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COMENTÁRIO À LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS ARTIGO 4º, inciso IV Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: III - realizado para fins exclusivos de: a) segurança pública; b) defesa nacional; c) segurança do Estado; ou d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou Sempre que o assunto for segurança pública, defesa nacional, segurança do Estado, investigação e repressão penais pode ter certeza: haverá exceção na proteção de dados. Isso acontece em escala mundial, mas no Brasil podemos destacar dois importantes fatores: 1) O Poder Legislativo é punitivista e tende a resolver as questões ligadas a crimes e segurança nacional com rigor exacerbadamente rígido (por mais que, na prática, a impressão seja outra. Acredite: Brasil pune muito e pune mal). 2) É necessária proteção específica aos dados pessoais nos assuntos listados acima. Imagine que um titular de dados pessoais que estão sob investigação penal sigilosa tenha o direito de requerer acesso ou exclusão de seus dados. Não existe cabimento. O mesmo ocorreria se órgãos de inteligência que atua contra hackers que atacam sistemas de informação de importantes instituições públicas tivessem que manter registro de operações acessível a diversas pessoas. Assim, é verdadeiramente importante a exceção trazida. Além disso, existe procedimentos especiais previstos na Constituição ou na lei processual – em especial a processual penal – que estabelecem procedimentos e requisitos para a proteção do titular de dados pessoais – vítima, investigado, testemunha etc – sem descuidar de importantes questões para a proteção da segurança pública e do Estado. Carlos Eduardo Ferreira de Souza Advogado na área de Proteção de Dados e Regulatório de Novas Tecnologias do Lima ≡ Feigelson Advogados. Mestrando em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-RIO. Membro do Grupo de Pesquisa em Liberdade de Expressão no Brasil (PLEB/PUC-RIO)
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