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APOSTILA - LICITAÇÕES, CONTRATO E CONVÊNIOS

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Prévia do material em texto

Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM-
2002), Especialização em Direito do Estado – área de concentração em Direito Adminis-
trativo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL – 2006) e Mestrado em Economia 
Regional pela Universidade Estadual de Londrina (UEL – 2013). É professora Adjunta do 
Departamento de Ciências Econômicas da Faculdade Cidade Verde (FCV) e professora 
Formadora (EAD) no Centro Universitário de Maringá (Unicesumar).
AUTORA
Olá, caro (a) aluno (a), seja bem-vindo (a) ao livro Licitações, Contratos e Con-
vênios. É com muita satisfação que apresento a você este livro, que é resultado de um 
trabalho feito com muito carinho. Sou a professora Daniela Carla Monteiro, autora deste 
material. Certamente, você deve estar animado para conhecer o mercado que envolve as 
licitações, vez que o procedimento licitatório constantemente está em pauta. Evidentemente 
não tenho a pretensão, de torná-lo (a) especialista em licitações, por meio deste material, 
mas tenho a pretensão de ensinar a você as principais características dos procedimentos 
licitatórios, ao passo que a formação de um profissional nessa área requer, além de muita 
dedicação, um estudo exaustivo sobre as Leis, Decretos, Instruções Normativas, entre 
outros, que regulamentam o referido procedimento. Em relação à estrutura geral do livro, 
para que você tenha uma noção do que estudará, conheça a partir de agora uma breve 
apresentação das unidades. Na unidade I, cujo título é: LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos 
Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade, você aprenderá o conceito 
de licitação; a que se destinam as licitações; e as exceções a regra geral que é licitar. Na uni-
dade II, cujo título é: As modalidades de licitação previstas nas leis 8.666/93 e 10.520/2002, 
você aprenderá as cinco modalidades de licitação instituída pela Lei n.º 8.666/1993, quais 
sejam: (a) concorrência; (b) tomada de preços; (c) carta-convite; (d) concurso; e (e) Leilão, 
bem como a sexta modalidade de licitação instituída pela Lei n.º 10.520/2002, o pregão. 
Sequencialmente, na Unidade III, cujo título é: As fases interna e externa das licitações, 
você aprenderá primeiramente sobre as etapas principais que compreendem a fase interna 
das licitações. Por conseguinte, aprenderá as etapas que compõem a fase externa das lici-
tações. Posteriormente, na quarta e última unidade, cujo título é: Contratos Administrativos, 
você aprenderá o conceito de contratos administrativos, suas principais características, sua 
estrutura, duração, prorrogação e as formas possíveis de extinção. 
E assim, caro (a) aluno(a), espero que esta introdução ao conhecimento das licita-
ções e contratos administrativos seja de grande valia para sua vida enquanto cidadão ativo 
em nosso país e para a sua formação profissional. Em caso de dúvidas, encontro-me a sua 
disposição juntamente com a equipe UNIFCV. 
Um forte Abraço!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 5
LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios 
Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
UNIDADE II ................................................................................................... 23
As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
UNIDADE III .................................................................................................. 41
As Fases da Licitação
UNIDADE IV .................................................................................................. 63
Contratos Administrativos
5
Objetivos de aprendizagem:
● Apresentar os aspectos gerais das licitações públicas.
● Compreender os princípios constitucionais que balizam as licitações públicas.
● Descrever os casos que compreendem licitação dispensada, dispensável e inexigível.
Plano de estudo:
● Aspectos gerais das licitações públicas.
● Princípios Constitucionais
● Dispensa e Inexigibilidade
UNIDADE I
LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos 
Gerais, Princípios Constitucionais; e 
Dispensa e Inexigibilidade
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
6UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a),
Seja bem-vindo (a) ao nosso livro sobre Licitações, Contratos e Convênios. Nesta 
unidade, você estudará os aspectos gerais das licitações, os princípios constitucionais que 
balizam o procedimento; e os casos que permitem dispensa e inexigibilidade. Em outras 
palavras, estudaremos o conceito, os objetivos e as finalidades da licitação, bem como 
os princípios basilares e as situações que envolvem licitação dispensada, dispensável e 
inexigível.
Aprender os conteúdos supracitados é fundamental para o entendimento dos 
procedimentos administrativos que envolvem as licitações para aquisições de bens e 
serviços, tanto para aqueles que estão do lado da administração pública, ou seja, que 
representam os contratantes, quanto para aqueles que estão do lado dos contratados, 
quais sejam, os fornecedores. 
Visando atingir os objetivos de aprendizagem elencados para este estudo, o mesmo 
foi dividido em três tópicos. No primeiro tópico, você estudará o conceito, os objetivos e 
as finalidades da licitação. No segundo tópico, por sua vez, você estudará os princípios 
expressos e implícitos do referido procedimento. Por fim, no terceiro e último tópico, você 
estudará as situações que permitem não licitar, isto é, licitação dispensada, dispensável e 
inexigível.
Nessa direção, ao término desta unidade, você será capaz de entender o conceito, 
os objetivos e as finalidades da licitação, bem como de compreender os princípios 
primaciais, sejam eles expressos ou implícitos, que norteiam o procedimento administrativo 
em questão. Além disso, será capaz de discutir as exceções a regra geral que é licitar, ou 
seja, será capaz de identificar os casos em que pode haver dispensa ou inexigibilidade de 
licitação. 
Espero que você absorva o máximo de conhecimento possível e que se encante 
por tudo que aprenderá nesta unidade. O conhecimento que você adquirirá aqui será 
fundamental para o desenvolvimento das atividades profissionais que você escolheu. 
Bons estudos e um forte abraço!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro.
7UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
1. ASPECTOS GERAIS DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS
O presente tópico tem como propósito apresentar os aspectos gerais das licitações 
públicas e está dividido em duas partes. Na primeira parte, explica-se o porquê de licitar, ou 
seja, a previsão constitucional das licitações e na segunda parte explica-se o conceito de 
licitação e tudo o mais que esse conceito compreende.
1.1 O porquê de licitar: Previsão Constitucional
De acordo com o Art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988, a admi-
nistração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condi-
ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações.
8UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
1.2 Conceitos de Licitação
A busca pela proposta que alie preço e qualidade dos produtos e/ou serviços 
oferecidosé um procedimento obrigatório para a União; Estado-Membro; Distrito Federal; 
Municípios; Autarquias; Empresas públicas; Sociedades de Economia Mista; e Fundações 
(GASPARINI, 2011).
A seleção dessas propostas, denominada de proposta mais vantajosa é realizada 
com base em normas definidas e que se dá entre os interessados que visem contratar com 
a Administração Pública e que atendam ao seu chamamento promovido por meio de edital. 
Nessa direção, para efeito de avaliação e classificação de propostas, somente serão 
consideradas “aquelas propostas” que tenham sido apresentadas a partir do chamamento 
em questão.
O referido procedimento administrativo é denominado licitação. Segundo Bandeira 
de Melo apud Barchet (2012, p. 1), licitação é um:
Certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem 
disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de 
conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniên-
cias públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomica-
mente entre os que preencham os atributos e aptidões necessários ao bom 
cumprimento das obrigações que se propõem a assumir.
Já de acordo com Pietro (2004, p.300), quando se fala em “procedimento admi-
nistrativo”, está se fazendo menção a inúmeros atos preparatórios do ato final objetivado 
pela Administração Pública e que a licitação é “um procedimento integrado por atos e fatos 
da Administração e atos e fatos dos licitantes, todos contribuindo para formar a vontade 
contratual”. 
Por sua vez, Costa (2013, p. 67) define licitação como: 
Procedimento administrativo pelo qual a administração pública seleciona a 
proposta mais vantajosa para a celebração de contrato de seu interesse por 
meio de convocação de pessoas físicas ou jurídicas interessadas no ofereci-
mento de bens e serviços.
Isto posto, pode-se dizer que a licitação corresponde a uma oferta dirigida a todos 
os que se interessarem e que se sujeitarem às condições previamente fixadas em edital. 
9UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
1.2.1 Objetivos da Licitação
Segundo Bandeira de Mello apud Barchet (2012, p. 1), a licitação visa três objetivos 
primaciais:
1.2.1.1 Possibilitar à Administração celebrar a contratação de forma mais 
vantajosa
Contratar de forma mais vantajosa é contratar com o melhor custo-benefício. Ou 
seja, para que uma oferta seja realmente vantajosa para a Administração Pública, é preciso 
que além do menor preço, quando comparada com as demais ofertas, a oferta também 
atenda todos os requisitos pré-determinados em edital, inclusive quanto à qualidade do 
produto. Isto posto, podemos dizer que proposta “mais vantajosa” é sinônimo de preço, 
qualidade e demais exigências previamente estabelecidas em edital.
1.2.1.2 Permitir a todos os interessados a participação no procedimento
Segundo o artigo 3º, parágrafo 1º, da Lei n.º 8.666/1993, é vedado aos agentes 
públicos: admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições 
que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de 
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturali-
dade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou 
irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste 
artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
Além disso, é vedado aos agentes públicos, estabelecer tratamento diferenciado 
de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas 
brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere à moeda, modalidade e local de paga-
mentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado 
o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991 (Lei 
n.º 8.666/1993 – art. 3º - § II).
10UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
1.2.1.3 Promover o desenvolvimento nacional sustentável
De acordo com o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, a licitação 
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do “desenvolvimento nacional 
sustentável” e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos 
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probi-
dade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e 
dos que lhes são correlatos. Nessa direção, se esses três objetivos forem alcançados, três 
exigências, em se tratando do viés da esfera pública, serão satisfeitas, quais sejam: (a) 
Proteção aos interesses públicos e aos recursos governamentais, ao ser selecionada a pro-
posta mais vantajosa para a Administração; (b) Observância dos princípios da isonomia e 
da impessoalidade, pelo caráter aberto do procedimento, adiante analisados; e (c) Respeito 
ao princípio da probidade administrativa, também adiante analisado.
Quadro 01: Objetivos da Licitação.
Fonte: elaborado pela autora.
11UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
1.2.2 Finalidades da Licitação
Quanto às finalidades do processo licitatório, discutir-se-á neste tópico as duas 
principais destacadas pela Lei nº 8.666/93, sendo elas: (I) A obtenção da proposta mais 
vantajosa; e (II) A observância do princípio constitucional da isonomia.
Segundo Mazza (2011, p. 305), as finalidades supracitadas visam: 
a) a busca pela melhor proposta, estimulando a competitividade entre os 
potenciais contratados a fim de atingir o negócio mais vantajoso para a Admi-
nistração; e b) o oferecimento de iguais condições a todos que queiram 
contratar com a Administração, promovendo, em nome da isonomia, a possi-
bilidade de participação no certame licitatório de quaisquer interessados que 
preencham as condições previamente fixadas no instrumento convocatório 
(grifo nosso).
Em suma, as finalidades do processo licitatório podem ser resumidas em propor-
cionar a melhor contratação possível, com o maior número possível de concorrentes, por 
meio da oportunidade em igualdade de condições a todos que se mostrarem interessados.
REFLITA
Considerando os objetivos e as finalidades da licitação, quais são os principais motivos 
em licitar?
Fonte: a autora
12UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Conforme já aprendido, de acordo com o art. 3o da Lei nº 8.666/93, a licitação 
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da 
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional 
sustentável e será “processada e julgada” em estrita conformidade com os “princípios 
básicos” da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, 
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento 
objetivo (princípios expressos) e dos que lhes são correlatos (princípios implícitos). Desta 
forma, vamos conhecer com mais detalhes cada um deles?
2.1 Princípios Expressos
Quadro 01: Princípios Expressos que norteiam as licitações
PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Legalidade significa a vinculação dos lici-
tantes e da Administração às regras es-
tabelecidas nas normas e princípios em 
vigor.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE A Administração não pode beneficiar nem 
prejudicar pessoas determinadas. 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE Moralidade traduz-se na atuação de 
acordo com a lealdade e boa-fé.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE Significa dar tratamento igual a todos os 
interessados. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Esse princípio impõea divulgação pela 
Administração de todos os atos pratica-
dos na fase externa da licitação.
13UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMI-
NISTRATIVA
Impõe ao administrador público atuar 
dentro de padrões éticos na condução do 
procedimento licitatório.
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO 
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
Esse princípio obriga tanto a Administra-
ção quanto o licitante a observarem as 
normas e condições estabelecidas no 
edital.
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OB-
JETIVO
Decorre da legalidade e significa que o 
julgamento deve ser feito com base em 
critérios prefixados.
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Costa (2013, p.68-69).
Assim sendo, vejamos atentamente, com base em o que determina cada um dos 
princípios expressos da licitação. 
SAIBA MAIS
A própria licitação constitui um princípio a que se vincula a Administração Pública. Ela é 
uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público e que se constitui 
em uma restrição à liberdade administrativa na escolha do contratante; a Administração 
terá que escolher aquela cuja proposta melhor atenda ao interesse público.
Fonte: Pietro apud Barchet (2012, p. 15).
2.2 Princípios Implícitos
Quadro 02: Princípios Implícitos que norteiam as licitações
PRINCÍPIO DESCRIÇÃO
PRINCÍPIO DO PROCEDIMENTO 
FORMAL
Caracteriza ato “administrativo formal”, seja ele 
praticado em qualquer esfera da Administração 
Pública.
PRINCÍPIO DO SIGILO NA 
APRESENTAÇÃO DAS 
PROPOSTAS
O sigilo das propostas de preços deverá ser man-
tido até a abertura das mesmas pela Comissão de 
Licitação ou Pregoeiro e equipe de apoio.
PRINCÍPIO DA 
COMPETITIVIDADE
Esse princípio visa vedar a imposição de qualquer 
condição que prejudique o caráter competitivo do 
procedimento administrativo licitação. 
PRINCÍPIO DA ADJUDICAÇÃO 
COMPULSÓRIA
Esse princípio visa atribuir ao vencedor da licita-
ção, pela autoridade competente, o seu objeto.
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Costa (2013, p.68-69).
14UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
Em suma, os princípios basilares da licitação, tanto os expressos quanto os im-
plícitos, tem por objetivo nortear o procedimento administrativo. Não há princípios mais 
ou menos relevantes, e é muito comum encontrá-los nas impugnações e nos recursos 
protocolados. 
Quadro 03: Resumo dos principais princípios que regem as licitações.
Fonte: a autora.
REFLITA
Para impugnar um edital de licitação por alguma irregularidade, o que é preciso ser 
feito? Qualquer cidadão pode impugnar um edital?
Fonte: a autora
 
15UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
3. DISPENSA E INEXIGIBILIDADE
O artigo 1º da Lei n.º 8.666/1993 leciona que o estatuto em questão estabelece 
normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, 
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ademais, deixa claro em seu parágrafo 
único que:
Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração dire-
ta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Desta maneira, consegue-se verificar que a licitação é regra e não exceção. No en-
tanto, registre-se que três exceções existem, em se tratando de licitações. Essas exceções 
estão previstas na Lei n.º 8.666/93 nos artigos 17 (Licitação Dispensada); 24 (Licitação 
Dispensável); e 25 (Licitação Inexigível).
3.1 Licitação Dispensada (Art. 17 da Lei n.º 8.666/1993)
De acordo com o artigo 17 da Lei n.º 8.666/1993, a alienação de bens da Adminis-
tração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será 
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da 
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, 
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de li-
citação na modalidade de concorrência, “dispensada” esta nos seguintes 
casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da admi-
nistração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas 
alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso 
X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer 
esfera de governo; 
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, 
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais 
ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou 
entidades da administração pública; 
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei 
no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos 
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) 
16UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse 
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; 
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras 
públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de 
que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins 
de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e 
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensa-
da esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após 
avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativa-
mente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Adminis-
tração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a le-
gislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da 
Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da 
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
(...) 
Note que nessas condições a licitação não ocorrerá, embora seja possível, por 
determinação legal. Nessa direção, é extremamente relevante que o órgão observe as 
exceções que a Lei autoriza em seu artigo 17, evitando assim adquirir sem licitação o que 
não é permito. 
3.2 Licitação Dispensável (Art. 24 da Lei n.º 8.666/1993)
A licitação “dispensável” não se confunde com a licitação dispensada, haja vista 
que, no primeiro caso, o legislador atribui à Administração Pública o poder de decisão sobre 
a licitação. Ou seja, cabe ao Administrador Público decidir se a licitação ocorrerá ou não, 
diferentemente da licitação dispensada, cuja determinação legal, deixa claro o que não se 
deve licitar. Os casos de licitação dispensável estão previstos no art. 24 da Lei Federal n.º 
8.666/93 e são inúmeros. Vamos conhecer alguns deles?
Art. 24. É dispensável a licitação: 
[...]
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracte-
rizadaurgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo 
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e 
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários 
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas 
de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 
(cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da 
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
Você notou a principal diferença entre as exceções previstas nos artigos 17 e 24 
respectivamente? Tenho certeza que sim! Mas atenção, não esqueça que a regra é licitar, ok? 
17UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
3.3 Licitação Inexigível (Art. 25 da Lei n.º 8.666/1993)
A licitação será inexigível quando for “inviável a competição”. Em outras pala-
vras, fala-se em inexigibilidade de licitação quando não há possibilidade de competição 
entre possíveis interessados. Assim, em tais casos, se deixa de “exigir a licitação”, pois a 
mesma não tem razão de acontecer. 
As situações de licitação inexigível estão descritas no artigo 25 da lei n.º 8.666/93. 
Vamos conhecer o artigo na integra?
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, 
em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, ve-
dada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser 
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, 
de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especializa-
ção, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente 
ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-
cializada ou pela opinião pública.
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo 
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, 
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe 
técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita 
inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à 
plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se 
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado 
à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público 
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Registra-se que identificar casos de inexigibilidade não é muito fácil. Com a gama 
de produtos e serviços que temos a nossa disposição, identificar um fornecedor exclusivo, 
um produto exclusivo ou até mesmo uma prestação de serviços exclusiva é quase que en-
contrar agulha no palheiro, por isso é preciso cautela. Assim sendo, todo cuidado é pouco 
para a identificação da inexigibilidade, pois o órgão público poderá responder por isso.
18UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
Figura 01: Inexigibilidade de licitação
Fonte: elaborado pela autora (elaborado pela autora com base no artigo 25)
REFLITA
A celebração de contratos com terceiros na Administração Pública deve ser necessaria-
mente precedida de licitação, ressalvadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade 
de licitação. Em quais casos isso pode ocorrer?
Fonte: Brasil. Tribunal de Contas da União. Licitações e contratos: orientações e juris-
prudência do TCU / Tribunal de Contas da União. – 4. ed. rev., atual. e ampl. – Brasília 
: TCU, Secretaria-Geral da Presidência : Senado Federal, Secretaria Especial de Edito-
ração e Publicações, 2010.
19UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido (a) aluno (a),
Estamos terminando a unidade I que trata de aspectos gerais, princípios constitu-
cionais, dispensa e inexigibilidade. Vamos relembrar aqui, ainda que brevemente, tudo o 
que estudamos?
Você se lembra que, num primeiro momento, aprendeu o que é proposta vantajosa 
para administração pública e que diante desse entendimento aprendeu o conceito de lici-
tação, seus principais objetivos, bem como suas finalidades principais? Quanta coisa não 
é mesmo? 
Como ensinado um ente público não pode realizar suas compras da mesma que 
forma que um ente privado, então para tal, precisa comprar por meio de procedimento 
administrativo, cuja denominação é licitação. Em síntese, por meio desse procedimento, 
seleciona-se a proposta mais vantajosa para a Administração entre os interessados que 
atenderem ao seu chamamento. Ressalta-se que a administração, precisará resguardar a 
todos os interessados a possibilidade de participação no procedimento, bem como promo-
ver o desenvolvimento nacional sustentável.
Você se lembra também que aprendeu sobre os princípios expressos e implícitos 
das licitações? Tais princípios são fundamentais para resguardar a lisura das licitações e 
cada um preza por uma relevante parte do procedimento administrativo. 
Por fim, você aprendeu nesta unidade que existem algumas exceções à regra geral 
que é licitar. Em outras palavras, existem casos em que a Administração Pública, está 
desobrigada a licitar, casos determinados por Lei, onde o administrador público não decide 
sobre licitar ou não. Além dessa prerrogativa, têm-se as situações em que é possível licitar, 
mas dada a situação em que o órgão se encontra a desobrigação, mediante justificativa, 
também é possível, bem como situações em que em decorrência da impossibilidade de 
competição a mesma não acontecerá.
Espero que essa primeira unidade tenha sido proveitosa e que você tenha gostado 
de aprender sobre esse rico procedimento administrativo que é a Licitação.
Um forte abraço!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro.
20UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
LEITURA COMPLEMENTAR
Nos casos de licitação dispensada ou dispensável é permitido ao 
Administrador licitar?
Questão relevante que se impõe, diz respeito ao fato de a Administração poder 
ou dever fazer licitação quando a lei estabelece que o caso é de dispensa ou de licitação 
dispensada.
O tema será abordado com mais detalhes em cada um dos dispositivos que serão 
comentados, no desenvolver deste trabalho, mas é possível, desde logo, estabelecer uma 
diretiva, cujo conteúdo será aprimorado nos comentários ao art. 26, da LEI nº 8.666/93.
Em síntese, inobstante vários autores comungarem do entendimento de que, sem-
pre que houver viabilidade de competição, deve o Administrador promover a licitação, para 
assegurar a garantia do princípio da isonomia, não parece, data venia, ser essa a melhor 
exegese.
Preliminarmente, cabe obtemperar que a licitação não é o único meio de garantir a 
efetividade dos princípios da isonomia e da impessoalidade. Segundo, o legislador pátrio 
não pode abrir ao seu talante possibilidades de contratação direta sem acatamento ao 
princípio da licitação, se não tiver a sustenta-lo outro princípio, também consignado na 
Constituição Federal.
Quando o legislador estabelece a possibilidade de contratação direta, em princípio, 
reconhecer que era viável a competição, caso contrário, teria elencado como inexigibilidade 
– mas o Administrador teria autorização para a não realização do certame, visando ao 
atendimento de outros princípios tutelados pela Constituição Federal.
O que não se admite é que, existindovários competidores, o agente administrativo 
procede à contratação direta, com ofensa ao princípio da impessoalidade ou afrontando a 
isonomia que deve nortear a ação do Administrador Público no tratamento dos cidadãos. 
Daí, porém, a sustentar que, nos casos de dispensa de licitação, se for viável a competição, 
esta é sempre obrigatória, vai uma distância muito grande.
Como referido no exame do art. 26, é imprescindível que o administrador justifique 
a escolha do fornecedor ou executante, além de demonstrar cabalmente que a situação se 
enquadra em todos os requisitos do inciso que fundamenta a dispensa.
Analise os seguintes casos em que é viável a competição e dispensável a licitação:
– na hipótese do art. 24, inciso XIX, poderá estar subjacente o interesse em desen-
21UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
volver a indústria, na região do centro-oeste, habilitando-a o fornecimento de material de 
uso das Forças Armadas, a fim de assegurar a capacidade de mobilização para o esforço de 
guerra embora existam insdústrias na região sul, em condições de viabilizar a competição. 
– outro exemplo, é o caso do inciso XI, do mesmo artigo em que a Administração se 
serve de procedimento licitatório anterior, deixando de realizar novo certame, onde também 
seria viável a competição; e, ainda, no caso do inciso VII, em que os competidores ofertam 
preços abusivos, embora teoricamente havendo competição, a Administração deixa de 
realizá-la, para melhor resguardar o interesse público.
Nesses casos, além de outros, poderá ser viável a competição e, mesmo assim, a 
Administração licitamente não promovê-la.
Estará obrigada a promover a licitação, quando o critério de escolha do fornecedor 
ou executante não puder ser demonstrado sem ofensa ao princípio da moralidade e da 
impessoalidade. É esse estreito limite que paira entre o atendimento de todos os requisitos 
estabelecidos em cada uma das hipóteses de dispensa e a prevalência do dever de licitar.
Há que se considerar, porém, que certas justificativas, que em um ato convocatório 
poderiam ser nulas de pleno direito por restringirem a competitividade, podem ser legítimas 
para amparar a dispensa de licitação.
Assim ocorre, por exemplo, com a contratação de um fornecedor, decidida com 
base no fato de o mesmo ter estabelecimento na cidade, tendo como justificativa a proxi-
midade entre a repartição e o prédio da empresa, visando acelerar a entrega de produtos 
no caso de emergência, referida ao inciso IV, do art. 24, inobstante o fato de que, se fosse 
ampliado o mercado, seria viável a competição entre fornecedores.
Fonte: Fernandes (1997, p. 108)
22UNIDADE I LICITAÇÕES PÚBLICAS: Aspectos Gerais, Princípios Constitucionais; e Dispensa e Inexigibilidade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Licitação Passo a Passo.
Autor: Sidney Bittencourt.
Editora: Fórum.
Sinopse: A Lei no 8.666, de 21.06.1993, trouxe uma série de 
inovações que geraram grandes dificuldades a todos aqueles que, 
na Administração Pública, atuam na área de licitações e contra-
tos, trazendo, também, grande preocupação em decorrência da 
ampliação das formas de responsabilização dos servidores e dos 
licitantes, acrescentando, ao lado de sanções disciplinares, as de 
natureza penal. Além disso, pretendeu ampliar o controle ao prever 
a participação popular em vários dispositivos, com a possibilidade 
de qualquer cidadão denunciar irregularidade ou mesmo impugnar 
determinados atos do procedimento. As dificuldades de interpre-
tação trazidas pela mencionada Lei têm ensejado a realização de 
um grande número de cursos, seminários e congressos, visando 
a sua adequada compreensão. Esta obra, trazida a público no 
momento certo, é mais uma valiosa contribuição com a qual o Prof. 
Sidney Bittencourt vem brindar aos estudiosos da Lei de Licitações. 
Extremamente dedicado às mutações pelas quais tem passado a 
legislação, o Prof. Sidney acompanha dia a dia essas mudanças 
e, com o firme intuito de melhor esclarecer aos que se utilizam 
dessa matéria do DIREITO ADMINISTRATIVO, resolveu transmitir 
os seus vastíssimos conhecimentos e enorme experiência, brin-
dando-nos com esta magnífica obra, em que faz uma criteriosa 
apreciação passo a passo da Lei no 8.666/93 e sua complexidade. 
Por essa razão, não tenho receio em afirmar que é muito oportuna 
a obra agora dada a público pelo referido mestre, que por mais de 
vinte anos atua na área e estuda minuciosa e detalhadamente o 
assunto, ministrando, ativa e brilhantemente, cursos, palestras e 
seminários sobre o tema.
23
Objetivos de aprendizagem:
•	 Apresentar a Concorrência Pública Nacional e a Tomada de Preços.
•	 Compreender as particularidades da Carta-Convite, do Concurso e do Leilão.
•	 Explicar o Pregão Presencial e o Pregão Eletrônico.
Plano de estudo:
● Concorrência Pública Nacional e Tomada de Preços
● Carta-Convite, Concurso e Leilão
● Pregão Presencial e Pregão Eletrônico
UNIDADE II
As Modalidades de Licitação Previstas 
nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
24UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a),
Seja bem-vindo (a) a unidade II, da disciplina Licitações, Contratos e Convê-
nios. Nesta unidade, você aprenderá sobre as modalidades de licitação previstas nas 
Leis 8.666/93 e 10.520/02, sendo elas: (a) Concorrência Pública Nacional; (b) Tomada de 
Preços; (c) Carta Convite; (d) Concurso; (e) Leilão; e (f) Pregão.
Aprender as modalidades de licitação é fundamental para a compreensão das lici-
tações públicas que constantemente acontecem para a aquisição dos mais variados tipos 
de produtos e serviços. Essa compreensão é relevante tanto para aqueles que estão do 
lado do ente público, ou seja, que representam os contratantes, quanto para aqueles que 
estão do lado dos contratados, quais sejam, os fornecedores. 
Visando atingir os objetivos de aprendizagem já elencados, a unidade em questão 
foi dividida em três tópicos. No primeiro tópico, você aprenderá sobre duas modalidades 
bem peculiares, sendo elas: (a) A concorrência pública nacional; e (b) a Tomada de Pre-
ços. Essas modalidades são bem peculiares porque são empregadas em contratações de 
grande vulto. No segundo tópico, por sua vez, você aprenderá sobre a (a) Carta-Convite; 
sobre o (b) Concurso; e sobre o (c) Leilão. Estas modalidades de licitação possuem ca-
racterísticas muito importantes, de modo que é de extrema relevância conhecer cada uma 
dessas características, visando assim empregar a modalidade correta à contratação que se 
espera. Por fim, no último tópico, você aprenderá sobre a modalidade pregão. O pregão é 
a única modalidade de licitação não prevista na lei n.º 8.666/93, ou seja, esta modalidade 
de licitação, está prevista na lei n.º 10.520/02. Ademais, destaca-se que essa modalidade 
acontece tanto na forma presencial quanto na forma eletrônica.
Espero que você goste de tudo que aprenderá nesta unidade, pois ela foi pre-
parada com muito carinho para que você domine bem cada um dos procedimentos que 
serão abordados. O conhecimento que você adquirirá aqui será fundamental para o bom 
desenvolvimento das atividades profissionais que você escolheu! 
Bons estudos e um forte abraço!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro.
25UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
1. Concorrência Pública Nacional e Tomada de Preços
Segundo o art. 22 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – Regulamenta o art. 37, 
inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Adminis-
tração Pública e dá outras providências – são modalidades de licitação: (I) a Concorrência 
Pública Nacional; (II) a Tomada de Preços; (III) o Convite; (IV) o Concurso; e o (V) Leilão. 
Com o advento da Lei n.º 10.520, de 17 de julho de 2002 – Institui, no âmbito da União, 
Estados, DistritoFederal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição 
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços 
comuns, e dá outras providências – foi instituída uma nova modalidade de licitação, cuja 
denominação é Pregão. A modalidade em questão pode ser executada presencialmente e 
eletronicamente.
Nessa direção, destaca-se que as modalidades de licitação são escolhidas em fun-
ção dos valores monetários estimados das licitações. Em outras palavras, o valor estimado 
da contratação, “exceto em alguns casos”, indicará a modalidade a ser empregada. Assim 
sendo, deixemos então de lado por um momento a regra e vamos tratar da exceção. A 
exceção está prevista no art. 23, § 3º da Lei de Licitações:
A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor 
de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o 
disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licita-
ções internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites 
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de 
cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver for-
necedor do bem ou serviço no País.
26UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
Isto posto, o § 4º do referido artigo, reafirma o parágrafo anterior pontuando que 
“nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, 
em qualquer caso, a concorrência”. Faz-se necessário deixar claro ainda que as licitações 
devem ser obrigatoriamente publicadas e que cada modalidade requer um prazo de publi-
cidade diferente. As publicações devem ocorrer ao menos uma vez, respeitando o prazo 
requerido por cada modalidade (vide quadro 1), para que assim os possíveis fornecedores 
tenham tempo para tomar conhecimento das mesmas e para se preparem para as exigên-
cias compreendidas nos editais. Ressalta-se que os prazos estabelecidos serão contados 
a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da 
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data 
que ocorrer mais tarde (art. 21, § 3º, da Lei 8.666/93). 
Quadro 01: Prazo de Publicidade por modalidade de licitação.
Modalidade Prazo Condição
Concorrência 45 dias
Quando o contrato a ser cele-
brado contemplar o regime de 
empreitada integral ou quando a 
licitação for do tipo “melhor téc-
nica” ou “técnica e preço” 
Concorrência* 30 dias Nos casos não especificados na 
alínea “b” do inciso anterior; 
Tomada de Preços 30 dias Quando a licitação for do tipo 
“melhor técnica” ou “técnica e 
preço”; 
Tomada de Preços** 15 dias Nos casos não especificados na 
alínea “b” do inciso anterior.
Carta-Convite 5 dias úteis -
Concurso 45 dias (Incluída pela Lei nº 8.883, de 
1994)
Leilão 15 dias -
Pregão 8 dias úteis -
Fonte: Elaborado pela autora a partir das leis n.º 8.666/93 (art. 21) e 10.520/02.
 Mas afinal, onde devem ser publicadas as licitações públicas? Essa é uma 
boa pergunta e a resposta para tal questionamento pode ser encontrada no art. 21 da 
Lei Federal nº 8.666/93, ou seja, os avisos contendo os resumos dos editais deverão ser 
publicados no (em):
I - Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou en-
tidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras 
financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por 
instituições federais;
27UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
II - Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respec-
tivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública 
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; 
III - Jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em 
jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, 
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a 
Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de 
divulgação para ampliar a área de competição 
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados 
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a 
licitação. 
(...)
Tais avisos, conforme determina a Lei, devem ser os mais claros possíveis, ou seja, 
devem compreender todas as informações necessárias sobre a licitação, de modo que o 
fornecedor não tenha dificuldades para ter acesso à mesma e para que consiga preparar a 
licitação a tempo.
Nessa direção, destaca-se que os prazos que compreendem o intervalo entre 
a publicação e a entrega dos envelopes são contados a partir da última publicação do 
edital ou da sua efetiva disponibilidade e se, dentro desse intervalo de tempo, qualquer 
modificação no instrumento convocatório se fizerem necessárias, tal modificação deverá 
obrigatoriamente ser informada da mesma forma que se deu o texto original, “reabrindo-se 
o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não 
afetar a formulação das propostas” (Art. 21.§ 3º e § 4º).
Por exemplo: Suponha que hoje seja dia 03/06/2019 – Segunda-Feira; dia útil. E 
que nesta data tenha sido publicado a abertura de um pregão. A regra é: exclui-se a data 
de publicação e inclui-se a data de abertura. Então vamos lá, contar o prazo e descobrir em 
que dia a licitação acontecerá.
Contagem de Prazos
03/06 04/06 05/06 06/06 07/06 10/06 11/06 12/06 13/06
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira
Publicação
1
Dia
2
Dia
3
Dia
4
Dia
5
Dia
6
Dia
7
Dia
8
Dia
Fonte: elaborado pela autora.
Note que um pregão publicado no dia 03/06 será aberto somente no dia 13/06, ao 
passo que os dias 08/06 e 09/06 não são dias úteis. Atente-se para o fato de que o dia 03/06 
não foi contado, pois o dia da publicação não é considerado na contagem de oito (8) dias 
úteis. 
Tendo aprendido sobre essas questões gerais que envolvem as modalidades de 
28UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
licitações, vamos aprender um pouco mais agora as principais características, da modali-
dade concorrência pública nacional?
1.1 Concorrência Pública Nacional
A concorrência pública nacional é uma modalidade de licitação que pode ser em-
pregada tanto para obras e serviços de engenharia quanto para compras e serviços. Nessa 
direção, o que mais chama a atenção nesta modalidade é o montante monetário estimado 
para as contratações. O que quero dizer com isto é que, a modalidade de licitação concor-
rência é empregada para aquisições volumosas, ou seja, para grandes contratações.
Note que segundo o art. 22, § 1º da Lei n.º 8.666/93, a concorrência é a modalida-
de de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, 
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução 
de seu objeto. Em outras palavras, não há nenhuma outra exigência para participar de uma 
concorrência além da comprovação dos requisitos mínimos de qualificação. Embora essa 
descrição possa sugestionar algo fácil de ser cumprido, na prática, não é bem assim que 
funciona, pois por se tratar de contratações de grande vulto, via de regra, não é qualquer 
fornecedor que consegue cumprir tais requisitos.
Para que você possa compreender melhor o que estou dizendo, saiba que tratan-
do-se de obras e serviços de engenharia, a modalidade concorrência será empregada para 
contratações acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) e no caso de 
compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão quatrocentos e trinta mil reais). 
Muito dinheiro não é mesmo? Imagine o tamanho da responsabilidade que é fornecer ou 
prestar um serviço desse porte.Por isso, todo cuidado é pouco, tanto para os fornecedores 
quanto para os contratantes. Para os contratantes o cuidado deve estar voltado a selecio-
nar fornecedores que realmente tenham condições de cumprir com o contrato. Já para o 
fornecedores, por sua vez, o cuidado deve estar voltado a capacidade de execução de uma 
licitação desse porte.
1.2 Tomada de Preços
De acordo com o art. 22, § 2º da Lei n.º 8.666/93,
tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamen-
te cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para ca-
dastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, 
observada a necessária qualificação.
29UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
Isto posto, respeitada a devida necessidade de qualificação, todos os fornecedores 
que em tempo hábil (terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas) se cadas-
trarem, se ainda não o forem, poderão participar da licitação na modalidade tomada de 
preços. Estando cadastrados, os licitantes receberão um Certificado de Registro Cadastral 
(CRC).
Observe que essa modalidade exige que os fornecedores tenham cadastro junto 
ao órgão comprador, ou seja, é uma exigência e não uma opção. Qual o intuito de requerer 
este cadastro? Você tem alguma ideia? Pois bem, o intuito de requerer o cadastro é facilitar 
a fase de habilitação. O que quero dizer com isso é que quando um fornecedor se cadastra 
previamente junto ao órgão, nesse processo de cadastramento, ele terá que apresentar 
toda a documentação necessária que via de regra é exatamente a mesma que é exigida 
nas licitações. Assim sendo, ao apresentar essa documentação previamente, o órgão terá 
um tempo para analisá-la com cautela e por conseguinte, emitir o Certificado de Registro 
Cadastral, popularmente conhecido como CRC. 
Nessa direção, em posse do Certificado de Registro Cadastral, que geralmente tem 
validade de 12 meses ou 1 ano, os fornecedores podem participar das tomadas de preços do 
referido órgão, sem ter que apresentar todos os documentos comumente requeridos. E qual 
a vantagem disso? A grande vantagem dessa exigência é a agilidade que é proporcionada 
na fase de habilitação. Além da agilidade, é muito mais seguro, pois os documentos são 
conferidos previamente, evitando assim a possibilidade de uma falha humana no momento 
da conferência desses documentos nos certames.
Imagine uma licitação, cujo certame tenha 30 fornecedores. Você tem ideia do que 
é conferir toda a documentação de 30 empresas? Ressalto que essa documentação é 
conferida na mesa, às vistas de todos os interessados, podendo os mesmos, inclusive, ter 
acesso a todos esses documentos. É preciso muita cautela e atenção, para que nenhum do-
cumento seja conferido errado e para que nenhum documento acabe se perdendo naquela 
montanha de papéis. Em síntese, tendo realizado o cadastro, toda essa documentação é 
substituída, por um único documento, o CRC, e assim basta conferir a validade do CRC e 
pronto o fornecedor estará habilitado.
Destaca-se que, segundo o § 9o do referido artigo (artigo 22), “a administração 
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 
31” da Lei 8.666/93. 
Cumpre enfatizar que para obras e serviços de engenharia, a tomada de preços 
será empregada para contratações de até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil 
reais) e, no caso de compras e serviços, até R$ 1.430.000,00 (Hum milhão quatrocentos e 
30UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
trinta mil reais). 
Por fim, concluo essa modalidade ressaltando que o cadastramento torna a licita-
ção na modalidade tomada de preços mais simples e rápida, além de diminuir a margem 
de erros na fase de habilitação; essas sem dúvidas, são as características mais relevantes 
desta modalidade.
31UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
2. CARTA-CONVITE; CONCURSO; E LEILÃO.
 
2.1 Carta-Convite
Segundo o Art. 22, § 3º da Lei n.º 8.666/93, “convite é a modalidade de licitação 
entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e 
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa”, a qual afixará, em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados 
na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 
24 (vinte e quatro) horas da apresentação da proposta.
Assim sendo, a administração pública deverá “escolher” e convidar um número mí-
nimo de três fornecedores, cadastrados ou não, de ramo pertinente ao objeto da licitação, 
além de convidar os cadastrados que manifestarem interesse com a antecedência prevista.
Não obstante, é extremamente importante que o Administrador Público observe e 
cumpra o que diz o § 6º do artigo 22.
Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) 
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto 
idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais 
um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações. 
Objetiva-se com o cumprimento de tal hipótese, ampliar a competição e resguardar 
o administrador público de ser acusado de direcionamento, convidando sempre os mesmos 
32UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
fornecedores. Por outro lado, podem existir as limitações de mercado e/ou desinteresse por 
parte dos fornecedores existentes. Diante de um contexto como esse, cabe ao administra-
dor público cumprir o que determina o § 7º do mesmo artigo (artigo 22).
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convida-
dos, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 
3º, do referido artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justifica-
das no processo, sob pena de repetição de convite.
Observa-se ainda que para obras e serviços de engenharia, o convite será empre-
gado para contratações de até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais) e, no caso de 
compras e serviços, até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais). 
Por fim, ressalta-se que o intervalo entre a publicação e a entrega dos envelopes 
para o convite é de apenas 5 (cinco) dias úteis.
2.2 Concurso
O art. 22, § 3º da Lei n.º 8.666/93, leciona que 
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para es-
colha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de 
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de 
edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quaren-
ta e cinco) dias.
No concurso, não há determinação de valores e o intervalo entre a publicação e a 
entrega dos envelopes é de 45 (quarenta e cinco) dias.
2.3 Leilão
O leilão é a modalidade de licitação empregada para venda de bens móveis inserví-
veis, apreendidos, penhoráveis, bem como para a alienação de bens imóveis, como ensina 
o artigo 22, § 5º da Lei nº 8.666/93. Os bens inservíveis são aqueles que ainda têm algumas 
utilidades para alguns, mais não mais para a Administração Pública; já os apreendidos são 
aqueles que são decorrentes de crime, por exemplo, bens contrabandeados; e os penhora-
dos são os bens dados em penhor.
Em se tratando dessa modalidade, não há determinação de valores, e o intervalo 
mínimo entre a publicação e a entrega dos envelopes é de 15 (quinze) dias. Na modalidade 
“Leilão” será o vencedor aquele que oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da 
avaliação.
33UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
3. PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO
O pregão é a mais nova modalidade de licitação existente. Costumo brincar com os 
meus alunos que essa modalidade é a modalidade caçula, que no ano de 2019 completa 
17 aninhos, ou seja,ainda está na adolescência. Essa modalidade foi criada com o intuito 
de dar celeridade nas licitações. Como vimos, nas modalidades anteriores, cada uma tem 
uma peculiaridade e com o pregão, não é diferente. A primeira delas é que essa modalidade 
pode acontecer tanto na forma presencial, quanto na forma eletrônica.
Vou começar explicando para você a forma presencial. A forma presencial do pre-
gão, é exatamente igual a das outras modalidades, exceto por uma grande diferença. O 
que quero dizer com isso é que, no pregão presencial, todos os fornecedores vão até o 
certame no dia e horário marcado, para apresentar seus documentos e sua proposta de 
preços inicial. Note que eu disse proposta de preços inicial e é exatamente aqui que está a 
grande diferente na modalidade presencial do pregão e das outras modalidades. Nas outras 
modalidades, a proposta de preços apresenta um preço único por fornecedor e inflexível. 
Isso significa dizer que o fornecedor forma seu preço, e apresenta-o, sem que seja possível 
no momento do certame realizar negociações que possam alterar seu preço. Já no pregão 
presencial, isso é totalmente possível. Em outras palavras, em se tratando de um pregão 
presencial, os fornecedores vão até o certame, no dia e horário marcado, e apresentam a 
sua proposta inicial. Essas propostas iniciais são classificadas e ordenadas da menor para 
a maior. Posteriormente, soma-se a proposta menor 10%. Essa é a chamada regra dos 
34UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
10%, determinada pela lei que regulamentou o pregão. 
Para que você possa entender certinho como funciona essa regra, vou explica-la, 
por meio de um exemplo. Suponha que você é o pregoeiro responsável por um determinado 
pregão. Que o preço máximo dessa contratação é de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e que 
no dia do certame, se fizeram presentes cinco (5) fornecedores, que chamaremos aqui de 
fornecedores A, B, C, D, e E. Considere que os fornecedores nominados apresentaram as 
seguintes propostas:
Fornecedor Valor da proposta Regra dos 10%
A R$ 7.500,00 R$ 7.500,00 + 10% = R$ 8.250,00
B R$ 7.900,00
C R$ 8.100,00
D R$ 8.500,00
E R$ 9.000,00
A primeira coisa a ser observada por você, pregoeiro responsável por este certame, 
é que os cinco fornecedores respeitaram o preço máximo da licitação ao oferecerem a sua 
proposta. Caso não tivessem respeitado, eles teriam sido automaticamente desclassifica-
dos. Logo, como todos respeitaram, cabe ao pregoeiro, ordenar essas propostas da menor 
para a maior e aplicar a regra dos 10%. A regra dos 10%, como já mencionada, nada mais 
é do que acrescer a menor proposta 10%, que no exemplo dado é a proposta do fornecedor 
A. Note que o fornecedor A, ofereceu R$ 7.500,00. Ao acrescer 10%, cria-se um intervalo, 
uma linha de corte que vai até R$ 8.250,00. Isso significa dizer que quem tiver oferecido 
o fornecimento do bem ou a prestação de serviço, até R$ 8.250,00, poderá ir para a fase 
de lances, fase que trataremos daqui a pouco. Note que essa regra, desclassificou os 
fornecedores D e E. Assim sendo, somente os fornecedores A, B, e C, poderão participar 
da fase de lances. A fase de lances é uma fase que permite que os preços sejam alterados, 
ou seja, a fase de lances permite que o preço inicial se altere, pois haverá uma fase de 
disputa entre os fornecedores. E quando essa fase termina? Essa fase termina quando o 
último fornecedor declinar.
35UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
REFLITA
Você sabia que quando da aplicação da regra dos 10% não for possível apurar no míni-
mo três fornecedores para a fase de lances, convocar-se-á a menor proposta e as duas 
menores subsequentes?
Fonte: Elaborado pela autora a partir da Lei 10.520/2002 autora.
Agora vamos falar um pouco sobre a forma eletrônica, ou como comumente chama-
mos, pregão eletrônico. No pregão eletrônico, as regras são um pouco diferentes. Primeira-
mente, o fornecedor no dia e horário marcados, devem acessar a plataforma eletrônica em 
que o pregão ocorrerá. São exemplos de plataformas eletrônicas, o comprasnet, o BEC-SP 
(Bolsa Eletrônica de Compras de São Paulo), o licitações-e, entre outras. Destaca-se que 
no pregão eletrônico, não há a regra dos 10%, o que significa dizer que todas as propostas 
classificadas, poderão participar do pregão (Lei 10.520/02). Isto posto, ressalta-se que o 
fornecedor, que vencer o pregão eletrônico, terá um prazo para enviar a documentação re-
querida para a fase de habilitação. Esse envio, tanto pode ser feito pela própria plataforma, 
como pode ser feito por envio de correspondência.
Uma outra peculiaridade bastante relevante do pregão, é que os documentos para 
fins de habilitação são conferidos somente do licitante vencedor, tanto no presencial, quanto 
no eletrônico, o que por sua vez agiliza, da celeridade aos certames. Essa prerrogativa é 
chamada nesta modalidade de inversão das fases, ou seja, inverte-se a fase de Habilitação 
e Classificação. Em outras palavras, em todas as outras modalidades, habilita-se todos os 
fornecedores e depois apura-se os preços (classificação). No pregão, classifica-se todas as 
propostas e habilita-se somente o vencedor.
Por fim, registro que segundo o art. 1º, parágrafo único da Lei n.º 10.520/2002, 
para aquisição de “bens e serviços comuns”, poderá ser adotada a licitação na modalidade 
pregão que será regida por esta Lei. 
Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, 
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamen-
te definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado (Art. 
1º, § único).
Nessa direção, destaca-se que, por se tratar de uma modalidade para bens e ser-
viços comuns, o pregão só se faz do tipo “menor preço”, ou seja, não se admite técnica 
nessa modalidade.
36UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
SAIBA MAIS
Os participantes do pregão eletrônico têm direito público subjetivo a fiel observância do 
procedimento fixado pelo seu decreto regulamentador, segundo prescreve seu Art. 7°. 
Observe-se que esse mesmo preceptivo permite a qualquer interessado acompanhar o 
seu desenvolvimento em tempo real, por meio da internet, embora aí não esteja indica-
do como essa participação se dará.
Fonte: Gasparini (2011, p. 642) 
Trata-se de uma modalidade com características peculiares quando comparada às 
demais, pois, entre outros fatores, sofre inversão nas fases de habilitação e classificação 
de proposta, além de permitir disputa de preços entre os classificados.
Não há determinação de valores para empregá-la, e o intervalo entre a publicação 
e a entrega dos envelopes é de 8 (oito) dias úteis.
Por fim, para fechar tudo que você aprendeu até aqui sobre modalidades de licita-
ção, montei um quadro resumo com as principais características de cada uma. Espero que 
este quadro te ajude a fixar os conhecimentos adquiridos até aqui.
Fonte: elaborado pela autora, com base nas leis 8.666/93 e 10520/02 em vários artigos.
37UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido(a) aluno(a),
Chegamos ao fim da unidade II da disciplina Licitações, Contratos e Convênios. 
Vamos relembrar aqui, de uma maneira bem breve, tudo o que você aprendeu?
Você se lembra que, num primeiro momento, aprendeu sobre as modalidades con-
corrência pública nacional e tomada de preços respectivamente? Pois bem, sobre essas 
modalidades, vale enfatizar o cuidado que é necessário ter com os valores das contrata-
ções, tanto para obras, quanto para serviços. Ademais, destaca-se a atenção que deve-se 
ter com os prazos de publicidade e para cadastro, ao passo que essa é uma das exigências 
da tomada de preços, certo? 
Sequencialmente você aprendeu sobre a modalidade carta-convite, concurso e 
leilão. Eu, particularmente, gosto muito dessasmodalidades e vou te dizer o porquê. A 
carta-convite, foge a regra, pois trata-se de um convite mesmo, como o próprio nome já diz, 
ou seja, a administração, num número mínimo de três (3) deve convidar os fornecedores 
que assim desejar. Já o concurso, por sua vez, é uma modalidade de licitação empregada 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios 
ou remuneração aos vencedores. Por fim, o leilão, modalidade de licitação bem popular, 
inclusive entre leigos, destina-se a venda de bens móveis inservíveis, apreendidos, pe-
nhoráveis, bem como para a alienação de bens imóveis. Você conseguiu notar o quão 
diferente é cada modalidade de licitação? Muito legal, não é mesmo.
Por fim, você aprendeu sobre a modalidade pregão. A modalidade pregão roubou 
a cena assim que foi instituída. A oportunidade de disputar preços tanto presencialmente 
quanto eletronicamente tem gerado uma boa economia para os órgãos públicos.
Espero que esse estudo tenha sido proveitoso e que você tenha ampliado seus 
conhecimentos sobre esse rico procedimento administrativo que é a Licitação.
Bons Estudos!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro.
38UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
LEITURA COMPLEMENTAR
Concessão de obra pública
Embora a Lei nº 8.987 (1994) fale em concessão de serviço público precedida da 
execução de obra pública (art. 2º, inciso III), preferimos a denominação tradicional do ins-
tituto, porque nem sempre existe a prestação de serviço público no contrato de concessão 
de obra pública.
Concessão de obra pública é o contrato administrativo pelo qual o poder público 
transfere a outrem a execução de uma obra pública, para que a execute por sua conta e 
risco, mediante remuneração paga pelos beneficiários da obra ou obtida em decorrência da 
exploração dos serviços ou utilidades que a obra proporciona.
Alguns autores, como Mário Masagão, negam a existência desse tipo de contrato, 
alegando que ele é sempre acessório de um contrato de concessão de serviço público. O 
que a Administração Pública tem em vista é a prestação do serviço público; mas, como 
este depende da realização de uma obra pública, esta é previamente transferida ao mesmo 
concessionário.
Hoje já se reconhece a existência desse contrato, como modalidade autônoma em 
relação ao de concessão de serviço público; ele tem por objeto a execução de uma obra, 
sendo secundária a prestação ou não de um serviço público.
O que é essencial para que se caracteriza a concessão de obra pública é que a 
remuneração do concessionário não seja feita pelo poder concedente, pois, se assim fosse, 
ter-se-ia simples contrato de empreitada. Essa remuneração pode ser assegurada por di-
ferentes formas: ou por meio de contribuição de melhoria instituída pelo poder concedente 
para remunerar o concessionário; ou pela delegação da execução de um serviço público, 
o que significa que o contrato terá dois objetos sucessivos: primeiro a execução da obra, 
depois a prestação do serviço ou a simples exploração comercial das utilidades que a obre 
permite.
O conceito contido no art. 2º, inciso III, da Lei nº 8.987 (1994), embora fale em 
“concessão de serviço público precedida de obra pública”, na realidade admite que, após 
o término da obra, o concessionário apenas explore comercialmente a própria obra, sem 
prestar necessariamente um serviço público. Com efeito, na parte final do dispositivo, há 
referência ao fato de que o investimento da concessionária pode ser “remunerado e amor-
tizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado”.
39UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
Suponha-se a hipótese em que o concessionário construa um estacionamento 
público e seja autorizado, posteriormente, a explorar comercialmente esse estacionamento 
a título de remuneração pela construção da obra. Ou que construa uma ponte e depois ex-
plore comercialmente o tráfego pela ponte. Não há a prestação de um serviço público, mas 
a simples exploração comercial decorrente do uso de bem público pelos administrados. É 
o que ocorre também nas concessões de rodovias.
Como a remuneração do concessionário pela realização da obra depende inteira-
mente da exploração do serviço ou da própria obra, se o contrato for rescindido antes do 
prazo estipulado, dará também ao concessionário direito à compensação financeira.
O contrato de concessão de obra pública submete-se às mesmas normas estabe-
lecidas para a concessão de serviço público.
Fonte: Di Pietro (2011, p. 130)
40UNIDADE II As Modalidades de Licitação Previstas nas Leis 8.666/93 e 10.520/02
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Pregão Presencial e Eletrônico: Sistema de Registro de 
Preços – Manual de Implantação, Operacionalização e Controle.
Autor: Jair Eduardo Santana.
Editora: Fórum.
Sinopse: Pregão Presencial e Eletrônico - Sistema de Registro de 
Preços - Manual de Implantação, Operacionalização e Controle é 
obra indispensável para o setor das aquisições governamentais. 
Partindo das questões básicas e não deixando de analisar os pro-
blemas mais comuns e sensíveis dessa modalidade de licitação, 
a doutrina de Jair Santana é acatada por diversos Tribunais de 
Contas e Judiciais, consistindo em fonte segura de orientação. O 
autor possui experiência de mais de duas décadas e meia no trato 
desses assuntos e deixa seus ensinamentos nesta 4ª edição. O 
livro está atualizado pelas normas vigentes e dele consta o novo 
Sistema de Registro de Preços, conforme legislação federal recen-
te. Além da doutrina própria do autor, o livro traz farta jurisprudência 
e orientações tanto para aqueles que adquirem (Governo) quanto 
para quem vende (fornecedores).
41
Objetivos de aprendizagem:
● Compreender as etapas que compõem a fase interna das licitações.
● Discutir a fase externa das licitações.
•	 Aprender as peculiaridades que envolvem as fases da licitação na modalidade 
pregão.
Plano de estudo:
● A fase interna da Licitação
● A fase externa da licitação
● As fases interna e externa da modalidade pregão
UNIDADE III
As Fases da Licitação
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
42UNIDADE III As Fases da Licitação
INTRODUÇÃO
Olá, caro (a) aluno (a),
Seja bem-vindo (a) a terceira unidade do livro Licitações, Contratos e Convênios. 
Nesta unidade, você aprenderá as fases interna e externa das licitações, tanto para as 
modalidades criadas pela Lei n.º 8.666/1993 quando para a modalidade pregão, criada pela 
Lei 10.520/2002. Em outras palavras, você estudará as fases que compõem as licitações 
públicas, sendo elas: interna e externa. A fase interna compreende aquela fase preparató-
ria, ou seja, é o momento de se pensar no que se quer comprar para a partir daí planejar a 
compra. Já a fase externa é aquela fase onde as negociações para a compra acontecerá.
 A aprendizagem em questão é fundamental para o entendimento dos procedimen-
tos administrativos que envolvem as licitações que vigoram para aquisições de bens e 
serviços, tanto para aqueles que estão do lado da administração pública, ou seja, que 
representam os contratantes, quanto para aqueles que estão do lado dos contratados, 
quais sejam, os fornecedores. 
Visando atingir os objetivos de aprendizagem elencados para esta unidade, a 
mesma foi dividida em três tópicos. No primeiro tópico, você estudará a fase interna das 
licitações que é composta pela delimitação do objeto; estimativa de valor; aprovação prévia 
das despesas e autorização para prosseguir; elaboração da minuta do edital e parecer 
jurídico; constituição da comissão de julgamento, e abertura do processo licitatório. No 
segundo tópico, por sua vez, você estudará a fase externa das licitações. A fase externa 
das licitações envolve, entre outros, os pedidos de esclarecimentos, as impugnações, os 
recursos, a homologação e a adjudicação. Por fim, no terceiro e último tópico, você es-
tudaráa fase interna e externa da modalidade pregão. Por se tratar de uma modalidade 
instituída por uma outra Lei, as fases internas e externas possuem particularidades distintas 
das demais.
Espero que ao terminar esse estudo você tenha absorvido o máximo de conheci-
mento possível e que se sinta instigado em aprender muito mais sobre licitações. 
Bons estudos!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro.
43UNIDADE III As Fases da Licitação
1 A FASE INTERNA DA LICITAÇÃO 
A fase interna da licitação compreende todos os atos administrativos preparatórios, 
ou seja, todos os atos que preparam uma licitação, os quais devem ser executados antes 
do edital se tornar público; por isso é denominada de fase interna. 
Por se tratar de uma fase interna, onde está se preparando “as regras” que com-
porão o edital, não há necessidade de se fazerem públicas as ações que as envolvem. 
Tais ações, entre outras providências, visam promover: (a). A elaboração do termo de 
referência, isto para a modalidade pregão; (2). A delimitação do produto ou serviços que se 
pretende comprar e/ou contratar; (3). O valor que em média será investido na aquisição; (4). 
A elaboração da minuta do instrumento convocatório e parecer jurídico para prosseguir; (5) 
A Constituição da comissão que realizará o certame e (6). A abertura do processo licitatório. 
1.1 A DELIMITAÇÃO DO PRODUTO OU SERVIÇO
A identificação da necessidade de se comprar ou contratar e a delimitação do pro-
duto ou serviço, além de constituírem o início de uma licitação, é de extrema importância e 
complexidade. Erros nessa etapa podem ser fatais.
Nessa direção, sendo a necessidade de compra identificada, o responsável pela 
mesma deve requerer à autoridade competente a abertura de uma licitação. Registre-se 
que identificar a necessidade de compra não é algo complexo, muito pelo contrário, visua-
lizar o que está faltando e o que é necessário comprar é um procedimento simples, porém 
44UNIDADE III As Fases da Licitação
importante. É como fazer uma lista de compras para ir ao supermercado.
 No entanto, requerer esse bem e/ou serviço por meio de uma descrição que “não 
direcione” a licitação é algo extremamente difícil. É muito comum, sempre que pensamos 
em comprar ou adquirir um bem e/ou serviço, pensarmos em uma determinada marca. 
Como a lei de licitações proíbe tal conduta, delimitar um produto ou serviço cujas inúmeras 
marcas possam atendê-lo não é um processo simples.
 Muitas vezes, dependendo do produto ou serviço a ser delimitado, nem os próprios 
interessados na compra, sabem o que realmente querem e/ou necessitam em termos de 
descrição do produto.
Via de regra, essa delimitação do produto ou serviço deve ser realizada por técnicos 
da Administração Pública que possuam conhecimento para tal atividade, ao passo que a 
descrição do produto ou serviço deve promover competitividade, ou seja, deve proporcionar 
a inserção do maior número possível de participantes. 
1.2 ESTIMATIVA DE VALOR
Estando a necessidade de aquisição definida e a delimitação do produto ou serviço 
pronta, inicia-se a pesquisa de mercado acerca do valor que em média está se praticando 
para com o referido produto ou serviço.
 Tal pesquisa tem por objetivo nortear o administrador público, ou seja, a adminis-
tração precisa ter uma ideia do preço do produto ou serviço que quer comprar para que 
assim evite contratar com fornecedores que apresentem propostas de preços com valores 
muito acima ou muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Assim sendo, os responsáveis por tais atividades geralmente realizam pesquisas 
de preços no mercado com pelo menos três fornecedores do ramo que se pretende licitar; 
como por exemplo, o ramo de papelaria.
Essa tarefa é um tanto quanto árdua, pois os fornecedores não se dispõem com 
facilidade a orçar para a administração pública, haja vista que, além de saberem que o 
orçamento apenas servirá para constituir o processo licitatório e orientar a administração 
pública, os mesmos são trabalhosos, pois envolvem uma considerável gama de produtos 
que são descritos de maneira bem complexa. Para você ter uma ideia, uma licitação de 
insumos hospitalares, via de regra é composta por mais de 400 itens. Já imaginou cotar 400 
itens sem expectativa de venda? Provavelmente essa cotação acontecerá cheia de falhas 
e/ou riscos.
Tal condição, pode gerar uma licitação frustrada. A frustração é consequência dos 
45UNIDADE III As Fases da Licitação
preços que vão parar nos editais como preço máximo estabelecido que ora são atrativos 
demais, dando indícios de que é possível realizar vendas com valores bem acima do valor 
de mercado, ora são inviáveis, o que por sua vez pode resultar numa licitação deserta, ou 
seja, sem possíveis e prováveis interessados.
Estimado o valor da contratação, faz-se necessário averiguar se existe ou não 
dotação orçamentária para fazer frente a esse processo licitatório. Ressalta-se que a indi-
cação da dotação orçamentária deve constar no instrumento convocatório, ao passo que tal 
indicação “assegura” o pagamento decorrente das obrigações assumidas com o fornecedor.
1.3 A ELABORAÇÃO DA MINUTA DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
A elaboração da minuta do Edital deve prever o que leciona o Artigo 40 da Lei Geral 
n.º 8.666/93. Vejamos o que ele nos diz:
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, 
o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de 
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o 
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como 
para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguin-
te:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumen-
tos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para 
entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de lici-
tação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 
27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à dis-
tância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos 
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações neces-
sárias ao cumprimento de seu objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e es-
trangeiras, no caso de licitações internacionais;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, 
permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mí-
nimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de 
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação 
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de 
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a 
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa 
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação 
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de 
obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das 
demais parcelas, etapas ou tarefas;
46UNIDADE III As Fases da Licitação
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data 
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei 
nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por

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