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m QUESTOES (XXII Exame de Ordem Unificado / FGV) Seu cliente possui um filho com algum nivel de deficiéncia mental e, apds muito tentar, nao conseguiu vaga no sistema publico de ensino da cidade, uma vez que as escolas se diziam nao preparadas para lidar com essa situagao. Vocé ja ingressou com a acao judicial competente ha mais de dois anos, mas ha uma demora injustificada no julgamento e o caso ainda se arrasta nos tribunais. Diante desse quadro, vocé avalia a possibilidade de apresentar uma peticao a Comissdo Interamericana de Direitos Humanos. Tendo em vista o que dispd6e a Convengado Americana sobre Direitos Humanos e seus respectivos protocolos, assinale a afirmativa correta. A) Considerando a demora injustificada da decisao na jurisdig¢ao interna, vocé pode peticionar a Comiss&o, pois o direito 4 Educagao 6 um dos casos de direitos sociais previstos no Protocolo de Sao Salvador, que, uma vez violado, pode ensejar aplicagao do sistema de peticdes individuais. B) Nao obstante a demora injustificada da decisao final do Poder Judiciario brasileiro ser uma condigao que admite excepcionar os requisitos de admissibilidade para que seja apresentada a peticao, o direito 4a educacao nao esta expressamente previsto nem na Convengao, nem no Protocolo de Sao Salvador como um caso de petigao individual. C) Apenas a Corte Interamericana de Direitos Humanos pode encaminhar um caso para a Comissao. Portanto, deve ser provocada a jurisdigao da Corte. Se esta entender adequado, pode enviar 0 caso para que a Comissdo adote as medidas e providéncias necessarias para garantir o direito e reparar a vitima, se for o caso. D) Em nenhuma situagdo vocé pode entrar com a peticgao individual de seu cliente na Comissao Interamericana de Direitos Humanos até que sejam esgotados todos os recursos da jurisdigao interna do Brasil. RESPOSTA Embora nao estejam previstos na Convengaéo Interamericana de _ Direitos Humanos, os direitos humanos de 2% geragao estado previstos no Protocolo de Sao Salvador, que pode fundamentar a petig¢ao perante a Comissao Interamericana de Direitos Humanos, tendo em vista estar satisfeita a condigado de demora injustificada do julgamento. B) O direito 4a educagao é um dos direitos de 27 geragao, e esta previsto no Protocolo de Sao Salvador. C) A competéncia para apreciar a petig¢ao da parte 6 da Comissdo Interamericana, e nao da Corte, que somente pode ser acessada pela prépria Comissao ou por Estados-Partes. D) Pode-se prescindir do esgotamento dos recursos internos se demonstrada a demora injustificada do Estado-Parte na apreciagao da demanda. (XXIII Exame de Ordem Unificado / FGV) Vocé advoga na Procuradoria Geral do Estado em que reside. Em uma tarde, recebe um telefonema urgente do diretor da Penitenciaria Anhanguera, que deseja fazer uma consulta de viva voz. Diz o diretor que esta com duas pessoas identificadas como membros do Mecanismo Nacional de Prevengao e Combate a Tortura (MNPCT) e que elas estao requerendo acesso imediato as instalagées da penitenciaria, onde pretendem gravar entrevistas com alguns presos. Também estao solicitando acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos. Com base nas normas de funcionamento do Mecanismo Nacional de Prevengdo e Combate a Tortura, cabe a vocé informar corretamente ao diretor que A) os membros do MNPCT nao possuem direito de acesso as penitenciarias, devendo a visita ser tratada previamente com a Secretaria de Seguranga Publica e Administragao Penitenciaria do Estado. B) tanto o acesso a penitenciaria quanto o acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos dependem de autorizagao judiciaria expedida pelo juiz da Vara de Execugao Penal da Comarca onde fica a Penitenciaria. C) o acesso dos membros do MNPCT as instalagdes da penitenciaria deve ser liberado, mas a gravagao de entrevistas e Oo acesso aos registros relativos ao tratamento conferido aos presos devem ser negados. D) o acesso as instalagdes da penitenciaria aos membros do MNPCT deve ser liberado, bem como fornecidos os registros solicitados e permitida a gravagao das entrevistas com os presos. RESPOSTA A) Nos termos da Lei n. 12.847/2013, os membros do MNPCT tém livre acesso as penitenciarias e nao precisam agendar visita prévia com os O6rgaéos da Administragao Publica. B) Nos termos da Lei n. 12.847/2013, os membros do MNPCT tém livre acesso as penitenciarias e nao dependem de autorizagao judicial. C) Nos termos da Lei n. 12.847/2013, nao ha restrigao a gravagao das entrevistas nem ao fornecimento dos registros. A Lei n. 12.847/2013 instituiu o Sistema Nacional de Prevengaéo e Combate a Tortura, que inclui o Mecanismo Nacional de Prevencao e Combate a Tortura, nos termos do Protocolo Facultativo de 2007 da Convengao contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes da ONU (1984). O artigo 10 e seus incisos preveem o livre acesso dos membros do MNPCT as instalagées penitenciarias, bem como contato com as pessoas presas e o registro das conversas. (XXIII Exame de Ordem Unificado / FGV) Joao sempre agiu de forma prestativa e solidaria na comunidade, ajudando todas as pessoas conforme suas possibilidades. Agora, os conhecidos esto revoltados porque ele foi abandonado pelos filhos, quando eles se tornaram adultos. Enquanto os filhos estao empregados, Joao tem dificuldades financeiras até para comprar comida. Vocé foi procurado(a) por um grupo de pessoas que buscam amparo para esse idoso. Tendo em vista a Constituigao da Republica e o Estatuto do Idoso, assinale a afirmativa correta. A) O dever de amparo, incluindo obrigagao alimentar, da-se apenas dos pais para os filhos; portanto, nao se pode exigir juridicamente dos filhos a prestagao alimentar para os pais que estejam em necessidade. B) Joao pode exigir judicialmente dos filhos prestagao alimentar que funcione como amparo, mas caso seus filhos se mantenham omissos, o Poder Judicidrio ou o Ministério Publico podem determinar medida de orientagao e apoio temporarios. C) A pensao alimenticia por parte dos filhos é exigivel judicialmente, mas, se houver inadimpléncia, nado ha nenhuma medida de protegao que o Poder Judiciario possa determinar, pois se trata de questao privada. D) N&o ha alternativa juridica para o problema de Jodo de acordo com a legislagao brasileira, sendo a Unica solugao possivel a solidariedade de pessoas préximas e sensiveis. RESPOSTA A) O art. 1.696 estabelece que direito a prestagao de alimentos é reciproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigagao nos mais prdéximos em grau, uns em falta de outros. O Estatuto do Idoso prevé medidas de protecao ao idoso no artigo 45, II. O dever de alimentos é regido pela lei civil, nos termos do art. 11 do Estatuto. C) O Estatuto do Idoso prevé medidas de protegao nos arts. 43 a 45. D) O Cédigo Civil e o Estatuto do Idoso combinados contemplam uma solugao juridica para o caso de Joao. (XXIV Exame de Ordem Unificado / FGV) Ha cerca de trés meses, foi verificado que os presos da Penitenciaria Quebrantar estavam sofrendo diversas formas de maus-tratos, incluindo violéncia fisica. Vocé foi contratado(a) por familiares dos presos, que lhe disseram ter elementos suficientes para acreditar que qualquer medida judicial no Brasil seria ineficaz no prazo desejado. Por isso, eles o(a) consultaram sobre a possibilidade de submeter 0 caso a Comissao Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Considerando as regras de funcionamento dessa Comissao, vocé deve informa-los de que a CIDH pode receber a dentincia: A) caso sejam feitas peticdes individualizadas, uma vez que os casos de violagdo de direitos previstos no Pacto de Sao José da Costa Rica devem ser julgados diretamente pela Corte Interamericana de Justiga. B) caso sejam feitas petigdes individualizadas relatandoa violagao sofrida por cada uma das vitimas e as relacionando aos direitos previstos na Convengéo Americana; assim, a CIDH podera adotar as medidas que julgar necessarias para a cessacao da violacao. C) caso entenda haver situagao de gravidade e urgéncia. Assim, a CIDH podera instaurar de oficio um procedimento no qual solicita que o Estado brasileiro adote medidas cautelares de natureza coletiva para evitar danos irreparaveis aos presos. D) caso entenda haver situagao de gravidade e urgéncia. Assim, a CIDH deve encaminhar diretamente o caso a Corte Interamericana de Justiga, que podera ordenar a medida provis6éria que julgar necessaria a cessagao da violacgao. RESPOSTA A formulagao do enunciado pode gerar ambiguidade em sua interpretagao: ao se referir de forma genérica as “regras de funcionamento da Comissao Interamericana’, sem especificar uma norma de Direito Internacional, o/a candidato/a tanto poderia deduzir se tratar das regras contidas na Convengao Interamericana (arts. 34 a 51) quanto do Regulamento Interno da Comissao Interamericana de Direitos Humanos (em vigor a partir de 2013). A depender da norma adotada, a redagdo das alternativas poderia dar margem para a interpretagao de trés alternativas como corretas. A) Nos termos do art. 61 da Convengao Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de Sao José da Costa Rica), a Corte Interamericana de Direitos Humanos somente podem apreciar casos encaminhados pelos Estados-Partes ou pela Comissao Interamericana de Direitos Humanos. Esta é a Unica alternativa incabivel em qualquer caso. B) Considerando que por “regras de funcionamento da Comiss4o Interamericana’” se entendam aquelas previstas na Convengao Interamericana de Direitos Humanos, o art. 48 da Convengao estabelece como procedera a Comissao ao receber uma peticao, e pode ser interpretado como o fundamento para considerar correta a resposta no sentido de que a CIDH “podera adotar as medidas que julgar necessarias para a cessacao da violagao”. Considerando que por “regras de funcionamento da Comissao Interamericana” se entendam aquelas previstas no Regulamento Interno da Comissdo Interamericana de Direitos Humanos, o art. 25 do documento prevé medidas cautelares, que podem ser solicitadas de oficio pela Comissao aos Estados-Partes em situagées de gravidade e urgéncia. D) Considerando que por “regras de funcionamento da Comissao Interamericana’” se entendam aquelas previstas na Convengao Interamericana de Direitos Humanos, o art. 62.3 da Convengao estabelece que, em casos de extrema gravidade e urgéncia, e quando se fizer necessario evitar danos irreparaveis as pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, podera tomar as medidas provisérias que considerar pertinentes, e caso se trate de assuntos que ainda nao estiverem submetidos ao seu conhecimento, podera atuar a pedido da Comissao. Dessa forma, a alternativa D também admite interpretagao como correta. (XXIV Exame de Ordem Unificado / FGV) Vocé, como advogada(o) que atua na defesa dos Direitos Humanos, foi chamada(o) para atuar em um caso em que ha uma disputa pela terra entre produtores rurais e uma comunidade quilombola. Vocé sabe que, de acordo com o Decreto n. 4.887/03 do Governo Federal, “consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, os grupos 6étnico- raciais, segundo critérios de autoatribuigao, com trajetéria historica propria, dotados de relagdes territoriais especificas, com presungao de ancestralidade negra relacionada com a resisténcia a opressdo histdrica sofrida’”. Em relagao a essas pessoas remanescentes de quilombos, 6 correto dizer que a Constituigao Federal de 1988 A) assegura o direito as suas tradigdes, mas nao garante a propriedade da terra ocupada por elas. B) prevé o direito 4 consulta aos quilombolas sempre que houver proposta oficial de exploragao de riquezas minerais de suas terras. C) afirma o direito 4 posse da terra quando ocupada de boa- fé por esses grupos. D) reconhece a propriedade definitiva das terras que estejam ocupando, cabendo ao Estado a emissao dos titulos respectivos. RESPOSTA A) O direito 4 propriedade das terras das comunidades quilombolas 6 assegurado pelo art. 68 dos ADCT. B) Nao ha disposi¢ao neste sentido, nem na Constituigao Federal, nem no Decreto n. 4.887/2003. C) A Constituigao assegura o direito de propriedade definitiva das terras ocupadas pelas comunidades quilombolas, nos termos do art. 68 dos ADCT. O art. 68 dos Atos das Disposigées Constitucionais Transit6érias assegura aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras que seja reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os titulos respectivos. (XXV Exame de Ordem Unificado / FGV) Vocé foi procurado, como advogado(a), por representantes de um Centro de Defesa dos Direitos Humanos, que lhe informaram que o governador do estado, juntamente com o ministro da justig¢a do pais, estavam articulando a expulsao coletiva de um grupo de haitianos, que vive legalmente na sua cidade. Na iminéncia de tal situagdo e sabendo que o Brasil é signatario da Convengao Americana sobre os Direitos Humanos, assinale a op¢ao que indica, em conformidade com essa convengao, 0 argumento juridico a ser usado. A) Um decreto do governador combinado a uma portaria do ministro da justiga constituem fundamento juridico suficiente para a expulsao coletiva, segundo a Convengao acima citada. Portanto, a unica solugao é politica, ou seja, fazer manifestagdes para demover as autoridades desse propésito. B) A Convengao Americana sobre os Direitos Humanos é omissa quanto a esse ponto. Portanto, a Unica alternativa 6 buscar apoio em outros tratados internacionais, como a Convengao das Nagdes Unidas, relativa ao Estatuto dos Refugiados, também conhecida como Convengao de Genebra, de 1951. C) A expulsao coletiva de estrangeiros é permitida, segundo a Convengao Americana sobre os Direitos Humanos, apenas no caso daqueles que tenham tido condenagaéo penal com transito em julgado, o que nao foi o caso dos haitianos visados pelos propdésitos do governador e do ministro, uma vez que eles vivem legalmente na cidade. D) A pessoa que se ache legalmente no territério de um Estado tem direito de circular nele e de nele residir em conformidade com as disposigdes legais. Além disso, € proibida a expulsao coletiva de estrangeiros. RESPOSTA A) Nao pode haver decretagao de expulsao por qualquer ato do Poder Executivo, pois existe previsdo expressa do direito a livre circulagao de estrangeiros em situagao de legalidade no art. 22 da Convengao Interamericana de Direitos Humanos. B) A Convengao Interamericana de Direitos Humanos nao é omissa quanto a este ponto, uma vez que assegura em seu art. 22 o direito de circulagao e residéncia, inclusive a estrangeiros que estejam legalmente no pais, sendo proibida a expulsao coletiva de estrangeiros. C) E vedada a expulsdo coletiva de estrangeiros nos termos da Convencdo Interamericana de Direitos Humanos. O art. 22, itens 3 e 4, estabelece que o direito a livre circulagao de estrangeiros nao pode ser restringido salvo em virtude de lei, para prevenir infragédes penais ou para proteger a seguranga nacional, a seguranga ou a ordem publicas, a moral ou a saude publicas, ou os direitos e liberdades de terceiros. A Convengao Interamericana de Direitos Humanos assegura em seu art. 22 0 direito de circulagao e residéncia, inclusive a estrangeiros que estejam legalmente no pais, sendo proibida a sua expulsAo coletiva. (XXV Exame de Ordem Unificado / FGV) O governo federal autorizou uma mineradora a prospectar a exploragao dos recursos existentes nas terras indigenas. Numerosas instituig6es da sociedade civil contratam vocé para, na condigao de advogado, atuar em defesa da comunidade indigena. Tendo em vista tal fato, além do que determina a Convencao169 da OIT Sobre Povos Indigenas e Tribais, assinale a afirmativa correta. A) O governo devera estabelecer ou manter procedimentos com vistas a consultar os povos indigenas interessados, a fim de determinar se os interesses desses povos seriam prejudicados e em que medida, antes de empreender ou autorizar qualquer programa de prospeccao ou exploragao dos recursos existentes em suas terras. B) A prospecgao e a exploragao dos recursos naturais em terras indigenas pode ocorrer independentemente da autorizagao e da participagao dos povos indigenas nesse processo, desde que haja uma indenizagao por eventuais danos causados em decorréncia dessa explora¢ao. C) A prospecéo e a exploragado das riquezas naturais em terras indigenas podem ocorrer mesmo sem a participagao ou o consentimento dos povos indigenas afetados. No entanto, esses povos tém direito a receber a metade do valor obtido como lucro liquido resultante dessa exploragao. D) Se a propriedade dos minérios ou dos recursos do subsolo existentes na terra indigena pertencerem ao Estado, 0 governo nao esta juridicamente obrigado a consultar os povos interessados. Nesse caso, restaria apenas a mobilizagao politica como estratégia de convencimento. RESPOSTA O art. 15 da Convengao 169 da OIT estabelece que os povos indigenas tém direito a participar dos processos decisorios referentes a utilizagao dos recursos minerais em suas terras. B) A prospecgao e exploragado dos recursos naturais em terras indigenas nado podem ocorrer sem autorizagao dos povos que as ocupam, nos termos do art. 15 da Convengao 169 da OIT. C) A prospec¢ao e exploragao dos recursos naturais em terras indigenas nao podem ocorrer sem autorizagao dos povos que as ocupam, nos termos do art. 15 da Convengao 169 da OIT, independentemente da percepg¢ao do lucro da exploragao. D) Ainda que se alegue serem os minérios e recursos minerais do subsolo de propriedade do Estado, o art. 15 da Convengao 169 da OIT estabelece que os povos indigenas tém direito a participar dos processos decisérios referentes a utilizagao dos recursos minerais em suas terras. (XXVI Exame de Ordem Unificado / FGV) Um jovem congolés, em fungao de persegui¢gao sofrida no pais de origem, obteve, ha cerca de trés anos, reconhecimento de sua condicao de refugiado no Brasil. Sua mae, triste pela distancia do filho, decide vir ao Brasil para com ele viver, porém nao se enquadra na condicao de refugiada. Com base na Lei brasileira que implementou o Estatuto dos Refugiados, cabe a vocé, como advogado que atua na area dos Direitos Humanos, orientar a familia. Assinale a opgao que apresenta a orientagao correta para 0 caso. A) As medidas e os direitos previstos na legislagao brasileira sobre refugiados se aplicam somente aqueles que tiverem sido reconhecidos nessa condi¢ao. Por isso, a mae deve entrar com o pedido de refugio e comprovar que também se enquadra na condigao. B) Apesar de a mae n@o ser refugiada, os efeitos da condigaéo de refugiado de seu filho so extensivos a ela; por isso, ela pode obter autorizagdo para residéncia no Brasil. C) A lei brasileira que trata de refugio prevé a possibilidade de que pai e mae tenham direito a residéncia caso o filho ou a filha venham a ser considerados refugiados, mas a previsao condiciona esse direito a uma avaliagaéo a ser feita pelo representante do governo brasileiro. D) Para que a mae possa viver no Brasil com seu filho ou sua filha, ela devera comprovar que é economicamente dependente dele ou dela, pois 6 nesse caso que ascendentes podem gozar dos efeitos da condi¢ao de refugiado reconhecida a um filho ou a uma filha. RESPOSTA A) A nova Lei de Migragao estende o visto ou autorizagéo de residéncia para ascendentes, descendentes até segundo grau, ou irmao, para fins de reuniao familiar. A questao trata dos direitos de refugiados, e tem por base texto de lei, que é a nova Lei de Migragao (Lei n. 13.445/2017). O art. 37 desta lei possibilita que cénjuges e parentes de refugiados obtenham direito de residéncia, e o inciso Ill determina que: “Art. 37. O visto ou a autorizagao de residéncia para fins de reuniao familiar sera concedido ao imigrante: lll - ascendente, descendente até o segundo grau ou irmao de brasileiro ou de imigrante beneficiario de autorizagao de residéncia;” C) A nova Lei de Migragao brasileira nao estabelece a condi¢gao de que o direito a residéncia para ascendentes e descendentes de pessoas consideradas refugiadas seja avaliada por representante do governo brasileiro. D) A nova lei de migragdo nao exige comprovagado de dependéncia econémica. (XXVI Exame de Ordem Unificado / FGV) No estado em que vocé reside ha cerca de quinze anos, cinco homens foram assassinados por tiros disparados por pessoas encapuzadas. Houve uma alteragao da cena do crime, sugerindo a mesma forma de atuagao de outros assassinatos que vinham sendo praticados por um grupo de exterminio que contaria com a participagao de policiais. Na época, a Policia Civil instaurou inquérito para apurar os fatos, mas concluiu pela auséncia de elementos suficientes de autoria, encaminhando os autos ao Ministério Publico, que pediu o arquivamento do caso. A Justiga acolheu o pedido e alegou nao haver informagées sobre autoria, motivagao ou envolvimento de policiais. Segundo opiniao de especialistas, a apuragado policial do caso foi prematuramente interrompida. A Policia Civil teria deixado de realizar diligéncias imprescindiveis a elucidagaéo da autoria do episddio. Manter o arquivamento do inquérito, sem a investigagao adequada, significaria ratificar a atuagao institucionalmente violenta de agentes de segurancga publica e, consequentemente, referendar grave violagdo de direitos humanos. Para a hipdétese narrada, como advogado de uma instituigao de direitos humanos, assinale a opgao processual prevista pela Constituigao da Republica. A) O MPF deve ingressar com agao diretamente no Supremo Tribunal Federal para assegurar 0 direito de acesso 4 justica. B) O advogado deve apresentar pedido de avocatéria no Superior Tribunal de Justiga, a fim de que se garanta a continuidade das investigacgées. C) O Procurador-Geral da Republica deve suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiga, incidente de deslocamento de competéncia para a Justi¢ga Federal. D) O advogado deve ajuizar acdo competente junto a Corte Interamericana de Direitos Humanos. RESPOSTA A) Nao se trata de hipédtese de acao de competéncia originaria do STF, mas sim de pedido de que a causa seja julgada pela Justi¢a Federal, por meio do procedimento de deslocamento de competéncia para federalizagao do caso. B) Trata-se de hipétese em que é cabivel o pedido de deslocamento de competéncia para a Justig¢a Federal, nao para o STJ; 0 advogado nao tem legitimidade para formular o pedido, mas sim o Procurador-Geral da Republica. A questéo envolveu interdisciplinaridade com Direito Constitucional, e exigia apenas a leitura do art. 109, da CF, sobre as regras de competéncia da Justica Federal, o que inclui as regras referentes a federalizagao das causas relativas a Direitos Humanos, quando restar demonstrado que a Justi¢a Estadual se omite na resolugao do problema. Nos termos do art. 109, V-A, da CF: “Art. 109. Aos juizes federais compete processar e julgar: V-A — as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5° deste artigo; (...) § 5° — Nas hipéteses de grave violagao de direitos humanos, o Procurador-Geral da Republica, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigagdes decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, podera suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiga, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competéncia para a Justica Federal.” D) Poderia caber petig¢ao para a Comiss&o Interamericana de Direitos Humanos (mas nao paraa Corte, que somente pode ser acessada pelos Estados-Partes e pela propria Comissao), desde que demonstrado o esgotamento de todos os meios internos para resolugdo do conflito, ou a demora injustificada em sua conclusao. Como ainda ha possibilidade de se pedir o deslocamento de competéncia para a Justig¢a Federal, nao caberia, a principio, submiss€o do caso aos érgaos internacionais. (XXVII Exame de Ordem Unificado / FGV) Vocé, como advogado(a), representa um Férum de Organizagdes Nao Governamentais que atua na defesa da cidadania plena para as mulheres. Segundo informagées do Tribunal Superior Eleitoral, existe, para a préxima eleigao, um percentual bastante reduzido de candidatas a Camara dos Deputados, na maioria esmagadora dos partidos politicos. Sabendo que isso é a expressao de uma cultura machista, em que os partidos nao estimulam a candidatura de mulheres, cabe a vocé explicar as organizagdes do Férum que representa que a legislagao brasileira determina que A) todos os partidos e coligagé6es devem reservar ao menos 50% de suas vagas para candidaturas parlamentares para mulheres, sendo que, desse percentual, 30% devem ser destinadas a mulheres negras. B) cada partido ou coligagao devera reservar, das vagas para candidaturas parlamentares que podem ser preenchidas pelos partidos politicos, o minimo de 30% e o maximo de 70% para candidaturas de cada sexo. C) os partidos devem registrar, no TSE, planos decenais em que sao estabelecidas as estratégias para o aumento gradativo da participagao de mulheres tanto nas vagas para candidaturas parlamentares quanto nas proprias instancias partidarias. D) tanto os partidos quanto as coligagdes sao livres para preencher a lista de candidaturas as eleigdes parlamentares, nao havendo nenhum tipo de obrigagao relativamente a uma eventual distribuigao percentual das vagas conforme o sexo. RESPOSTA A) A Lei n. 9.507/97 estipula, em seu art. 10, § 3°, a proporgdo minima de 30% e 70% para cada sexo no total de candidatos registrados por cada partido ou coligacéo, e nao 50%. Nao ha previsao de vagas especificamente destinadas a mulheres negras. A Lei n. 9.504/97 visa assegurar os direitos politicos (na modalidade “ser votado’), conforme estabelece a Convengao para Eliminagao de Todas as Formas de Discriminagao contra a Mulher, e estipula em seu art. 10, § 3°, a proporgao minima de 30% e 70% para cada sexo no total de candidatos registrados por cada partido ou coligagao. C) Nao ha previsao legal nem convencional de planos decenais para aumento gradativo de participagao das mulheres. D) Ha obrigatoriedade legal de distribuigado de vagas conforme o sexo na Lei n. 9.504/97, em seu art. 10, § 3° (proporcao minima de 30% e 70% para cada sexo no total de candidatos registrados por cada partido ou coliga¢ao). (XXVII Exame de Ordem Unificado / FGV) Maria e Joao sao pais de uma crianga deficiente que utiliza cadeira de rodas. O casal, de classe média, optou por matricular o filho em uma escola particular. No ato da matricula, foi-lhes informado, pela administragao da escola, que teriam de pagar um valor adicional, uma vez que haveria um trabalho extraordinario, por parte da escola, para garantir o acesso dessa criancga com deficiéncia, em igualdade de condigdes, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar. Insatisfeitos com essa informacgao, Maria e Joao decidiram consultar vocé, como advogado(a), para saber se tal cobranga seria legalmente aceitavel e se nao haveria alguma protegao especifica para pessoas com deficiéncia contra esse tipo de cobranga. Diante disso, assinale a opgao que apresenta a resposta correta a ser dada ao casal. A) A cobranga é aceitavel e justificada, mesmo que desagrade ao casal, porque, de fato, a crianga cadeirante precisara de atencao especial e ajuda para sua mobilidade. Nada na legislagao patria impede tal cobranga. A solugado seria a matricula da crianga em uma escola publica. B) A cobranga do valor adicional na matricula é moralmente reprovavel, pois expressa um tipo de preconceito. Contudo, do ponto de vista estritamente legal, o caso se situa no campo da liberdade contratual das partes, nao havendo vedacao legal a tal cobranga. C) A Lei Brasileira de Inclusao da Pessoa com Deficiéncia admite esse tipo de cobranga, uma vez que reconhece o trabalho adicional a ser feito nas escolas, contudo prevé que as familias hipossuficientes sejam isentadas dessa cobranga, sendo devido a escola uma compensacao tributaria. D) A escola particular deve adotar as medidas inclusivas previstas na lei, tais como garantir o acesso da crianga com deficiéncia, em igualdade de condigées, a jogos e a atividades recreativas, sendo vedada a cobranca de valores adicionais de qualquer natureza em suas anuidades, no cumprimento dessas medidas. RESPOSTA A) O art. 28, § 1°, da Lei Brasileira de Inclus4o veda expressamente tal cobranga. B) Nao se trata de questao meramente moral, mas sim legal, uma vez que 0 art. 28, § 1°, da Lei Brasileira de Inclusao veda expressamente tal cobranga. C) E dever do Estado promover a oferta de profissionais de apoio escolar para situagdes desse tipo, nos termos do art. 28, XVII, da Lei Brasileira de Inclusao, sendo vedada a cobranga de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matriculas no cumprimento dessas determinagées, nos termos do art. 28, § 1°, do mesmo diploma legal. A Lei Brasileira de Inclusao (Lei n. 13.146/2015) prevé expressamente em seu art. 28, § 1°, que tanto instituigdes publicas quanto privadas devem assegurar 0 acesso de criangas com deficiéncia a escola, sendo vedada a cobrancga de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matriculas no cumprimento dessas determinagées. Vale mencionar que os direitos das pessoas com deficiéncia sao assegurados no Brasil também pelas Convengées dos Direitos das Pessoas com Deficiéncia da ONU e da OEA. (XXVIII Exame de Ordem Unificado / FGV) Vocé foi procurada, como advogada, por um pequeno grupo de estudantes negros que cursa o terceiro ano do ensino médio em uma escola particular. Os estudantes relatam que se sentem violados na sua cultura, porque Os programas das disciplinas pertinentes nao tratam de temas ligados a Hist6ria da africa e da populagao negra no Brasil. Indagam a vocé, como advogado(a), se a Escola nao teria a obrigagao de fazé- lo. Nesse caso, com base no Estatuto da Igualdade Racial, assinale a opgao que apresenta a resposta correta a ser dada aos alunos. A) O estudo de temas ligados a histéria da populagao negra na africa e no Brasil e da cultura afro-brasileira é importante no sentido ético, mas nao ha obrigagao legal das escolas nesse sentido. B) As escolas publicas devem promover o estudo da Historia da africa e da historia da populagao negra no Brasil, mas esse dever nao se estende aos estabelecimentos privados de ensino que possuem autonomia na definigao de seus curriculos. C) A adogao de contetidos referentes a cultura afro-brasileira, bem como aqueles referentes a histéria da populagdo negra no Brasil, depende de determinagao dos Conselhos de Educagao, seja o Conselho Nacional, sejam os respectivos Conselhos Estaduais. D) As escolas de ensino fundamental e médio devem promover o estudo da Historia da africa e da histéria da populagao negra no Brasil, bem como da cultura afro- - brasileira, 0 que deve ocorrer no ambito de todo o curriculo escolar. RESPOSTA A) N&o se trata meramente de obrigagao ética, mas sim de obrigacgdo legal estabelecida pelo art. 11, § 1°, do Estatuto da Igualdade Racial. B) O Estatuto da Igualdade Racial determina em seu art. 11 a obrigatoriedade do estudo da historia geral da Africa e da histéria da populagdo negra no Brasil nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, tanto publicos quanto privados. C) O estudoda histdéria geral da Africa e da histéria da populagdo negra no Brasil nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio nao depende de determinagao dos Conselhos de Educagao, por se tratar de determinacao legal. O Estatuto da Igualdade Racial estabelece em seu art. 11, § 1°, a obrigagao legal de inclusdo dos temas ligados a historia da Africa e da populacdo negra do Brasil no curriculo escolar tanto do Ensino Médio quanto do Fundamental. (XXVIII Exame de Ordem Unificado / FGV) O padrasto de Ana Maria, rotineiramente, abre sua correspondéncia fisica e entra em sua conta de e-mail sem autorizagaéo, ainda que a jovem seja maior de idade. Cansada dessa ingeréncia arbitraria e sem o amparo de sua prépria mae, a jovem busca apoio na organizacgao de direitos humanos em que vocé atua. Com base no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Politicos (PIDCP), assinale a op¢ao que indica o esclarecimento correto que vocé, como advogado(a), prestou a Ana Maria. A) O Pacto prevé a prevaléncia do poder familiar nas relagdes familiares e, como a conduta do padrasto tem a concordancia da mae de Ana Maria, ainda que seja inconveniente, essa conduta nao pode ser considerada uma violagao de direitos. B) O Pacto assegura o direito a privacidade nas relagdes em gerais, mas nas relagdes especificamente familiares admite ingeréncias arbitrarias se forem voltadas para a protegao e o cuidado. C) O Pacto dispde que ninguém podera ser objeto de ingeréncias arbitrarias ou ilegais em sua vida privada, em sua familia, em seu domicilio ou em sua correspondéncia. D) O Pacto é omisso em relagao a pratica de ingeréncias arbitrarias na vida privada e na familia, tratando apenas da protecao da privacidade na vida publica e em face da conduta do Estado. RESPOSTA A) O Pacto dos Direitos Civis e Politicos nao contém qualquer previséo de prevaléncia do poder familiar nas relagdes familiares. B) O Pacto dos Direitos Civis e Politicos nao admite ingeréncias arbitrarias na vida privada sob qualquer hipdtese, nem mesmo a pretexto de protecdo ou cuidado. O artigo 17.1 do Pacto dos Direitos Civis e Politicos veda qualquer ingeréncia na vida privada. D) O Pacto dos Direitos Civis e Politicos nao é omisso em relacgado a protegado da vida privada, vedando qualquer ingeréncia arbitraria no artigo 17.1. (XXIX Exame de Ordem Unificado / FGV) Uma Organizagao de Direitos Humanos afirma estar tramitando, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei propondo que o trabalhador tenha direito a férias, mas que seja possivel que o empregador determine a nao remuneragao dessas férias. No mesmo Projeto de Lei, fica estipulado que, nos feriados nacionais, nao havera remuneragao. A Organizagao procura vocé, como advogado(a), para redigir um parecer quanto a um eventual controle de convencionalidade, caso esse projeto seja transformado em lei. Assim, com base no Protocolo Adicional 4 Convengaéo Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econémicos, Sociais e Culturais — Protocolo de San Salvador — , assinale a opgao que apresenta seu parecer sobre o fato apresentado. A) O Brasil, embora tenha ratificado a Convengaéo Americana de Direitos Humanos, nao é signatario do Protocolo Adicional 4 Convengao Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econémicos, Sociais e Culturais — Protocolo de San Salvador. Portanto, independentemente do que disponha esse Protocolo, ele nao configura uma base juridica que permita fazer um controle de convencionalidade. B) Tanto o direito a férias remuneradas quanto o direito a remuneragao nos feriados nacionais estao presentes no Protocolo de San Salvador. Considerando que o Brasil 6 signatario desse Protocolo, caso o Projeto de Lei venha a ser convertido em Lei pelo Congresso Nacional, € possivel submeté-lo ao controle de convencionalidade, com base no Protocolo de San Salvador. C) A despeito de as férias remuneradas e a remuneragao nos feriados nacionais estarem previstos no Protocolo de San Salvador, nao é possivel fazer o controle de convencionalidade caso o Projeto de Lei seja aprovado, porque se trata apenas de um Protocolo, e, como tal, nao possui forga de Convengao como é o caso da Convengao Americana Sobre Direitos Humanos. D) Se o Projeto de Lei for aprovado, nao sera possivel submeté-lo a um controle de convencionalidade com base no Protocolo de San Salvador, porque os direitos em questao nao estado previstos no referido Protocolo, que sequer trata de condicgées justas, equitativas e satisfatérias de trabalho. RESPOSTA A) O Brasil ratificou este protocolo, e o incorporou ao ordenamento juridico brasileiro por meio do Decreto n. 3.321/99. Em seu artigo 7°, alinea h, o Protocolo estabelece que entre as condigées justas, equitativas e satisfatérias de trabalho estao o direito ao repouso, ao gozo do tempo livre, a férias remuneradas, bem como pagamento de salarios nos dias feriados nacionais. Portanto, 0 projeto de lei mencionado na questao podera ser submetido a controle de convencionalidade. C) Os protocolos adicionais tém forga juridica vinculante.Portanto, o projeto de lei em questao viola o artigo 7°, alinea h, do Protocolo e, se aprovado, devera ser submetido a controle de convencionalidade. D) O Protocolo de San Salvador é o Protocolo adicional 4 Convengao Interamericana de Direitos Humanos e trata especificamente dos Direitos Econémicos Sociais e Culturais, incluindo expressamente em seu artigo 7° as condigdes justas, equitativas e satisfatérias de trabalho em seu rol. (XXIX Exame de Ordem Unificado / FGV) No ambito dos sistemas internacionais de protegao dos Direitos Humanos, existem hoje trés sistemas regionais: africano, (inter)americano e europeu. Existem semelhangas e diferengas entre esses sistemas. Assinale a opgao que corretamente expressa uma grande diferenga entre o sistema (inter)americano e o europeu. A) O sistema europeu foi instituido a partir da Convengao para a Protegao dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de 1950, e ja esta em pleno funcionamento. Ja o sistema (inter)americano foi instituido pela Convengao Americana Sobre Direitos Humanos, de 1998, e ainda nao esta em pleno funcionamento. B) O sistema (inter)americano conta com uma Comissdo Interamericana de Direitos Humanos, mas nao possui uma Corte ou Tribunal. Ja o sistema europeu possui um Tribunal, mas nao possui uma Comissao de Direitos Humanos. C) O sistema europeu 6 baseado em um Conselho de Ministros e admite denuncias de violagdes de direitos humanos que sejam feitas pelos Estados-partes da Convengao, mas nao admite petigdes individuais. Ja o sistema (inter)americano nao possui o Conselho de Ministros e admite petigdes individuais. D) O sistema (inter)americano possui uma Comissao e uma Corte para conhecer de assuntos relacionados ao cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-partes na Convengao Americana Sobre Direitos Humanos. Ja o sistema europeu nao possui uma Comissao com as mesmas fungdes que a Comissao Interamericana, mas um Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que é efetivo e permanente. RESPOSTA A) O sistema interamericano de Direitos Humanos esta em pleno funcionamento, tendo seu inicio formal com a aprovagao da Declaragao Americana de Direitos e Deveres do Homem de Bogota em 1948. B) O sistema interamericano conta tanto com uma Comissado quanto com uma Corte de Direitos Humanos. C) O sistema europeu admite petigdes individuais. O sistema interamericano possui a Comissao e a Corte de Direitos Humanos, enquanto o sistema europeu apresenta um Unico érgao de monitoramento, que é o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (ou Corte Europeia de Direitos Humanos). (XXX Exame de Ordem Unificado / FGV) Um rapaz, que era pessoa em situagao de rua, acabou de sair da prisao. Ele fora condenado pelo crime de latrocinio e, posteriormente, a defensoria publica ajuizou,a seu favor, uma agao de revisao criminal, na qual ele foi absolvido por auséncia de provas, caracterizando, assim, um erro judiciario. Nesse periodo, ele ficou cinco anos preso. Agora a familia indaga se existe um direito de indenizagao em fungao de condenagao por erro judiciario. Assinale a opgao que apresenta a informagao que vocé, na condigaéo de advogado(a) especializado(a) em Direitos Humanos, deve prestar a familia, com base na Convengao Americana Sobre Direitos Humanos. A) O direito a indenizagao esta previsto na Convengao Americana Sobre Direitos Humanos de forma geral, mas nao ha previsao expressa de indenizagao por erro judiciario; portanto, essa é uma construgao argumentativa que deve ser produzida no caso concreto. B) A indenizagao por erro judiciario nado é uma matéria prépria do campo dos Direitos Humanos, por isso nao existe tal previsao nem na Convengao Americana Sobre Direitos Humanos, nem em nenhum outro tratado de Direitos Humanos de que o Brasil seja signatario. C) A Convengao Americana Sobre Direitos Humanos assegura o direito a indenizagaéo por erro judiciario, mas o restringe aos erros que resultam em condenagao na esfera civil, excluindo eventuais erros que ocorram na jurisdi¢ao penal. D) A Convengao Americana Sobre Direitos Humanos disp6e que toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em sentenga transitada em julgado por erro judiciario. RESPOSTA A) A Convengao Americana sobre Direitos Humanos prevé expressamente em seu artigo 10 o direito a indenizacgao por erro judiciario no caso de condenagao em sentencga passada em julgado. B) A indenizagao por erro judiciario 6 matéria do campo dos Direitos Humanos, pois implica a responsabilizagao civil do Estado no caso de violagao de direito (no caso, a liberdade) por erro atribuivel a seus servidores. C) A Convengao Americana sobre Direitos Humanos prevé expressamente em seu artigo 10 o direito a indenizacgao por erro judiciario no caso de condenagaéo em sentenga passada em julgado, sem restrigao a esfera civil. A alternativa correta trazia textualmente artigo 10 da Convengao Americana de Direitos Humanos, que estabelece que "toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em sentenga passada em julgado, por erro judiciario”. (XXX Exame de Ordem Unificado / FGV) Em uma cidade brasileira de fronteira, foi detectado um intenso movimento de entrada de pessoas de outro pais para trabalhar, residir e se estabelecer temporaria ou definitivamente no Brasil. Apés algum tempo, houve uma reacgao de moradores da cidade que comegaram a hostilizar essas pessoas, exigindo que as autoridades brasileiras proibissem sua entrada e a regularizagao documental. Vocé foi procurado(a), como advogado(a), por instituig6es humanitarias, para redigir um parecer juridico sobre a situagao. Nesse sentido, com base na Lei n. 13.445/17 (Lei da Migragao), assinale a afirmativa correta. A) A admissao de imigrantes por meio de entrada e regularizagao documental nao caracteriza uma diretriz especifica da politica migratéria brasileira, e sim um ato discricionario do chefe do Poder Executivo. B) A promogao de entrada e a regularizagao documental de imigrantes sao coisas distintas. A politica migratéria brasileira adota o principio da regularizagao documental dos imigrantes, mas nao disp6e sobre promogao de entrada regular de imigrantes. C) A politica migratéria brasileira rege-se pelos principios da promogado de entrada regular e de regularizagao documental, bem como da acolhida humanitaria e da nao criminalizagao da migragao. D) O imigrante, de acordo com a Lei da Migragao, é a pessoa nacional de outro pais que vem ao Brasil para estadas de curta duragao, sem pretensdo de se estabelecer temporaria ou definitivamente no territério nacional. RESPOSTA A) A admissao de imigrantes por meio de entrada e regularizagao documental constitui diretriz especifica da politica migratoria brasileira prevista em texto legal (art. 3° da Lei n. 13.445/2017, entre outros do mesmo diploma legal), nao sendo ato discricionario do chefe do Poder Executivo. B) Embora se trate de institutos distintos, tanto a promogao de entrada quanto a regularizagao documental de imigrantes sao principios que regem a politica migratoria brasileira por forga de lei (Lei de Migragao — Lei n. 13.445/2017). A alternativa correta trazia textualmente o art. 3° deste diploma legal, que estabelece os principios pelos quais se rege a politica migratéria brasileira, dentre os quais a nao criminalizagao da migragao (inciso Ill); a promogao de entrada regular e de regularizagao documental (inciso V) e a acolhida humanitaria (inciso Vi). D) O art. 1°, § 19, Il, da Lei n. 13.445/2017 (Lei de Migragao) define legalmente o imigrante como a "pessoa nacional de outro pais ou apatrida que trabalha ou reside e se estabelece temporaria ou definitivamente no Brasil”.
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