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A Gestão Escolar Inclusão e Multiculturalidade AVA

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A Gestão Escolar: Inclusão e 
Multiculturalidade
W
BA
01
68
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1.
2
2/205
A Gestão Escolar: Inclusão e Multiculturalidade
Autora: Gleidis Roberta Guerra
Como citar este documento: GUERRA, Gleidis Roberta. A Gestão Escolar: Inclusão e 
Multiculturalidade. Valinhos, 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no 
Processo de Formação do Cidadão
05
Assista a suas aulas 19
Unidade 2: Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva 26
Assista a suas aulas 47
Unidade 3: Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões 
de Raça, Gênero, Etnia e o Desenvolvimento dos Sujeitos
54
Assista a suas aulas 72
Unidade 4: Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e 
Inclusivo
79
Assista a suas aulas 98
2/205
3/2053
Unidade 5: Deficiência Visual, Auditiva e Intelectual 105
Assista a suas aulas 126
Unidade 6: Deficiência Física e Múltiplas 134
Assista a suas aulas 148
Unidade 7: Transtornos Globais do Desenvolvimento - Autismo e Surdocegueira 155
Assista a suas aulas 177
Unidade 8: Altas Habilidades e Superdotação 184
Assista a suas aulas 198
Sumário
A Gestão Escolar: Inclusão e Multiculturalidade
Autora: Gleidis Roberta Guerra
Como citar este documento: GUERRA, Gleidis Roberta. A Gestão Escolar: Inclusão e 
Multiculturalidade. Valinhos, 2016.
4/205
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina se propõe a discutir os 
conceitos de educação multicultural, 
intercultural e inclusiva e sua influência 
no processo de formação do cidadão. Para 
isto, discutiremos aspectos relacionados 
aos fundamentos e políticas da educação 
inclusiva, o multiculturalismo e a 
participação da família e da comunidade 
nas discussões da escola e ainda 
conheceremos um pouco sobre as diversas 
deficiências.
5/205
Unidade 1
Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
Objetivos
O objetivo desta aula é compreendermos 
alguns conceitos importantes de educação 
multicultural, intercultural e inclusiva, para 
assim repensarmos nossa prática. 
1. Compreender conceitos de educação 
multicultural e intercultural;
2. Compreender o conceito de educação 
inclusiva;
3. Conhecer a influência destes 
conceitos para a formação do 
cidadão.
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
6/205
Introdução 
Olá, aluno!
Nesta aula, irei apresentá-lo a alguns 
conceitos importantes para a compreensão 
da disciplina, os quais tratam de 
multiculturalismo e de inclusão.
O processo de inclusão vem sendo 
arduamente debatido desde a década de 
90, e teve na Declaração de Salamanca, em 
1994, o seu grande ponto de partida.
A Declaração de Salamanca é um 
documento que foi produzido após uma 
Conferência Mundial, ocorrida na cidade de 
Salamanca, na Espanha, da qual o Brasil é 
signatário.
Tal documento prevê que os países 
signatários assumem compromissos 
para que a educação ocorra para todos, 
sem distinção ou qualquer tipo de 
discriminação, em um sistema educacional 
único.
A partir deste documento, o Brasil cria 
diversas leis que garantem o acesso e a 
permanência de alunos com deficiência 
nas salas de aulas regulares. 
Mas, a Declaração de Salamanca não trata 
só de pessoas com deficiência, embora 
sua maior divulgação esteja relacionada a 
isso. Vejamos o trecho a seguir, retirado do 
documento, para entendermos melhor do 
que ele trata:
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
7/205
O princípio que orienta esta Estrutura é o de que escolas deveriam 
acomodar todas as crianças independentemente de suas condições 
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas 
deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e 
que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, 
crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e 
crianças de outros grupos desavantajados ou marginalizados. Tais 
condições geram uma variedade de diferentes desafios aos sistemas 
escolares. (UNESCO, 1994, p.3)
Para saber mais
Acesse a Declaração de Salamanca na íntegra. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 28 maio 2016.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
8/205
Vamos voltar um pouco na história para 
entendermos todo o processo da educação 
especial até chegarmos à educação 
inclusiva, a qual se propõe hoje.
No Brasil, o atendimento às pessoas com 
deficiência vem da época do Império, e tem 
início com a criação de duas instituições: 
O Imperial Instituto dos Meninos Cegos 
(1854), atual Instituto Benjamin Constant 
(IBC) e o Imperial Instituto dos Surdos 
Mudos (1857), atual Instituto Nacional da 
Educação dos Surdos (INES), ambos no Rio 
de Janeiro.
No século XX é fundado o Instituto 
Pestalozzi (1926) e em 1954 é fundada a 
primeira Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais (APAE).
Com a criação das diversas escolas 
especializadas, as pessoas com deficiência, 
que antes não tinham direito a nenhum 
tipo de instrução formal, passam a ser 
atendidas de maneira segregada, ou seja, 
uma educação à parte, separada das 
crianças sem deficiência.
A este período denominamos Segregação, 
que é marcado pelo nascimento de uma 
nova pedagogia: A Educação Especial.
Com o passar do tempo, por volta da 
década de 1960, educadores passam a 
discutir que esta educação segregada 
não era capaz de inserir as pessoas com 
deficiência na sociedade, e propõem um 
novo modelo de educação, que passa a ser 
denominado Integração Escolar.
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
9/205
No período de integração escolar, entende-
se que as pessoas com deficiência devem 
conviver com as outras, mas ainda devem 
ser mantidas em ambientes protegidos. 
Com base nessas ideias, são criadas as 
classes especiais, dentro das escolas 
comuns, e inaugura-se um sistema 
educacional em três níveis: Escola Especial 
– Classe Especial – Classe Comum.
O projeto era que conforme o aluno 
melhorasse sua performance, ele pudesse 
passar da Escola Especial para a classe 
especial e, posteriormente, para a sala 
comum. Porém, a passagem para a classe 
comum geralmente não acontecia, visto 
que a escola não se propunha a fazer 
nenhuma modificação para atender às 
necessidades da criança, a qual devia 
adaptar-se ao sistema imposto .
Só após esse período, com muitas 
discussões e luta política, a ideia da 
inclusão passou a ocorrer, tendo como 
marco inicial a Declaração de Salamanca, e 
acreditando, finalmente, que é a escola que 
deve se adaptar à criança, modificando-se 
para recebê-la.
As discussões em torno do 
multiculturalismo, como questões de 
gênero e etnias na escola, começam na 
década de 1970 como projeto pedagógico 
e as discussões em torno de uma escola 
pública que seja capaz de lidar com a 
diversidade cultural estão postas.
A ideia de que a diferença cultural 
pode enriquecer e não enfraquecer o 
convívio social na escola, na sociedade 
e no mercado de trabalho começa a ser 
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
10/205
difundida e alguns países, como o Brasil, 
começam a rever e ampliar seus currículos 
escolares, incorporando alguns saberes 
antes deixados de fora. Educação para 
a diversidade tem sido o termo que 
caracteriza esta fase mais plural da nossa 
educação.
1. Multicultural ou Intercultural?
Para entendermos osconceitos de 
multiculturalismo e interculturalidade, 
precisamos olhá-los de dois ângulos 
diferentes. Na primeira perspectiva, 
descritiva, o multiculturalismo seria uma 
característica das sociedades atuais. 
Em outra perspectiva, prescritiva, o 
multiculturalismo não é apenas algo dado 
pelo contexto, mas uma maneira de atuar e 
intervir na dinâmica social. (FORQUIN, 2000)
Candau (2008) propõe outra concepção: 
um multiculturalismo interativo e aberto, 
que privilegia a interculturalidade, a qual 
seria a mais adequada para uma sociedade 
que se pretende democrática e inclusiva, 
que proponha políticas de igualdade e 
identidade. Neste sentido, a educação 
deve ter como objetivo o reconhecimento 
do “outro”.
Nos últimos anos, algumas mudanças no 
meio acadêmico aconteceram de forma 
a evidenciar a necessidade de propor 
uma educação que não apenas aceite 
e respeite, mas que valorize e discuta a 
diversidade em sala de aula. Dentre essas 
mudanças, podemos citar a aprovação 
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
11/205
e implementação da lei 10.639/2003, 
que estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional, para incluir no 
currículo oficial da Rede de Ensino a 
obrigatoriedade da temática “História e 
Cultura Afro-Brasileira”.
O estabelecimento de novas metas, mais 
inclusivas para o acesso às Universidades, 
também fez com que houvesse o aumento 
de alunos negros e índios em carreiras, 
antes altamente seletivas.
É claro que a diversidade posta nas escolas 
brasileiras leva a novos desafios, que 
podem acarretar em uma necessidade 
urgente de modificação dos currículos, 
tornando-os mais multiculturais, abertos à 
realidade de todos os brasileiros.
2. Formação do Cidadão: 
Função da Escola?
Pensando na escola como espaço 
de formação para a cidadania, e nos 
remetendo às questões da educação 
inclusiva e multicultural, nos perguntamos 
em que sentido a escola influencia 
na formação de pessoas que irão, 
futuramente, determinar o andamento 
da sociedade em prol da aceitação de 
todas as pessoas, independente de suas 
características.
Partindo do princípio que a escola institui 
a cidadania, visto que ela é o lugar 
que as crianças deixam de fazer parte 
exclusivamente da família e passa a 
pertencer a uma comunidade mais ampla 
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
12/205
(CANIVEZ, 1991), é neste espaço que a 
convivência com a diversidade ensina 
normas e regras, sem as quais não se 
sobrevive na sociedade.
Devemos lembrar que as funções políticas 
e sociais da escola são atravessadas 
por interesses da classe dominante, 
e que as questões da inclusão e do 
multiculturalismo não apenas na escola, 
mas na sociedade, muitas vezes entram em 
choque com o desejo de classes sociais.
Uma pesquisa realizada por Cruz (2012) 
reuniu bonecos com características 
diferentes das que as nossas crianças 
costumam ter para brincar: cadeirantes, 
negros, idosos, grávidas, com Síndrome 
de Down, entre outros. Eles foram 
apresentados para as crianças com o 
intuito de verificar como elas pensam e 
lidam com a diversidade, neste caso, em 
forma de brinquedo.
O principal objetivo era que as crianças, 
entre 7 e 8 anos de idade, falassem sobre 
as suas impressões, e os resultados 
apontaram um estranhamento inicial em 
relação às características que fugiam do 
padrão esperado pela sociedade: branco, 
loiro, olhos azuis, magro.
Apontaram ainda a presença de discursos 
discriminatórios de raça, religião, gênero e 
etnia, demonstrando como as crianças são 
imersas em preconceitos culturais.
As conclusões, porém, demonstram 
claramente que as crianças foram se 
modificando a partir dos encontros e 
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
13/205
das brincadeiras, que podem subverter a 
ordem e escapar dos condicionamentos, 
ressignificando não apenas o seu brincar, 
mas a sua constituição enquanto sujeito.
Assim, fica claro como a diversidade trazida 
para a sala de aula, envolta por discussões 
e debates em relação à temática, auxilia 
na formação de sujeitos mais generosos e 
menos preconceituosos.
Para saber mais
Conheça toda a pesquisa realizada por Cruz 
(2012) em: Brincando com cadeirantes, 
idosos, negros e princesas: a diversidade por 
meio de brinquedos infantis. CRUZ, Michelle 
Brugnera. Disponível em: <http://www.
cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/
cp/article/viewFile/376/176>. Acesso em: 28 
maio 2016.
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
14/205
Glossário
Inclusão: Princípio pelo qual todas as pessoas têm as mesmas oportunidades, sendo 
respeitadas as suas diferenças.
Multiculturalismo: Existência de uma pluralidade cultural, que convive de maneira harmônica.
Interculturalidade: Interação entre duas ou mais culturas, favorecendo seu convívio e o 
enriquecimento mútuo.
Questão
reflexão
?
para
15/205
Refletindo sobre as questões colocadas em relação à 
inclusão e o multiculturalismo, cabe a nós, educadores 
e gestores, pensarmos na escola como um espaço para 
todas as pessoas, independente de suas características. 
Sendo assim, eu pergunto: Quem é que cabe no seu 
TODOS? (Werneck, 1999)
16/205
Considerações Finais (1/2)
• Os debates a respeito de uma educação para todas as pessoas ocorrem 
principalmente na década de 90 e têm seu grande marco na Declaração de 
Salamanca (1994), que propõe que todos os alunos, independente de suas 
características, devem estudar em um único Sistema Educacional.
• Na História da educação, passamos por períodos de exclusão, em que as 
pessoas com deficiência não tinham nenhum direito, de segregação, em 
que escolas separadas eram propostas para crianças com e sem deficiência, 
de integração, em que se propunha um ambiente protegido dentro da 
escola comum para finalmente chegarmos à inclusão, em que todas as 
crianças têm o direito de aprender juntas.
• As questões de multiculturalismo e interculturalidade começam a ser 
discutidas na década de 70, mas ganham força a partir dos anos 2000, 
com leis que tratam da alteração curricular das escolas e propostas mais 
inclusivas em todos os níveis de escolaridade.
17/205
• Discutir a diversidade em sala de aula pode fazer com que nossas crianças 
se tornem cidadãos mais generosos e menos preconceituosos, afinal, é 
função da escola a construção da cidadania.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 1 • Conceitos de Educação Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência no Processo de 
Formação do Cidadão
18/205
Referências
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre 
igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, nº37, Janeiro/Abril, 
2008. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-
2478. Editora Autores Associados.
CANIVEZ, Patrice. Educar o cidadão?. Campinas: Papirus, 1991.
FORQUIN, Jean-Claude. O currículo: entre o relativismo e o universalismo. Revista Educação e 
Sociedade, Campinas, v. 21, n. 73, p.47-70, dez. 2000.
SANSONE, Livio. Apresentação: que multiculturalismo se quer para o Brasil?. Cienc. Cult.,  
São Paulo,  v. 59,  n. 2, junho  2007. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000200013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  28  
maio  2016. 
UNESCO. Declaração de Salamanca. 1994. 48 p.
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000200013&lng=en&nrm=isohttp://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252007000200013&lng=en&nrm=iso
19/205
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Conceitos de Educação Multicul-
tural, Intercultural e Inclusiva e sua Influência 
no Processo de Formação do Cidadão - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/642b278677419a8d2905a91e32adc164>.
Aula 1 - Tema: Conceitos de Educação 
Multicultural, Intercultural e Inclusiva e sua 
Influência no Processo de Formação do Cidadão 
- Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/200a94c968df5efabc3d18bd72dae4c4>.
http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/642b278677419a8d2905a91e32adc164
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20/205
1. O grande marco da Educação Inclusiva é a publicação de um documento 
denominado Declaração de Salamanca (1994), que traz, dentre os seus 
princípios, a prerrogativa de que:
a) As crianças, dependendo da característica que possuem, devem estudar separadas.
b) As crianças que estudam nas classes comuns devem se adaptar ao sistema, sem 
modificá-lo.
c) Todas as crianças, independente de suas características, devem aprender juntas.
d) A escola deve ser em três níveis, sendo escola especial, classe especial e classe comum.
e) As crianças com deficiência não têm capacidade para estudar junto às crianças sem 
deficiência.
Questão 1
21/205
2. Dentro da perspectiva da Educação Especial, as crianças, durante 
o período de integração, poderiam ir para as classes especiais. Isso 
ocorria, porque:
a) Tinham direito ao mesmo sistema de ensino.
b) Precisavam ficar em ambientes protegidos.
c) Tinham as mesmas capacidades intelectuais.
d) Eram segregadas em escolas especiais.
e) Não tinham direito à educação.
Questão 2
22/205
3. As questões do multiculturalismo começam a ser discutidas na década 
de 70, mas ganham força após os anos 2000. A lei 10639/2003 foi uma 
das propulsoras deste debate, e garante:
a) Matrícula para as crianças afrodescendentes brasileiras.
b) Inclusão de professores afrodescendentes nas escolas.
c) Inclusão no currículo da história e cultura afro-brasileira.
d) Criação de cotas para negros nas escolas públicas.
e) Criação de cotas para negros nas Universidades.
Questão 3
23/205
4. Estudos demonstram que debater a diversidade em sala de aula pode 
ser benéfico para a formação das crianças. Isso ocorre, pois:
a) Elas não têm preconceitos estabelecidos culturalmente.
b) Elas não compreendem o que é preconceito e diferença.
c) A escola não tem como função a formação para a cidadania.
d) Elas podem ressignificar e rever preconceitos culturais.
e) As crianças são passivas e aceitam tudo o que lhes é trazido.
Questão 4
24/205
5. O multiculturalismo pode ser entendido como:
a) Várias culturas que convivem em harmonia.
b) Várias culturas sendo uma superior a outra.
c) Uma única cultura dominante a ser ensinada.
d) Interação entre as culturas diferentes.
e) Sinônimo de inteculturalidade.
Questão 5
25/205
Gabarito
1. Resposta: C.
A Declaração de Salamanca propõe que 
todas as crianças, independente de suas 
características, estudem em um único 
sistema de ensino.
2. Resposta: B.
No período de integração, acreditava-se 
que as crianças com deficiência deviam 
ser inseridas na sociedade, porém em 
ambiente protegido.
3. Resposta: C.
A Lei 10639/2003 propõe que a disciplina 
História e Cultura Afro-brasileira seja 
inserida nos currículos.
4. Resposta: D.
A partir de debates sobre a diversidade, a 
criança pode ressignificar seus conceitos e 
tornar-se um cidadão melhor.
5. Resposta: A.
Multiculturalismo refere-se a diferentes 
culturas que podem conviver em harmonia.
26/205
Unidade 2
Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva
Objetivos
Compreender as políticas públicas e os 
fundamentos da educação inclusiva.
1. Conhecer a legislação pertinente;
2. Compreender os princípios da 
Declaração de Salamanca;
3. Conhecer os fundamentos da prática 
inclusiva na escola.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva27/205
Introdução
Olá, aluno,
Este novo tema tratará de questões 
importantes em relação à educação 
inclusiva, como seus fundamentos e 
princípios. Partiremos da Declaração de 
Salamanca, que é considerada o marco 
inicial da Educação Inclusiva em todo o 
mundo.
Vamos, então, entender como foi feita a 
construção desse documento e as suas 
implicações para a educação mundial.
A Conferência Mundial de Educação, que 
deu origem ao documento intitulado 
Declaração de Salamanca, aconteceu 
do dia 7 ao dia 10 de junho de 1994, 
na cidade de Salamanca, Espanha. 
Participaram representantes de 88 governos 
e 25 organizações internacionais, que 
reafirmaram o compromisso Educação 
Para Todos e reconheceram a necessidade 
de uma educação que atenda a crianças, 
jovens e adultos com deficiências dentro do 
sistema regular de ensino (UNESCO, 1994).
Dentre os seus princípios e fundamentos, 
a Declaração de Salamanca defende que 
todas as crianças têm direito à educação, 
com oportunidades para alcançar o nível de 
aprendizagem adequado, e que os sistemas 
educacionais devem levar em conta a 
diversidade e as características individuais. 
Além disso, a Pedagogia deve ser centrada 
na criança, atender às suas necessidades, 
combater as atitudes discriminatórias e 
prover um sistema educacional eficaz.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva28/205
Para que essas mudanças no sistema educacional ocorram, também a Declaração de 
Salamanca congrega e demanda algumas atitudes dos governos, no sentido de atribuir 
prioridade política e financeira para que a escola se torne apta a incluir todas as crianças, 
independente de suas diferenças ou dificuldades.
Vejamos, a seguir, alguns trechos determinantes da Declaração de Salamanca: 
Acreditamos e Proclamamos que:
Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades 
de aprendizagem que são únicas;
Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas 
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em 
conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva29/205
Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso 
à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia 
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-
se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e 
alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma 
educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, 
em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. 
(UNESCO, 1994 p.1)
Como já dito anteriormente, a Declaração de Salamanca, enquanto documento, não tem peso 
de lei. Assim, os países signatários precisam, para responder ao compromisso feito, criar leis 
que favoreçam a inclusão. Logo:
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva30/205
Nós congregamos todos os governos e demandamosque eles:
Atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento 
de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a 
incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou 
dificuldades individuais.
Adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, 
matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que 
existam fortes razões para agir de outra forma.
Desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em 
países que possuam experiências de escolarização inclusiva.
Estabeleçam mecanismos participatórios e descentralizados para 
planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças 
e adultos com necessidades educacionais especiais.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva31/205
Encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e 
organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de 
planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços 
para necessidades educacionais especiais.
Invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção 
precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva.
Garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de 
treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, 
incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas. 
(UNESCO, 1994, p. 2)
Para saber mais
Para acessar a Declaração de Salamanca na íntegra, acesse o link disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2016.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf%3e. Acesso em: 04 jun. 2016
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf%3e. Acesso em: 04 jun. 2016
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva32/205
1. Legislação Brasileira
De acordo com o compromisso assumido 
pelo Brasil na Declaração de Salamanca, 
várias leis foram criadas no nosso país com 
o intuito de viabilizar a educação inclusiva. 
É determinado também, por parte do 
Governo Federal, o aporte financeiro 
necessário para que as escolas se tornem 
inclusivas.
Vamos observar, a seguir, nossas principais 
leis e, para isso, voltaremos um pouco no 
tempo:
Em 1961, na Lei de Diretrizes e Bases, é 
apontado o direito dos excepcionais à 
educação, preferencialmente no sistema 
regular de ensino. Estamos vivendo a época 
da integração escolar, e classes especiais 
vêm sendo criadas dentro das escolas 
comuns.
Em 1973, o Ministério da Educação e 
Cultura (MEC) cria o Centro Nacional de 
Educação Especial (CENESP), que passa a 
ser responsável pela gerência da Educação 
Especial no Brasil.
Nessa época, ainda há a visão de uma 
política especial para tratar dos alunos com 
deficiência.
Um grande avanço vem com a Constituição 
Federal de 1988, que determina, em seu 
artigo 206, a igualdade de condições de 
acesso e permanência na escola, além 
da oferta do atendimento educacional 
especializado (artigo 208).
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva33/205
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei 8069/90, em seu artigo 55, determina que é 
responsabilidade dos pais ou responsáveis matricular seus filhos na rede regular de ensino.
Com a nova LDB, lei 9394/96, em seu artigo 59:
Preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos 
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender 
às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que 
não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, 
em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos 
superdotados para conclusão do programa escolar (BRASIL, 1996)
Em 1999, o decreto 3298 que regulamenta a lei 7853/89 define a educação especial como uma 
modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando sua atuação 
complementar ao ensino regular.
Seguindo nossa linha do tempo, em 2001, o decreto 3956 ratifica a Convenção de Guatemala 
(1999), Convenção Interamericana para a eliminação de toda forma de discriminação contra a 
pessoa com deficiência.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva34/205
Ainda em 2001, o Plano Nacional de Educação (PNE) destaca que “o grande avanço que a década da 
educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento 
à diversidade humana” (BRASIL, 2001). Em 2002, após uma grande luta da comunidade surda 
e através da Lei 10436/2002, conhecida como Lei de LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais é 
finalmente reconhecida como língua nacional, e também garantido seu ensino como disciplina 
obrigatória em todos os cursos de licenciatura e de fonoaudiologia. (BRASIL, 2002)
Como podemos ver, muitas coisas em termos de legislação foram acontecendo em nosso país 
para assegurar que as pessoas com deficiência tivessem seus direitos garantidos, não só à 
educação, mas também à uma sociedade inclusiva. Mas, ainda não acabou...
Em 2003, é implantado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: 
Direito à diversidade, com vistas a apoiar a transformação dos sistemas 
de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo um 
amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios 
brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, 
à oferta do atendimento educacional especializado e à garantia da 
acessibilidade. (BRASIL, 2003)
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva35/205
Em 2006, há outra reunião internacional, 
a Convenção sobre o Direito das Pessoas 
com Deficiência (ONU, 2006), e o Brasil, 
como signatário, novamente assume 
compromissos com a Educação Inclusiva. 
Essa convenção estabelece que os países 
devam assegurar um sistema de educação 
inclusiva em todos os níveis de ensino, 
adotando medidas para garantir acesso ao 
“ensino inclusivo, de qualidade e gratuito, 
em igualdade de condições com as demais 
pessoas na comunidade em que vivem” 
(Art.24).
Chegamos, então, a 2008, quando temos 
a publicação da Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, que veremos a seguir, 
em um tópico especial, devido à sua 
importância para a atuação da escola.
Finalizando este tópico, em 2015 
tivemos a publicação do Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, promulgado a 
partir da lei 13146/2015. Esse Estatuto, 
também conhecido como Lei Brasileira 
da Inclusão das Pessoas com Deficiência, 
é um documento que reúne a legislação 
já existente em relação a essas pessoas, 
facilitando, assim, o acesso de todos que 
precisam (ou desejam) conhecer direitos e 
deveres.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva36/205
2. Política Nacional de Educa-
ção Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva
A Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva é 
um documento elaborado por um Grupo 
de Trabalho nomeado pela portaria nº 
555/2007, prorrogado pela portaria nº 
948/2007, e formado por uma equipe 
da Secretaria de Educação Especial e por 
professores de Universidades que atuavam 
nessa área. 
O objetivo de tal documento foi o de 
constituir políticas públicas promotoras de 
uma educação de qualidade para todos os 
alunos, e hoje é o que valida a atuação das 
escolas no nosso país, além disso, objetiva: 
Para saber mais
Assista ao vídeo sobre Educação inclusiva 
com a promotora de justiça do Rio Grande 
do Norte Rebecca Monte Nunes Bezerra. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=aIC7HgmaZrw>. Acesso em: 04 jun. 
2016. Acesse, também, o Estatuto da pessoa 
com deficiência na íntegra. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. 
Acesso em: 04 jun. 2016.
https://www.youtube.com/watch?v=aIC7HgmaZrw
https://www.youtube.com/watch?v=aIC7HgmaZrw
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htmUnidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva37/205
O acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação 
nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover 
respostas às necessidades educacionais. (BRASIL, 2008)
Além disso, essa política determina algumas garantias, tais como: a transversalidade da 
Educação Especial, que deixa de ser um lugar e passa a ser um serviço; o Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), que é garantido no contraturno da escola em sala de 
recurso multifuncional ou no ensino colaborativo; formação de professores para a educação 
inclusiva; participação da família e da comunidade; acessibilidade física, de comunicação e de 
informação e articulação intersetorial.
Outros aspectos de destaque estão relacionados à articulação da educação especial com 
o ensino regular, serviços que devem estar integrados à proposta pedagógica da escola e à 
orientação para a organização de redes de apoio, a formação continuada, a identificação de 
recursos e serviços, e o desenvolvimento de práticas colaborativas.
Falaremos agora um pouco sobre um dos pontos principais dessa política: o Atendimento 
Educacional Especializado (AEE).
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva38/205
O AEE tem como função “identificar, 
elaborar e organizar recursos pedagógicos 
e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras para a plena participação dos 
alunos, considerando suas necessidades 
específicas”. (BRASIL, 2008). Visto que 
esse serviço é destinado a alunos com 
deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e a alunos com altas 
habilidades/superdotação, veremos abaixo 
as definições conforme a Política Nacional 
de Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva. 
Entende-se por alunos com deficiência 
aqueles que têm impedimentos de longo 
prazo, de natureza física, mental ou 
sensorial que, em interação com diversas 
barreiras, podem ter restringida sua 
participação plena e efetiva na escola e 
na sociedade. Os alunos com Transtorno 
Global do Desenvolvimento (TGD) são 
aqueles que apresentam alterações 
qualitativas das interações recíprocas 
e na comunicação, incluindo, neste 
grupo, alunos com autismo, síndromes 
do espectro autista e psicose infantil. 
(BRASIL, 2008).
Já os alunos com altas habilidades/
superdotação são aqueles que demonstram 
potencial elevado em áreas isoladas 
ou combinadas, além de apresentar 
grande criatividade, envolvimento na 
aprendizagem e realização de tarefas em 
áreas de seu interesse (BRASIL, 2008).
Como vimos acima, o AEE pode ser 
oferecido de duas maneiras: em sala 
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva39/205
de recurso multifuncional e em ensino 
colaborativo. Vamos entender como essas 
formas de atendimento podem ocorrer.
A sala de recursos multifuncionais é 
ofertada no turno oposto ao do ensino 
regular e constitui-se de um espaço 
dentro da própria escola, dotado de 
equipamentos, recursos de acessibilidade 
e materiais pedagógicos que auxiliam na 
promoção da escolarização, eliminando 
barreiras que impedem a plena 
participação dos estudantes público-alvo 
da educação especial no ensino regular. 
(BRASIL, 2008)
O trabalho colaborativo, por sua vez, é um 
modelo de prestação de serviço através 
do qual um educador da sala comum e 
um educador especializado dividem a 
responsabilidade de planejar, instruir 
e avaliar um grupo heterogêneo de 
estudantes com objetivo de criar opções 
para aprender e prover apoio a todos os 
alunos na sala de aula da turma comum, 
combinando as habilidades do professor 
comum e do professor especialista 
(MENDES, 2005).
Para que esse trabalho ocorra, é 
fundamental que se estabeleça uma 
parceria entre os educadores, que 
se transformará em uma importante 
estratégia para o planejamento, avaliação 
e organização de recursos de ensino para 
os alunos com deficiência.
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva40/205
Dentre as diretrizes da Política Nacional 
de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, podemos ainda citar 
que a inclusão deve ter início na Educação 
Infantil, por ser nesse espaço escolar que se 
Para saber mais
desenvolve as bases para o conhecimento 
e desenvolvimento do aluno.
No caso dos alunos surdos, a proposta é 
de uma educação não apenas inclusiva, 
mas bilíngue, sendo para esses alunos a 
língua portuguesa ensinada como segunda 
língua. Ter, ainda, o direito ao profissional 
intérprete de LIBRAS e instrutor de LIBRAS, 
assim, todos os alunos poderão aprender 
essa língua.
Ainda é garantido para os alunos, sempre 
que necessário, o guia-intérprete, monitor 
ou cuidador aos alunos que necessitam 
de auxílio para os momentos de higiene, 
alimentação, locomoção, entre outros que 
interferem na realização das atividades do 
cotidiano escolar. 
Para conhecer, na prática, o ensino colaborativo, 
leia o projeto SOS Inclusão, que desenvolveu e 
analisou os resultados deste trabalho, que foi 
realizado em uma rede municipal de ensino.
Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0104-40602011000300006>. 
Acesso em: 04 jun. 2016.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602011000300006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602011000300006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602011000300006
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva41/205
Para saber mais
Acesse o portal do MEC e conheça a proposta 
de AEE para cada tipo de deficiência. Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/publicacoes-
sp-1590367771?id=12814>. Acesso em: 04 
jun. 2016.
 Conheça, também, a Política na íntegra. 
Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=16690-
politica-nacional-de-educacao-especial-
na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-
05122014&Itemid=30192>. Acesso em: 04 
jun. 2016.
http://portal.mec.gov.br/publicacoes-sp-1590367771?id=12814
http://portal.mec.gov.br/publicacoes-sp-1590367771?id=12814
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva42/205
Glossário
Convenção: Acordo a partir de entendimentos prévios sobre determinada atividade, assunto, 
entre outros.
Estatuto: Conjunto de leis que regulam a organização e o funcionamento da coletividade.
Signatário: País que assina um documento internacional e assume o compromisso de realizar o 
que nele está proposto.
Questão
reflexão
?
para
43/205
Imaginando-se gestor de uma escola que se propõe 
inclusiva e tem alunos com deficiência em seu corpo 
discente, reflita sobre a implementação de um projeto 
de ensino colaborativo que favoreça o aprendizado de 
todos.
44/205
Considerações Finais (1/2)
• A Declaração de Salamanca defende que todas as crianças têm 
direito à educação, com direito de oportunidadespara alcançar o 
nível de aprendizagem adequado, e que os sistemas educacionais 
devem levar em conta a diversidade e as características individuais. 
• De acordo com o compromisso assumido pelo Brasil na Declaração 
de Salamanca, várias leis foram criadas no nosso país com o 
intuito de viabilizar a educação inclusiva. Muitas coisas em termos 
de legislação foram acontecendo em nosso país, no sentido 
de assegurar que as pessoas com deficiência tivessem direitos 
garantidos, não só à educação, mas também, à uma sociedade 
inclusiva.
• Em 2015, tivemos a publicação do Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, promulgado a partir da lei 13146/2015. Este Estatuto, 
também conhecido como Lei Brasileira da Inclusão das Pessoas com 
45/205
Deficiência, é um documento que reúne a legislação já existente em 
relação a essas pessoas, facilitando, assim, o acesso de todos que 
precisam (ou desejam) conhecer direitos e deveres.
• A Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, determina algumas garantias, tais como: a 
transversalidade da Educação Especial, que deixa de ser um lugar, 
e passa a ser um serviço; o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE), que é garantido no contraturno da escola em sala de recurso 
multifuncional ou no ensino colaborativo; formação de professores 
para a educação inclusiva; participação da família e da comunidade; 
acessibilidade física, de comunicação e de informação e articulação 
intersetorial.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Políticas e Fundamentos da Educação Inclusiva46/205
Referências 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9394/1996. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. Brasília, DF, 2001.
BRASIL. Lei de LIBRAS. Lei nº 10436/2001. Brasília, DF, 2002.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 
Brasília, DF, 2008.
BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei nº 13.146/2005. Brasília, DF, 2015.
MENDES, E. G. Colaboração entre ensino regular especial: o caminho do desenvolvimento pessoal 
para a inclusão escolar. In: MANZINI (org.). Inclusão e acessibilidade. Marília: ABPEE, 2006. 
ONU. Convenção sobre o direito das pessoas com deficiência. 2006.
UNESCO. Declaração de Salamanca. 1994. 48 p.
47/205
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Políticas e Fundamentos da 
Educação Inclusiva - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
ff8de26c119886fded551b504b917f54>.
Aula 2 - Tema: Políticas e Fundamentos da 
Educação Inclusiva - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
70873d2ebc3cdbf20b81af00f8ece08e>.
http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ff8de26c119886fded551b504b917f54
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48/205
1. A Declaração de Salamanca é um documento importante quando 
falamos de Educação Inclusiva. Dentre seus fundamentos, estabelece que:
a) Os países signatários não têm compromissos financeiros para com a educação inclusiva 
nacional.
b) Os países signatários comprometem-se a priorizar recursos financeiros para promoção da 
inclusão.
c) Os países signatários são livres para realizar ou não o processo de inclusão no seu país de 
origem.
d) A Declaração de Salamanca, realizada na Espanha, refere-se apenas aos compromissos 
deste país.
e) Por ter sido realizada na Espanha, apenas os países europeus se comprometem com este 
documento.
Questão 1
49/205
2. Ao olharmos historicamente para o processo de promulgação de leis no 
nosso país, percebemos o quanto progredimos em relação aos direitos das 
pessoas com deficiência. Nessa perspectiva, a lei instituída que reúne estes 
direitos é:
Questão 2
a) Lei de Diretrizes e Bases (1996).
b) Constituição Federal (1988).
c) Estatuo da Pessoa com Deficiência (2015).
d) Declaração de Salamanca (1994).
e) Lei de LIBRAS (2002).
50/205
3. A Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (2008), trata sobre o Atendimento Educacional Especializado, que 
pode ocorrer:
Questão 3
a) Em salas multifuncionais no mesmo horário da escola.
b) Em salas de recursos em substituição à escolarização.
c) Em ensino colaborativo que substitui a escolarização.
d) Em salas de multifuncionais no contraturno da escola.
e) Não devem ocorrer na escola, mas, sim, na família.
51/205
4. Em relação ao atendimento das necessidades dos alunos com 
deficiência, a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (2008), determina:
Questão 4
a) É dever da família manter o cuidador ou outro auxiliar que a criança necessite na escola.
b) No caso de necessidade de auxílio, a mãe deve ficar na escola para alimentação e higiene.
c) É responsabilidade do professor realizar a troca de roupa e auxiliar na alimentação da 
criança.
d) A criança que não tem independência na higiene e na alimentação não deve frequentar a 
escola.
e) É dever da escola manter os profissionais que atendam às necessidade de auxílio da 
criança.
52/205
5. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva 
da Educação Inclusiva (2008), o ensino colaborativo ocorre a partir de:
Questão 5
a) Parceria entre professor da sala comum e professor especialista.
b) Parceria entre professor da sala comum e coordenação da escola.
c) Atribuição da sala regular com aluno com deficiência para professor especialista.
d) Parceria entre professor da sala comum e família da criança com deficiência.
e) Colaboração dos alunos sem deficiência com o colega com deficiência na sala.
53/205
Gabarito
1. Resposta: B.
Os países signatários da Declaração de 
Salamanca assumem o compromisso de 
priorizar recursos financeiros para que a 
educação inclusiva aconteça.
2. Resposta: C.
A legislação que reúne os direitos das 
pessoas com deficiência é o Estatuto da 
Pessoa com Deficiência.
3. Resposta: D.
O AEE prevê salas multifuncionais no 
contraturno da escola.
4. Resposta: E.
É dever da escola ter os profissionais 
necessários para auxiliar os alunos que 
necessitam de ajuda na alimentação, 
higiene, locomoção, entre outros.
5. Resposta: A.
O ensino colaborativo pressupõe a parceria 
entre o professor da sala comum e o 
professor especialista.
54/205
Unidade 3
Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, 
Etnia e o Desenvolvimento dos Sujeitos
Objetivos
Olá, aluno. Nesta aula, trataremos de um assunto muito 
importante para os gestores das escolas, falaremos sobre 
multiculturalismo e, ainda, sobre a importância da participação 
da família e da comunidade nas discussões que envolvem os 
temas raça, gênero, etnia e desenvolvimento dos sujeitos. 
1. Compreender o conceito de multiculturalismo;
2. Discutir a importância da família e da comunidade 
estarem juntas à escola;
3. Conceituar a gestão democrática, que prevê a 
participação de todos nas tomadas de decisões.
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
55/205
Introdução
Vamos começar a nossa conversa 
tratando de alguns conceitos importantes, 
como o de multiculturalismo e de 
interculturalidade. Afinal,será que 
significam a mesma coisa?
Como já vimos, o conceito de 
multiculturalismo se relaciona com a ideia 
de que existe uma pluralidade cultural, ou 
seja, fazemos parte de diversas culturas, e 
este universo cultural também está dentro 
das escolas.
Além disso, partimos da premissa de que 
essas diferentes culturas, que enriquecem 
o cotidiano da escola, podem conviver 
harmonicamente.
Antigamente, embora percebêssemos as 
diferenças culturais dentro das escolas, 
acreditávamos que a cultura dominante 
deveria ser imposta às crianças, devendo, 
assim, “enquadrá-las” sob um mesmo 
padrão cultural.
Segundo Souta (1997), na perspectiva do 
multiculturalismo, as diferentes culturas 
não são apenas constatadas pela escola, 
mas também incluídas e valorizadas nas 
práticas pedagógicas e no currículo de 
maneira geral.
Aí está então a grande diferença. Se 
apenas constatamos a diversidade cultural, 
não estamos alinhados com as ideias do 
multiculturalismo. Quando as valorizamos, 
e mais do que isso, as incluímos nas nossas 
práticas pedagógicas, aí sim vivemos de 
fato o que é multicultural.
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
56/205
Peres (2000, p. 28) coloca em pauta uma 
discussão muito importante. Levanta 
que enquanto debatemos questões tão 
importantes, como a “educação para 
os valores, para os direitos humanos e 
igualdade de oportunidades, tolerância 
e convivência, para a paz, educação 
inter/multicultural, educação ambiental, 
educação antirracista”, o que vemos 
no nosso cotidiano é a intolerância, os 
preconceitos, os estereótipos, o racismo, 
na escola e na sociedade.
Em pesquisa realizada por Cruz (2012), 
já discutida em temas anteriores, a 
autora constatou que crianças de 7, 8 
anos de idade reproduzem discursos de 
discriminação de raça, religião, gênero, 
etnia e geração, demonstrando que estão 
imersas em preconceitos culturais.
Para saber mais
Se ainda não conheceu a pesquisa realizada por 
Cruz, que trata de questões relacionadas ao 
brincar e à diversidade, acesse o link disponível 
em: <http://www.cadernosdapedagogia.
ufscar.br/index.php/cp/article/
viewFile/376/176>. Acesso em: 05 jun. 2016.
Silva (2007) traz uma importante 
reflexão em relação às questões de 
multiculturalismo, quando diz que se trata 
de uma questão ambígua:
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/376/176
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57/205
Por um lado, o multiculturalismo é um movimento legítimo de 
reivindicação dos grupos culturais dominados no interior daqueles 
países para terem suas formas culturais reconhecidas e representadas na 
cultura nacional. O multiculturalismo pode ser visto, entretanto, também 
como uma solução para os “problemas” que a presença de grupos raciais 
e étnicos coloca, no interior daqueles países para a cultura dominante. 
De uma forma ou de outra, o multiculturalismo não pode ser separado 
das relações de poder que, antes de mais nada, obrigam essas diferentes 
culturas raciais, étnicas e nacionais a viverem no mesmo espaço. (SILVA, 
2007 p. 85)
Tendo mais claro as ideias em relação ao multiculturalismo, vamos falar agora um pouco sobre 
a interculturalidade. Será que são a mesma coisa?
Para Candau (2011), a interculturalidade, ou ainda o que a autora chama de multiculturalismo 
aberto e interativo, seria mais adequado para as sociedades, pois articula as políticas de 
igualdade com as de identidade.
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
58/205
Na visão intercultural, as culturas estão em contínuo processo de construção e reconstrução, o 
que as supões nem puras, nem estáticas. (CANDAU, 2011).
Fleuri (2001) aponta a necessidade da escola enfrentar o desafio da interculturalidade, 
mudando o foco da prática pedagógica na transmissão de uma cultura hegemônica e coesa. 
Para o autor, a escola tem que pensar na diversidade de culturas, que é a base da formação dos 
seus alunos, legitimando cada uma delas.
Tal deslocamento de perspectiva legitima as culturas de origem de cada 
indivíduo e coloca em cheque a coesão da cultura hegemônica. E este 
fato traz consequências para a elaboração dos métodos e das técnicas da 
ação pedagógica e de transmissão da cultura oficial. (FLEURI, 2001, p. 5)
A visão da interculturalidade traz em seu bojo a ideia de que há interação entre as diversas 
culturas existentes. É nessa interação cultural que há o favorecimento e o enriquecimento 
mútuo. Promover o diálogo entre as culturas, compreender a riqueza das relações e aprender a 
viver e conviver num mundo que é plural estão entre os objetivos de uma educação que se diz 
intercultural.
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
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1. Gestão Democrática: 
Participação de Todos os 
Envolvidos na Escola
Para falarmos da participação da família 
e da comunidade na escola, vamos 
compreender primeiro o conceito de 
gestão democrática.
A gestão escolar apresenta 
particularidades inerentes à sua natureza 
educativa. Neste sentido, um dos 
principais elementos da gestão escolar é 
o planejamento, pois é a partir deste que 
conheceremos a realidade da escola e do 
processo educacional.
A organização também é fator 
preponderante para a eficiência da escola, 
neste aspecto deve-se pensar de que 
maneira a estrutura da instituição será 
composta. Para finalizar os elementos 
principais, o acompanhamento da 
execução dos trabalhos por parte da 
gestão escolar determinará também a 
qualidade dos processos educativos.
A gestão democrática da escola, 
prevista em nossa legislação (LDB/1996, 
Constituição Federal / 1988), determina 
que haja participação de todos os 
envolvidos na escola nas tomadas de 
decisões, ou seja, pais, professores, 
alunos, comunidade e gestores decidem 
juntos os caminhos que a escola irá tomar.
Ainda que haja legislação específica 
que trate da democratização da gestão 
escolar, devemos ter claro que a mudança 
na forma de gerir a escola implica em 
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
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muito mais do que a existência de leis. 
Tornar a escola democrática implica em 
repensar sua organização e sua gestão 
e, para isso, é importante rever posturas, 
como a escolha do diretor da escola e a 
necessidade de articulação e consolidação 
de outros mecanismos de participação 
efetiva de todos que compõem a escola 
(BRASIL, 2006).
Dentre os aspectos primordiais para 
tornarmos a escola democrática, o ponto 
de partida deve ser a construção coletiva 
do projeto político pedagógico da escola, 
instrumento que define a identidade da 
escola, indicando formas para se alcançar 
a educação de qualidade, portanto, de 
enorme importância para todo o processo 
educativo. (LIBÂNEO, 2004).
A democratização da escola passa, ainda, 
pela consolidação de mecanismos de 
participação de todos os envolvidos no 
processo escolar, mecanismos tais como 
conselhos escolares, grêmios estudantis, 
associação de pais e mestres, entre outros. 
“A cultura e a lógica da escola só se 
democratizarão se todos que vivenciam 
seu cotidiano contribuírem para esse 
processo de mudança” (BRASIL, 2006). 
Partindo desta afirmação, faz-se 
necessário refletirmos sobre a importância 
da participação de todos, caso contrário, a 
gestão democrática não se efetiva. 
Devemos entender também que a 
construção de uma escola democráticaé um processo que inclui lutas políticas 
e pedagógicas, e que deve envolver pais, 
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
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funcionários, estudantes, professores, 
equipe gestora e comunidade local.
Como já vimos, para que a democratização 
da escola aconteça, é necessário que as 
tomadas de decisão sejam partilhadas 
e coletivas. Para isso, segundo Brasil 
(2006), a escola precisa efetivar diversos 
mecanismos de participação:
• Mudança no processo de escolha do 
diretor da escola;
• Criação e consolidação de órgãos 
colegiados, conselhos escolares e 
conselhos de classe;
• Fortalecimento da participação 
estudantil a partir dos grêmios 
estudantis;
• Construção coletiva do projeto 
político pedagógico;
• Redefinição das tarefas das 
Associações de Pais e Mestres (APM), 
partilhando o poder e a decisão nas 
instituições.
O principal aspecto a ser modificado para 
a escola democrática que queremos é a 
descentralização do poder e o exercício 
da cidadania. É preciso que a instituição 
supere os processos de centralização de 
decisão, permitir que as decisões nasçam 
das discussões que envolvem os diversos 
segmentos da escola.
Devemos, ainda, ter claro que a 
descentralização do poder e a tomada 
coletiva de decisões não é um processo 
fácil, mas, sim, complexo, que envolve 
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
62/205
diferentes possibilidades organizativas. 
Além disso, a participação é um processo 
permanente, que deve ser construído a 
cada dia, coletivamente. É um processo que 
em muitos casos precisa ser aprendido, ou 
ainda reinventado.
Entendendo então a escola democrática 
como aquela em que todos participam, fica 
clara a importância de trazer a família para 
este espaço, a partir de órgãos colegiados 
que preveem a participação de todos nas 
discussões e decisões.
2. Participação da Família e da 
Comunidade na Escola
Segundo Carvalho (2004), as relações entre 
escola e família partem de pressupostos 
básicos, relacionados ao compartilhamento 
do trabalho de educação, e envolvem 
expectativas recíprocas.
Porém, ao convocar os pais a 
participarem da escola, muitas vezes são 
desconsideradas as relações de classe, 
gênero, idade; a diversidade dos arranjos 
familiares e as desvantagens que as 
famílias possuem, tanto do ponto de vista 
material como do ponto de vista cultural 
(CARVALHO, 2004).
Por muito tempo, considerou-se que a 
participação das famílias na escola deveria 
Para saber mais
Para saber mais sobre gestão escolar, acesse o 
link disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_
esc.pdf%3E>. Acesso em: 05 jun. 2016. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf%3E
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf%3E
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf%3E
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Desenvolvimento dos Sujeitos
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restringir-se à presença dos pais nas 
reuniões bimestrais, entre pais e mestres, 
e que esta deveria ser a obrigação natural 
dos pais, aliás, das mães, que geralmente 
são quem se fazem presentes.
Em uma perspectiva democrática de 
escola, apenas ir às reuniões já não 
é o suficiente. A relação que a escola 
estabelece com a comunidade influencia 
positiva ou negativamente a prática 
cotidiana da administração. 
É a escola que lida direta ou indiretamente 
com a comunidade em seu entorno, 
com suas mazelas e dificuldades, bem 
como é por ela influenciada, a partir do 
instante que tem no seu centro de atenção 
pedagógica as crianças e os adolescentes 
que ali vivem.
Almeida e Medeiros (2010) destacam que 
os professores, quando em condições 
satisfatórias de ensino e os estudantes 
aprendem, não veem necessidade de 
procurar os pais. No momento em que as 
dificuldades aparecem, a família passa a ser 
culpabilizada. 
Os professores culpam a família, enquanto 
que estes culpam os professores pelo 
fracasso escolar. No final, a fragilidade 
dessa parceria é que precisa a ser discutida 
e repensada.
Mas, de que maneira a família e a escola 
podem de fato tornar-se parceiras, visto 
que possuem objetivos em comum?
O primeiro passo para que escola e família 
trabalhem juntas é a disposição da escola 
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Desenvolvimento dos Sujeitos
64/205
em acolher as famílias, demonstrar que a ação escolar deve expressar também os anseios de 
toda a comunidade.
É necessário que família e escola concordem em relação aos conteúdos, aos métodos e à 
qualidade de ensino que desejam. Deve haver um consenso entre o que cada um dos lados 
espera.
A relação família/escola basicamente depende de consenso sobre 
filosofia e currículo (adesão dos pais ao projeto político-pedagógico da 
escola), e de coincidência entre, de um lado, concepções e possibilidades 
educacionais da família e, de outro, objetivos e práticas escolares. A 
relação família/escola também será variavelmente afetada pela satisfação 
ou insatisfação de professores e de pais, e pelo sucesso ou fracasso do 
estudante. (ALMEIDA e MEDEIROS, 2010, p. 8)
Para que este consenso exista, a gestão democrática e participativa propõe alternativas que 
auxiliam na busca de soluções para os problemas relacionados ao cotidiano escolar, pois esta 
prática coletiva dará aos pais a possibilidade de participar e questionar decisões que levem à 
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
65/205
melhorias estruturais e da função social da 
escola.
A gestão democrática, porém, ainda é vista 
como um grande desafio por parte dos 
profissionais da escola. É preciso que se 
estabeleça uma cultura de participação, e 
que a presença dos pais e da comunidade 
na escola seja estimulada e valorizada.
Assim, diante das possibilidades que se 
abrem em uma escola de fato democrática 
e participativa, as discussões de gênero, 
raça, etnias, e de maneira geral sobre 
o desenvolvimento dos sujeitos que ali 
frequentam, e encontram-se em formação, 
ganham vida. 
Trazer a comunidade para a escola, e 
juntamente com ela apreender, vivenciar 
sua cultura, será enriquecedor para 
todas as discussões propostas, mas, 
principalmente, para aquelas que discutem 
o multiculturalismo. 
Outro aspecto fundamental da nossa 
discussão diz respeito à necessidade dos 
profissionais da escola, principalmente 
aqueles que vêm de outras áreas da cidade, 
conhecerem a comunidade que está em 
seu entorno.
Assim, para finalizarmos este tema, 
podemos dizer que a participação dos pais 
na escola pressupõe que neste ambiente 
se possa ouvir e expressar opiniões a partir 
de uma ação coletivamente construída, 
que envolve todo o processo de ensino-
aprendizagem.
Unidade 3 • Multiculturalismo e a Participação da Família e da Comunidade nas Discussões de Raça, Gênero, Etnia e o 
Desenvolvimento dos Sujeitos
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Glossário
Gênero: O que identifica e diferencia homens e mulheres. Características que englobam uma 
determinada classe.
Etnia: Grupo que é culturalmente homogêneo, possui uma especificidade sociocultural.
Raça: Divisão arbitrária dos grupos humanos, conjunto de características físicas hereditárias, 
como: cor da pele, tipo de cabelo, entre outras.
Questão
reflexão
?
para
67/205
Pensando nas questões que envolvem o 
multiculturalismo, bem como as discussões de raça, 
gênero, etnia, de que maneira você acredita que 
a escola pode trazer a família para participar das 
suas discussões, em uma perspectiva de gestão 
democrática?
68/205
Considerações Finais (1/2)
• O conceitode multiculturalismo se relaciona com a ideia de que existe 
uma pluralidade cultural, ou seja, fazemos parte de diversas culturas, e 
este universo cultural também está dentro das escolas. Interculturalidade 
traz em seu bojo a ideia de que há interação entre as diversas culturas 
existentes. É nesta interação cultural que há o favorecimento e o 
enriquecimento mútuo.
• A democratização da escola passa, ainda, pela consolidação de 
mecanismos de participação de todos os envolvidos no processo 
escolar, mecanismos tais como conselhos escolares, grêmios estudantis, 
associação de pais e mestres, entre outros. 
• Ao convocar os pais a participarem da escola, muitas vezes são 
desconsideradas as relações de classe, gênero, idade; a diversidade dos 
arranjos familiares e as desvantagens que estas famílias possuem, tanto 
do ponto de vista material como do ponto de vista cultural. 
69/205
• A gestão democrática e participativa propõe alternativas que auxiliam na 
busca de soluções para os problemas relacionados ao cotidiano escolar, 
pois essa prática coletiva dará aos pais a possibilidade de participar e 
questionar decisões que levem a melhorias estruturais e da função social 
da escola.
Considerações Finais (2/2)
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Desenvolvimento dos Sujeitos
70/205
Referências 
ALMEIDA, F.J. ; MEDEIROS, D.H. A família na gestão da escola: uma proposta de parceria para 
os problemas de aprendizagem. V Encontro de produção científica e tecnológica. 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Gestão da educação escolar 
/ Luiz Fernandes Dourado. Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distância, 
2006. 88 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_
esc.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2016.
CANDAU, M.V.F. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem 
Fronteiras, v.11, n.2, pp.240-255, Jul/Dez 2011
CARVALHO, M.E.P. Modos de educação, gênero e relações escola–família. Cadernos de 
Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2004.
FLEURI, R. M. Desafios à educação intercultural no Brasil. Educação, Sociedade & Cultura, nº 
16, 2001, 45-62.
LIBÂNEO, J.C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática, 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
PERES, A. N.. Educação Intercultural: Utopia ou Realidade? (Processos de 88 pensamento dos 
professores face à diversidade cultural: integração de minorias migrantes na escola). Porto: 
Profedições, 2000.
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf
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Desenvolvimento dos Sujeitos
71/205
SILVA, Josias Benevides da. Um olhar histórico sobre a gestão escolar. Educação em 
Revista.v.8, n.1.Marília: 2007. Disponível em: <http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/
educacaoemrevista/article/viewFile/616/499>. Acesso em: 22 abr. 2016.
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/viewFile/616/499
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/viewFile/616/499
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Assista a suas aulas
Aula 3 - Tema: Multiculturalismo e a Participa-
ção da Família e da Comunidade nas Discussões 
de Raça, Gênero, Etnia e o Desenvolvimento dos 
Sujeitos - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
92cb6d90b848aedbc872b3253d795710>.
Aula 3 - Tema: Multiculturalismo e a Participação 
da Família e da Comunidade nas Discussões de 
Raça, Gênero, Etnia e o Desenvolvimento dos 
Sujeitos - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
c8806ec72ae4ca598ff53d80131605a4>.
http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/92cb6d90b848aedbc872b3253d795710
http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/92cb6d90b848aedbc872b3253d795710
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73/205
1. Em relação ao multiculturalismo e interculturalidade, e a maneira como 
as diferentes culturas devem ser vistas pelo universo escolar, podemos 
afirmar que:
I. Perceber que há diferentes culturas na sala de aula é o suficiente para uma educação 
multicultural.
II. Além de perceber, valorizar e incluir diferentes culturas no currículo é a proposta da 
educação multicultural.
III. A interculturalidade prevê a interação entre as culturas, de maneira que ambas se 
enriqueçam.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e III.
b) I, II.
c) II, III.
d) I, III.
e) Apenas I.
Questão 1
74/205
2. Hoje falamos, e está garantido por lei, que a escola seja democrática, 
que todos os envolvidos possam fazer parte da tomada de decisões. Para 
isso, o primeiro passo é:
a) Indicação política do diretor (gestor) da escola pública.
b) Construção coletiva do Projeto político pedagógico.
c) Centralização do poder na gestão escolar e direção.
d) Participação apenas dos professores nas decisões.
e) Participação apenas da comunidade nas decisões.
Questão 2
75/205
3. A participação da família na escola ainda é um grande desafio para os 
educadores. Um dos fatores a ser considerado deve ser:
a) É obrigação dos pais a participação na vida dos seus filhos, e os que não o fazem são 
irresponsáveis.
b) Fatores de diferenças culturais, de classe, de gênero, além da diversidade e das 
desvantagens da família.
c) Os pais devem estar presentes na escola apenas quando o filho estiver com problemas de 
aprendizagem.
d) Os pais devem ser convocados à escola apenas quando o filho apresentar problemas de 
comportamento.
e) É suficiente a presença dos pais nas reuniões bimestrais, de pais e mestres, que discute o 
rendimento.
Questão 3
76/205
4. Para que as famílias participem efetivamente das questões relacionadas 
à escola de seus filhos, é importante que a escola:
I. Esteja disposta a acolher as famílias, mostrar que possuem os mesmos anseios e objetivos.
II. Deixe claro que a educação deve vir de casa, que a escola só irá passar conteúdos.
III. Possua um consenso sobre filosofia e currículo, o que pode ser auxiliado pela gestão 
participativa.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e III.
b) I, II e III.
c) I e II.
d) Apenas II.
e) II e III.
Questão 4
77/205
5. Para que a gestão democrática ocorra, algumas atitudes por parte da 
gestão escolar devem ser tomadas. Dentre elas, podemos citar:
a) Centralização do poder no diretor (gestor).
b) Escolha do diretor por meios políticos.
c) Desconsiderar a comunidade nas decisões.
d) Reforçar as decisões tomadas pela direção.
e) Consolidação dos mecanismos de participação.
Questão 5
78/205
Gabarito
1. Resposta: C.
O multiculturalismo refere-se não 
apenas a perceber, mas a valorizar e 
incluir as diversas culturas no currículo. A 
interculturalidade é a interação entre as 
mesmas, enriquecendo-as.
2. Resposta: B. 
O primeiro passo para a construção de 
uma escola democrática em sua gestão é 
a construção coletiva do Projeto político 
pedagógico.
3. Resposta: B.
Fatores relacionados às diferenças 
culturais, de classe, de gênero, devem ser 
considerados ao buscar a participação da 
família na escola.
4. Resposta: A.
A escola deve estar disposta a acolher as 
famílias, deve haver consenso entre as 
partes, o que será conseguido a partir da 
gestão participativa.5. Resposta: E.
Para a efetivação da gestão democrática é 
necessária a consolidação dos mecanismos 
de participação.
79/205
Unidade 4
Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo
Objetivos
O objetivo deste tema é discutir de que maneira 
o gestor pode atuar nas questões relacionadas à 
adequação do currículo e dos espaços educativos 
no contexto de uma escola multicultural e 
inclusiva.
1. Compreender os conceitos de adequação 
curricular e seus níveis de responsabilidade;
2. Compreender a construção de uma escola 
inclusiva;
3. Compreender a construção de uma escola 
multicultural.
Unidade 4 • Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo80/205
Introdução
Olá, aluno.
Neste tema, iremos trabalhar com alguns 
conceitos importantes, relacionados 
às questões de uma escola inclusiva e 
multicultural. Para a construção deste 
espaço, é necessário que algumas 
adaptações sejam realizadas, adaptações 
estas que envolvem o currículo, mas não 
apenas aquele de sala de aula. 
A adaptação curricular vai além, e envolve 
posturas e determinações não apenas 
da Gestão escolar local, como também 
de outros níveis de hierarquia, como as 
Secretarias de Educação, Diretorias de 
Ensino, e os governos de maneira geral, 
visto que algumas dessas mudanças 
envolvem aspectos estruturais da escola, 
enquanto que outras envolvem recursos 
financeiros.
Vamos, então, iniciar pensando nos 
conceitos que envolvem o que é adaptação 
curricular.
Para começar, pergunto: o que você acha 
que é adaptar? O que adaptamos no nosso 
dia a dia, ou por que fazemos adaptações, 
quase que diariamente?
Segundo o dicionário Houaiss (2001), 
adaptar se refere a ajustar alguma coisa em 
outra, modificar algo para dotá-lo de novos 
objetivos, é a capacidade de sobreviver em 
novos ambientes.
No nosso dia a dia adaptamos várias coisas: 
materiais, espaço, tempo, adaptamos 
Unidade 4 • Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo81/205
procedimentos e regras. Será que, então, 
podemos adaptar currículo?
A terminologia adaptação curricular surge 
nos documentos brasileiros, oficialmente, 
a partir da Política Nacional de Educação 
Especial (1994), ano coincidente com a 
publicação do documento Declaração De 
Salamanca (1994), que é o marco inicial 
para as discussões em relação à educação 
inclusiva.
Na Política Nacional de Educação Especial 
(1994), o termo adaptação curricular se 
refere às modificações necessárias para 
atender à diversidade da sala de aula e dos 
alunos.
Adiantando nosso tempo e chegando em 
2003, o Ministério da Educação e Cultura 
(MEC), através da Secretaria de Educação 
Especial do Estado de São Paulo (SEESP), 
propõe adaptações curriculares que visam 
promover a aprendizagem dos alunos 
com deficiência nas escolas regulares, 
a partir da implementação de práticas 
pedagógicas inclusivas no sistema escolar. 
(BRASIL, 2003).
Dentre as propostas, podemos destacar 
algumas: 
• Atitude favorável da escola no 
sentido de atender às necessidades 
individuais. Isso deve ocorrer a partir 
da diversificação e flexibilização do 
processo de ensino;
• Para que as adaptações ocorram, 
é necessário que seja feita a 
Unidade 4 • Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo82/205
identificação das necessidades de 
todos e de cada aluno, para, assim, 
priorizar recursos e meios favoráveis 
para a aprendizagem;
• A escola deve adotar currículos 
abertos e diversificados, em vez da 
tradicional concepção uniforme e 
homogeneizadora;
• O funcionamento da escola também 
deve ser flexível para atender à 
demanda;
• Por fim, o apoio de professores 
especializados em todo o processo 
educacional favorece o trabalho 
colaborativo e as práticas inclusivas 
na escola.
As adaptações curriculares, portanto, 
têm como seu principal objetivo atender 
às necessidades de todos os alunos. Elas 
envolvem desde adaptações simples, 
feitas pelo professor na sala de aula, como 
adaptações complexas, que envolvem 
questões de acessibilidade e recursos 
financeiros. Assim, podem ser divididas 
em diferentes níveis, que veremos 
posteriormente.
Para saber mais
Para acessar o documento completo da 
Secretaria de Educação Especial do Estado de 
São Paulo (SEESP), que trata das adaptações 
curriculares, entre no site do MEC ou clique no 
link disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acesso em: 
12 jun. 2016.
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf
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Refletindo, ainda, sobre acessibilidade, devemos ter claro que esta não envolve apenas as 
barreiras físicas encontradas, principalmente pelas pessoas com deficiência física (cadeirantes) 
ou com mobilidade reduzida. Acessibilidade é muito mais do que isso.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (lei 13.146/2015), em seu artigo 3º, define que 
acessibilidade é a:
Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e 
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, 
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e 
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao 
público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana 
como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida 
(BRASIL, 2015, p. 1)
Unidade 4 • Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo84/205
1. Diferentes Níveis de 
Adaptação Curricular que 
Atendem às Necessidades 
Educativas de Todos os Alunos
Vamos agora tratar especificamente da 
adaptação curricular e de seus níveis 
de elaboração e execução, para assim 
Para saber mais
Para acessar o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência, lei 13.146, promulgada em 2015, 
com o intuito de reunir em um único documento 
os direitos adquiridos por essas pessoas, acesse 
o link disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13146.htm>. Acesso em: 12 jun. 2016.
definirmos o papel da gestão escolar 
dentro desse processo.
Iniciaremos nossa conversa pelos 
anos 2000, ano em que os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs) trazem 
uma orientação para que as adaptações 
curriculares possam ocorrer, sendo elas 
consideradas de grande e de pequeno 
porte, e que estas deveriam ser respostas 
educativas para as necessidades dos 
alunos.
O documento intitulado Projeto Escola 
Viva, publicado pelo Ministério da 
Educação (BRASIL, 2000) e que trata 
de Adaptações curriculares, deixa claro 
que construir uma escola inclusiva é 
responsabilidade de todos que fazem parte 
da sociedade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
Unidade 4 • Adequação do Currículo e dos Espaços Educativos nos Contextos Multiculturais e Inclusivo85/205
Cada qual tem a sua responsabilidade nessa tarefa, conforme definido abaixo: 
Aos profissionais cabem as ações técnicas, em cooperação transdisciplinar; 
aos órgãos de representação, o diagnóstico das necessidades, o 
planejamento de ações que promovam a inclusão e a fiscalização da ação 
pública no ajuste da sociedade [...] (BRASIL, 2000, p. 5).
O que são então as adaptações de grande porte, também chamadas de adaptações 
significativas?
Para Brasil (2000, p.7), essas adaptações são aquelas que dependem das instâncias político 
administrativas superiores, “já que exigem modificações que envolvem ações de natureza 
política, administrativa, financeira, burocrática, etc.”, e, portanto, dependem também da ação 
dos gestores.
Para que sejam efetivadas indicações de adaptações de grande porte, é necessário

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