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Eletrotermofototerapia Material Teórico Criolipólise e Radiofrequência Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Aline Azevedo Caniçais Revisão Textual: Prof.ª Me. Natalia Conti • Criolipólise; • Radiofrequência. • Proporcionar aos profi ssionais de estética um conhecimento mais amplo dos con- ceitos, aplicabilidades e técnicas de aplicação desses tipos de terapias empregadas na estética; • Trabalhar de forma correta e segura, além de equipamentos mais utilizados nos tratamentos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Criolipólise e Radiofrequência Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência Criolipólise A Criolipólise consiste em uma técnica não invasiva que promove extração da temperatura com objetivo de gerar uma atrofia terapêutica no tecido adiposo (re- dução da gordura localizada). Essa vem se tornando um dos recursos terapêuticos mais populares e eficientes nos últimos anos para redução efetiva e seletiva da adiposidade localizada. É importante conhecer a história da técnica, na qual, entre 1940 a 1970, houve relatos sobre a relação da gordura com o frio que, em algumas condições, causava uma inflamação localizada da gordura, conhecida como “paniculite”. Em 1970 o termo “paniculite do picolé” surgiu depois de relatos sobre a presença de um nódulo ver- melho endurecido seguido de necrose transitória da gordura no rosto de uma criança que havia chupado um picolé, e que evoluiu para o aparecimento de uma covinha. Nádegas de crianças foram expostas a cubos de gelo e também tiveram as mesmas lesões. Outras situações de paniculite pelo frio foram vistas em cavaleiros que ficavam expostos ao frio durante cavalgadas usando calças apertadas, havendo redução de tecido gorduroso na face externa das coxas (“paniculite equestre”) e em soldados que combatiam em longos períodos em trincheiras e/ou regiões encharcadas de agua ge- lada (“pé de trincheira”). Essas observações levaram a entender que tecidos ricos em lipídios são mais suscetíveis a lesões pelo frio do que tecidos ricos em água, apontando que os adipócitos são mais suscetíveis ao frio do que a pele, nervos e músculos. Os princípios que fundamentaram o resfriamento controlado para a redução não invasiva e seletiva das células de gordura tiveram origem no Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA. Com base na paniculite do picolé, os pesquisadores iniciaram estudos sobre a paniculite induzida pelo frio e identificaram que o tecido adiposo humano pode ser preferencialmente danificado pela exposição ao frio. Essa ideia foi expandida por meio de estudos com animais para determinar se a exposição controlada do frio na pele de forma localizada poderia resultar na des- truição seletiva das células de gordura subcutânea. Então, num estudo piloto, os autores procuraram determinar a viabilidade da redução de gordura usando uma aplicação de frio. Dez áreas de um único porco foram expostas a um resfriamento de -7 graus. Três meses após a exposição, todos os dez locais demonstraram uma diminuição visível e mensurável na espessura da camada de gordura. Verificou-se, ainda, que foi possível induzir a apoptose dos adipócitos sem qualquer prejuízo para a pele sobrejacente ou estruturas internas adjacentes. A redução da camada de gordura subcutânea após uma única aplicação de frio pode chegar até 30% na área de tratamento, possível de se verificar por ultrassonografia. Sistema de Criolipólise O sistema de extração de temperatura (equipamento) é composto por um apli- cador que apresenta, em sua interface interna, uma pastilha semicondutora de energia, que recebe uma excitação elétrica e realiza extração de calor do tecido. 8 9 Essa pastilha, então, realiza uma troca de calor por outra interface com a água que, via sistema, chega ao aplicador. Assim, o calor que é extraído do tecido, passa para a outra interface da pastilha, e é resfriado pela água. Para o controle real e perfeito da temperatura (para que não haja intercorrências, como a temida queimadura), o aplicador apresenta um termostato que regula de segundo em segundo a tempera- tura local (previamente ajustada pelo terapeuta). Figura 1 – Representação de extração de temperatura pela pastilha de peltier Fonte: IBRAMED Modalidades de Criolipólise A criolipólise convencional consiste na colocação do aplicador e extração da temperatura por um tempo pré-determinado. Então, ao final do tempo, remove- -se o aplicador e realiza-se uma modalidade para auxílio da reperfusão do tecido (como a massagem local, por exemplo). Mas, existem hoje algumas modalidades e diferenciações da criolipólise convencional, como a Criolipólise de contraste. Desenvolvida e aprovada com sucesso na Espanha, a técnica é considerada uma evolução da criolipólise convencional, uma vez que, enquanto uma sessão de crio convencional chega a reduzir de 20% a 25% da gordura na área tratada, a crioli- pólise de contraste obtém até 20% a mais de resultados (40% a 45% de redução), com menos riscos de queimaduras e mais conforto para o paciente, em sessões com tempo de duração similares. Uma única aplicação da criolipólise de contraste possui redução maior e mais rápida quando comparada à convencional. A criolipó- lise de contraste proposta por Hernán Pinto e colaboradores (2014) se explica por um aquecimento anterior e posterior ao processo de resfriamento. Figura 2 Fonte: Acervo do Conteudista 9 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência Efeitos Terapêuticos e Indicações Após aplicação da técnica, são esperados os seguintes efeitos terapêuticos: • Cristalização: ao promover a extração da temperatura e mantê-la por um determinado tempo, os triglicerídeos no interior do adipócito respondem com uma cristalização, ou seja, se solidificam e perdem sua função. Figura 3 – Células isoladas de tecido adiposo de ratas Wistar expostas ao frio (8°C) por 0, 10 e 25 min) Fonte: Adaptado de Hernán Pinto, et al; 2014 • Paniculopatia lobular e apoptose: inflamação do panículo adiposo causada pelo frio. Os adipócitos então cristalizados após a reperfusão, começam a so- frer um processo inflamatório com início no terceiro dia após o procedimento, diminuindo significativamente em até 90 dias.A paniculite lobular é o elemen- to desencadeador do fenômeno da crioptose (apoptose), em que os adipócitos apoptóticos podem ser fagocitados e eliminados por macrófagos; • Reperfusão: outro aspecto fisiológico que potencializa o efeito da criolipólise sobre o tecido gorduroso é o fenômeno da reperfusão, que se caracteriza pelo restabelecimento do sangue numa área anteriormente isquêmica. Esse fenô- meno ocorre ao término do procedimento da criolipólise, pois após cessar a vasoconstrição severa causada pelo resfriamento prolongado, assim como a compressão mecânica sobre os vasos por meio de vácuo (que é utilizado para selecionar o tecido a ser tratado), a microcirculação sanguínea é restabelecida gradualmente na região tratada. Então, o retorno sanguíneo após o resfria- mento produz radicais livres (espécies reativas de oxigênio) que levariam a uma oxidação, à ativação de enzimas proteolíticas (caspases) e à morte celular adi- pócitaria. O uso de manobras de massagem imediatamente após a criolipólise, assim como outras técnicas que incrementam circulação local (no caso da téc- nica de contraste, o próprio equipamento leva ao aquecimento tecidual) é capaz de estimular a reperfusão e potencializar os resultados. No que se diz respeito à Criolipólise de contraste temos, então, algumas etapas para garantir todos esses fenômenos: 10 11 • Etapa 1: a segunda geração de criolipólise consiste em um pré-aquecimento do tecido antes de seu resfriamento, preparando a região (aumentando, por exemplo, a maleabilidade de áreas com gorduras mais compactas, como culo- tes e flancos, por exemplo). No processo de aquecimento inicial, ocorre a con- dução do calor da interface de alumínio do aplicador para o tecido subcutâneo; • Etapa 2: durante a extração de temperatura do tecido, temos a redução signi- ficativa do fluxo de sangue. O controle da extração do calor no momento do resfriamento e sua manutenção permitem maior segurança ao procedimento (por isso equipamentos que garantem a avaliação real da temperatura no pel- tier são mais seguros); • Etapa 3: nesse momento entra, então, o processo de aquecimento final, por condução do calor da superfície da placa para o tecido subcutâneo, através da pele. Geram-se assim, espécies reativas de oxigênio e ativação de enzimas proteolíticas denominadas caspases que iniciarão o processo de morte celular programada. A imediata reperfusão promove maior eficiência ao procedimen- to e minimiza a possibilidade de complicações, além de proporcionar conforto ao próprio profissional, que está dispensado de realizar a massagem manual. Estudos de análise histológica revelaram que o principal mecanismo de morte celular do adipócito induzida pelo frio é a apoptose, porém recentes designações apontam uma outra nomenclatura, a crioptose. Estudos clínicos em humanos mos- tram que a criolipólise não altera os níveis séricos de lipídios nem sobrecarrega a função hepática. As análises dos nervos periféricos expostos ao frio não mostraram nenhuma anormalidade após o tratamento. Técnica de Aplicação A criolipólise pode ser aplicada em qualquer área que tenha acúmulo de gordura e que o terapeuta consiga acoplar o manípulo de forma efetiva. Confira no link a seguir as seguintes regiões de aplicação. Regiões de aplicação, disponível em: https://goo.gl/DCW7m3 Ex pl or De acordo com o tamanho da área e a quantidade de gordura, deve-se escolher então o tipo e tamanho de aplicador: • Aplicador pequeno: destinado ao tratamento de gordura localizada em áreas pequenas, tais como: braço, papada, prega axilar, região dorsal e região pubiana; • Aplicador médio: destinado ao tratamento de gordura localizada em algumas regiões de médio tamanho, tais como: abdômen superior, flancos, cintura, coxa e culote; • Aplicador grande: destinado ao tratamento de gordura localizada em grandes regiões tais como: abdômen inferior; 11 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência • Aplicador mini: destinado ao tratamento de gordura localizada em regiões muito pequenas como papada, região pré-axilar e pubiana; • Aplicador plano: destinado ao tratamento de gordura localizada em regiões de difícil sucção como braço, culotes, flancos e abdômen; • Aplicador Full Freeze: destinado ao tratamento de gordura localizada em regiões de médio e grande tamanho, tais como: abdômen superior e inferior, flancos, cintura e coxas. Figura 4 – Aplicador pequeno Fonte: Divulgação Figura 7 – Aplicador mini Fonte: Adaptado de Divulgação Figura 5 – Aplicador médio Fonte: Divulgação Figura 8 – Aplicador plano Fonte: Adaptado de Divulgação Figura 6 – Aplicador grande Fonte: Divulgação Figura 9 – Aplicador Full Freeze Fonte: Divulgação Após a escolha do aplicador, higienize a pele e demarque a região de tratamento com uma caneta demográfica. Acomode confortavelmente o paciente com a área a ser tratada exposta. Proteja a região com uma manta protetora descartável e de uso individual. Posicione o aplicador na região a ser tratada e inicie o processo de sucção do vácuo (caso seja o aplicador plano, essa etapa não se faz necessária). Inspecione a manta e verifique qualquer dobra ou irregularidade. Certifique-se que toda a prega cutânea dentro do aplicador esteja protegida pela manta. Após o tér- mino da aplicação, interrompa a sucção e remova o aplicador. Atente-se às sensações descritas pelo paciente, acompanhando todo o procedimento. 12 13 Figura 10 Fonte: Acervo do Conteudista Parâmetros São necessários alguns ajustes de parâmetros para que se obtenha a programa- ção correta da modalidade de criolipólise escolhida. São eles: • Modo de emissão do vácuo: varia em contínuo e pulsado. O modo pulsado é indicado no início e no final da terapia, para estimular o massageamento do tecido. O modo contínuo é indicado no modo de resfriamento. A pressão costuma variar de 0 até -70 Kpa ou -550 mmHg. A sucção é subjetiva, de- vendo manter a pele dentro do aplicador, cobrindo as placas, suficientemente confortável para o paciente. Pode-se iniciar com um nível mais alto e diminuir ao longo do tratamento; • Temperatura de aquecimento: quando escolhido o modo de contraste, é necessário ajustar. Costuma-se utilizar entre 38 e 40ºC. Em média utilizamos entre -7 a -10º; • Temperatura de resfriamento: há equipamentos que chegam até -11ºC. Varia-se conforme a técnica escolhida; • Tempo de aplicação: variável de 30 a 60 minutos dependendo da quantidade de tecido adiposo na região de tratamento ou a critério do profissional. Não há uma regra específica sobre o número exato de aplicações necessárias para se obter um resultado satisfatório, porém comumente são feitas em mé- dia de uma a três aplicações. Na prática clínica, identificamos que apesar de se verificarem resultados satisfatórios em uma única aplicação (em alguns pacien- tes), muitos terapeutas optam por submeter a mais um ou dois atendimentos na busca de melhores resultados. O resultado se inicia desde o primeiro dia, mas é válido ressaltar que a partir do 14º dia após a criolipólise, os macrófagos começam a envolver e digerir os corpos apoptóticos. O resultado final só é alcançado a partir de 30, 60 dias (às vezes, até 90 dias). 13 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência Contraindicações • Lipoaspiração ou qualquer outro procedimento cirúrgico na área, nos últimos 6 meses; • Crioglobulinemia; • Hemoglobinúria paroxística ao frio; • Síndrome de Sjögren; • Lúpus Eritematoso Sistêmico; • Doença de Reynaud; • Urticária ao frio; • Feridas abertas ou infectadas; • Gravidez; • Hérnia na região; • Neoplasia ou tumor; • Excesso de gordura visceral; • Hipovitaminose D. Radiofrequência A radiofrequência é, hoje, considerada a principal tecnologia para tratamento da flacidez de pele. Consideramos como padrão ouro nessa finalidade terapêuti- ca, além de também estar indicada como coadjuvante no tratamento de diversas patologias. Tudo isso se dá pelo aumento controlado da temperatura local, com manutenção adequada da mesma.Considerada, então, uma termoterapia. Trata-se de uma radiação eletromagnética, formada por um campo elétrico (campo de força resultante da ação de um sistema de cargas elétricas) e um campo magnético (região invisível formada pela energia da movimentação dessas cargas) compreendida entre as frequências de 30 KHz e 3 GHz. O equipamento de radiofrequência para fins estéticos utiliza-se de uma corrente elétrica alternada sinusoidal bifásica, de alta frequ- ência e média intensidade, que irá se compor em um campo elétrico e um magnético, oscilando perpendicularmente um ao outro em direção à propagação de energia. Figura 11 Fonte: Acervo do Conteudista 14 15 Efeitos Terapêuticos e Indicações A radiofrequência tem como finalidade a elevação da temperatura tecidual a ní- veis que possam favorecer respostas fisiológicas. A RF age por conversão, ou seja, converte uma energia eletromagnética em efeito térmico, à medida que a energia está sendo absorvida pelos tecidos. As camadas da pele resistem à passagem da corrente e, dependendo da sua resistência, pode se aquecer em variados graus. O nível de penetração depende tanto do aspecto físico do equipamento, como de algumas propriedades teciduais. A passagem da RF pelo tecido pode produzir uma série de fenômenos que deri- vam do aumento de temperatura. Temos, então, a rotação dos dipolos: as molécu- las de água (bipolares), quando expostas à RF, rotacionam na mesma frequência do campo eletromagnético aplicado. Causam um atrito entre os tecidos, produzindo calor. A energia penetra em nível celular, na epiderme, derme e hipoderme e al- cança inclusive as células musculares. – – – – + + + + + + + + – – – – + – + – + –+ – + – + – Figura 12 Temos, então, a manifestação de um efeito energético e térmico. O efeito ener- gético corresponde à facilitação de reações químicas, que permite uma maior movi- mentação entre os íons através da membrana lipoprotéica e facilitando, portanto, a transformação de ADP em ATP. O efeito térmico se dá por movimentação dos íons e seus atritos e choques entre si, onde é gerada uma hipertermia local, com aumento no fluxo sanguíneo e, com isso, uma hoperoxigenação local e maior disponibilidade de nutrientes, assim como aumento da saída dos catabólitos e subprodutos celulares. Para se obter os efeitos desejados nos tratamentos de flacidez de pele corporal e facial, celulite, adiposidade localizada, estrias, cicatrizes e aderências, fibroses recentes e tardias, sequelas de acne, contraturas musculares e fibromialgia, temos os seguintes efeitos terapêuticos: • Neocolagênese e neoelastogênese: as fibras de colágeno, quando aquecidas pela RF, perdem as pontes de hidrogênio e a estrutura helicoidal e se trans- formam em uma estrutura amorfa e enrolada. Isso produz um encurtamento e engrossamento (engurgitamento) e temos, então, a “contração do colágeno”, que pode ser traduzida na pele pelo efeito “skin tightening”. O corpo respon- de à hipertermia, pela estimulação de uma proteína denominada de proteína de choque térmico (Heat Shock Proteins – HSP). A elevação da temperatura 15 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência estimula a formação de HSP-47, proteína residente no retículo endoplasmáti- co, cuja função é proteger o colágeno tipo I durante a sua síntese. Esse aque- cimento gerado no nível da derme produz um estímulo da síntese na célula dessas proteínas HSP, fazendo com que os fibroblastos reajam aumentando a produção de colágeno. O processo inflamatório gerado é intenso e passageiro, porém controlado, com presença de edema, aumento de vascularização e estí- mulo de fibroblastos, que induz à neocolagenização e reorganização das fibras colágenas e subsequente remodelamento do tecido; • Hipertermia local: com aumento na circulação sanguínea e melhora dos aportes nutricionais e oxigenativos; efeitos importantes para homeostasia teci- dual no tratamento de todas as outras patologias. Para cada indicação, se faz necessário obedecer aos parâmetros que permitem elevar a temperatura tecidual nos limites seguros, evitando respostas excessivas, as quais podem agravar o quadro, ou seja, somente utilizar o recurso quando o aumento da temperatura tecidual é permitido e quando se faz necessário. Todos os tipos de pele podem ser tratados Ex pl or Técnica de Aplicação Para uma realização adequada e segura da técnica, é necessária a preparação do paciente: • Remover todo e qualquer objeto metálico que estiver em contato direto com a pele do paciente, além de qualquer dispositivo eletrônico; • Posicionar o paciente de maneira confortável; • Preparar a área de tratamento por meio de uma higienização, delimitação da área e lubrificação com gel ou gel glicerinado (há equipamentos no mercado que orientam uso de glicerina líquida ou óleo vegetal); • Antes do início da aplicação de radiofrequência, deve-se aferir a temperatura da região a ser tratada com o termômetro infravermelho; Importante! O monitoramento da temperatura deve ser constante durante todo o tratamento para manter a temperatura nos valores desejados, devendo ser repetida ao final da aplicação. Importante! • A técnica de aplicação baseia-se no movimento linear e constante do apli- cador para que a distribuição da energia seja uniforme por todo o tempo de tratamento. O aplicador nunca deve ficar estacionado no local, havendo risco de queimadura; • Controle a sensação térmica do paciente verbalmente e regularmente durante o tratamento e também através do termômetro; 16 17 • Sensação do paciente: trata-se de um método indolor, com referência de um calor local intenso/suportável durante o procedimento, que desaparece em pouco tempo. Eritema local também pode aparecer após o procedimento, desaparecendo em até 24 horas. Alguns pacientes também referem sensação de estiramento no tecido, condição que também se resolve em algumas horas. Eff ect - Protocolo Corporal, disponível em: https://youtu.be/1ihM1S0F7sQ Ex pl or Figura 13 – Exemplo de aplicação corporal e facial Fonte: Acervo do Conteudista Parâmetros • Frequência: alguns modelos de equipamentos de radiofrequência apresentam a tecnologia multifrequencial para que o profissional tenha liberdade de esco- lher em que tecido alvo deseja concentrar a energia. Frequências como 0,6, 1,2 e 2,4 MHz costumam ser as mais utilizadas. Em relação à profundidade de ação, sabe-se que quanto maior a frequência, maior a atenuação nos tecidos, sendo assim, a frequência mais alta é considerada mais superficial. A frequên- cia também está relacionada à velocidade de aquecimento. Novos estudos têm mostrado que o tempo para alcance da temperatura terapêutica é um fator relevante para os resultados em cada patologia a ser tratada. Portanto, em tratamentos nos quais é necessário o alcance rápido da temperatura para se obter o efeito terapêutico desejado, deve-se trabalhar com a frequência mais alta da radiofrequência, como por exemplo, no tratamento da flacidez tissular. 17 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência E em casos onde o alcance da temperatura terapêutica deve ser lento, como no caso da celulite, deve-se utilizar frequências mais baixas. • Seleção de aplicador/ponteiras: há uma grande diversidade de aplicadores que devem ser escolhidos conforme a área e o tratamento desejado. Na ra- diofrequência resistiva o eletrodo é um condutor metálico, formando assim uma resistência. Consegue-se o aumento da temperatura com facilidade e a propagação de corrente eléctrica está limitada pela área entre os eletrodos. A principal vantagem é o controle da distribuição de corrente de RF no interior do tecido, que é limitada em volume entre os dois eletrodos. Figura 14 – exemplos de aplicadores de radiofrequência Fonte: Acervo do Conteudista • Potência/intensidade: o nível de energia a ser aplicado depende da indicação clínica e da área de tratamento; baseia-se também na constante avaliação do tecido e percepção do paciente em relação à temperaturalocal, devendo o terapeuta reajustar esse parâmetro sempre que necessário para atingir a tempe- ratura desejada. Alguns fatores podem interferir, tais como: grau de hidratação da pele, temperatura ambiente, sensibilidade do paciente, frequência e ponteira escolhida. Quando atingir a temperatura terapêutica desejada, deve-se abaixar a potência para haver somente manutenção da temperatura, não o aumento da mesma. Os equipamentos costumam apresentar potência máxima de 100W. • Temperatura terapêutica: a temperatura deve ser monitorada durante todo o tempo de tratamento com o termômetro infravermelho, para que se mantenha uma temperatura constante de acordo com o objetivo terapêutico. Exceder o limite crítico de calor (muito quente/intolerável) provoca a desnaturação com- pleta das fibras de colágeno e inclusive, morte celular generalizada, conduzindo à cicatriz. Utilizamos de 37° a 38° C para o tratamento de celulite e fibroses; 40° a 42° C para patologias em que é necessária ativação do colágeno. • Tempo de manutenção da temperatura terapêutica: relacionado com a temperatura pretendida e a patologia tratada. Geralmente mantém-se a tem- peratura terapêutica em torno de 3 a 7 minutos. • Periodicidade: pode variar de acordo com o objetivo terapêutico e avaliação do paciente. Há relatos da literatura indicando o intervalo de 07 a 21 dias entre as sessões. Normalmente, o tratamento é efetuado uma vez por semana durante pelo menos 4 a 6 semanas sucessivas nos tratamentos de gordura localizada, celulite, fibroses recentes e tardias, contraturas musculares e fibro- mialgia. No tratamento de flacidez de pele corporal e facial, estrias, cicatrizes e sequelas de acne, recomendamos a cada 15-21 dias. 18 19 Contraindicações • Gestantes; • Portadores de Marca-passo ou outros dispositivos elétricos implantados; • Pacientes que fazem uso de aparelho auditivo devem retirá-los para serem submetidos ao tratamento; • Tuberculose; • Sobre tumores malignos; • Sobre dermatoses e preenchimentos; • Doenças infecciosas agudas e inflamações agudas; • Patologias de base descompensadas; • Sobre regiões com alterações de sensibilidade. 19 UNIDADE Criolipólise e Radiofrequência Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Terapêutica em Estética BORGES, Fabio; SCORZA, Flavia. Terapêutica em Estética. 1. Ed. São Paulo: Phorte, cap 7 p.139-184, 2016. Eletrotermofototerapia AGNE, J.E (Org). Eletrotermofototerapia. Santa Maria: O autor, 2013. 448p. Vídeos Effect - Protocolo Corporal https://youtu.be/1ihM1S0F7sQ Workshop HTM - Criolipólise convencional e criolipólise de contraste https://youtu.be/BHNZTci7fL0 Leitura Contrast lipocryolysis: Pre-and post-session tempering improves clinical results PINTO, H; MELAMED, G. Contrast lipocryolysis: Pre-and post-session tempering improves clinical results. Adipocyte, v. 3, n. 3, p. 212-214, 2014. https://goo.gl/EVJADk Avaliação dos efeitos da radiofrequência no tecido conjuntivo DE CARVALHO G. F. et al. Avaliação dos efeitos da radiofrequência no tecido conjuntivo. Revista Brasileira de Medicina , v. 3, p. 10-25. https://goo.gl/g4LH2u 20 21 Referências BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções es- téticas. São Paulo: Phorte, 2006. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Ma- nole, 2010.14 ex. KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 2003. LOW A., REED J., WARD R., Eletroterapia explicada- princípios e prática. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 14 ex SILVA, M. Eletroterapia em estética. São Paulo: Robe, 1999. SORIANO, D. Electroestética professional aplicada: teoria e pratica para la utilización de corrientes en estética. Madrid: Sorisa, 2000. ZARAGOZA, J. R. Electroestética. Madrid: Nueva Estética, 1995. 21
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