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SISTEMAS DE
 INFORMAÇÕES 
 GERENCIAIS
www.esab.edu.br 3
Sumário
1. Apresentação l.......................................................................08
2. Contextualizando logística reversa.........................................09
3. Objetivos estratégicos da logística reversa............................15
4. Atividades e desafios em logística reversa.............................20
5. Resumo I................................................................................26
6. Apresentação II......................................................................27
7. Diferenças entre os ciclos logísticos reversos: pós-venda e 
pós-consumo..........................................................................28
8. Pós-venda na logística reversa..............................................34
9. Pós-consumo na logística reversa.........................................39
10. Resumo II...............................................................................46
11. Apresentação III.....................................................................47
12. Política nacional de resíduo sólido e a logística reversa.......48
13. A importância do sistema de gestão ambiental na logística 
reversa...................................................................................58
14. Código de defesa do consumidor e o e-commerce................63
15. Resumo III..............................................................................69
16. Apresentação IV.....................................................................71
17. A logística tradicional e a logística no e-commerce................72
18. O e-commerce na logística reversa.......................................78
19. O planejamento da logística reversa e a competitividade.....84
20. Resumo IV..............................................................................91
21. Apresentação V......................................................................92
22. Sustentabilidade e suas dimensões......................................93
23. Logística reversa e desenvolvimento sustentável...............99
24. Abordagens emergentes para a sustentabilidade.............105
www.esab.edu.br 4
25. Resumo V.............................................................................113
26. Glossário..............................................................................115
27. Referências.........................................................................118
www.esab.edu.br 5
LOGÍSTICA REVERSA
Apresentação
Caro (a) estudante!
Seja bem-vindo/a à disciplina Logística Reversa.
Nesta disciplina trataremos a Logística Reversa revisitando 
conceitos, focando sua atuação frente a problemática ambiental, 
interligando suas temáticas com a legislação, a qual insere 
definições importantes para nosso conhecimento e atribuí 
responsabilidades aos diversos atores que de alguma forma 
assumem papel que acarretam resultados para a perspectiva de 
uma Logística Reversa.
Para seu melhor aprendizado e aproveitamento dos assuntos 
desta disciplina é essencial que você procure aprofundar seus 
estudos em muitas outras informações disponíveis nos livros e 
artigos científicos.
Nesse sentido, a apostila lhe ajudará no processo de 
aprendizagem, juntamente com os demais recursos disponíveis, 
possibilitando o aperfeiçoamento do conhecimento dos 
conteúdos apresentados nas unidades desta disciplina.
Bons estudos e ótimo aprendizado!
Prof.ª. Eliana Rangel
Ementa:
Discutir os fundamentos do contexto da logística reversa nas 
organizações e na sociedade, assim como o planejamento e 
os processos de negócios e de gestão, com base em alguns 
fundamentos científicos a saber: reconhecer operações 
logísticas; principalmente - pós-vendas e pós-consumo; 
www.esab.edu.br 6
apresentar as tipologia dos canais reversos de pós-venda e pós-
consumo e a revalorização econômica no mercado primário e 
secundário; pontuar os desafios para o desenvolvimento 
sustentável frente à conservação do meio ambiente e o papel 
dos fluxos reversos.
Objetivos Gerais:
Desenvolver fundamentos técnicos e científicos, relativos à 
LOGÍSTICA REVERSA, bem como, capacidades sociais, 
organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações 
profissionais.
Competências e Habilidades:
• Conceituar Logística Reversa
• Identificar os canais logísticos.
• Compreender os objetivos e as atividades logísticas.
• Entender os ciclos logísticos reversos.
• Identificar os ciclos logísticos reversos pós-venda e pós-
consumo.
• Relacionar os processos logísticos após a entrega do 
produto ao mercado, com áreas de meio ambiente e 
competitividade empresarial.
• Demonstrar conhecimento das normas pertinentes aos 
resíduos sólidos, ao Sistema de Gestão Ambiental e do 
Código de Defesa do Consumidor no e-commerce.
• Apontar a relevância da Logística Reversa para o 
desenvolvimento sustentável.
www.esab.edu.br 7
• Aplicar conhecimentos pertinentes ao meio ambiente e 
suas relações com a sustentabilidade e fluxos reversos.
• Demonstrar conhecimento crítico sobre os objetivos das 
Agendas Mundiais referentes à sustentabilidade.
www.esab.edu.br 8
SEÇÃO 01 – ABORDAGENS GERAIS DA LOGÍSTICA 
REVERSA
Nesta seção vamos trazer algumas considerações pertinentes à 
Logística Reversa. Nosso foco será para seu conceito, 
abordando a diferença entre o fluxo direto e reverso. Também 
estudaremos o objetivo, as atividades e os desafios da 
logística reversa. 
www.esab.edu.br 9
Mas o que é Logística Reversa?
REVISITANDO O CONCEITO DE LOGÍSTICA
Então, antes de adentrarmos em conceitos e outras 
especificidades de Logística Reversa, vamos revisitar 
definições abrangentes do tema. Ressaltamos, conforme 
Vitorino (2018), que a logística existe desde os tempos de 
José do Egito, quando ele ordenou a construção de celeiros 
para guardar os grãos durante os anos de fartura. Ademais, 
todos nós ouvimos corriqueiramente falar em logística. Mas 
vamos entendê-la a partir de algumas definições, começando 
pela origem da palavra.
 ¾ Logística: do francês logistique, do baixo latim 
logisticus. 1. Militar: ramo dos conhecimentos e 
atividades militares que tem como objetivo assegurar às 
forças armadas, em especial as que se encontram em 
companhia ou em combate, a satisfação das suas 
necessidades materiais, no tempo, no local, na 
quantidade e qualidade requeridas, de forma a 
desempenharem eficazmente a missão que lhes foi 
confiada; 2. Matemática: arte de calcular ou aritmética 
prática, entre os gregos do período clássico; 3. 
Desusado. Filosofia: lógica simbólica ou matemática; 
forma de lógica moderna que utiliza algoritmos.
www.esab.edu.br 10
 ¾ Logística: do grego logistiké, a ciência prática do 
cálculo.
 ¾ Logística, é parte da arte militar referente ao transporte 
em suprimentos das tropas em operações.
Ressaltamos, que de acordo com Novaes (2015), o conceito de 
logística, inicialmente, estava relacionado às operações 
militares. Nessas operações havia os grupos logísticos militares 
responsáveis pelo abastecimento de munição, mantimentos e 
socorro médico para o campo de batalha. Por essa perspectiva, a 
logística não recebia o devido reconhecimento, uma vez que 
era apenas considerada uma operação de apoio. 
Ronald Ballou (2010) traz a definição de logística sob a 
abordagem de um processo de planejamento do fluxo de 
materiais, objetivando a entrega das necessidades na 
qualidade desejada no tempo certo, otimizando recursos e 
aumentando a qualidade nos serviços.
O Council of Logistics Managements (CLM), organização de 
gestores logísticos, educadores e profissionais da área logística, 
criada em 1962 para que o ensino nesse campo pudesse 
receber incentivo e também para que houvesse um intercâmbio 
de ideias, traz uma definição que melhor se adequa à logística 
empresarial. Assim, “logística é o processo de planejamento, 
implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de 
mercadorias, serviços e das informações relativasdesde o 
ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de 
atender as exigências dos clientes” (BALLOU, 2010, p. 27).
Ballou (2010) contextualiza a definição da Council of Logistics 
Managements (CLM), pontuando que o referido conceito 
abrange a noção sobre o fluxo de mercadorias, onde o mesmo 
precisa ser acompanhado desde o ponto onde existem 
mercadorias, como matéria prima, até o local onde são descartadas.
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Agora, uma vez revisitado o conceito de logística em uma breve 
abordagem do tema que o contextualiza para esta disciplina, 
vamos embarcar na definição de Logística Reversa.
LOGÍSTICA REVERSA
Embora a Logística Reversa tenha foco em gestões mais 
sustentáveis em face da sua importância frente ao 
desenvolvimento sustentável, os canais logísticos reversos é 
uma atividade relativamente nova nas organizações. Conforme 
Almeida (2020), os primeiros conceitos de logística reversa 
surgem na Europa nas décadas de 1970 e 1980 e no Brasil na 
década de 1990.
Você sabia que a logística reversa é muito 
importante para as empresas e a sociedade?
A Logística Reversa, também conhecida como 
logística inversa, é a área da logística com 
foco no retorno de materiais já utilizados 
para o processo produtivo, visando o 
reaproveitamento ou descarte apropriado de 
materiais e a preservação ambiental.
Quando uma empresa de logística consegue 
empregar um processo de logística reversa de 
maneira ainda lucrativa, ela está alcançando a 
sustentabilidade econômica e ambiental do 
seu negócio (https://blog.texaco.com.br/ursa/
logistica-reversa-o-que-e-como-funciona/)
Almeida (2020) explica que anteriormente, em razão da 
abundância dos recursos naturais, não havia preocupação 
com a recuperação de materiais, uma produção mais limpa ou 
um desenvolvimento sustentável. Assim, somente com o 
https://blog.texaco.com.br/ursa/logistica-reversa-o-que-e-como-funciona/
https://blog.texaco.com.br/ursa/logistica-reversa-o-que-e-como-funciona/
www.esab.edu.br 12
aumento da demanda pelo consumo de bens e com o 
agravamento das questões ambientais, começa a se 
manifestar uma forma de preocupação por parte de 
governantes, empresas e consumidores com objetivo de 
promover a garantia de sobrevivência das gerações futuras.
Podemos encontrar uma definição para Logística Reversa na 
Política Nacional de Resíduos Sólidos, onde Logística Reversa é 
um “instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e 
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada.”
Pode-se dizer que a Logística Reversa tem uma trajetória que 
apresenta três momentos distintos:
 ¾ 1º momento: vincula-se ao objetivo de recolhimento de 
materiais com foco na reciclagem de embalagens;
 ¾ 2º momento: preocupa-se com o desenvolvimento 
sustentável e com a escassez de novas fontes de 
matérias-primas;
 ¾ 3º momento: contribui para a agregação de valor à 
prestação de serviços, à adequação às legislações, o 
reforço a uma imagem empresarial sustentável e de 
retorno financeiro. 
A Logística Reversa ganha novos focos a partir das revoluções 
tecnológicas que transformam os processos produtivos 
diminuindo a vida útil dos produtos. A internet facilita a 
abertura do comércio internacional e o mundo globalizado 
transforma o perfil dos consumidores, que se apropriam do 
e-commerce como novo estilo de consumo. É no contexto desse 
www.esab.edu.br 13
cenário que a Logística Reversa, muito focada no pós-consumo 
(destinação de bens a um final de vida útil) passa a manter 
também uma preocupação com o pós-venda, a fim de agregar 
valor ao retorno de produtos devolvidos por erros de pedidos, 
avarias no transporte, garantias ou defeitos e falhas no 
funcionamento (ALMEIDA, 2020).
CANAIS LOGÍSTICOS DIRETOS E REVERSOS
Incialmente devemos lembrar que um canal distribuição é um 
dos fatores que formam a rede de distribuição, sendo composta 
por: armazenagem, informação, produto, transporte e cliente.
Nos canais logísticos diretos ocorre o fluxo da cadeia de 
suprimentos. Assim, o fluxo tem início com a matéria prima 
até a produção, passa pela distribuição e chega ao consumidor 
final com a entrega.
Nos canais logísticos reversos o fluxo de materiais passa a 
ser circular. Assim, uma vez que os canais formam ciclos, 
fazem com que os materiais retornem a etapas anteriores da 
cadeia para o seu processamento em uma nova utilização, por 
meio da reutilização ou reciclagem.
Nos fluxos reversos ocorre a perspectiva do meio ambiente, 
pois, o objetivo principal da cadeia reversa é agregar valor ao 
resíduo por meio da reciclagem. Por esse motivo é importante 
que alguns fatores sejam analisados com bastante atenção, 
dentre eles:
 ¾ Custos de transporte e desmontagem dos produtos;
 ¾ Estratégia logística para o recolhimento dos produtos pós-
consumo;
 ¾ Localização regional de centros de consolidação de 
desmanche e remanufatura;
www.esab.edu.br 14
 ¾ Desenvolvimento de sistemas para integração entre 
fornecedor e cliente;
 ¾ Tecnologia para a desmontagem e separação dos 
materiais.
O quadro abaixo traz as diferenças entre os fluxos direto e 
reverso.
 FLUXO DIRETO FLUXO REVERSO
Recursos para a estimação da 
demanda
Impossibilidade na estimação da 
demanda
Transporte de um ponto a muitos 
pontos
Transporte de vários pontos a um 
ponto
Preço uniforme Preço não uniforme
Gestão de estoque tradicional Gestão de estoque mais complexa
Métodos de marketing bem 
conhecidos
Modelos de marketing mais 
complexos
Custos claros e monitorados 
por sistemas de contabilidade
Custos menos visíveis e poucas 
vezes contabilizados
Quadro: diferenças entre fluxo direto e reverso.
Fonte: (Leite, 2017, citado por Almeida 2020, p. 09).
EXERCITANDO: vamos às questões on-line!
Na próxima unidade vamos estudar os objetivos da logística 
reversa. Até breve!
www.esab.edu.br 15
Diante das mudanças de paradigmas que os novos processos 
de produção incorporaram ao mercado consumidor, cujos 
hábitos de consumo foram devidamente regulamentados pelo 
governo, incluindo a importância da sustentabilidade, a logística 
reversa representa para as empresas uma forma de ganho e de 
competitividade. 
Izidoro (2015) enfatiza que a logística reversa tem como objetivo 
tornar possível o retorno dos bens ou dos seus materiais 
constituintes ao ciclo produtivo de negócios, agregando-lhes 
valor econômico, de serviço, ecológico e legal ao planejar as 
redes reversas e suas respectivas informações, e, também, 
com a operacionalização do fluxo da coleta dos bens de pós-
venda e pós-consumo, por meio dos processamentos logísticos 
de consolidação, separação, seleção, ou até mesmo sua 
reintegração ao ciclo produtivo.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA LOGÍSTICA REVERSA
Para Almeida (2020) a Logística Reversa tem como objetivos 
estratégicos fatores como a prestação de serviços, o 
cumprimento das legislações governamentais, a revalorização 
econômica dos bens, a boa imagem corporativa e a 
preocupação com a sustentabilidade. 
www.esab.edu.br 16
Figura: objetivos estratégicos da logística reversa.
Fonte: adaptado de Almeida (2020, p. 14).
Continuamos com Almeida (2020) para compreendermos os 
objetivos da Logística Reversa utilizados estrategicamente.
Objetivos econômicos
Os objetivos econômicos da logística reversa está pautado na 
possibilidade de revalorização financeira, por meio de 
reaproveitamento de materiais constituintes, das economias 
provenientes da sua utilização, da revalorização dos produtos 
em condições de uso. Essas estratégias resultam para as 
organizações a possibilidade da obtenção de ganhos 
financeiros e melhoria na competitividade de custos.
Os ganhos podem ser adquiridos por intermédio dos canais 
reversos através da valorização econômica dos seguintes 
pontos:
 ¾ Manufatura reversa:separa os componentes e os 
encaminha para reaproveitamento diversos, gerando 
lucratividade com sua venda. Exemplos: automóveis, 
eletrônicos e eletrodomésticos.
 ¾ Remanufatura: reaproveita parte de um produto, 
substituindo industrialmente outros componentes de 
forma a tornar o produto manufaturado, capaz de cumprir 
www.esab.edu.br 17
novamente suas funções originais. Dessa forma, o produto 
remanufaturado terá seu preço reduzido no pós-venda. 
Exemplo: cartuchos de impressoras e motores elétricos.
 ¾ Reciclagem: reintegra materiais substituindo matérias-
primas primárias na fabricação de outros produtos, 
gerando economia pelo diferencial de preço entre elas e 
pela redução de gasto de energia nos processos de 
manufatura. Exemplos: papel, plástico e alumínio.
 ¾ Reuso: reutiliza materiais como embalagens, 
computadores, veículos, comercializando esses produtos 
em mercados secundários.
O objetivo de sustentabilidade ambiental e a boa imagem 
corporativa
Inicialmente vamos trazer o conceito de sustentabilidade 
ambiental ou desenvolvimento sustentável. Em 1983, o 
conceito foi criado pela Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações 
Unidas (ONU), onde “Desenvolvimento Sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade de atender as 
necessidades das futuras gerações”.
Vamos entender como o conceito de desenvolvimento 
sustentável se relaciona com Logística Reversa. Quando um 
organização trabalha preocupada com a sustentabilidade 
ambiental foca seu desenvolvimento econômico à minimização 
dos impactos ambientais, de forma que essa atitude está 
pautada no princípio do atendimento às necessidades 
presentes sem comprometer as gerações futuras.
www.esab.edu.br 18
É por essa perspectiva que a Logística Reversa se relaciona 
com a sustentabilidade, dando aos resíduos sólidos destinação 
correta e principalmente reutilizando insumos, evitando que 
novas fontes de matérias-primas sejam utilizadas. É também 
importante que o público em geral, através de campanhas, 
possam ter conhecimento da necessidade do reaproveitamento 
de produtos usados, a fim de cooperar com o efetivo conceito e 
objetivo do desenvolvimento sustentável.
As empresas têm apresentado, também, uma preocupação 
crescente com sua reputação e suas marcas no mercado, 
sendo cada vez mais comum que na mídia apareçam as 
iniciativas das mesmas com a sustentabilidade ambiental e 
social. Isso vem demonstrar que as empresas adotam uma 
nova consciência com relação aos custos intangíveis 
relativos às marcas e à imagem, elevando o potencial de 
competitividade no mercado.
A competividade é uma expressão importante no aspecto 
pontuado, pois, é um componente que atinge diretamente 
aquele consumidor que está atento aos problemas ecológicos, 
inclusive, disposto a pagar mais por produtos que foram gerados 
com menor impacto ao meio ambiente. A esses fatores 
também se alinham as pressões sociais para as 
regulamentações governamentais quanto ao consumo voltado 
para a seletividade ecológica, dando ênfase para a destinação 
dos bens no pós-venda e no pós-consumo.
O objetivo legal
Mais adiante teremos uma seção que abordará todo aspecto 
legal que envolve a logística reversa. Aqui, apenas, 
pontuaremos o objetivo legal como um dos objetivos 
estratégicos na atividade da Logística Reversa. Izidoro 
(2015) ressalta que as legislações ambientais envolvem 
www.esab.edu.br 19
diferentes aspectos da cadeia logística e do ciclo de vida 
útil de um produto, do uso de matérias-primas virgens na 
fabricação, até a disposição final dos produtos.
Pontua-se que diversos países têm promulgado legislações 
sobre resíduos sólidos. No Brasil a temática da Política 
Nacional de Resíduos Sólidos trata do reaproveitamento e da 
destinação adequados de materiais e até normas específicas 
para tratamento de determinados produtos, como pneus e 
medicamentos. A legislação, ainda, visa o cumprimento da 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo dos produtos, tanto 
dos agentes da cadeia direta (produtores, fabricantes, 
distribuidores, varejistas e consumidores), assim como aqueles 
da cadeia reversa (coletores e processadores, até o 
reaproveitamento ou a destinação final dos produtos ou 
materiais).
Assim, as empresas para cumprir seu papel no atendimento da 
legislação, procuram trabalhar e fazer parcerias para o 
desenvolvimento da Logística Reversa, investindo em 
programas educacionais e conscientização junto à sociedade 
para a correta destinação dos resíduos sólidos.
Assista o vídeo O que é reciclagem. Acesse 
https://www.youtube.com/watch?v=OQ5jpiKzNqg
EXERCITANDO: vamos às questões on-line e à atividade 
dissertativa!
Até a próxima unidade, onde vamos entender as atividades e 
desafios na Logística Reversa.
https://www.youtube.com/watch?v=OQ5jpiKzNqg
www.esab.edu.br 20
ATIVIDADES DA LOGÍSTICA REVERSA
Vamos lembrar, no entanto, conforme pontua Lacerda (2002), 
que o processo de Logística Reversa é composto por um 
conjunto de atividades realizadas para coletar, separar, 
embalar e expedir itens, ao final de sua vida útil, danificados ou 
obsoletos, dos pontos de consumo até os seus locais de 
reprocessamento, de revenda ou de descarte.
De acordo com a figura abaixo, dependendo das condições 
em que os materiais entram no sistema de Logística Reversa, 
poderão passar por diferentes tipos de reprocessamento.
Atividades típicas do processo logístico reverso:
Figura: atividades típicas do processo logístico reverso.
Fonte: Lacerda (2002, p. 03).
www.esab.edu.br 21
Revendas: quando os produtos apresentarem condições 
adequadas de comercialização em mercados secundários, 
serão revendidos.
Recondicionamentos: justificado pelo ganho econômico, 
representam o retrabalho dos produtos.
Reciclagem: caso não haja possibilidade de recuperação, os 
produtos serão reciclados, com objetivo de reintegrá-los ao 
ciclo produtivo como substitutos de matérias-primas novas.
Descartes: quando não houver possibilidade para sua 
recuperação e nem reciclagem, os produtos irão para o 
descarte final. Nesse caso, serão destinados à incineração 
ou depositados em aterros sanitários.
Atividades da cadeia de suprimentos reversa
A figura que segue destacam cinco grupos de atividades da 
cadeia de suprimento reversa logística:
Figura: grupos de atividades da cadeia de suprimento 
reversa logística.
Fonte: Adaptado de Almeida (2020).
www.esab.edu.br 22
Conforme o que está apresentado em Almeida (2020, p. 18-19) 
vamos à análise de cada grupo, entendendo as respectivas 
atividades:
Coleta: a coleta acontece quando a empresa providencia o 
retorno dos produtos, componentes ou materiais a diversos 
pontos de origem. Nesse caso a atividade pode ser realizada 
por um operador logístico especializado, com transporte 
próprio, ou o produto pode ser levado pelos clientes a pontos 
de coleta autorizados, abarcando, dessa forma, atividade de 
aquisição, transporte e armazenagem.
Inspeção/separação: a partir dessa etapa ocorre a divisão do 
fluxo para várias opções de recuperação e eliminação. Isso 
pode envolver atividades como teste, desmontagem, destruição, 
classificação e armazenamento.
Reprocessamento: os fluxos reutilizáveis representam a 
transformação de um item reutilizável. Nesse caso, 
dependendo da opção de recuperação escolhida poderá 
envolver atividades como desmontagem, trituração, reparo ou 
substituições.
Descartes: no descarte os produtos reaproveitáveis seguem 
para a incineração ou aterro sanitário.
Redistribuição: os itens reutilizados são comercializados em 
mercados de segunda linha. Incluem-se aqui atividades de 
venda, transporte e armazenamento.
Almeida (2020), ainda, pontua que para uma boa gestão das 
atividades logísticas reversas é necessário considerar os 
seguintes critérios:
 ¾ Pontos de origem do produto;
 ¾ Quantidade e tipo de produtos que irão retornar;
www.esab.edu.br 23
 ¾ Caminho de retorno dosprodutos (fluxo direto, transporte 
próprio ou terceirizado);
 ¾ Seleção de destino (se o produto vai ser reutilizado, se 
voltará a ser matéria-prima, reciclado ou aproveitado de 
peças componentes).
 ¾ Adequação do local de armazenamento do material até o 
momento de sua coleta;
 ¾ Modo de redistribuição, após o tratamento do produto.
A correta gestão das atividades logísticas permite às 
organizações o alcance dos objetivos quanto aos ganhos 
financeiros, de imagem corporativa, como empresa responsável e 
engajada nas questões ambientais, além dos benefícios por 
cumprir a legislação.
DESAFIOS GLOBAIS DA LOGÍSTICA REVERSA
Um dos grandes desafios logísticos reversos envolve a temática 
dos resíduos sólidos. A Abrelpe, no Brasil, pontua que a 
Recuperação Energética é hoje uma realidade e uma alternativa 
concreta para a destinação dos resíduos sólidos urbanos em 
várias localidades. A tecnologia transforma o resíduo urbano em 
energia elétrica e térmica por um processo amplamente utilizado 
ao redor do mundo, pois aproveita o alto poder calorífico 
contido nos resíduos sólidos para uso como combustível.
Além de estar expressamente prevista nas disposições da 
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, como uma das 
alternativas de destinação ambientalmente adequada de 
resíduos, a recuperação energética pode trazer alguns 
resultados adicionais quando colocada em prática:
 ¾ É uma das soluções para a destinação final dos resíduos 
urbanos não recicláveis recomendada pelo IPCC/ONU;
www.esab.edu.br 24
 ¾ Reduz a emissão de gases do efeito estufa (GEE) dos 
aterros sanitários.
 ¾ Possibilita a recuperação energética mais eficiente dos 
resíduos urbanos que estariam inutilizados ou sub-
utilizados;
 ¾ Substitui fontes fósseis de energia, com vistas à 
otimização de recursos naturais;
 ¾ Exige menor área para sua implantação, pode ser 
instalada próxima aos centros urbanos, o que implica em 
redução dos custos de coleta e transporte dos resíduos.
No âmbito global os maiores desafios estão contidos na 
necessidade de uma mudança da visão tradicional operacional 
para uma visão ampliada holística, incluindo em suas 
preocupações os diversos aspectos inibidores dos ciclos 
reversos de reaproveitamento de produtos e materiais.
Entre os principais desafios da logística reversa, estão:
 ¾ Necessidade de conhecimento e prática de logística 
reversa;
 ¾ Adaptações de legislações que permitem eficiência no 
retorno dos produtos;
 ¾ Avanço nos projetos pertinentes ao reaproveitamento dos 
produtos;
 ¾ Avanço na cultura empresarial quanto à colaboração e 
parceria para o retorno e reaproveitamento de produtos;
 ¾ Métricas no desempenho na organização da logística 
reversa;
 ¾ Avanços na percepção dos riscos da não execução.
www.esab.edu.br 25
Aumente seu conhecimento, lendo o artigo ‘Os 
desafios da logística reversa de resíduos 
sólidos: um estudo de casos múltiplos no 
comércio varejista de móveis em BH. 
Acesse o link: http://engemausp.submissao.com.
br/17/anais/arquivos/329.pdf. 
Boa Leitura!
EXERCITANDO: vamos às questões on-line!
Na próxima seção nossa abordagem será sobre os ciclos da 
logística reversa.
Até breve!
http://engemausp.submissao.com.br/17/anais/arquivos/329.pdf
http://engemausp.submissao.com.br/17/anais/arquivos/329.pdf
www.esab.edu.br 26
Resumo da seção 01
Nesta primeira seção entendemos que a Logística Reversa 
segue por uma perspectiva de proteção ao meio ambiente e 
ao desenvolvimento sustentável, sendo a mesma um “instrumento 
de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um 
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao 
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em 
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada.”
A Logística Reversa tem como objetivos estratégicos fatores 
como a prestação de serviços, o cumprimento das legislações 
governamentais, a revalorização econômica dos bens, a boa 
imagem corporativa e a preocupação com a sustentabilidade.
O processo de Logística Reversa é composto por um conjunto 
de atividades realizadas para coletar, separar, embalar e 
expedir itens, ao final de sua vida útil, danificados ou 
obsoletos, dos pontos de consumo até os seus locais de 
reprocessamento, de revenda ou de descarte.
Um dos maiores desafios da logística reversa de âmbito 
global está na necessidade de uma mudança da visão 
tradicional operacional para uma visão ampliada holística, 
incluindo em suas preocupações os diversos aspectos 
inibidores dos ciclos reversos de reaproveitamento de 
produtos e materiais.
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SEÇÃO 02 – LOGÍSTICA REVERSA E SEUS CICLOS
Nesta seção abordaremos os ciclos logísticos reversos de 
pós-venda e pós-consumo e suas características e diferenças.
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Até aqui já podemos compreender que a Logística Reversa é 
uma nova área da logística empresarial que atua de forma a 
gerenciar e operacionalizar o retorno de bens e materiais após 
sua venda e consumo às suas origens, agregando valor aos 
mesmos. Explicando melhor, Ballou (2010) afirma que dentro do 
contexto econômico, ambiental e social, essa nova ferramenta 
vem contribuir de forma significativa para o reaproveitamento 
de produtos e materiais após seu uso, amenizando os 
prejuízos causados ao meio-ambiente pelo grande volume de 
bens fabricados pelos complexos produtivos. 
A prática da logística reversa e sua iniciativa no meio 
empresarial significa retornos econômicos para as empresas. 
Dentre as ações que favorecem consideráveis lucros, podemos 
citar a utilização de embalagens retornáveis e o 
reaproveitamento de materiais para produção.
Ciclos de vida do produto e Logística Reversa
A metodologia da análise do ciclo de vida adquiriu considerável 
importância no que tange a gestão ambiental, ela teve sua 
estrutura normatizada pela ISO 14000. A ISO 14000, foi 
definida pela International Organization for Standartization - ISO 
(Organziação Internacional para Padronização). O objetivo da 
criação da ISO 14000 estava relacionado à redução do impacto 
causado pelas empresas ao meio ambiente. Sendo assim, se a 
empresa seguir as normas propostas pela ISO 14000 e 
implementar os processos indicados, ela pode obter a 
certificação da ISO. 
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LUZ (2011), pontua que a metodologia para a avaliação do 
ciclo de vida do produto, inclui quatro fases: definição de 
objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de 
impactos e interpretação de resultados. Vamos entender cada 
uma destas fases.
 ¾ 1ª fase - definição de objetivo e escopo: na primeira 
fase determina-se como o estudo de Análise do Ciclo de 
Vida será conduzido, definindo o propósito do estudo e 
sua dimensão, cujo objeto será a fase final do ciclo de 
vida, referente ao pós-consumo.
 ¾ 2ª fase - inventário do ciclo de vida: na segunda fase é 
realizada a coleta de dados e o procedimento de 
cálculo para que seja quantificado as entradas e 
saídas que irão construir a base de dados para a 
avaliação do impacto do ciclo de vida. A ISO 14044:2009 
apresenta uma sequência dos procedimentos para a 
análise do inventário que deve incluir principalmente: 
preparação para a coleta, validação e agregação dos 
dados. 
 ¾ 3ª fase - avaliação do impacto do ciclo de vida: utiliza 
os resultados da análise do inventário para avaliar a 
significância dos impactos ambientais potenciais. Nesse 
momento a escolha dos impactos avaliados e das 
metodologias utilizadas bem como o nível de detalhes é 
diretamente relacionado ao objetivo e escopo do estudo. 
 ¾ 4ª fase - interpretação de resultados: esta etapa visa 
alcançar conclusões e recomendações, portanto, são 
identificados os pontos críticos do ciclo de vida. São 
percebidos diversos indicadores quanto aos impactos 
gerados pelas entradas e saídas do sistema analisado. 
Os indicadores são divididos em seis grupos principais: 
consumo de energia; consumo de recursos naturais;uso 
do solo; emissões para o ar; emissões para a água e 
resíduos sólidos gerados. 
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Assim, de acordo com Mota (2013), no momento em que se 
usa estes indicadores para a fase final da análise do ciclo de 
vida, tem-se a possibilidade do uso da Logística Reversa como 
ferramenta para a correta destinação ou para o retorno dos 
resíduos ao ciclo produtivo, o que leva a proposta conhecida 
como “cradle to cradle”, ou seja, do berço ao berço, onde o 
resíduo gerado pelo sistema passa a ser reutilizado como 
matéria-prima secundária para um sistema produtivo. Neste 
caso, a Logística Reversa tem um papel crucial ao ser utilizada 
em conjunto com a análise do ciclo de vida, pois traz a 
possibilidade de reduzir os impactos apontados no final do 
ciclo de vida, quanto aos resíduos, tornando-os novamente 
matérias-primas.
Mas qual a diferença entre o ciclo da Logística 
Reversa de pós-venda e de pós-consumo?
Almeida (2020) responde que os ciclos logísticos 
reversos são caracterizados por etapas, formas e meios nos 
quais uma parte dos produtos com pouco ou sem uso após a 
venda (caracterizados de Logística Reversa de pós-venda) ou 
após a extinção de sua vida útil (caracterizados de Logística 
Reversa de pós-consumo) retornam ao ciclo produtivo ou de 
negócios, readquirindo valor de diversas naturezas, no mesmo 
mercado original ou em mercados secundários, por meio do 
reaproveitamento de seus componentes ou de seus materiais 
constituintes.
Vamos entender agora, a partir da figura que segue, quais 
são os caminhos que ‘diversos itens’ referentes ao pós-
venda ou ao pós-consumo podem percorrer para retornar ao 
ciclo produtivo ou à sua destinação correta. Ainda, podemos 
entender quais são as atividades que diferenciam os dois 
tipos de Logística Reversa.
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Figura: materiais e ciclo reverso.
Fonte: Leite (2002) adaptado de Almeida (2020, p. 28).
Assim, os canais reversos de pós-venda e de pós-consumo são 
diferentes quanto à coleta, aos meios de retorno e suas 
destinações. De acordo com Leite (2017) os referidos canais 
recebem as seguintes definições:
Pós venda: constituídos por uma parcela de produtos, com 
pouco ou nenhum uso, que retornam do consumidor ao 
varejista ou lojas virtuais (e-commerce) e destes aos 
fabricantes. Em geral, retornam pelos mesmos agentes do 
fluxo direto, motivados por problemas relacionados à qualidade, 
erros de pedidos, avarias de transporte e recall.
Pós-consumo: constituídos por materiais originados no 
descarte, após o término de sua vida útil e que devem retornar 
ao ciclo produtivo. Distinguem-se em três subsistemas: reuso, 
remanufatura e reciclagem.
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Seguem as diferenças básicas entre ciclo-reverso pós venda e 
pós-consumo.
Figuras: diferenças entre ciclos reversos pós-venda e 
pós-consumo.
Fonte: Adaptado Almeida (2020, p. 29).
O novo perfil dos consumidores, aliado ao baixo ciclo de 
vida de produtos e serviços, levou as empresas a repensarem o 
modo e a necessidade de adaptar a Logística Reversa. Nesse 
sentido, também é importante entender a classificação dos 
bens, que, conforme Izidoro (2015) podem ser:
 ¾ Bens descartáveis: são bens que apresentam duração 
de vida útil média de algumas semanas, raramente 
superior a seis meses (produtos de embalagens, 
brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para 
computadores, artigos cirúrgicos, pilhas de equipamentos 
eletrônicos, fraldas, jornais, revistas, etc.).
 ¾ Bens semiduráveis: apresentam duração média de vida 
útil de alguns meses, raramente superior a dois anos 
(baterias de veículos, óleos lubrificantes, baterias de 
celulares, computadores e seus periféricos, revistas 
especializadas, etc.).
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 ¾ Bens Duráveis: são os bens que apresentam duração de 
vida útil variando de alguns anos a algumas décadas 
(automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, as 
máquinas e os equipamentos industriais, edifícios, 
aviões, navios, etc.).
EXERCITANDO: vamos às questões on-line!
Até a próxima unidade onde trataremos mais especificamente 
sobre o pós-venda na Logística Reversa.
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LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDA
De acordo com Leite (2009, p. 187) a logística reversa de 
pós-venda é a área específica de atuação da Logística Reversa 
que se ocupa do planejamento, da operação e do controle do 
fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de 
bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por 
diferentes motivos retornam pelos elos da cadeia de 
distribuição direta.
Os produtos com origem na logística de pós-venda, de natureza 
durável, semidurável ou descartável, são devolvidos sem uso, 
ou com pouco uso por motivos diversos, geralmente percorrendo 
o mesmo canal direto em que foram entregues.
Lembra Almeida (2020) que as devoluções não ocorrem apenas 
dos consumidores finais quando por erros de pedidos, 
garantias de qualidade ou problemas com avarias no 
transporte. As devoluções se originam, também, de varejistas e 
atacadistas e de agentes do e-commerce para os fabricantes, 
que pode acontecer por erros de pedido, para a limpeza do 
canal nos elos da cadeia de distribuição, para a redução de 
excessos de estoques, pelo fim de vida comercial dos produtos e 
para a eliminação de estoques obsoletos.
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Característica de logística reversa pós-venda
Almeida (2020) apresenta os principais motivos de retorno de 
produtos no pós-venda:
 ¾ Erros de expedição;
 ¾ Excesso ou baixo giro de estoque;
 ¾ Produtos sazonais;
 ¾ Defeitos e trocas em garantia;
 ¾ Recall;
 ¾ Danos causados no trânsito entre os elos da cadeia 
logística.
Vamos demonstrar, através do quadro abaixo, a origem do 
retorno do produto de pós-venda, apresentando o retorno do 
produto através dos eventos que podem acontecer a partir do 
consumidor final, do varejo fixo, do e-commerce e do fabricante.
Do consumidor 
final
Do varejo fixo Do e-commerce Do Fabricante
Defeito de 
funcionamento
Nova coleção Erros de pedidos Erros diversos
Não entendimento do 
manual
Excesso de estoque Defeitos/qualidade Excesso de estoque
Estética não esperada Defeituosos
Insatisfação com o 
produto
Qualidade
Conteúdo ou 
embalagem alterados
Embalagens 
retornáveis
Desistência da 
compra
Embalagem 
retornável
Quadro: demonstração da origem do retorno do produto 
pós-venda
Fonte: Adaptado de Almeida (2020).
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Categorias do retorno de pós-venda
Leite (2002) apresenta três categorias de retorno do pós-venda 
de acordo com os motivos das devoluções: comerciais, por 
garantia/qualidade e por substituição de componentes. 
Para melhor compreensão destas categorias, vamos apresentá-las 
individualmente:
 ¾ Retorno Comercial são destacadas a categoria de 
“Estoques”, caracterizada pelo retorno devido a erros de 
expedição, excesso de estoques no canal de distribuição, 
mercadorias em consignação, liquidação de estação de 
vendas, pontas de estoques, etc., que serão retornados 
ao ciclo de negócios através de redistribuição em outros 
canais de vendas. Devido ao término de validade de 
produtos ou a problemas observados após a venda, o 
denominado “recall” de produtos, os produtos serão 
devolvidos por motivos legais ou por diferenciação de 
serviço ao cliente.
O retorno comercial pode acontecer sob as formas:
a) Contratuais: ocorrem por meio de acordo prévio entre as 
partes envolvidas na operação, geralmente entre empresas. 
Neste modelo, há negociações de prazos para a devolução, 
quantidades e condições de armazenagem e estocagem. Como 
exemplos podemos citar: vendas em consignação e o retorno 
de embalagens descartáveis.
b) Não contratuais: ocorre por erro do fornecedor em vendas 
diretas aos consumidores finais por varejistas, vendas de 
catálogos ou e-commerce. Usualmente o retorno é realizado no 
ato do recebimento ou constatado por motivo de retorno. 
Podemos citar como exemplos: devoluções para atendimento 
de reclamação de consumidores finais ou devoluções por errode 
expedição.
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 ¾ Retorno por Garantia/Qualidade: aquelas nas quais os 
produtos apresentam defeitos de fabricação ou de 
funcionamento (verdadeiros ou não), avarias no produto 
ou na embalagem etc. Estes produtos poderão ser 
submetidos a consertos ou reformas que permita retornar 
ao mercado primário, ou a mercados diferenciados, novos 
ou secundários, agregando-lhes valor comercial novamente.
O retorno por garantia/qualidade pode acontecer pelos 
seguintes motivos:
a) Validade dos produtos: retorno de produtos, provenientes 
de distribuidores/varejistas, ao perderem sua validade. Nesses 
casos, importante ressaltar, que, normalmente, há exigência 
legal.
b) Conserto e reforma: representam produtos que retornam 
dos consumidores finais para as empresas, e que se 
relacionam às legislações de proteção ao consumidor, nos 
casos de garantias de qualidade. 
 ¾ Retorno por Substituição de Componentes: decorre da 
substituição de componentes de bens duráveis e semi – 
duráveis em manutenções e consertos ao longo de sua 
vida útil e que são remanufaturados, quando tecnicamente 
possível, e retornam ao mercado primário ou secundário, 
ou são enviados à reciclagem ou para um destino final, na 
impossibilidade de reaproveitamento.
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Objetivos da Logística Reversa de pós-venda
Almeida (2020) apresenta os seguintes objetivos da Logística 
Reversa de pós-venda:
 ¾ Objetivo econômico: no objetivo econômico o foco está 
na revalorização financeira do produto pós-venda. Neste 
caso as possibilidades de retorno são:
• Venda no mercado primário por meio de redistribuição;
• Reparos e consertos, podendo ser comercializados nos 
mercados primário ou secundário.
• Desmanche, pela possibilidade de aproveitamento de 
partes, peças e acessórios.
• Remanufatura, oriunda do desmanche de bens, que após a 
sua recuperação são enviados aos mercados secundários.
• Reciclagem industrial, comercializados entre empresas 
especializadas na reciclagem dos materiais constituintes.
 ¾ Objetivo de competitividade: vinculado principalmente 
ao varejo, propicia a limpeza do canal ao realizar o 
reposicionamento dos estoques.
 ¾ Objetivo legal: o foco é o atendimento de legislações 
governamentais e de norma de certificação.
 ¾ Objetivo logístico: possibilita identificar as diferenças 
entre os fluxos logísticos diretos e reversos dos bens.
EXERCITANDO: vamos às questões on-line!
Na próxima unidade estudaremos a Logística Reversa no pós-
consumo.
Até breve!
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LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO
De acordo com Leite a Logística Reserva de pós – consumo é a 
área de atuação da Logística Reversa que igualmente 
equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações 
correspondentes de bens de pós – consumo descartados pela 
sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao 
ciclo produtivo através de canais de distribuição reversos 
específicos. 
Constituem-se bens de pós-consumo os produtos em fim de 
vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os 
resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é o de 
agregar valor a um produto logístico constituído por bens 
inservíveis ao proprietário original, ou que ainda possuam 
condições de utilização, por produtos descartados por terem 
atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes 
produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis 
ou descartáveis e fluírem por canais reversos de reuso, 
desmanche, reciclagem até a destinação final.
Canais de distribuição reversos de pós-consumo
De acordo com Izidoro (2015) uma parcela dos bens de 
consumo é reintegrada ao ciclo produtivo por meio de canais 
reversos de reciclagem. Nesse contexto, ocorre a revalorização 
dos materiais constituintes que podem ser reintegrados ao ciclo 
www.esab.edu.br 40
produtivo de duas maneiras:
 ¾ Na fabricação de um produto similar que lhe deu origem.
 ¾ Na fabricação de um produto distinto
Tipos de canais de distribuição reversos:
Como tem duas formas de reintegração de produtos pós-
consumo, ocorre a geração de duas categorias de ciclos 
reversos de retorno ao ciclo produtivo:
 ¾ Canais de distribuição reverso de ciclo aberto: o ciclo 
aberto tem como principal característica o retorno de 
materiais como metais, plásticos, vidros, papéis, 
embalagens e outros à cadeia de produção na forma de 
matéria-prima. 
Abaixo segue a demonstração de produtos originados da 
substituição de matérias-primas novas:
Figura: exemplos de canais reversos de ciclo aberto.
Fonte: Izidoro (2015, p. 60).
Os canais de ciclo aberto não distingue os produtos de origem 
do pós-consumo. Eles têm seu foco na matéria-prima que os 
constitui. 
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São características dessa categoria os seguintes materiais:
• Metais (ferro, alumínio, cobre, etc.).
• Plásticos constituídos por polímeros de diversas naturezas 
(polietilenos, polipropilenos etc.).
• Vidros
• Papéis
 ¾ Canais de distribuição reverso de ciclo fechado: Os 
canais de ciclo fechado caracterizam-se pelo retorno de 
um determinado produto, sendo que do mesmo é 
extraído o material constituinte de forma seletiva para a 
fabricação de outro produto similar ao original.
Assim, dos canais de distribuição reversos de ciclo fechado 
são extraídos seletivamente os materiais constituintes de 
determinados produtos descartado, ao fim de sua vida útil, 
com a finalidade de se fabricar um produto similar. Nesses 
casos, todas as fases da cadeia produtiva reversa são 
especializadas na revalorização do material constituinte de 
determinado produto, seja por interesses tecnológicos, 
econômicos, logísticos ou outros.
Abaixo segue a representação exemplificando o ciclo reverso 
fechado.
Figura: exemplos de ciclo reverso fechado.
Fonte: Almeida (2020, p. 36).
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Almeida (2020) apresenta as diversas possibilidades de retorno 
de bens nos canais de pós-consumo: bens duráveis, semiduráveis, 
descartáveis e resíduos industriais. Vamos abordá-los:
 ¾ Canais de distribuição reversos de pós-consumo de 
bens duráveis e semiduráveis: um bem durável possui 
em sua constituição uma série de componentes com 
diferentes ciclos de vida. Chegam à cadeia reversa de 
várias formas: 
• Coleta seletiva; 
• Leilões;
• Coleta informal ou sistemas logísticos reversos 
organizados. 
 ¾ Canais de distribuição reversos de pós-consumo de 
descartáveis: tem origem nos descartes provenientes de 
domicílios urbanos e de empresas comerciais e 
industriais. Neste canal há três formas de coleta para 
captação:
• Coleta de lixo urbano;
• Coleta seletiva;
• Coleta informal. 
Após a coleta esses materiais são separados e comercializados 
diretamente com fabricantes de matérias-primas, com 
intermediários sucateiros ou com indústria de reciclagem.
 ¾ Canais de distribuição reversos de pós-consumo de 
resíduos industriais: os diversos seguimentos (têxtil, 
metalúrgico, automotivo, etc.) geram resíduos em seus 
processos produtivos. Por se tratar de resíduos com 
características peculiares, com melhor qualidade do que 
www.esab.edu.br 43
os materiais de pós-consumo, apresentam uma forma 
organizada de comercialização, sendo usualmente 
separados por sua natureza ou composição, embalados 
para o transporte e coletados por empresas especializadas, e 
vendidas, posteriormente, para indústrias no mesmo 
segmento ou de segmentos distintos.
Sistema de coleta de bens de pós-consumo.
Abaixo seguem especificados os tipos de coleta de bens de 
pós-consumo.
Coleta domiciliar do 
lixo
É a principal fonte de captação de 
resíduos em comunidades onde 
não há coleta seletiva.
Aterro sanitário e lixões
Após a coleta do lixo urbano, e 
não havendo destinação reversa 
formal, tanto materiais orgânicos 
quanto recicláveis são enviados a 
aterros sanitários e lixões. No 
caso do aterro sanitário são 
aplicadas técnicas de engenharia 
sanitária para tratamento dos 
materiais orgânicos ali depositados, 
evitando, assim, a contaminação 
dos lençóis freáticos,todavia, o 
aterro sanitário tem um tempo de 
vida útil. O chorume é o líquido de 
cor escura, gerado a partir da 
decomposição da matéria orgânica 
existente no lixo, que apresenta alto 
potencial poluidor da água e do solo. 
O lixão é caracterizado pelo baixo 
custo operacional e pelos efeitos 
devastadores ao meio ambiente.
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Coleta seletiva 
domiciliar
Ocorre tanto em domicílio quanto 
em setores comerciais. 
Caracteriza-se por separar os 
produtos descartáveis não 
orgânicos (plástico, vidro, papel, 
lata etc.) para posterior reciclagem.
Coleta informal
É a coleta manual, realizada por 
catadores e carroceiros, vinculados 
ou não à empresas de reciclagem, 
contribuindo para a correta 
destinação e reaproveitamento dos 
materiais.
Quadro: tipos de coleta de bens pós-consumo
Fonte: adaptado de Almeida (2020).
Objetivos da Logística Reversa de pós-consumo
De acordo com Almeida (2020) a Logística Reversa de pós-
consumo tem os seguintes objetivos:
 ¾ Fatores econômicos: o objetivo é obter ganhos 
financeiros em todas as etapas do fluxo reverso, gerando 
lucratividade com a venda de materiais remanufaturados, 
com o reaproveitamento dos componentes ou de 
matérias-primas provenientes da reciclagem.
 ¾ Fatores tecnológicos: tem como objetivo o uso de 
tecnologias que permitam a desmontagem e separação 
de componentes de matérias constituintes, para a 
transformação de resíduos em matérias primas recicladas, 
ou na substituição ou reintegração ao ciclo produtivo.
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 ¾ Fatores logísticos: relacionam-se com as atividades 
logísticas necessárias à fluidez do fluxo reverso, sendo 
elas: o transporte, a disposição de centros de coleta, o 
processo de separação e processamento e a distribuição 
dos materiais reaproveitados aos seus novos destinos.
 ¾ Fatores ecológicos: atender às pressões geradas pelos 
consumidores finais, exigências legais, imagem corporativa 
e diferencial competitivo com relação aos concorrentes;
 ¾ Fatores legais: educação, regulamentação, promoção e 
incentivo ao retorno de produtos ao ciclo produtivo, com o 
objetivo de reduzir as agressões ao meio ambiente.
Leia o artigo 'Os consumidores valorizam a 
coleta de embalagens recicláveis? Um 
estudo de caso da logística reversa em 
uma rede de hipermercados.' 
Acesse o link: https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2006000300006. 
Boa Leitura!
EXERCITANDO: vamos às questões on-line e ao fórum!
Na próxima seção vamos entender o contexto da Logística 
Reversa e da legislação pertinente à sua atuação.
Até breve!
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2006000300006
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2006000300006
www.esab.edu.br 46
Resumo da seção 02
Nesta seção vimos que os ciclos logísticos reversos são 
caracterizados por etapas, formas e meios nos quais uma 
parte dos produtos com pouco ou sem uso após a venda 
(caracterizados de Logística Reversa de pós-venda) ou após a 
extinção de sua vida útil (caracterizados de Logística Reversa 
de pós-consumo) retornam ao ciclo produtivo ou de negócios, 
readquirindo valor de diversas naturezas, no mesmo mercado 
original ou em mercados secundários, por meio do 
reaproveitamento de seus componentes ou de seus materiais 
constituintes.
A Logística Reversa de pós-venda é a área específica de 
atuação da Logística Reversa que se ocupa do planejamento, 
da operação e do controle do fluxo físico e das informações 
logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou 
com pouco uso, que por diferentes motivos retornam pelos elos 
da cadeia de distribuição direta.
A Logística Reserva de pós – consumo é a área de atuação da 
Logística Reversa que igualmente equaciona e operacionaliza o 
fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós – 
consumo descartados pela sociedade em geral que retornam 
ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo através de canais de 
distribuição reversos específicos.
www.esab.edu.br 47
SEÇÃO 03 – NORMAS PERTINENTES À LOGÍSTICA 
REVERSA
Nesta seção estudaremos pontos importantes da Lei nº 
12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS), o sistema de Gestão Ambiental e o Direito do 
Consumidor com foco no e-commerce.
www.esab.edu.br 48
A Política Nacional de Resíduos Sólidos 
preencheu uma importante lacuna no arcabouço 
regulatório nacional. Essa iniciativa é o 
reconhecimento, ainda que tardio, de uma 
abrangente problemática ambiental que assola o 
país, problemática esta, de proporções 
desconhecidas, mas já com diversos episódios 
registrados em vários pontos do território 
nacional, e que tem origem exatamente na 
destinação e disposição inadequadas de 
resíduos e consequente contaminação no 
solo, além da dificuldade de identificação dos 
agentes responsáveis. Esses registros indicam a 
gravidade de situações de contaminação do 
solo e das águas subterrâneas, com risco 
efetivo à saúde pública e à biota, além do 
comprometimento do uso de recursos naturais 
em benefício da sociedade. Com efeito, os 
episódios de poluição do solo têm, como 
característica preponderante, o grande período
www.esab.edu.br 49
de latência entre o fato causador e 
manifestação - e consequente percepção - de 
efeitos mais graves no meio ambiente e, em 
algumas vezes, na saúde da população do 
entorno, direta ou indiretamente exposta à 
contaminação. De acordo com levantamentos 
divulgados na imprensa à época da edição da 
Lei 12.305/2010, das 170 mil toneladas de 
resíduos produzidas diariamente no país, 40% 
vão para lixões ou aterros irregulares, 12% não 
são coletados e 48% são destinados a aterros 
sanitários (MILARÉ, Édis. Direito do 
ambiente: a gestão ambiental em foco: 
doutrina jurisprudência, glossário. 7. ed. rev., 
atual. e reform. - São Paulo: Editora Revista 
dos Tribunais, 2011, p. 855).
Durante muito tempo o consumo humano e suas atividades não 
se relacionaram com as questões ambientais. De acordo com 
Pereira e Horn (2009) o convívio em sociedade está em 
constante evolução, e nessa perspectiva, também, o Direito. 
Atualmente e desde a Revolução Industrial, a maneira de se 
viver em sociedade sofreu considerável mudança, com 
sistemas entrelaçados, em que todos se completam. Para que 
não se torne obsoleto, o Direito, como regulamentador da 
ação social, precisa acompanhar essas mudanças.
Com a Revolução Industrial, desde o século XIX, o consumo 
deveria ser incentivado, pois significava o incremento da 
produção em massa e das grandes relações comerciais. Iniciava-
se, então, uma nova sociedade, a de consumo. Todavia, também 
desponta no âmbito da natureza muitos problemas ecológicos, 
www.esab.edu.br 50
marcados consideravelmente na sociedade atual pelos métodos 
de consumo de energia, de matéria-prima e, principalmente, 
dos rejeitos dos produtos eliminados no ambiente.
A partir da década de 1980 muitos debates suscitados pelas 
Organizações das Nações Unidas (ONU) trouxeram para as 
sociedades a importância de repensar o consumo em uma 
perspectiva de proteção à sustentabilidade das gerações 
futuras. Assim, teve início o surgimento das primeiras 
legislações sobre a temática.
Dentro dos debates e das iniciativas pautadas em lei, a 
Logística Reversa também foi regulamentada em favor do 
equilíbrio e preservação do meio ambiente.
No Brasil, antes da Constituição Federal de 1988, as 
regulamentações ambientais eram regidas pela Lei 6.938/1981 
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus 
fins e mecanismos de formulação e aplicação.
A Logística Reversa e a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos – PNRS
Inicialmente, destacamos que a Resolução CONAMA nº 275, 
de 25 de abril de 2001, ‘estabelece o código de cores para os 
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de 
coletores e transportadores, bem como nas campanhas 
informativas para a coleta seletiva’:
AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico; 
VERDE: vidro; AMARELO: metal;PRETO: 
madeira; LARANJA: resíduos perigosos; 
BRANCO: resíduos ambulatoriais e de 
serviços de saúde; ROXO: resíduos 
radioativos; MARROM: resíduos orgânicos; 
CINZA: resíduo geral não reciclável ou 
misturado, ou contaminado não passível de 
separação.
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O site do Ministério do Meio Ambiente pontua que a Lei nº 
12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes 
para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos 
principais problemas ambientais, sociais e econômicos 
decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. 
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo 
como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e 
um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da 
reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que 
tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) 
e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo 
que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de 
resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, 
comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos 
resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e 
embalagens pós-consumo. Cria metas importantes que irão 
contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de 
planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, 
intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor 
que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos.
Também, coloca o Brasil em patamar de igualdade aos 
principais países desenvolvidos no que concerne ao marco 
legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de 
materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística 
Reversa quando na Coleta Seletiva.
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Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Lei n. 12.305/2010 consagrou os seguintes princípios da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos:
Art. 6º São princípios da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos: 
I - a prevenção e a precaução; 
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; 
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos 
sólidos, que considere as variáveis ambiental, 
social, cultural, econômica, tecnológica e de 
saúde pública; 
IV - o desenvolvimento sustentável; 
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização 
entre o fornecimento, a preços competitivos, 
de bens e serviços qualificados que 
satisfaçam as necessidades humanas e 
tragam qualidade de vida e a redução do 
impacto ambiental e do consumo de recursos 
naturais a um nível, no mínimo, equivalente à 
capacidade de sustentação estimada do 
planeta; 
VI - a cooperação entre as diferentes esferas 
do poder público, o setor empresarial e 
demais segmentos da sociedade; 
VII - a responsabilidade compartilhada pelo 
ciclo de vida dos produtos; 
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido 
reutilizável e reciclável como um bem 
econômico e de valor social, gerador de 
trabalho e renda e promotor de cidadania; 
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IX - o respeito às diversidades locais e 
regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao 
controle social; 
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos
Merece destaque na Lei PNRS o princípio da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, sendo o mesmo 
essencial para a efetivação da nova política nacional de 
resíduos sólidos. Vamos entender a delimitação de alguns 
conceitos inerentes à PNRS (Lei n. 12.305/2010):
 ¾ Ciclo de vida do produto: ciclo de vida do produto é a 
série de etapas que envolvem o desenvolvimento do 
produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o 
processo produtivo, o consumo e a disposição final 
(artigo 3º, inc. IV).
 ¾ Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas 
as possibilidades de tratamento e recuperação por 
processos tecnológicos disponíveis e economicamente 
viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a 
disposição final ambientalmente adequada (art. 3º, inc. 
XV).
 ¾ Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em 
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe 
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados 
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em 
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem 
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos 
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ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções 
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor 
tecnologia disponível (art. 3º, inc. XVI). Ainda, na gestão e 
gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a 
seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e 
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos 
(art. 9º).
Observação: é possível a disposição final de resíduos 
sólidos ou rejeitos em bacias de decantação de resíduos 
ou rejeitos industriais ou de mineração, devidamente 
impermeabilizadas e licenciadas pelo órgão competente 
do Sisnama (art. 47, § 2º).
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida 
dos produtos: responsabilidade compartilhada pelo ciclo 
de vida dos produtos, compreende o conjunto de 
atribuições individualizadas e encadeadas dos 
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, 
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de 
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para 
minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, 
bem como para reduzir os impactos causados à saúde 
humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de 
vida dos produtos (artigo 3º, inciso XVII).
De acordo com a Lei n. 12.305/2010, art. 30, parágrafo único, a 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos 
tem por objetivo:
I - compatibilizar interesses entre os agentes 
econômicos e sociais e os processos de 
gestão empresarial e mercadológica com os 
de gestão ambiental, desenvolvendo 
estratégias sustentáveis;
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II - promover o aproveitamento de resíduos 
sólidos, direcionando-os para a sua cadeia 
produtiva ou para outras cadeias produtivas;
III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o 
desperdício de materiais, a poluição e os 
danos ambientais;
IV - incentivar a utilização de insumos de 
menor agressividade ao meio ambiente e de 
maior sustentabilidade;
V - estimular o desenvolvimento de mercado, a 
produção e o consumo de produtos derivados 
de materiais reciclados e recicláveis;
VI - propiciar que as atividades produtivas 
alcancem eficiência e sustentabilidade;
VII - incentivar as boas práticas de 
responsabilidade socioambiental. 
Dentre os instrumentos da PNRS, destaca-se o mecanismo da 
Logística Reversa, conhecido do setor produtivo, mas que 
ganha, com a nova lei, contornos ambientais. Já vimos que a 
PNRS traz uma definição para Logística Reversa em seu 
art. 3º, inc. XII, onde a mesma é um instrumento de 
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um 
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor 
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros 
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada.
Uma importante determinação da PNRS é a responsabilização 
da implementação da Logística Reversa, cuja responsabilidade 
pelo retorno dos produtos passa a ser das empresas que 
constituem as cadeias de suprimentos que os produzem e os 
comercializam.
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A PNRS também aponta os produtos que tem obrigatoriedade de 
retorno:
Art. 33. São obrigados a estruturar e 
implementar sistemas de logística reversa, 
mediante retorno dos produtos após o uso 
pelo consumidor, de forma independente do 
serviço público de limpeza urbana e de 
manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, 
importadores,distribuidores e comerciantes 
de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, 
assim como outros produtos cuja embalagem, 
após o uso, constitua resíduo perigoso, 
observadas as regras de gerenciamento de 
resíduos perigosos previstas em lei ou 
regulamento, em normas estabelecidas pelos 
órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou 
em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e 
embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de 
sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus 
componentes.
Pontua Almeida (2020) que apesar da PNRS tratar 
especificamente de produtos de pós-consumo, a Logística 
Reversa de pós-venda também poderá ser considerada, 
quando for tratado, por exemplo, de produto que retornam 
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para assistência técnica ou garantia e que têm alguns de seus 
componentes ou partes trocadas e reaproveitadas como 
produto de pós-consumo.
EXERCITANDO: vamos às questões on-line e à atividade 
dissertativa!
Na próxima unidade vamos entender o sistema de gestão 
ambiental.
Até breve!
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As Revoluções Industriais alteraram os processos de produção 
ao longo da história. De início tínhamos o foco na produção em 
massa e o atendimento do consumo cada vez mais crescente. 
Contudo, em face do crescimento acelerado da produção, o 
meio ambiente passa a sofrer os impactos dos resultados deste 
processo. A agressão ao meio ambiente não recebeu das 
indústrias e dos governos, em tempo hábil, a atenção necessária 
para que tivesse, sobre ele, ao menos minimizado o impacto.
Apenas em 1972, após conferência da ONU – Organização das 
Nações Unidas sobre ambiente humano, pautada na 
necessidade da preservação dos recursos naturais para 
garantia das gerações futuras, que surge uma mudança no 
cenário do comportamento quanto ao meio ambiente. Nessa 
perspectiva tem início a série ISO 14000.
O que é a ISO 14000?
Fundada no ano de 1946 em Genebra (Suíça), a 
Organização Internacional para a Padronização – ISO 
(International Organization for Standardization), teve por 
objetivo promover o desenvolvimento de Normas de 
Padronização Internacional na indústria, no comércio e nos 
serviços, sendo composta por mais de 110 países. No Brasil, a 
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão 
que representa a ISO. 
www.esab.edu.br 59
Assim, a ISO 14000 é o conjunto de normas, por excelência, que 
visa a estabelecer diretrizes para a implementação de sistemas 
de gestão da qualidade ambiental nas diversas atividades 
econômicas que possam impactar o meio ambiente para a 
avaliação e certificação desses sistemas, com metodologias 
uniformes e aceitas internacionalmente.
Ressalta Almeida (2020, p. 54) que não é obrigatória a adoção 
de uma certificação ISO 14000 ou demais normas ISO, o que 
não acontece com PNRS – Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, cuja adoção é obrigatória. Todavia, a adoção da ISO 
14000 pelas mais diversas empresas é muito importante na 
esfera atual, considerando as pressões do mercado e o novo 
perfil de consumidores cada vez mais exigentes. Nesse 
contexto, a certificação demonstra compromisso ambiental 
diante das comunidades nas quais as empresas atuam, “[...] 
atribuindo aos produtos e serviços a imagem de empresa 
social e ambientalmente responsável”.
Vantagens da adoção da ISO ou Sistema de Gestão 
Ambiental
A adoção do Sistema de Gestão Ambiental pelas empresas 
gera várias vantagens:
 ¾ Diferencial competitivo: melhoria da imagem, aumento 
da produtividade e conquista de novos mercados.
 ¾ Melhoria organizacional: gestão ambiental sistematizada, 
integração da qualidade ambiental à gestão dos negócios 
da empresa, conscientização ambiental dos funcionários e 
relacionamento de parceria com a comunidade.
 ¾ Minimização de custos: eliminação de desperdícios, 
conquista da conformidade ao menor custo e 
racionalização dos recursos humanos, físicos e 
financeiros.
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 ¾ Minimização de riscos: segurança legal (legislação e 
outros requisitos), segurança das informações, 
minimização dos acidentes e passivos ambientais, 
minimização dos riscos dos produtos e identificação de 
vulnerabilidades.
Na realidade, as empresas que são responsáveis com o meio 
ambiente promovem ações que reduzem os impactos causados 
por seus produtos e processos quando implementam sistema 
de gestão ambiental e sistemas de certificação, como o ISO 
14000.
ISO 14001 e a Logística Reversa
A ISO 14001 tem a finalidade de prover às organizações uma 
estrutura para a proteção do meio ambiente, possibilitando 
responder às mudanças das condições ambientais em equilíbrio 
com necessidades socioeconômicas. Essa norma especifica os 
requisitos que permitem a uma organização alcançar os 
resultados pretendidos e definidos para seu Sistema de Gestão 
Ambiental, diminuindo, no meio ambiente, os impactos 
negativos.
A norma ISO 14001 é fundamentada no ciclo PDCA (Plan – Do – 
Check – Act) e tem como objetivo alcançar a melhoria contínua. 
Conforme Almeida (2020, p. 56), o ciclo PDCA pode ser 
aplicado no Sistema de Gestão Ambiental da seguinte forma:
 ¾ Plan (planejar): estabelecer os objetivos ambientais e os 
processos necessários para entregar resultados de 
acordo com a política ambiental da organização.
 ¾ Do (fazer): implementar os processos conforme planejado.
 ¾ Check (checar): monitorar e medir os processos de 
acordo com a política ambiental, incluindo seus 
compromissos, objetivos ambientais e critérios 
operacionais; reportar os resultados.
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 ¾ Act (agir): ações para melhoria contínua.
Objetivos da ISO 14001
Podemos dizer que a ISO 14001 apresenta um objetivo 
principal seguido por outros objetivos.
Objetivo principal:
 ¾ Possibilitar que as organizações atendam às suas 
necessidades socioeconômicas em equilíbrio com a 
proteção do meio ambiente.
Demais objetivos:
 ¾ Proteção do meio ambiente pela prevenção ou mitigação 
dos impactos ambientais adversos;
 ¾ Mitigação de potenciais efetivos adversos das condições 
ambientais na organização;
 ¾ Auxilio à organização no atendimento aos requisitos 
legais e outros requisitos;
 ¾ Aumento do desempenho ambiental;
 ¾ Controle ou influência no modo que os produtos e 
serviços da organização são projetados, fabricados, 
distribuídos, consumidos e descartados, utilizando uma 
perspectiva de ciclo de vida que possa prevenir o 
deslocamento involuntário dos impactos ambientais 
dentro do ciclo de vida;
 ¾ Alcance dos benefícios financeiros e operacionais que 
podem resultar da implementação de alternativas 
ambientais que reforçam a posição da organização no 
mercado;
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 ¾ Comunicação de informações ambientais para as partes 
interessadas pertinentes.
A Logística Reversa surge como instrumento integrado ao 
Sistema de Gestão Ambiental, resultando para as empresas a 
responsabilidade sobre seus produtos, quanto aos meios e a 
forma como são reaproveitados após o descarte.
EXERCITANDO: vamos às questões on-line e ao fórum!
Na próxima unidade vamos entender o e-commerce no Código 
de Defesa do Consumidor. 
Até breve!
www.esab.edu.br 63
Muitas pessoas realizam 
compras pela Internet. No 
ano de 2017 cerca de 15% 
da população brasileira 
realizou ao menos uma 
compra on-line, o equivalente 
a 25,5 milhões de pessoas.
O Relatório Setores do E-commerce no Brasil Setembro/2020, 
aponta que nos últimos meses, todos os setores do mercado 
foram afetados pela pandemia causada pelo novo coronavírus. 
Alguns deles registraram curvas altas de crescimento. Por 
outro lado, outros tiveram alguns de seus piores períodos da 
história.
O Relatório ainda informa que depois de um trimestre intenso, 
muitos já falam sobre uma possível retomada econômica e 
oportunidades com a transformação de processos, estratégias e 
inovações colocadas em prática. O futuro ainda é incerto, mas 
os números mostram que o e-commerce disparou em tempos 
de pandemia — o que devese intensificar a cada dia.
Segue o Relatório dizendo que no mês de julho de 2020, o 
e-commerce brasileiro registrou o terceiro melhor mês de sua 
história, em um movimento que mostra que essa é a hora e 
vez do comércio online. Pontua, também, o Relatório, que no 
mês de agosto, em relação ao mês de julho, o número teve 
www.esab.edu.br 64
uma queda de 1,8%, mas ainda segue muito relevante, pois 
foram 1,27 bilhão de acessos no oitavo mês do ano - número 
maior em comparação com o mesmo período de 2019, onde 
foram registrados 1,18 bilhão de acessos.
Por fim, aponta o Relatório que os números altos não são por 
acaso. “A pandemia acelerou a digitalização do comércio para 
vendedores e compradores. Quem tinha resistência mudou a 
mentalidade rapidamente”. O Mercado Livre se consolidou como 
uma das maiores lojas do Brasil e registrou um crescimento no 
período da pandemia de 13% (em uma comparação entre 
fevereiro e agosto deste ano). De acordo com o relatório o 
Mercado Livre recebeu mais de 240 milhões de 
acessos apenas no mês de agosto.
Então, em razão do aumento considerável das compras pela 
internet, que já se apresenta como uma tendência do mercado, 
tendo se intensificado pela pandemia do novo coronavírus, 
aumentam também as devoluções dos produtos. Nesse contexto 
entra em ação a Logística Reversa e “[...] dela depende a 
satisfação do consumidor, que antes era medida apenas no 
momento da compra, mas agora também é medida na 
agilidade do processo de devolução, quando solicitado” 
(Almeida, 2020, p. 62).
O Código de Defesa do Consumidor - E-Commerce - 
Logística Reversa
Ao contrário das normas que já abordamos, cujo foco principal 
são as questões ambientais, o Código de Defesa do 
Consumidor - CDC (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990) é 
uma lei abrangente que trata das relações de consumo em 
todas as esferas, ou seja, civil, administrativa e penal. 
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Atuando em cada esfera da seguinte forma:
 ¾ Esfera civil: definindo as responsabilidades e os 
mecanismos para a reparação de danos causados.
 ¾ Esfera administrativa: definindo os mecanismos para o 
poder público atuar nas relações de consumo.
 ¾ Esfera penal: estabelecendo novos tipos de crimes e as 
punições para os mesmos.
O e-commerce, no entanto, recebeu tratamento jurídico 
específico através do Decreto 7.962 de 15 de março de 2013 
que ‘regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, 
para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico’.
Nossa abordagem nesta aula está focada na relação entre a 
Logística Reversa de Pós-venda e o Consumidor.
Vamos fixar alguns conceitos para melhor entendermos o 
assunto proposto:
 ¾ Logística Reversa de Pós-Venda é responsável pelo 
fluxo reverso de bens e produtos com pouco ou sem uso 
que retornam ao ciclo produtivo devido a desacordos 
comerciais, avarias, assistência técnica, recall ou garantia.
 ¾ Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire 
ou utiliza um produto ou serviço (art. 2º do CDC).
 ¾ Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira que desenvolve atividades 
de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços 
(art. 3º do CDC).
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 ¾ Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial (§ 1º, art. 3º do CDC).
 ¾ Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de 
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista 
(§ 2º, art. 3º do CDC).
Direito de arrependimento no CDC
De acordo com o CDC, o consumidor pode desistir do contrato, 
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de 
recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação 
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a 
domicílio. Ainda, pontua que se o consumidor exercitar o 
direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de 
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente 
atualizados (art. 49 e parágrafo único do CDC).
Direito de arrependimento no e-commerce
No CDC já está previsto o direito de arrependimento do 
consumidor, que foi reforçado pela Lei do e-commerce 
(Decreto 7.962 de 15 de março de 2013 que ‘regulamenta a 
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a 
contratação no comércio eletrônico’). O direito de arrependimento 
na lei do e-commerce consiste na possibilidade de devolução do 
produto adquirido fora do estabelecimento comercial, por 
parte do comprador, sem qualquer desconto na restituição do 
valor pago ou cobrança maior.
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De forma que o cliente tem até sete dias úteis, contados do 
recebimento do produto, para solicitar o cancelamento da 
compra. Outro importante aspecto que envolve o direito de 
arrependimento no e-commerce é o dever do fornecedor de 
prestar informações claras e acessíveis através do site, onde 
deve deixar explícito ao consumidor a possibilidade de 
devolução da mercadoria adquirida e as regras para solicitá-la 
ao vendedor.
Vamos ver o que dispõe a legislação - Decreto 7.962/13:
Art. 5º O fornecedor deve informar, de forma 
clara e ostensiva, os meios adequados e 
eficazes para o exercício do direito de 
arrependimento pelo consumidor.
§ 1º O consumidor poderá exercer seu 
direito de arrependimento pela mesma 
ferramenta utilizada para a contratação, sem 
prejuízo de outros meios disponibilizados.
§ 2º O exercício do direito de arrependimento 
implica a rescisão dos contratos acessórios, 
sem qualquer ônus para o consumidor.
§ 3º O exercício do direito de arrependimento 
será comunicado imediatamente pelo 
fornecedor à instituição financeira ou à 
administradora do cartão de crédito ou 
similar, para que:
I - a transação não seja lançada na fatura do 
consumidor; ou
II - seja efetivado o estorno do valor, caso o 
lançamento na fatura já tenha sido realizado.
www.esab.edu.br 68
Na perspectiva das devoluções de produtos é necessário que 
esteja bem definido pelo fornecedor as informações do caminho 
de retorno da mercadoria e, ainda, que o mesmo assuma todas 
as despesas que envolve a devolução. Almeida (2020) ressalta 
que os principais motivos de reclamações dos consumidores 
relacionam-se com as trocas e com as devoluções, por isso, o 
investimento em Logística Reversa se torna um diferencial 
competitivo para a empresa, que fideliza clientes e atrai novos 
compradores. Assim, estima-se que 92% dos consumidores 
voltem a realizar compras no site, caso o processo de troca/
devolução seja simples e rápido.
Planejamento na Logística Reversa
Vamos finalizar esta unidade ressaltando que para o êxito da 
logística de troca se faz essencial o planejamento. Planejar, no 
âmbito da Logística Reversa, envolve escolher a melhor 
forma de devolução dos produtos, se por correios ou 
transportadora, devendo observar o caminho mais eficiente 
para a empresa e para o produto em questão, seguindo todas 
as diretrizes da legislação.
Assista o video: Direito de arrependimento.
Acesse 
https://www.youtube.com/watch?v=uBvzB53TSqE 
EXERCITANDO: vamos às questões on-line!
Na próxima seção vamos abordar mais especificamente a 
Logística Reversa no e-commerce.
Até breve!
https://www.youtube.com/watch?v=uBvzB53TSqE 
www.esab.edu.br 69
Resumo da seção 03
Nesta seção compreendemos que a Lei nº 12.305/10, que 
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é bastante 
atual e contém instrumentos importantes para permitir o 
avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais 
problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do 
manejo inadequado dos resíduos sólidos. De forma que dentre 
os instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
destaca-se o mecanismo da Logística Reversa, conhecido do 
setor

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