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GEOLOGIA DE ENGENHARIA ENGENHARIA CIVIL (2º SEMESTRE 2016) Universidade São Judas Tadeu Prof. Flávio Almeida da Silva Universidade São Judas Tadeu ENGENHARIA CIVIL - 2º SEMESTRE 2016 11. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS FORMAÇÃO, EXPLORAÇÃO, AQUÍFEROS, AQUIDARDES, AQUICLUDES, ETC A) QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS QUE AS DIFERENCIAM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS? B) QUAL O PAPEL DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NOS SISTEMAS FLUVIAIS? C) QUAIS OS PRINCIPAIS TIPOS DE AQUÍFEROS E A GEOLOGIA ASSOCIADA A CADA UM DELES? D) EXPLIQUE OS CONCEITOS DE CONFINAMENTO E ARTESIANISMO. RELACIONE COM A PRESSÃO DA ÁGUA NOS AQUÍFEROS. E) QUAIS OS PRINCIPAIS TIPOS OU ETAPAS DE EMPREENDIMENTOS CIVIS QUE ESTÃO DIRETAMENTE RELACIONADOS ÀS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS? QUESTÕES – AGUAS SUBTERRÂNEAS http://geocienciadanatureza.xpg.uol.com.br/exterior.htm SISTEMA TERRA (REV.) Atmosfera – “Fase Gasosa” Externa - N2, O2, Ar, CO2, H2O(vap) , outros. Hidrosfera – “Fase Aquosa” Externa (oceanos, rios, lagos e água subterrânea) Biosfera – Conjunto de todos os ecossistemas Litosfera – “Fase Sólida” (Rochosa) Minerais e Rochas • - Ígneas ou Magmáticas, • - Metamórficas e • - Sedimentares Atenosfera ou Manto Superior – “Fase Plástica” Manto Inferior Núcleo – Externo e Interno (SUB) SISTEMAS DE MAIOR INTERESSE P/ A GE Representação das várias formas de ocorrência da água. CICLO HIDROLÓGICO http://www.projetoagua.dape.net/movimentodaaguageografia.htm ÁGUA NO SOLO Fluxo Vertical “para baixo”, até o nível de água ou Nível Freático Fluxo Horizontal, no sentido dos pontos mais baixos na Topografia. FRANJA CAPILAR Fluxo Vertical “para cima”, devido à sucção (pressão negativa), determinada pelo efeito de capilaridade no solo. Zona Saturada. Zona Não Saturada. Vazios do Solo: 100% preenchido por água (porcentagem de ar = 0%). Quanto mais fino o solo, maior o efeito da chamada “Franja Capilar”, ou seja, mas espessa é a camada. Decifrando a Terra RIO EFLUENTE Vazão aumenta para jusante. Rio recebe contribuição do aquífero subterrânea alimenta os rios A água Decifrando a Terra RIO INFLUENTE Vazão diminui para jusante Rio recarrega o(s) aquífero(s) Água subterrânea é toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra, preenchendo integralmente os poros ou vazios intergranulares dos solos, das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. Modificado de http://www.abas.org/educacao.php ÁGUA SUBTERRÂNEA E AQUÍFEROS Aquífero é uma formação geológica do subsolo, constituída por solo residual ou sedimentar, ou ainda por rochas permeáveis, que armazenem e transmitam a Água Subterrânea. Assim, um maciço de solo ou de rocha será considerado aquífero se, além de ter capacidade de armazenamento da água nos seus poros ou fraturas preenchidas, ainda permitir o fluxo por diferenciais de energia potencial (livre) ou de pressão (confinados). ÁGUA SUBTERRÂNEA E AQUÍFEROS http://www.abas.org/educacao.php TIPOS DE AQUÍFEROS (FORMA DE ARMAZENAMENTO) Formado por rochas sedimentares consolidadas, sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Ocorrem nas bacias sedimentares e em baixadas se acumularam sedimentos arenosos. Particularidade deste tipo é sua porosidade mais homogeneamente distribuída, permitindo fluxo da água para qualquer direção, em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existente (“isotropia”). http://www.abas.org/educacao.php TIPOS DE AQUÍFERO: POROSO OU SEDIMENTAR TIPOS DE AQUÍFEROS Estrutura do Aquífero poroso ou sedimentar – Exemplo Arenito Aquífero formado por rochas ígneas, metamórficas ou cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas abertas, devido ao arcabouço tectônico. Ex.: basaltos, granitos, gabros, filões de quartzo, etc.. A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água. Poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora, sendo que a possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, desse poço interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Nesses aquíferos, a água só fluir onde existem fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais. São ditos, portanto, aquíferos anisotrópicos. http://www.abas.org/educacao.php TIPOS DE AQUÍFERO - FRATURADO OU FISSURAL AQUÍFERO FRATURADO OU FISSURAL https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/79809/000898736.pdf?sequence=1 Por que não é Aquífero nesta foto? Arcabouço estrutural de um maciço fraturado Formado em rochas carbonáticas, onde a circulação da água se faz através da fraturas e outras descontinuidades (diáclases) que evoluíram através da dissolução do carbonato pela água e o progressivo aumento dos vazios. Essas aberturas podem atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros “rios subterrâneos”. São aquíferos heterogêneos, descontínuos, com águas “duras”. Rochas associadas: calcários, dolomitos e mármores. Modificado de http://www.abas.org/educacao. php TIPOS DE AQUÍFEROS - CÁRSTICO (“KARST”) FEIÇOES CÁRSTICAS (“KARST”) RELEVO CÁRSTICO (“KARST”) TIPOS DE AQUÍFEROS - CÁRSTICO (“KARST”) Sistema de cavernas inundadas TIPOS DE AQUÍFEROS - CÁRSTICO (“KARST”) Relevo cárstico. Ideia que de o Carst e seus correspondente relevo associado sofrem contínua evolução com estruturas típicas associadas (sumidouros e surgências de rios, dolinas ou abatimentos, cavernas e seus espeleotemas). TIPOS DE AQUÍFEROS - AQUÍFERO CÁRSTICO (“KARST”) TIPOS DE AQUÍFEROS - AQUÍFERO CÁRSTICO (“KARST”) Relevo cárstico. Próximo a Timaru, Nova Zelândia AQUÍFERO FREÁTICO (OU LIVRE) E CONFINADO AQUÍFERO FREÁTICO (OU “LIVRE”) E CONFINADO Aquífero Livre ou Freático ou Não-Confinado - camada permeável, parcialmente saturada e sobre pressão atmosférica Aquífero Confinado ou Artesiano – camada permeável, limitada acima e abaixo por camadas impermeáveis, sendo que a sua pressão pode ser diferente da atmosférica (efeito do confinamento). Quando a pressão é superior à atmosférica podem ocorrer “poços jorrantes”, fenômeno conhecido como “artesianismo” (pressão eleva a água acima do terreno). Aquitardo Materiais porosos, com água nos seus interstícios, às vezes saturados, que permitem a circulação da água de forma muito lenta (p.e. argilas siltosas e argilas arenosas) Aquiclude Idem anterior, porém não permite a circulação da água. Rochas ou materiais essencialmente argilosos, nos quais a água está fixada em poros diminutos, por pressões moleculares e tensões superficiais. Aquifugo Materiais impermeáveis, com baixíssima porosidade. Não contém, nem transmitem água. Exemplo: rochas cristalinas sem fraturamento CONCEITOS ASSOCIADOS (OU “NÃO-AQUÍFEROS”) REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA SUBTERRÂNEO Alteração/redistribuição das tensões no interior de um aquífero granular, devido ao bombeamento (retirada da água). Seja para a exploração de água subterrânea ou para a construção de estruturas civis “a seco”, o rebaixamento do nível da água ou mesmo da pressão dos aquíferos produzir deformação (aproximação dos grãos) e consequente diminuição de volume, podendo refletir em diferentes recalques na superfície. Este fenômeno, principalmente em áreas densamente urbanizadas, pode ser danoso e deve ser prévia e adequadamente avaliado.EFEITO DO REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE ÁGUA SUBTERRÂNEO Isorecalques provocados pela extração de petróleo na Califórnia (ABGE, 1998) AFUNDAMENTO ou SUBSIDÊNCIA DO TERRENO 1m 8m 4m RELAÇÕES ENTRE AQUÍFEROS RELAÇÕES ENTRE AQUÍFEROS Os diversos aquíferos que se sucedem num perfil geológico são determinados pelas diferentes rochas das formações geológicas, pelo “isolamento” entre elas (ocorrência de camadas mais impermeáveis), determinando diferentes condições de fluxo e estocagem da água subterrânea. Enquanto o “Aquífero Livre” (também conhecido como “Freático”) é mais superficial, tem sua pressão regulada com a pressão atmosférica e, portanto, seu fluxo determinado pelo caimento topográfico do relevo atual, os Aquíferos mais profundos, confinados ou semi-confinados, geralmente não apresentam este equilíbrio com a pressão atmosférica. Assim, seu fluxo não é tão diretamente associado à topografia. Neste caso, o fluxo é determinado pela estrutura das bacias sedimentares e pelo arcabouço estrutural (conjunto de falhas e fraturas dos aquíferos fissurais), no caso do Embasamento Cristalino (rochas mais antigas). Apesar de poder existir uma maior ou menor comunicação entre as águas destes aquíferos, tratam-se de reservatórios diferenciados (diferentes tipos e/ou condições de fluxo, qualidade da água, etc.). VULNERABILIDADE DOS AQUÍFEROS A Vulnerabilidade de um aquífero está relacionada à maior ou menor possibilidade da ação de elementos que degradam a qualidade da água, principalmente por efeito da ação humana (antrópica). Naturalmente, percebe-se que essa característica é maior nas águas superficiais (rios e lagos) e vai diminuindo nas água subterrâneas, à medida que os aquíferos vão se tornando mais profundos e/ou confinados. A vulnerabilidade também pode ser traduzida como “susceptibilidade à contaminação”. Maior ou menor facilidade do aquífero de ser impactado por fontes de contaminação (poluição por esgoto, resíduos industriais, etc.) . As “áreas de recarga” dos aquíferos são regiões onde a infiltração, a partir da superfície, colabora diretamente para carregamento da água armazenada nestes aquíferos (área de afloramento das rochas que compõe o aquífero, sendo, portanto, áreas mais susceptíveis. Grandes espessura de solo e o confinamento dos aquíferos (camadas impermeáveis acima e abaixo) aumentam a sua “proteção”, diminuindo a Vulnerabilidade. ÁGUA SUBTERRÂNEA – GRANDES AQUÍFEROS Aquífero Guarani – Arenitos (amarelo) da Bacia Sedimentar do Paraná, confinados por uma cobertura de derrames basálticos (Formação Serra Geral - lilás). Notar que na sua maior parte, o Aquífero Guarani encontra-se “confinado”. As estreitas faixas de afloramento (“áreas de recarga”) são regiões muito mais susceptíveis. redeaplmineral.org.br/biblioteca/eventos/1b0-seminario-apl-do-sudoeste-goiano/01%20-%20Palestra%20Almerio%20por%20Claudinei.pdf Área de Recarga Área de Recarga 5.000 m 4.000 m 3.000 m 2.000 m 1.000 m Embasamento Cristalino (rochas + antigas) Centenas de Quilómetros Usinas Geotermais Usina Geotérmica de Nesjaveliir (Islândia) CONSTRUÇÕES ASSOCIADAS Condicionante Geológico – Câmara Magmática Superficial (menos profunda) Energia geotérmica (altas temperaturas na crosta) utilizada para produzir energia elétrica. Poço tubular profundo Usina CONSTRUÇÕES ASSOCIADAS Rebaixamento Temporário do Lençol Freático CONSTRUÇÕES ASSOCIADAS NA original O procedimento de rebaixamento do Lençol Freático é frequentemente utilizado para diversos tipos de obras civis que envolvem escavação de solo e/ou rocha. Os métodos de execução deste rebaixamento variam de acordo com a geologia local (hidrogeologia). Para tanto, é sempre importante avaliar os parâmetros do aquífero (permeabilidade, condições de recarga, etc.) para os adequados projeto e implantação do sistema. OBRIGADO
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