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Cirurgia, Centro Cirúrgico e o fazer da enfermagem Prof. Maicon Nogueira. Enfermeiro, Esp. Em Enfermagem em Urgência e Emergência. Contato: 0(91) 98043-6368/98733-1235 E-mail: enfnogueira@globomail.com Blog: http://enfermeironogueira.blogspot.com.br Lattes: http://lattes.cnpq.br/8914002072273139 Evolução da cirurgia •Cirurgia: palavra grega, significa trabalho manual ou pratica de uma ocupação. •Até meados do séc. XX, poucas pessoas se internavam para realizar cirurgias. •Devido ao aumento da população, da expectativa de vida e dos avanços da medicina, isso veio se modificando. O cliente: suas necessidades •O cliente que realiza uma cirurgia sente ameaçadas suas necessidades básicas: físicas, emocionais e espirituais. •A equipe: visa satisfazer as necessidades do cliente e obter bom resultado da intervenção cirúrgica. •A equipe de enfermagem: responde por todos os cuidados, com seus conhecimentos, capacidade e experiência, observando sintomas, executando procedimentos gerais, específicos colaborando com o restante da equipe interdisciplinar. •A comunicação: por meio dela e possível influenciar o comportamento e estimular o cliente a se expressar. •O vocabulário claro e simples. Cirurgia: definição Parte da medicina que cura as enfermidades por meio de operações realizadas com as mãos e instrumentos. Tipos de cirurgia • Cirurgia de emergência: exige intervenção imediata Ex.: Ferimento por arma de fogo, aneurisma rompido, fratura de crânio, ferimento por arma branca, obstrução intestinal e vesical, hemorragia maciça, transplante de córnea. Tipos de cirurgia • Cirurgia de urgência: precisa ser realizada dentro de 24 e 48 horas. Ex: cálculos renais ou uretrais, hemorroidectomia, tumores uterinos sangrando, infecção aguda da vesícula biliar. Tipos de cirurgia • Cirurgia eletiva: é programada, obedecendo a conveniência do paciente e do cirurgião. Ex.: hernia simples, amigdalectomia, tireoidectomia, catarata, histerectomia. Classificação do tratamento cirúrgico: momento operatório Classificação do tratamento cirúrgico: Finalidade Classificação do tratamento cirúrgico: porte cirúrgico Classificação do tratamento cirúrgico: tempo de duração Classificação do tratamento cirúrgico: potencial de contaminação Classificação da cirurgia por potencial de contaminação • Limpas: realizadas na ausência de supuração local, em condições ideais de sala e cirurgia, em tecidos de fácil descontaminação. •Potencialmente contaminadas: realizadas na ausência de supuração local, em tecidos de difícil descontaminação (conjuntiva ocular, ouvido externo, estomago, esôfago, duodeno, vesícula biliar, uretra e útero. Classificação da cirurgia por potencial de contaminação •Contaminadas: realizadas na ausância de supuração local, em feridas traumáticas recentes, em tecidos ricos em flora bacteriana residente e de difícil descontaminação (cavidade bucal, glândulas salivares, trato respiratório alto, cólon, reto, ânus, vulva e vagina). • Infectadas: realizadas em qualquer tecido com presença de supuração local, feridas traumáticas sujas perfuradas. Terminologia •Ectomia: ressecção/remoção de um órgão ou tecido; •Tomia: abertura/corte de parede ou órgão; •stomia: formação de uma comunicação/boca com o exterior; •Plastia: reparação plástica, correção cirúrgica; •Pexia: fixação ou suspensão de um órgão. Terminologia •Rafia: sutura, junção de duas metades simétricas; •Dese: imobilização; •Centese: punção •Scopia: visualização do interior do órgão cavitário ou cavidade com auxilio de um aparelho Ex.: ileostomia, tireoidectomia. Tempos cirúrgicos •Diérese •Hemostasia •Exérese •Síntese Cuidado de enfermagem no perioperatório •Aborda os relevantes papeis da enfermagem nas três fases da experiência cirúrgica: ▪Pré-operatória ▪(Trans/ Intraoperatória ▪Pós-operatória Cuidado de enfermagem no pré- operatorio •A pré-operatoria e a perianestesia iniciam-se quando decide-se pela intervenção cirúrgica e termina com a transferência do paciente para a sala de operação (Centro Cirúrgico). •A fase pré-operatoria divide-se em duas etapas: a mediata e a imediata •Pré-operatorio mediato: Realiza-se exames que auxiliam na confirmação do diagnostico e planejamento cirúrgico, abrange o período desde a indicação para a cirurgia ate o dia anterior a mesma. •Pré-operatório imediato: Corresponde as 24 horas anteriores a cirurgia e prepara o cliente para o ato cirúrgico (jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e medicação pré-anestésica. Prevenção e complicações no pré-operatório •Preparo físico do cliente: cuidados de enfermagem, como preparo intestinal, vesical, pele, avaliação da equipe, etc. •Prevenção de infecção: vestimentas limpas da equipe, unhas curtas e limpas, higienização das mãos antes e após os procedimentos, respeito as técnicas assépticas, etc. Assistência de enfermagem no pré-operatório •Preparo psicológico: orientar o cliente sobre os procedimentos, apoiar o cliente e a família, transmitir confiança ao cliente, dentre outros. •Preparo físico inicial: exame físico, controle de sinais vitais, observação do equilíbrio hidroeletrolítico, estado nutricional, dieta, medicamentos, etc. Assistência de enfermagem no pré-operatório •Preparo físico para a cirurgia: verificar o mapa cirúrgico, tipo de cirurgia, horário, preparos especiais, observar sinais e sintomas, anormalidades, banho, iniciar jejum conforme prescrição. •Preparo físico imediato: verificar sinais vitais, inspeção da boca, dentaduras e próteses removidas, as joias e acessórios devem ser removidas e entregues a família ou guardadas e local seguro (protocolo da instituição), encaminhar o cliente para a sala de operação com a prancheta e prontuário completos. Assistência de enfermagem no pré-operatório Fase intra-operatória •Na sala de cirurgia •Equipe de enfermagem: - Proporcionar cuidados ao paciente, buscar a recuperação ou melhora do paciente, oferecer segurança e bem-estar ao paciente. - A equipe é responsável pela segurança e bem estar do cliente, protege a dignidade e o interesse do paciente enquanto está anestesiado. Enfermagem •Na recepção do cliente: - Recebimento do cliente no centro cirúrgico; - Acompanhamento durante sua permanência e espera; - Observação de anormalidades que possam prejudicar o cliente durante o procedimento. Na sala de cirurgia A sala de cirurgia é um dos elementos da área restrita do centro cirúrgico onde há maior quantidade de riscos, como: explosões, incêndios, choques elétricos, queimaduras e riscos biológicos. Cuidados de enfermagem no perianestésico •Anestesia É a perda total ou parcial da sensibilidade, em qualquer de suas formas, que se manifesta em resultado de várias causas mórbidas, ou é conseguida de propósito, para aliviar a dor ou evitar que ela apareça no curso das intervenções cirúrgicas. FERREIRA, 1975 Tipos de anestesia •Anestesia geral Estado inconsciente reversível caracterizado por amnésia (sono, hipnose), analgesia e bloqueio dos reflexos autônomos, obtidos pela inalação ou endovenosa. •Anestesia geral •Pode ser dividida em quatro estágios 1. Início da anestesia: pode haver calor, tontura, formigamento e o cliente consegue movimentar- se. 2. Segundo: agitação psicomotora, gritos falas, risos ou mesmo choro, pulso rápido e respiração irregular. 3. Terceiro estágio: administração continua de vapor gás, o cliente encontra-se inconsciente. •Anestesia geral 4. Este é atingido quando for administrada uma quantidade excessiva de anestésico. Indicada em: cirurgia de abdome superior, tórax, cabeça, pescoço, cardíacas, neurológicas, etc. Esse tipo de anestesia é administrada em cirurgia de grande porte Anestesia local •É toda substância capaz de bloquear de maneira reversiva os impulsos nervosos aferentes no local de sua aplicação. •Indicada em cirurgias simples, como suturas. Anestesia epidural •O anestésicoé administrado no espaço peridural. •Neste caso não há perfuração da duramater e nem perda liquórica. •O bloqueio segmentar é produzido nas fibras sensoriais, espinhais e também nas fibras nervosas, podendo ser parcialmente bloqueadas. Anestesia peridural e raquianestesia •Geralmente administrada ao nível da coluna lombar, obtida pelo bloqueio dos nervos espinhais do espaço subaracnóide. •O anestésico é depositado junto ao líquor, ocorrendo perfuração da duramáter. •O anestésico deprime as funções da cintura para baixo da pessoa. •Indicada para cirurgias nas pernas, abdômen inferior e cesarianas. Pode receber aplicação deitado, sentado ou de lado. Anestesia peridural e raquianestesia • Cefaléia pós punção da dura máter • Fistula liquórica • Bloqueio simpático e hipotensão arterial • Náuseas e vômitos • Depressão respiratória • Embolia pulmonar • Pneumotórax • Obstrução de vias aéreas • Infecção • Sangramento e hematoma peridural • Dor • Distúrbios eletrolíticos • Hipoxemia • Edema pulmonar • Pneumonia aspirativa • Hipertermia, hipotensão Anestesia peridural e raquianestesia: Complicações Preparo da sala de cirurgia •Verificar o tipo de cirurgia, confirmar requisição de sangue se necessária. •Verificar se o carrinho de anestesia está preparado (sondas, cânulas, laringoscópio e outros materiais). •Verificar a rede de gases, focos, foco auxiliar, bisturi elétrico, monitor e aspirador portátil. •Verificar condições e funcionamento da mesa cirúrgica. •Preparar mesas auxiliares, seringas, fios de sutura, lâminas de bisturi, luvas estéreis, instrumental e materiais específicos das cirurgias. •Preparar e conferir o carrinho de sala de cirurgia: campos, aventais, compressas, bacias, gases, materiais para cateterismo vesical, caixas, etc. •Preparar mesinha auxiliar, revisar lavabo. Preparo da sala de cirurgia Circulação na sala de cirurgia •Receber o paciente na sala de cirurgia (chamando pelo nome), explicar os procedimentos e sobre o pós operatório imediato. Transmitir calma e confiança. •Preparar o paciente coloca-lo na posição da cirurgia. •Auxiliar na indução anestésica. •Auxiliar os cirurgiões e instrumentadores na paramentação. •Ligar sistema de aspiração, bisturi elétrico, montar os campos estéreis e focos. •Identificar e encaminhar peças ou amostras de material biológico para exames. Circulação na sala de cirurgia •Encaminhar o paciente a sala de recuperação pós anestésica. •Realizar todas as anotações de enfermagem e encaminhar junto com o paciente (prescrição, prontuário, fichas e exames). •Organizar a sala pós cirurgia, realizar a limpeza dos equipamentos e encaminhar material para a CME, chamar o pessoal da limpeza. Circulação na sala de cirurgia Fase pós operatória •Inicia-se na admissão do paciente na Unidade de recuperação pós anestésica e termina com a evolução de acompanhamento da unidade clínica ou no domicílio. Cuidados de enfermagem na URPA •Na unidade de recuperação pós anestésica, revisar as seguintes informações com o anestesista: Avaliação do paciente: •Oxigenação, ventilação, nível de consciência e capacidade de resposta a comandos. •Exame do local da cirurgia. •Sinais vitais (15 min na primeira hora e 30 min nas duas horas subsequentes) Complicações cardiovasculares vistas na URPA •Hipotensão e choque •Hemorragia •Hipertensão e arritmias Cuidados de enfermagem no pós operatório imediato Na enfermaria •Transferir o paciente da maca pra cama, mantendo na posição horizontal. •Raquianestesia – manter decúbito horizontal por 24h. E anestesia geral – manter sem travesseiro. •Manter função respiratória: sinais de insuficiência respiratória. •Observar nível de consciência •Verificar curativo, hemorragia •Funcionamento de drenos, sondas e cateteres •Verificar anotações e prescrição médica •Observar anormalidades e complicações pós- operatórias •Promover conforto e segurança •Comunicar e registrar intercorrências Cuidados de enfermagem no pós operatório mediato Nas horas e dias consecutivos •Controlar sinais vitais, infusão parenteral e eliminações por dreno, sonda, etc. •Mudança de decúbito •Avaliar efeito anestésico •Iniciar deambulação precoce, banho de aspersão e no acamado, orientar sobre a alta hospitalar Referencias • Couto, Renato Camargos. Infecção Hospitalar: Epidemiologia e controle. São Paulo: Medsi. 2000. Cap. 1 – 12. • Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616 de 12 de março de 1998. normas para o PCIH (Programa de Controle de Infecção Hospitalar). • Costa, Anita de Oliveira. Esterilização e Desinfecção: Fundamentos Básicos, processos e controles. São Paulo: Cortez. 2º ed.1993. • BRUNNER E SUDDARTH: Tratado de Enfermagem Médico-Cirurgica. Guanabara Koogan, 9 ed. P. 306-346. vol. 2. • KAWAMOTO, Emilia Emi: Enfermagem em Clínica Cirúrgica. São Paulo: EPU?, 1999, p.35-61. • Lopez, Mercedes Arias: Guia Prático de Enfermagem em Centro Cirúrgico. Rio de Janeiro: MC Graw Hill, 2002.
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