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1 LEGISLAÇÃO E POLITICAS PUBLICAS DE INCLUSÃO E MULTICULTURALIDADE 1 Sumário Sumário .......................................................................................................... 1 Introdução ...................................................................................................... 3 Educação Especial e Educação Inclusiva ................................................... 5 Educação Inclusiva ....................................................................................... 8 Suporte Para Alunos com Deficiência ....................................................................... 9 Concepção De Direitos Humanos Na Educação Inclusiva ..................................... 11 História do Multiculturalismo ..................................................................... 28 A escola e a Pluralidade Cultural ............................................................... 29 As ações escolares e políticas ................................................................... 35 Referências Bibliográficas ........................................................................................ 40 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Introdução A Educação Inclusiva apresentada como novo paradigma educacional, episódio recente na educação brasileira, vem se fortalecendo como pauta de estudos e promovendo alterações na forma conceitual, na legislação, nas práticas educativas e administrativas. Sob este enfoque, o presente artigo objetiva fazer uma breve análise sobre as políticas educacionais para a Educação Inclusiva no Brasil, refletindo sobre sua evolução histórica, até os dias atuais. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa documental, de abordagem qualitativa, na qual tomaremos como base a legislação brasileira, as diretrizes políticas específicas do Ministério da Educação (MEC) e alguns documentos internacionais, além de um levantamento bibliográfico sobre o tema. No texto, primeiramente abordamos a definição dos termos: Educação Especial e Educação Inclusiva, bem como realizamos uma análise nos documentos oficiais no que se refere a essas duas concepções de ensino e seus impactos na trajetória do atendimento educacional a pessoas com necessidades educacionais especiais. Em seguida, apresentamos a relação entre a Educação Inclusiva e a concepção de Direitos Humanos. Por fim, apresentamos nossas conclusões sobre a evolução da legislação brasileira no tocante ao tema citado. 4 A concepção de Educação Inclusiva é nova no cenário educacional. Em âmbito mundial, esta pauta ganhou força na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). Esta propõe que os alunos com necessidades educacionais especiais tenham acesso às escolas de Ensino Regular e que essas instituições devem se adequar a essa nova demanda, pois, “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” (p. 8-9). No Brasil, na mesma década é aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN 9394/ 96), que determina que pessoas com necessidades educacionais especiais sejam incluídas em escolas de Ensino Regular. (BRASIL, 1998). A constituição brasileira de 1988, no artigo 208 Já fazia referência ao atendimento de alunos com necessidades especiais, “preferencialmente” em turmas de Ensino Regular. 5 Educação Especial e Educação Inclusiva História Antes de iniciar as reflexões sobre Educação Inclusiva, julga-se necessário, deixar clara a distinção entre os conceitos de Educação Especial e Educação Inclusiva. Entende- se por Educação Inclusiva à participação de todos os alunos, independentemente de suas “diferenças”, “deficiências” ou “especificidades”, em escolas de Ensino Regular. Já a Educação Especial atende à educação dos alunos com algum tipo de deficiência em instituições especializadas, de maneira separa da escola comum. Essas instituições atendem exclusivamente alunos com um determinado tipo de necessidades especiais e para isso, contam com profissionais especializados ao atendimento desses alunos. A Educação inclusiva reflete uma visão humanista da educação que entende a escola como um espaço de diversidade e democracia, cuja missão é promover a educação para todos. Porém, é relevante considerar nem todos os casos de deficiência podem ser atendidos na escola regular. Batista (2006), expõe a dificuldade de se incluir o portador de deficiência mental, por exemplo, no ensino no Ensino Regular e o impasse na definição do seu atendimento especializado, “pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo” (BATISTA, 2006, p.11). A Educação Especial no Brasil, data do período imperial, quando D. Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, hoje denominado Instituto Benjamin Constant e o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, em 1857, atualmente, denominado Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES (Mazzota, 2005). A criação desses dois Institutos foi de grande importância para o atendimento aos portadores de deficiências, no entanto, a abertura desses espaços não atendia à demanda nacional, pois “em 1872, com uma população de 15.848 cegos e 11.595 surdos, no país eram atendidos apenas 35 cegos e 17 surdos” (MAZZOTTA, 1996, p.29), nestas instituições. Sendo assim, esse atendimento ocorreu de maneira isolada se reportando mais às deficiências visuais e auditivas. 6 Depois destas, outras instituições surgiram no país, com atendimento especializado em várias esferas, como o atendimento a deficientes físicos e mentais. Dentre tais atendimentos destacam-se além de instituições públicas, também as instituições particulares como a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), fundada em 1950, a Sociedade Pestalozzi fundada em 1926 e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) fundada em 1954. (MAZZOTTA, 1996). 7 A constituição brasileira de 1988, versa sobre o atendimento especializado aos alunos portadores de deficiência, em seu artigo 208, onde se destaca ser dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ferreira (2006), destaca que o uso pelo termo “atendimento especializado” induz uma leitura de que o atendimento desses alunos é responsabilidade dos serviços de educação especial, podendo, portanto, gerar atitudes interpretações que levem à falta de compromisso por parte da educação geral. Outro aspecto relevante é o fato da Constituição determinar que o atendimento ocorra “preferencialmente”,na rede regular de ensino. O uso do termo “preferencialmente” na rede regular de ensino de acordo com Batista (2006, p. 9) significa que esse atendimento deve acontecer prioritariamente nas unidades escolares, sejam elas comuns ou especiais devidamente autorizadas e regidas pela nossa lei educacional. A Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado pode ser oferecido fora da rede regular de ensino, já que é um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos; Diante do que já expomos, pode-se refletir que a modalidade de ensino oferecido na Escola Especial assumiu a característica de substituir a Escola Regular. Verifica-se, no entanto, que em alguns casos, realmente existe a necessidade de um acompanhamento especializado, separado da escola regular. Porém, na maioria dos outros casos, a escolha pela Educação Especial pode promover uma situação de exclusão e segregação do portador de deficiência, à medida que o afasta da convivência social. É importante observar, que no caso de portadores certas deficiências como a visual ou a auditiva, por exemplo, o atendimento pode ocorrer de maneira simultânea, tanto através do ensino regular, como através do ensino especial. Assim, a Educação Especial deixa de ter um caráter substitutivo e passa a ter uma função complementar na formação do aluno. 8 O texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, divulgado pelo MEC, declara que as pessoas, dentro de cada contexto em que inserem, passam por continuas transformações e que “esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, reforçando a importância dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os estudantes”. (BRASIL, 2006, p. 11). Educação Inclusiva Quanto à Educação Inclusiva, esse termo foi primeiramente utilizado na Declaração de Salamanca (1994) que passou a influenciar a formulação das políticas públicas associadas à Educação Inclusiva. Neste documento se defende que “as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar”, pois, “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos” (p. 8-9). Surge então, um novo paradigma – a Educação Inclusiva – que promoveu uma série de transformações conceituais e organizacionais no sistema de ensino. No Brasil, a Educação Inclusiva passa a aparecer como Política Educacional oficial a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN 9394∕96), que 9 determina que pessoas com necessidades especiais sejam incluídas em salas de aula de Ensino Regular. (BRASIL, 1998). A LDB reafirma o direito à educação pública e gratuita para as pessoas portadoras de necessidades especiais e se estabelece em seu capítulo V que: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL,1996) O Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, assinado em 1999, dispões a respeito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, conceitua a Educação Especial como “uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular”. (BRASIL, 2006, p. 3). Seguindo as reformulações legislativas no contexto abordado as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, institui que “os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos”. (MEC/SEESP, 2001, p. 69). As diretrizes reafirmam o papel complementar da Educação Especial. Suporte Para Alunos com Deficiência 10 Com o intuito de promover um suporte para os alunos com deficiência, a fim de facilitar o acesso ao currículo na escola regular e orientar a organização dos sistemas de Educação Inclusiva, o Conselho Nacional de Educação – CNE publicou a Resolução CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Trata-se de um serviço da Educação Especial que organiza os recursos pedagógicos e de acessibilidade para a efetiva participação dos alunos com necessidades especiais de forma articulada com a escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (BRASIL, 2011). Essa ferramenta de apoio à inclusão nas escolas de ensino regular deve funcionar em salas com materiais didáticos apropriados com profissionais que tenham formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais, a fim de oferecer o apoio necessário à estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento (BRASIL, 2010). Na prática, o que se observa é uma extrema dificuldade de se encontrar profissionais com formação adequada para essas múltiplas realidades, e quando há, geralmente, este professor do AEE, se torna responsável de tal forma, pela condução das atividades educativas desse público, que acaba por promover, em muitos casos, a perpetuação da segregação educacional dos mesmos. O Ministério da Educação, através da sua secretaria de Educação Especial (BRASIL, 2010), define como público-alvo das salas de AEE as seguintes classes de alunos: • Alunos com deficiência - aqueles que apresentam impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento - aluno com autismo síndromes do espectro do autismo psicose infantil; • Alunos com altas habilidades ou superdotação - aqueles que apresentam um potencial elevado com as áreas do conhecimento humano. 11 As reformulações da legislação brasileira promoveram importantes mudanças sociais, nos mais diversos setores e contextos. O processo de inclusão, é uma temática que se propagou e tem gerado muitos debates em torno do novo paradigma instaurado, seja em âmbito educacional ou mesmo no profissional. O tema da inclusão em oposição às já historicamente enraizadas, práticas de exclusão passou a despertar a atenção de educadores, empresários, políticos e outros profissionais. Porém, apesar da evolução das leis, do interesse pelo discurso e as reformulações iniciadas nos sistemas de ensino, percebe-se que muito ainda precisa ser feito para a efetivação desse processo e garantia desse direito. Concepção De Direitos Humanos Na Educação Inclusiva 12 O debate sobre a Educação Especial e Inclusiva no Brasil, em especial no aspecto de incluir a todos em instituições de ensino regulares (ou seja, as que misturam alunos com e sem deficiência), tem sido intenso nos últimos anos. Atualmente, o MEC está revisando a atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que é de 2008. O texto proposto enfrenta forteoposição de alguns grupos de educadores que tratam do assunto, para quem a nova redação voltaria a estimular a volta da separação das pessoas com deficiência indo na contramão da perspectiva social - que aponta para a eliminação das barreiras e na promoção da acessibilidade, e não separação dos alunos com e sem deficiência. Durante a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a disputa se deu pela retirada do texto introdutório de detalhamentos sobre a Educação Inclusiva, um trecho que havia sido redigido por meio de contribuições de entidades e pesquisadores que trabalham com o tema. Além disso, o documento cita a necessidade de uma "diferenciação curricular", o que é repudiado por especialistas, por ser uma forma de discriminação. Além do Estatuto da Pessoa com Deficiência, do PNE, da BNCC, existem decretos, portarias, resoluções, notas técnicas e leis que dispõem sobre o assunto. Conheça a seguir os principais textos brasileiros em ordem cronológica: (Importante notar que alguns não têm mais validade e foram substituídos por textos aprovados posteriormente.) 1961 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais” (atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência). Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade.” 1971 A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil foi feita na época da ditadura 13 militar (1964-1985) e substituiu a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas crianças. 1988 O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. 1989 O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da Educação, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino”. Ou seja: excluía da lei uma grande parcela das crianças ao sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas estudantis. 1990 Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com 14 deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição. 1994 Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos “normais” (atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência)”. Ou seja, a política excluía grande parte dos alunos com deficiência do sistema regular de ensino, “empurrando-os” para a Educação Especial. 1999 O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do País. Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular. 2001 O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de Educação escolar”, deveria ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida importante. 15 2001 O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo atendimento especializado . Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. 2002 A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”. 2002 Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 2006 Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, UNESCO e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas. 16 2007 No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e das salas de recursos multifuncionais. 2007 O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de ensino. 2008 Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”. 2008 Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestadode forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. 2009 O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto Nº 6.571. 17 2011 Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado com a Educação das pessoas público-alvo da Educação Especial. Entre elas, determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência. Também determina que o Ensino Fundamental seja gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de Educação Especial deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino. 2011 Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). 2012 A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 2014 A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre 18 espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais. 2019 Cria a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação, extinguindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). A pasta é composta por três frentes: Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência; Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos; e Diretoria de Políticas para Modalidades Especializadas de Educação e Tradições Culturais Brasileiras. Veja agora alguns decretos internacionais: 1990 No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o termo “portador”, hoje não mais utilizado. 1994 O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concebido na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca (Espanha). O texto trata de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a estrutura de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda a adminstração, o recurtamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre outros pontos. 19 1999 A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como Convenção da Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto brasileiro afirma que as pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser submetidas a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. No vamente, o texto ainda utiliza a palavra “portador”, hoje não mais utilizado. 2009 A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários. Ela afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação Inclusiva em todas as etapas de ensino. 2015 Originada da Declaração de Incheon, o documento da Unesco traz 17 objetivos que devem ser implementados até 2030. No 4º item, propõe como objetivo: assegurar a Educação Inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. O Estatuto da Pessoa com Deficiência configura um marco na trajetória de luta pelos portadores de deficiência. Ele se configura como um instrumento de cidadania para a consolidação de direitos. O documento de lei traz para a discussão problemas que antes eram desconsiderados agora precisam ser debatidos. Transforma-se então a visão que se tinha do deficiente, promovendo uma nova perspectiva sobre a questão. Com base nessas transformações sociais, Glat (2007) destaca que nas últimas décadas, em função de novas demandas e expectativas sociais, aliadas aos avanços das ciências e tecnologias, os profissionais da Educação Especial têm se voltado para a busca de novas formas de educação escolar com alternativas menos segregativas de absorção desses educandos pelos sistemas de ensino. Esse 20 processo vem se acelerando, sobretudo a partir dos anos 90, com o reconhecimento da Educação Inclusiva como diretriz educacional prioritária na maioria dos países, entre eles o Brasil. A política de Educação 19 Inclusiva diz respeito à responsabilidade dos governos e dos sistemas escolares de cada país com a qualificação de todas as crianças e jovens no que se refere aos conteúdos, conceitos, valores e experiências materializados no processo de ensino aprendizagem escolar, tendo como pressuposto o reconhecimento das diferenças individuais de qualquer origem. (GLAT, 2007: 15) Faz-se importante refletir que a matrícula do aluno com necessidades especiais em instituições de Ensino Regular não é a única atitude capaz de promover a verdadeira inclusão, esse processo não se resume ao fato da presença dos alunos com necessidades especiais em conjunto com os demais alunos. Este é apenas o princípio de todo um processo onde todos os integrantes do sistema precisam se comprometer no exercício de sua função tendo como eixo o aluno com deficiência. É preciso que as instituições repensem suas formas organizacionais, o que implica alterações em âmbito estrutural e cultural, para que possam ser atendidas as especificidades de todos. 21 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), foi promulgada em 1948. Trata-se de uma concepção recente, se comparado ao período da história da humanidade. Seu texto consagra uma série de direitos “universais” considerados fundamentais para que o ser humano conviva plenamente em sociedade. No que se diz respeito à Educação, a DUDH apregoa em seu artigo 26, parágrafo 1º que “Todo ser humano tem direito à instrução” e postula ainda em seu parágrafo 2º que “A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdadesfundamentais (...)”. Ao se refletir sobre esse texto, compreende-se que a afirmação de que a “instrução” ou “educação” é direito de “todo ser humano”, compreende-se de forma ampla que seu alcance supera realmente a “todos”, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outras formas de distinções. Outro termo que chama a atenção é o papel que se atribui à educação de se fortalecer o “respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”, o que pressupõe a 22 função de ferramenta para efetivação desses direitos. Assim, se interpreta que a Educação além de ser um direito, também é uma ferramenta para a efetivação dos demais direitos. Outro trecho do 2º parágrafo do artigo 26 da DUDH, dispõe que “a instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos (...)”. Os termos “tolerância”, “compreensão” e “amizade”, refletem uma perspectiva inclusiva, a partir da compreensão de que estimulam o convívio com as diferenças. Interpreta-se nesse texto uma visão que apoia a organização de salas de aula heterogêneas, onde todos possam aprender juntos, com diversidade de experiências e priorização do convívio com as diferenças. A Educação Inclusiva, portanto, se enquadra numa visão de educação alicerçada na concepção de Direitos Humanos. Um de seus enfoques, se direciona para a construção da cidadania, nas sociedades marcadas pela exclusão, onde se busca a reafirmação das práticas democráticas, não apenas referentes à legalidade, mas também, compartilhada no dia a dia, através do exercício da cidadania. Nesse aspecto, Monteiro (2013, p. 47) afirma que Os Direitos Humanos, do ponto de vista histórico, carregam e traduzem na 23 realidade uma utopia. Nesse sentido, se convertem numa plataforma emancipatória em reação e em repúdio às formas de exclusão, desigualdade, opressão, subalternização e injustiça. A Educação em Direitos Humanos combina sempre o exercício da capacidade de indignação com o direito à esperança e admiração da ∕ pela vida, a partir do exercício da equidade que nasce da articulação dos princípios de igualdade e diferença. Nessa perspectiva, a Educação em Direitos Humanos, promove a construção de um pensar crítico do aluno em face das injustiças sócias, baseados nos princípios da igualdade que norteiam o conceito de democracia, para favorecer o exercício pleno e ativo da cidadania. Monteiro (2013). É esse um dos fundamentos defendidos no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos para a educação básica (BRASIL, 2006), sugere que “a educação em direitos humanos deve ser um dos eixos norteadores da educação básica e permear todo o currículo, não devendo ser reduzida à disciplina ou a área curricular específica”. Tais aspectos indicam uma série de possibilidades de profundas transformações da prática educacional para uma educação de qualidade. 24 Com os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2008 podemos apontar um crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes comuns do ensino regular. O índice de matriculados passou de 46,8% do total de alunos com deficiência, em 2007, para 54% no ano passado. Estão em classes comuns 375.772 estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Esse crescimento é reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação, que inclui programas de implantação de salas de recursos multifuncionais, de adequação de prédios escolares para a acessibilidade, de formação continuada de professores da educação especial e do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) na escola, além do programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. O propósito do programa é estimular a formação de gestores e educadores para a criação de sistemas educacionais inclusivos. 25 Em 2008, foi lançada a política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva e aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência. De acordo com a convenção, devem ser assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o atendimento educacional especializado. O estudo empreendido na evolução da legislação brasileira no que se refere ao atendimento escolar aos alunos com necessidades especiais, nos possibilitou compreender a conjectura atual desse cenário, bem como, constatar as influencias dos documentos internacionais na formulação das políticas públicas nacionais. Os resultados da pesquisa documental nos conduziram a dois momentos históricos que caracterizam a abrangência das políticas públicas de inclusão no cenário brasileiro. O primeiro se remonta ao período em que se defendia um sistema de Educação Especial, caracterizada pelo caráter substitutivo do Ensino Regulara, podendo promover uma situação de exclusão e segregação do portador de necessidades especiais, à medida que o afasta da convivência social. O segundo momento é marcado pelas iniciativas oficiais de âmbito nacionais e internacionais, no sentido de mudança desse paradigma, de forma a celebrar uma Educação Inclusiva, que privilegia o acesso à escola regular de todos os alunos, sem distinção, onde o atendimento especializado passa a ser complementar ao Ensino Regular. 26 Promover a Educação Inclusiva é sem dúvida, um desafio para a sociedade contemporânea. Este processo delibera mudanças profundas, que exigem cuidado, perseverança, ações consolidadas e políticas públicas fortes e efetivas no sentido de garantir não apenas o acesso à escola para todos, mas também, a educação de qualidade para todos. A escola se torna inclusiva, a partir do momento em que desenvolve a aceitação das particularidades de seus alunos e se propõem a repensar suas práticas e torna-las compatíveis com as necessidades de cada um, de forma a atender a todos sem discriminação. Um ensino de qualidade pressupõe abordagens que vai além da escola e da sala de aula. Requer elaboração de propostas de desenvolvimento de novos conceitos, de novas práticas pedagógicas, além do envolvimento de professores, pais, alunos, gestores, especialistas e uma gama de profissionais que formam a rede educacional. Embora seja notável os avanços referentes a implementação da Educação Inclusiva, 27 principalmente, no que se refere a evolução dos textos das leis brasileiras, nesse sentido. A segregação educacional do portador de deficiência ainda persiste em nossa sociedade. A efetivação da garantia dos direitos educacionais, tem encontrado barreiras no confronto com as concepções históricas da exclusão. Mudar essa realidade é um desafio que os sistemas de ensino e todos os indivíduos a ele associados precisam se dispor a alcançar. Terminamos este artigo, com dois trechos que enfatizam a temática do texto. O primeiro se trata da primeira frase do artigo 1.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”; e a segundo trecho, se remete a narrativa da criação bíblica descrita em Gênesis 1, que declara que todos os homens (toda a humanidade) foram criados iguais, à imagem e semelhança de Deus. A partir dessas premissas, que se possam projetar os ideais de erradicação da exclusão e proliferação da inclusão, a fim de se cumprir as metas e objetivos das políticas públicas educacionais. 28 História do Multiculturalismo O movimento multiculturalista se inicia no final do século XIX nos Estados Unidos com a ação principal do movimento negro para combater a discriminação racial no país e lutar pelos seus direitos civis.Segundo SILVA e BRANDIM (2008:56) “Os precursores do multiculturalismo foram professores, doutores afro-americanos, docentes universitários na área dos estudos sociais que trouxeram por meio de suas obras, questões sociais, políticas e culturais de interesse para os afro-descendentes”. Esses precursores foram essenciais para que no século XX por meio de novos intelectuais o tema se voltasse também à educação. Na década de 90 algumas universidades estadunidenses aderem ao movimento e que com as pressões populares ganham força e espaço com a criação de políticas publica em todas as esferas do poder público no que cocerne a oportunidades educacionais iguais aos grupos sociais favorecidos daquele país. O pós-modernismo que defende a valorização da pluralidade cultural no seu discurso curricular ajuda o fortalecimento dos estudos multiculturais nos anos 80 e 90. Hoje na contemporaneidade o tema é influenciado pela globalização, com os intercâmbios culturais fala-se de uma hegemonia cultural o que tem causado problemas sociais. Segundo McLaren (1997 apud PANSINI E MENEZES, 2008, P. 35) há pelo menos quatro tendências de multiculturalismo enquanto projeto político: O multiculturalismo conservador, multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal de esquerda e multiculturalismo critico e de resistência, visão esta ultima do qual se diz partidário o próprio autor. O multiculturalismo conservador ou empresarial e aquele que pretender construir uma cultura comum o que faz com que apartir desse princípio negue a diversidade existente e construída há séculos e que nos leva a entende sua defesa a uma cultura padrão a branca. Nesse contexto desmotiva os grupos dominados em suas lutas a seu capital cultural. 29 Esse tipo de visão conservadora (...) “mesmo quando reconhece outras culturas assenta-se sempre na incidência, na prioridade a uma língua normalizada- e, portanto, é um multiculturalismo que de fato não permite que haja um reconhecimento efetivo das outras culturas’’. (SOUZA SANTOS, 2003, P 12). “A vertente Humanista liberal por ingenuidade ou idealismo ressalta a existência de uma igualdade natural entre as diversas etnias, sem se preocupar em evidenciar a falta de oportunidades iguais em termos sociais e educacionais” (SILVA E BRADIN, 2008, P.63). Sem levar a risca a realidade social do sistema econômico capitalista se valendo de seus próprios argumentos. Fala-se da criação de uma organização econômica mais igualitária daí dizer que todos somos capazes de competir e vencer no mundo. O multiculturalismo liberal de esquerda defende a diversidade cultural, Pansini e Nenevé quando citam McLaren compreendemos que o fim desse tipo de vertente é se focar mais nas diferenças e respeita-las esquecendo-se que elas são formadas nas pessoas pela interação do meio social em que convivem sendo negativa a tendência a elitizar outros grupos ao mesmo tempo em que deixa de lado a participação de outros grupos nas discussões multiculturais. O multiculturalismo critico ou de resistência é o que podemos considerar mais voltados aos anseios dos movimentos multiculturais conforme Silva e Bradim O multiculturalismo critico levanta a bandeira da pluralidade de identidades culturais,a heterogeneidade como marca de cada grupo e opõe-se á padronização e uniformização definidas pelos grupos dominantes. Celebrar o direito á diferença nas relações sociais como forma de assegurar a convivência pacifica e tolerante entre os indivíduos caracteriza o compromisso com a democracia e a justiça social, em meios às relações de poder em que tais diferenças são construídas. Conceber, enfim, o multiculturalismo numa perspectiva critica e de resistência pode contribuir para desencadear e fortalecer ações articuladas a uma pratica social cotidiana em defesa da diversidade cultural, da vida humana, acima de qualquer forma discriminatória, preconceituosa ou excludente. (2008, p.64) A escola e a Pluralidade Cultural 30 A escola é um sistema aberto que faz parte da superestrutura social formada por diversas instituições como: a igreja, família, meios de comunicação; faz parte do ambiente escolar crianças pertencentes a classes sociais, costumes, aspectos físicos,e culturais diferentes que estão em processo de aprendizagem. De acordo com Menezes: (...) Ao contemplarmos as relações raciais dentro do espaço escolar questionarmos até que ponto ele está sendo coerente com a sua função social quando se propõe a ser um espaço que preserva a diversidade cultural, responsável pela promoção da equidade. Sendo assim, aguardamos mecanismos que devam possibilitar um aprendizado sistematizado favorecendo a ascensão profissional e pessoal de todos os que usufruem os seus serviços. A escola atende aos padrões dominantes das classes consideradas superiores, os brancos euros americanos essa cultura e ensinada e os que dela não fazem parte ou não se adéquam são excluídos vemos isso no dia a dia quando os grupos inferiores índios e negros sofrem, são insultados no espaço escolar, e dificilmente vemos algum negro ocupado um posto elevado na sociedade. Como coloca Menezes: “a escola pode ser um espaço de disseminação quanto um meio eficaz de prevenção e diminuição do preconceito”. A escola dissemina o preconceito quando em seus currículos aplicados, métodos de ensino, apresentação de imagens caricatas negras em cartazes ou livros didáticos e através da linguagem não verbal desprezam a cultura dos grupos não dominantes, a exemplo quando falam só da escravidão negra e não valoriza a cultura dessa raça. O docente passa a ser um disseminado do problema quando pela linguagem não verbal não mantém contato físico com as crianças negras, o que demonstra rejeição a elas por sua cor e condição social da qual fazem parte causando-lhe sofrimento. “A sua dor não é reconhecida, havendo uma aparente falta de acolhimento por parte de pessoas autorizadas (educadores), que silenciam ou se omitem em face de uma situação de discriminação. Tal postura denuncia a banalização do preconceito e a conivência dos profissionais com ele” (Romão, 2001) 31 Quanto à diminuição do preconceito, o que não e tão fácil a exemplo do Brasil aonde a exclusão dos negros, índios vem desde a colonização portuguesa. O que pode ser feito e incorporar nos currículos das instituições formadoras de professores a temática multicultural seja as instituições públicas ou privadas. O educador que tem papel na formação de identidades pode segundo Moreira (2001, p. 49 apud PANSINI E NENEVÉ, 2008, P.41) a ideia e que o professor reflexivo preserve a preocupação com os aspectos políticos, sociais e culturais em que se insere sua pratica, leve em conta todos os silêncios e discriminações que se manifestam na sala de aula, bem como amplie o espaço de discussão de sua atuação. Focalizamos a etnia negra, tendo em vista que o multiculturalismo se iniciou como movimento por esse grupo racial. A exclusão deles começa desde a infância dentro das escolas por possuírem características físicas e costumes diferentes; de acordo com pesquisas, feitas com crianças elas se sentem oprimidas pelos seus colegas, pois são chamadas de “feias, fedoretas, cabelo duro, preta”, ou seja, são desvalorizados seus atributos individuais o que influencia na sua formação identitária porque nesse período da vida seu caráter está sendo formado. O preconceito racial e a discriminação fazem com que aos índios e, em especial aos negros se mantenham em uma situação marginal e excluída sem a assistência devida dos órgãos responsáveis, eles tornam-se alheios ao exercício de cidadania, sem condições de crescer intelectual e profissionalmente. Nessa direção MENEZES destaca: O preconceito racial cria uma ação perversa que desencadeia estímulos dolorosose retira do sujeito toda possibilidade de reconhecimento e mérito, levando-o a utilizar mecanismos defensivos das mais diversas ordens, contra a identidade ou o pensamento persecutório que o despersonaliza e o enlouquece. Nessa perspectiva, é fortalecida a ideia de dominação de grupos que se julgam mais adiantados, legitimando os desequilíbrios e desintegrando a dignidade dos grupos dominados. 32 Na escola os educandos não conseguem relacionar ou praticar os conteúdos ensinados a sua realidade fora da escola, pois a maioria deles fazem parte dos grupos inferiores, daí a importância do professor ter criatividade e levar seus alunos a refletir e investigar as questões relacionadas a vida e cultura dos grupos mais próximos a sua vida, tendo autonomia em seu ensino e deixando um pouco de lado as práticas colonizadoras. Devido aos padrões de branqueamento muitas crianças negras querem ser brancas e incorporam em suas atitudes os costumes deles porque estes são incluídos na sociedade nos aspectos econômicos políticos e sociais e culturais. Como relatam pesquisas feitas com crianças negras, que demonstra isso muito bem quando uma garota diz: eu gostaria de dormir e acordar branca e de cabelo liso, essa fala demonstra o seu sofrimento porque vem sofrendo preconceitos por colegas de classe, elas têm acesso a matricula e sala de aula exceto as atividades escolares com êxito e aceitação, daí resulta em sua reprovação, e quando adultos sua indignação ou silenciamento por sua condição de vida. 33 Na verdade, o que seria necessário era “uma formação cultural deve voltada para sua realidade local de modo que os educadores possam romper com tais práticas possibilitando aos educadores” afirmar suas tradições culturais e recuperar suas histórias reprimidas” (Bhabha, 1998, p. 29). Os movimentos sociais conquistaram na constituição brasileira de1988 admissão do nosso pluralismo étnico. Os efeitos são observados na educação no campo da produção artística, sobretudo da literatura fala-se em “escrita feminina”, em “vozes negras”, homoerótico etc. Nessa linha de raciocínio: “A cultura torna-se instrumento de definição de políticas de inclusão social - as "políticas compensatórias" ou as "ações afirmativas" - que tomam os diversos setores da vida social. Cotas para minorias, educação bilíngue, programas de apoio aos grupos marginalizados, ações anti-racistas e antidiscriminatórias são experimentadas em toda parte.(Daniel Bell) 34 Para Romão (2001), a reversão desse quadro será possível pelo reconhecimento da escola como reprodutora das diferenças étnicas, investindo na busca de estratégias que atendam às necessidades especificas de alunos negros, incentivando-os e estimulando-os nos níveis cognitivo, cultural, físico. O processo educativo pode ser uma via de acesso ao resgate da autoestima, da autonomia e das imagens distorcidas, pois a escola é ponto de encontro e de embate das diferenças étnicas, podendo ser instrumento eficaz para diminuir e prevenir o processo de exclusão social e incorporação do preconceito pelas crianças negras. É impossível viver na escola e na sociedade sem se relaciona com pessoas diferentes de nós, não somos melhores do que nenhuma raça somos iguais às diferenças não devem ser vistas como barreiras e sim como o complemento de nossa existência e aprendizado. Mais uma vez coloco a participação dos docentes no sentido de comprometimento a estuda o multiculturalismo e respeita a bagagem cultural de seus alunos. Daí citaram que a “leitura crítica que ser realiza nos cursos de formação deve ser entendida como uma interseção da linguagem, da cultura, do poder, e da história”.(McLaren e Giroux,2000) A manifestação do multiculturalismo nas análises educacionais, de fato trouxe desafios muito importantes às investigações sobre o conhecimento, e com isso abriu possibilidades para se pensar em práticas curriculares e de formação docente que pode ser voltada à construção de identidades discente e docente multiculturalmente comprometidas com o ensino/aprendizagem, visando assim promover o respeito à diferença e à pluralidade cultural. 35 As ações escolares e políticas A problemática multicultural tem sido um tema discutido principalmente na pedagogia e no currículo com um intuito de solucionar os conflitos que dela surgem, já que a mesma abrange gênero, sexualidade, cultura. Também de entidades políticas do mundo inteiro. Temos observado a inserção do assunto nos debates, literatura, eventos conferencias, teses e dissertações, que são respostas as vozes dos diferentes movimentos sociais que lutam pelos seus direitos e legitimidades Ainda nesse contexto apoiado – nos em SILVA e BRADIM, nas universidades CANDAU (1997) reafirma o crescimento, nos últimos anos, de encontros, seminários e congressos abordando temas relativos à globalização, pluralismo cultural, identidades sociais e culturais etc. O marco para o início dos debates nos foros educacionais universitários deu-se numa das reuniões anuais da ANPED. Ela relata que, “(...) em 1995, pela primeira vez, foi realizada uma sessão especial sobre o tema multiculturalismo e universidade. Os participantes fomos testemunhas das reticências e reservas que o tema suscitou no debate” (Ibid,: 241) 36 Na área educacional muitos estudos têm sido formulados na tentativa de criar um currículo que busque os interesses dos não pertencentes aos padrões dominantes, assim: ” Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL,1997) consta que o Brasil tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”.(SILVA e BRADIM,P. 59, 2008) “Somente no início do século XXI e que podemos perceber uma significativa mudança, posto que várias instituições do ensino superior começaram a adotar as denominadas ações afirmativas para negros e indígenas, com ênfase no sistema de cotas. E, desde 2003, há a obrigatoriedade das temáticas história e cultura do negro no Brasil nos currículos escolares, sancionada através da Lei 10.639”.(Santos E Queiroz,2007) “No contexto educacional as práticas que se engajaram a despeito do multiculturalismo são: ” Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL, 1997) consta que o Brasil tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”. (SILVA e BRADIM, P. 59, 2008) O movimento negro no Brasil só ganhou força nos anos 50 porque eles tomaram atitudes eficazes como: fim do isolamento dos movimentos brasileiros em relação aos movimentos de libertação racial em outros países. Os congressos e conferencias pan- africanas irão possibilitar trocas de informações visando à conscientização do valor da cultura negra e a libertação do complexo de inferioridade em relação ás culturas branca; a criação de organizações de reivindicação do movimento negro no país, a exemplo da Associação dos Negros Brasileiros (ANB), Convenção Nacional do Negro Brasileiro (CNNB), União Nacional dos Homens de Cor (UNHC), a criação do Teatro Experimental Negro (TEM); a atuação de organizações internacionais, como a ONU. Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL, 1997) consta que o Brasil tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”. (SILVA e BRADIM, P. 59, 2008) 37 Quanto às ações políticas SILVA e BRADIM relatam que devido as pressões populares multiculturais e as teorias críticas e pós – criticas, as próprias organizações internacionaisde defesa dos direitos humanos firma o compromisso de promover uma educação para a cidadania baseada no respeito a diversidade cultural, visando a superação das discriminações e preconceitos. CANDAU (1997) menciona a conferência mundial sobre políticas culturais, promovida pela UNESCO, em 1982, no México, cujo papel é o de contribuir para a aproximação entre os povos e uma melhor compreensão entre as pessoas. “A propósito a ONU e suas agências especializadas, sobretudo a UNESCO, impulsionarão os países membros a elaborar garantias jurídico-institucionais para proteger as vidas de grupos culturalmente dominados” (SILVA e BRADIM, 2008) O multiculturalismo e a educação estão intimamente ligados, porque ao mesmo tempo em que a escola ensina as pluralidades culturais ela segrega os que não fazem parte daquele padrão aceitável pelo seu sistema educacional. Quando em seus ensinamentos morais pregam o respeito à tolerância ao próximo ela segrega dando num mesmo espaço maiores oportunidades de expressão e atenção aos brancos. Daí a s discussões, e os inúmeros estudos voltados às multiculturalidades, sendo que abrangem não apenas um grupo social mais várias vítimas do preconceito, exclusão social, discriminação juntamente com as manifestações desses grupos oprimidos, o olhar governamental e a instituição escolar se preocupam em criar mecanismos que silencie ou minimize os conflitos das diferenças. No sentido político ouvimos mais discursos, sem grandes repercussões concretas. Como argumenta SILVA e BRADIM o problema ameaça todos, indistintamente (dominados e dominantes, pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens), independente de classe ou grupo social. Para isso traçam metas, definem propostas e promovem eventos (fóruns e conferencias), a fim de manter sob controle os antagonismos sociais e culturais. Vimos no subtítulo ações escolares e políticas que a ONU, por exemplo, tem dado sua contribuição ao tema para combater as discriminações e preconceitos assim como os 38 espaços acadêmicos de formação de professores onde constatamos a necessária intervenção do professor nessas questões. Torna-se urgente uma educação verdadeiramente democrática, que inclua a diversidade cultural, para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro, diálogo com os valores do outro. Propomos a realização eficaz de mudanças nos sistemas educacionais enquanto espaços monoculturais, através do desenvolvimento de atitudes, projetos curriculares e ideias pedagógicas, que sejam sensíveis à emergência do multiculturalismo. O professor deve ser crítico reflexivo, humano; Questionado o que ele vai ensinar aos seus alunos e propor reformas pedagógicas já que ele e o mediador do conhecimento, ouvindo seus alunos quanto a suas dificuldades, incentivar trabalhos que levem os mesmos a pesquisa sua realidade local, humano quando não despreza um aluno que não pertence ao padrão cultural aceito, ele deve ser um profissional com todas essas competências e não apenas aquele que sabe do conteúdo, mas que com sua bagagem teórica ensine a viver neste mundo capitalista. Queremos, sobretudo a ação das autoridades políticas com projetos, leis mais eficazes que inclua a diversidade dando chances para que tenham seus direitos atendidos, pois estes vem lutando há muito tempo pelo seu valor e dignidade. Isso é possível mesmo sabendo que a globalização parece querer cria apenas uma cultura algo que jamais acontecera, pois a multiculturalidade estar presente antes dos avanços tecnológicos. Propomos que esses assuntos estejam presentes no processo ensino – aprendizagem desde as primeiras series do ensino básico, na formação de professores enfim concordamos com Silva e Bradim “Defendemos o multiculturalismo crítico para quem as diferenças não têm um fim em si, mas situam-se num contexto de lutas por mudança social, contrapondo- se ao ideário neoliberal e a globalização econômica e cultural vigente, como expressões legitimas do modelo capitalista opressor”. Contudo somos a favor do multiculturalismo crítico, entendendo que o respeito à vida humana, diversidade cultural e essencial para a construção de um mundo de paz, como futuro educador vemos na instituição escolar uma força maior que nos conduzirá a 39 esse processo de justiça social e democracia. Nessa vertente é necessário o avanço de pesquisas teóricas e práticas envolvida na formação de identidades e pluralidades culturais. 40 Referências Bibliográficas _______. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. 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