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Eletrotermofototerapia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Aline Azevedo Caniçais Revisão Textual: Prof.ª Me. Natalia Conti Correntes Polarizadas e Alta Frequência • Introdução às Correntes Polarizadas; • Corrente Galvânica ou Polarizada; • Corrente Microgalvânica; • Microcorrentes (MENS); • Introdução à Alta Frequência. • Proporcionar aos profi ssionais de estética um conhecimento mais amplo dos concei- tos, aplicabilidades, parametrização e técnicas de aplicação desse tipo de corrente empregada na estética; • Trabalhar de forma correta e segura com essa terapia e equipamentos mais utiliza- dos nos tratamentos. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Correntes Polarizadas e Alta Frequência Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência Introdução às Correntes Polarizadas As correntes elétricas polarizadas fazem parte de outro grupo de correntes elétri- cas terapêuticas bastante utilizadas nos tratamentos estéticos. Diferente das corren- tes despolarizadas que tratamos anteriormente, que possuíam polaridade positiva e negativa dispostas de modo alternado e que eram classificadas de acordo com sua frequência, essas possuem fluxo unidirecional, ou seja, a carga elétrica flui numa única direção. Nas correntes polarizadas os elétrons dirigem-se do polo negativo para o positivo e, então, temos manutenção da polaridade durante a aplicação, ou seja, agora a escolha da polaridade é importante para se obter determinado fim terapêutico, que vamos discutir adiante. Entre os efeitos promovidos por esse tipo de corrente, destacamos os efeitos polares que são desencadeados na superfície da pele em que se encontram posicio- nados os eletrodos. Os tecidos biológicos possuem íons positivos e negativos, que são movimentados (movimento iônico) naturalmente para ajuste de potencial de membrana, entre outros. Essa grande quantidade de íons dissolvidos nos líquidos corporais pode ser submetida à movimentação quando se aplica um campo elétrico polarizado (corrente polarizada) sobre a pele, gerando uma série de efeitos físicos e químicos no tecido. É produzida uma série de efeitos decorrentes desse movimento iônico, que vai desde uma drenagem de edemas, até permeação de ativos (ionizados, ou seja, que possuem polaridade definida), efeito descontaminante (bactericida e fungicida), es- tímulo vasodilatador (aumento da circulação sanguínea) e irritativo sobre o tecido (podendo produzir um processo inflamatório para ativação do reparo e regenera- ção tecidual), efeito cicatrizante e analgésico, entre outros. Para cada fim terapêutico, existe uma corrente e/ou modo de corrente que se adequa melhor para o propósito, no que se diz respeito à forma de entrega da corrente elétrica para o tecido, nível de intensidade, variação de polaridade, entre outros. Por isso, denominamos as correntes em: Galvânica (ou Polarizada), Micro- galvânica e Microcorrentes. Discutiremos a seguir cada uma das indicações terapêuticas com finalidade estética. Corrente Galvânica ou Polarizada “Corrente contínua monofásica, que se diferencia das correntes alternadas pela manutenção da polaridade em seu uso”. A intensidade da corrente é dada em miliaméres (mA), ou seja, suficiente para atingir limiar sensorial e se produzir um estímulo (formigamento leve) durante a aplicação. Por apresentar grandes efeitos polares devido à intensidade e manutenção da polaridade local, pode desencadear alguns efeitos colaterais quando não bem mi- nistrada (intensidade muito alta e tempo inadequado), como a queimadura local. 8 9 Por isso, a indústria, ao produzir os mais recentes equipamentos de correntes po- larizadas, acabou por “alterar” a corrente da forma contínua para a forma “revitali- zada”. Isso significa que, agora, a corrente acaba por possuir um “recorte” (pulsos) durante a administração, mantendo a mesma eficácia, mas minimizando os efeitos colaterais indesejáveis (como a queimadura) e melhorando o conforto durante a aplicação. Portanto, a corrente Galvânica hoje chamada de Polarizada, possui em média 8.000 pulsos por segundo, como vemos a seguir: Figura 1 – Corrente polarizada revitalizada em 8.000Hz – modo positivo Figura 2 – Corrente polarizada revitalizada em 8.000Hz – modo negativo Essa corrente é utilizada para a técnica de Ionização/Iontoforese, Desincruste e Eletrolifting não-invasivo (sem agulha), que veremos a seguir. Ionização/Iontoforese Ionização ou Iontoforese é o nome dado à técnica em que utilizamos a corrente polarizada para administração subcutânea de ativos que serão utilizados com algum propósito terapêutico. A finalidade terapêutica, ou seja, indicação, depende do produto que será utilizado. O mercado cosmético hoje disponibiliza uma série de produtos a para uso nessa técnica e com diversas indicações. Muitos estudos são produzidos para se conhecer melhor quais ativos são viáveis nesse tipo de aplica- ção, níveis de permeação (profundidade e que células alvo atingem), tempo de ação e eficácia, etc. Existem produtos que são utilizados com foco lipolítico (tratamento 9 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência da gordura localizada), para tratamento da flacidez de pele, tratamento de man- chas, para cicatrização, entre tantos outros. Para escolha do produto e execução da técnica, devemos conhecer um princípio básico da física que diz: “polos semelhantes se repelem e polos opostos se atraem”. Portanto, somente permeamos ativos com polaridade definida! Importante! Os cosméticos utilizados devem ser ionizáveis (polaridade definida e referida na emba- lagem do produto) e solúveis em água (veículo à base de água). Importante! Então, diante do campo elétrico da corrente, os ativos são movimentados de acordo com sua polaridade e permeiam no tecido por meio da “eletrorrepulsão”. Ativos positivos e negativos serão permeados, desde que sejam colocados sob o eletrodo que apresente a mesma carga elétrica. Então, ativos positivos deverão ser exclusivamente colocados sob o polo positivo, e os negativos somente no polo negativo, somente assim ocorrerá uma “eletrorrepulsão” de íons de polaridade semelhante através da pele. Figura 3 – Correntepolarizada revitalizada em 8.000Hz – modo negativo Fonte: Acervo do Conteudista Efeitos da aplicação da corrente polarizada e da iontoforese na gordura localizada em mu- lheres, disponível em: https://goo.gl/AH9ixdEx pl or Técnica de aplicação A Ionização/Iontoforese pode ser utilizada em tratamentos faciais e corporais. Podemos fazer escolha de uma das duas técnicas de aplicação possíveis: aplicação fixa e aplicação móvel. Na aplicação fixa, os eletrodos são de alumínio, tipo placa, que são colocados no interior de uma esponja umedecida (que conduzirá a corrente elétrica). O ele- trodo ativo (aquele onde o produto com ativo de polaridade definida será colocado) 10 11 deve ser colocado sobre o local de aplicação desejado (exemplo: coxa) e o eletrodo passivo em um local próximo. Os eletrodos devem estar equidistantes entre si, isto é, a distância entre eles deve ser maior que a maior dimensão do eletrodo, evitando irritação e/ou queimadura química. Essa técnica é a que mais utilizamos nos trata- mentos corporais! Na aplicação móvel, o eletrodo ativo é o rolinho (podendo este ser facial ou corporal) e o eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embe- bido em água que deve ser fixo próximo à região tratada. O cosmético é gotejado sobre a pele e o rolinho é deslizado sobre ele sua penetração. Figura 4 – Aplicação fi xa Fonte: Divulgação Figura 5 – Aplicação móvel Fonte: Divulgação Importante! Se queremos permear um ativo “positivo”, devemos colocá-lo sob o eletrodo ativo da mes- ma polaridade, para então ocorrer a eletrorrepulsão (cargas semelhantes se repelem) e en- tão, permear no tecido. Portanto, é muito importante conhecer a polaridade do produto e promover sua colocação sob o eletrodo da mesma polaridade. Isso é fundamental para que a técnica seja efetiva! Em Síntese Existem equipamentos no mercado em que a polaridade do eletrodo ativo é ajustada di- retamente no display do equipamento e outros cuja polaridade é de acordo com a cor do terminal do cabo (sendo: positivo, vermelho; negativo, preto). Essas questões são descritas no manual do equipamento. Ex pl or Desincruste Desincruste é o nome dado à técnica em que utilizamos a corrente polarizada para administração subcutânea de um tipo de ativos que é utilizado com um pro- pósito terapêutico definido: facilitar a retirada do excesso de secreção sebácea da superfície da pele. Chamamos de limpeza de pele profunda ou desincrustação. 11 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência A corrente elétrica permeia ativos específicos que realizam “saponificação” (efeito detergente), ou seja, ao permear na pele e entrar em contato com o sebo (ácidos graxos), realizam eletrólise, uma reação eletroquímica que transforma esse sebo em sabão, que vai até a superfície da pele onde é facilmente removido. Técnica muito utilizada em tratamento de acne e limpeza de pele, tanto em homens como em mulheres, deve ser cuidadosamente selecionada e incluída no tratamento, com uma avaliação completa do paciente e observação da resposta terapêutica individual, para que não haja efeito rebote (como existe grande remoção sebácea, o corpo pode entender que é necessário produzir mais, e então o quadro piora). Ex pl or Técnica de aplicação O desincruste pode ser utilizado em tratamentos faciais (mais comum) e corpo- rais (região dorsal e colo). A técnica consiste em um eletrodo ativo que chamamos de caneta, com uma ponteira tipo gancho, que deve ser envolvida com algodão e embebida na substân- cia desincrustante, sem que a parte metálica entre em contato com a pele, para que não ocorra queimadura. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embebida em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local de tratamento. Figura 6 – Desincruste Fonte: Divulgação Existem equipamentos no mercado em que a polaridade do eletrodo ativo é ajustada di- retamente no display do equipamento e outros cuja polaridade é de acordo com a cor do terminal do cabo (sendo: positivo, vermelho; negativo, preto). Essas questões são descritas no manual do equipamento. Ex pl or 12 13 Eletrolifting não-invasivo Técnica que utiliza a corrente Polarizada para atenuação de rugas superficiais e linhas de expressão por meio de uma irritação cutânea promovida pelo efeito vaso- dilatador e irritativo com aumento da permeabilidade do vaso que o polo negativo da corrente produz no tecido. A partir desse processo inflamatório local e contro- lado, estimulamos os fibroblastos (células que produzem todos os componentes da matriz extracelular, entre eles colágeno e elastina) para recuperação da área. Técnica muito utilizada em pacientes que são sensíveis aos tratamentos com uso de agu- lhas. Para potencializar o efeito da técnica, costumamos fazer uso de ativos como fatores de crescimento, entre outros, logo em seguida à técnica. Ou até mesmo uso de terapia combinada com outros equipamentos como vacuoterapia, microdermoabrasão, radiofre- quência, entre outros. Ex pl or Técnica de aplicação O eletrolifting não-invasivo é utilizado em tratamentos faciais, principalmente em rugas frontais, glabelares, periorbiculares e nasogenianas. A técnica de aplicação consiste no uso de um eletrodo ativo que é a caneta com uma ponteira específica. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embebida em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local de tratamento. Na aplicação, não se utiliza nenhum tipo de produto associado. A polaridade negativa deve ser utilizada no eletrodo ativo, afim de que o efeito vasodilatador e irritativo aconteça. Então, deve-se realizar uma escarificação (fric- cionar) sobre as rugas e linhas de expressão até atingir uma hiperemia e eritema local. O tempo é variável de paciente para paciente. Figura 7 – Eletrolifting Fonte: Divulgação 13 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência Corrente Microgalvânica Corrente contínua monofásica (assim como a Galvânica), que se diferencia das correntes alternadas pela manutenção da polaridade em seu uso. A intensidade da corrente é dada em microampéres (µA), sendo mil vezes menor que a galvânica, ou seja, não é suficiente para atingir limiar sensorial, por isso é considerada subsensorial. A microgalvanopuntura é utilizada em uma técnica chamada “Eletrolifting com agulha” ou então “Microgalvanopuntura”. Figura 8 – Corrente microgalvânica – modo positivo Figura 9 – Corrente microgalvânica – modo negativo Eletrolifting com agulha (Microgalvanopuntura) Técnica utilizada no tratamento de estrias e rugas mais profundas. Consiste no uso dos efeitos fisiológicos da corrente Galvânica de baixa intensidade na polarida- de negativa (vasodilatador, irritativo, com aumento de permeabilidade da membra- na) associada a trauma da agulha. O estímulo físico da agulha (trauma da punturação) associada a corrente po- larizada produz um processo inflamatório local, de modo a gerar hiperemia e edema e, consequentemente, ativação fibroblástica com deposição de colágeno e elastina local. 14 15 Técnica de aplicação A técnica pode ser utilizada em região corporal (estrias) e facial (rugas). Para a aplicação, utilizamos uma caneta com uma ponteira específica e uma agulha co- nectada à ponteira; esse é o eletrodo ativo, que deve ter a polaridade negativa de- finida. O eletrodo passivo é o eletrodo de alumínio com esponja vegetal embebida em água, que deve ser colocado em uma região próxima ao local de tratamento. Na aplicação, não se utiliza nenhum tipo de produto associado. Figura 10 Fonte: Divulgação Microcorrentes (MENS) O termo MENS é uma abreviação de “Microcurrent Electrical Neuromuscular Stimulation”. Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza corrente de baixa frequência, polarizada (geralmente com inversão automática da polaridade) com intensidade na faixa dos microampères. Não ativa fibras nervosas sensoriais subcutâneas e o paciente não tem percepção da sensaçãodo estímulo, sendo con- siderada uma corrente “subsensorial”. Figura 11 – Corrente MENS – modo de inversão automática da polaridade A MENS é tratada como uma corrente que imita os sinais bioendógenos/ bioelé- tricos teciduais, de modo a favorecer a homeostasia (equilíbrio) do tecido e normalizar 15 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência suas funções. Portanto, os efeitos fisiológicos da corrente incluem: reestabelecimento da bioeletricidade tecidual, aumento da síntese de ATP, transporte ativo de aminoá- cidos, síntese de proteínas e ação no sistema linfático. Um tecido traumatizado/lesionado apresenta uma maior resistência à passagem da corrente endógena. Com isso, o processo de cura é diminuído. A aplicação da MENS nessas condições faz com que a resistência capacitiva local seja diminuída; com isso, a bioeletricidade tecidual é recuperada (a corrente bioendógena volta a passar no tecido), sendo, então, reestabelecida a homeostasia. A MENS também possui a capacidade de aumentar a produção de ATP em até 500%. O ATP (Adenosina Trifosfato) é a moeda energética das células e, por isso, res- ponsável pela produção também de proteínas e fibras. Com esse aumento produzido pela aplicação da MENS, temos como resultado ativação de todo processo energético celular e uma ativação de suas funções, contribuindo, por exemplo, por um aumento do transporte ativo de aminoácidos para o interior da célula e maior formação de proteínas (em torno de 40%). Todos esses fatores associados contribuem em todo pro- cesso de reparo e regeneração celular. Também são observados efeitos relacionados à ativação linfática, com redução de edema local, analgesia, entre outros. Portanto, podemos resumir os efeitos terapêuticos em: promoção da analgesia (melhora da dor), aceleração do processo de reparação tecidual, controle inflama- tório, efeito bactericida (por isso muito utilizada em lesões infectadas), redução de edema e relaxamento muscular. Ação da microcorrente no envelhecimento cutâneo, disponível em: https://goo.gl/JWyeKu Uso de microcorrentes na cicatrização tecidual, disponível em: https://goo.gl/9VkwDq Aplicação da microcorrente como recurso para tratamento de úlceras venosas: um estudo piloto, disponível em: https://goo.gl/RXDURP Ex pl or Indicações Nos tratamentos estéticos, utilizamos em tratamentos de revitalização cutânea (devido à ativação do metabolismo celular, com resposta fibroblástica – aumento de colágeno e elastina); tratamento da acne (devido ao efeito bactericida, controle inflamatório, descongestão tecidual); em pré e pós-operatório de cirurgias plásticas (por meio da ativação circulatória e contribuição no processo de reparo e regene- ração tecidual); recuperação pós peeling (efeito cicatrizante e reparador) e cansaço muscular facial (relaxamento muscular). Técnicas de aplicação Existem algumas formas de aplicação das MENS que se baseiam na área de aplicação (facial ou corporal), podendo ser dinâmica ou estática (fixa). Como se trata de uma corrente subsensorial, o método é indolor e não invasivo. 16 17 Aplicação estática Nesse caso, utilizamos eletrodos convencionais, como de silicone-carbono e au- toadesivos. Esses promovem maior concentração de energia local, por manuten- ção da corrente em um ponto fixo e, então, com a possibilidade de uma maior eficácia terapêutica. Essa técnica é muito utilizada em tratamentos de cicatrização, principalmente de lesões corporais; também utilizada em tratamentos faciais quando há concentração da alteração em uma área específica e delimitada (exemplo: tratamento de acne). Mantemos a região acometida no centro dos eletrodos. Podemos, também, re- alizar a técnica cruzada (nesse caso, cruzamos dois canais de saída) para atender uma área maior de tratamento. Figura 12 – Aplicação estática Fonte: Divulgação Aplicação dinâmica Essa é uma das técnicas mais realizadas na aplicação das MENS, pois associa os benefícios da corrente aos movimentos mecânicos com canetas específicas. Cada movimento corresponde a uma ação que se deseja no tecido. Utilizamos eletrodos tipo bastões (para tratamentos corporais) e canetas com ponteiras tipo “martelinho” nos tratamentos faciais ou em áreas mais delimitadas. Como se trata de uma técnica dinâmica em que não há um tempo grande de per- manência de um eletrodo na área de tratamento e nem constância, há uma menor concentração da corrente. Porém, na prática clínica a associação dos movimentos + correntes elétricas é a mais realizada com bons resultados clínicos. Em relação aos movimentos realizados, possuem algumas particularidades: movimentos ascendentes, no sentido das fibras musculares; movimentos em “S”, como “cobrinhas”; também se realiza o “encurtamento” ou “aproximação” das ex- tremidades, mantendo uma caneta na origem muscular e outro na inserção e, fazer com que o eletrodo da inserção se aproxime da origem e vice-versa; movimentos 17 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência em forma de pinçamento também costumam ser realizados, buscando-se estímulos circulatórios locais. Com os eletrodos tipo bastão, aplicamos a técnica dinâmica em áreas maiores, como regiões corporais (abdomen, coxas, glúteos), pescoço e colo. Nesse caso, o movimento associado é de deslizamento. Figura 13 – Aplicação dinâmica Fonte: Divulgação Figura 14 Fonte: Divulgação Parâmetros É necessário o ajuste de alguns parâmetros no equipamento de acordo com o objetivo terapêutico. Entre eles: • Frequência: varia de 0,1 a 1.000 Hz. Está relacionada à profundidade de ação da terapia: quanto menor, maior a penetração; Tabela 1 Frequência Plao de atuação 0,1 Hz Reparação óssea 0,5 – 50 Hz Muscular 100 – 150 Hz Tecido subcutâneo 200 – 250 Hz Derme Reticular 300 Hz Derme Papilar 500 Hz Epiderme • Intensidade: como se trata de uma corrente subsensorial, o terapeuta deve ajustar a intensidade de acordo com o objetivo terapêutico, sendo: Tabela 2 Intensidade Plao de atuação 150 uA Estimulação 300 uA Nutrição (Estimulação Vascular) 500 uA Normalização (Ajustar potencial de membrana) 750 uA Bioinibição 18 19 Introdução à Alta Frequência A terapia por alta frequência consiste na aplicação de uma corrente alternada de alta frequência em um eletrodo indutivo de vidro em diversos formatos; e no interior desse eletrodo há um gás (que pode ser árgon, neônio ou xênon). A bobina que produz a corrente excita esse gás no interior do eletrodo de vidro e, ao entrar em contato com a pele que possui água (tecido biológico), realiza um faiscamento elétrico e produz ozônio (O3 – gás instável composto por três átomos de oxigênio), que possui propriedades terapêuticas. Indicações São inúmeras as possibilidades terapêuticas para a Alta Frequência. Na esté- tica utilizamos no tratamento de diversas patologias como principal técnica ou como coadjuvante. Devido à formação de ozônio, temos efeito bactericida (eliminação de bactérias anaeróbias), bacteriostático (diminui a proliferação de bactérias aeróbias) e fungici- da (eliminação de fungos). Também possui efeito oxigenante, com melhora da oxigenação celular. Efeito vasodilatador, com aumento da circulação sanguínea local. E também efeito home- ostático (cauteriza pequenos sangramentos locais e estimula a cicatrização). Portanto, é indicado para desinfecção pré e pós extração de comedões e pús- tulas, de couro cabeludo, tecidos infectados, unhas, entre outros; nos tratamentos capilares; tratamento de Acne; pós-depilação e foliculite; cicatrização de feridas e lesões. Técnicas de aplicação Devido à possibilidade de uso dessa tecnologia em diversas áreas, há grande quantidade de opções de eletrodos que se adequam ao tratamento de diversas áreas e diversas técnicas de aplicação. • Fluxação: consiste na aplicação lenta e contínua sobre a área de tratamento. Pode ser utilizada uma gaze de interface caso haja dificuldade no deslizamento do eletrodo. Promove efeito descongestionante e calmante. •Faiscamento direto: aplica-se a técnica anterior com a diferença de manter um certo afastamento da pele, com formação de faíscas elétricas mais inten- sas. Possui efeito mais estimulante. • Faiscamento indireto: o paciente segura o eletrodo saturador em uma das mãos e a caneta na outra, enquanto o terapeuta realiza movimentos na pele com as próprias mãos. Exemplo: tamborilamento, pinçamento e delizamento. 19 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência Essa técnica é bastante estimulante por associar movimentos de massagem com a terapia. • Fulguração: técnica que utiliza o eletrodo cauterizador (fulgurador) com o fais- camento direto. Muito utilizada com intuito homeostático e cicatrizante. Figura 15 Fonte: Divulgação 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Eletroterapia explicada – princípios e prática LOW A., REED J., WARD R., Eletroterapia explicada – princípios e prática. 4 ed. RJ: Elsevier, 2009. 14 ex. Fisioterapia dermatofunciona GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010.14 ex. Eletroterapia em estética SILVA, M. Eletroterapia em estética. São Paulo: Robe, 1999. Vídeos Beauty Face – Guia completo de alta frequência https://youtu.be/i3fCPjyJZuo 21 UNIDADE Correntes Polarizadas e Alta Frequência Referências BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Ma- nole, 2010.14 ex. KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 2003. LOW A., REED J., WARD R., Eletroterapia explicada - princípios e prática. 4 ed. RJ: Elsevier, 2009. 14 ex. SILVA, M. Eletroterapia em estética. São Paulo: Robe, 1999. SORIANO, D. Electroestética professional aplicada: teoria e pratica para la utilización de corrientes en estética. Madrid: Sorisa, 2000. ZARAGOZA, J. R. Electroestética. Madrid: Nueva Estética, 1995. 22
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