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Texto 2 - Karl Marx - Resenha - Juliana Simões

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Universidade Federal Fluminense
Curso: Bacharelado em Psicologia
Professor: Tulio Cunha Rossi
Aluna: Juliana da Silva Vilar Simões
MARX, K. O Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Expressão Popular,2008, pp. 9-69.
O Manifesto do Partido Comunista é uma obra que expõe os ideais de um dos nomes mais importantes da história da contemporaneidade: Karl Marx é um dos pais da sociologia e apresenta um ponto de vista revolucionário acerca das relações sociais contemporâneas pós industrializadas.
O capítulo primeiro desta obra discorre acerca do antagonismo social entre as relações burguesas e do proletariado. Karl Marx diz que a história das sociedades é uma história de lutas de classes. Nesse sentido, o autor faz uma análise histórica da relação de submissão de uma classe sob a outra. Dentro dessa análise são citadas as relações patriarcais do Império Romano, as relações feudais da Idade Média, até a grande revolução burguesa que modificou drasticamente a lógica desse ordenamento. “A burguesia rasgou o véu comovente e sentimental do relacionamento familiar e o reduziu a uma relação puramente monetária.” (MARX, 2008, p. 15). 
Nesse sentido, essa nova categoria social modificou as relações sociais e as resumiu em transações financeiras e comerciais. Nesse contexto, os mecanismos de trabalho continuaram a sofrer profundas transformações. Os ofícios simples e manuais foram substituídos por máquinas e processos fabris. Assim, a indústria começa a se tornar a grande protagonista. Nesse cenário, surge, então, o proletariado, a classe antagonista à burguesia, e aos poucos sua constituição vai se condensando em suas numerosas nuances. Dentro dessas novas relações, surgem novos integrantes em sua composição; crianças e mulheres também começam a serem inseridas nesse condicionamento. Toda essa massa trabalhadora é submetida aos processos operacionais, que por sua vez, se alimentam da vulnerabilidade desse grupo para explorá-los e coloca-los em condições degradantes de trabalho. 
Nesse desencadeamento, esses trabalhadores começam a se associarem para lutarem pelos seus direitos e garantirem o mínimo de dignidade. Karl Marx diz que a mais valiosa vitória da classe operária é a sua união. Dentro desse entrelaçamento, assim como foi na transição da nobreza para a burguesia, uma pequena fração burguesa se alia à causa operária. E dentre tantas nuances dessa esfera subvalorizada, nascem diversas frentes, ora reacionárias, ora revolucionárias.
O capítulo segundo dessa obra, correlaciona os interesses da massa operária aos interesses do comunismo. Nesse sentido, o autor coloca que a parcela mais decidida e mais dedicada dos partidos operários, dizem respeito aos comunistas. Essa parcela, possui objetivos bem claros e revolucionários, dos quais estão inseridos: a constituição do proletariado em classe e a derrubada da burguesia do poder político pelo proletariado.
Ao decorrer deste capítulo, o autor faz diversas observações acerca dos questionamentos relacionados ao movimento comunista. Nesse sentido, Karl Marx defende a abolição da propriedade privada, tal afirmação gera grande repercussão, visto que essa condição é uma das principais características dentro da sociedade capitalista. Dentro dessa concepção, o autor expressa uma observação para que as pessoas reflitam: “Vocês se horrorizam com o fato de que queremos abolir a propriedade privada. No entanto a propriedade privada foi abolida para nove décimos dos integrantes de sua sociedade.” (MARX, 2008, p. 15). 
A tomada do domínio político pelo proletariado é uma das pretensões mais potentes do comunismo. Nesta obra, foram listadas dez medidas das quais poderiam ser generalizadas para países mais avançados. Todas essas medidas visam a supressão do antigo ordenamento político e social das classes dominantes. Essa nova lógica, sugere o fim das desigualdades sociais em prol de um livre desenvolvimento para todas as pessoas.
Dito isto, a obra começa a descrever características dos tipos de socialismos que surgiram ao decorrer da ruptura do domínio feudal para o domínio burguês. Entre todas as suas formas, as primeiras representações do socialismo, surgiram em geral, como uma força reacionária. A partir do Socialismo e o Comunismo crítico-utópico, inicia-se uma busca por estudos sociais que possam colocar a classe do proletariado em discussão. No entanto, o autor salienta, que os pioneiros dessa categoria, em muitos sentidos foram revolucionários, mas os discípulos por visarem uma conciliação ao invés de se disporem à conflitos contra a burguesia, tornaram-se também reacionários.
Nas últimas considerações, a obra expõe que os comunistas apoiam todos os movimentos sociais revolucionários contra as condições políticas e sociais impostas. Nesse sentido, a frente comunista visa fortalecer a união e articulação do proletariado, a fim de que o mesmo possa alcançar, aos poucos, mais adeptos e assim constituir e concretizar o seu maior objetivo: a revolução da classe operária.

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