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TCC - Priscila Bravo

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2
UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP
 CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
PRISCILA SILVA DO NASCIMENTO BRAVO 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DESEMPREGO, QUESTÃO SOCIAL E A ECONÔMIA SOLIDÁRIA
TUTOR PRESENCIAL: SILVANA APARECIDA CHIUSI
TUTOR À DISTÂNCIA: JÔSI DA COSTA GREFFE
LIMEIRA SP
2020
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
Trabalho apresentado ao curso de Serviço Social do Centro de Educação a Distância – CEAD da universidade Anhanguera UNIDERP como requisito obrigatório para cumprimento da disciplina de trabalho de conclusão de curso II
PRISCILA SILVA DO NASCIMENTO BRAVO
TUTOR PRESENCIAL: SILVANA APARECIDA CHIUSI
TUTOR À DISTÂNCIA: JÔSI DA COSTA GREFFE
LIMEIRA SP
2020
RESUMO
O presente trabalho, vem a explanar desde o início e implantação do sistema capitalista no Brasil, com o intuito de trazer a compreensão de como este sistema vem a trazer grandes consequências para os menos favorecidos, como o desemprego, que vem a trazer inúmeras questões sociais para os trabalhadores, desemprego este estruturalmente formulado pela burguesia, e historicamente construído no país.
Palavra-chave: Questão social, desemprego estrutural, capitalismo, trabalho
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	5
2. DESENVOLVIMENTO	7
2.1 Inicio do Capitalismo	7
2.2 As Políticas Sociais no contexto capitalista	9
2.3 Formação do Mercado de Trabalho no Brasil	12
2.4 DESEMPREGO: A GENESE DAS QUESTOES SOCIAIS	14
2.5 Questões Sociais e Serviço Social	17
2.6 Economia Solidaria: uma saída para o combate das desigualdades sociais	21
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS	25
4. REFERÊNCIAS	27
INTRODUÇÃO
O capitalismo é um sistema econômico, baseado na propriedade privada dos meios de produção, tendo como principal objetivo o lucro e a acumulação de riqueza, trazendo a centralização do capital, o qual amplia e acelera cumulativamente as transformações qualitativas na composição técnica do capital; ocorrendo crescente acréscimo de sua parte constante em relação á sua parte variável e assim vem a reduzir a demanda relativa de trabalho. Tem como premissa o projeto neoliberal que vem a apostar em um Estado mínimo, onde a transferência da responsabilidade estatal é feita para a sociedade civil e privada, este modelo econômico conduz a sociedade ao desemprego estrutural, e pode se considerar um dos maiores problemas sociais, o qual acarreta outras problemáticas. 
 As problemáticas trazidas pelo sistema capitalista enquanto expressão da questão social, está na perspectiva de aglutinar os problemas sociais que atingem a humanidade num contexto de totalidade do processo histórico e estas situações se dão pela decorrência da contradição que se consolida com o desenvolver da sociedade capitalista: trabalho versus capital.
Tais dificuldades, traz muitos desafios a atuação do profissional de Serviço Social, o qual tem que superar os limites impostos pelo capitalismo, requerendo a ações criativas e propositivas de natureza emancipatória dos sujeitos sociais. O presente trabalho busca compreender o desemprego estrutural e a imersão das questões sociais neste contexto e o trabalho do Serviço Social frente a essa problemática.
Visando compreender a questão social do desemprego, os impactos causados pelo projeto neoliberal e consequentemente dar bases sobre a profissão de Serviço Social e contextualizar o trabalho do profissional frente a este conflito do capital e trabalho. Buscando entender o processo de produção capitalista, e o desemprego ocasionado pelo mesmo no Brasil, compreender a relação capital x trabalho e as políticas públicas no contexto capitalista, reconhecer o papel do Profissional de Serviço Social, frente as questões sociais, originadas decorrente do processo capitalista e analisar a atual conjuntura neoliberal e desenvolver políticas públicas que contribua para o enfrentamento do desemprego
 O objeto de estudo do Serviço Social é as expressões da questão social, e as famílias que reside no Brasil, está enfrentando o desemprego, causado pelo sistema capitalista em que vivemos no qual não dá conta de absorver toda mão de obra, como também propositalmente exclui parte da população do mercado de trabalho com o intuito de pressão aos trabalhadores, tanto os que estão em busca do trabalho quanto aos que estão trabalhando, muitas das vezes preferem se submeter a condições vexatórias de emprego do que ficar sem o mesmo, conduzidos por uma lógica neoliberal, excludente e individualista, que por sua vez traz consigo muitas vulnerabilidades social e risco de exclusão social. Este projeto tem a intenção compreender o sistema capitalista, e a questão do desemprego que este sistema traz, como também entender as política públicas neste contexto, consequentemente dar bases sobre a profissão de Serviço social, contextualizando o trabalho deste profissional frente ao conflito do capital trabalho, para que o mesmo perceba a importância da profissão na luta por direitos sociais, mesmo que esteja numa sociedade capitalista selvagem, estabelecendo dentro dela outras propostas em benefício da classe trabalhadora, trazendo como proposta para o enfrentamento da questões sociais a economia solidária .
	Esperando que com este estudo o profissional perceba que a sua ação, mesmo sendo limitada muita das vezes, pode conduzir a classe trabalhadora a se organizar e reconhecer-se enquanto classe, ensejando a luta por uma sociedade mais justa.
Este trabalho será desenvolvido através de uma discussão teórica e metodológica sobre o mundo do trabalho, dialogando com os autores que tratam desta relação conflituosa entre o capital e trabalho, debater sobre o ofício do Assistente Social, frente as dificuldades enfrentadas no âmbito dos conflitos gerados pelo sistema econômico vivenciado; tendo o usuário sempre como coadjuvante neste processo, tendo como objetivo a transformação da sociedade, e contribuir para a promoção da mudança política, econômica, social e cultural.
DESENVOLVIMENTO
2.1 Inicio do capitalismo 
A fim de que possamos compreender a natureza e a importância dos trabalhadores, assim como também as expressões sociais sofridas pelas mazelas da sociedade é necessário explicitar como se deu o processo de produção capitalista no mundo e principalmente no Brasil, para daí podermos corroborar com as análises que consideram a forma de organização social em que vivemos como embasadas na exploração do trabalho humano.
Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Dilacerou sem piedade todos os complexos e variados laços que uniam o homem e homem, outro vínculo senão o frio interesse, as duras exigências do “pagamento em dinheiro”. Afogou os sagrados frêmitos do êxtase religioso, do entusiasmo cavaleiresco, do sentimento pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo egoísta. Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca e, no lugar das inúmeras liberdades tão duramente conquistadas, implantou a única e implacável Liberdade de comércio. Numa palavra, em lugar da exploração que as ilusões políticas e religiosas mascaravam, implantou uma exploração aberta, despudorada, direta e brutal. (Marx,2018, pg 48).
No feudalismo os servos eram donos dos meios de produção, e o comércio era feito através de trocas por mercadorias; diferentemente do capitalismo que vem a abrir uma lacuna neste modo de produção onde agora os donos dos meios de produção são os capitalistas, pelo privatismo, produção simples e ampliada pela acumulação e do modo de acumulação, Faleiros em a política do Estado capitalista traz bem clara esta questão quando diz:
 
A ordem medieval se desmoronou em sua estrutura social e política, em consequência das modificações nas relações de produção, diante das novas exigências de produção dos valores e de intercâmbio de mercadorias. (Faleiros pag,12)
 A partir deste modo de produção o salário é o modo de se adquirir a subsistência , e este é adquirido na produçãoda mais valia, a partir deste momento o trabalhador necessita de vender a sua mão de obra para obter o seu sustento e o de sua família, mas o grande problema neste novo modo de produção é que a força de trabalho do proletariado não é valorizada como tal, e este encontra diversos obstáculos, com os baixos salários, as crianças e mulheres foram para os chão de fábrica, enfrentar trabalhos insalubres, perigosos principalmente para as e com jornadas de trabalho longas e exaustiva iniciando a partir daí inúmeras expressões da questão social e tornando o trabalhador “escravo” do sistema, Faleiros retrata muito bem esta situação:
O processo de industrialização e a proletarização impulsionado pelo desenvolvimento do capitalismo, destruiu as formas de autossubsistência, tornando os indivíduos dependentes do salário e do consumo de massa para sobreviverem. (Faleiros, 1980)
O processo de produção capitalista no Brasil segundo Marcio Pochmann foi introduzida através da passagem da sociedade agrária – escravista , no final da quarta parte do século XIX, a qual trouxe os suportes materiais do Estado capitalista no país; segundo o autor foi após as ocorrências da década de 1930, que se construiu a munificência contemporânea, juntamente com as especificidades da revolução burguesa a qual incitou o projeto de industrialização nacional, não tendo no país histórico de feudalismo e sim de um caminho liberal tradicional. 
Ainda sobre o processo de implantação do capitalismo no Brasil, a autora Draibe (1985) nos traz que houve três fazes para caracterização da constituição do Estado capitalista brasileiro; Pela ótica de vista da produção de mercadorias e do desenvolvimento das forças produtivas , direcionando como ponto inicial o trabalho assalariado, a autora aponta as seguintes fazes: economia exportadora; industrialização restringida; industrialização pesada. 
Draibe(1985) retrata que a largada para a implantação da economia industrial no Brasil se deu ainda no período agroexportador.
Com a constituição da economia capitalista exportadora no Brasil, abre-se um período de transição capitalista. Conforma-se uma estrutura econômica na qual aparecem as diversas formas de capital: o comercial, o bancário, o produtivo, ligados a atividades de exportação, o capital estrangeiro com suas inversões em sistema de transporte, serviços públicos, etc.; e finalmente, o capital industrial (DRAIBE,1985, P.12)
2.2 As políticas sociais no contexto capitalista
 Ao analisarmos o processo de implantação e a lógica do sistema capitalista no País considero de suma importância analisarmos as políticas públicas neste contexto para que possamos compreender a lógica deste sistema, no qual velado em lógica de bem estar social, porém atende a lógica do capital, e não está ligada diretamente na garantia exclusiva de bem estar de toda a nação incluindo a sua grande maioria o proletariado. A política social segundo Faleiros (1941) abrange um papel importante no capitalismo monopolista, e vem sendo interessante para diversos profissionais, como assistentes sociais, médicos, assim sendo que com a intervenção estatal se encontra na perspectiva ou na realidade do trabalho assalariado inerentes a função pública.
 
A problemática da política social ocupou uma importância estratégica fundamental na etapa do capitalismo monopolista do Estado. Justamente esse lugar estratégico vem do papel que o Estado exerce para proteger, financiar e suportar o capitalismo monopolista, tanto nos países hegemônicos como nos países dependentes. (Faleiros, 1941, P.11)
Ainda segundo Faleiros (1980) com o aproveitamento da avançada tecnologia, da celeridade, das ramificações trabalhistas e do aumento da produtividade, o sistema capitalista visa diminuir a mão de obra dentro das produções aumentando assim a produção e a produtividade. O ser humano é tido como uma “mercadoria” onde a sua força de trabalho é vendida neste sistema desumano e desigual.
A força de trabalho do homem é uma mercadoria, mas uma mercadoria especial. Ela produz o valor e as necessidades a serem mantidas e sustentadas pelos meios de subsistência. Esses meios de subsistência provêm do salário, que é o pagamento da força de trabalho, a qual produz mais que o salário pago: a mais-valia. Hoje em dia as desigualdades sociais mostram que não é a natureza do homem que orienta a economia, mas é a economia que tem necessidade das desigualdades. Por intermédio das desigualdades se estimula o consumo a produtividade e a produção. (Faleiros, 1980, P39)
 
Através das lutas de classe o Estado capitalista veio a conduzir políticas sociais, as quais retratam o resultado da união das forças produtivas e sociais, tais políticas veem como respostas aos trabalhadores porém possuem duplo sentido quando ao mesmo tempo trazem medidas para a igualdades social, também contribuem para a reprodução das classes sociais.
As políticas sociais devem ser vistas de forma contraditória, pois realizam não só uma valorização do capital, mas interferem diretamente na valorização e na validação da força de trabalho, como mercadoria especial, produtora de mais-valia e como sujeito de direitos no pacto da cidadania democrática. (Faleiros,1941. P.70)
No sistema capitalista a classe dominante tem o Estado como seu defensor, o mesmo vem a intervir nas “questões sociais” com vistas a garantir a expansão e acumulação do capital, no período concorrencial do capitalismo podemos observar que esta intervenção estatal tinha um caráter punitivo, trazendo medidas restritivas , procedendo na intersecção da assistência da assistência social e do trabalho forçado.
As lutas dos operariados pela jornada de trabalho, conduziu o Estado á respostas como diferentes regulamentações sociais e de trabalho, entretanto estas intervenções, estavam voltadas minimamente a garantir a reprodução da força de trabalho, apresentando se como uma forma de regulação funcional ao capitalismo nascente.
De acordo com Netto (2006), as políticas sociais[...] são resultantes extremamente complexas de um complicado jogo em que protagonistas e demandas estão atravessados por contradições, “confrontos e conflitos” (Netto, 2006, p.33). Com isto o autor considera que a instrumentalização da intervenção sistemática sobre a “questão social” em favor do capital monopolista não se realiza de forma decorrente e direta, o processo as políticas sociais podem ser consideradas como “conquistas” parciais e significativas para a classe operária e o conjunto dos trabalhadores		
	Faleiros (1980) traz uma importante reflexão sobre a estrutura da intervenção estatal, o mesmo afirma que as políticas sociais se dá na introdução de assistência, previdência social, prestação de serviços, proteção jurídica, construção de equipamentos sociais e de subsídios, porém que estes domínios intervencionais vem a esconder dos proletariados interesses econômicos.
Esses domínios de intervenção são denominados sociais por questões históricas e ideológicas. O fato de se apresentar como social uma medida de política governamental, faz com que pareça boa à população. Assim, quando o governo fala de prioridades sociais, de prioridades humanas, aparece como defensor das camadas pobres, ao mesmo tempo em que oculta e escamoteia a vinculação dessas medidas à estrutura econômica e à acumulação de capital. (Faleiros,1980, p. 62)
Pode se entender através do autor Faleiros1980 que grandes são os impactos sofridos pela população através das políticas públicas, onde as mesma tende ao desígnio de atuar na força de trabalho potencial, das quais usufruem de seguros sociais, porém estão subordinados aos recursos orçamentários disponíveis, como também as mudanças políticas. Compreendemos que o estado age para manter o capital, como diz Netto em seu livro capitalismo monopolista e serviço social; está claro assim que o Estado foi capturado pela lógica do capital monopolista. (Netto,2009, P.26).
As políticas públicas no capitalismo age não para o bem estar da sociedade como um todo, mas a favor de um maior poderde acumulação e para ocultar possíveis movimentos sindicalistas ou sociais na sociedade, favorecendo aos patronatos, e diminuindo o poder de luta dos trabalhadores, os quais são induzidos ao consumo e salientados pelo “emprego” no qual são levados a crença que “melhor tê-lo do que não o possuir, em uma lógica que lhe surrupiam direitos historicamente conquistados, como diz Faleiros 1980, ao citar o texto de Louis Althusser, sobre “Ideologia e Aparelhos Ideológico do Estado”.
Nesse texto, os aparelhos de políticas sociais (embora o autor não utilize esse nome) aparecem como que monoliticamente orquestrados (“a única partitura que domina nesse conserto é a partitura da classe dominante”.) pelas classes dominantes para subjugar, para realizar a submissão total do proletariado às classes dominantes. Exercem a função de reproduzir a subordinação das classes dominadas.
As políticas sociais aparecem, assim, como intrinsecamente perversas, feitas por “essa máquina de repressão” (sic!) que é o Estado. (Faleiros, 1980.P 64).
2.3 Formação do mercado de trabalho no Brasil
Tendo em vista que a ótica do capitalismo é a acumulação de bens e a exploração do trabalho, podemos ver que na história dos trabalhadores foi palco, de inúmeras explorações e miséria, estando estes submetidos a burguesia como já mencionado neste trabalho, sendo assim é de fundamental importância um estudo mais detido dessa realidade, assim contribuindo com o debate referente a subordinação e a precarização em que se insere a classe trabalhadora.
Observando as condições históricas, ao olharmos sobre a formação da estrutura econômica-social da américa latina, pode se visualizar os elementos que determinaram suas características histórico-estruturais, a qual podemos concretizar como heterogeneidade estrutural. O Brasil se inseriu tardiamente no capitalismo, e de uma forma estreita dentro desta condição, a heterogeneidade estrutural no Brasil possui fundamentos históricos conjugado e similar; o certame do desemprego estrutural. Porém antes de observar como estes elementos se conversam é necessário entender a estrutura histórica do mercado de trabalho brasileiro; questões importantes para a compreensão das problemática contemporânea do emprego no Brasil. Os fatos históricos que decorreram no Brasil foram a gênese que constituiu o mercado e as relações de trabalho no país, Dedecca (2005), nos traz que três elementos se articulam na estruturação do mercado de trabalho no Brasil, primeiro a autora retrata ao movimento de transição do trabalho escravo para o trabalho livre, o qual explicaria a grande mão de obra que havia no momento inicial ao processo de industrialização. Outro elemento seria a expansão cafeeira a qual foi intensa e houve a necessidade de uma política migratória para fornecer a demanda por trabalho, porém ao invés de se restituir a população das regiões Norte e Nordeste, estando estes em decadência de suas atividades principais, o governo optou em uma política de migração externa financiada pelo Estado central, reconstituindo um montagem do mercado de trabalho brasileiro sem aproveitar a mão de obra já existente no país. O terceiro elemento, seria a crise do setor cafeeiro e o processo inicial da industrialização, das quais vieram no momento do envolvimento das atividades econômicas com o mercado de trabalho.
Na história do Brasil, podemos observar que nos anos 30, deu-se a população começou a sair do campo para as cidades em busca de uma “melhor” qualidade de vida, porém naquela época a região sudeste já tinha o seu mercado de trabalho montado e não conseguia absorver toda a mão de obra, como também que a regulação do mercado de trabalho, em 1940, neste mesmo período foi estabelecido a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Todavia tais legislações que expressava ser favorável aos trabalhadores, veio a facilitar a repressão e manipulação política da Era Vargas; ao fim de 1980 metade da população que não possuía o sistema de proteção social, estes acontecimentos fortificou a reprodução de um mercado de trabalho pouco institucionalizado, e com grande presença de contratos de trabalho informal.
Através dos fatos apresentados , pode se identificar que as relações de trabalho no Brasil geminam e se consolidam fundadas pelo excesso de mão de obra , como também pela marginalização da classe trabalhadora, caracterizada pelo escravismo, ausência de políticas públicas que incluísse os trabalhadores rurais no mercado de trabalho, é neste cenário que inicia a crise agroexportadora e o surgimento do processo de industrialização, a qual só foi possível através de uma mão de obra excedente, os quais eram submetidos a explorações e baixos salários, e mediante ao cenário de incapacidade de absorção de mão de obra o Brasil se caracteriza pelo desemprego estrutural.
Além das características trazidas para o mercado através do excedente de mão de obra, se obtêm através deste um mercado de trabalho com níveis de remuneração baixos, e trabalhadores de diferentes setores, possuem extintas condições de trabalho, carga horária, formas de salário e proteção social.
2.4 DESEMPREGO A GÊNESE DAS QUESTÕES SOCIAIS
Estando a sociedade imergida em um sistema cruel e excludente, o desemprego é inevitável, com isso gostaria de iniciar esta discussão referente ao desemprego e a imersão das questões sociais, uma interpretação de Otávio Ianni, o qual é um importante nome da sociologia brasileira, que entendendo a oposição da sociedade de classe , da relação entre capital x trabalho, nos traz uma contradição inconformidade ainda mais dissimulado e visível na contemporaneidade:
A um lado “encontra-se uma moderna sociedade industrial, que já é a 8ª economia do mundo ocidental e acusa um extraordinário dinamismo”. No outro “encontra-se uma sociedade primitiva, vivendo em nível de subsistência, no mundo rural, ou em condições de miserável marginalidade urbana, ostentando padrões de pobreza e ignorância comparáveis aos das mais atrasadas sociedades afro-asiáticas” 
É curioso observar que essas análises não estabelecem uma relação evidente, mas incômoda: que a prosperidade do capital e a força do Estado estão enraizadas na exploração dos trabalhadores do campo e cidade. Precisamente as vítimas das “dificuldades agudas da fome, desnutrição, falta de habitação condigna e de mínimas condições de saúde”. (IANNI, 1991, P.4).
Assim compreendemos uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo trabalhador, que em meio a um sistema onde a exploração e a acumulação está acima do bem estar de uma sociedade que muitas vezes sem emprego, ou quando empregado vive a agonia da soberba imposta pelo capital, onde é submetido a baixos salários impossibilitando que seja garantido o que foi declarado na Declaração universal dos Diretos do Homem no seu artigo XXIII-1. Todo homem tem direito ao trabalho, á livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
As teorias neoliberais é uma maneira encontrada pelo mundo capitalista para superar suas crises. Toda vez que o capital se depara com uma crise, encontra maneira de superá-la nos apresentando novidades(LECHAT,2002).As consequências dos processos capitalista , faz com que o mesmo venha a obter novos padrões de produção, de acumulação e concorrência que interferem diretamente na classe trabalhadora; o processo produtivo da sociedade capitalista neoliberal, impõe mais eficácia elevando o desenvolvimento tecnológico, na informatização, como resultado afeta diretamente as relações de trabalho.
Neste modelo neoliberal ocorre uma desregulamentação dos mercados nacionais, e assim o desemprego assume hoje um sentido estrutural, como também a formas precárias de trabalho- o subemprego, e deste modo surge o desemprego como expressão latente da questão social no contemporâneo, não sendo um problema individual, mas sim um problema social, no qual acomete todas as camadas da população não dependendo de sua condição, estatisticamente os índices disponibilizados pelo IBGE, mostra que a taxade desemprego aumenta brutalmente e segundo Pochmann as problemáticas do desemprego são maiores que as estatísticas mostra.
O cálculo oficial do desemprego calculado pelo IBGE mascara o verdadeiro problema social. Pois o IBGE considera uma pessoa desempregada, quando:
a) ela estiver procurando emprego, nessa semana da pesquisa.
b) ela está disponível para ir trabalhar imediatamente
c) e não conseguiu trabalhar. Nem uma hora na última semana, em qualquer atividade.
Assim, o problema social é bem maior, porque está mascarado pela metodologia. Em São Paulo há uma taxa de 12,4% de desempregados medidos pelo IBGE, mas há outros 7,2% que são trabalhadores informais, disfarçados, que que trabalharam alguma hora na semana, até mesmo para poder sobreviver, em algum bico. Mas não tem trabalho. Por tanto a taxa de desemprego é de 19,6% na grande são Paulo. Já no estado do Piauí , a taxa de desemprego do IBGE é de 5,1% da população economicamente ativa, mas se somarmos o desemprego disfarçado, daqueles que não tem trabalho mas trabalharam pelo menos uma hora na semana passada, esse indicador é de 55,1% da população e o total de desempregados real no Piauí, sobe para 60,3% de toda população ( o desemprego atinge a todo o país. Em São Paulo, na última década -1993-2003- o desemprego cresceu em 60%, mas no Piauí, estado de menor renda per capita, o desemprego cresceu 180%. Três vezes mais). 
Na situação atual, em que o estado não toma nenhuma iniciativa para resolver o problema, nem sequer garante ajuda desemprego, por mais que alguns meses, cerca de 2/3 das pessoas que conseguiram emprego, dizem, que , conseguiram graças à ajuda de amigos e parentes!( POCHMANN,2003 P.2-3)
Assim percebemos, uma produção exacerbada do desemprego e uma ótica sem contexto social das estatísticas aumentando assim, trabalho parcial, temporário, terceirizado, precário, subcontratado. O Estado afastando-se da responsabilidade para com os desempregados cede espaço para o trabalho informal, trazendo assim nesta ótica neoliberal uma visão para a população de “empreendedorismo” cedendo espaço para o trabalho informal, nasce assim a flexibilização do trabalho.
E assim o trabalhador se sujeita a formas de contratação inadequada na qual seus direitos sociais não são assegurados, retrocedendo os movimentos sociais, e incidindo na precarização da classe trabalhadora.
O desemprego, obviamente, é um elemento chave na desintegração do movimento unitário da classe trabalhadora. O grau de competitividade de individualismo que os trabalhadores foram levados nos anos 90 só pode encontrar parâmetros de comparação no processo idêntico no processo idêntico ocorrido nos anos 80 nos países centrais do capitalismo. (...) Não foi apenas o desemprego o responsável pela crise do discurso do Novo Sindicalismo; (...) Mas é forçoso admitir que a perda de capacidade de ação política dos trabalhadores tem, sim, um componente psicossocial elevado, e que a possibilidade da perda do posto de trabalho, numa economia altamente instável como aquela do início dos anos 90, com uma elevação progressiva das taxas de desemprego, é um elemento crucial no momento do trabalhador decidir se se filia ou não ao sindicato, se participa ou não da assembleia, se entra ou não em greve, se participa ou não da manifestação contra o patronato.(CRUZ,2000, P.124)
Podemos perceber com o exposto que na sociedade capitalista, há uma grande pressão sobre o trabalhador no qual imposto pelo sistema á ter que trabalhar por salário, além de impor ao mesmo trabalhos que na grande maioria das vezes não lhe garantem um bem estar social digno, ainda traz ao trabalhador a insegurança, fazendo que o mesmo aceite as condições de trabalho imposta pelo empregador e diminuindo seu poder de decisão, e manifestação. 
Sendo o desemprego uma expressão da questão social, reflete diretamente na história da sociedade brasileira, aumentando a violência, tráfico de drogas, a marginalidade social, e precisamos nos atentar nestas questões, não aceitando o argumento político conservador de que não tem solução para o desemprego.
2.5 Questões sociais e Serviço Social
A questão social está intrinsecamente relacionada com a exploração, como já citado neste trabalho e analisando a história e a formação do mercado de trabalho no Brasil, percebemos como se deu tais manifestações no país, como também compreendemos como foi a formação do “exército reserva” no país, e como a relação capital x trabalho vem a afetar diretamente o proletariado.
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e e seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão. (Iamamoto,1983, P.77)
O serviço social no Brasil surge vinculado a entidades religiosas, tendo uma visão assistencialista e ações filantrópicas, a partir do momento em que o sistema capitalista e a industrialização emergi os seus problemas, e com isto as tensões sociais vem a ficar mais graves, engendrando desigualdades sociais e econômicas. Historicamente o serviço social se desvincula da igreja aos poucos e com o movimento de reconceituação o profissional de serviço social assume uma nova postura, e volta se para a dimensão técnico- cientifica em seu atendimento aos usuários e buscando valorização e reconhecimento.
[...] o Serviço Social desvenda a dimensão política da profissão e enfatiza a relação teoria e prática, sendo a prática fonte fundamental da elaboração teórica, adotando uma abordagem metodológica de aproximação sucessiva, através de uma abordagem do homem como ser concreto nas suas relações sociais, em quanto membro de uma classe( Silva, 1995, p.45).
Através dos estudos levantados por hora, conseguimos compreender que o Serviço Social em quanto profissão está diretamente ligado aos movimentos originários das correspondências que se concretizam no cotidiano.
O surgimento do Serviço Social como profissão na sociedade brasileira, seu assalariamento e a ocupação de um espaço na divisão social e técnica do trabalho, bem como a estruturação de seu mercado de trabalho particular são resultantes de relações históricas, sociais, políticas e econômicas que moldam sua necessidade social e definem os seus usuários (YAZBEK,2006,p.124).
Portanto considerando que o Serviço Social tem a questão social como objeto de trabalho, e em meio ao cenário de desemprego estrutural, o qual vem a afetar diretamente as mazelas da sociedade, o profissional de Serviço Social, trava uma luta diária no enfrentamento das mesmas.
A competitividade individual se acentua, na nossa época, na disputa pelo emprego, pela forma física, pela aparência, pela performance. Nesse contexto de guerra interindividual o fortalecimento do sujeito na prática profissional significa a intervenção na capitalização do sujeito, enquanto enriquecimento da vida individual/coletivamente para que se possa enfrentar essa condição de perda do poder, de perda de “capitais” , de patrimônios afetivos, familiares, culturais econômicos, para enfrentar as mudanças de relações/trajetórias da vida (life course), no tempo histórico e social desta sociedade determinada. As questões sociais se colocam no dia a dia das lutas dos oprimidos, já que somente de forma abstrata e genérica é que se pode falar em questão social. (Faleiros.1999, p.23).
Estando o serviço Social na luta pela universalidade de direitos, o código de ética da profissão, lei 8.662/93 nos traz.
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes- autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;
III. Ampliação e consolidação da cidadania da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; com istopercebemos a ligação deste profissional com a classe trabalhadora e a luta pela igualdade de direitos 
Percebemos com isto a intrínseca relação do profissional de serviço social com o trabalhador, onde pode se observar a preocupação deste profissional com esta categoria desde os primórdios da profissão, mesmo que inicialmente com um ar de caridade, mas as transformações da categoria, fortaleceu os laços com o trabalhador, na luta por igualdade social, e mesmo em meio a tantos obstáculos o mesmo segue em busca da tão sonhada igualdade social, que em meio ao sistema capitalista, e a historicidade vivenciada pelo país, trouxe particularidades ao mundo do trabalho e árduas realidades para o trabalhador como vimos neste trabalho.
No contemporâneo o Serviço Social vem atuar através da implementação de políticas sociais, que muitas vezes se torna em implementação de leis e normas, onde há critérios e padrões, que torna menos importante os seres humanos e suas relações, seja através de atendimento individual, ou reuniões, trabalho em grupo, relatório, planejamento, este profissional tem em seu dia a dia a grande burocracia jurídica das políticas sociais , o qual exige respostas imediatas as demandas impostas, sem que o técnico possa realizar uma análise do movimento histórico- econômico que rodeia os usuários que utiliza os serviços; Tendo em vista que as políticas sociais são complexas e intrinsecamente ligada a luta de classe, como podemos observar neste trabalho que a classe burguesa necessita desta para manter e naturalizar sua exploração enquanto o Estado organiza as políticas sociais para fazer dos indivíduos enquanto mercadoria força de trabalho e promover a coesão social, por isto um encaminhamento para que o usuário acesse determinada política social, não é suficiente para a verdadeira transformação social, ou transformação deste usuário.
Portanto quando um assistente social se depara com uma intervenção profissional junto à família trabalhadora, é necessário que o técnico possa perceber o usuário, sua família e a comunidade como seu processo histórico e de sua inserção na classe trabalhadora, na qual a rede de suas relações sociais vem a determinar suas precárias condições de vida, para isto é necessário que este profissional por meio das políticas pública mesmo com inúmeros impasses, possa reconhecer e refletir possibilidades para não só garantir direitos, como também possibilitar que o recurso público se concretize em ações e benefícios que tragam para a classe trabalhadora a satisfação de suas necessidades, como também ampliar a compreensão dos indivíduos acerca da satisfação ou não de suas necessidades.
Contudo podemos refletir nas ações individual do profissional de Serviço Social no enfrentamento da questão social, o qual dá materialidade a valores éticos, colocando a sociedade em movimento, devido que cada ação individual determina a totalidade das relações, e estas influenciam as ações individuais, como diz Netto e Carvalho 
Pensarmos de forma mais clara e menos leviana a direção social de nossa prática. não só porque trabalhamos especialmente na mediação dominado/dominação, mas também porque parece que a leitura da realidade complexa que vivemos hoje e o avenir são tarefas difíceis, assim como a escolha dos processos e das estratégias de ação. (Carvalho e Netto,2011, p.56)
2.6 Economia solidária: uma saída para o combate das desigualdades sociais
Se analisarmos a economia vigente ela se dá através da exploração humana e da acumulação de bens materiais, como vimos no decorrer deste trabalho; Sabemos que grande parte da população vive em extrema pobreza ou quando não em pobreza relativa, dado que o mercado de trabalho não dá conta de absorver todos os trabalhadores e quando estes conseguem um espaço no mercado, na grande maioria das vezes seus salários, modelo de subsistência imposto pelo capitalismo não dá para lhe garantir um verdadeiro bem estar social, tendo em vista os baixos salários e os estresses sofrido por estes trabalhadores, como supracitados acima, com isto gostaria de esboçar aqui, a ideia de economia solidária, na qual acredito ser uma alternativa para o Serviço Social, como também para demais áreas que se atentam ao bem estar social e com a garantia de direitos, de enfrentar as questões sociais, imergidas na sociedade através do desemprego estrutural, ocasionado pelo sistema capitalista.
No Brasil o entendimento de economia solidária é algo novo, teve seu início meadas de 1981 quando segundo PAUL SINGER em entrevista a NBR, em 28-09-15, depois do choque do petróleo, onde o brasil teve um bilhão de dólares de dívidas o qual o levou a quebra de muitas empresas e o aumento do desemprego, na época a Caritas brasileira obteve recursos das Caritas internacionais e organizou os empregados em cooperativas, no qual começaram a trabalhar e ganhar a vida(sic). 
PAUL SINGER (2003,P.116) traz o conceito de economia solidária referente ás organizações de produtores, consumidores, poupadores, dentre outros, que se diferenciam por duas especificidades: (a) estimulam a solidariedade entre os membros mediante a prática da autogestão e (b) praticam a solidariedade para com a população trabalhadora em geral, com ênfase na ajuda aos mais desfavorecidos. 
A economia solidária é um outro modo de produção, e seus princípios seria a propriedade coletiva ou afiliado do capital e o direito à liberdade individual. A aplicação desses princípios une todos os que produzem numa única classe de trabalhadores que são possuidores de capital por igual em cada cooperativa ou sociedade econômica (Singer, 2002, P.10).
ARMANDO LISBOA (2003, P.07) explana a Economia Popular Solidária, como é nomeada em alguns estados do país, como uma forma de interação humana, uma economia que gera inclusão e reprodução da vida de todos que estão envolvidos. Para LISBOA, “A Economia Solidária se insere num pacto territorial, tem um compromisso com o processo de desenvolvimento local e sustentável”. Se determinando, como uma outra economia, comprometida com território e população, estando entre os limites ecológicos e éticos, como também dos sociais e humanos. De acordo com este autor, a Economia Solidária é a firmação de uma outra racionalidade, não sendo meramente uma forma de incluir os excluídos, não se contendo em apenas ser um organismo econômico mais ligado com a sociedade e a natureza.
Para MARCOS ARRUDA (2004, P.373), “a economia solidária surge para dar conta da crescente massa de desempregados, gerada pela preocupação constante dos capitalistas em reduzir custos e aumentar lucros”. Assim pode se considerar esta economia uma alternativa para o enfrentamento das questões sociais que geminam na sociedade capitalista, como o desemprego no qual a partir deste surge outras questões.
A solidariedade e a auto gestão fazem parte da base da economia solidária, PAULO PEIXOTO DE ALBUQUERQUE, enfatiza o sentido de coletividade da economia solidária, ressaltando as reações sociais que a mesma proporciona: 
“Por autogestão, em sentido lato, entende-se o conjunto de práticas sociais que se caracteriza pela natureza democrática das tomadas de decisão que propicia a autonomia de um coletivo. É um exercício de poder compartilhado, que qualifica as relações sociais de cooperação entre pessoas/e ou grupos...” (Albuquerque,2003. P.20).
 Assim compreendemos a sociedade auto gestionária, como uma sociedade experimentação social, na qual se constitui e se constrói por si mesma. Contudo entendemos que a implantação da economia solidária, geminam através da ruptura das relações de trabalho capitalista, obtendo a recuperação da solidariedade, a favor de uma nova cultura de trabalho, que não seja enraizada no capitalismo. Então a economia solidária, tendo suas relações firmadas nos valores da reciprocidade e cooperação, os integrantes deste modelo de economia criam estratégias de trabalho e de sobrevivência que priorizam não somente os ganhos monetários, como também a criação das condições fundamentais no processo de gênese humana.
Sendoassim além das iniciativas econômicas de geração de renda, as atividades da economia popular se verificam nas ações espontâneas de solidariedade entre familiares amigos e vizinhos e também nas ações coletivas organizadas no âmbito da comunidade objetivando a melhoria da qualidade de vida. (GAIGER, 2004, P. 395)
Há uma necessidade da economia solidaria se consolidar como política pública. LUNARD (2004,P.153) salienta que a adoção dos modelos produtivos propostos a partir da economia solidária, organizados, organizados por cooperativas, associações de moradores e outras formas organizativas reconhecidas ou não pelo poder público, faz se assim novos paradigmas de políticas públicas seja pelo aparato estatal a essas formas organizativas, ou na incorporação de novas demandas sociais para além da política assistencialista ou passiva das políticas pública de emprego, no sistema capitalista.
As políticas públicas estão diretamente ligadas a economia solidária, pois ambas consideram a intersetorialidade, a articulação e integração entre os federados, com isso podemos considera-las peças fundamentais no processo de mudança, como Schiocheta (2009), nos diz ser importante compreender.
 A economia solidária se apresentava como parte de outras políticas setoriais ou temáticas que procederam na agenda dos governos e do Estado, e que a englobaram e não como uma política específicas. Muitas dessas políticas possuem alto grau de institucionalização, e algumas delas são organizadas em sistemas públicos, a exemplo do sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SEPTR), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) ou do Recente Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). (SHIOCHETA,2009).
As relações de trabalho no contemporâneo, e o desemprego, que já foram analisados neste trabalho, nos traz a compreensão que há uma necessidade de mudança , mudanças tais que possam promover alternativas, que possibilitem a geração de trabalho e renda para o trabalhador, atividades que produzam autonomia e desenvolvimento sustentável.
Tento o Assistente Social a sua atuação pautada nas dimensões teórico-metodológica que lhe fornece conhecimento e concepções que o orienta em suas intervenções, tem o seu trabalho pautado no projeto ético-político da profissão, e se materializa no Código de Ética, e nas leis e diretrizes que determinam sua atuação. Seno assim uma formação profissional qualificada deste profissional, possibilita que o mesmo tenha uma leitura totalizante da realidade social do usuário, e traz ao técnico uma melhor utilização dos conhecimentos teóricos, como também possibilita uma melhor forma de articulação com a prática.
Sendo assim este profissional pode contribuir de forma significativa na consolidação da Economia Solidária, pois esta política em processo de formação e constituição, está sendo expandida através de esforços dos movimentos sociais e governamentais, portanto ao compreendermos que os princípios da economia solidária em contradição com uma ideologia de subalternidade enraizada na classe trabalhadora, este profissional deverá realizar uma atuação, moderada, significativa transformando os sujeitos envolvidos através de conceitos de coletividade, solidariedade, auto gestionária, entre outros conceitos que esta economia traz, sem desconsiderar as diversidades culturais.
O profissional de Serviço Social na atuação em Empreendimentos de economia Solidária viabilizará o fortalecimento dos grupos, o qual poder ser trabalhado ás relações sociais e as relações de trabalho existente, pode trazer á esses usuários o engajamento com outros segmentos de luta de classe como as organizações não governamentais, os movimento sociais, os sindicatos, a representatividade em espaços comunitários, e fortalecer a luta por direitos através da emancipação dos sujeitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Discorrer sobre o processo de implantação do capitalismo no Brasil, a formação econômica no pais, assim como discutir sobre a gênese do desemprego, e as questões sociais objeto de estudo do serviço social, foi de suma importância para se ter uma apropriação das diferentes leituras para conduzir a uma análise própria, facilitando na compreensão dos fatos; portanto considero o desemprego estrutural, uma gênese do processo de produção capitalista, o qual reproduz as questões sociais como resultado da relação capital x trabalho no decorrer da história
A partir dessa compreensão do capital trabalho, entendemos o desemprego como expressão clara e evidente do processo capitalista, e a questão social como resposta desta problemática, a contraditória conjuntura social traz impactos devastadores sobre o mundo do trabalho e tem no desemprego sua mais visível consequência. Para que possamos superar tal problema social como também a questão social há de se romper com alógica capitalista a qual traz a contradição capital e trabalho, devido que nesta sociedade não há medidas paliativas ou de compensação social que venham compensar o grave erro de manter quase um quinto da população fora do mercado de trabalho e sem renda; Tendo assim a necessidade urgente de mudar a política econômica, onde o centro dos objetivos seja uma condição de garantia de emprego, trabalho e renda digna sem exploração e para todos os brasileiros, a partir de uma política de estado.
	
Entender o mundo do trabalho numa perspectiva histórica é fundamental. A partir daí é necessário buscar alinhavar algumas possibilidades de superação dos processos estabelecidos para que haja uma real transformação da sociedade, portanto para concluir, salientamos que as variadas violências, expressadas nas atuais formas de desemprego, atinge as pessoas, os expondo-os a formas de subjugação, dominação ou proletarização próprias dos sistema capitalista, no qual este desemprego estrutural é nada mais nada menos que mais uma forma de exploração capitalista, a qual também fragiliza as possibilidades de luta dos trabalhadores.
	Com isto a proposta de economia solidaria vem neste trabalho, trazer uma luz no fim do túnel neste processo excludente em que vivemos, a qual tem um caráter de emancipação através do trabalho, e a mesma vem ganhando espaço e peso político diante das desigualdades social do país. 
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