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Geografia Física – Exercícios de Revisão Questões Discursivas (parte 4) 1. (Fuvest 2015) Leia o texto. A luz aumentou e espalhou-se na campina. Só aí principiou a viagem. Fabiano atentou na mulher e nos filhos, apanhou a espingarda e o saco dos mantimentos, ordenou a marcha com uma interjeição áspera. Afastaram-se rápidos, como se alguém os tangesse, e as alpercatas de Fabiano iam quase tocando os calcanhares dos meninos. A lembrança da cachorra Baleia picava-o, intolerável. Não podia livrar-se dela. Os mandacarus e os alastrados vestiam a campina, espinho, só espinho. E Baleia aperreava-o. Precisava fugir daquela vegetação inimiga. Graciliano Ramos. Vidas secas. Além da presença de espinhos, cite outras duas características da vegetação do bioma em que se passa a história narrada na obra Vidas secas. 2. (Uerj 2019) TEMPERATURAS MÉDIAS MENSAIS PETRÓPOLIS (RJ) RIO DE JANEIRO (RJ) Mês Mínima ( C) Máxima ( C) Mínima ( C) Máxima ( C) janeiro 17 28 23 30 março 16 28 23 29 maio 10 23 20 26 julho 8 22 18 25 setembro 12 25 19 25 novembro 15 25 21 27 Fonte: climatempo.com.br Utilizando dois fatores climáticos distintos, explique as diferentes médias mensais de temperatura registradas nas cidades de Petrópolis e Rio de Janeiro, ao longo do ano. 3. (Uerj 2018) Nomeie e explique o tipo de chuva característico nos arredores de Quinault Ranger, localizado na costa oeste dos Estados Unidos. 4. (Ufjf-pism 1 2017) Observe as figuras: Compare os ciclos da água em ambientes não urbanos e urbanos. Cite e explique duas diferenças entre eles. 5. (Fuvest 2017) O gráfico ilustra estimativas das áreas continentais ocupadas por ecossistemas terrestres naturais (floresta primária e campos naturais), por ecossistemas de uso humano (floresta secundária e silvicultura, áreas de pastagem e lavouras), pela água em estado líquido, pelo gelo, além de outras áreas terrestres, desde o século XIV até o final do século XX. Observa-se que, a partir da Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII, a extensão das áreas ocupadas por esses ecossistemas sofreu alterações. a) “A redução de áreas de florestas primárias, a partir da Revolução Industrial, deveu- se majoritariamente à expansão das áreas de lavoura no mundo”. Os dados representados no gráfico apoiam essa afirmação? Justifique sua resposta. b) Mantidas as condições ambientais deste início do século XXI, o que se pode prever, quanto à área ocupada pelo gelo, no final do século? 6. (Unifesp 2016) Em uma cidade no interior do Estado de São Paulo, a atividade dos jardineiros da prefeitura é menor em determinada estação do ano: a grama e os arbustos dos jardins têm o crescimento reduzido, exigindo menos podas. a) Cite a estação do ano em que ocorre essa redução de crescimento e a caracterize com relação à pluviosidade e à temperatura. b) Cite um outro fator ambiental característico dessa estação do ano e explique como esse fator contribui para que a grama e os arbustos tenham o crescimento reduzido. 7. (Fuvest 2016) A exemplo de anos anteriores, 2015 foi marcado por cheias do rio Negro, ocorrendo inundações em municípios do estado do Amazonas. Observe, no gráfico abaixo, dados de três cheias ocorridas no Porto de Manaus, em anos recentes. Observe também o mapa da bacia hidrográfica amazônica. a) Com base nos dados acima e em seus conhecimentos, explique qual é a possível relação das cheias do rio Negro com seu regime de alimentação e sua proximidade com o equador. b) Considerando a localização de Manaus na bacia hidrográfica amazônica, explique por que essa cidade sofre periodicamente débitos fluviais excessivos. 8. (Unicamp 2016) A imagem abaixo apresenta um gráben, formado a partir do abatimento de um bloco da crosta ao longo de falhas normais. a) Quais são os processos que geram abatimentos da crosta associados às falhas normais? Por que nessas áreas formam-se bacias sedimentares? b) Indique dois recursos minerais que se formam junto com a evolução de bacias sedimentares. 9. (Unesp 2016) Identifique a forma de relevo indicada pela seta e o processo responsável por sua formação. Considerando seus diferentes agentes formadores, cite dois exemplos de classificação desta forma de relevo. 10. (Uema 2016) Leia o fragmento abaixo. Paraíso escondido no Nordeste do Brasil, os Lençóis Maranhenses são um dos principais destinos turísticos do Maranhão. Criado em 1981, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses – com área total de 156,5 mil hectares – integra a Rota das Emoções. As dunas – comuns nessa região do país – são formadas pela força dos ventos, que criam uma paisagem única e alteram constantemente sua aparência. Nesse ‘deserto gigante’ é possível encontrar lagoas formadas pelo acúmulo de água das chuvas do primeiro semestre. (...) Até o mês de setembro, os visitantes podem contemplar dunas e se banhar nas lagoas formadas pela combinação da água das chuvas e da elevação dos lençóis freáticos. No auge da estação de seca no Maranhão – no segundo semestre –, as lagoas ficam muito baixas, o que prejudica o banho. http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/07/lencois-maranhenses-ma-quando-ir- como-chegar-o-que-visitar.html. Lençóis Maranhenses, MA: quando ir, como chegar, o que visitar. Quanto aos Lençóis Maranhenses, a) cite qual o clima da região e explique como esse contribui para a formação, ao mesmo tempo, de dunas transportadas pelos ventos e de lagoas entre essas dunas. b) apresente dois recursos energéticos passíveis de serem explorados nessa região. GABARITO 1. A Caatinga é uma formação vegetal complexa, isto é, apresenta diversidade fisionômica, com formações herbáceas, savânicas e florestais. As plantas são xerófilas, adaptadas ao clima semiárido (quente, menor índice pluviométrico e secas prolongadas) e a solos pouco desenvolvidos. Muitas plantas são caducifólias ou decíduas, isto é, perdem a folhagem para reduzir a transpiração e armazenar água. Algumas apresentam parênquima aquífero para armazenagem de água nos caules. Em outras ocorrem sistemas radiculares profundos para alcançar o lençol freático. 2. No caso de Petrópolis, o clima é Tropical de Altitude, as maiores altitudes da região da Serra dos Órgãos, integrante dos Planaltos e Serras de Leste e Sudeste, faz com que as médias de temperatura sejam menores ao longo do ano, principalmente as mínimas. No Rio de Janeiro, o clima é Tropical Litorâneo, Atlântico ou Úmido, a cidade está localizada em grande parte na Planície Litorânea com menores altitudes, assim as temperaturas são mais elevadas. As massas de ar que exercem mais influência no estado do Rio de Janeiro são a MTA (Massa Tropical Atlântica) e MPA (Massa Polar Atlântica). 3. O tipo de chuva característico dos arredores de Quinault Ranger é a chuva orográfica ou de relevo que se dá em razão do ar quente e úmido formar nuvens que se precipitam somente na vertente oceânica (barlavento). Na vertente interior (sotavento) não chove porque a montanha força a ascensão das nuvens que se resfriam perdendo a capacidade de saturação e precipitação. 4. Quanto ao ciclo da água, uma diferença importante é que em ambiente não urbano (rural ou natural), o escoamento superficial da água é menor, uma vez que a vegetação intercepta, favorece a infiltração e absorve uma quantidade maior de água. Em ambiente urbano, com a impermeabilização do solo por concreto e asfalto, o escoamento superficial da água é maior, devido à diminuição da infiltração, o que favorece a ocorrência de enchentes. Outra diferença importante está na infiltração, em ambiente não urbano é maior, alimentando o lençol freático, propiciando maior quantidade de água subterrânea. No ambiente urbano, com menor infiltração, ocorre o rebaixamento do lençol freático,diminuindo a quantidade de água subterrânea. 5. a) Os dados representados nos gráficos não apoiam a afirmação, haja vista que áreas de pastagens e outras áreas tiveram maior expansão do que áreas de lavouras. Isso decorre do fato de que a partir do século XVIII, o espaço geográfico passa a ser produzido a partir das demandas da Revolução Industrial ampliando as áreas das cidades e reduzindo as áreas de florestas primárias. b) Embora a área ocupada pelo gelo tenha se mantido inalterada no intervalo de tempo demonstrado no gráfico, mantidas as condições ambientais desse início do século XXI, a tendência será de redução da área, em razão da intensificação da emissão dos gases estufa e redução das áreas de florestas primárias. 6. a) O crescimento reduzido da grama e arbustos corresponde ao inverno que no clima tropical é caracterizado por médias térmicas mais baixas e pluviosidade menor. b) Outro fator ambiental característico do inverno é a redução da luminosidade solar que por sua vez reduz a fotossíntese resultando em menor crescimento das plantas. 7. a) A possível relação das cheias do rio Negro e seu regime de alimentação resultam da localização de sua bacia hidrográfica na área equatorial dominada por massas úmidas que resultam em elevada pluviosidade na região. b) A cidade de Manaus está situada na foz do rio Negro e, portanto, área de maior descarga fluvial da bacia hidrográfica. 8. a) Os abatimentos da crosta associados às falhas são causados por deslocamentos tectônicos no sentido vertical (epirogenia) resultando na formação de falhas. Nessas áreas se formam as bacias sedimentares em razão da deposição do material erodido das áreas mais elevadas nas áreas mais rebaixadas. b) Os recursos minerais fósseis, cuja formação está associada à sedimentação, são os encontrados nas bacias sedimentares, como é o caso do carvão mineral, xisto pirobetuminoso, petróleo e gás natural. 9. A forma identificada pela seta é uma planície, cujo processo de formação se dá pela sedimentação do material erodido ao entorno. As planícies podem ser classificadas como: litorâneas ou costeiras, formadas pela deposição de sedimentos marinhos; fluvial, formada pela sedimentação do curso de água; lacustre, formada pela sedimentação de lagos. 10. a) A porção do litoral onde está localizado os Lençóis Maranhenses tem clima tropical. A região é repleta de dunas (fixas e móveis), cujo processo de acumulação de areia e movimentação é conduzido pela ação do vento. No verão chuvoso, as lagoas ganham maior volume de água. No inverno seco, as lagoas perdem água e algumas secam. b) Entre os recursos energéticos com grande potencialidade na região, podemos citar a energia eólica devido à elevada velocidade e frequência dos ventos, e energia solar em decorrência de acentuada insolação. A energia maré motriz também tem potencialidade no Maranhão devido à expressiva diferença entre maré alta e baixa em vários pontos do litoral.