 
Brasil. 
Resíduos 
plásticos 
Quantitativo 
Matar et al (2013) 
 Apresentar um modelo original para a reciclagem de 
produção - reutilização de garrafas plásticas de bebidas. 
Garrafas de 
plástico PET 
Desenvolvimento de 
Modelo 
 
FONTE: (ZHANG e WEN, 2014, p.128) 
 
As principais observações da revisão e análise dos estudos indicam que a 
maioria dos estudos analisou a implementação da logística reversa em Resíduos 
Sólidos Plásticos (RSP) e resíduos domésticos. O design de redes é outra área que 
tem recebido muita atenção de pesquisa no campo de logística reversa usando 
programação matemática (BING et al., 2014; FERRI et al., 2015; FERRI et al., 2014; 
CHAVES et al., 2014). Estudos investigaram a logística reversa e a reciclagem de 
plástico em países em desenvolvimento (Matar et al, 2013; Coelho et al, 2011), 
porém, a aplicação desses estudos em economias em desenvolvimento da África é 
pequena. Kinobe (et al., 2015) analisaram a aplicação logística reversa em aterros 
sanitários e foi dada atenção aos RSP. Além disso, apenas alguns dos estudos 
apresentados na tabela 1, avaliaram a logística reversa e a reciclagem do ponto de 
vista da indústria. 
 
 
 
 
33 
 
É importante notar que Coelho (et al., 2011) indicaram a necessidade de 
estruturar cadeias reversas pós-consumo e engajar setores industriais e 
governamentais por meio de políticas públicas a fim de apoiar tecnologias mais 
limpas ao longo da cadeia produtiva de garrafas PET. Esta ampla conclusão é 
significativa para o desenvolvimento de sistemas de logística reversa nas economias 
em desenvolvimento da África, uma vez que fornece uma base. É necessário que 
formas sustentáveis de recuperação de resíduos plásticos sejam implementadas nas 
economias em desenvolvimento, a fim de cobrir os atuais desafios de resíduos 
enfrentados, bem como atender à utilização de recursos. 
Apesar do estudo de Ferri (et al., 2015) com foco no desenvolvimento de 
modelos para RSP, o estudo propôs uma rede de logística reversa que incorpora 
fatores legais, ambientais, econômicos e sociais. Essa proposição é significativa 
para as indústrias manufatureiras, bem como para o gerenciamento de resíduos 
durante o desenvolvimento de Sistemas Resíduos Sólidos para resíduos plásticos. 
Embora a proposta possa ser complexa, a necessidade de incorporar dimensões de 
sustentabilidade nos programas de recuperação é significativa. 
Com grande parte dos resíduos sendo recuperados pelo setor informal nas 
economias em desenvolvimento, o trabalho revisado forneceu insights sobre a 
necessidade de projetar SRS adequados para aproveitar os benefícios da 
reciclagem. No entanto, a fim de alcançar a sustentabilidade na área de RS e 
reciclagem, a maioria das atividades de inovação e pesquisa tecnológica, além da 
criação de mercados para produtos reciclados, é necessária (SILIVA e NETO, 2011). 
Além disso, uma série de benefícios, como a redução de impactos ambientais e 
custos econômicos, bem como a criação de empregos, são algumas das vantagens 
da implementação da logística reversa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO 
 
As proposições deste estudo foram investigadas utilizando uma abordagem 
de pesquisa qualitativa. O desenho de pesquisa descritiva teve como objetivo 
determinar a situação das empresas e das autoridades locais em termos de 
regulamentação, legislação e práticas atuais. Os dados da pesquisa foram coletados 
por meio de questionários estruturados e observações diretas. 
 
3.1 Questionários 
 
Dois tipos de questionários foram projetados; para as indústrias de 
engarrafamento de bebidas, para um organismo regulador (Autoridades de Gestão 
Ambiental em Santo Domingos, na República Dominicana). Questionários separados 
foram usados porque as preocupações de pesquisa para empresas de bebidas, 
órgãos reguladores eram diferentes. 
 
3.2 Objetivo do questionário de empresas de bebidas 
 
Os questionários distribuídos às empresas de bebidas focaram na 
determinação do seguinte: se as empresas de bebidas estavam praticando Logística 
Reversa (LR); quantidade de volumes de produção de produtos embalados em PET; 
o tipo de sistema de produção ou reciclagem de plástico (PET) utilizado; e o que 
levou essas empresas a praticar LR. O objetivo de determinar se as empresas de 
bebidas estavam praticando qualquer forma de LR era determinar melhor como elas 
eram praticadas, os motivadores por trás da prática e o tipo de sistema de LR usado. 
Existem muitas razões pelas quais os produtos são devolvidos e por que as 
empresas se envolvem na logística reversa. Algumas das razões são: lucros 
econômicos de ganhos diretos como insumos materiais, redução de custos, 
recuperação de valor agregado e ganhos indiretos como, proteção de mercado, 
imagem verde, melhor relação cliente / fornecedor; legislações; a cidadania 
corporativa e outros produtos são devolvidos porque não funcionam adequadamente 
ou porque sua função não é mais necessária. 
Todos esses motivos foram avaliados no questionário para determinar por 
que as empresas praticavam ou não praticavam LR. O tipo de sistemas LR utilizados 
 
 
 
 
35 
 
também foi avaliado. Para as empresas que praticaram, os pesquisadores Jabbour e 
Jabbour (2014), avaliaram os fatores que os influenciaram na prática da LR. O único 
propósito de determinar o tipo de produção de plástico ou sistema de reciclagem era 
entender o tipo de matérias-primas usadas na produção de PET e quem eram os 
principais fornecedores dessas matérias-primas. Era necessário determinar o tipo de 
produção de PET ou sistema de reciclagem para entender onde os aspectos de LR 
se encaixavam. 
Os pesquisadores (Jabbour e Jabbour, 2014) investigaram ainda os desafios 
enfrentados pelo órgão regulador para implementar plenamente as leis e se a 
aplicação de LR poderia contribuir para o alívio dos muitos problemas enfrentados 
pelo organismo, especialmente a degradação ambiental causada pela eliminação 
ilegal de resíduos plásticos de PET. 
 
3.3 Observações diretas 
 
Estes foram conduzidos para observar os arredores da cidade da Santo 
Domingos e como os recicladores recolheram suas garrafas PET. 
 
 
3.4 Amostragem e metodologia 
 
O tamanho da amostra das empresas de engarrafamento de bebidas foi 
determinado usando amostragem intencional e sete (7) empresas foram 
selecionadas. A amostragem intencional foi utilizada com base no fato de que as 
empresas selecionadas forneceram uma boa representação da população. Um total 
de 7 empresas de fabricação de bebidas foram amostradas em 28. Uma intensidade 
de amostragem de 25% foi utilizada, pois minimiza o erro de amostragem. Segundo 
Struwig e Stead (2010), a intensidade de amostragem de 25% é recomendada e 
aceitável para selecionar amostras de cada população. A amostra representativa foi 
baseada na fórmula de Boyd, a equação (1) é mostrada abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Onde: 
C = representa um valor maior ou igual a 5% da população-alvo. 
N = população geral n = tamanho da amostra 
Determinado tamanho da amostra: 
n = 28 X 25/100 
n = 7 
 
 
Das nove instituições compostas por dois órgãos reguladores e sete 
empresas,dois órgãos reguladores responderam, enquanto apenas cinco empresas 
responderam positivamente, permitindo visitas às plantas. 66,7% foi a taxa de 
resposta dos questionários. 
 
3.5 Resultados e Discussão 
 
3.5.1 Resultados do questionário da empresa 
 
Volume de Produção de Garrafas PET - As empresas de bebidas foram 
categorizadas em grandes, médias e pequenas empresas. A categorização das 
empresas em grande, médio e pequeno foi baseada no volume de produção. Do 
número de empresas investigadas, apenas 5 empresas responderam positivamente. 
Duas grandes empresas, duas médias e uma pequena empresa. A Figura 3 a seguir 
ilustra o volume de produção e a massa de bebidas engarrafadas PET das 
empresas de bebidas categorizadas que participaram da pesquisa. 
Os resultados da tabela abaixo mostram que 17.177.169 litros de bebidas 
engarrafadas PET são produzidas mensalmente para consumo das cinco empresas. 
No período de um ano, são produzidos 205.238.993 litros de produtos engarrafados 
PET. Segundo Struwig e Stead (2010), 1 tonelada é igual a 40.000 garrafas PET de 
1 litro cada (resultados não publicados). Usando este valor, pode-se estimar a 
quantidade de garrafas PET no mercado em 8.209.519.680 garrafas PET por ano 
num estado. No entanto, existem limitações ao estimar o consumo de garrafas PET. 
A figura (8.209.519, 680 garrafas PET) foi calculado com base em dados de apenas 
cinco empresas e se os pesquisadores pudessem obter dados de todas as 
empresas de bebidas em Santo Domingos, o número aumentaria. Os pesquisadores 
 
 
 
 
37 
 
não consideraram todas as empresas e também não consideram o número de 
retornos. Apesar das limitações, os resultados fornecem informações preliminares 
sobre a quantidade de garrafas PET disponíveis para reciclagem. 
 
FIGURA 3 - Volume de Produção de Bebidas Engarrafadas em PET (Litros) 
 
Categoria 
Volume de Produção (litros) 
Diariamente Por mês 
Grande 469 079 12 196 056 
Médio 176 735 4 595 110 
Pequeno 12 000 312 000 
Total 657 814 17 103 166 
 
FONTE: (JABBOUR e JABBOUR, 2014, p.128) 
 
• Práticas de LR por empresas de bebidas - Os resultados das grandes 
empresas indicaram que, a logística reversa de malha fechada é praticada 
em produtos engarrafados de vidro retornáveis. As garrafas de vidro 
devolvidas são mecanicamente recicladas, lavando-as em máquinas a 
temperaturas não superiores à temperatura de fusão das garrafas. No 
entanto, as garrafas PET não são recuperadas, pois as empresas não 
possuem instalações de reciclagem de plástico. A alta ênfase no 
gerenciamento de qualidade resulta em devoluções de produtos 
danificados ou expirados de embalagens plásticas e de vidro. As grandes 
empresas não praticam a logística reversa em garrafas PET, mas 
imprimem símbolos de reciclagem em seus produtos para permitir que 
outros recicladores de resíduos coletem as garrafas facilmente para 
reciclagem. 
• As médias e pequenas empresas não praticam RL de produtos 
engarrafados em PET - As empresas desta categoria só lidam com 
retornos de produtos. Uma das principais razões apontadas para não 
praticar é que as empresas não têm o maquinário para reciclar. Os 
produtos engarrafados fabricados em PET fluem do fabricante para os 
distribuidores (distribuidores terceirizados) para os retalhistas e depois 
para os consumidores. Após a LR, essas garrafas se transformam em 
resíduos e são coletadas para serem descartadas pelo município ou 
 
 
 
 
38 
 
coletores de lixo particulares ou, se ilegalmente descartados ou não, os 
catadores coletam essas garrafas e as vendem para fins de reutilização ou 
reciclagem. Não há forma de LR praticada por essas empresas. 
 
Os pesquisadores então analisaram dois tipos de modelos de LR, nos 
sistemas de circuito fechado e de circuito aberto. O sistema de circuito fechado é 
considerado prático pelas empresas que lidam com garrafas plásticas recicláveis. No 
caso da logística reversa de malha aberta, as garrafas de plástico PET não retornam 
aos fabricantes ou fornecedores originais. Os produtos são retirados por logística de 
terceiros para fins de reutilização, revenda ou reciclagem. Portanto, considerando os 
resultados das empresas, os pesquisadores propuseram um sistema de logística 
reversa de malha aberta para facilitar as atividades de reciclagem. 
 
• Produção de Garrafas PET - Atualmente, as empresas de engarrafamento 
de bebidas amostradas importam toda a matéria-prima necessária para a 
produção de garrafas PET. As garrafas PET pré-formadas são importadas 
da África do Sul pela maioria dessas empresas, exceto por uma empresa 
de bebidas médias, onde cerca de 40% das garrafas PET são produzidas 
internamente usando grânulos da África do Sul. As pré-formas são 
aquecidas e sopradas para as formas e tamanhos necessários antes de 
preenchê-las. 
 
3.6 Resultados do questionário 
 
Os autores Jabbour e Jabbour (2014), investigaram as medidas que foram 
postas em prática para proteger o meio ambiente. A agência de gestão ambiental 
local, que é um órgão autônomo e desempenha o papel de regulamentar e 
coordenar a gestão ambiental, foi investigada. A legislação de Santo Domingos 
obriga todos os fabricantes de garrafas PET a pagar pela poluição. Também 
promove o princípio da reciclagem para melhorar a recuperação de material. No 
entanto, os regulamentos que obrigam os fabricantes a serem responsáveis pelos 
seus produtos estão consagrados nos regulamentos de gestão de resíduos. Embora 
esses regulamentos estejam sob gerenciamento de resíduos, o órgão ainda é 
 
 
 
 
39 
 
responsável pela aplicação dessas regulamentações. Uma série de desafios impede 
a aplicação adequada desses regulamentos. Lacunas estabelecidas que dificultam o 
manejo ambientalmente saudável dos resíduos plásticos são categorizadas da 
seguinte forma: planejamento de políticas; aspectos legais, incluindo a aplicação, 
principais partes interessadas, seus papéis e coordenação; capacitação e 
treinamento, conscientização pública e falta de sistemas eficazes de LR. 
Os resultados sugerem que, a introdução de uma estrutura de LR otimizará a 
coleta de garrafas PET para os recicladores de resíduos e também reduzirá a 
quantidade de resíduos coletados para descarte pelo LCC. Segundo a LCC, apenas 
30% dos resíduos gerados na cidade são coletados para descarte nos lixões locais. 
Os 70% restantes são deixados sem cobrança. Para superar os desafios dos 
resíduos não coletados, atualmente, existem 9 empresas responsáveis pela coleta 
de resíduos primários. 
Eles fornecem coleta de lixo para residências, áreas comerciais e industriais 
por uma taxa que varia dependendo da densidade da área. Nos lixões, ocorre uma 
forma de coleta de lixo para reciclagem, qualquer material que possa ser reutilizado 
ou vendido é coletado. A atividade de cobrança é realizada por um setor informal 
dominado por empresas familiares e microempresas privadas. 
 
3.7 Proposta de LR framework 
 
A estrutura de Legislação de Depósito e Reembolso de Recipientes (LDRR) é 
uma legislação que pode levar à criação de um comitê ou agência para atuar como 
órgão de monitoramento da responsabilidade do produtor, no Brasil é a lei nº 2.429 
de 2003 (JABBOUR e JABBOUR, 2014). O comitê pode incluir representantes da 
Agência de Gestão Ambiental, da Câmara Municipal, fabricantes de bebidas e 
importadores. O LDRR pode ser uma forma de Responsabilidade Estendida do 
Produtor, onde os fabricantes são legalmente obrigados a compartilhar a 
responsabilidade com os consumidores pelos custos de reciclagem dos produtos 
que produzem. O principal objetivo é garantir que os recipientes de plástico PET 
para bebidas usadas sejam coletados e reciclados. 
Atualmente, as maiorias de garrafas plásticas usadas vão para aterros (a um 
custo para o governo local), são queimadas ou se transformam em lixo com poluição 
associada. O quadro proposto é direcionado para

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