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RESUMO- FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO A fisiologia é o estudo das funções normais do corpo: o estudo de várias moléculas do corpo, células e sistemas orgânicos e das interações entre eles. O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). Sendo que o SNC envolve o encéfalo e a medula. E o SNP é dividido em sistema nervoso somático e autônomo. O sistema nervoso autônomo é subdividido em simpático e parassimpático. O sistema nervoso periferico compreende 12 pares de nervos cranianos e também os nervos periféricos que saem da região do tórax, cervical, lombar e sacral. O sistema nervoso autônomo é muito importante porque ele é responsável por regular funçoes neurovegetativas, fisiologia cardiovascular, renal, digestório. 1. Encefalo: O encéfalo é dividivo em cerebro, cerebelo e tronco cerebral. A região do cerebro é subvidida, externamente, em lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. • Lobo frontal: regula o comportamento motor, movimentos voluntários. Nessa região tem um aréa importante que é a área motora da fala (área da broca – regulação da fala). Então se uma pessoa sofre um acidente com traumatismo craniano e comprometimento de fala é porque houve uma lesão nessa área da broca. Além disso, é responsável pelos pensamentos e emocões. • Lobo occipital: local de percepção e de processamento das informações visuais. O estímulo de fóton de luz nos fotorreceptores leva, através neurônios, até este lobo e ocorre o processamento. • Lobo parietal: local de percepção e processamento de informações somatossensoriais (sensibilidade da pele – tato, temperatura e dor). • Lobo temporal: processamento da audição, do equilíbrio (estímulos que vem do aparelho vestibular ou labirinto), processamento visual, aprendizado e memória. Tem uma parte do lobo temporal que pertence ao sistema límbico (parte que regula as emoções, liberando mais ou menos neurotransmissores). Existe na porção posterior da circunvolução Temporal superior do córtex cerebral esquedo, uma região chamada de área de Wernick que também é um dos centros da linguagem (hemisfério esquerdo) e analise espacial (hemisfério direito). 2. Tratos nervosos: Conjuntos de neurônios que tem a mesma origem, trajeto, destino e função. Podem ser divididos em: Tratos nervosos de função motora e Tratos nervosos de função sensorial. Os tratos nervosos de função motora podem ser específicos para movimentos voluntários ou trato motor para equilíbrio, postura e sustentação. Se for motor voluntário a origem é sempre no córtex frontal, se for trato motor pro equilíbrio e postura é em áreas especiais do tronco cerebral. Ex: o trato nervoso corticoespinhal a origem dele é o córtex (primeira palavra) e o destino é a médula espinhal (segunda palavra). Então, como este trato é um trato de função motora, ele começo córtex (lobo frontal- na substância cinzenta) desce para a médula espinhal e vai fazer sinapse com os neurônios motores do SNP que vão levar a informação nervosa ao músculo e este músculo faz estriação/contração, portante a pessoa tem um movimento colunar. Os tratos nervosos podem ser chamados de aferentes e eferentes. Aferentes: trazem informação da pele/orgão/músculo através dos neurônios do SNP até a médula espinhal, depois da médula para área específica do SNC (conforme a função e o neurônio estimulado) onde ocorrerá o processamento. Eferentes: os neurônios presentes no SNC levam a informação até o SNP, este leva até o orgao/músculo/ pele, promovendo a realização do movimento/função. Ex: estou com calor, suando. As minhas glandulas sudoriperas estão sendo estimuladas por fibras neurovegetativas do SNA simpático, estimulando a sudorese para fazer a termorregulação para liberar calor corporal, mas de onde vem o estímulo para que essas fibras do SNA sejam estimuladas e cheguem até as glândulas sudoríperas? Esse estímulo vem do hipotálamo (centro termorregulador) e se está sentindo calor é porque a temperatura do sangue está 0,1º/0,2º/0,3º acima do fisiologico e no hipotálamo há neurônios que são termossensíveis então eles despolarizam, a partir do hipotálamo esses neurônios vão fazer sinapse com as neurônios do SNA simpático e as fibras vão para a glândulas sudoriparas e inicia a transpiração. Então o trato corticoespinhal que inicia no lobo frontal ele tem o lado direito e esquerdo, dessa forma, o comando que vem do lado esquerdo vem pela parte do mesencéfalo, desce e chega na parte do tronco cerebral. A maioria das fibras cruzam para o lado direito e vão descendo pela medula espinhal do lado direito, fazendo sinapse com os neurônios motores do SNP, com isso o musculo direito faz o movimento pretendido. Se uma pessoa foi lesionada e o médico pede para ela mecher o pé direito e ela não conseguir, porém o esquerdo consegue, significa que afetou o lobo esquerdo. Os tratos são as vias de condução da informação até o local de destino, onde vai ocorrer o processamento desta informação. 3. Medula espinhal: Em qualquer segmento da medula espinhal existe uma parte anterior/ventral e uma posterior/dorsal. Ela contém raízes, então tem as raízes ventrais e dorsais. Na raiz ventral é sempre via eferente (comando neurologico do SNC para os orgãos). E na raiz dorsal é sempre via aferente (mecanorreceptor-pele; termorreceptores). Quando os termorreceptores (pele) são estimulados, esse estímulo chega através das vias aferentes até a medula espinhal e depois vai subir pelos tratos medulares até o córtex parietal que é o local de processamento da sensibilidade da pele. Internamente a medula é compartimentalizada, e tem algumas áreas que passam determinados tratos nervosos. • Fascículos Gracial e fascículo cumeiforme: presesntes tanto do lado direito como esquerdo. São tratos nervosos da propcepção (percebição da postura corporal no espaço tridimensional). Na pele temos mecanorreceptores. Dessa forma, se está sentado são os mecanorreceptores da parte do quadril que estão sendo estímulados e mandando sinal que esta parte está com o apoio. Existe a percepção visual e o labirinto, porque toda vez que você muda a a cabeça da posição fisiologica, células ciliadas do labirinto são estimuladas, despolarizam e mandam sinais para o núcleo nervoso do tronco cerebral, que se chama núcleo vestibular (núcleo do VIII par dos nervos cranianos) informando que a cabeça não se encontra na posição fisiologica. • O trato motor corticoespinhal regula os musculos esqueleticos da região dos membros inferiores e superiores e da região do tronco. Qualquer movimento voluntario dessa região são neurônios desse trato corticoespinhal que estão fazendo sinapse com as musculos envolvidos. Então, as fibras do corticoespinhal que estão descendo para o lado esquerdo, na verdade são as fibras que saem do lobo frontal direito, porque é na região das piramides que cruzam-se as fibras (90 a 95%). 4. Células da glia: • Astrocitos: transporte de substâncias entre os capilares saguíneos e os neurônios. Fagocitase de células nervosas, formação de cicatriz no tecido nervoso e absorção de neurotransmissores: glutamato, GABA, serotonina e etc.; • Oligodendrócitos: formam a camada de mielina nos axônios do SNC; • Micróglia: fagocitose do SNC; • Células ependimárias: revestimento dos ventrículos cerebrais e das cavidades liquóricas. 5. O Neurônio: Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), dendritos e axônios ou fibra nervosa. Os dendritos são prolongamentos ramificados e que atuam como receptores de estímulos, e os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação),um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal). O terminal axonal é o local onde vai ser encontrado as moléculas de neurotransmissores, e estes após serem liberados vão agir em outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles, regulando uma função. A grande maioria dos neurônios no ser humano tem mielina (pouco ou muita) e poucos são os que não tem. Neurônios que não tem mielina são chamados neurônios que tem a fibra do tipo C (neurônios da condução da dor tipo lenta/fraca). Para executar movimento, o neurônio motor é fibra mielínica grossa porque comando da informação tem que ser rápido. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Temos o neurônio pré-sináptico e pós-sináptico. Aquele pode fazer contato no soma ou na membrana do dendrito, se a ponde de contato é diretamente o soma chama-se sinapse axossomática e se for na membrana dos dendritos é sinapse axodendríticas. E tem sinapses que são sinapses axoaxônicas (um neurônio que faz sinapse em algum ponto da membrana do axônio do neurônio pós-sináptico). Os neurônios podem ser estimulados por estímulos que são chamados de: Excitatório: o neurônio pré-sináptico libera neurotransmissores excitatórios que se ligam em receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico, diante disso tem- se uma despolarização e este neurônio pós-sináptico é estimulado, liberando os neurotransmissores. Inibitório: o neurônio pré-sináptico libera neurotransmissores inibitórios que se ligam em receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico e, portanto, este neurônio pós-sináptico não despolariza. A velocidade da condução da propagação do potencial de ação aumenta quanto maior for a camada de mielina. 6. Impulso nervoso: A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro. No líquido extracelular há sempre mais sódio e cloreto e no intracelular há mais potássio. Se um neurônio receber um estímulo e este for intenso o suficiente para ocasionar uma despolarização inicial da membrana, significa que ocorreu uma mudança de carga da membrana (=potencial da membrana). Em repouso a carga da fibra nervosa de um neurônio tem um potencial de -85mV (quando não foi estimulada), se o neurônio receber um estímulo esse potencial de membrana irá se alterar porque os canais iônicos de sódio e potássio serão ativados. Então se o estímulo for forte o suficiente para trazer o potencial de membrana até um valor de -50mV, diz-se que a membrana atingiu o que chamamos de limiar de excitabilidade. Dessa forma, se o estímulo conseguiu modificar o valor do potencial de membrana no repouso até o limitar de excitabilidade, então dizemos que vai ocorrer o potencial de ação na fibra nervosa, esse potencial de ação vai se propagar ao longo de todo o neurônio e ao alcançar a porção terminal será capaz de liberar os neurotransmissores e estes vão estimular um tecido, órgão ou outro neurônio. Se o estímulo for fraco e não conseguir modificar o potencial de membrana até -50mV e sim a -65mV o potencial de ação na fibra nervosa não ocorre, dessa forma, neurologicamente é como se o neurônio não tivesse sido estimulado, portanto, não tem comunicação nervosa. Os canais iônicos de sódio da fibra nervosa são chamados voltagens dependentes, porque o que ativa esses canais é a voltagem da membrana (-50mV). Os canais iônicos de sódio e potássio do soma não são voltagens dependentes. O potencial graduado (PG) é um sinal elétrico de força variável que percorre distância curtas e perde força à medida que percorre a célula. Esse PG precisa ser forte o suficiente para atingir o limiar de excitabilidade do axônio e pode gerar um potencial de ação (PA). Se o PG alcançar o limiar de excitabilidade no cone axônico, os canais de sódio voltagem dependentes se abrem e o PA acontece. Quando o PG atinge o limitar de -50mV os canais de voltagem dependentes de sódio se abrem. O influxo de sódio torna o potencial de membrana mais positivo, levando a despolarização (mais positivo dentro e mais negativo fora, devido a entrada de sódio). Quando o potencial de membrana fica positivo (>0mV até +20mV), esses canais de sódio se fecham e o potencial de membrana começa a ficar mais negativo. No pico do potencial de ação (+20mV) os canais de potássio começam a se abrir e ter efluxo de potássio, tornando o potencial de membrana negativo novamente, levando a repolarização (mais carga positiva fora e mais negativa dentro, devido a saída de potássio). A bomba iônica de Na⁺ / K⁺ carrega o sódio de dentro para fora e o potássio de fora para dentro, como o objetivo de restabelecer o seu potencial de membrana em repouso. Esse bombeamento não é equitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. O neurônio pode sofrer hiperpolarização, quando tem excesso de cargas positivas fora da célula ou quando tem excesso de cargas negativas dentro da célula. Essa hiperpolarização com excesso de carga negativa acontece quando os canais de cloreto (-) são ativados ao invés dos de sódio/potássio. Como tem-se mais cloreto extracelular, ele entra para dentro do neurônio e tem-se um acúmulo de cargas negativas dentro desse neurônio. Com isso, o potencial de membrana não está mais próximo ao -85mV e sim ao -90mV. Se estiver -90mV e esse neurônio estiver recebendo um estímulo para trazer do -90mV para -50mV precisa de muito mais íons do que para trazer do -80/85mV para -50mV. É por isso que canal iônico de cloreto ativado ele causa hiperpolarização e, portanto, ele inibe o potencial de ação do neurônio. Um dos neurotransmissores inibitórios é o GABA, ele ativa canais de cloreto e não os de Na⁺ / K⁺ e, portanto, hiperpolariza o neurônio. Se a fibra nervosa tem mielina então esse potencial de ação, essa despolarização e repolarização vão ocorrer apenas nos espaços onde não há mielina, por isso, a velocidade de condução é rápida (condução saltatória). As fibras nervosas com relação ao diâmetro delas são classificadas por letras ou números romanos: • Fibras do Tipo A = grande calibre e mielínica - Subtipo α = mielínica grossa – diâmetro de 12 a 20μm – velocidade de condução de 100m/s; - Subtipo β = mielínica média – diâmetro de 6 a 12μm – velocidade de condução de 50m/s; - Subtipo γ = mielínica fina – diâmetro de 3 a 6μm – velocidade de condução de 15 a 30m/s; • Fibras do Tipo C = pequeno calibre e amielínica – velocidade de condução de 0,5 a 2m/s. É importante se conhecer o tipo de fibra para determinar com qual função está fibra está envolvida. Ex: • Fibra mielínica grossa = motora somática – são movimentos voluntários – conduzem todo o comando para musculo esquelético de fazer contração/ movimento; • Fibra mielínica média = condução do estímulo tátil e de pressão; • Fibra amielínica = condução do estímulo doloroso, por exemplo. O potencial de ação da fibra nervosa é mais rápido do que no músculo porque a célula é diferente e o funcionamento e tempo de atividade dos canais iônicos também. No músculo cardíaco a repolarização é mais lenta porque abre-se canais de cálcio para tornar a membrana despolarizada. Então para o musculo cardíaco precisa muito de cálcio, no neurônio só para liberar o neurotransmissor na fenda sináptica. Uma condição obrigatória para que um neurônio estimuladolibere neurotransmissor é que o potencial de ação se propague até a porção terminal do neurônio. Nessa parte terminal, a membrana da célula tem canais iônicos de cálcio e esses canais iônicos de cálcio são voltagem dependentes. Dessa forma, esses canais apenas serão ativados e abertos se o potencial de ação chegar até o terminal do neurônio, com isso esses canais se abrem e o cálcio entra dentro da célula devido o gradiente de concentração. Dentro do neurônio, esse cálcio tem 2 funções: • Ativar uma proteína quinase 2 (enzima) que desacopla as vesículas com as várias moléculas de neurotransmissores da proteína de ancoragem; • Entrada de cálcio no neurônio aumenta a carga eletropositiva na face interna da membrana, desencadeando uma repulsão que empurra as vesículas de encontro com a membrana, ocorrendo a fusão das moléculas presente na membrana das vesículas com as moléculas na membrana do neurônio pré- sináptico, permitindo a exocitose dos neurotransmissores na fenda sináptica. Por estimativa, cada vesícula contém cerca de 10 a 20 moléculas de neurotransmissores. Uma vez presente na fenda sináptica, esses neurotransmissores, por difusão, migram em direção a membrana do neurônio pós-sináptico. Na membrana desse neurônio pós-sináptico há vários tipos de receptores, como por exemplo, receptor muscarínico ou nicotínico. Dessa forma, se o neurônio liberar acetilcolina está se liga a esses receptores muscarínicos ou nicotínicos e será desencadeado, na membrana pós- sináptica, uma modificação do potencial de repouso e essa modificação ocorre pelo processo de somação temporal ou espacial. O fato de o neurônio pré-sináptico liberar neurotransmissores não significa necessariamente que o neurônio pré-sináptico irá se despolarizar. Pode ser que a quantidade de moléculas de neurotransmissores não seja suficiente então é necessário uma, duas, três ou mais descargas de neurotransmissores. Pode ser que o somatório dessas liberações sucessivas de neurotransmissores consiga ativar canais iônicos na membrana pós-sináptica de maneira que o potencial de repouso atinja o valor de -50mV. Se alcançar essa oscilação, esse estímulo se propaga pelo soma e dendritos até chegar no valor de -50mV, atingindo esse limiar ocorre a propagação do potencial de ação do neurônio pós-sináptico. Quando o neurotransmissor se liga ao seu receptor específico no soma do neurônio pós-sináptico, acontece a ativação dos canais iônicos inespecíficos de Na⁺ / K⁺ (entra sódio e sai potássio). Essa troca iônica não causa uma variação brusca e intensa do potencial de membrana como acontece no PA porque assim como entra sódio, sai potássio. Dessa forma, essa oscilação no potencial de membrana é mais demorada. E é em cima disso que se tem o conceito de somação temporal e somação espacial. Conceito de somação temporal: neurônio pré-sináptico libera neurotransmissores, mas a quantidade não é suficiente para despolarizar adequadamente (atingir -50mV), se depois de 0,1 ou 0,2 milissegundos esse neurônio pós-sináptico receber um segundo, terceiro e quarto estímulo, nesse mesmo intervalo de tempo, ocorrerá uma somação temporal. Mas esse intervalo de tempo tem que ser de 0,2 milissegundos, se for maior não ocorrerá somação temporal. Conceito de somação espacial: se um neurônio pós-sináptico recebe sinal excitatório de um neurônio pré-sináptico 1 e tem um neurônio pré-sináptico 2 fazendo sinapse com esse pós também, se a descarga de todos os neurônios pré-sináptico ocorrem no mesmo tempo então a somação do estimulo do neurônio 1, 2 e 3 sobre o neurônio pós- sináptico será suficiente para causar a despolarização da membrana até o valor de - 50mV, atingindo o limiar de excitabilidade e ai ocorre o potencial de ação na fibra nervosa no neurônio pós-sináptico. As células de Purkinje (tipo de neurônio que está presente no cerebelo) uma célula dessa pode receber 10 mil sinapses ao mesmo tempo então, essa célula é estimulada por somação temporal/Espacial. Ele tem uma riqueza de dendritos porque ele é um neurônio que vai receber sinapse de várias outras células. No córtex do cerebelo tem 3 camadas. Este neurônio está na 2ª camada do córtex. Na camada mais externa há diferentes tipos de neurônios que recebem sinais de diferentes locais. O cerebelo recebe sinais/aferências da musculatura esquelética, córtex frontal (comando motor) e do aparelho vestibular (labirinto). Alguns neurônios possuem uma forma específica de acordo com a sinalização nervosa. Por exemplo, um mecanorreceptor da pele (tato) não apresenta dendritos, uma vez que o estímulo não é químico como nos outros neurônios, o estímulo será uma espécie de compressão ou deslizamento na pele, e é esse estímulo tátil que desencadeia a despolarização do neurônio. Agora os neurônios da pele que são classificados como termorreceptores, eles despolarizam conforme a faixa da temperatura da pele. Então por exemplo, água fresca na pele faz nosso cérebro perceber que é água fresca porque os termorreceptores do frio foram estimulados e se pingar água de 50º na sua pele você percebe que é quente porque nessa temperatura os termorreceptores do calor foram estimulados e despolarizaram. Então os receptores dos sinais são neurônios do início da sinalização nervosa, que são estimulados por diferentes vias/maneiras. Neurônios piramidais (tipo de neurônio presente no córtex cerebral). Os neurônios motores alfa ou gama, o soma dele encontra- se na medula espinhal e a porção terminal faz contato direto com o músculo esquelético, dessa forma este neurônio libera neurotransmissores que vão agir nas células musculares esqueléticas e desencadear o processo de contração muscular. O primeiro neurônio de uma sinalização pode ser um receptor e o último geralmente é um que vai liberar o seu neurotransmissor e vai regular o funcionamento de tal. Além das sinapses químicas, existem as sinapses elétricas, porém em menor quantidade. No SNC, na região do tronco cerebral, nessa sinapse que é elétrica o canal iônico da membrana pré-sináptica está posicionado frontalmente ao canal iônico da membrana pós-sináptica. Então, se um neurônico recebeu um estímulo, desencadeou o PA, entra Na⁺ e despolariza, como o canal iônico do pós está acoplado frontalmente com o pré-sináptico, quando muda a voltagem de um a do outro ativa o canal iônico e ele se abre, dessa forma, sódio que estava na célula 1 passa intracelular para a célula 2 através do canal iônico e assim ocorre a despolarização do restante da membrana (acoplamento de canais iônicos, o PA pode se propagar da célula 1 para a 2 e da célula 2 para a célula 1). Agora na sinapse química o PA é unidirecional. Se o estímulo for excitatório (pós-sináptico), as correntes iônicas que são envolvidas na geração do potencial excitatório comportam-se diferente das correntes de sódio e potássio durante o PA que ocorre na fibra nervosa. Então na fibra nervosa 1º abre o canal de sódio (entra) e depois o canal de potássio (sai). No soma não é assim, o neurotransmissor quando ligado ao seu receptor específico, ativa canais iônicos que não inespecíficos e através desses canais iônicos entra sódio e sai potássio, gerando uma variação cronológica maior, então a duração total do potencial excitatório varia de 5 até 10 milissegundos e na fibra nervosa é de 3 a 5 milissegundos. Dessa forma, no soma demora porque entra o processo de somação. Substância agonista: quando apresenta afinidade pelo receptor, ativa-o, desencadeando o mesmo efeito do neurotransmissor endógeno. Gera uma atividade intrínseca. Substância antagonista: quando ocupa o receptor inibe a ação do neurotransmissor. Não gera uma atividade intrínseca. Nem todas as sinapses são excitatórias, há sinapses que são inibitórias. Pode ser que um neurônio pré-sináptico libere um neurotransmissor que impede a despolarização do pós-sináptico, issoé muito importante, por exemplo, no controle da dor. Nós temos nossos opioides endógenos que agem na sinapse na medula espinhal e impede/diminui a propagação do sinal pré-sináptico. Em repouso a membrana encontra-se polarizada (mais carga positiva fora e mais carga negativa dentro), quando o estímulo que essa membrana recebe é de um neurotransmissor inibitório (GABA), este tem afinidade pelos canais de cloreto, dessa forma quando o GABA se liga a uma das proteínas do canal iônico de cloreto ele ativa esse canal, então o cloreto entra dentro da célula nervosa trazendo mais carga negativa para dentro da célula. Dessa forma, essa membrana fica muito mais eletronegativa internamente, isto faz com que o valor do potencial de membrana no repouso, que é -80/85mV, nesse processo de hiperpolarização, passa para -90mV. Então o GABA, ao invés de ativar canais inespecíficos de sódio e potássio para gerar um potencial excitatório, ele ativa os canais de cloreto trazendo o potencial de membrana para um valor mais eletronegativo fazendo com que necessite de muita somação excitatória para superar esse efeito e atingir o limiar de excitabilidade (-50mV), gerando o PA. Diante disso, percebe-se que a hiperpolarização funciona como um mecanismo de inibição para ocorrência do PA (se torna necessário a entrada e muito mais sódio). Se um neurônio estiver recebendo o GABA do neurônio 1 e um neurotransmissor excitatório do neurônio 2, o que vai acontecer? Se o estímulo inibitório se sobrepor ao estímulo excitatório, esse neurônio vai deixar de despolarizar, não sobre o PA e não libera neurotransmissores, dessa forma, ocorre inibição da propagação do sinal nervoso. Se o neurônio receber muito mais sinais excitatórios do que inibitórios, no começo, devido a essa hiperpolarização, esse neurônio até vai despolarizar em menor frequência, mas depois ele retorna a sua atividade se estímulo excitatório se sobressair ao estímulo inibitório. A sinapse do SNC funciona pelo mecanismo de somação espacial/temporal. Além disso, no sistema nervoso produzem neurotransmissores de efeitos inibitórios e excitatórios. Quando o neurônio recebe um estímulo excitatório, induzindo sua despolarização e propagação do PA, esse PA vai do -50mV ao +20mV, depois fazia uma hiperpolarização momentânea. Essa hiperpolarização momentânea que acontece na repolarização se deve ao período de atividade dos canais iônicos de potássio, que são canais lentos, dessa forma eles ficam abertos mais tempo, com isso fica saindo potássio então a carga da membrana fica mais eletropositiva do lado de fora. Dessa forma, é uma hiperpolarização com um excesso de cargas positivas do lado de fora porque os canais de potássio são lentos e o potássio continua saindo. As duas formas de hiperpolarização, seja por ativação dos canais de cloreto ou por período de atividade muito longa dos canais iônicos de potássio, as duas fazem o potencial da membrana se tornar mais eletronegativo, então precisaria entrar muito sódio para despolarizar de fato a membrana e causar o PA. Período refratário absoluto: é o tempo em que um neurônio (caso ele receba um segundo estímulo) está incapaz ou impedido de responder com um PA. Isso acontece quando a membrana está despolarizando, uma vez que são os canais iônicos de sódio voltagem dependente que estão abertos (canais rápidos) abrem e fecham, se eles fecham ele não vai abrir de novo após um segundo estímulo. Dessa forma, entrou sódio houve inversão do potencial de membrana o valor é +20mV. Para ativar canais de sódio o valor é -50mV. Se está em +20mV não vai abrir, eles vão permanecer fechados, por isso que o neurônio se encontra no que chamamos de período refratário absoluto. Dessa forma, uma vez que se inicia um PA, outro PA só acontece ao final do primeiro, não importa a intensidade do estímulo. PA’s não podem se sobrepor. Período refratário relativo: o neurônio até pode desencadear um 2º PA após um 2º estímulo, desde que, pelo menos 1/3 da sua membrana já esteja repolarizada, porque se ela já repolarizou é porque já saiu potássio e esse valor para o segmento inicial já está próximo do limiar de excitabilidade (-50mV). Dessa forma, alguns canais de sódio voltagem dependente até poderão se abrir, no início do neurônio, se eles se abrirem o neurônio lá no final vai responder ao 1º estímulo e no começo o 2º estímulo. Esse período é importante porque dá ao neurônio uma capacidade de trabalhar com mais frequência. Necessita de um impulso maior.
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