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Vigilância em Saúde: histórico, conceito e notificação compulsória de doenças

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Tutoria 3
1. Conceituar vigilância em saúde
A vigilância em saúde é uma área responsável por:
· ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis
· pela vigilância de fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis 
· saúde ambiental e do trabalhador
· análise de saúde da população brasileira
Com isso, a vigilância em saúde é basicamente um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação e disseminação de dados acerca de eventos relacionados à saúde, que visa o planejamento e implementação de medidas de saúde pública para proteção da saúde  para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças e para a promoção da saúde.
Dessa maneira o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), realiza ações como:
· Coordenação de programas de prevenção e controle de doenças transmissíveis de relevância nacional (aids, dengue, malária, hepatites virais, hanseníase, tuberculose) e do Programa Nacional de Imunizações (PNI). 
· Investigação de surto de doenças
· Coordenação da rede nacional de laboratórios de saúde pública
· Gestão de sistemas de informação de saúde (mortalidade, agravos de notificação obrigatória, nascidos vivos)
· Realização de inquéritos de fatores de risco de doenças transmissíveis e não-transmissíveis
· Coordenação de agravos não-transmissíveis 
· Análise da situação de saúde
A vigilância em saúde integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. 
Em 2018 foi criada oficialmente a Política Nacional de Vigilância em Saúde, definida por conselheiros de saúde, delegados e convidados, com posterior liberação do Relatório Final da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde. Esse documento prevê a garantia do financiamento das ações da vigilância em saúde, de forma tripartite, com recursos e tecnologias necessários ao cumprimento do papel institucional das três esferas. A PNVS está centrada no direito à proteção da saúde e alicerçada no SUS público e de qualidade.
2. Histórico das ações em vigilância em saúde no Brasil
A palavra vigilância remete a palavra do latim vigiar, que significa observar atentamente, cuidar precaver, acautelar-se. No campo da saúde, a vigilância está historicamente relacionada aos conceitos de saúde-doença, tempo e espaço que permeiam determinada época, e consequentemente, às ações e mecanismos adotados para tentar impedir a disseminação de doenças. 
A ideia ações de intervenção no cuidado com a saúde é algo antigo, que provém desde os primórdios da humanidade. Essas primeiras ações em saúde surgiram inicialmente com a ideia de isolamento, mas se sistematizaram com o passar do tempo principalmente na Idade Média. Com o passar do tempo, desenvolvimento da bacteriologia, microbiologia, houve o surgimento de medidas mais eficazes no controle de enfermidades, como a vacinação. 
 O conceito de “vigilância em saúde” reflete as proposições do movimento da Reforma Sanitária Brasileira/RSB voltado para a transformação do modelo de atenção à saúde nas décadas de 1970 e 1980, quando foram elaborados princípios e diretrizes que nortearam a mudança desejada no campo da vigilância, com suas diferentes qualificações (médica, sanitária, epidemiológica, do trabalhador, ambiental, em Saúde Pública etc.).
No Brasil, desde a colonização até a década de 1930, a vigilância não apresentava significativa organização institucional e estava centralizada nos grandes centros urbanos, apesar dos esforços de profissionais como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Vital Brazil, Emilio Ribas, entre outros. A partir de 1937, foi instituída a Conferência Nacional de Saúde (CNS) como parte da reorganização sanitária nacional, coordenada pelo Ministério da Educação e Saúde, mas só em 1941 foi realizada a I CNS com objetivo de levantar a situação de saúde no Brasil, buscando organizar os serviços estaduais de saúde.
A criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) ocorreu apenas em 1975, limitando-se a uma pequena lista de doenças de notificação compulsória. Até então, as intervenções de Saúde Pública voltadas para o controle de doenças transmissíveis eram da responsabilidade de órgãos subordinados ao Governo Federal (Departamento Nacional de Endemias Rurais/DNERU, Campanha Contra Varíola, Campanha Contra Tuberculose, Campanha contra Lepra, dentre outras) e essas atividades eram desenvolvidas por meio de campanhas sanitárias. Com a implementação do SNVE, parte das atribuições e responsabilidades da vigilância e controle destas doenças foram sendo repassadas para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES), estruturadas sob a forma de Programas Especiais ao exemplo do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que estabeleceu um modelo piramidal que mantinha o nível local sem recursos e sem protagonismo no processo de resolução de seus problemas de saúde. Entretanto, as denominadas endemias (esquistossomose, doença de Chagas, malária, tracoma, etc.) ficaram sob a responsabilidade da Superintendência de Campanhas (SUCAM), órgão da administração direta do Ministério da Saúde. Assim, as ações em saúde não apresentavam horizontalidade em seus segmentos. 
Com a promulgação da lei 8.080, foi criada a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em 1991, composta por 2 órgãos principais, sendo um deles o Centro Nacional de Epidemiologia/CENEPI com atribuições de que o sistema de saúde deveria ter uma área de inteligência epidemiológica, separada das ações de controle e prevenção de doenças, com competência para promover e disseminar o uso da epidemiologia em todas as esferas do SUS, para apoiar a formulação e a implementação de políticas, estabelecer diretrizes para orientar a organização da rede do SUS. Já ao Departamento de Operações/DEOPE seria responsável por coordenar as ações de prevenção e controle de doenças, em articulação com as SES, SMS e as Diretorias Regionais da Funasa.
Desde o início foi-se constatando que para conduzir a reorganização do SNVE na perspectiva do SUS, como um sistema de vigilância universal cuja base de atuação deveria ser o nível local, dever-se-ia superar a referida dicotomia desde o nível central até o local deste sistema. Assim, durante a década de 90, foram tomadas ações para uma quebra da verticalização das ações em saúde. Ações como o incentivo para a formação dos Núcleos Estaduais de Epidemiologia com representações da área de vigilância epidemiológica das SES, SMS e das Diretorias Regionais, foram importantes para a horizontalização das ações. Estes núcleos deveriam buscar estabelecer pactos e elaborar diretrizes e Planos Diretores que privilegiassem o processo de transferência das atividades de vigilância e controle de doenças para os municípios; aproximar-se da comunidade científica brasileira com vistas à estabelecer parcerias que possibilitassem a capacitação dos profissionais da rede de serviços de saúde, principalmente no uso da metodologia epidemiológica; aprimoramento e desenvolvimento dos sistemas de informações de base epidemiológica, tendo como unidade de informação os municípios de residência.
Assim, foram estabelecidas as bases atuais da Vigilância em Saúde no SUS, culminando em uma grande reunião nacional que envolveu dirigentes de epidemiologia das três esferas de governo, profissionais da rede de serviços de saúde com reconhecido saber na área, epidemiologistas de instituições acadêmicas, dentre outros. Balizados nos documentos base, o relatório final deste Seminário estabeleceu as principais linhas mestras para a construção do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica no SUS, que se queria descentralizado e abrangente, ou seja, que não se limitasse às doenças transmissíveis, ainda que sem desvalorizar este componente da tradicional Saúde Pública. A estratégia sugerida foi estabelecer articulação com o Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) para construir um pacto intergovernamental envolvendo as três esferas de gestão do SUS, no propósito de viabilizar a descentralização das ações de prevenção e controle de doenças que já vinham sendo desenvolvidas no país, com a desejada rapidez, mas com responsabilidade para que não houvesse interrupção de ações e possíveis prejuízos à saúde da população, além de ampliação do escopo de atividades de vigilância. A ideia foi reduzir a fragmentação das rotinas de vigilância, que em grande parte estavam organizadas sob a forma de Programas Especiais nas SES e nas Diretorias Regionais da Funasa e construir uma nova vigilância. Propunha-se também a integração das atividades à rede de atenção à saúde, particularmente à atenção primária, visando conferir maior capilaridade e melhor qualidade ao sistema.
Ainda neste Seminário, foi aprovada a redefinição das atribuições e estrutura do Cenepi que tinha como objetivo alargar o escopo de atuação deste Centro. Para tal, foram criadas três Unidades (Vigilância Epidemiológica, Unidade de Informação e Vigilância da Situação de Saúde, Unidade de Apoio ao Desenvolvimento da Epidemiologia no SUS), com a missão de contribuir para o processo de descentralização e expandir os objetos de interesse para além da vigilância de doenças transmissíveis, incluindo a elaboração de políticas e planos de ação visando reduzir riscos sobre outros problemas de saúde, a exemplo das doenças crônicas não transmissíveis, violências, saúde do trabalhador, etc. Em 1994, foi instituída a 1ª Comissão Interinstitucional de Epidemiologia, que originou o atual Grupo de Trabalho de Vigilância em Saúde (GTVS), que assessora a Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Valendo-se das ferramentas computacionais, o Cenepi engendrou esforços para a construção de novos sistemas de informações epidemiológicas, tendo como base o município. E assim nasceram os sistemas de base epidemiológica, Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e foi aperfeiçoado o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Por meio de convênios com as Universidades e outras Instituições Públicas, foram sendo realizadas capacitações para profissionais de saúde de todo o país. Os conteúdos dos cursos eram afetos ao campo da vigilância, tais como epidemiologia voltada aos serviços de saúde, uso de software para análises epidemiológicas, implantação e manuseio dos novos sistemas de informação de base epidemiológica nas SES e SMS, vigilância epidemiológica, análises de situação de saúde, dentre outros.
Durante toda a década de 1990, muitas dificuldades foram enfrentadas, especialmente aquelas devidas à: a) modalidade de transferência de recursos para as ações de epidemiologia na rede de serviços que eram financiadas por meio de convênios burocráticos firmados entre a Funasa e as SES e SMS, com prazos pré-estabelecidos, o que muitas vezes resultavam em interrupção de ações e atividades que deveriam ser contínuas; b) ao grande atraso na transferência de reponsabilidades e de servidores da Funasa para as SES e SMS, como preconiza a Lei e a Constituição. 
Assim, o componente de vigilância no SUS foi paulatinamente aprimorando seu desempenho e passando a ser reconhecido por organismos internacionais, como uma experiência exitosa a ser considerada por outros países. Este avanço tornou-se possível porque, desde os primeiros anos de sua fundação, o Cenepi como órgão central de coordenação do SNVE, foi estabelecendo a cultura de trabalho conjunto, na perspectiva de construção de um sistema em rede interligado e transversal, tendo sido importante a participação da comunidade acadêmica de epidemiologistas, em particular da Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva/Abrasco15. Os resultados deste movimento podem ser evidenciados pela construção, informatização e disponibilidade de grandes bases de dados nacionais de base epidemiológica (SIM, SINASC, SINAN, entre outros) que alavancou a produção de análises epidemiológicas sobre a situação de saúde da população mais desagregadas e mais próximas da realidade; a constituição da Rede Nacional de Informação para a Saúde-RNIS e Rede Interagencial de Informações para a Saúde-RIPSA; a ampla capacitação de recursos humanos em várias modalidades (atualização, especialização e mestrado profissional); e, o apoio à pesquisa estratégica para o SUS, cujos resultados passaram a ser considerados na definição de algumas políticas e intervenções públicas.
O protagonismo do Cenepi, Conass e Conasems foi essencial no sentido de se proceder à descentralização das ações de epidemiologia, que culminou em um exaustivo processo de negociação na Comissão Intergestores Tripartide (CIT) e que gerou a Portaria 1399/99 -Ministério da Saúde, estabelecendo as atribuições de cada esfera de governo na área de epidemiologia e definindo a sistemática de financiamento fundo-a-fundo para Estados e Municípios, em acordo com o Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD); o elenco mínimo de ações de vigilância e controle de doenças a ser desenvolvidas por estas esferas de gestão do SUS, que deveriam ser expressas na Programação Pactuada Integrada de Epidemiologias e Controle de Doenças (PPI-ECD). Esta modalidade transferiu para estados e municípios do país as responsabilidades e competências relativas ao desenvolvimento das ações de epidemiologia, após comprovação das exigências mínimas (técnicas e operacionais) para obtenção da certificação para gestão das ações de epidemiologia e controle de doenças. Assim, foi se consolidando o processo de descentralização desta área de Saúde Pública, garantindo a continuidade das ações que já vinham sendo desenvolvidas, muito embora o montante de recursos destinados a este componente do SUS fossem e continuem sendo bastante insuficientes para o volume de atribuições a serem assumidas pelas três esferas do SUS.
Em 2003, foi criada, no órgão setorial da administração direta (MS), a atual Secretaria de Vigilância da Saúde/SVS, a qual incorporou as atividades que vinham sendo desenvolvidas pelo Cenepi e pelo Deope, no órgão seccional da administração indireta (Funasa). Sem dúvida, esta reestruturação do MS representou o reconhecimento da importância da área de vigilância e controle de doenças demarcando o início de um novo período da trajetória deste campo da saúde. Esta Secretaria agregou a experiência acumulada nos avanços imprimidos pelo Cenepi, dando continuidade, consolidando e concretizando várias propostas que ainda não haviam sido implantadas. Assim, foi estabelecida maior autonomia administrativa e financeira na esfera federal que possibilitou o aperfeiçoamento dos mecanismos e critérios de transferências de recursos para estados e municípios, e fortaleceu a integração da vigilância em saúde com instituições de ensino e pesquisa, entre outros progressos.
Como forma de incrementar a detecção das doenças, em 2004 foi instituída a “Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar” com a criação dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia cujo objetivo é detectar, notificar e investigar de maneira precoce e oportuna, para adoção adequada de medidas de prevenção e controle das mesmas doenças de interesse para saúde pública, cuja porta de entrada no sistema, muitas vezes, são os hospitais, mesmo que estes não sejam de referência em doenças infecciosas.
No documento do Pacto pela Saúde, de 2006, o SNVE passou a ser denominado de Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS) por se considerar ser mais adequada, na medida em que o escopo de atuação deste sistema ultrapassava a vigilância epidemiológica tradicional. Atualmente, o SNVS atua em todo o território brasileiro de modo articulado e hierarquizado, por meio das SES e SMS e, quando necessário, com o apoio técnico-operacional da SVS.
Entre 2007 a 2010, a SVS por intermédio do GTVS, desenvolveu uma série de ações de fortalecimento ao SUS, por ocasião
da implementação do Programa “Mais Saúde”, que era a denominação de então do Plano de Governo apresentado à sociedade. Dentre estas ações destacaram-se: (1) a criação de uma rede nacional de Centros de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS) em todos os estados brasileiros e municípios de capitais; (2) publicação, após pactuação da Bipartite e Tripartite da Portaria GM/MS nº 3.252, de 22 de dezembro de 2009, que estabeleceu pela primeira vez, em uma norma ministerial, o conceito de VS em nosso país e substituiu a Certificação de Estados e Municípios pela adesão ao Pacto, e o TFECD pelo Teto Financeiro de Vigilância em Saúde (TFVS), com apenas dois componentes: I - Vigilância e Promoção da Saúde; e II - Vigilância Sanitária. Ademais, substituiu a lógica convenial por contrato de gestão com o principal fornecedor público que garantiu estoque e distribuição regular dos imunobiológicos e outros insumos estratégicos para o PNI e também incluiu incentivos financeiros para que os agentes de endemias passassem a atuar junto às Equipes de Saúde da Família, visando fortalecer as ações integradas de vigilância em saúde nos territórios, por meio da integração com a atenção básica.
Dentre os programas que o SUS conduz, destaca-se o Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído desde 1973, que tem como missão definir a política nacional de vacinação, visando controlar, eliminar e/ou erradicar doenças vulneráveis a imunógeno seguro e eficaz para uso em populações. O PNI é internacionalmente citado como um dos maiores e mais avançados do mundo, e conta na sua trajetória com importantes vitórias, tais como a erradicação da circulação do poliovírus selvagem, a eliminação endêmica do sarampo, da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. Está em vias de eliminar o tétano neonatal, além de manter sob controle várias outras doenças imunopreveníveis como a difteria, o tétano acidental, e ter reduzido as meningites pelo Haemophilus influenza, por bacilo de Koch; infecções pelo Pneumococos e Meningococo C em crianças, dentre outros resultados exitosos desta política pública.
Além de programas que demandam a condução de atividades de rotina, a vigilância em saúde é acionada quando da ocorrência de situações inusitadas, principalmente nos surtos e epidemias que se constituem Emergências em Saúde Pública (ESP). Nestas ocasiões, a rede de serviços se organiza de modo especial para dar respostas rápidas e adequadas, visando à proteção da população e redução de danos à saúde.
Emergências em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) são compreendidas como aquelas situações em que o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública é demandado em virtude da ocorrência de determinadas situações epidemiológicas, desastres e/ou desassistência à população. As situações epidemiológicas neste contexto incluem surtos ou epidemias que apresentem risco de disseminação nacional, sejam produzidos por agentes infecciosos inesperados, representem a reintrodução de doença eliminada, apresentem gravidade elevada ou extrapolem a capacidade de resposta da direção estadual do SUS25.
As respostas a estas emergências, até final dos anos 1990, eram conduzidas com os recursos humanos que atuavam nos programas de vigilância e controle de doenças de cada nível do sistema onde estava ocorrendo o problema. Quando necessário, buscava-se apoio nas outras esferas de gestão. Por exemplo, quando a epidemia de cólera emergiu em 1991 no município de Tabatinga no alto Solimões, fronteira do Peru e Colômbia, o MS necessitou mobilizar profissionais da área de epidemiologia de vários estados e municípios do país para dar resposta àquela ESPIN, despendendo precioso tempo para formação daquela força tarefa. Ou seja, o país não dispunha de estrutura nem organização para rapidamente enfrentar situações inusitadas mais complexas e de risco e/ou maior abrangência territorial que exigem disponibilidade de recursos humanos, físicos, técnicos e tecnológicos diversificados, nem sempre sob a responsabilidade direta de um setor. Muitas vezes, as bases de dados alimentadas pela demanda espontânea aos serviços de saúde, não possibilitam adequado monitoramento de situações epidemiológicas especiais.
Só no ano 2000 foi instituído o Núcleo de Respostas Rápidas em Emergências Epidemiológicas (NUREP), unidade ligada à Presidência da Funasa que, ao lado dos alunos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EPISUS) e do Programa de Treinamentos de Dados para Tomada de Decisões (DDM), passou a ter a responsabilidade de atuar em ESP, com competência para conduzir o planejamento, a mobilização de recursos e a coordenação das ações necessárias.
Após aprovação do novo RSI em 2005, foi criado na SVS o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS). Este Centro tem como função a captação oportuna de rumores e informações estratégicas de possíveis eventos de saúde pública, bem como manejo e análise de dados relevantes à prática da vigilância em saúde em situações emergenciais, visando ao aprimoramento deste componente do SUS, no propósito de prevenir e controlar estes problemas, proteger a saúde das populações sob risco, ao tempo em que atendia aos preceitos do referido Regulamento. Representa a SVS como ponto focal do RSI, perante a OMS, desenvolvendo atividades relativas à comunicação sobre potenciais emergências de Saúde Pública, a resposta desenvolvida, entre outras. Em 2009, foi instituída a rede nacional de CIEVS que incluiu Centros em todas as SES e SMS das capitais e em mais quatro municípios estratégicos. Ademais, algumas SES possuem profissionais de saúde em suas regionais ou outros municípios prioritários que operam como Pontos Focais para identificação de ocorrências de interesse para a saúde pública. Decreto Presidencial foi emitido criando um Grupo Executivo Interministerial (GEI), coordenado pelo MS, que procede o planejamento e a execução de todas as atividades de governo relativas às ESP.
Em 2011, foram regulamentados critérios para o Brasil declarar que uma ESP se constituí em uma ESPIN, à semelhança das Emergências em Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII). Regulamentou também a Força Nacional do SUS (FN-SUS), estabelecendo procedimentos na condução das respostas coordenadas às ESPIN e ESPII, nas três esferas do SUS, assim como a estrutura federal para apoiar os Estados atingidos e em que circunstâncias o país deve buscar auxílio internacional.
A estruturação da cadeia de resposta às Emergências em Saúde Pública e o emprego de toda a capacidade técnico-científica do SUS vem permitindo a identificação de pontos críticos, reflexão sobre logística e recursos empregados, aperfeiçoando o desempenho do sistema e tornando oportuno o processo de decisão e resposta, como observado nas epidemias de H1N1 e de microcefalia/Síndrome Congênita do Zika.
De 2007 a 2016, o Brasil sediou os principais eventos de massa internacionais, como os Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo, Jornada Mundial da Juventude, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, entre outros. A SVS/MS estabeleceu estratégias e ações de preparação e resposta junto às SES e SMS sedes e estreita comunicação com países vizinhos e de origem dos participantes, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde/OMS. Essas ações foram determinantes para a VS dos brasileiros e dos milhares de estrangeiros que visitaram o país. Com base nessa experiência, foi estabelecida normatização específica para a gestão de eventos de massa no país.
3. Subdivisões da vigilância em saúde e suas atribuições
A partir daí, a vigilância se distribui entre: epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador.
Vigilância epidemiológica 
O percurso da vigilância epidemiológica no Brasil e em vários outros países esteve bastante associado às doenças transmissíveis. Até a década de 1940, o termo vigilância era empregado principalmente com a finalidade de observação sistemática de contatos de doentes, porém
assumiu um significado mais amplo nos anos de 1950, o de acompanhamento sistemático de eventos adversos à saúde, com o propósito de aprimorar as medidas de controle, configurando a noção de vigilância epidemiológica. 
Com a realização da XXI Assembleia Mundial de Saúde, no ano de 1968, o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) foi implantado no Brasil, estabelecendo-se o primeiro Sistema Nacional de Notificação Semanal de Doenças. Contudo, a concepção de vigilância epidemiológica enquanto ‘informação para ação’ só veio a ser introduzida oficialmente no País na década de 1970 com a criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE), impulsionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas). 
A criação desse sistema, que teve como foco central o controle das doenças transmissíveis, em particular aquelas com alto poder de disseminação, mostrou-se de fundamental importância para a vigilância epidemiológica no MS e nas secretarias estaduais de saúde, excluindo os municípios, que não exerciam o papel de gestores do sistema de saúde naquela época.
Avanços significativos na capacidade de resposta aos problemas de saúde foram percebidos, como, por exemplo, a melhoria no desempenho do Programa Ampliado de Imunização, porém o SNVE foi, também, o marco de dissociação da vigilância epidemiológica em relação à vigilância sanitária. Apesar das atividades de ambas as vigilâncias terem sido ampliadas e redefinidas, promovendo, inclusive, inter-relações entre as duas estruturas, notou-se um processo de autonomização dessas práticas no SUS. 
Com a promulgação da Lei 8.080/90, houve uma redefinição, que promoveu a expansão do conceito de vigilância, inicialmente restrito às doenças transmissíveis, às doenças não transmissíveis (anomalias congênitas, desnutrição, doenças crônico-degenerativas etc.) e aos outros agravos, como acidentes e violências. Apesar da evolução da abordagem, a doença é um evento tomado como objeto, o que dificulta a abordagem sobre os fatores determinantes e condicionantes da saúde. 
A descentralização das atividades de controle de doenças para os municípios representou enorme expansão e capilarização das ações. A vigilância epidemiológica alcançou importantes avanços, principalmente com a incorporação de outros objetos de vigilância, além das antigas doenças de notificação compulsória, tais como as questões nutricionais, os fatores ambientais, a saúde mental, as relações entre saúde e trabalho, a violência e a vigilância de fatores de risco.
Vigilância ambiental 
A incorporação da vigilância ambiental no âmbito das políticas públicas de saúde é relativamente recente no Brasil e suas ações estão inseridas no campo de atuação do SUS, portanto são pautadas pelos mesmos princípios e diretrizes. 
Na década de 1990, a intenção de intervir nos fatores de risco ambiental já aparecia na Lei nº 8.080, estimulando o debate sobre as ações de vigilância ambiental, porém a implementação de uma área de vigilância ambiental no âmbito do MS começou a ser pensada e discutida com a elaboração da Política Nacional de Saúde Ambiental, em 1998, principal iniciativa em relação à temática saúde e ambiente. O advento do Projeto de Estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (Vigisus), ocorrido no final dos anos de 1990 e com financiamento do Banco Mundial, também fortaleceu o movimento de incorporação de práticas que considerem o conjunto de fatores ambientais em um dado território, elegendo o município como o espaço privilegiado para o acompanhamento e o controle dos efeitos ambientais na saúde. 
Até esse período, as ações de controle sobre o meio ambiente relacionadas à saúde, como, por exemplo, a vigilância da água para consumo humano, estiveram subordinadas à vigilância sanitária. Somente em 2000, o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde (Sinvas) foi estruturado pelo MS e definiram-se competências no âmbito federal, estadual e municipal por meio da Instrução Normativa Funasa. A vigilância ambiental em saúde teve a sua importância reconhecida em virtude da relação entre ambiente e saúde, razão pela qual a combinação de seus componentes deveria ser conduzida de modo a gerar a prevenção ou a redução da exposição humana a fatores ambientais prejudiciais à saúde. 
As prioridades de intervenção dessa vigilância estão focadas em fatores biológicos, representados por vetores, por hospedeiros, por reservatórios e por animais peçonhentos, bem como em fatores não biológicos, tais como a água, o ar, o solo, os contaminantes ambientais, os desastres naturais e os acidentes com produtos perigosos, apoiadas no reconhecimento da relação entre os possíveis riscos existentes nesses fatores e seus efeitos adversos sobre a saúde. Destaca-se que a vigilância ambiental em saúde possui necessariamente um caráter integrador inter e intrassetorial, o que cria a exigência de vínculos e de articulações com todas as outras formas de vigilância já definidas institucionalmente e presentes no sistema de saúde.
A implementação do Projeto Vigisus, com o desafio de estruturar sistemas de vigilância em saúde, colaborou no sentido de fomentar uma visão mais ampla acerca do conjunto de fatores ambientais que deveriam ser sistematicamente acompanhados, levando-se em consideração o território no qual essas interações ocorrem, procurando superar, com isso, o viés de dissociação entre os componentes da VS.
Vigilância sanitária 
A vigilância sanitária, ao longo dos anos, teve um escopo de atuação baseado em ações normativas, cujo objeto de ação é constituído pelos ambientes que direta ou indiretamente interferem no processo saúde-doença; no entanto, existem controvérsias em relação ao seu campo de atuação na saúde pública. Alguns autores julgam que essa prática não apresenta as características essenciais da concepção moderna de vigilância sanitária por ter as atividades de regulação, de controle e de fiscalização sanitária como núcleo central. Contudo, não se pode esquecer que as atividades da vigilância sanitária surgiram da necessidade de proteção da população em decorrência da propagação de doenças transmissíveis nos agrupamentos urbanos com o objetivo de eliminar situações de risco à saúde. Portanto, seus métodos de intervenção não se restringem às ações meramente técnicas, porém têm como eixos propulsores as ações dirigidas ao fortalecimento da sociedade e da cidadania com o propósito da promoção da saúde e da prevenção de danos ou agravos. 
Conceitualmente, a vigilância sanitária é reconhecida como um conjunto de estratégias institucionais, administrativas, programáticas e sociais, integradas e orientadas por políticas públicas que se destinam a eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, com base em serviços e em ações integrais e essenciais à defesa e à promoção da vida em seu ambiente. 
A atuação da vigilância sanitária é abrangente, sendo responsável pelo controle de todos os processos — desde a produção ao consumo — dos bens que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Essa amplitude de atuação coloca como tônica para a vigilância sanitária que ações gerenciais e sanitárias desenvolvidas de modo a garantir a qualidade dos produtos, dos serviços e dos ambientes, aspectos que são fundamentais para a saúde da população. 
A implantação de ações voltadas para vigilância sanitária surgiu no Brasil com a chegada da Corte Portuguesa, em 1808, e tinham a finalidade de efetuar o controle sanitário dos produtos a serem comercializados e consumidos, além dos estabelecimentos comerciais; de combater a propagação de doenças, principalmente as epidêmicas; de resolver questões de saneamento; e de fiscalizar o exercício profissional na área da saúde. 
No ano de 1832, a sua atuação ganhou contornos mais definidos com o código de posturas do Rio de Janeiro, no qual se instituíram normas para o exercício da medicina e da farmácia, bem como para o controle de medicamentos e de alimentos. Cerca de sessenta anos depois, mais precisamente em 1889, regularizou-se o serviço
de polícia sanitária nas administrações regionais mediante a adoção de preceitos para impedir o desenvolvimento de epidemias, mas foi em 1914 que se regulamentou a diretoria geral de saúde pública, com ênfase nas ações de vigilância e polícia sanitária nos portos, domicílios e lugares públicos. 
Cabe destacar que foi somente a partir da década de 1970 que a vigilância sanitária começou a se apresentar de maneira mais visível ao setor de saúde com a criação da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS/MS) durante o processo de reformulação do MS. Foi também nesse período que ocorreu a modificação da terminologia ‘fiscalização’ para ‘vigilância’, em que a vigilância sanitária ampliou o seu campo de ação, antes destinado principalmente ao controle e punição. 
Na atualidade, a vigilância sanitária encontra-se incorporada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destacando-se que esse processo teve lugar após intensos debates e disputas na década de 1980. 
A Anvisa surgiu em 1999 e colocou a vigilância sanitária em outro rumo, passando a administrar as atividades concebidas para o Estado como papel de guardião dos direitos do consumidor e como provedor das condições de saúde da população. Essa agência tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras.
Nessa perspectiva, as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais passaram a se organizar em outra estrutura para cuidar de todas as áreas a que foram atribuídos os seus serviços. Esse processo de descentralização das ações foi acompanhado pela organização de novas práticas e, nesse movimento, ainda que com inúmeras dificuldades, produziu um esforço político para efetivar as propostas de integração das ações de vigilância ao conjunto das ações de saúde de outros âmbitos setoriais, como meio ambiente e agricultura. 
Portanto, mesmo com base em um modelo autárquico, mais compatível com políticas públicas de mercado, é difícil reconhecer o distanciamento da vigilância sanitária do escopo de atuação da VS, principalmente quando se associam os conceitos de risco e de vulnerabilidade. 
4. Processo de notificação compulsória de doenças
O processo de notificação compulsória de doenças e agravos teve sua mais recente atualização na portaria nº 204 de 17 de fevereiro de 2016. A criação dessa portaria leva em consideração algumas leis, como a Lei Orgânica da Saúde (lei 8.080/90), a Lei sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica (lei nº 6.259/75), entre outras como a lei do estatuto do Idoso, lei de notificação compulsória da violência contra a mulher, etc.
A portaria define as diretrizes para notificação de eventos relacionados à saúde, sendo eles: agravos; doenças; epizootias; e qualquer evento de saúde pública. Existem também diferentes modalidades de notificação, sendo elas: Notificação compulsória; Notificação compulsória imediata (NCI); Notificação compulsória semanal (NCS); Notificação compulsória negativa; Vigilância sentinela.
A notificação compulsória é obrigatória para médicos e outros profissionais de saúde, que prestam serviços de saúde públicos e privados, diante de suspeita de doença e agravos determinados. Essa notificação pode acontecer por profissionais de estabelecimentos de saúde públicos ou privados, centros de saúde coletiva, unidades laboratoriais, instituições de pesquisa. A notificação de doenças pode ocorrer por qualquer cidadão que tenho conhecimento de alguma condição (forms datasus)
A notificação compulsória imediata tem que ocorrer o mais rápido possível, mas em um período de no máximo 24hrs após a suspeita de diagnóstico. A autoridade que receber a denuncia deve informar imediatamente às demais esferas do SUS. 
As autoridades de saúde irão garantir a divulgação posterior dos dados da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. 
A Secretaria de Vigilância em Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados divulgam os respectivos endereços eletrônicos oficiais, número de telefone, fax, endereço institucional e formulário para a notificação compulsória. 
A notificação acontece normalmente no portal do SINAN, em três versões: Sinan Net, Sinan online Dengue/Chikungunya e Sinan Online Influenza. Para a colocação das informações é usada a chamada semana epidemiológica, de domingo a sábado. 
5. Sistemas Nacionais de Notificação em Saúde
Os sistemas de informação em saúde são de grande importância pois, uma vez que a informação em saúde é disponibilizada torna-se possível tomar uma decisão acerca dos fatos e traçar um plano de ação e intervenção.
Para o Ministério da Saúde, os principais sistemas de informações correspondem ao de mortalidade (SIM), de nascimento (SINASC), ambulatorial (SIA-SUS), de internações hospitalares (SIH), de notificações de doenças (SINAN), de atenção básica (SIAB), estes para níveis populacionais. Para unidades de saúde, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é a principal fonte de dados para estabelecimentos públicos e privados.
Instituído em 1975/76, o SIM é o mais antigo Sistema de Informação do Ministério da Saúde e vêm desde essa época, ampliando sua cobertura geográfica no território brasileiro. Contudo, especialmente nas Regiões Norte e Nordeste, ainda se observam elevadas proporções de sub-registros e óbitos classificados, segundo causa básica, como mal definidos (capítulo XVIII da Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão – CID-10), que englobam também os óbitos sem assistência médica.
No processo de planejamento, o SIM possibilita identificar as principais causas de mortalidade, assim como sua categorização por faixa etária, observar o comportamento de eventos sentinela e monitorar a qualidade de declarações de óbito, fortalecendo a análise situacional e o processo de priorização de ações. 
O SINASC foi implementado em março de 1990, com o objetivo de melhorar a qualidade das informações sobre nascidos vivos no Brasil, registrando também características do parto e variáveis associadas às mães dos recém-nascidos e aos óbitos fetais e tendo como documento-base a Declaração de Nascido Vivo – DN.
O Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA-SUS) foi implantado a partir de 1994 para o registro da movimentação física e financeira de procedimentos e exames ambulatoriais em todo o País. Consolida a chamada “produção ambulatorial” dos documentos do Boletim de Produção Ambulatorial (BPA) e das Autorizações de Procedimento de Alta Complexidade (APAC). Possui como grande limitador o fato de seus dados serem registrados de forma agregada e não individual. Mais recentemente, com o avanço da implantação dos prontuários eletrônicos nas unidades básicas de saúde, essa funcionalidade começa a ser desenvolvida e integrada com este.
As autorizações de internações hospitalares formam o Sistema de Informação Hospitalar no SUS (SIH-SUS), instituído em 1991, a partir do Sistema Nacional de Controle de Pagamento de Contas Hospitalares (SNCPCH) e do Sistema de Informações Hospitalar Descentralizado do SUS (SIHD-SUS).
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foi criado a partir de 1993. Contudo, sua implantação não ocorreu de forma homogênea em todos os entes da federação. Representa um conjunto de doenças ou situações de saúde de notificação obrigatória. Na lista de 2017 da Secretaria de Vigilância em Saúde, 48 eventos eram de notificação compulsória em todo o território nacional. Os estados e os municípios ainda podem acrescentar outros agravos à lista federal.
Bibliografia
· http://www.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/sobre-vigilancia-em-saude
· http://www.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/politica-nacional-de-vigilancia-em-saude
· Dicionário da Educação Profissional em Saúde, pela Fundação Oswaldo Cruz em
parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. 
· Vigilância em Saúde no SUS - construção, efeitos e perspectivas. Maria Glória Teixeira. Ciênc. saúde coletiva nº 23. Jun 2018
· Sistema de Vigilância em Saúde no Brasil: avanços e desafios. Cátia Martins de Oliveira. SAÚDE DEBATE. Rio de Janeiro, v. 39 JAN-MAR2015
· PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências.
· Sistemas Nacionais de Informação e levantamentos populacionais: algumas contribuições do Ministério da Saúde e do IBGE para a análise das capitais brasileiras nos últimos 30 anos, Luiz Felipe Pinto, Ciênc. saúde colet. 23 2018
· http://portalsinan.saude.gov.br/perguntas-frequentes

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