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ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS C GLÂNDULAS SALIVARES As pequenas glândulas da cavidade oral (glândulas bucal, labial, lingual e do palato duro) possuem somente importância local, providenciando umidade necessária para a área na qual são encontradas. As três grandes glândulas salivares, parótida, mandibular e sublingual são as de maior importância. Sua secreção, a saliva, é produzida em grande quantidade (40 a 50 litros nos equinos e bovinos). Durante a mastigação a saliva é misturada ao alimento e ajuda na formação do bolo alimentar. Atua também como lubrificante durante a deglutição. Adicionalmente, a saliva especialmente no equino contém a ptialina que inicia a hidrólise do amido na boca. De modo geral estas glândulas são mais desenvolvidas nos herbívoros que nos carnívoros. Nos bovinos atua como substância tampão no rúmen, neutralizando o pH As glândulas salivares podem ser classificadas de acordo com a sua secreção em serosa, mucosa ou seromucosa (mista). PARÓTIDA (para - perto, eotis - orelha): Seus lóbulos são visíveis a olho nu. A coloração depende de seu estado funcional e da quantidade de sangue, de certa forma um vermelho mais brilhante que os músculos adjacentes. Preenche mais ou menos a fossa retromandibular, que é uma depressão caudal ao ramo vertical da mandíbula e ventral a asa do atlas. Não é capsulada e está em contato dorsalmente com a base da orelha e ventralmente se estende dentro do pescoço ou do espaço intermandibular em distâncias variáveis. Sua superfície lateral está coberta pela fáscia parotídea e pelo músculo parótidoauricular. Medialmente está intimamente relacionada com os ramos da artéria carótida comum e veia jugular externa, ao osso hioide e seus músculos, ramos dos nervos trigêmeo e facial e linfonodos. No equino faz contato também com a bolsa gutural. Cranialmente está aderida ao músculo masseter e ramo vertical da mandíbula. Ducto parotídeo: No equino se forma na porção ventral da glândula, segue rostralmente no espaço intermandibular, contorna a mandíbula na incisura vasorum facialum, dirigindo-se dorsalmente perfurando obliquamente a bochecha ao nível do terceiro molar superior. O ducto termina na parede lateral do vestíbulo bucal numa pequena elevação (papila parotídea). No bovino e suíno o percurso do ducto é semelhante ao do equino, se abrindo o ducto no bovino atrás do 5º molar superior e no suíno atrás do 3º ou 4º. Nos carnívoros e pequenos ruminantes cruza a superfície lateral do masseter, se abrindo no felino atrás do 2º molar superior; nos pequenos ruminantes atrás do 3º ou 4º e no canino atrás do 4º molar ou carniceiro. É uma glândula monostomática (com um único ducto excretório) com saliva do tipo serosa. *A cachumba é a inflamação da parótida Forma: Equino - contorno quadrangular alongado. Bovino - forma de clava, com a porção mais grossa direcionada para orelha, fazendo contato excessivo com o músculo masseter rostralmente. Suíno - é grande e triangular. Carnívoros - é pequena e grosseiramente triangular. MANDIBULAR: É uma glândula encapsulada nos carnívoros e está situada entre os ramos da mandíbula se estendendo desde a fossa do atlas até a raiz da língua. Encontra-se parcialmente coberta pela glândula parótida. É a maior glândula nos ruminantes se estendendo nesta espécie dorsalmente abaixo da parótida e rostralmente no espaço intermandibular. Nos suínos e equinos é menor que a parótida e nos carnívoros é usualmente maior. O ducto mandibular se dirige rostralmente da borda rostral da glândula pelo assoalho sublingual junto com o ducto da glândula sublingual monostomática, medial a mandíbula e as glândulas salivares sublinguais, se abrindo nas carúnculas sublinguais no assoalho da cavidade bucal. É monostomática e mista, pois possui 3 tipos de ácinos: mucoso, seroso e misto. Equino. A - Glândula parótida (tracejado vermelho) coberta pelo músculo parótidoauricular (MPA), glândula mandibular (tracejado verde). B - Glãndula parótida (GP), ducto parotídeo (*) e Glândula Mandibular (GM). C - Ducto parotídeo. D - Carúncula sublingual (seta) e E - Glândula Parótida (GP), Glândula Mandibular (GM) e veia linguo-facial (VLF). GLÂNDULA SUBLINGUAL: São em número de duas e situam-se sobre a mucosa do recesso sublingual lateral e da superfície lateral da língua. A glândula sublingual monostomática está ausente nos equinos. Seu ducto o ducto sublingual maior, abre-se nos ruminantes, carnívoros e suínos na carúncula sublingual. No cão se encontra encapsulada juntamente com a glândula mandibular. A glândula polistomática sublingual consiste de uma cadeia de pequenos lóbulos que secretam através de seus próprios ductos sublinguais menores numa prega sublingual no recesso lateral sublingual. A polistomática é rostral a monostomática nos carnívoros e suínos e algo dorsocaudal nos ruminantes. As duas glândulas se estendem juntas do arco palatoglosso para sínfise mandibular. Equino. A - Glândula sublingual polistomática (GSP). B - Várias aberturas dos ductos sublinguais menores na prega sublingual (tracejado amarelo) do recesso lateral. GLÂNDULAS BUCAIS: Localizam-se lateralmente ao maxilar e a mandíbula. Ficam encobertas pelo músculo bucinador. Existem as bucais dorsais e as bucais ventrais. As médias estão presentes somente nos bovinos. Glândula zigomática: Presente somente nos carnívoros, situada por baixo do arco zigomático e periórbita, bastante desenvolvida. Possui vários ductos (quatro, sendo um mais calibroso) que vão se abrir na porção lateral da boca, atrás dos últimos molares superiores (papila zigomática). Corresponde a glândula bucal dorsal das outras espécies. Glândula Molar Está presente nos felinos é um grupo de glândulas situado entre o lábio inferior e a mandíbula próximo ao ângulo da boca. Observações clínicas: A obstrução dos ductos das glândulas mandibular ou sublingual por trauma ou inflamação causa acúmulo de saliva, provocando na região um aumento de volume. Esta alteração denomina-se de mucocele. Quando o aumento de volume está localizado debaixo da língua chamamos de sialocele ou rânula e quando se localiza no pescoço, de mucocele cervical. A remoção cirúrgica destas glândulas (sialoadenectomia) pode ser necessária. Para isto as glândulas mandibular e sublingual devem ser removidas juntas, pois, no cão estão envolvidas por uma cápsula comum, portanto, não se pode remover uma sem danificar a outra. O ducto parotídeo em cães é utilizado para manter a lubrificação ocular quando existe deficiência na secreção lacrimal. O nome da doença ocular onde ocorre falta de secreção lacrimal é chamada de ceratoconjuntivite seca e a cirurgia alternativa para aliviar o problema de transposição do ducto parotídeo.
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