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1 
 
 
LEGISLAÇÃO E POLITICAS PUBLICAS DE INCLUSÃO E 
MULTICULTURALIDADE 
1 
 
 
Sumário 
Sumário .......................................................................................................... 1 
Introdução ...................................................................................................... 3 
Educação Especial e Educação Inclusiva ................................................... 5 
Educação Inclusiva ....................................................................................... 8 
Suporte Para Alunos com Deficiência ....................................................................... 9 
Concepção De Direitos Humanos Na Educação Inclusiva ..................................... 11 
História do Multiculturalismo ..................................................................... 28 
A escola e a Pluralidade Cultural ............................................................... 29 
As ações escolares e políticas ................................................................... 35 
Referências Bibliográficas ........................................................................................ 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo 
de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou 
outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável 
e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta 
de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor 
do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Introdução 
A Educação Inclusiva apresentada como novo paradigma educacional, episódio 
recente na educação brasileira, vem se fortalecendo como pauta de estudos e 
promovendo alterações na forma conceitual, na legislação, nas práticas educativas e 
administrativas. Sob este enfoque, o presente artigo objetiva fazer uma breve análise 
sobre as políticas educacionais para a Educação Inclusiva no Brasil, refletindo sobre sua 
evolução histórica, até os dias atuais. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa 
documental, de abordagem qualitativa, na qual tomaremos como base a legislação 
brasileira, as diretrizes políticas específicas do Ministério da Educação (MEC) e alguns 
documentos internacionais, além de um levantamento bibliográfico sobre o tema. No 
texto, primeiramente abordamos a definição dos termos: Educação Especial e Educação 
Inclusiva, bem como realizamos uma análise nos documentos oficiais no que se refere a 
essas duas concepções de ensino e seus impactos na trajetória do atendimento 
educacional a pessoas com necessidades educacionais especiais. Em seguida, 
apresentamos a relação entre a Educação Inclusiva e a concepção de Direitos Humanos. 
Por fim, apresentamos nossas conclusões sobre a evolução da legislação brasileira no 
tocante ao tema citado. 
 
 
 
 
4 
 
 
A concepção de Educação Inclusiva é nova no cenário educacional. Em âmbito 
mundial, esta pauta ganhou força na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). Esta 
propõe que os alunos com necessidades educacionais especiais tenham acesso às 
escolas de Ensino Regular e que essas instituições devem se adequar a essa nova 
demanda, pois, “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes 
discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” 
(p. 8-9). 
No Brasil, na mesma década é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBN 9394/ 96), que determina que pessoas com necessidades educacionais 
especiais sejam incluídas em escolas de Ensino Regular. (BRASIL, 1998). A constituição 
brasileira de 1988, no artigo 208 Já fazia referência ao atendimento de alunos com 
necessidades especiais, “preferencialmente” em turmas de Ensino Regular. 
 
 
 
5 
 
 
Educação Especial e Educação Inclusiva 
 
História 
 
Antes de iniciar as reflexões sobre Educação Inclusiva, julga-se necessário, deixar 
clara a distinção entre os conceitos de Educação Especial e Educação Inclusiva. Entende-
se por Educação Inclusiva à participação de todos os alunos, independentemente de suas 
“diferenças”, “deficiências” ou “especificidades”, em escolas de Ensino Regular. 
Já a Educação Especial atende à educação dos alunos com algum tipo de 
deficiência em instituições especializadas, de maneira separa da escola comum. Essas 
instituições atendem exclusivamente alunos com um determinado tipo de necessidades 
especiais e para isso, contam com profissionais especializados ao atendimento desses 
alunos. A Educação inclusiva reflete uma visão humanista da educação que entende a 
escola como um espaço de diversidade e democracia, cuja missão é promover a 
educação para todos. Porém, é relevante considerar nem todos os casos de deficiência 
podem ser atendidos na escola regular. Batista (2006), expõe a dificuldade de se incluir o 
portador de deficiência mental, por exemplo, no ensino no Ensino Regular e o impasse na 
definição do seu atendimento especializado, “pela complexidade do seu conceito e pela 
grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo” (BATISTA, 2006, p.11). 
A Educação Especial no Brasil, data do período imperial, quando D. Pedro II fundou 
o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, hoje denominado Instituto Benjamin 
Constant e o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, atualmente, denominado 
Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES (Mazzota, 2005). A criação desses dois 
Institutos foi de grande importância para o atendimento aos portadores de deficiências, no 
entanto, a abertura desses espaços não atendia à demanda nacional, pois “em 1872, com 
uma população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35 
cegos e 17 surdos” (MAZZOTTA, 1996, p.29), nestas instituições. Sendo assim, esse 
atendimento ocorreu de maneira isolada se reportando mais às deficiências visuais e 
auditivas. 
 
6 
 
 
 
 
Depois destas, outras instituições surgiram no país, com atendimento 
especializado em várias esferas, como o atendimento a deficientes físicos e mentais. 
Dentre tais atendimentos destacam-se além de instituições públicas, também as 
instituições particulares como a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), 
fundada em 1950, a Sociedade Pestalozzi fundada em 1926 e a Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais (APAE) fundada em 1954. (MAZZOTTA, 1996). 
 
 
7 
 
 
 
A constituição brasileira de 1988, versa sobre o atendimento especializado aos 
alunos portadores de deficiência, em seu artigo 208, onde se destaca ser dever do Estado 
garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ferreira (2006), destaca 
que o uso pelo termo “atendimento especializado” induz uma leitura de que o atendimento 
desses alunos é responsabilidade dos serviços de educação especial, podendo, portanto, 
gerar atitudes interpretações que levem à falta de compromisso por parte da educação 
geral. 
Outro aspecto relevante é o fato da Constituição determinar que o atendimento 
ocorra “preferencialmente”,na rede regular de ensino. O uso do termo “preferencialmente” 
na rede regular de ensino de acordo com Batista (2006, p. 9) significa que esse 
atendimento deve acontecer prioritariamente nas unidades escolares, sejam elas comuns 
ou especiais devidamente autorizadas e regidas pela nossa lei educacional. 
A Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado pode 
ser oferecido fora da rede regular de ensino, já que é um complemento e não um 
substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos; Diante do que 
já expomos, pode-se refletir que a modalidade de ensino oferecido na Escola Especial 
assumiu a característica de substituir a Escola Regular. Verifica-se, no entanto, que em 
alguns casos, realmente existe a necessidade de um acompanhamento especializado, 
separado da escola regular. Porém, na maioria dos outros casos, a escolha pela 
Educação Especial pode promover uma situação de exclusão e segregação do portador 
de deficiência, à medida que o afasta da convivência social. É importante observar, que 
no caso de portadores certas deficiências como a visual ou a auditiva, por exemplo, o 
atendimento pode ocorrer de maneira simultânea, tanto através do ensino regular, como 
através do ensino especial. 
Assim, a Educação Especial deixa de ter um caráter substitutivo e passa a ter uma 
função complementar na formação do aluno. 
 
 
8 
 
 
O texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva, divulgado pelo MEC, declara que as pessoas, dentro de cada contexto em que 
inserem, passam por continuas transformações e que “esse dinamismo exige uma 
atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, reforçando a importância 
dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os estudantes”. 
(BRASIL, 2006, p. 11). 
Educação Inclusiva 
 
Quanto à Educação Inclusiva, esse termo foi primeiramente utilizado na Declaração 
de Salamanca (1994) que passou a influenciar a formulação das políticas públicas 
associadas à Educação Inclusiva. Neste documento se defende que “as crianças e jovens 
com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a 
elas devem se adequar”, pois, “constituem os meios mais capazes para combater as 
atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação 
para todos” (p. 8-9). Surge então, um novo paradigma – a Educação Inclusiva – que 
promoveu uma série de transformações conceituais e organizacionais no sistema de 
ensino. 
 
 
No Brasil, a Educação Inclusiva passa a aparecer como Política Educacional oficial 
a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN 9394∕96), que 
9 
 
 
determina que pessoas com necessidades especiais sejam incluídas em salas de aula de 
Ensino Regular. (BRASIL, 1998). A LDB reafirma o direito à educação pública e gratuita 
para as pessoas portadoras de necessidades especiais e se estabelece em seu capítulo 
V que: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade 
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação. 
 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for 
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na 
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL,1996) 
 O Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, assinado em 1999, dispões 
a respeito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 
conceitua a Educação Especial como “uma modalidade transversal a todos os níveis e 
modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao 
ensino regular”. (BRASIL, 2006, p. 3). 
Seguindo as reformulações legislativas no contexto abordado as Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 
2/2001, no artigo 2º, institui que “os sistemas de ensino devem matricular todos os 
estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma 
educação de qualidade para todos”. (MEC/SEESP, 2001, p. 69). As diretrizes reafirmam 
o papel complementar da Educação Especial. 
 
 
Suporte Para Alunos com Deficiência 
 
10 
 
 
Com o intuito de promover um suporte para os alunos com deficiência, a fim de 
facilitar o acesso ao currículo na escola regular e orientar a organização dos sistemas de 
Educação Inclusiva, o Conselho Nacional de Educação – CNE publicou a Resolução 
CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento 
Educacional Especializado – AEE. Trata-se de um serviço da Educação Especial que 
organiza os recursos pedagógicos e de acessibilidade para a efetiva participação dos 
alunos com necessidades especiais de forma articulada com a escola regular, embora 
suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. 
(BRASIL, 2011). 
 Essa ferramenta de apoio à inclusão nas escolas de ensino regular deve funcionar 
em salas com materiais didáticos apropriados com profissionais que tenham formação 
para o atendimento às necessidades educacionais especiais, a fim de oferecer o apoio 
necessário à estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento (BRASIL, 2010). Na 
prática, o que se observa é uma extrema dificuldade de se encontrar profissionais com 
formação adequada para essas múltiplas realidades, e quando há, geralmente, este 
professor do AEE, se torna responsável de tal forma, pela condução das atividades 
educativas desse público, que acaba por promover, em muitos casos, a perpetuação da 
segregação educacional dos mesmos. 
 O Ministério da Educação, através da sua secretaria de Educação Especial 
(BRASIL, 2010), define como público-alvo das salas de AEE as seguintes classes de 
alunos: 
 • Alunos com deficiência - aqueles que apresentam impedimentos de longo prazo 
de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; 
 • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento - aluno com autismo 
síndromes do espectro do autismo psicose infantil; 
 
 
 • Alunos com altas habilidades ou superdotação - aqueles que apresentam um 
potencial elevado com as áreas do conhecimento humano. 
 
11 
 
 
 As reformulações da legislação brasileira promoveram importantes mudanças 
sociais, nos mais diversos setores e contextos. O processo de inclusão, é uma temática 
que se propagou e tem gerado muitos debates em torno do novo paradigma instaurado, 
seja em âmbito educacional ou mesmo no profissional. O tema da inclusão em oposição 
às já historicamente enraizadas, práticas de exclusão passou a despertar a atenção de 
educadores, empresários, políticos e outros profissionais. Porém, apesar da evolução das 
leis, do interesse pelo discurso e as reformulações iniciadas nos sistemas de ensino, 
percebe-se que muito ainda precisa ser feito para a efetivação desse processo e garantia 
desse direito. 
 
 
 
Concepção De Direitos Humanos Na Educação 
Inclusiva 
 
12 
 
 
O debate sobre a Educação Especial e Inclusiva no Brasil, em especial no 
aspecto de incluir a todos em instituições de ensino regulares (ou seja, as que misturam 
alunos com e sem deficiência), tem sido intenso nos últimos anos. Atualmente, o MEC 
está revisando a atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (PNEEPEI), que é de 2008. O texto proposto enfrenta forteoposição 
de alguns grupos de educadores que tratam do assunto, para quem a nova redação 
voltaria a estimular a volta da separação das pessoas com deficiência indo na contramão 
da perspectiva social - que aponta para a eliminação das barreiras e na promoção da 
acessibilidade, e não separação dos alunos com e sem deficiência. 
 
Durante a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a disputa se 
deu pela retirada do texto introdutório de detalhamentos sobre a Educação Inclusiva, um 
trecho que havia sido redigido por meio de contribuições de entidades e pesquisadores 
que trabalham com o tema. Além disso, o documento cita a necessidade de uma 
"diferenciação curricular", o que é repudiado por especialistas, por ser uma forma de 
discriminação. 
 
Além do Estatuto da Pessoa com Deficiência, do PNE, da BNCC, existem decretos, 
portarias, resoluções, notas técnicas e leis que dispõem sobre o assunto. Conheça a 
seguir os principais textos brasileiros em ordem cronológica: (Importante notar que alguns 
não têm mais validade e foram substituídos por textos aprovados posteriormente.) 
 
1961 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento 
educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais” 
(atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas 
com deficiência). Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, 
enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade.” 
 
1971 
A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil foi feita na época da ditadura 
13 
 
 
militar (1964-1985) e substituiu a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências 
físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular 
de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas 
deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, 
a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como 
destino certo para essas crianças. 
 
 
1988 
O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, 
afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos 
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205 
e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o 
pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o 
trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. 
 
1989 
O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da 
Educação, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no 
sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em 
estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se 
responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos 
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no 
sistema regular de ensino”. Ou seja: excluía da lei uma grande parcela das crianças ao 
sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de 
aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas estudantis. 
 
1990 
Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 garante, entre 
outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com deficiência 
preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com 
14 
 
 
deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e 
proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição. 
 
1994 
Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada 
“integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares 
de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de 
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no 
mesmo ritmo que os alunos ditos “normais” (atualmente, este termo está em desacordo 
com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência)”. Ou seja, a política 
excluía grande parte dos alunos com deficiência do sistema regular de ensino, 
“empurrando-os” para a Educação Especial. 
 
1999 
O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção, além 
de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa 
com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do País. 
 Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma modalidade 
transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do 
ensino regular. 
 
2001 
O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha 
quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, afirmava 
que a Educação Especial, “como modalidade de Educação escolar”, deveria ser 
promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino 
regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida importante. 
 
15 
 
 
2001 
O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que “os 
sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se 
para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, 
assegurando as condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos”. 
Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo 
atendimento especializado . Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com 
deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação 
especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a 
comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. 
 
2002 
A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da 
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a 
Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças, 
adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com 
necessidades educacionais especiais”. 
 
 
2002 
Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais 
(Libras). 
 
2006 
Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, 
UNESCO e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de 
temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas. 
 
16 
 
 
2007 
No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das 
escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e 
das salas de recursos multifuncionais. 
 
2007 
O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela 
Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais 
dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de 
ensino. 
 
2008 
Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar 
“políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”. 
 
2008 
Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o 
define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos 
organizados institucionalmente, prestadode forma complementar ou suplementar à 
formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico 
e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso, 
reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. 
 
2009 
O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional 
especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e 
preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. 
A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto 
Nº 6.571. 
 
17 
 
 
2011 
Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado 
com a Educação das pessoas público-alvo da Educação Especial. Entre elas, determina 
que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao 
longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de 
deficiência. Também determina que o Ensino Fundamental seja gratuito e compulsório, 
asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que 
sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão 
plena, e diz que a oferta de Educação Especial deve se dar preferencialmente na rede 
regular de ensino. 
 
2011 
Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na Secretaria de 
Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está 
vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão 
(Secadi). 
 
2012 
A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do 
Espectro Autista. 
 
2014 
A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4. 
Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à 
educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede 
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos 
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O 
entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre 
18 
 
 
espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em 
escolas especiais. 
 
2019 
Cria a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação, extinguindo a Secretaria 
de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). A pasta é 
composta por três frentes: Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a 
Pessoas com Deficiência; Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos; 
e Diretoria de Políticas para Modalidades Especializadas de Educação e Tradições 
Culturais Brasileiras. 
 
Veja agora alguns decretos internacionais: 
 
1990 
No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas 
portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que 
garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo de 
deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o termo 
“portador”, hoje não mais utilizado. 
 
1994 
O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concebido 
na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca (Espanha). O texto trata 
de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá 
orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a estrutura 
de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda a 
adminstração, o recurtamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre outros 
pontos. 
 
19 
 
 
1999 
A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como Convenção da 
Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto brasileiro afirma que as 
pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais 
que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser submetidas a 
discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são 
inerentes a todo ser humano”. No vamente, o texto ainda utiliza a palavra “portador”, hoje 
não mais utilizado. 
 
2009 
A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários. Ela 
afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação Inclusiva 
em todas as etapas de ensino. 
 
2015 
Originada da Declaração de Incheon, o documento da Unesco traz 17 objetivos que 
devem ser implementados até 2030. No 4º item, propõe como objetivo: assegurar a 
Educação Inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de 
aprendizagem ao longo da vida para todos. 
 
O Estatuto da Pessoa com Deficiência configura um marco na trajetória de luta 
pelos portadores de deficiência. Ele se configura como um instrumento de cidadania para 
a consolidação de direitos. O documento de lei traz para a discussão problemas que antes 
eram desconsiderados agora precisam ser debatidos. 
Transforma-se então a visão que se tinha do deficiente, promovendo uma nova 
perspectiva sobre a questão. Com base nessas transformações sociais, Glat (2007) 
destaca que nas últimas décadas, em função de novas demandas e expectativas sociais, 
aliadas aos avanços das ciências e tecnologias, os profissionais da Educação Especial 
têm se voltado para a busca de novas formas de educação escolar com alternativas 
menos segregativas de absorção desses educandos pelos sistemas de ensino. Esse 
20 
 
 
processo vem se acelerando, sobretudo a partir dos anos 90, com o reconhecimento da 
Educação Inclusiva como diretriz educacional prioritária na maioria dos países, entre eles 
o Brasil. A política de Educação 19 Inclusiva diz respeito à responsabilidade dos governos 
e dos sistemas escolares de cada país com a qualificação de todas as crianças e jovens 
no que se refere aos conteúdos, conceitos, valores e experiências materializados no 
processo de ensino aprendizagem escolar, tendo como pressuposto o reconhecimento 
das diferenças individuais de qualquer origem. (GLAT, 2007: 15) 
Faz-se importante refletir que a matrícula do aluno com necessidades especiais em 
instituições de Ensino Regular não é a única atitude capaz de promover a verdadeira 
inclusão, esse processo não se resume ao fato da presença dos alunos com necessidades 
especiais em conjunto com os demais alunos. Este é apenas o princípio de todo um 
processo onde todos os integrantes do sistema precisam se comprometer no exercício de 
sua função tendo como eixo o aluno com deficiência. É preciso que as instituições 
repensem suas formas organizacionais, o que implica alterações em âmbito estrutural e 
cultural, para que possam ser atendidas as especificidades de todos. 
 
21 
 
 
 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), foi promulgada em 1948. 
Trata-se de uma concepção recente, se comparado ao período da história da 
humanidade. Seu texto consagra uma série de direitos “universais” considerados 
fundamentais para que o ser humano conviva plenamente em sociedade. No que se diz 
respeito à Educação, a DUDH apregoa em seu artigo 26, parágrafo 1º que “Todo ser 
humano tem direito à instrução” e postula ainda em seu parágrafo 2º que “A instrução será 
orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do 
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdadesfundamentais (...)”. 
 Ao se refletir sobre esse texto, compreende-se que a afirmação de que a 
“instrução” ou “educação” é direito de “todo ser humano”, compreende-se de forma ampla 
que seu alcance supera realmente a “todos”, independentemente de suas condições 
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras formas de distinções. Outro 
termo que chama a atenção é o papel que se atribui à educação de se fortalecer o 
“respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”, o que pressupõe a 
22 
 
 
função de ferramenta para efetivação desses direitos. Assim, se interpreta que a 
Educação além de ser um direito, também é uma ferramenta para a efetivação dos demais 
direitos. 
 
 
Outro trecho do 2º parágrafo do artigo 26 da DUDH, dispõe que “a instrução 
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos 
raciais ou religiosos (...)”. 
Os termos “tolerância”, “compreensão” e “amizade”, refletem uma perspectiva 
inclusiva, a partir da compreensão de que estimulam o convívio com as diferenças. 
Interpreta-se nesse texto uma visão que apoia a organização de salas de aula 
heterogêneas, onde todos possam aprender juntos, com diversidade de experiências e 
priorização do convívio com as diferenças. 
 
A Educação Inclusiva, portanto, se enquadra numa visão de educação alicerçada 
na concepção de Direitos Humanos. Um de seus enfoques, se direciona para a construção 
da cidadania, nas sociedades marcadas pela exclusão, onde se busca a reafirmação das 
práticas democráticas, não apenas referentes à legalidade, mas também, compartilhada 
no dia a dia, através do exercício da cidadania. Nesse aspecto, Monteiro (2013, p. 47) 
afirma que Os Direitos Humanos, do ponto de vista histórico, carregam e traduzem na 
23 
 
 
realidade uma utopia. Nesse sentido, se convertem numa plataforma emancipatória em 
reação e em repúdio às formas de exclusão, desigualdade, opressão, subalternização e 
injustiça. 
 A Educação em Direitos Humanos combina sempre o exercício da capacidade de 
indignação com o direito à esperança e admiração da ∕ pela vida, a partir do exercício da 
equidade que nasce da articulação dos princípios de igualdade e diferença. 
Nessa perspectiva, a Educação em Direitos Humanos, promove a construção de 
um pensar crítico do aluno em face das injustiças sócias, baseados nos princípios da 
igualdade que norteiam o conceito de democracia, para favorecer o exercício pleno e ativo 
da cidadania. Monteiro (2013). É esse um dos fundamentos defendidos no Plano Nacional 
de Educação em Direitos Humanos para a educação básica (BRASIL, 2006), sugere que 
“a educação em direitos humanos deve ser um dos eixos norteadores da educação básica 
e permear todo o currículo, não devendo ser reduzida à disciplina ou a área curricular 
específica”. 
Tais aspectos indicam uma série de possibilidades de profundas transformações 
da prática educacional para uma educação de qualidade. 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
Com os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2008 podemos 
apontar um crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes 
comuns do ensino regular. O índice de matriculados passou de 46,8% do total de alunos 
com deficiência, em 2007, para 54% no ano passado. Estão em classes comuns 375.772 
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação. 
 
Esse crescimento é reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação, 
que inclui programas de implantação de salas de recursos multifuncionais, de adequação 
de prédios escolares para a acessibilidade, de formação continuada de professores da 
educação especial e do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) 
na escola, além do programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. O propósito do 
programa é estimular a formação de gestores e educadores para a criação de sistemas 
educacionais inclusivos. 
 
25 
 
 
Em 2008, foi lançada a política nacional de educação especial na perspectiva da 
educação inclusiva e aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU 
sobre os direitos das pessoas com deficiência. De acordo com a convenção, devem ser 
assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. O Decreto nº 6.571, 
de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o atendimento educacional especializado. 
O estudo empreendido na evolução da legislação brasileira no que se refere ao 
atendimento escolar aos alunos com necessidades especiais, nos possibilitou 
compreender a conjectura atual desse cenário, bem como, constatar as influencias dos 
documentos internacionais na formulação das políticas públicas nacionais. 
 Os resultados da pesquisa documental nos conduziram a dois momentos 
históricos que caracterizam a abrangência das políticas públicas de inclusão no cenário 
brasileiro. O primeiro se remonta ao período em que se defendia um sistema de Educação 
Especial, caracterizada pelo caráter substitutivo do Ensino Regulara, podendo promover 
uma situação de exclusão e segregação do portador de necessidades especiais, à medida 
que o afasta da convivência social. 
 O segundo momento é marcado pelas iniciativas oficiais de âmbito nacionais e 
internacionais, no sentido de mudança desse paradigma, de forma a celebrar uma 
Educação Inclusiva, que privilegia o acesso à escola regular de todos os alunos, sem 
distinção, onde o atendimento especializado passa a ser complementar ao Ensino 
Regular. 
26 
 
 
 
 
Promover a Educação Inclusiva é sem dúvida, um desafio para a sociedade 
contemporânea. Este processo delibera mudanças profundas, que exigem cuidado, 
perseverança, ações consolidadas e políticas públicas fortes e efetivas no sentido de 
garantir não apenas o acesso à escola para todos, mas também, a educação de qualidade 
para todos. 
A escola se torna inclusiva, a partir do momento em que desenvolve a aceitação 
das particularidades de seus alunos e se propõem a repensar suas práticas e torna-las 
compatíveis com as necessidades de cada um, de forma a atender a todos sem 
discriminação. Um ensino de qualidade pressupõe abordagens que vai além da escola e 
da sala de aula. 
 Requer elaboração de propostas de desenvolvimento de novos conceitos, de 
novas práticas pedagógicas, além do envolvimento de professores, pais, alunos, gestores, 
especialistas e uma gama de profissionais que formam a rede educacional. Embora seja 
notável os avanços referentes a implementação da Educação Inclusiva, 
 
27 
 
 
principalmente, no que se refere a evolução dos textos das leis brasileiras, nesse sentido. 
A segregação educacional do portador de deficiência ainda persiste em nossa sociedade. 
A efetivação da garantia dos direitos educacionais, tem encontrado barreiras no confronto 
com as concepções históricas da exclusão. 
 
 
Mudar essa realidade é um desafio que os sistemas de ensino e todos os indivíduos 
a ele associados precisam se dispor a alcançar. Terminamos este artigo, com dois trechos 
que enfatizam a temática do texto. O primeiro se trata da primeira frase do artigo 1.º da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Todos os seres humanos nascem 
livres e iguais em dignidade e direitos”; e a segundo trecho, se remete a narrativa da 
criação bíblica descrita em Gênesis 1, que declara que todos os homens (toda a 
humanidade) foram criados iguais, à imagem e semelhança de Deus. A partir dessas 
premissas, que se possam projetar os ideais de erradicação da exclusão e proliferação 
da inclusão, a fim de se cumprir as metas e objetivos das políticas públicas educacionais. 
 
 
 
 
28 
 
 
História do Multiculturalismo 
 
O movimento multiculturalista se inicia no final do século XIX nos Estados Unidos 
com a ação principal do movimento negro para combater a discriminação racial no país e 
lutar pelos seus direitos civis.Segundo SILVA e BRANDIM (2008:56) “Os precursores do multiculturalismo foram 
professores, doutores afro-americanos, docentes universitários na área dos estudos 
sociais que trouxeram por meio de suas obras, questões sociais, políticas e culturais de 
interesse para os afro-descendentes”. Esses precursores foram essenciais para que no 
século XX por meio de novos intelectuais o tema se voltasse também à educação. 
Na década de 90 algumas universidades estadunidenses aderem ao movimento e 
que com as pressões populares ganham força e espaço com a criação de políticas publica 
em todas as esferas do poder público no que cocerne a oportunidades educacionais iguais 
aos grupos sociais favorecidos daquele país. 
O pós-modernismo que defende a valorização da pluralidade cultural no seu 
discurso curricular ajuda o fortalecimento dos estudos multiculturais nos anos 80 e 90. 
Hoje na contemporaneidade o tema é influenciado pela globalização, com os intercâmbios 
culturais fala-se de uma hegemonia cultural o que tem causado problemas sociais. 
Segundo McLaren (1997 apud PANSINI E MENEZES, 2008, P. 35) há pelo menos 
quatro tendências de multiculturalismo enquanto projeto político: O multiculturalismo 
conservador, multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal de esquerda e 
multiculturalismo critico e de resistência, visão esta ultima do qual se diz partidário o 
próprio autor. 
O multiculturalismo conservador ou empresarial e aquele que pretender construir 
uma cultura comum o que faz com que apartir desse princípio negue a diversidade 
existente e construída há séculos e que nos leva a entende sua defesa a uma cultura 
padrão a branca. Nesse contexto desmotiva os grupos dominados em suas lutas a seu 
capital cultural. 
 
29 
 
 
Esse tipo de visão conservadora (...) “mesmo quando reconhece outras culturas 
assenta-se sempre na incidência, na prioridade a uma língua normalizada- e, portanto, é 
um multiculturalismo que de fato não permite que haja um reconhecimento efetivo das 
outras culturas’’. (SOUZA SANTOS, 2003, P 12). 
“A vertente Humanista liberal por ingenuidade ou idealismo ressalta a existência de 
uma igualdade natural entre as diversas etnias, sem se preocupar em evidenciar a falta 
de oportunidades iguais em termos sociais e educacionais” (SILVA E BRADIN, 2008, 
P.63). Sem levar a risca a realidade social do sistema econômico capitalista se valendo 
de seus próprios argumentos. Fala-se da criação de uma organização econômica mais 
igualitária daí dizer que todos somos capazes de competir e vencer no mundo. 
O multiculturalismo liberal de esquerda defende a diversidade cultural, Pansini e 
Nenevé quando citam McLaren compreendemos que o fim desse tipo de vertente é se 
focar mais nas diferenças e respeita-las esquecendo-se que elas são formadas nas 
pessoas pela interação do meio social em que convivem sendo negativa a tendência a 
elitizar outros grupos ao mesmo tempo em que deixa de lado a participação de outros 
grupos nas discussões multiculturais. 
O multiculturalismo critico ou de resistência é o que podemos considerar mais 
voltados aos anseios dos movimentos multiculturais conforme Silva e Bradim 
O multiculturalismo critico levanta a bandeira da pluralidade de identidades 
culturais,a heterogeneidade como marca de cada grupo e opõe-se á padronização e 
uniformização definidas pelos grupos dominantes. Celebrar o direito á diferença nas 
relações sociais como forma de assegurar a convivência pacifica e tolerante entre os 
indivíduos caracteriza o compromisso com a democracia e a justiça social, em meios às 
relações de poder em que tais diferenças são construídas. Conceber, enfim, o 
multiculturalismo numa perspectiva critica e de resistência pode contribuir para 
desencadear e fortalecer ações articuladas a uma pratica social cotidiana em defesa da 
diversidade cultural, da vida humana, acima de qualquer forma discriminatória, 
preconceituosa ou excludente. (2008, p.64) 
 
A escola e a Pluralidade Cultural 
 
30 
 
 
A escola é um sistema aberto que faz parte da superestrutura social formada por 
diversas instituições como: a igreja, família, meios de comunicação; faz parte do ambiente 
escolar crianças pertencentes a classes sociais, costumes, aspectos físicos,e culturais 
diferentes que estão em processo de aprendizagem. 
De acordo com Menezes: 
 
(...) Ao contemplarmos as relações raciais dentro do espaço escolar questionarmos 
até que ponto ele está sendo coerente com a sua função social quando se propõe a ser 
um espaço que preserva a diversidade cultural, responsável pela promoção da equidade. 
Sendo assim, aguardamos mecanismos que devam possibilitar um aprendizado 
sistematizado favorecendo a ascensão profissional e pessoal de todos os que usufruem 
os seus serviços. 
A escola atende aos padrões dominantes das classes consideradas superiores, os 
brancos euros americanos essa cultura e ensinada e os que dela não fazem parte ou não 
se adéquam são excluídos vemos isso no dia a dia quando os grupos inferiores índios e 
negros sofrem, são insultados no espaço escolar, e dificilmente vemos algum negro 
ocupado um posto elevado na sociedade. 
Como coloca Menezes: “a escola pode ser um espaço de disseminação quanto um 
meio eficaz de prevenção e diminuição do preconceito”. A escola dissemina o preconceito 
quando em seus currículos aplicados, métodos de ensino, apresentação de imagens 
caricatas negras em cartazes ou livros didáticos e através da linguagem não verbal 
desprezam a cultura dos grupos não dominantes, a exemplo quando falam só da 
escravidão negra e não valoriza a cultura dessa raça. 
O docente passa a ser um disseminado do problema quando pela linguagem não 
verbal não mantém contato físico com as crianças negras, o que demonstra rejeição a 
elas por sua cor e condição social da qual fazem parte causando-lhe sofrimento. “A sua 
dor não é reconhecida, havendo uma aparente falta de acolhimento por parte de pessoas 
autorizadas (educadores), que silenciam ou se omitem em face de uma situação de 
discriminação. Tal postura denuncia a banalização do preconceito e a conivência dos 
profissionais com ele” (Romão, 2001) 
31 
 
 
Quanto à diminuição do preconceito, o que não e tão fácil a exemplo do Brasil 
aonde a exclusão dos negros, índios vem desde a colonização portuguesa. O que pode 
ser feito e incorporar nos currículos das instituições formadoras de professores a temática 
multicultural seja as instituições públicas ou privadas. O educador que tem papel na 
formação de identidades pode segundo Moreira (2001, p. 49 apud PANSINI E NENEVÉ, 
2008, P.41) a ideia e que o professor reflexivo preserve a preocupação com os aspectos 
políticos, sociais e culturais em que se insere sua pratica, leve em conta todos os silêncios 
e discriminações que se manifestam na sala de aula, bem como amplie o espaço de 
discussão de sua atuação. 
Focalizamos a etnia negra, tendo em vista que o multiculturalismo se iniciou como 
movimento por esse grupo racial. A exclusão deles começa desde a infância dentro das 
escolas por possuírem características físicas e costumes diferentes; de acordo com 
pesquisas, feitas com crianças elas se sentem oprimidas pelos seus colegas, pois são 
chamadas de “feias, fedoretas, cabelo duro, preta”, ou seja, são desvalorizados seus 
atributos individuais o que influencia na sua formação identitária porque nesse período da 
vida seu caráter está sendo formado. 
O preconceito racial e a discriminação fazem com que aos índios e, em especial 
aos negros se mantenham em uma situação marginal e excluída sem a assistência devida 
dos órgãos responsáveis, eles tornam-se alheios ao exercício de cidadania, sem 
condições de crescer intelectual e profissionalmente. 
 
Nessa direção MENEZES destaca: 
 
O preconceito racial cria uma ação perversa que desencadeia estímulos dolorosose retira do sujeito toda possibilidade de reconhecimento e mérito, levando-o a utilizar 
mecanismos defensivos das mais diversas ordens, contra a identidade ou o pensamento 
persecutório que o despersonaliza e o enlouquece. Nessa perspectiva, é fortalecida a 
ideia de dominação de grupos que se julgam mais adiantados, legitimando os 
desequilíbrios e desintegrando a dignidade dos grupos dominados. 
 
32 
 
 
Na escola os educandos não conseguem relacionar ou praticar os conteúdos 
ensinados a sua realidade fora da escola, pois a maioria deles fazem parte dos grupos 
inferiores, daí a importância do professor ter criatividade e levar seus alunos a refletir e 
investigar as questões relacionadas a vida e cultura dos grupos mais próximos a sua vida, 
tendo autonomia em seu ensino e deixando um pouco de lado as práticas colonizadoras. 
 
 
Devido aos padrões de branqueamento muitas crianças negras querem ser 
brancas e incorporam em suas atitudes os costumes deles porque estes são incluídos na 
sociedade nos aspectos econômicos políticos e sociais e culturais. Como relatam 
pesquisas feitas com crianças negras, que demonstra isso muito bem quando uma garota 
diz: eu gostaria de dormir e acordar branca e de cabelo liso, essa fala demonstra o seu 
sofrimento porque vem sofrendo preconceitos por colegas de classe, elas têm acesso a 
matricula e sala de aula exceto as atividades escolares com êxito e aceitação, daí resulta 
em sua reprovação, e quando adultos sua indignação ou silenciamento por sua condição 
de vida. 
33 
 
 
 
 
Na verdade, o que seria necessário era “uma formação cultural deve voltada para 
sua realidade local de modo que os educadores possam romper com tais práticas 
possibilitando aos educadores” afirmar suas tradições culturais e recuperar suas histórias 
reprimidas” (Bhabha, 1998, p. 29). 
Os movimentos sociais conquistaram na constituição brasileira de1988 admissão 
do nosso pluralismo étnico. Os efeitos são observados na educação no campo da 
produção artística, sobretudo da literatura fala-se em “escrita feminina”, em “vozes 
negras”, homoerótico etc. Nessa linha de raciocínio: 
“A cultura torna-se instrumento de definição de políticas de inclusão social - as 
"políticas compensatórias" ou as "ações afirmativas" - que tomam os diversos setores da 
vida social. Cotas para minorias, educação bilíngue, programas de apoio aos grupos 
marginalizados, ações anti-racistas e antidiscriminatórias são experimentadas em toda 
parte.(Daniel Bell) 
 
34 
 
 
 
Para Romão (2001), a reversão desse quadro será possível pelo reconhecimento 
da escola como reprodutora das diferenças étnicas, investindo na busca de estratégias 
que atendam às necessidades especificas de alunos negros, incentivando-os e 
estimulando-os nos níveis cognitivo, cultural, físico. O processo educativo pode ser uma 
via de acesso ao resgate da autoestima, da autonomia e das imagens distorcidas, pois a 
escola é ponto de encontro e de embate das diferenças étnicas, podendo ser instrumento 
eficaz para diminuir e prevenir o processo de exclusão social e incorporação do 
preconceito pelas crianças negras. 
É impossível viver na escola e na sociedade sem se relaciona com pessoas 
diferentes de nós, não somos melhores do que nenhuma raça somos iguais às diferenças 
não devem ser vistas como barreiras e sim como o complemento de nossa existência e 
aprendizado. Mais uma vez coloco a participação dos docentes no sentido de 
comprometimento a estuda o multiculturalismo e respeita a bagagem cultural de seus 
alunos. 
Daí citaram que a “leitura crítica que ser realiza nos cursos de formação deve ser 
entendida como uma interseção da linguagem, da cultura, do poder, e da 
história”.(McLaren e Giroux,2000) 
A manifestação do multiculturalismo nas análises educacionais, de fato trouxe 
desafios muito importantes às investigações sobre o conhecimento, e com isso abriu 
possibilidades para se pensar em práticas curriculares e de formação docente que pode 
ser voltada à construção de identidades discente e docente multiculturalmente 
comprometidas com o ensino/aprendizagem, visando assim promover o respeito à 
diferença e à pluralidade cultural. 
35 
 
 
 
 
 
As ações escolares e políticas 
 
A problemática multicultural tem sido um tema discutido principalmente na 
pedagogia e no currículo com um intuito de solucionar os conflitos que dela surgem, já 
que a mesma abrange gênero, sexualidade, cultura. Também de entidades políticas do 
mundo inteiro. Temos observado a inserção do assunto nos debates, literatura, eventos 
conferencias, teses e dissertações, que são respostas as vozes dos diferentes 
movimentos sociais que lutam pelos seus direitos e legitimidades 
Ainda nesse contexto apoiado – nos em SILVA e BRADIM, nas universidades 
CANDAU (1997) reafirma o crescimento, nos últimos anos, de encontros, seminários e 
congressos abordando temas relativos à globalização, pluralismo cultural, identidades 
sociais e culturais etc. O marco para o início dos debates nos foros educacionais 
universitários deu-se numa das reuniões anuais da ANPED. Ela relata que, “(...) em 1995, 
pela primeira vez, foi realizada uma sessão especial sobre o tema multiculturalismo e 
universidade. Os participantes fomos testemunhas das reticências e reservas que o tema 
suscitou no debate” (Ibid,: 241) 
36 
 
 
Na área educacional muitos estudos têm sido formulados na tentativa de criar um 
currículo que busque os interesses dos não pertencentes aos padrões dominantes, assim: 
” Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL,1997) consta que o Brasil tem 
participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para 
Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como 
a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”.(SILVA e BRADIM,P. 59, 2008) 
“Somente no início do século XXI e que podemos perceber uma significativa 
mudança, posto que várias instituições do ensino superior começaram a adotar as 
denominadas ações afirmativas para negros e indígenas, com ênfase no sistema de cotas. 
E, desde 2003, há a obrigatoriedade das temáticas história e cultura do negro no Brasil 
nos currículos escolares, sancionada através da Lei 10.639”.(Santos E Queiroz,2007) 
“No contexto educacional as práticas que se engajaram a despeito do 
multiculturalismo são: ” Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL, 1997) 
consta que o Brasil tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial 
de Educação para Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por 
organizações como a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”. (SILVA e BRADIM, P. 59, 
2008) 
 
O movimento negro no Brasil só ganhou força nos anos 50 porque eles tomaram 
atitudes eficazes como: fim do isolamento dos movimentos brasileiros em relação aos 
movimentos de libertação racial em outros países. Os congressos e conferencias pan-
africanas irão possibilitar trocas de informações visando à conscientização do valor da 
cultura negra e a libertação do complexo de inferioridade em relação ás culturas branca; 
a criação de organizações de reivindicação do movimento negro no país, a exemplo da 
Associação dos Negros Brasileiros (ANB), Convenção Nacional do Negro Brasileiro 
(CNNB), União Nacional dos Homens de Cor (UNHC), a criação do Teatro Experimental 
Negro (TEM); a atuação de organizações internacionais, como a ONU. 
Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL, 1997) consta que o Brasil 
tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para 
Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como 
a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”. (SILVA e BRADIM, P. 59, 2008) 
37 
 
 
Quanto às ações políticas SILVA e BRADIM relatam que devido as pressões 
populares multiculturais e as teorias críticas e pós – criticas, as próprias organizações 
internacionaisde defesa dos direitos humanos firma o compromisso de promover uma 
educação para a cidadania baseada no respeito a diversidade cultural, visando a 
superação das discriminações e preconceitos. CANDAU (1997) menciona a conferência 
mundial sobre políticas culturais, promovida pela UNESCO, em 1982, no México, cujo 
papel é o de contribuir para a aproximação entre os povos e uma melhor compreensão 
entre as pessoas. 
“A propósito a ONU e suas agências especializadas, sobretudo a UNESCO, 
impulsionarão os países membros a elaborar garantias jurídico-institucionais para 
proteger as vidas de grupos culturalmente dominados” (SILVA e BRADIM, 2008) 
O multiculturalismo e a educação estão intimamente ligados, porque ao mesmo 
tempo em que a escola ensina as pluralidades culturais ela segrega os que não fazem 
parte daquele padrão aceitável pelo seu sistema educacional. Quando em seus 
ensinamentos morais pregam o respeito à tolerância ao próximo ela segrega dando num 
mesmo espaço maiores oportunidades de expressão e atenção aos brancos. 
 
Daí a s discussões, e os inúmeros estudos voltados às multiculturalidades, sendo 
que abrangem não apenas um grupo social mais várias vítimas do preconceito, exclusão 
social, discriminação juntamente com as manifestações desses grupos oprimidos, o olhar 
governamental e a instituição escolar se preocupam em criar mecanismos que silencie ou 
minimize os conflitos das diferenças. No sentido político ouvimos mais discursos, sem 
grandes repercussões concretas. 
Como argumenta SILVA e BRADIM o problema ameaça todos, indistintamente 
(dominados e dominantes, pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens), 
independente de classe ou grupo social. Para isso traçam metas, definem propostas e 
promovem eventos (fóruns e conferencias), a fim de manter sob controle os antagonismos 
sociais e culturais. 
Vimos no subtítulo ações escolares e políticas que a ONU, por exemplo, tem dado 
sua contribuição ao tema para combater as discriminações e preconceitos assim como os 
38 
 
 
espaços acadêmicos de formação de professores onde constatamos a necessária 
intervenção do professor nessas questões. 
Torna-se urgente uma educação verdadeiramente democrática, que inclua a 
diversidade cultural, para que este processo aconteça é necessário o convívio 
multicultural que implica respeito ao outro, diálogo com os valores do outro. Propomos a 
realização eficaz de mudanças nos sistemas educacionais enquanto espaços 
monoculturais, através do desenvolvimento de atitudes, projetos curriculares e ideias 
pedagógicas, que sejam sensíveis à emergência do multiculturalismo. 
O professor deve ser crítico reflexivo, humano; Questionado o que ele vai ensinar 
aos seus alunos e propor reformas pedagógicas já que ele e o mediador do conhecimento, 
ouvindo seus alunos quanto a suas dificuldades, incentivar trabalhos que levem os 
mesmos a pesquisa sua realidade local, humano quando não despreza um aluno que não 
pertence ao padrão cultural aceito, ele deve ser um profissional com todas essas 
competências e não apenas aquele que sabe do conteúdo, mas que com sua bagagem 
teórica ensine a viver neste mundo capitalista. 
Queremos, sobretudo a ação das autoridades políticas com projetos, leis mais 
eficazes que inclua a diversidade dando chances para que tenham seus direitos 
atendidos, pois estes vem lutando há muito tempo pelo seu valor e dignidade. Isso é 
possível mesmo sabendo que a globalização parece querer cria apenas uma cultura algo 
que jamais acontecera, pois a multiculturalidade estar presente antes dos avanços 
tecnológicos. 
Propomos que esses assuntos estejam presentes no processo ensino – 
aprendizagem desde as primeiras series do ensino básico, na formação de professores 
enfim concordamos com Silva e Bradim 
“Defendemos o multiculturalismo crítico para quem as diferenças não têm um fim 
em si, mas situam-se num contexto de lutas por mudança social, contrapondo- se ao 
ideário neoliberal e a globalização econômica e cultural vigente, como expressões 
legitimas do modelo capitalista opressor”. 
Contudo somos a favor do multiculturalismo crítico, entendendo que o respeito à 
vida humana, diversidade cultural e essencial para a construção de um mundo de paz, 
como futuro educador vemos na instituição escolar uma força maior que nos conduzirá a 
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esse processo de justiça social e democracia. Nessa vertente é necessário o avanço de 
pesquisas teóricas e práticas envolvida na formação de identidades e pluralidades 
culturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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