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Eletrotermofototerapia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Aline Azevedo Caniçais Revisão Textual: Prof.ª Me. Natalia Conti Peelings Mecânicos e Vacuoterapia • Introdução à Peelings Mecânicos; • Microdermoabrasão; • Peeling Ultrassônico; • Introdução à Vacuoterapia. • Proporcionar aos profi ssionais de estética um conhecimento mais amplo dos con- ceitos, aplicabilidades e técnicas de aplicação desses tipos de terapias empregadas na estética; • Trabalhar de forma correta e segura, além de equipamentos mais utilizados nos tratamentos. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Introdução à Peelings Mecânicos A palavra “peeling” possui origem inglesa decorrente do verbo “to peel”, que significa descamar, pelar, desprender, de forma controlada. É uma das técnicas mais utilizadas nos procedimentos estéticos e amplamente divulgada comercial- mente. Isso porque, dependendo da profundidade e do tipo de Peeling, pode ser usado como tratamento principal, como coadjuvante ou até mesmo como forma de preparação do tecido para receber as outras terapias. Portanto, o profissional da área precisa dominar o conceito e todas as possíveis técnicas e interações que o grupo de “peelings” pode proporcionar. Os peelings podem ser classificados de acordo com a profundidade em: superfi- cial, médio e profundo. E para se conseguir essa renovação, são utilizados diversos meios: químicos, mecânicos e até mesmo pela luz. Entre os químicos temos os áci- dos e agentes abrasivos; pela luz, os lasers de alta potência; e, entre os mecânicos, esfoliantes, cristais, lixas diamantadas e ultrassônico. Nessa unidade iremos tratar dos peelings mecânicos relacionados a microder- moabrasão (peeling de diamante e peeling de cristal) e ultrassônico. Microdermoabrasão Microdermoabrasão diz respeito a um conjunto de técnicas mecânicas que pro- movem esfoliação/lixamento progressivo e controlado da pele, de modo não in- vasivo/não cirúrgico. Com esses peelings é possível gerar uma esfoliação bem superficial até algo mais profundo. Possui inúmeras vantagens por não gerar interação química com o tecido, por poder ser utilizado em todos os fototipos de pele, poder ser realizado em qualquer época do ano, permitir interação/combinação com outros tipos de peeling e até mesmo pelo custo reduzido. A microdermoabrasão pode ser realizada por meio do Peeling de Diamante ou Peeling de Cristal. O Peeling de Diamante apresenta uma caneta com orifício e uma ponteira com lixa diamantada (em várias gramaturas), que conectamos em um equipamento de sucção controlada (vácuo). Já no Peeling de Cristal, há um sistema de vácuo asso- ciado a um sistema de pulverização de cristais (óxido de alumínio) e diversos tipos de ponteiras que permitem maior ou menor evasão desses cristais sobre a pele. Independentemente da escolha do tipo de microdermoabrasão (diamante ou cristal), o tratamento possui inúmeras indicações devido aos efeitos fisiológicos que promove. Efeitos fisiológicos e indicações Devido ao lixamento promovido no tecido, remove de forma seletiva e progres- siva o estrato córneo, sem oferecer nenhum dano aos tecidos mais profundos. 8 9 Assim, temos um afinamento da pele e diminuição da função de barreira. Essa fun- ção é muito importante quando pensamos em aplicar produtos (ativos cosméticos) ou até mesmo utilizar alguma tecnologia (eletrotermofoterapia), pois a capa córnea funciona como barreira e resistência. Quando afinamos a pele, temos uma melhor permeação/penetração do que virá na sequência. Também estimulamos a renovação/regeneração celular e o crescimento epidér- mico por meio da remoção do estrato córneo, melhorando a qualidade da pele. Induzimos uma reação inflamatória local de forma controlada de modo a estimular a matriz dérmica e reparação tecidual, incrementando a produção de colágeno. Análise crítica das técnicas de microdermoabrasão por jateamento e lixamento: Revisão de Literatura, disponível em: https://goo.gl/6JQTuo Ex pl or Tendo em vista todos esses efeitos e interação com o tecido, a microdermoabra- são é indicada no tratamento de: • Cicatrizes de acne; • Irregularidades da textura da pele; • Clareamento das camadas mais superficiais da epiderme; • Envelhecimento facial (prevenção e tratamento) - rugas superficiais, linhas de expressão; • Óstios dilatados e microcomedões; • Estrias; • Cicatrizes atróficas; • Preparo da pele para outros procedimentos. Peeling de Diamante O peeling de diamante é realizado por meio de uma caneta com diversas pon- teiras diamantadas de diferentes granulometrias, e em seu centro há um orifício para sucção. Comumente encontramos ponteiras de 75, 100 e 150 micras e o li- xamento é inversamente proporcional ao número, ou seja, 75 é a mais abrasiva e a de 150 a menos abrasiva. Essa caneta é conectada a um equi- pamento gerador de pressão negati- va (vácuo), fazendo com que a pele seja suavemente sugada na direção da ponteira e, então, o profissional rea- liza um arraste/lixamento na pele por meio de movimentos controlados e bem executados. Figura 1 – Exemplo de um kit de peeling de diamante Fonte: Divulgação 9 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Existem alguns fatores que influenciam o procedimento, como: velocidade do mo- vimento, escolha da ponteira, ajuste da pressão do equipamento, pressão exercida pelo profissional e quantidade de passadas na mesma área. Técnica de aplicação Antes de iniciar a aplicação é necessário o preparo do paciente. Como se trata de um procedimento indolor, não requer anestesia tópica; em seguida, realizar lim- peza da pele com produto escolhido. Deve-se, então, determinar a profundidade de esfoliação/ nível de abrasividade pretendido com a escolha da ponteira (75, 100 ou 150 micras). Em seguida, regu- lar a intensidade do equipamento de vácuo (cada pele deve ter a pressão ajustada de maneira individual). Também determinar o número de passadas na área tratada (nesse caso, deve ser de acordo com a resposta do tecido, buscando sempre uma hiperemia/eritema). Realizar um teste em outra região (exemplo:região de antebraço) antes da re- gião escolhida. Com a realização da técnica, algumas recomendações são importantes: come- çar sempre com diamantes finos e pouca pressão de vácuo, aumentar gradativa- mente; é mais confortável para o paciente um número maior de passadas com pontas finas do que poucas passadas com pontas grossas; ao trocar uma ponta fina por uma grossa, diminuir a intensidade de vácuo; tencionar a pele com a mão livre para aplicar; as áreas com rugas, cicatrizes e hiperpigmentação, tratar depois de finalizada a esfoliação geral; orientar cuidado com exposição solar. Cada sessão dura aproximadamente entre 5 e 15 minutos. O número de sessões é variável, em geral de 4 a 10 separadas por intervalos de 1 a 3 semanas. Já na primeira sessão fica uma sensação de suavidade na pele, porém os resultados ficam mais visíveis a partir da terceira sessão e recomendam-se sessões de manutenção de acordo com o tipo de pele. Região facial A fim de trabalhar toda a região de forma homogênea, preconiza-se a aplicação em três sentidos: horizontal, vertical e diagonal, com uma passada em cada sentido. Iniciar pela região frontal (região mais sensível); girar a cabeça e fazer a boche- cha, o lábio superior e inferior deste lado; girar a cabeça e repetir na outra hemi- face; diminuir o vácuo e tratar o pescoço; diminuir ainda mais o vácuo e tratar a região peri orbital. Movimentos a serem realizados na técnica, disponível em: https://goo.gl/paKEvf Ex pl or 10 11 Figura 2 Fonte: Divulgação Região corporal Toda técnica exposta acima pode ser realizada também em região dorsal, colo, dorso de mãos, braços, conforme necessidade terapêutica. No tratamento das estrias, a técnica depende do tipo de estria (rubras ou albas) e, no caso das albas, pode ser um pouco mais agressivo. Tratamento das estrias, disponível em: https://goo.gl/bxNWh3 Ex pl or Peeling de Cristal A esfoliação/abrasão do peeling de cristal é realizada por meio de um jateamento de óxido de alumínio de forma direta na pele promovido por um equipamento que gera pressão positiva sobre a superfície cutânea, numa velocidade controlada pelo terapeu- ta. O equipamento gera, na mesma ponteira e de maneira simultânea, uma pressão negativa (sucção) para que os resquícios de cristais e o estrato córneo sejam sugados e armazenados em um recipiente. As indústrias fabricantes dos equipamentos disponibi- lizam alguns formatos de ponteiras que devem ser conectadas nas mangueiras; e cada formato permite maior ou menor jateamento de cristais. Por isso o peeling de cristal pode ser superficial ou profundo, variando de acordo com a intensidade de lixamento. Existem alguns fatores que influenciam o procedimento, como: velocidade do movimento, escolha da ponteira, ajuste da pressão do equipamento, pressão exer- cida pelo profissional e quantidade de passadas na mesma área. Figura 3 – Exemplos de aplicador e ponteiras do equipamento Fonte: Adaptado de Divulgação 11 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Técnica de aplicação Antes de iniciar a aplicação é necessário o preparo do paciente. Como se trata de um procedimento indolor, não requer anestesia tópica; em seguida, realizar lim- peza da pele com produto escolhido. Deve-se, então, determinar a profundidade de esfoliação/nível de abrasividade pretendido com a escolha da ponteira. Em seguida, regular a intensidade do equi- pamento de vácuo (cada pele deve ter a pressão ajustada de maneira individual). Também determinar o número de passadas na área tratada (nesse caso, deve ser de acordo com a resposta do tecido, buscando-se sempre uma hiperemia/eritema). Realizar um teste em outra região (exemplo: região de antebraço) antes da re- gião escolhida. A fim de trabalhar toda a região de forma homogênea, preconiza-se a aplicação em três sentidos: horizontal, vertical e diagonal, com uma passada em cada sentido. Iniciar pela região frontal (região mais sensível); girar a cabeça e fazer a boche- cha, o lábio superior e inferior deste lado; girar a cabeça e repetir na outra hemi- face; diminuir o vácuo e tratar o pescoço; diminuir ainda mais o vácuo e tratar a região peri orbital. O procedimento pode ser realizado também em áreas corporais, assim como o Peeling de Diamante. Movimentos a serem realizados na técnica, disponível em: https://goo.gl/paKEvf Ex pl or Peeling Ultrassônico O Peeling Ultrassônico consiste em um transdutor (espátula) que contém cristais piezoelétricos em seu interior, e produzem microvibrações; essas são transferidas à pele do paciente quando a espátula entra em contato com o tecido. Essa energia é gerada em uma frequência de 27KHz (ou seja, 27 mil por segundo), por isso é chamado “ultrassônico”. Figura 4 – Espátula ultrassônica Fonte: Adaptado de Divulgação 12 13 Para que a energia seja transmitida ao tecido, é necessário o uso de meio con- dutor à base de água. Com isso, temos produção de calor e microvibração no tecido aplicado, gerando uma série de efeitos fisiológicos. Piezoeletricidade é a capacidade que alguns materiais têm de transformar energia elétrica em energia mecânica e vice-versa. O termo “piezoeletricidade” provém do grego “piezein”, que signifi ca apertar/pressionar. Ex pl or Efeitos fi siológicos e indicações A energia mecânica (microvibração em alta frequência) gera atrito no tecido, que produz calor local. Essa combinação favorece efeitos como: • Emulsiona e remove o sebo da pele e é eficaz no tratamento da acne; • Prepara a pele para procedimentos sequenciais; • Aumenta a capacidade de absorção da pele (por aumento da permeabilidade da membrana); • Refresca, renova e regenera a pele; • Oxigena e hidrata a pele; • Remove impurezas e células mortas; • Ativa a microcirculação; • Favorece drenagem de edemas; • Melhora o tônus da pele (devido ao efeito mecânico que ativa os fibroblastos). E ainda apresenta vantagens como baixo custo operacional; pode ser aplicado em todos os tipos de pele, inclusive as mais delicadas (como em pacientes com Rosácea, em pós-operatórios, em acne ativa e até em gestantes); é indolor e limpa rapidamente a pele. Técnica de aplicação Antes de iniciar a aplicação, é necessário o preparo do paciente. Como se trata de um procedimento indolor, não requer anestesia tópica; em seguida, realizar lim- peza da pele com produto escolhido. Para aplicação da espátula, é necessário manter a pele umedecida durante todo o tempo de tratamento com auxílio de uma gaze com água, soro fisiológico ou até mesmo um emoliente. Existem duas formas de aplicação, que devem ser escolhidas de acordo com o objetivo terapêutico: 13 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia • Espátula a 45º: posicionar a espátula a uma angulação de 45º da pele e reali- zar movimentos de deslizamento e contínuos por toda a região de tratamento. Essa técnica é utilizada principalmente com o objetivo de renovação celular. • Dorso da espátula: inverte-se a posição da espátula e, então, o deslizamento é feito com a parte plana da mesma. Nessa técnica costumamos utilizar cos- méticos base água com ativos para que a absorção do mesmo seja favorecida. Figura 5 – Espátula a 45º Fonte: Acervo do Conteudista Figura 6 Fonte: Acervo do Conteudista As variações de intensidade do peeling ultrassônico devem ser de acordo com o objetivo terapêutico e a sensibilidade do paciente. Figura 7 Fonte: Divulgação Importante! A pele deve se manter umedecida durante todo o tempo de tratamento; deve-se limpar a espátula em intervalos regulares; realizar adequada aplicação da técnica para que não haja concentração de energia em algum ponto da espátula para que não cause descon- forto ao paciente. Importante! 14 15 Contraindicações • Lesões de acne e pústulas; • Lesões herpéticas: lesões vesículo-bolhosas provocadas por vírus (Herpes ví- rus hominis HVH); • Fragilidade capilar; • Psoríase; • Dermatites; • Diabetes Mellitus; • Eczema; • Lupus eritematoso; • Câncer de pele; • Lesõesvasculares. Introdução à Vacuoterapia A massagem mecânica realizada com sucção (pressão negativa), muito conhe- cida no meio estético como vacuoterapia, endermologia ou dermotonia consiste na realização de uma massagem com um equipamento de pressão negativa (que pode ser contínua ou pulsada), por meio de aplicadores, denominados manípulos ou ventosas (vários modelos e formatos). É destinada a inúmeros procedimentos estéticos e terapêuticos corporais e faciais. Existem indícios de que desde a antiguidade, egípcios, gregos, chineses e japo- neses já faziam o uso de ventosas com finalidade terapêutica, porém, nesse caso, sem o uso de equipamento que controlasse a pressão, mas com artifícios como o fogo, por exemplo. Na França, uma técnica de massagem mecânica criada na década de 70 por Louis Paul Guitay começou a ser utilizada no alívio de dores musculares, relaxamento e tratamento de cicatrizes decorrentes de queimaduras. Após isso, a técnica foi di- fundida e modificada para ser utilizada em tratamentos estéticos faciais e corporais com inúmeros benefícios. A técnica utiliza equipamentos com pressão negativa controlada, promovendo uma mobilização profunda da pele e do tecido subcutâneo, com intuito de simular Figura 8 Fonte: Divulgação 15 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia os efeitos de uma massagem manual. A massagem profunda, quando realizada com ventosas em formato de roletes, promove uma dobra na pele, denominada “palper-roler” (palpar-rolar), permitindo, desta forma, um massageamento profun- do aliado a um incremento na circulação sanguínea. Efeitos Fisiológicos e Indicações A massagem mecânica simula a massagem manual ou a drenagem linfática, de acordo com a técnica escolhida e, então, temos a produção dos seguintes efeitos: • Reflexo: relacionado aos receptores sensoriais e mecânicos existentes nos tecidos. As terminações nervosas são estimuladas pelas manobras, exercen- do um efeito benéfico indireto (reflexo) sobre outras regiões. Essa conexão é possível devido a uma conexão do trajeto reflexo que envolve o sistema nervoso autônomo; • Liberação de aderências teciduais: o principal efeito da massagem mecâni- ca é promover a distensão do tecido e da fáscia adjacente. Com isso promove- mos liberação de aderências; • Aumento da circulação sanguínea e melhora do retorno venoso: a micro- circulação local é ativada por um efeito reflexo, que causa a vasodilatação das arteríolas superficiais. Com isso temos aumento de nutrição tecidual e oxige- nação local. Se os movimentos realizados com as ventosas forem realizados de distal para proximal, também há uma facilitação do retorno venoso; • Redução de edema: ocorre devido à facilitação do fluxo linfático e, conse- quentemente, à drenagem do fluido intersticial, removendo metabólitos dos tecidos. A drenagem linfática estimula o peristaltismo dos coletores linfáticos, por se tratar de uma aplicação rítmica, suave, lenta e precisa; aumenta a ca- pacidade de transporte do sistema linfático; previne a formação de fibroses; estimula o sistema nervoso parassimpático gerando analgesia nas estruturas tratadas; melhora a resposta defensivo-imunitária e aumenta a reabsorção do edema. A massagem por pressão negativa atua sobre as massas líquidas in- tersticiais, facilitando a reabsorção pela via venosa, transferindo-as para a cir- culação central; • Redução da fadiga e dores musculares: o efeito de deslizamento da ven- tosa no tecido (estímulo mecânico) promove o que chamamos de “teoria das comportas” que, associado ao estímulo circulatório, promove redução da dor (analgesia); • Reestruturação do tecido conjuntivo: aumento da deposição das fibras de colágeno, elastina, entre outros subprodutos, por estimular mecanicamente os fibroblastos (mecanotransdução do sinal); • Redução da espessura do tecido adiposo. 16 17 Portanto, as indicações da massagem mecânica são bastante variadas, podendo atender protocolos de tratamento de patologias como: • Fibroedema gelóide; • Adiposidades localizadas; • Drenagem linfática; • Fibrose; • Cicatrizes aderentes; • Recuperação da fadiga muscular; • Melhora do contorno corporal; • Tratamentos que se beneficiam da melhora do fluxo sanguíneo e linfático, me- lhora da nutrição celular e eliminação de detritos metabólicos; • Aumento da maleabilidade e restruturação do tecido conjuntivo (flacidez de pele). “Teoria das comportas” é o nome que damos ao efeito momentâneo produzido por corrente elétrica terapêutica ou estímulo mecânico no tecido que, por subir ao sistema nervoso cen- tral por vias mais rápidas que a da dor, promove uma analgesia local. Ex pl or Técnica de Avaliação Específi ca Antes de iniciar a aplicação da técnica, é necessária a realização da avaliação do tecido a ser tratado, para que “zonas de congestão e alteradas” sejam detectadas. A avaliação chamada de “palpar-rolar” consiste em uma manobra dividida em três etapas: formação da prega cutânea, massagem (deslizamento) e relaxamento da prega. A formação da prega cutânea é realizada colocando-se os polegares numa mes- ma linha enquanto os outros dedos deslizam trazendo o tecido cutâneo sobre os polegares que se “enterram” sob a prega formada. A avaliação da prega cutânea se faz pelas polpas dos dedos em movimentos de fricção, massageando a prega, alternando entre a mão esquerda e direita. Quando existe alteração no tecido, a prega não consegue ser mantida ao longo do trajeto do tecido. Após essa avaliação, inicia-se a aplicação da técnica. Figura 9 Fonte: Divulgação 17 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Técnicas de Aplicação Após a localização da alteração, se faz necessária a aplicação da técnica para buscar a normalização do tecido. Então, a zona alterada deve ser massageada até que se forme uma hiperemia, um amaciamento dos tecidos e uma diminuição da resposta dolorosa. Para tal, é realizada a terapia por depressomassagem ou depres- sodrenagem linfática. Depressomassagem A depressomassagem é o nome dado à aplicação da vacuoterapia/massagem mecânica de forma contínua ou pulsada, com regulação da pressão, para des- congestionar os tecidos estimulando as zonas alteradas. A massagem deve ser realizada de forma sinérgica. A depressomassagem é realizada de duas formas distintas e complementares: • Depressomassagem Pulsada (DMP): o tratamento é realizado com uma fre- quência de sucção seguida de relaxamento. A DMP realiza um bombeamento da microcirculação agindo sobre o mecanismo da ação reflexa, alterando a zona alterada. Geralmente é a primeira manobra que realizamos no tecido após a avaliação e também a última, para fechar a técnica. • Depressomassagem Contínua (DPC): massagem aplicada sobre toda a su- perfície alterada. Inicialmente a pressão é suave, sendo aumentada gradati- vamente, respeitando a sensibilidade do paciente e o tecido (se estiver mais flácido, realizamos manobras curtas e rápidas; se aderido, realizando momen- tos mais lentos e longos). O sentido de aplicação corresponde ao objetivo tera- pêutico desejado: traços longitudinais apresentam efeitos predominantemente circulatórios; traços transversais têm efeito descontraturante e os movimentos circulares realizam um amaciamento das zonas de fibrose e descongestiona o tecido profundo. Nos tratamentos faciais, o sentido de aplicação se modifica, devendo ser tra- balhado em três sentidos: horizontal, vertical, e diagonal, realizando-se algumas passadas em cada sentido até a hiperemia. Figura 10 – Exemplo de aplicação corporal Fonte: Acervo do Conteudista Figura 11 – Exemplo de aplicação facial Fonte: Acervo do Conteudista 18 19 Depressodrenagem linfática A depressodrenagem linfática é uma depressomassagem mais suave, realizada no sentido dos coletores linfáticos, estimulando a reabsorção dos líquidos corporais. A depressodrenagem linfática é um prolongamento natural da depressomassa- gem, mas com uma pressão mais suave, equivalente a 30mmHg, não ultrapassan- do 60mmHg, realizada em três tempos: • Depressomassagem pulsada sobre a região dos linfonodos (manobra de abertura); • Depressomassagem contínua sobre todos os trajetos linfáticos na direção da ação clássica de reabsorção da linfa; • Depressomassagem pulsada sobre a região dos linfonodos (manobra de fechamento). Pressões Utilizadas As pressões são utilizadas de acordo com o objetivo terapêutico: • Método fraco: depressodrenagem linfática (até 60mmHg); • Método médio: depressomassagem nos tecidos moles (100 a 300mmHg); • Método forte: depressomassagem nos tecidos fibrosados (300 a 550mmHg). Figura 12 Fonte: Divulgação Contraindicações • Tumores cutâneos; • Gravidez; • Dermatoses; • Fragilidade capilar; • Cardiopatia descompensada; • Portadores de marca-passos cardíacos; • Trombose e tromboflebites. 19 UNIDADE Peelings Mecânicos e Vacuoterapia Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Eletroterapia explicada- principios e prática LOW, A.; REED, J.; WARD, R. Eletroterapia explicada- principios e prática. 4 ed. RJ: Elsevier, 2009. 14 ex. Fisioterapia dermatofuncional GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. 14 ex. Vídeos Beauty Dermo – Guia de vacuoterapia e microdermoabrasão https://youtu.be/_y3aMBLZ5vs 20 21 Referências ABDEL-LATIF, A. M.; ELBENDARY, A. S. Treatment of striae distensae with microdermabrasion: a clinical and molecular study. JEWDS, v. 5, p. 24-30, 2008. ADCOCK, D. et al. Analysis of the effects of deep mechanical massage in the porcine model. Plastic and reconstructive surgery, v. 108, n. 1, p. 233-240, 2001. BACELAR, V. C. F; VIEIRA, M. E. S. Importância da vacuoterapia no fibro edema gelóide. Fis. Bras, v. 7, n. 6, p. 440-443, 2006. BHALLA, M; THAMI, GURVINDER P. Microdermabrasion: reappraisal and brief review of literature. Dermatologic surgery, v. 32, n. 6, p. 809-814, 2006. BORGES, F. S. Fisioterapia Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. Editora Phorte. São Paulo, v. 2, p. 114-149, 2010. CASSAR, M. Manual de massagem terapêutica. Manual de massagem terapêu- tica, 2001. DE BARBA, J; RIBEIRO, E. R. 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