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Prof. Dr. Ivo Alexandre -----------------------------------------------------------------Introdução ------------------------------------------------- ------------- São parasitoses importantes quando falamos de animais de produção, envolvendo animais em grande quantidade populacional e em aglomerações, pois, facilita a transmissão de doenças. Por isso é chamada de “doença do rebanho”. Termo genérico que se referia a uma doença causada por um protozoário da Classe: Coccidea. São parasitas intracelulares obrigatórios. É uma doença que causa diarreia, mas, não é a principal preocupação causada por essa doença. Pois, 90% do rebanho são acometidos por essa parasitose, porém, apresentam quadro subclínico. Além disso, tem uma característica particular por infectar multe espécies (ou seja, várias espécies de Eimeria, coccídeos, que parasitam um mesmo animal. Algumas delas, são patogênicas, outras não). Somente 10-15% dos animais apresentam quadro clínico, com sintomas. E, a eimeirose é uma doença de importância econômica muito avançada. Ciclo biológico – Eimeria Na fase de esporogonia, ocorre eliminação dos oocistos para o meio ambiente. De modo que, esses oocistos eliminados no ambiente conseguem permanecer viáveis de 5-7 dias, e infectantes!!! Além de serem altamente disseminados pela água. E o mais preocupante nessa questão é que, mesmo nos dias atuais, ainda não há medicamento que mate esses oocistos presentes no ambiente. Mas de forma geral, o ciclo biológico da Eimeria causa um grande impacto nos animais de produção, de acordo com a espécie que pode ser patogênica ou apatogênica. É uma parasitose que: o Tem distribuição mundial: no mundo todos são encontradas espécies diferentes. o Causa prejuízos econômicos importantes o Controle/resistência o Avanço nos estudos o Tratamento o Espécies parasitadas São infecções espécie-específica: ou seja, as espécies de Eimeria vao parasitar somente uma espécie de animal determinada. Exemplos: Eimeria bovis – parasita bovinos. Eimeria perminuta – parasita suínos. Sítios de lesões específicos: em algumas espécies de Eimeria, principalmente as aves, vão parasitar sítios de lesões específicos. Autolimitante Alta morbidade Mais importantes protozoários em termos de relevância econômica Causa prejuízos na produção, que podem ser classificados em custos diretos e indiretos, veja abaixo: Custos diretos: ocorrem pode os animais tem um menor ganho de peso, aumento na mortalidade, aumento de infecções secundárias, tratamento com quimioterápicos. E custos indiretos: ocorrem devido uso de drogas e/ou vacinas de prevenção. Dentro das classificações da Eimeria temos que ela pertence: Filo: Apicomplexa, segundo Levine, 1970. São protozoários que possuem um complexo apical, que é uma organela muito específica, responsável por fazer a invasão as células, sendo assim, são parasitas intracelulares obrigatórios e, se reproduzem sexuadamente por singamia, dentro do vacúolo parasitófago. Classe: Coccidea, segundo Leuckart, 1879. É uma classe que basicamente produzem oocistos, que podem ser eliminados para o meio ambiente ou pode ser um oocisto reproduzido em vetores. Mas no caso da Eimeria ela produz oocistos e eles são liberados no ambiente. Multiplicam-se por merogonias, gametogonia e esporogonia. Os gametócitos são habitualmente presentes. Merogonia no hospedeiro. E esporogonia tipicamente no ambiente. Esquizogonia e gametogonia no citoplasma de células do hospedeiro. Família: Eimeriidae, Michin, 1903. Produzem oocistos esporulados com 2-4 mais esporocistos, contendo cada um 2 esporozoítos. São monoxenos. Ou seja, não possuem HI (Hospedeiros Intermediários). Com isso, a disseminação das Eimerias é muito eficiente. Chamado de: ciclo direto! Porém, apesar de ser ciclo direto é mediado, por água, vento, etc. Gênero: Eimeria, segundo Schneider, 1875. Lembrando que os oocistos não esporulados são eliminados pelas fezes e permanecem infectante e viáveis no ambiente (com condições favoráveis é claro), até meses, podendo infectar outros animais. Etiologia Pesquisar melhor sobre o ciclo biológico da Eimeria, etiologia, etc. Parte 2 – Aula de Coccidiose Como já comentado anteriormente, a Eimeria tem ciclo direto (é monoxeno), não necessitando de HI. Além disso, causa doença entérica nos animais, porque esses parasitos se reproduzem de forma assexuada e sexuadamente nas células intestinais do hospedeiro. Na reprodução assexuada ocorrem: esporogonia/esporulação no ambiente. E no intestino do hospedeiro ocorre Esquizogonia ou merogonia. Na reprodução sexuada , ocorre gametogonia no intestino. Oocisto maduro, ou também chamado de oocisto não esporulado, tem como principal característica, ser eliminado junto as fezes dos hospedeiros. E no meio ambiente, ocorrerá o processo de esporogonia. Caracterizado pela formação dos esporozoítos, que são a forma infectante desse parasito, processo denominado: esporogonia ou esporulação. Mas, para que a esporogonia ocorra, é necessário que haja temperaturas favoráveis 25-28ºC, umidade relativa do ar acima de 80-85%, ambientais (períodos mais favoráveis ao desenvolvimento desses parasitos). Como já foi citado anteriormente, outro ponto importante a ser levado em consideração é que em períodos chuvosos, com aglomerações de animais, favorecem a disseminação desses oocistos no ambiente. Todo o processo de esporogonia, dura cerca de 5 – 10 dias, e dará origem ao oocisto esporulado. E dentro deste oocisto esporulado encontraremos os esporozoítos (forma infectante da Eimeria). É esse oocisto esporulado que apresentará o complexo apical, uma organela específica, responsável pela invasão celular nos hospedeiros. Possuem uma parede, e estruturas específicas e dentro deles, existem 4 esporocistos, com 8 esporozoítos. Figura 1 Figura 2 Figura 1 - Estruturas gerais específicas da Eimeria. Figura 2 - Eimeria: esporogonia dará origem a 4 esporocistos, cada um deles contendo 8 esporozoítos (representados pelos bastonetes com bolinha no meio). Resíduos dos oocistos* são estruturas muito importantes que auxiliam na permanência desse parasito por longos tempos no ambiente. Além disso, os oocistos são utilizados para identificação morfológica das espécies. Figura 3 - Imagem representando os Oocistos das seguintes espécies: A - E. maxima, B - brunetti, C - E.tenella, D - E. necatrix, E - E. praecox, F - E. acervulina e G - E. imitis. São usados para identificar a morfologia pois cada espécies de Eimeria possuem morfologias, e tamanhos diferenciados. Na figura acima, são oocistos de aves. Sendo que, a partir do momento que esse animal ingere o oocisto, no sulco gástrico, ocorrerá várias modificações na parede desses oocistos, rompendo esses oocistos, liberando os esporocistos no ambiente. Abaixo temos a representação de um esporocisto, contendo os esporozoítos. Os esporozoítos vão se romper, e infectar os hospedeiros por possuírem o complexo apical. Figura 4 - esporozoítos. Ao invadir a célula do hospedeiro, gera um vacúolo parasitófago. Vai se multiplicar por divisão binária várias vezes dando origem aos trofozoítas. Os trofozoítas também se multiplicam dando origem aos Esquizontes imaturos de primeira geração. Segue abaixo o ciclo biológico completo da Eimeria: Os microgametas vão fecundar os macrogametas, dando origem aos oocistos. E esse oocisto imaturo será liberado junto as fezes, ao meio ambiente. Parte 3 Os parasitos causarão as seguintes lesões em seus hospedeiros: • Invasão e ruptura das células da mucosa intestinal nos vários estágios da esquizogonia e gametogonia. • Mas, o grau das lesões dependerá de fatorescomo: o Carga parasitária o Estado imune do hospedeiro o Profundidade das lesões no epitélio (Exemplo: E. tenella e E. necatrix → causam lesoes muito profundas). Essas lesões vão gerar consequencias no organismo do animal como: o Perda da capacidade absortiva do intestino – menor ganho de peso. o Hemorragia – em algumas espécies. o Porta de entrada para agentes infecciosos secundários. Exemplo: Clostridium perfringens. E. acervullina → causando lesões transversais esbranquiçadas na mucosa intestinal. Também são classificadas em graus: 1, 2, 3 e 4. 4 → geralmente são observadas lesões muito profundas, com extravasamento de sangue, muco. E. maxima → parasita a porção média do intestino, gerando lesões esbranquiçadas no epitélio intestinal. E. tenella → parasita somente a porção do ceco. Lembrando que pode ocorrer o Casos subclínicos de Coccidiose → que causam diminuição de ganho de peso e/ou aumento da conversão alimentar. Ou... o Coccidíase → as aves eliminam os oocistos porém, não apresentam sinais clínicos. Parte 4 Tipos de exames: o Exame direto das fezes: realizado através da flutuação de salina satura, com intuito de detectar oocistos. Basicamente, é feito a contagem de ovos = OPG → contagem de ovos por grama de fezes. Uma das técnicas mais simples, geralmente utilizando microscópio comum e câmara de Macmaster. Com a contagem, é feito um calculo que nos dá aproximadamente, uma mensuração confiável dos ovos naquela amostra. Por que é importante sabermos a quantidade de oocistos que o animal está sendo parasitado? o Estabelecer as técnicas de tratamento adequadas; o Situação do rebanho. Mas, existem outras técnicas como: o Análise morfológica dos oocistos, para identificação das espécies dos oocistos. Além disso, podemos identificar quais dessas espécies de oocistos são patogênicas e apatogênicas. O diagnóstico é uma conduta muito importante, mas, pouco exercida em campo. A maioria das vezes já se estabelece o tratamento antes do diagnóstico. o Infecções experimentais o PCR Multiplex: teste molecular para identificação do DNA específico das espécies. o Necrópsia: observação das lesões intestinais como coloração alaranjada, etc. Prevenção e Controle o Qualidade do alimento o Formulação do alimento o Imunidade dos animais o Qualidade dos locais onde esses animais ficam o Manejo dos comedouros e bebedouros o Stress o Manejo nutricional adequado De maneira geral, todos os índices zootécnicos são relevantes, principalmente a nutrição animal. o Tríade epidemiológica → muito utilizada no controle e prevenção de várias doenças. Animal Agente infeccioso Meio ambiente Drogas anticoccidianas A maioria delas causam resistência, mas, de modo geral as mais comuns são: o Drogas sintéticas: Amprolium, Halofuginona, Arprinocid, Robenidina, Nicarbazina, Lasalocid, Diclazuril, Toltrazuril. o Ionóforos: permitem a passagem de íons através da bicamada lipídica da membrana plasmática, causando desequilíbrios iônicos na célula. Ex: Monensina, Salinomicina, Maduromicina. o Ação coccidiostática: inibem o crescimento do parasito sem destruí-lo. o Ação coccidiocida: interrompem o ciclo de vida e destroem o parasito. As mais importantes são drogas com ação coccidiostática e coccidiocida. As drogas de ação coccidianas podem ser utilizadas em doses subótimas na ração, podem gerar bons efeitos como: • prevenção da doença clínica • redução da carga parasitária • promoção de imunidade nos animais. Mas existem desvantagens no uso delas como: o Surgimento de resistência e perda da ação o Podem deixar resíduos na carcaça o Exigem período de restrição de uso antes do abate o Legislação cada vez mais rígida → para que não sejam utilizados esses medicamentos. Vacinas, existem vários exemplos: • CocciVac ® (Schering Plough) → Cepas virulentas → disponível no Brasil. • Immunocox ® (Vetech) → cepas atenuadas. → disponível no Brasil. • Paracox ®(Schering Plough) → cepas atenuadas. • Livacox®(Biopharm) → disponível no Brasil. Cepas atenuadas. • Vac M® → cepas atenuadas → usada experimentalmente nos E.U.A. Outros tipos de estratégias: o Estratégias mistas → onde pode ser realizado a rotação das drogas (coccidianas e coccidiostática), para evitar resistências. Bem como rotação das vacinas.
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