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Gestão de Stakeholders no Relato Integrado

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Gestão de Stakeholders: Um Estudo sobre Fatores que Interferem na
Elaboração do Relato Integrado
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1 
 
 
 
Gestão de Stakeholders: Um Estudo sobre Fatores que Interferem na Elaboração 
do Relato Integrado 
 
ANNE CAROLINA DOS SANTOS 
Universidade Estadual de Maringá 
KELLI JULIANE FAVATO 
Universidade Estadual de Maringá 
MARGUIT NEUMANN 
Universidade Estadual de Maringá 
 
 
 
Resumo 
A pesquisa objetiva analisar quais fatores relacionados à gestão de stakeholders interferem no 
processo de elaboração de reportes baseados nas diretrizes do International Integrated 
Reporting Council. Para tanto, utilizou-se de pesquisa bibliográfica e de uma revisão 
multiparadigmática de artigos que contenham o termo Integrated Reporting ou Relato 
Integrado e stakeholders no título ou no assunto, conforme buscas realizadas no Portal de 
Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Web of 
Science, Scopus, Science Direct e Scientific Electronic Library Online, sem delimitação 
temporal em fevereiro de 2019, o que resultou em 15 artigos. Os resultados indicam 9 fatores 
relacionados ao tema pesquisado, a partir destes foram formuladas 11 proposições, sendo que 
a proposição geral é a seguinte: a ausência de comunicação com stakeholders deve-se ao fato 
de que nem todos os stakeholders utilizam o Relato Integrado como fonte de informação, por 
ser direcionado aos provedores de capital financeiro e para o pilar financeiro, logo, as 
organizações não entendem como funciona o Relato Integrado, devido a falhas e ausência de 
explicações no Framework 1.0 para Relato Integrado, assim adotam o RI por conta da 
competitividade e legitimidade, já que outros frameworks se destacam, como o Global 
Reporting Initiative; por conseguinte há necessidade de amadurecimento de práticas internas e 
motivação dos líderes organizacionais em realizar tais mudanças. Os paradigmas dos estudos 
da amostra são positivistas ou interpretativistas, ou seja, superam a dicotomia normativo-
positivo, porém, avanços devem se dar por meio de pesquisas críticas, com intuito de auxiliar 
o International Integrated Reporting Council a mudar as circunstâncias atuais a respeito do 
Relato Integrado. Assim, este estudo contribui para reflexão sobre a teoria dos stakeholders, 
por ser uma alternativa ao capitalismo. Além disso, contribui-se para a discussão dos desafios 
do Relato Integrado, que almeja se tornar o padrão mundial de reportes corporativos. 
 
Palavras-chave: Relato Integrado; Gestão de Stakeholders; Paradigmas da Pesquisa Contábil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃOUtilizar a contabilidade sem esforços de uma reforma, no sentido de não integrar 
questões econômicas e socioambientais em práticas organizacionais, resulta em mudanças 
marginais e comportamentos insustentáveis (Gray, 2010; Thomson, 2015). Logo, o 
pensamento não integrado, e consequentemente, a contabilidade não integrada domina o 
campo organizacional contemporâneo (Flower, 2015; Thomson, 2015). Diante disso, o 
International Integrated Reporting Council (IIRC) desenvolveu a estrutura (Framework 1.0 
para Relato Integrado - RI) do RI, em 2010, com objetivo de integrar informações financeiras, 
socioambientais e de governança em um formato claro, conciso, consistente e comparável 
(Humphrey, O’Dwyer & Unerman, 2016). 
Uma particularidade notável da estrutura para reporte RI, é o poderoso corpo de 
diretores do seu conselho (IIRC), representado pelo The International Accounting Standards 
Board (IASB), The Financial Accounting Standards Board (FASB), The International 
Federation of Accountants (IFAC), The International Organization of Securities (IOSCO), as 
quatro maiores organizações de auditoria de contábil (Big Four), os chefes dos principais 
órgãos de profissionais de contabilidade britânicos, principais multinacionais, entre outros 
(Flower, 2015, p. 2). Outro aspecto relevante se refere ao fato de que a metade desses 
membros são profissionais contábeis (Flower, 2015, p. 2). 
A adoção ao RI pelo mercado tem diversas motivações, desde o efeito compulsório 
(África do Sul) até a busca do valor para o acionista (Anglo-saxões) (Frías-Aceituno, 
Rodríguez-Ariza & García-Sánchez, 2013). No Brasil, a Lei nº 13.303/2016 determina a 
obrigatoriedade da divulgação anual de Relatório Integrado ou Relatório de Sustentabilidade 
para organizações estatais e mistas. Todavia, a perspectiva é que, a longo prazo, o RI seja um 
padrão de reportes corporativos (IIRC, 2014), que proporcione sua redução de forma 
conectiva e assertiva (Humphrey et al., 2016). A mudança da visão financeira para uma visão 
múltipla, a longo prazo, é consistente com a perspectiva da literatura, que desafia os valores 
do tradicional relatório anual emitido pelas organizações (Gray, 2010; Thomson, 2015). 
Argumentos da literatura indicam que os pesquisadores devem se concentrar em 
fornecer subsídios para determinação de diretrizes obrigatórias e indicar o valor do RI para os 
interessados (Dumay, Bernardi, Guthrie & Demartini, 2016). Assim, cabe ao âmbito 
acadêmico acompanhar o desenvolvimento e implementação do RI, ao adotar uma postura 
ativa e cautelosa em relação às movimentações do mercado quanto ao desenvolvimento 
sustentável (Flower, 2015; Perego et al., 2016; Thomson, 2015). 
Para Cosenza, Mamede, e Laurencel (2010), os estudos no campo da Contabilidade 
Socioambiental (CSA) tem dado ênfase para a evidenciação dos fenômenos socioambientais 
no sentido de associá-los com a elaboração e apresentação de informações para usuários 
externos. Essa tendência positivista provoca um entrave no desenvolvimento da ciência, seja 
no ensino ou na evolução dos conceitos relativos à pesquisa na Ciência Contábil (Cosenza et 
al., 2010). Todavia, as pesquisas sobre RI permanecem normativas ou positivistas (Dumay et 
al., 2016; Santos, Neumann & Camacho, 2018). Ou seja, quanto ao RI, percebe-se que as 
pesquisas são voltadas para o ‘glacê’ (reporte final) e não para o ‘bolo’(elaboração do reporte) 
(Perego et al., 2016). 
Considerando o direcionamento para uma ruptura do paradigma econômico e a 
amplitude no processo de comunicação contábil, torna-se relevante refletir sobre o aspecto 
abrangente de inter-relações sociais (Lopes & Martins, 2005), isto é, sobre multi-stakeholders. 
Por um lado, na visão do IIRC (2014, p. 7), o RI é voltado para todos os interessados na 
capacidade da organização em criar valor ao longo do tempo, incluindo funcionários, clientes, 
fornecedores, parceiros de negócios, comunidades locais, legisladores e órgãos reguladores. 
 
3 
 
Por outro lado, para a literatura, o foco do RI é atender as necessidades informacionais de 
provedores de capital (Adams, 2015; Dumay et al., 2016; Villiers, Rinaldi & Unerman, 2014). 
Diante do exposto, surgem indagações a respeito da construção do pensamento 
socioambiental no RI, conforme perspectiva para quê e para quem o conhecimento é gerado, 
indo além das perspectivas econômicas e atendendo todos os stakeholders. Nesse contexto, 
pergunta-se: Quais fatores relacionados à gestão de stakeholders interferem no processo 
de elaboração de reportes baseados nas diretrizes do IIRC? Para responder essa questão, a 
pesquisa objetiva analisar quais fatores relacionados à gestão de stakeholders interferem no 
processo de elaboração de reportes baseados nas diretrizes do IIRC. Para tanto, utilizou-se de 
pesquisa bibliográfica e, de forma complementar, de uma revisão multiparadigmática em 
artigos que contenham o termo Integrated Reporting ou Relato Integrado e stakeholders no 
título ou no assunto, publicados no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior (Capes), Web of Science, Scopus, Science Direct e Scientific 
Electronic Library Online (Scielo). Para isso, não houve delimitação temporal e as buscas 
foram realizadas no mês de fevereiro de 2019. 
A revisão multiparadigmática possibilitou relacionar como os paradigmas que norteiam 
os estudos de RI aplicados a gestão de stakeholders, contribuem com o desafio do problema 
de pesquisa levantado. Para Lewis e Grimes, (2005), paradigmas são premissas, práticas e 
concordâncias numa comunidade acadêmica, no sentido de legitimar alternativas que não 
estavam em evidência. Desse modo, a presente pesquisa almejou identificar aspectos práticos 
(experimentados pelas organizações que foram foco de estudos precedentes) e aspectos 
paradigmáticos (que norteiam tais estudos), em razão de investigações científicas permitirem 
a obtenção de conhecimento sobre a realidade organizacional. 
Justifica-se esta pesquisa considerando que a mesma traz contribuições para a academia, 
ao considerar que o: i) o conceito de stakeholders tem sido um processo instigante e 
desconcertante para muitos pesquisadores (Sloan, 2005) bem como; ii) a investigação 
multiparadigmática contribui como um ponto de equilíbrio entre o dogmatismo e o 
relativismo (Scherer, 1998), sendo que paradigmas podem ser capazes de ajudar a revelar o 
impacto da ênfase em premissas dadas como certas (Lewis & Grimes, 2005). As organizações 
estão adotando uma nova forma de comunicação (RI) e contribui-se com seus desafios, tendo 
em vista que o IIRC busca tornar o RI um padrão mundial de reportes corporativos. Logo, a 
pesquisa também contribui para as organizações, tendo em vista que: iii) compreender que o 
engajamento com stakeholders é a maneira de produzir resultados a longo prazo e criar uma 
organização crescente e próspera (Freeman, 2010), 
Da mesma forma contribuiu-se com resultados direcionados ao IIRC (órgão), pois: iv) a 
proposta inicial do RI é atender além do provedor de capital (Flower, 2015; Humphrey et al., 
2016) e este tema é um debate atual sobre sustentabilidade organizacional (Nossa, Rodrigues 
& Nossa, 2017); v) o IIRC enfrenta obstáculos quanto à definição de stakeholders, no qual as 
organizações podem definir normas sociais baseadas em um grupo maior do que o proposto 
por tal órgão (Beck, Dumay & Frost, 2016). Por fim, contribuiu-se com a sociedade, ao 
considerar que: vi) uma alternativa à teoria capitalista das organizações é a teoria do 
stakeholder, em razão dos stakeholders estarem entre a sociedade, que por sua vez, têm 
interesse em conteúdos de reportes corporativos. 
 
2 O RELATO INTEGRADO E A GESTÃO DE STAKEHOLDERS 
 
A Estrutura Internacional para Relato Integrado (IIRC, 2014), conhecida como 
Framework 1.0 para RI, foi desenvolvida pelo IIRC em 2013 (Lodhia, 2015). Portanto, o RI é 
um recente desenvolvimentoapós 30 anos, ou mais, de tentativas de ampliar a prestação de 
 
4 
 
contas ao incluir o impacto socioambiental no negócio, visando comunicar de forma eficaz 
aos stakeholders (Stubbs & Higgins, 2015). 
O conceito pensamento integrado difundido pelo Framework 1.0 para RI, permite que 
os funcionários identifiquem a capacidade da organização de criar e manter valor ao longo do 
tempo. A partir disso, há melhora no processo de tomada de decisões interna. Logo, por meio 
de reportes baseados nas diretrizes do IIRC, os stakeholders podem avaliar como a gestão das 
organizações lida com o capital financeiro e outros (Humphrey et al., 2016; Thomson, 2015). 
Assim, o RI abrange uma perspectiva de compreensão integrada a longo prazo, no qual o 
reporte é o resultado final deste processo, proposto com base em seis capitais: financeiro, 
manufaturado, intelectual, humano, social e de relacionamento e natural (IIRC, 2014). 
Os capitais propostos para o RI encaminham a comunicação para uma perspectiva 
multidimensional, agregando informações financeiras e não financeiras para um grupo maior 
de interessados (Humphrey et al., 2016). Nota-se que o RI é baseado na suposição de usuários 
empoderados para monitorar, recompensar, disciplinar e punir organizações com práticas não 
aceitáveis durante a transição para capitalismo sustentável (Thomson, 2015). Ao estabelecer 
um leque maior de stakeholders, além dos provedores de capital financeiro, o RI visa 
demonstrar que o empreendimento é cooperativo, ou seja, é assegurado e sobrevive por meio 
de sua rede de colaboração (Flower, 2015). 
A literatura ressalta a necessidade de alteração do Framework 1.0 para RI, em razão de 
abandonar a sustentabilidade ao focar no atendimento dos interesses dos provedores de 
capital. Nesse sentido, a tendência é que não haja geração de valor para a sociedade (Adams, 
2015; Dumay et al., 2016; Villiers et al., 2014). Além disso, Thomson (2015) defende que o 
RI pode silenciar elementos sustentáveis e mascarar práticas organizacionais insustentáveis, 
devido a falta de detalhamento das diretrizes expostas no Framework 1.0 para RI. Na visão de 
Feng, Cummings e Tweedie (2017) devido à ausência de diretrizes claras do IIRC ou de um 
maior compromisso empírico, os pesquisadores não podem ter certeza que tais diretrizes 
sejam incontestáveis. 
A tecnologia da informação e a instantaneidade dos fatores levaram a necessidade de 
transparência, abertura e responsabilidade, surgindo então, um crescente interesse em 
compreender como o capitalismo, a ética, a sustentabilidade e a responsabilidade social 
podem atender a todos os stakeholders de organizações. Compreende-se que o engajamento 
com os stakeholders é a melhor maneira de produzir resultados a longo prazo (Freeman et al., 
2010). Essa relação envolve grupos com diferentes olhares e poderes na instituição, que é a 
posição dos referidos safeguards exógenos, ou seja, fator de pressão para que a gestão trate 
suas relações com os stakeholders de forma multilateral (Freeman & Evan, 1990). De fato, a 
importância da visão da gestão dos stakeholders dentro da organização é crucial, 
considerando que um fator prejudicial é a assimetria informacional, haja vista, que os 
stakeholders não têm viés para monitorar o comportamento do agente, propiciando o conflito 
de interesse entre as partes (Richardson, 2000). 
Schaltegger (2012) conclui que a confiança dos stakeholders na organização se dá por 
uma infinidade de atividades e interações, não apenas aquelas esperadas pela emissão de 
reportes, que por sua vez, estão de acordo com diretrizes regulatórias. Meintjes e Grobler 
(2014) argumentam que a literatura apresenta níveis para descrever a gestão de 
relacionamentos entre organização e stakeholders, sendo elas: i) processo de envolvimento de 
grupos no processo central de negócios das organizações; ii), as organizações não podem 
necessariamente gerir seus stakeholders, mas cabe a elas governar seus relacionamentos, 
assim, o poder é o nível de influência dado a grupos interessados; iii) a visão impulsionada 
pela construção e manutenção de relacionamentos a longo prazo, influenciado pelo poder, 
confiança, satisfação e compromisso. 
 
5 
 
Em suma, estima-se ser necessária a compreensão de como estabelecer relações de 
confiança e como desenvolver a contabilidade e reportes de forma que os stakeholders se 
envolvam com a organização em uma interação mutuamente benéfica (Schaltegger, 2012). As 
relações institucionais com stakeholders e as expectativas destes, quanto ao atendimento de 
suas necessidades, conduzirá o processo de incorporação da gestão de relacionamentos, além 
de contribuir com o processo de asseguração do RI (Campoe, 2016). 
Portanto, o RI é uma área de pesquisa em consolidação cabendo aos acadêmicos e 
pesquisadores contribuir com suas deficiências (Dumay et al., 2016; Feng et al., 2017). 
Estudos precedentes, com objetivos próximos da presente pesquisa, indicam que os estudos 
sobre RI são fundamentalmente de caráter normativo (Dumay et al., 2016) ou positivista 
(Slewinski et al., 2015; Santos et al., 2018). Dessa forma, é reconhecida a carência de estudos 
que estabeleçam discussões sobre paradigmas de pesquisa no âmbito do RI. 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Para delineamento da pesquisa, empregou-se os fundamentos da: i) pesquisa 
bibliográfica em estudos precedentes (com intuito de identificar quais fatores da gestão de 
stakeholders interfere no processo de elaboração do RI) e de forma complementar ii) a revisão 
multiparadigmática (com intuito de identificar como paradigmas que norteiam os estudos 
analisados contribuem com o desafio de abordar o tema em questão). Portanto, neste estudo, a 
revisão multiparadigmática foi utilizada para identificar quais paradigmas de pesquisas são 
utilizados nos artigos de RI com ênfase na gestão de stakeholders. 
A amostra foi direcionada aos artigos que contenham o termo Integrated Reporting ou 
Relato Integrado e stakeholders no título ou no assunto, sem delimitação temporal. A 
população do estudo, levantada no mês de junho de 2017 e posteriormente atualizada em 
fevereiro de 2019, consiste em artigos localizados por meio das bases de periódicos Capes, 
Web of Science, Scopus, Science Direct e Scielo. A partir disso, analisou se os artigos eram 
direcionados para gestão de stakeholders. Entende-se que gestão de stakeholders, neste 
estudo, são temas que contemplem relacionamento, poder e estratégia com os stakeholders 
(Freeman et al., 2010; Meintjes & Grobler, 2014; Richardson, 2000). Os filtros descritos 
resultaram em uma amostra de 15 artigos (Tabela 1). 
 
Tabela 1 – Amostra de pesquisa 
 Citações Fator de 
impacto Nº Autoria Total Média Periódico 
1 (Rensburg & Botha, 2014) 96 19,20 Public Relations Review 2,08 
2 (Sierra-García, Zorio-Grima & García-
Benau, 2015) 
105 26,25 
Corporate Social Responsibility 
and Environmental Management 
4,29 
3 (García-Sanchez & Noguera-Gámez, 
2017) 
17 8,50 
Corporate Social Responsibility 
and Environmental Management 
4,29 
4 
(Fasan & Mio, 2017) 25 12,50 
Corporate Social Responsibility 
and Environmental Management 
4,29 
5 (Stubbs & Higgins, 2018) 30 30,00 Journal of Business Ethics 3,52 
6 (Brusca, Labrador, & Larran, 2018) 5 5,00 Journal of Cleaner Production 6,20 
7 
(Flower, 2015) 301 75,25 
Critical Perspectives on 
Accounting 
1,50 
8 
(Wulf, Niemöller, & Rentzsch, 2014) 13 2,60 
Corporate Social Responsibility 
and Environmental Management 
4,29 
9 (Feng, Cummings, & Tweedie, 2017) 34 17,00 Journal of Intellectual Capital 4,15 
10 (Veltri & Silvestri, 2015) 46 11,50 Journal of Intellectual Capital 4,15 
 
6 
 
11 
(Clayton, Rogerson, & Rampedi, 2015) 24 6,00 
Bulletin of Geography. Socio–
economic 
- 
12 (Perego et al., 2016) 69 23,00 Journal of Cleaner Production 6,20 
13 (Baptista, 2018) 0 0,00 Media & Jornalismo - 
14 
(Lai, Melloni& Stacchezzini, 2018) 7 7,00 
Accounting, Auditing & 
Accountability Journal 
2,91 
15 (Naynar, Ram & Maroun, 2018) 0 0,00 Meditari Accountancy Research 0,76 
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa (2019) 
 
Objetivando explanar os artigos de maior impacto, conforme proposto por Dumay et al. 
(2016), foi levantado o número de citações no Google Scholar, constatando que os artigos 1, 
2, 7 e 12 são os artigos mais citados (Tabela 2). No entanto, levando em consideração que os 
artigos publicados há mais tempo podem ter mais publicações, utilizou-se o software Publish 
or Perish e a métrica Number of citations per author per year, para analisar a média de 
citações. Além disso, ressalta-se que não foram localizadas pesquisas nacionais. 
O intuito da pesquisa bibliográfica foi alcançado por meio de leitura dos artigos da 
amostra enquanto que a revisão multiparadigmática foi alcançada por meio da aplicação do 
arcabouço teórico que aborda sobre os paradigmas da pesquisa em contabilidade. A 
investigação multiparadigmática contribui como ponto de equilíbrio entre o dogmatismo e o 
relativismo (Scherer, 1998). Para Lewis & Grimes (2005, p. 73) os paradigmas podem ser 
vistos como heurísticos, capazes de ajudar os acadêmicos a explorarem as complexidades 
teóricas e organizacionais, de estenderem o escopo, a relevância e revelar o impacto da ênfase 
a algumas premissas dadas como certas. A predominância de um paradigma para nortear a 
produção de conhecimentos, pode ter efeito negativo impondo limites cognitivos para os 
pesquisadores e para a produção científica, mantendo-os dentro de determinadas fronteiras 
paradigmáticas (Barbosa, Neves, Santos, Cassunde, & Cassunde, 2013). 
O processo de pesquisa científica é explorado nas suas premissas ontológicas, 
epistemológicas e metodológicas. No que tange a ontológica, são suposições filosóficas sobre 
a realidade e dizem respeito a verdadeira essência do fenômeno. Nessa premissa, o 
pesquisador define seu posicionamento de como enxergará o mundo (Burrel & Morgan,1979; 
Chua, 1986; Martins, 2012). A premissa epistemológica refere-se ao processo de aquisição de 
conhecimento sobre a realidade, isolando o sujeito ou analisando-o de uma maneira mais 
solta. A premissa metodológica indica métodos considerados apropriados para a coleta de 
evidências (Burrel & Morgan,1979; Chua, 1986; Martins, 2012). Para tanto, de acordo com 
literatura, quatro paradigmas são empregados na pesquisa contábil (Tabela 2). 
 
Tabela 2 – Características de paradigmas abordados na pesquisa contábil 
Paradigma Ontológico Epistemológico Metodológico Características 
Normativo Realismo Objetivis 
mo 
Qualitativo Analisa questões prescritivas relacionadas ao 
conteúdo dos demonstrativos financeiros e a 
avaliação dos itens que os compõe, a partir da 
prática contábil. 
Positivo Realismo Objetivis 
mo 
Quantitativo Assume que a realidade é objetivamente 
dada, geralmente testa a teoria na tentativa de 
aumentar a compreensão dos fenômenos. 
Interpretati-
vista 
Relativis-
mo 
Construtivismo Qualitativo Supõe que o acesso à realidade é apenas 
através de construções sociais como 
consciência e significados compartilhados. 
Entender fenômenos através dos significados 
que as pessoas atribuem a eles. 
 
7 
 
Crítico Relativis-
mo 
Construtivismo Qualitativo Assume que a realidade social é 
historicamente constituída e reproduzida por 
pessoas. Embora as pessoas possam agir 
conscientemente para mudar suas 
circunstâncias sociais e econômicas, críticos 
reconhecem que a capacidade de o fazer é 
restringida por dominação social, cultural e 
política. 
Fonte: Elaborada com base em Chua (1986); Iudícibus e Martins (2015); Lewis e Grimes (2005); Martins 
(2012); Myers (2004); Salotti & Yamamoto (2005); Scherer (1998) 
 
Ressalta-se que o método quantitativo e qualitativo comumente segue esta estrutura para 
emprego dos paradigmas, não é uma obrigatoriedade. Por exemplo, pode ser empregado uma 
metodologia qualitativa ou quali-quanti em um paradigma positivista. Inclusive, todos os 
paradigmas possuem pontos positivos, ao mesmo passo que, sofrem críticas específicas 
(Martins, 2012). Na contabilidade, a pesquisa passou por grandes transformações de âmbito 
metodológico, devido à transição do normativismo para o positivismo. Antes, tida como uma 
abordagem prescritiva, fornecendo soluções teóricas, ditando regras e determinando o que 
deveria ser adotado pela prática contábil, por conseguinte a transição surgiu em contraposição 
ao normativismo, sugerindo a construção da teoria baseada em evidências empíricas (Salotti 
& Yamamoto, 2005). Iudícibus e Martins (2012) denotam que o avanço real da ciência 
contábil é incipiente, assim faz-se necessário repensar a contabilidade frente à natureza 
filosófica de pesquisa. Nesse sentido, ressalta-se a valia de analisar as premissas de estudos 
adotadas por pesquisadores do RI e identificar seu posicionamento. 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
4.1 Gestão de stakeholders: fatores que interferem na elaboração do Relato Integrado 
 
O artigo 1, de autoria de Rensburg e Botha (2014), assevera que um dos maiores 
desafios que as organizações enfrentam é como comunicar suas informações de forma concisa 
a todos os stakeholders, por meio dos canais de comunicação ou plataformas que estes 
preferem, diante do fato de que os stakeholders não utilizam o RI como fonte primária de 
informação. A probabilidade de divulgação do RI está associada a ter o relatório de RSC 
(GRI) assegurado, logo se torna um componente da qualidade do RI, conforme o que foi 
exposto pelo artigo 2 (Sierra-García et al., 2015). Quanto ao artigo 3, García-Sanchez e 
Noguera-Gámez (2017) inferem a relação do RI com a redução da assimetria informacional, 
visto que a integração de todas as informações-chaves em um único reporte permite que 
investidores façam estimativas, embora idiossincráticas, dos custos de transação futuros ainda 
no momento da aquisição. Mesmo assim, na visão García-Sanchez e Noguera-Gámez (2017), 
a divulgação pode agregar valor para os acionistas e demais stakeholders, demonstrando o 
compromisso gerencial para relatar informações não financeiras. 
O RI, para Fasan e Mio (2017) – artigo 4, por um lado, é uma poderosa ferramenta de 
engajamento com os stakeholders que ocorre por meio do processo de determinação da 
materialidade. Porém, por outro lado, as organizações fazem seu uso para demonstrar uma 
imagem socialmente responsável de forma a legitimar seu comportamento (Fasan & Mio, 
2017). O artigo 5 aponta que os stakeholders dão apoio para abordagens voluntárias de RI, 
alegando que a maioria considerava ser cedo demais para uma reforma regulatória, fala que 
também foi apontada nos entrevistados de Perego et al. (2016), sugerindo que o RI se tornará 
uma norma ao longo do tempo, na medida em que mais organizações o adotem. Ademais, 
Stubbs e Higgins (2018) corrobora que a terminologia 'criação de valor' foi utilizada por todos 
 
8 
 
os participantes de sua pesquisa, por sua vez, isso indaga sobre as responsabilidades das 
organizações e afirma que a prestação de contas não está na vanguarda, pois, a tomada de 
decisão econômica continua sendo o primeiro pilar (Stubbs & Higgins, 2018). 
A aplicação da teoria dos stakeholders, no artigo 6, demonstra que os stakeholders 
podem envolver a universidade (objeto de estudo) em um processo de mudança, se os líderes 
os envolverem positivamente no processo de mudança. Os entrevistados forneceram 
evidências da importância desses aspectos na concepção dos objetivos estratégicos da 
universidade, legitimando suas práticas (Brusca et al., 2018). Na percepção de Flower (2015), 
artigo 7, o IIRC privilegia a criação de valor financeiro em detrimento do gerenciamento do 
capital socioambiental, isso inibe o RI de alcançar o paradigma sustentabilidade. Além disso, 
a necessidade de mudançade uma perspectiva de relacionamento organizaçãoorganização e 
investidor (o que a maioria consegue administrar com eficácia) para uma perspectiva de 
relacionamento organizaçãoorganização com todos stakeholders, traz incerteza e diluição do 
poder e autoridade da organizaçãoorganização. Entretanto, na visão de Flower (2015) o 
Framework 1.0 para RI é inconsistente com a ideia de reporte completo no que diz respeito ao 
impacto das atividades organizaçãoorganizaçãoriais na vida dos stakeholders. 
O artigo 8 discorre que o RI reduz a assimetria, no sentido de melhorar a interpretação 
dos usuários sobre a governança corporativa, em detrimento do reporte de comentários da 
administração. Porém, relatórios financeiros e o RI afetam indiretamente a governança 
corporativa, induzindo a sistemas adequados de controle gerencial (Wulf et al., 2014). O 
artigo 9, de Feng et al. (2017), corrobora no sentido de que o RI pode legitimar as práticas da 
organização, contudo aponta que o RI está deixando de atrair apoio dos stakeholders devido 
construções abstratas de conceitos, como a criação de valor e pensamento integrado, tornando 
a estrutura do IIRC difícil de ser implementada. 
Veltri e Silvestri (2015) (artigo 10) apontam que o RI é apenas uma ferramenta de 
comunicação, emitida para elevar sua reputação da universidade investigada, sem vestígio de 
um diálogo entre a organização e seus stakeholders. Fornecer informações de forma integrada 
e garantir a criação de valor é um processo complexo, devido à capacidade dos gestores para 
cumprir isso e divulgar aos stakeholders em forma de reporte (Veltri & Silvestri, 2015). O 
estudo de Clayton et al. (2015) (artigo 11) aponta que as organizações investigadas haviam 
tomado às informações divulgadas em um relatório de sustentabilidade e colocaram 
estrategicamente tais informações no RI, logo não houve mudanças na comunicação com os 
stakeholders após a adesão do RI. De fato, a jornada em direção ao pensamento integrado 
precisa ser trabalhada, em razão das organizações não estarem preparadas (Clayton et al., 
2015). 
No sentido de construções abstratas, Perego et al. (2016) (artigo 12) apontam que 
especialistas consideram o RI como muito diversificado e incoerente, o que dificulta o real 
entendimento da proposta de elaboração e do seu potencial, só após resolver isso pode-se 
então cogitar de difundir o RI em todas as organizações. Apesar dos progressos, o RI ainda é 
tido como de difícil compreensão, por possuir metodologia falha para dar suporte a sua 
adoção. Logo, há necessidade premente de difusão do pensamento integrado como um passo 
crucial para o campo. Os acadêmicos podem fazer uma significativa contribuição para o 
desenvolvimento do RI por meio da educação, em particular a educação na área de negócios 
(Perego et al., 2016). 
Quanto ao artigo 13, Baptista (2018) assevera sobre a importância da consideração de 
todos os stakeholders. Logo, surge a seguinte questão: até que ponto o RI, conforme 
conceituado pelo IIRC, apresenta benefícios claros em comparação com os outros reportes? 
As estratégias de envolvimento com os stakeholders exigem um diálogo contínuo com a 
organização, contudo é um processo de aprendizagem organizacional (Baptista, 2018). Lai et 
al. (2018) (artigo 14) concluem, que além de stakeholders suprimidos na construção da 
 
9 
 
criação de valor, questões sobre a sustentabilidade não estão incluídas no RI. Inclusive, os 
preparadores, entrevistados por Lai et al. (2018), não reconhecem a necessidade de 
personalizar o reporte de acordo com os diferentes stakeholders. Por conta disso, o artigo 15, 
de autoria de Naynar et al. (2018), demonstra que as organizações ainda estão em um 
processo de engajamento com os stakeholders, para entender quais informações valorizam. 
Isso ocorre devido ao fato das organizações não entenderem o efeito dos usuários e suas 
necessidades informacionais, já que grupos têm prioridades diferentes para a construção do 
reporte (Naynar et al., 2018). 
Diante da análise bibliográfica dos estudos da amostra, conforme problema de pesquisa 
levantado, foram identificados fatores (F) relacionados à gestão de stakeholders, que 
interferem no processo de elaboração de reportes baseados nas diretrizes do IIRC (Tabela 3). 
 
Tabela 3 – Fatores relacionados à gestão de stakeholders que interferem no processo de elaboração de reportes 
baseados nas diretrizes do IIRC 
Fatores (F) Referências 
1. Nem todos os stakeholders utilizam o RI 
como fonte de informação 
Rensburg e Botha (2014) 
2. O RI é direcionado aos provedores de 
capital financeiro 
Baptista (2018); Flower (2015); Lai et al. (2018); Wulf et 
al. (2014) 
3. Ausência de comunicação com 
stakeholders 
Lai et al. (2018); Naynar et al. (2018); 
4. O RI é voltado para o pilar financeiro Flower (2015); Lai et al. (2018); Stubbs e Higgins (2018); 
Wulf et al. (2014) 
5. Organizações não entendem como 
funciona o RI, devido a falhas e ausência de 
explicações no Framework 1.0 para RI 
Baptista (2018); Brusca et al. (2018); Clayton et al. 
(2015); Feng et al. (2017); Flower (2015); Naynar et al. 
(2018); Lai et al. (2018); Stubbs e Higgins (2018); Perego 
et al. (2016); Veltri e Silvestri (2015) 
6. Organizações adotam o RI por conta da 
competitividade e legitimidade 
Brusca et al. (2018); Fasan e Mio (2017); Feng et al. 
(2017) 
7. Outros frameworks se destacam, como o 
GRI 
Baptista (2018); Sierra-García et al. (2015) 
8. Necessidade de amadurecimento de 
práticas internas (aprendizado) 
Baptista (2018); Stubbs e Higgins (2018); Perego et al. 
(2016); Wulf et al. (2014) 
9. Necessidade de motivação dos líderes 
organizacionais em realizar mudanças nas 
práticas internas 
Brusca et al. (2018) 
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa (2019) 
 
A necessidade de superação do Fator 1 e do Fator 3 é fundamental, considerando que 
são fatores prejudiciais no que se refere a produção de resultados a longo prazo, ao evitar a 
assimetria informacional (Freeman et al., 2010; Freeman & Evan, 1990; Richardson, 2000). 
Deste modo, o estabelecimento da gestão de stakeholders auxilia no alcance de tais fatores, 
isso significa que deve ser colocada em prática tanto para o alcance dos objetivos do RI como 
para contribuir com o processo de sua asseguração independente (Campoe, 2016). 
Cabe às organizações governar relacionamentos com seus stakeholders, assim, 
determinados grupos interessados possuem mais poder em detrimento de outros, isso faz parte 
do processo de materialidade do RI (IIRC, 2014; Meintjes & Grobler, 2014). Nesta 
perspectiva, adotar o RI somente como estratégia de busca de legitimidade ou competitividade 
(F6), desconsiderando a gestão de stakeholders, significa ignorar os pressupostos do RI. Por 
isso, organizações tendem a elaborar reportes de cunho não financeiro com base no GRI (F7) 
e no IIRC, simultaneamente, adotando o RI de forma superficial devido à ausência de 
informações concretas no Framework 1.0 para RI (F5). 
O Fator 4 contrapõe o que é exposto pelo Framework 1.0 para RI, que por sua vez, 
determina incluir informações socioambientais no reporte (Humphrey et al., 2016; IIRC, 
 
10 
 
2014). Ainda sobre o Fator 4, para considerar as narrativas da sustentabilidade a nível 
organizacional, a contabilidade deve se envolver neste processo (Gray, 2010). Portanto, na 
prática o RI ainda é falho, ao considerar que o capital financeiro é somente um dos seis 
capitais previstos, como consequência cabe à contabilidade contribuir com a inclusão de 
informações financeiras e não financeiras no RI (Adams, 2015; Dumay et al., 2016; Gray, 
2010; Humphrey et al., 2016; Thomson, 2015). 
Na visão do IIRC (2014), o RI é voltado para todos os interessados na capacidade da 
organização em criar valor ao longo do tempo, incluindo diversos grupos. Todavia, os 
achados do presente estudo, especificamente o Fator 2, contradiz o IIRC, pois,constatou-se 
que o RI é voltado para especificamente aos provedores de capital financeiro, da mesma 
forma que Adams (2015), Dumay et al. (2016) e Villiers et al., (2014) concluíram. Inclusive, 
o IIRC espera que RI seja um padrão de reportes corporativos (IIRC, 2014), que proporcione 
sua redução de forma conectiva e assertiva (Humphrey et al., 2016), entretanto, constatou-se a 
necessidade da evolução de suas diretrizes (Framework 1.0 para RI), logo, as expectativas do 
IIRC não foram alcançadas, tendo em vista o Fator 5 deste estudo. 
Considerando os Fatores 5 e 8 e que RI é uma recente tentativa de ampliar a prestação 
de contas corporativas (Stubbs & Higgins, 2015), infere-se que Framework 1.0 para RI deve 
evoluir, assim como asseveram Feng et al. (2017) e Thomson (2015), no sentido de incluir 
explicações a respeito de conceitos de difícil aplicação prática, como pensamento integrado, 
geração de valor e sobre os capitais. Dessa forma, experiências corporativas e investigações 
empíricas contribuem com o debate sobre o tema. Justifica-se o Fator 8, diante da necessidade 
de incorporar os pressupostos do RI nos processos corporativos internos (Humphrey et al., 
2016; Thomson, 2015), não somente de forma superficial, haja vista que o reporte, em si, é o 
resultado final do processo de pensamento integrado (IIRC, 2014). 
Diante dos artigos da amostra, percebeu-se que os fatores presentes na Tabela 3 
possuem interligações entre si, no sentido de se caracterizarem proposições (Tabela 4). Cabe 
ressaltar que as proposições advêm da interpretação dos resultados das pesquisas da amostra. 
Apesar de tais proposições, considera-se que o fato da ausência de comunicação com 
stakeholders (F3) desencadeia os demais fatores presentes na Tabela 3. Logo, a principal 
proposição (PROP-GERAL) deste estudo envolve todos os fatores (F) de tal Tabela. 
 
Tabela 4 – Proposições do estudo 
F + F Descrição 
Todos 
PROP-GERAL - A ausência de comunicação com stakeholders (F3) deve-se ao fato de que nem 
todos os stakeholders utilizam o RI como fonte de informação (F1), por ser direcionado aos 
provedores de capital financeiro (F2) e para o pilar financeiro (F4), logo as organizações não 
entendem como funciona o RI, devido a falhas e ausência de explicações no Framework 1.0 para RI 
(F5), assim adotam o RI por conta da competitividade e legitimidade (F6), já que outros frameworks 
se destacam, como o GRI (F7); por conseguinte há necessidade de amadurecimento de práticas 
internas (F8) e motivação dos líderes organizacionais em realizar tais mudanças (F9). 
F1 + F2 
PROP1 – Nem todos stakeholders utilizam o RI como fonte de informação, pois, é direcionado aos 
provedores de capital financeiro. 
F1 + F4 
PROP2 - Nem todos stakeholders utilizam o RI como fonte de informação, pois, é voltado para o 
pilar financeiro. 
F1 + F5 
PROP3 - Nem todos stakeholders utilizam o RI como fonte de informação, pois, organizações não 
entendem como funciona o RI, devido a falhas e ausência de explicações no Framework 1.0 para RI. 
F1 + F6 
PROP4 - Nem todos stakeholders utilizam o RI como fonte de informação, pois, organizações 
adotam o RI por conta da competitividade e legitimidade. 
F2 + F4 
PROP5 – O RI é direcionado aos provedores de capital financeiro, pois, é voltado para o pilar 
financeiro. 
 
11 
 
F2 + F5 
PROP6 – O RI é direcionado aos provedores de capital financeiro, pois, organizações não entendem 
como funciona o RI, devido a falhas e ausência de explicações no Framework 1.0 para RI. 
F4 + F5 
PROP7 - O RI é voltado para o pilar financeiro, pois, organizações não entendem como funciona o 
RI, devido a falhas e ausência de explicações no Framework 1.0 para RI. 
F4 + F7 PROP8 – O RI é voltado para o pilar financeiro, pois, outros frameworks se destacam, como o GRI. 
F5 + F7 
PROP9 - Organizações não entendem como funciona o RI, devido a falhas e ausência de 
explicações no Framework 1.0 para RI, assim, outros frameworks se destacam, como o GRI. 
F8 + F9 
PROP10 – Há necessidade de amadurecimento de práticas internas (aprendizado), porém, não há 
motivação dos líderes organizacionais em realizar mudanças nas práticas internas. 
Fonte: Elaborada pelas autoras (2019) 
 
Esta seção compreendeu a pesquisa bibliográfica, quanto ao conteúdo dos estudos da 
amostra. A revisão multiparadigmática é abordada na seção seguinte (4.2). 
 
4.2 Apresentação dos resultados da revisão multipadigmática 
 
Para identificar os paradigmas foi necessário analisar o objetivo, metodologia e os 
principais resultados das pesquisas. A disposição dos resultados está conforme os paradigmas 
identificados nas pesquisas, ou seja, positivista e interpretativista, Tabela 4 e Tabela 5, 
respectivamente. Isso significa que o paradigma normativo e o paradigma crítico não foram 
localizados. 
 A Tabela 5, organizada sistematicamente, apresenta os artigos identificados no 
paradigma positivista, estes indicam o autor tem uma realidade conhecida e emprega um 
caráter impessoal de forma objetiva e irreflexível, porém tende a explicar ou descrever o fato 
diante ao levantamento empírico a luz da teoria e teste de hipóteses. 
 
Tabela 5 – Pesquisas norteadas pelo paradigma positivista 
Autoria Metodologia Objetivo Principais Resultados 
(Rensburg 
& Botha, 
2014) 
 
Pesquisa 
Empírica – 
survey 
 
Investigar como as 
informações financeiras são 
consumidas no âmbito dos 
novos padrões de relatórios 
financeiros. 
Os stakeholders pouco utilizam o RI como a principal 
fonte de informações financeiras e/ou de investimentos, 
vistos como informações adicionais. Os relatórios 
financeiros anuais são o principal suporte para 
informações financeiras organizacionais. 
(Wulf et 
al., 2014) 
 
Pesquisa 
documen-
tal 
 
Avaliar a capacidade de um 
RI melhorar a governança 
corporativa. 
Mesmo que governança corporativa tenha mudado para 
uma perspectiva voltada para as stakeholders, seu foco 
ainda é dirigido aos acionistas. O sistema alemão parece 
ser uma excelente base para futuros desenvolvimentos do 
RI, ou seja, para o fortalecimento da abordagem 
stakeholders e governança corporativa. 
(Veltri & 
Silvestri, 
2015) 
 
Estudo de 
Caso 
 
Explorar o RI de uma 
universidade pública sul-
africana, comparando-o com 
o Framework 1.0 para RI, 
afim de verificar a 
compatibilidade. 
O RI da universidade inclui os elementos de conteúdo 
como rótulos, mas não aprofunda seu significado. Além 
disso, não segue os princípios das diretrizes do IIRC, 
consequentemente os relacionamentos com os 
stakeholders não são destacados e a capacidade de criar 
valor não é divulgado. 
(Sierra-
García et 
al., 2015) 
 
Pesquisa 
Empírica - 
levantame
nto 
 
Investigar por quê as 
organizações estão 
produzindo 
RI e quais os vínculos de 
garantia do relatório de 
Responsabilidade Social 
A probabilidade de divulgação do RI é positivamente 
associada a ter o relatório RSC assegurado, considerando 
que os resultados são importantes para os stakeholders. 
 
12 
 
Corporativa (RSC). 
(Clayton 
et al., 
2015) 
 
Pesquisa 
documen-
tal 
 
Analisar o desenvolvimento 
do RI por grandes 
organizações na África do Sul 
e avaliar o impacto da 
transição necessária de 
relatórios de sustentabilidade 
para RI. 
Certas tendências da transição de relatórios de 
sustentabilidade para o RI foram observadas, a saber: um 
aumento na garantia de informações não financeiras; 
aderência a diretrizes externas; o surgimento da 
materialidade, divulgação de riscos e remuneração como 
novos temas; e a evolução do discurso orientado pelos 
stakeholders. 
(García-
Sanchez & 
Noguera-
Gámez, 
2017) 
Pesquisa 
Empírica – 
levanta-
mento 
 
Analisar a possível relação 
entre a divulgação de 
informações integradas e o 
grau de assimetria 
informacional. 
Existe uma relação negativa entre a assimetria de 
informação e a divulgaçãode um RI, indicando que seu 
uso ajuda a mitigar problemas de agência, facilitar a 
tomada de decisões organizacionais e melhorar as 
informações entre os investidores. 
(Fasan & 
Mio, 
2017) 
 
Pesquisa 
Empírica – 
levanta-
mento 
 
Identificar os determinantes 
da divulgação de 
materialidade entre as 
organizações do Programa 
Piloto do IIRC. 
A indústria e alguns níveis de características (tamanho e 
diversidade do conselho) desempenham um papel 
significativo na determinação da divulgação da 
materialidade. As organizações do Programa Piloto 
divulgaram mais informações sobre materialidade do que 
seus concorrentes que não aderiram ao programa. 
(Baptista, 
2018) 
Pesquisa 
documen-
tal 
Avaliar em que medida 
Relatos Integrados 
estimulam a comunicação 
estratégica de RSC. 
Relatos Integrados são focados nas necessidades de 
informação dos provedores de capital financeiro, assim 
não requerer às organizações o reporte do impacto total 
das suas atividades em relação aos demais stakeholders. 
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa (2019) 
 
Diante da análise dos artigos voltados para o paradigma positivista de pesquisa, 
percebe-se que estudam sobre as motivações e o porquê as organizações divulgam o RI. A 
Tabela 6 apresenta as pesquisas identificadas no paradigma interpretativista. 
 
Tabela 6 – Pesquisas norteadas pelo paradigma interpretativista 
Autoria Metodologia Objetivo Principais Resultados 
(Stubbs & 
Higgins, 
2018) 
Pesquisa 
empírica - 
entrevista 
Explorar as perspectivas 
dos stakeholders sobre o 
papel das organizações 
voluntárias e abordagens 
regulatórias para 
estabelecer o RI na 
Austrália. 
As organizações que elaboram RI estão mudando seus 
processos, porém a adoção não tem necessariamente 
envolve inovações para estimular mecanismos de 
divulgação. Analisando a percepção dos stakeholders 
não descobriu mudanças radicais para apresentação de 
um relato inovador, mas um processo de alterações 
incrementais do relatório de sustentabilidade. 
(Brusca et 
al., 2018) 
Estudo de 
Caso 
Examinar o 
desenvolvimento para 
implementar a 
sustentabilidade e o RI em 
uma universidade. 
O reporte está focado principalmente em valores sociais 
e de sustentabilidade, o que não pode ser considerado 
um RI que conecte todos os capitais. O principal motor 
tem sido os interesses dos stakeholders, representados 
pelo conselho social da universidade, com o objetivo de 
aumentar a competitividade. 
(Flower, 
2015) 
Pesquisa 
teórica - 
documental 
Traçar a história do IIRC ao 
longo dos quatro anos 
desde sua formação em 
2010. 
O IIRC abandonou a contabilidade da sustentabilidade, 
no qual o conceito de valor do IIRC é ‘valor para os 
investidores’ e não ‘valor para a sociedade’. 
(Feng et 
al., 2017) 
Pesquisa 
empírica - 
entrevista 
Explorar como os 
principais stakeholders 
interpretam o pensamento 
O IIRC não definiu totalmente o conceito de 
pensamento integrado, logo não há consenso 
compartilhado entre os profissionais. Há evidências de 
 
13 
 
integrado e como as 
organizações do Programa 
Piloto estão aplicando o 
pensamento integrado. 
uma compreensão evolutiva do pensamento integrado 
na prática. O que ainda não está claro é como esse 
entendimento se desenvolverá com o tempo. 
(Perego et 
al., 2016) 
Pesquisa 
empírica - 
entrevista 
Apresentar o impacto das 
abordagens do sensemaking 
na prática do RI. 
Os entrevistados referem-se às preocupações sobre a 
marginalização das organizações, com foco excessivo 
de reportes externos, assim notam a necessidade de 
compreender o RI como um processo interno, 
observando os stakeholders e indagando se a gestão 
interna realmente conhece o Framework 1.0 para RI, 
para posteriormente estruturar o RI para o âmbito 
externo. 
(Lai et al., 
2018) 
Pesquisa 
Empírica - 
entrevista 
Analisar como o modo de 
cognição dos preparadores 
influencia em padrões de 
prestação de contas 
associadas ao RI. 
Os esforços dos preparadores em estabelecer diálogos e 
prestação de conta junto aos stakeholders, revelam o 
potencial da RI como fonte narrativa. No entanto, os 
provedores de capital financeiro continuam sendo os 
principais stakeholders deste tipo de reporte. 
(Naynar et 
al., 2018) 
Pesquisa 
documental 
e empírica - 
entrevista 
Explorar a ênfase dada a 
determinados temas em 
Relatos Integrados, 
conforme percepção de 
stakeholders. 
Existem inconsistências entre o conteúdo 
(socioambiental) do reporte e a importância de seus 
temas dado pelos stakeholders entrevistados. Esta 
lacuna existe devido à falta de comunicação entre as 
partes. 
Fonte: Elaborada com base nos dados da pesquisa (2019) 
 
Os estudos analisados com características do paradigma interpretativista, adotaram a 
ontologia relativista e epistemologia construtivista, nos quais o pesquisador desempenhou o 
papel de investigador, tendo interferência do olhar do sujeito sobre o objeto diante de um fato 
ainda não conhecido. 
 
4.3 Discussão dos resultados da revisão multipadigmática 
 
Como os acadêmicos devem contribuir com as deficiências do RI (Dumay et al., 2016; 
Feng et al., 2017), logo, de forma complementar, identificou-se os paradigmas que norteiam 
as pesquisas da amostra, para contribuir com o desafio de abordar o tema RI e gestão de 
stakeholders. Diante dos artigos analisados não foi identificado nenhum posicionamento 
voltado ao paradigma normativo e crítico. O resultado desta análise indica que os estudiosos 
da temática tendem a adotar o paradigma positivista e interpretativista. As pesquisas da 
amostra estudada superaram a dicotomia normativo-positivo, porém confirmou-se o que 
Cosenza et al. (2010) defende, ou seja, que a maioria dos estudos do CSA são de natureza 
positivista; da mesma forma que confirmou-se os resultados de Santos et al. (2018) e 
Slewinski et al. (2015), que estudaram, especificamente, o RI. 
Por um lado, as pesquisas positivistas estão voltadas a explicar o porquê adotar o RI, 
qual influência externa e a influência na gestão da organização, além de explorar a influência 
da conectividade para a relação com os stakeholders. Por outro lado, no paradigma 
interpretativista, pode-se inferir que as pesquisas analisadas estão direcionadas a uma visão 
interna da organização, tal como, transição na implementação do RI, influência no sistema de 
gestão e na legitimidade de informações. Por conseguinte, é possível identificar que o 
paradigma adotado relaciona os tipos de investigação que o pesquisador irá inferir. 
Nas pesquisas sobre RI e gestão de stakeholders com posicionamento interpretativista, a 
metodologia mais empregada foi estudo de caso e levantamento por meio de entrevistas 
semiestruturadas. Desse modo, o paradigma interpretativista torna-se um viés alternativo ao 
 
14 
 
mainstream, adotando a premissa de que as práticas contábeis apresentam significado social e 
organizacional e funcionam como eficiente mecanismo de gestão econômica e social 
(Cosenza et al., 2010). Ao considerar que a interpretação de significados, que os indivíduos 
colocam em sua atividade, é uma questão central para a organização, neste sentido, são os 
seres humanos quem constroem teorias a respeito do funcionamento do mundo e da 
sociedade. Logo, o processo de compreensão entre gerar e disseminar informações de 
situações novas ou desconhecidas deve envolver aspectos da abordagem comportamental, ou 
seja, a pesquisa interpretativista. 
A postura contábil dominante (normativo-positivo) tem uma característica evolutiva 
com foco nos conceitos e premissas baseados em fundamentos racionais e objetivos, 
relegando a um segundo plano os aspectos históricos, metodológicos, morais, éticos e sociais 
nos estudos da CSA. Aspectos que a perspectiva radical (crítica) tende a adotar, evoluindo de 
forma a incorporar as dimensões institucional,econômica, fiscal, socioambiental dos fatos 
patrimoniais, por isso nessa abordagem os estudos tendem a ser mais revolucionários 
(Cosenza et al., 2010). No entanto, essa abordagem ainda não foi utilizada no campo de RI 
com ênfase nos stakeholders. 
Percebe-se 6 artigos (40%) adotam teorias como embasamento. Mesmo que ainda não 
haja uma teoria que atenda as perspectivas da contabilidade socioambiental ou do RI 
(Cosenza et al., 2010; Deegan, 2002; Gray, 2010), para Gray, Kouhy e Lavers (1995) e 
Deegan (2002), a teoria dos stakeholders e a teoria da legitimidade poderiam acrescentar nas 
discussões de sustentabilidade organizacional, uma vez que estas bases teóricas favorecem 
entender como e porquê os gerentes devem divulgar informações dos três pilares da 
organização (econômico, social e ambiental). 
Para Flower (2015) a teoria dos stakeholders seria uma alternativa à teoria capitalista da 
organização e base para discutir sustentabilidade, uma vez que, nessa lente teórica os 
fornecedores não são independentes da organização e sim associados a ela. Contudo, no 
presente artigo, apoia-se a afirmativa de Stubbs e Higgins (2018) quanto ao fato das vozes dos 
usuários de RI permanecem silenciosas na literatura, considerando que somente 3 artigos 
(20%) se embasaram na teoria dos stakeholders. Ou seja, quanto ao RI, percebe-se que as 
pesquisas devem se voltar para o ‘bolo’ (elaboração do reporte), com foco nas vozes dos 
stakeholders (Perego et al., 2016). 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esta pesquisa evidenciou os fatores relacionados à gestão de stakeholders que 
interferem no processo de elaboração do RI, com base em estudos precedentes sobre o tema. 
Diante disso, foram formuladas 11 proposições, sendo que a principal é a seguinte: a ausência 
de comunicação com stakeholders deve-se ao fato de que nem todos os stakeholders utilizam 
o RI como fonte de informação, por ser direcionado aos provedores de capital financeiro e 
para o pilar financeiro, logo as organizações não entendem como funciona o RI, devido a 
falhas e ausência de explicações no Framework 1.0 para RI, assim adotam o RI por conta da 
competitividade e legitimidade, já que outros frameworks se destacam, como o GRI. Por 
conseguinte há necessidade de amadurecimento de práticas internas e motivação dos líderes 
organizacionais em realizar tais mudanças. 
Observa-se que as narrativas da sustentabilidade, sob o aspecto do RI, ainda tem muito 
que avançar, principalmente, devido ao fato deste reporte ser direcionado aos provedores de 
capital financeiro, no sentido de focar no aspecto financeiro. A partir disso, o RI deve evoluir, 
diante do objetivo da contabilidade consistir em disponibilizar informações úteis para a 
tomada de decisão dos usuários. Quanto a isso, tradicionalmente, os reportes corporativos já 
incluem a perspectiva financeira, assim a preocupação reside no aspecto socioambiental com 
 
15 
 
foco na sustentabilidade, ao considerar as necessidades dos demais usuários. Nesse caso, o RI 
pode se tornar o padrão mundial de reportes corporativos no futuro, porém, é necessário que 
seu framework evolua para permitir a aplicação de seus conceitos no âmbito organizacional. 
Isso é justificado pelo fato das pesquisas da amostra evidenciarem que as organizações não 
compreendem o RI e, consequentemente, adotam seus pressupostos de forma imprecisa. 
Portanto, avanços devem ser feitos no sentido fomentar os 9 fatores relacionados à gestão de 
stakeholders e ao RI, expostos por este estudo. 
A academia é responsável pela transmissão de conhecimentos aos futuros profissionais 
na área e pela execução de pesquisas que aproximem a academia dos praticantes, no sentido 
de agregar conhecimentos que sejam aplicáveis aos profissionais da área, contribuindo com o 
debate de temas inconclusos. Sobre isso, é reconhecido que as pesquisas sobre RI e gestão de 
stakeholders estão buscando contribuir com a evolução de seus conceitos, ou seja, avançando 
para o posicionamento interpretativista. Entretanto, embora o aspecto crítico possa contribuir 
no processo de enraizamento e evolução da CSA, outras abordagens são importantes no 
processo de consolidação para normatizar, descrever, explicar fenômenos e interpretar seu 
funcionamento dentro da organização. Logo, todas as abordagens têm suas vantagens e 
desvantagens e propiciam a consolidação da CSA, diante do fato de que o RI deve quebrar a 
concepção de uma ciência voltada apenas para vertentes financeiras. 
Ademais, os stakeholders representam os diferentes grupos que envolvem um conjunto 
de práticas multilaterais (Freeman & Evan, 1990). As pesquisas analisadas apontaram o papel 
dos stakeholders no processo de comunicação com as organizações, contudo, alguns autores 
não definiram qual grupo estavam se referindo, sendo externo ou interno. A pesquisa de Beck, 
Dumay e Frost (2016), sugeriu que o IIRC defina com mais estrutura para quais stakeholders 
o RI é voltado. Assim, definindo quem são os stakeholders, os estudos podem contribuir de 
forma pontual com os desafios do RI. 
A contribuição teórica deste estudo está ao constar que a contabilidade está avançando 
para um novo paradigma de pesquisa, que são pesquisas interpretativas voltadas para o 
sujeito. Mas ao mesmo tempo, nessa amostra, não houve estudos normativos o que causa 
preocupação ao considerar que a academia pode estar passando de normativo para positivo e, 
órgãos reguladores assumindo o papel de normativos (Flower, 2015; Iudícibus & Martins, 
2015). Além disso, contribui-se para a literatura do RI ao refletir que os pressupostos da teoria 
do stakeholders pode ser uma alternativa para atender além dos pressupostos capitalistas e do 
provedor de capital financeiro de uma organização. 
Quanto à contribuição empírica ao IIRC e as organizações, nota-se que a adoção do RI é 
uma nova forma de comunicação, logo, em seu âmbito, a sustentabilidade deve ser debatida 
para aperfeiçoar as métricas contábeis de reconhecimento e mensuração, no sentido de 
abordar informações não financeiras, ao manter contato com os stakeholders. Como os 
stakeholders estão entre a sociedade, que por sua vez, têm interesse em conteúdos de reportes 
corporativos, observa-se que as organizações devem se atentar à sustentabilidade na 
composição do RI. Inclusive, contribuiu-se com os desafios do RI, ao evidenciá-los por meio 
de fatores e proposições qualitativas, tendo em vista que o IIRC busca torná-lo um padrão 
mundial de reportes corporativos. 
Embora defendível teoricamente e metodologicamente, uma limitação nesse estudo é 
não poder generalizar os dados. Para estudos posteriores sugere-se utilização de filtros de 
pesquisa que possibilitem analisar mais artigos, para verificar a evolução das premissas de 
pesquisa. Assim como, desafia-se os acadêmicos e pesquisadores da área a fomentar os 9 
fatores relacionados à gestão de stakeholders e ao RI, expostos por este estudo, por meio de 
pesquisas críticas com intuito de auxiliar o IIRC a mudar as circunstâncias atuais a respeito do 
RI. 
 
 
16 
 
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