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2ºAula Nação - O Estado –Teorias Objetivos de aprendizagem Esperamos que, ao término desta aula, vocês serão capazes de: • perceber a importância da nação e sua contribuição para a formação do Estado; • desenvolver uma visão crítica a respeito das culturas antigas e da miscigenação atual; • saber quais foram os modos de nascimento do Estado e os modos de Extinção do Estado; • Analisar as principais teorias e sua contribuição para o desenvolvimento atual; Na aula anterior, estudamos o que era a Ciência Política, seu histórico, o funcionamento da sociedade e de que forma ela está estruturada. Nesta aula, vamos passar a estudar sobre a Nação, o Estado e seus modos de nascimento e extinção, bem como as principais teorias estatais, pois é muito importante saber como surgiu e foi criado a nação e o Estado, para definirmos as trajetórias futuras. Bons estudos! Ciência Política e Constituição 14 1 – Nação 2 – Estado – Teorias Estatais Seções de estudo 1 - Nação 1.1 - Conceito e histórico O termo nação passou a ser utilizado em meados do século VXIII, como uma força da população soberana na tentativa de derrubar as monarquias absolutistas, lutando por igualdade e alegando que cabia ao povo a unificação, por meio de uma nação, isto é, grupos com determinados requisitos semelhantes, deveriam lutar por sua libertação e sobrevivência. Por muito tempo, as maiorias dos autores não aceitaram o conceito a existência da nação, tendo em vista que a comparavam diretamente com o Estado, no entanto, após o século XX, por meio de Ferdnand Tonnies , começou-se a reconhecer a nação como uma realidade sociológica, e o Estado como uma realidade jurídica. Quando se pensa em nação, pontua-se como uma unidade étnica de indivíduos, costumes, cultura entre outros, que vamos discorrer na sequência, mas na atualidade, isso está se tornando cada dia mais distante, em função de uma globalização, assim como as facilidades de locomoção. Aquele conceito de que cada Estado correspondia a uma nação diferente, foi idealizado no século XIX, pelos países da Europa que tinham delimitado suas fronteiras com base no princípio da nacionalidade. Embora haja essa miscigenação, a nacionalidade ainda é uma das principais características de um Estado, mas não podemos afirmar que existe uma nacionalidade para cada estado no sentido étnico, pois hoje temos uma miscigenação muito grande, então podemos ter um Estado com várias nações, e uma nação distribuída por vários Estados. Como por exemplo, na Bélgica, onde vamos encontrar três nações: os belgas, valões e flamengos. Enquanto a nação está ligada aos costumes tradições e tempo as histórias vão sendo construídas ao longo do tempo e fortalecendo esses laços culturais e solidificando-os cada vez mais. Nas palavras de Cicco, esse fato se torna muito claro: “[....]a nação é a manifestação de um determinado povo, por meio da história”. Disponível em: erdadequeamidiana- omostra.blogspot.com.br/2015/03/o- -que-e-politica. Acesso em: 17 nov 2017. Renomado sociólogo alemão, autor das obras “Comunidade e Sociedade” e “Princípios de Sociologia”. Essa nação concebida como uma única unidade étnica. Assim, podemos dizer que a nação é uma realidade sociológica, de ordem subjetiva e se forma com o passar dos anos, como já dito anteriormente. Já o Estado, é uma realidade jurídica, necessariamente objetivo. 1.2 - Elementos da nação A nação como já dissemos, perpassa ao longo do tempo, e com isso foram definidos alguns elementos que a compõe, como elementos naturais, elementos históricos e elementos psicológicos. Dentro dos elementos naturais, encontramos o território, a unidade étnica e o idioma comum. Em relação ao território, não é necessário haver um território para termos uma nação, como dissemos anteriormente, encontramos várias nações em um mesmo território, como é o nosso caso. Podemos encontrar também vários territórios com a mesma nação, assim tem-se o território como elemento essencial do Estado e não da nação. O segundo elemento da nação em relação aos elementos naturais é a unidade étnica. Será que a unidade étnica seria o único elemento da nação? Se pensarmos na formação da nação com base no princípio da nacionalidade, sim, tínhamos que afirmar uma única unidade étnica, como China, Japão, Alemanha. Mas, como já explicado anteriormente, na atualidade encontramos uma variação e unidades étnicas na maioria dos países, principalmente nas Américas, que foram colonizadas depois, dessa forma, não podemos afirmar que mais de uma unidade étnica compõe um Estado. Mas, em relação a nação, ainda existe uma preponderância dela sim, como já cita acima, é o caso do Japão. Outro elemento a ser analisado é o idioma comum, verifiquem que cada Estado tem uma língua oficial, no entanto o idioma comum, em alguns Estados, varia de região para região, na Suíça, por exemplo, encontramos três idiomas, o italiano, o francês e o alemão. No Paraguai, encontramos o guarani e o casteliano, evidenciado assim, que dentro de um mesmo Estado podemos encontrar vários idiomas e uma língua oficial. Como também podemos encontrar o mesmo idioma em vários Estados, como é o caso da língua portuguesa, falada no Brasil, Portugal e em vários países africanos. Assim, com relação a nação , no início de sua formação é possível afirmar que tem-se um único idioma comum. O segundo grupo de características da nação que encontramos dentro dos elementos históricos, englobam as tradições, os costumes, a religião e alguns pontuam ainda a lei. Uma nação é construída ao longo dos anos, e com isso vai se perpetuando suas tradições entre os membros dessas nações, as tradições perpassam ao longo dos anos, isto é, passam de geração em geração. Mas, o que elas transmitem? Tradição é transmitir as pessoas uma série de comportamentos, crenças, Disponível em: https://pt.dreamstime. com/foto-de-stock-conceito-multi-étni- co. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: vhttp:// humornaterradasararas. blogspot.com.br/2014/05/ de-japoneses.htmlvhttp:// humornaterradasararas. blogspot.com.br/2014/05/ de-japoneses.html. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://staff5. com/hablar-idioma-cliente/. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://www.portalmie. com/atualidade/2015/08/conhecen- do-um-pouco-sobre-tradicoes-obon- -no-japao/. Acesso em: 17 nov 2017. 15 2.1 - Nascimento do Estado Verificamos em nossa aula anterior, como se estrutura a sociedade e as teorias que justificam a forma como damos origem à sociedade de forma em geral. A evolução dessa sociedade vai dar origem a uma nação que quando fundada na teoria da nacionalidade vai originar um Estado. Da mesma forma que nós temos um nascimento e depois a morte, alguns autores pontuam que o estado obedece à mesma ordem, ressalvadas as devidas proporções. Para que esses Estados passem a existir, ou nasçam propriamente dito, é necessário analisar quatro situações, essas situações são denominadas teorias por alguns autores e por outros de princípios, vamos analisá-las como se fossem princípios que dão origem ao nascimento do Estado. O primeiro princípio a ser analisado é o da nacionalidade, como acabamos de estudar, cada nação deveria dar origem a um Estado soberano, essa ideia foi difundida por Mancini em 1851. (Cicco, 2016). O segundo princípio a ser pontuado é o da autodeterminação dos povos, não basta ter a nacionalidade, é necessário também que a população queira esse objetivo, almeje a criação desse novo Estado, o que pode acontecer por meio do plesbicito. Podemos citar como exemplo recente o país de Gales, que consultou sua população se queriam ou não deixar de fazer parte do Reino Unido, o que foi rejeitado por eles nas urnas. O terceiro princípio é o das fronteiras naturais, onde cada Estado seria criado de acordo com os acidentes geográficos, por isso fronteiras naturais. E, por último, não considerado como princípio, mas simcomo uma estratégia de controle, que seria o equilíbrio das potências mundiais em relação ao seu armamento, onde seria criado um novo Estado de acordo com as potências mundiais sem consultar ninguém, negando qualquer princípio da nacionalidade ou soberania popular. Os dois primeiros são princípios basilares do Estado com longa duração, pois vêm pautados na vontade de sua população, os dois últimos se tratam de estratégias de controle das grandes potências, o que não resulta em Estado forte, ou como afirma Cicco, 2 - Estado – Teorias Estatais Lembre-se, o conceito relembrado acima é de uma nação uniforme, os países onde existe uma miscigenação de unidades étnicas não entram nesse conceito, pois ao invés de termos um conjunto homogêneo, teremos um conjunto heterogêneo. Ainda, a nação sempre estará inserida dentro de um Estado, não tem como existir nação sem Estado, e ela tem em comum com seus cidadãos, a origem, seus interesses, seus ideais e suas aspirações. lendas e costumes para a sociedade em que vivem, e esses passam a fazer parte da cultura daquele Estado, como no caso do carnaval no Brasil, ou ainda de suas festas religiosas, por isso, os elementos históricos englobam a tradição, os costumes e a religião. A religião foi um elemento necessário e fundamental para o agrupamento das pessoas, além dos elementos já pontuados anteriormente, hoje existem inúmeras religiões dentro de um único Estado, por exemplo, no Brasil. Na Alemanha, iremos verificar que metade de sua população é católica e a outra metade é protestante. Assim, pontua Ernesto Renan: Já não há religião de estado; é possível ser francês, inglês, alemão, sendo protestante ou católico ou israelita ou mesmo ateu. A religião é individual, contempla a consciência de cada um (Sahid, 2017). Por fim, dentro dos elementos históricos, ainda temos a lei. A maioria dos doutrinadores entendem que as leis com a coercibilidade real do ponto de vista jurídico somente existe dentro do Estado, no entanto, normas de conduta baseadas na cultura de cada nação para estabelecer o mínimo de ordem na convivência deles, é perfeitamente possível. Agora, vamos adentrar ao último elemento da nação, ao aspecto psicológico que faz com que as pessoas queiram fazer parte dessa nação de forma plena. Dentre os elementos psicológicos, temos as aspirações comuns e a consciência de nacionalidade. No primeiro, significa dizer que determinados grupos de pessoas com a mesma unidade étnica tem a mesma aspiração comum de querer formar um grupo e permanecerem juntos, em função do número infinito de afinidades que eles concentram. O segundo elemento, é a consciência real de querer realmente construir e constituir uma nova nação com todas as implicações e responsabilidades que esses fatores trarão, como foi o caso da nação Israel que permaneceu em forma de nação por muito tempo, até que em 1948 voltou a se tornar um Estado. Disponível em: ww.natu- ralawakeningsmag.com. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://cidadania-portu- guesa.com/category/blog/primeiros-. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://greensavers. sapo.pt/2015/08/as-fronteiras-mais- -estranhas-do-mundo-com-fotos/. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: ww.naturalawakenin- gsmag.com. Acesso em: 17 nov 2017. Desta forma, podemos dizer que: nação é uma entidade de direito natural e histórico e pode ser conceituada como um conjunto homogêneo de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de sangue, idioma, religião, cultura e ideais. Bem, finalizamos o conteúdo em relação a nação, a partir de agora vamos verificar como surgiu o estado e as principais teorias que sustentam essa origem e permanência do Estado. Plesbicito é uma forma de participa- ção popular, por meio do exercício de soberania, onde consulto a população sobre alguma mudança substancial no seu modo de viver em relação a legislação ou administração pública. Ciência Política e Constituição 16 A obediência aos dois primeiros critérios nos dá perspectivas de análise de estados realmente existentes de longa duração com viva participação dos habitantes nos negócios públicos, enquanto que o princípio do equilíbrio das potências deu origem a Estados de relativamente curta duração, como por exemplo, lembramo-nos da extinta Tchecoslováquia e a Iugoslávia, que surgiram por força de tratados das grandes potências, vinculando povos de línguas e costumes diferentes para formar uma unidade política artificial que só poderia subsistir sob regime ditatorial e centralizador, desagregando-se em Estados autônomos logo que se retornasse à pratica democrática. Foi o que aconteceu com tchecos e eslovacos e, mais tarde, com as disputas por vezes sangrentas entre sérvios, croatas na Iugoslávia.(Cicco, 2016). Após esta análise, vamos verificar quais são e como funcionam as formas de nascimento dos Estados. Existem três modos de formação de um Estado, modo originário, modo secundário e modo derivado. Vamos verificar como ocorre cada formação. 2.1.1 - Modo originário A primeira forma de nascimento do Estado é a chamada de originária, o que significa dizer que originariamente o Estado surge do próprio meio nacional, seria dizer que cada nação dá origem a um Estado, sem qualquer interferência de fatores externos, seria algo natural, por isso originário, pois não tem provação e nem sustentação externa. Esse tipo de Estado teria entre sua população um grupo homogêneo de pessoas organizadas em determinado território, que estruturam sua forma de Estado, forma de governo, estabelecendo uma ordem politica, e então, por meio dessa e do exercício de soberania criam a ordem jurídica. Para esse tipo de nascimento estatal, tudo seria natural, obedeceria uma ordem normal da vida, uma família que se transforma e uma tribo, que evolui até chegar ao ponto de se tornar um Estado. Temos como exemplos desses Estados: Roma, Atenas e outros Estados que tiveram origem no passado. Esse modelo de nascimento do Estado realmente só existiu para os Estados antigos, os demais Estados criados a partir do século XV, não tinham mais este formato, devido ao número de pessoas ou a forma como foram criados, como veremos a seguir. Um exemplo é o Estado da Califórnia, que foi formado no ano de 1849, por uma legião de indivíduos de todas as origens, criando um novo Estado e no futuro integrando a federação americana. Bom, verificamos como se dá a primeira forma de nascimento do Estado, que é o modo originário, agora vamos verificar o segundo modo de criação do Estado, que é o modo secundário. 2.1.2 - Modos secundários O modo secundário de criação de Estados vai acontecer por meio da união ou divisão de um Estado já existente. No primeiro caso, da união, ele pode acontecer por meio da confederação, federação, a união real e a união pessoal. Esses são considerados formas de Estado e vamos estudar em nossas próximas aulas. Mas, para vocês terem uma noção, vamos falar da união da Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, tornando esses dois países em uma única unidade nacional. Com relação à divisão dos Estados, ainda podemos dividi-los de duas formas, uma chamada de divisão nacional e outra chama de divisão sucessoral (Cicco, 2016). A divisão nacional dos Estados ocorre quando dentro de um Estado maior determinadas regiões se separam dele dando origem a um novo Estado, como foi a caso da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que depois do ano de 1991, foi extinta dando origem a uma série de novos Estados como Cazaquistão, o Azerbaijão, Turcomenistão entre outros. (Cicco, 2016). A outra forma de divisão estatal é o modo sucessoral, que ocorria a época do Estado medieval, quando o Estado considerado como propriedade do monarca, era dividido entre os seus parentes e sucessores, desdobrando-se, assim, em reinos menores autônomos. Esse modo de divisão na atualidade não é mais possível, tendo em vista que o Estadonão é propriedade do monarca, nem de ninguém, não se reconhece nenhuma forma de propriedade sob o Estado. Na sequência, vamos verificar o último modo de nascimento do Estado, que é o modo derivado de formação do Estado. 2.1.3 - Modos derivados Os modos derivados surgiram junto com as colonizações e conquistas de novos territórios, pois todas as formas de nascimento do Estado dentro dos modos derivados envolvem outro país. Assim, são modos derivados de formação do Estado a Colonização ou Descolonização, a concessão de direitos de soberania e os atos do governo. a) Colonização ou descolonização Comentamos anteriormente que a América foi colonizada Disponível em: http://boards.straightdope. com/. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://www.grupoes- colar.com/pesquisa/conquista-e-co- lonizacao-da-america-latina.html. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://www.tecmundo. com.br/ciencia. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: www.prograd.ufg.br Observem que a foto ao lado se trata de uma ilustração somente exemplificativa, claro que não vai haver uma rachadura visível na se- paração de um Estado, não dessa forma, geralmente as fronteiras são definidas com bases em trata- dos ou de outras formas que vamos estudar em elementos do Estado. 17 do Estado, que no nosso caso, é nosso objeto de estudo. Vamos falar aqui de cinco teorias que explicam o nascimento do Estado, que são elas, teoria da origem natural, teoria da origem familiar, teoria da origem contratual, teoria da origem patrimonial e teoria da força. 2.2.1 - Teoria da Origem natural Como o próprio nome já diz, para os adeptos dessa teoria, o Estado não surge de um fator isolado, mas da junção de vários fatores, como a família, a propriedade, e outros fatores necessários para isso. Logo, refutam qualquer teoria que parte de premissas individuais, e assim, para eles, o Estado vai surgir naturalmente com a junção de todos esses elementos. 2.2.2 - Teoria da origem familiar A teoria da origem familiar tem como seus idealizadores Aristóteles e São Tomas de Aquino, que sustentam que o estado nasceu da célula familiar, passando pela evolução à sociedade primitiva, pelo estágio de Nação, até chegarem ao estágio final de Estado. E utilizam o Estado Grego e Romano como exemplo. Ainda dentro da teoria da origem familiar, alguns autores pontuam que ela pode ser dividida entre a origem patriarcal e matriarcal, para a primeira corrente, o Estado surgiu de uma família, onde a autoridade suprema pertencia ao varão mais velho, ou seja, ao patriarca da família. Ao verificarmos todos os textos antigos, que relatam a história da humanidade, veremos que em todas elas constam como chefes os homens, e principalmente, entre os governos monárquicos. Existe ainda uma pequena parte que atribui essa origem familiar à matriarca da família, mas isso a época não era possível, há não ser nos casos em que as mesmas eram consideradas promíscuas e, portanto, teria que cuidar dos seus filhos sozinhas. 2.2.3 - Teoria da origem patrimonial Para essa teoria, a posse de terra gerou o poder público e deu origem a organização estatal. Um bom exemplo foi a sociedade feudal, que tinha seu fundamento todo organizado em feudos e, portanto, na terra. Essa teoria perde força no momento em que a sociedade começa a ser envolvida em questões de comércio, expansão de fronteiras marítimas e recebimento de terras por sucessão, uma vez que nestes atos a propriedade poderia ser disponibilizada para terceiros sem pelos europeus, e nesse processo de colonização, todos esses países foram colônias de algum Estado europeu. Quando a evolução dessa colônia acontece e chega a um ponto que essas colônias começam a buscar sua independência, vai acontecer a descolonização e, automaticamente, a independência desses, tornando-os novos países. Temos como exemplo o próprio Brasil que durante um bom tempo foi colônia de Portugal e depois se tornou independente. Podemos citar também Angola, Moçambique, os Estados norte- americanos. Os mais recentes foram Timor Lestes, que deixou de ser colônia de Portugal e Argélia, que deixou de ser colônia da França (Cicco, 2016). b) Concessão dos direitos de soberania A concessão dos direitos de soberania é uma deliberação do monarca, isto é, eles por sua livre vontade pessoal, outorgavam direitos aos seus principados, ducados, libertando-os de sua égide. Foi o que aconteceu com a Irlanda do Norte e o Canadá, que tiveram sua soberania reconhecida pelo governo inglês, mas eles mantiveram-se como membros da British Commonwealth of Nations, ressalta-se que esse ato se deu por vontade dos próprios países. c) Atos do Governo Esse tipo de nascimento de Estado se deu no passado, quando ainda existiam grandes impérios e colonizações, o que permitia que seus imperadores ou monarcas permitissem a libertação dos mesmos por meio de ato de soberania, então, Napoleão, que foi um dos grandes conquistadores, libertou vários Estados, como por exemplo, a Luisiana, antiga colônia francesa. Esses são os modos derivados de formação estatal. O que se busca hoje para a formação de um novo Estado, é a irredutibilidade de interesses, busca-se uma sociedade mais pacífica e igualitária para todos, a necessidade de uma autonomia econômica e política, dependendo do Estado, uma divergência muito grande entre as raças, que os impossibilitam de permanecer sob uma mesma unidade estatal, pois suas aspirações e coligações não estão de acordo com o interesse do resto do Estado. A British Commonwealth of Nations, é uma organização intragovernamental, composta por 53 países, onde somente dois deles não fizeram parte do Império Britânico, os demais todos eram antigas colônias do Império Bri- tânico, e essa junção tem por finalidade a cooperação e o desenvolvimento de todos os Estados membros. Eles visam a promoção da democracia, dos direitos humanos, proteção das garantias e liberdades individuais, com a finalidade final de promoção da paz social. Disponível em: http:// www.nacentralohio.com/ rethinking-cancer/. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://blog. agrishow.com.br. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http:// www.nacentralohio.com/ rethinking-cancer/. Acesso em: 17 nov 2017. Enfim, na atualidade, a formação de um novo Estado vai depender de uma série de fatores internos e externos, o que dificulta e impossibilita muito esses surgimentos. Vimos quais são os modos de nascimento do Estado, vamos ver agora quais as teorias que justificam esse nascimento e depois as formas de extinção do Estado. 2.2 - Teorias Estatais A origem da humanidade sempre foi tópico de muitas discussões em todos os campos de estudos, e no direito não é diferente, temos inúmeras teorias que justificam o nascimento Disponível em: https:// amenteemaravilhosa.com. br/sua-liberdade-termina- -comeca-minha. Acesso em: 17 nov 2017. Ciência Política e Constituição 18 que o Estado pudesse intervir de forma eficaz. 2.2.4 - Teoria da força Para essa teoria, os homens viviam em constante guerra entre si, e aqueles que venceram, criaram o estado para dominar os vencidos. Para ela, com o fim de controlar as ações individuais e a observância das normas se estabelece a força, assim, devem as pessoas submeter-se a este poder de força do Estado, uma vez que este último exercitaria a função de guardião da ordem coletiva. Essa teoria se aproxima do pensamento marxista de que a história se desenvolve em um processo histórico de luta pelo poder, explicando-se então a supremacia política, econômica, militar etc. dos mais fortes sobre os mais fracos. De maneira mais contundente, diz o pensador Friedrich Nietzsche, que o Estado é resultado da violência desenfreada. (Cicco, 2017). Assim, para essa teoria temos um grupo de comandantes e o outro de comandados. Essas são as principais teorias que explicam o nascimento do Estado, agora vamos estudar quaissão as formas de extinção do Estado. 2.3 - Extinção do Estado Falarmos em extinção do Estado, em um primeiro momento parece missão impossível, tendo em vista que em nossas mentes Estado é para a vida inteira, mas existe sim uma corrente de filósofos chamados de organicistas ou também conhecidos como Escola Orgânica, que pregam que o Estado como qualquer ser vivo deve nascer, crescer, florescer e morrer. Parece impensável algo do gênero, mas existem sim situações em que o Estado, por motivos alheios, pode deixar de existir, e essas situações são divididos em Modos gerais e modos específicos. 2.3.1 - Modos gerais Dentre os modos gerais se encontram as causas naturais de extinção do Estado, significa dizer que havendo a perca de um dos elementos do Estado, ele deixará de existir. Como assim professora, um Estado deixar de existir por perder um de seus elementos? Não consigo imaginar como isso é possível! Bem vamos lá, vamos responder a esses questionamentos. Como explicamos em nota, o Estado é composto por sua população, pelo seu território e pelo seu governo. Se desaparecer qualquer um desses elementos, o Estado deixa de existir. Vamos imaginar uma grande inundação, que venha a alcançar o território inteiro do Uruguai no Sul da América do Sul, nesse caso hipotético, esses países deixarão de existir, desaparecendo por causas naturais. Vamos pensar em outra hipótese, uma contaminação do solo de um Estado que se torna impossível produzir qualquer coisa nele, nesse caso também estará prejudicado o território desse Estado e ele também deixará de existir. Esse fato realmente ocorreu: uma nevasca, o que obrigou o povo helvético a deixar seu território pelo fato de ele ter se tornado inabitável. Assim, o território de um Estado pode desaparecer por causas naturais: em casos de erupção de um vulcão, como foi o caso de Pompéia no império romano, que foi totalmente destruída no 79 da era Cristã, maremotos, terremos, etc. (Cicco, 2016). Pontuamos o desaparecimento do Estado por causas naturais em relação ao território, vamos falar agora da população, de que forma essa população pode desaparecer na atualidade? Somente uma contaminação em massa que não tenha cura pode fazer com que uma população inteira seja dizimada, assim como ocorreu com o mundo na época da peste negra, claro que não acabou com um Estado inteiro, mas dizimou grande parte da população mundial. Então, somente um desastre natural ou uma doença fatal, pode hoje dizimar a população inteira de um Estado e acabar com esse elemento, se isso acontecer, o Estado deixa de existir. Por fim, como último elemento, teríamos o desaparecimento do governo, mas nesses casos, pode o governo deixar de existir até a implantação de um novo, e isso não configura o desaparecimento do Estado, ainda, alguns autores pontuam que não tem como o governo desaparecer há não ser por outras causas como expulsão ou conquista, desta forma se encaixa em outras situações de extinção do Estado. Após verificarmos os modos gerais, vamos verificar agora os modos específicos. 2.3.2 - Modos específicos Após verificarmos os modos gerais, vamos falar agora Disponível em: http://zelmar.blogs- pot.com.br. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://www.dn.pt/mundo/ interior. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: http://www.sitedecuriosi- dades.com. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://en.wikipedia.org/ wiki/Fort_Snelling_National_Cemetery. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://tho- th3126.com.br/terra-ja-esta- -no-inicio-de-uma-sexta-ex- tincao-em-massa/. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://noticias.r7.com/ cidades/noticias. Acesso em: 17 nov 2017. Temos por elementos do Estado a População o território e o governo. 19 dos modos específicos, que são subdivido em: conquista, emigração, expulsão e recusa dos direitos de soberania. a) Conquista O modo de extinção em função da conquista vai ocorrer quando um Estado em determinado época é invadido por forças inimigas (de outro Estado soberano), ou fracionado violentamente por movimentos separatistas insuflados por Estados estrangeiros que pretendem o desfazimento da hegemonia existente no Estado invadido. O lado de quem está perdendo. Tinha o Estado e não tem mais. Assim, o vencedor do conflito vai ficar com sua conquista e dominar aquele território. Lembra quando dissemos a respeito do desaparecimento do governo, no caso da conquista o governo do vencido deixa de existir, e com ele desaparece o Estado, como foi o caso da Polônia, Tchecoslováquia no decorrer da primeira guerra mundial. b) Expulsão A expulsão vai ocorrer quando, após uma disputa entre dois Estados soberanos, ou entre Estados e forças inimigas bárbaras, em que um dos Estados é vencido e perde sua soberania, as forças vencedoras impõem a população vencida o seu deslocamento total para outra região, ou seja, são forçados pelos vencedores da batalha ou invasão a mudarem de região. Podemos citar como exemplo as invasões barbaras, onde eles não permitiam que os conquistados permanecessem dentro do território conquistado. Observação, nossa charge acima é uma brincadeira a expulsão que, claro, era coisa muita séria. c) Emigração Vimos, anteriormente, que o Estado desaparece quando seu território deixa de existir, nesse caso se o território sofreu algo que não é mais possível habitá- lo, sua população será obrigada a emigrar para outro Estado, como convidados do mesmo. Como uma radiação atômica, por exemplo. Por fim, veremos agora a última forma de extinção do Estado, que se trata da renúncia aos direitos de soberania. d) Renúncia aos direitos de soberania A Renúncia aos direitos de soberania vai ocorrer quando um Estado soberano reconhece as suas dificuldades internas de autossustentação, ou de sobrevivência frente às dificuldades temporais ou locais, renuncia os seus direitos de autodeterminação, a sua soberania, em favor de outro Estado soberano melhor estruturado e desenvolvido, capaz de ajudar o desenvolvimento daquele Estado que antes não conseguia Disponível em: http://sites.universal. org/obreirosuniversal. Acesso em: 17 nov 2017. Disponível em: https://draflaviaortega. jusbrasil.com.br. Acesso em: 17 nov 2017. Dispomível em: http://www.espacojames. com.br/carrega.. Acesso em: 17 nov 2017. Esses são os modos de extinção do Estado, na atualidade, basicamente somente tragédias naturais, guerras que configurariam a conquista, ou renúncias do direito de soberania que poderiam fazer Estados serem extintos. Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar nossa aula, vamos recordar: 1 – Nação Como funciona a nação e sua importância na formação do Estado. Vimos também que uma nação não precisa de território para sobreviver e, é possível encontrar uma mesma nação em vários Estados, assim como um Estado conter inúmeras nações como é o caso do Brasil. 2 – Estado – Teorias Estatais Verificamos como ocorre o nascimento do Estado, as teorias que permeiam o nascimento do Estado e sua importância para o mundo jurídico, bem como as formas de extinção do Estado, os tipos, modos gerais e modos específicos e quais as suas peculiaridades. Vale a pena CICCO, Claudio de; GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e ciência política. 7. ed. rev. e ampl. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2016. CRETELLA NETO, Jose; CRETELLA JR., Jose. 1000 Perguntas e respostas sobre Teoria Geral do Estado. 6. ed. Rio de Janeiro : Editora Forense, 2007. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. Saraiva, 24 ed. 2012. GONZAGA, Alvaro de Azevedo; ROQUE, Nathaly Campitelli. Vade Mecum Humanístico. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. PAULA, Jonatas Luiz Moreira de. Ciência Política: Estado e Justiça. Leme : J. H. Mizuno, 2007. Vale a pena ler existir de forma autônoma. No ano de 1837, o Estado mexicano do Texas declarousua independência, mas sete anos depois ao ver que não era possível permanecer autossuficiente, ele renunciou a sua soberania em 1845, em favor dos Estado Unidos da América, passando a fazer parte da federação americana. (Cicco, 2016).
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