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ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Definições A ABNT (NBR 6502) define solo como: "Material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica". Na Engenharia Civil é o material natural que forma a crosta terrestre, porém de fácil desmonte, especialmente após submersão em água. O material mais resistente da crosta terrestre, onde são necessários explosivos para seu desmonte é chamado de rocha pelos engenheiros civis. Podendo possuir também a função de infiltração dessas mesmas águas quando instaladas diretamente em solo. Na Agricultura o solo é chamado de terra tratável, geralmente de poucos metros de espessura, que suporta as raízes das planta. Na Geologia é o produto do intemperismo físico e quimico das rochas, situado na parte superficial do manto de intemperismo . Constitui-se de material rochoso decomposto. Portanto, sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas obras de Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamentos. O estudo teórico e a verificação prática dessas propriedades e atuação é que constituem a Mecânica dos Solos. A origem imediata ou remota de um solo é sempre a decomposição das rochas por intemperismo. Intemperismo - conjunto de processos que ocorrem na superfície terrestre que ocasionam decomposição dos minerais das rochas pela ação de agentes atmosféricos e biológicos. Pode ocorrer que um solo retorne à condição de rocha, em um processo chamado de litificação, que, se for muito intenso, formará rochas metamórficas. Mecanismo de Formação Os fatores que mais influenciam na formação dos solos são: Clima , o tipo de rocha, a vegetação , o relevo, e o tempo de atuação destes fatores; A mesma rocha poderá formar solos completamente diferentes se a decomposição ocorre sob clima diferente. Por outro lado, diferentes rochas podem formar solos semelhantes quando a decomposição ocorre em clima semelhante. Desintegração mecânica: intemperização das rochas por agentes físicos, tais como: - variação periódica de temperatura - que provoca a expansão e contração das rochas e por conseqüência, fraturas que aumentam com o tempo. - congelamento da água nas juntas e gretas – como a água dilata quando congela, este processo e amplia as fraturas. - efeito de raízes - é visível em calçadas quando estas se quebram em função do crescimento das raízes. Decomposição química: quando agentes químicos atacam as rochas, modificando sua constituição mineralógica. - A oxidação, hidrólise, dissolução e o ataque por água que contenha ácidos orgânicos são os principais agentes da decomposição química. - É a falta de água que faz com que, nos desertos, os fenômenos de decomposição química não se desenvolvam, motivo pelo qual a areia predomina nesta zonas. Solo residual de granito (comum no Brasil): Granito (rocha constituída pelos minerais: quartzo, feldspato e mica), em um clima tropical úmido, sofre decomposição resultando um material fraturado pela alternância de temperatura. Com o ataque químico da água acidulada (CO2 da decomposição de vegetais) o feldspato presente é atacado. A rocha desmancha-se e os grãos de quartzo, que não são decompostos, soltam-se formando areia e pedregulho. O feldspato decomposto originará argilas e sais solúveis.. Exemplo de formação: Se a rocha matriz for basalto, resultará, predominantemente, argila, pois o basalto não contém Quartzo. Como exemplo pode ser citado a terra roxa da bacia do rio Paraná, um solo argiloso com grande fertilidade, produto da decomposição do maior derrame de basalto que se tem notícia no planeta. Tipos de Solos Em função do mecanismo de formação, costuma-se dividir os solos em três grandes grupos: Residual, Sedimentar e Orgânico. Residual - aquele que permaneceu no local da rocha de origem. Obedece uma gradual transição de solo até rocha e por isto mesmo sua resistência é crescente com a profundidade; Sedimentar - que sofreu a ação de agentes transportadores. Devido à variação que pode haver em camadas sobrepostas é neste tipo de solo que surge a maioria dos problemas de fundações; Há quatro principais agentes transportadores: - a gravidade, que forma o solo coluvionar; - a água, que forma o solo aluvionar; - o vento, que forma o solo eólico; - as geleiras, que formam o solo glacial. SOLO COLUVIONAR : - O solo desprende-se e cai por gravidade para o sopé da montanha. - O tálus é um exemplo de solo coluvionar embora seja mais granular que o colúvio tradicional. SOLO ALUVIONAR : - Geralmente o solo é transportado de montanhas ou regiões mais altas pelos rios e enxurradas. - As partículas vão se depositando de acordo com seu diâmetro a medida que a velocidade de escoamento da água diminui. Estimam que o volume de detritos mais sais solúveis carreados pelo rio Amazonas em um ano equivale a um cubo de 620m de aresta. SOLO EÓLICO: - A força dos ventos pode transportar partículas de solo por centenas de quilômetros de distância (há registros de transporte de grãos de areia pelo vento do Saara até a Inglaterra, ± 3200 Km). A deposição deste material pode acarretar graves problemas de soterramento dos prédios e na fertilidade do solo. Registro de uma intensa deposição eólica na vila de Itaúna, no Espírito Santo, que soterrou Cerca de 100 residências, a igreja local e o cemitério. SOLO GLACIAL: Quando ocorre o degelo, o material incorporado nas geleiras durante sua movimentação, que pode chegar a 50% do volume da geleira, se deposita no mesmo local, formando um solo altamente heterogêneo, e por isto mesmo problemático como terreno de fundação. O Brasil, há cerca de 200 milhões de anos, sofreu intensa atividade glacial, havendo claros vestígios desta atividade no Sul do País. Solo Orgânico - quando mistura-se ao solo de origem mineral, matéria de origem orgânica. Há casos onde praticamente não há partículas minerais, como os solos turfosos. Para o engenheiro geotécnico o solo orgânico é de péssima qualidade devido a sua alta compressibilidade e baixa resistência. Para o agrônomo, devido a sua fertilidade, o solo orgânico é ótimo. A formação dá-se ou pela impregnação de matéria orgânica (húmus) em sedimentos préexistentes, ou ainda pela decomposição da matéria orgânica que já ocorria nos sedimentos; O húmus só impregna permanentemente os solos finos (as argilas, os siltes e, em pequena escala, as areias finas). Assim, não ocorrem areias grossas orgânicas ou pedregulhos orgânicos. Formação dos Solos Orgânicos Quando a matéria orgânica provém de decomposição sobre o solo de grande quantidade de folhas, caules e troncos de plantas forma-se um solo fibroso, essencialmente de carbono, de alta compressibilidade e baixíssima resistência (turfa), pior tipo de solo para os propósitos do engenheiro geotécnico; A diferença entre argilas e siltes orgânicos e a turfa está no fato de que os primeiros são mais pesados, pois a turfa, tendo grandes teores de carbono, é de densidade menor. A turfa é combustível quando seca e os outros não o são. Turfa Composição Química e minerológica dos Solos Os minerais que formam os solos são os mesmos das rochas de origem, além de outros que surgem na decomposição química; Os principais minerais que ocorrem na crosta terrestre são o feldspato (60%), anfibólios e piroxênios (17%), quartzo (12%) e as micas (4%). O feldspato forma o grupo mais importante como constituinte das rochas. São translúcidos ou opacos.. Os piroxênios e anfibólios são minerais de aparência muito similar. Com cor quase preta e clivagem segundo2 planos quase perpendiculares nos piroxênios e oblíquos nos anfibólios. O quartzo tem alta resistência química e física. Predominantemente, apresenta-se na cor branca ou incolor. Brilho vítreo, transparente ou opaco. É usado como matéria prima para fabricação do vidro.. A mica caracteriza-se pela ótima clivagem laminar e boa elasticidade. Cor desde incolor, amarelada (moscovita ou mica branca) a preta (biotita ou mica preta). É usada na indústria elétrica como isolante. SOLOS GROSSOS: Quanto à composição química, os principais minerais dos solos grossos são: - silicatos ( feldspato, mica); - óxidos (quartzo, hematita, magnetita, limonita); - carbonatos (calcita, dolomita); - sulfatos (gesso, anidrita). Nos solos grossos, o comportamento mecânico e hidráulico está ligado, principalmente, à compacidade e orientação das partículas. SOLOS FINOS: Partindo dos inúmeros minerais principalmente dos feldspatos, a decomposição química gera a argila; A investigação dos componentes mineralógicos das argilas é de grande importância, pois o comportamento mecânico destas é função, principalmente, de sua estrutura a qual é fortemente influenciada pela constituição mineralógica; As argilas são constituídas por pequeníssimos minerais cristalinos, chamados minerais argílicos. A estrutura dos minerais argílicos é composta por duas unidades cristalográficas fundamentais; Uma com a configuração de um tetraedro, formada por um átomo de silício eqüidistante de quatro átomos de oxigênio, Outra representada por um octaedro, em que um átomo de alumínio, no centro, é envolvido por seis átomos de oxigênio, ou grupos de oxidrilas. Classificação dos solos (ABNT
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