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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE ENGENHARIA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO DOURADOS-MS 2018 FABIAN YUITIRO OHARA FELIPE GALILEU MARTINS GABRIEL ALVES FANALI MATHEUS HENRIQUE CAVALHEIRO GARROS MAYARA FRASCISCA DE SOUZA VINICIUS ZANARDO RODRIGUES CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA - UFGD PERFIS DE VELOCIDADES NO TÚNEL DE VENTO Análise de uma asa e de uma placa plana Dourados 2018 PERFIS DE VELOCIDADES NO TÚNEL DE VENTO Análise de uma asa e de uma placa plana Relatório Experimental apresentado ao Curso de Engenharia de Energia da UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, para a disciplina Mecânica dos Fluidos Experimental referente ao experimento “MEDIDAS DO PERFIL DE VELOCIDADES EM UMA ASA E UMA PLACA PLANA NA SEÇÃO DE ENSAIO DE UM TÚNEL DE VENTO” realizado dia 11/04/2018. Prof. Dr. Orlando M. Jr. FABIAN YUITIRO OHARA FELIPE GALILEU MARTINS GABRIEL ALVES FANALI MATHEUS HENRIQUE CAVALHEIRO GARROS MAYARA FRASCISCA DE SOUZA VINICIUS ZANARDO RODRIGUES SUMÁRIO 1 RESUMO .................................................................................................................. 3 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 3 DESENVOLVIMENTO/ MATERIAIS E MÉTODOS ................................................. 5 3.1 MATERIAIS ........................................................................................................... 5 3.2 MÉTODO ............................................................................................................... 5 3.3 GRÁFICO 1 ........................................................................................................... 8 4 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................... 9 4.1 GRÁFICO 2 ........................................................................................................... 9 4.2 GRÁFICO 3 ......................................................................................................... 10 4.3 GRÁFICO 4 ......................................................................................................... 12 4.3.1 FORÇA DE SUSTENTAÇÃO ........................................................................... 12 4.3.2 FORÇA DE ARRASTO ..................................................................................... 13 5 CONSLUSÃO ........................................................................................................ 16 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 17 3 1 RESUMO No experimento, foram realizadas medições de perfis de velocidades em um túnel de vento sugador, em uma rotação de 1000 rpm. A atividade foi dividida em 3 etapas: sem obstáculo, com placa de madeira e asa. As leituras foram realizadas por um anemômetro digital acoplado a um tubo de Pitot realizando 38 leituras nas três configurações analisadas. Desse modo foi possível perceber a importância da utilização e corpos cada vez mais aerodinâmicos, sendo percebido as grandes diferenças no escoamento e nos perfis de velocidade do fluido sobre os corpos. 4 2 INTRODUÇÃO O túnel de vento é uma poderosa ferramenta da engenharia, já que permite que testes precisos acerca do escoamento de fluidos seja realizado de forma compacta e fácil. Desse modo se torna essencial sua utilização nos mais diversos meios de pesquisa, principalmente na automobilística, para o desenvolvimento de automóveis cada vez mais aerodinâmicos, visando maior eficiência e assim, diminuir os impactos ambientais da utilização de fontes de energias não renováveis. Além de proporcionar maior dinâmica na abordagem dos assuntos que compõe a área de Mecânica dos Fluidos. 5 3 DESENVOLVIMENTO / MATERIAL E MÉTODOS Para a realização do experimento, foram necessários alguns equipamentos para a montagem experimental, de modo a testar os diferentes perfis de velocidade. Além de ser necessário uma análise cuidadosa dos dados. 3.1 MATERIAL Para a realização do experimento aqui descrito, foi necessário a utilização de diversos materiais, são eles: - Túnel de vento subsônico, modelo AA-TVSH1; - Anemômetro com tubo de Pitot, modelo HD350 da Extech; - Perfil de asa, modelo AA-TV A06 (𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎) = 0,18 𝑚) - Placa plana de madeira (𝐴 = 0,13.0,13 = 0,0169 𝑚2). 3.2 MÉTODO O experimento foi realizado no LARAVA, utilizando o túnel de vento, uma placa plana de madeira e um modelo de asa. Foi utilizado o anemômetro com tubo de Pitot para medir as velocidades de escoamento dentro da seção de ensaio em diferentes alturas. (Fonte própria) O experimento foi separado em três etapas: 6 • Escoamento livre: O túnel foi ligado e foi observado o comportamento do escoamento sem nenhum corpo na seção de ensaio. • Com placa de madeira: A placa de madeira plana foi colocada na seção de ensaio, de madeira a observar o comportamento do escoamento após passar pela mesma. • Com a asa: A asa foi colocada na seção de ensaio, de modo a ficar 23 cm acima da corda e 23,5 cm abaixo da corda, sendo novamente observado o comportamento do escoamento. A primeira parte da prática teve 38 medições, tendo o tubo de Pitot dividido em uma escala de aproximadamente 1,12 cm, tendo a medição começado a 2,5 cm do piso da seção de ensaio e terminado a 1,5 cm do teto da seção. O túnel de vento, com um motor do tipo sugador, é acionado através de uma chave e sua rotação foi ajustada em 1000 rpm (mil rotações por minuto) e foram feitas medições sem nenhum objeto, ou seja, em escoamento livre. (Fonte própria) A segunda parte do experimento teve o mesmo padrão da primeira parte, porém as medições foram feitas com uma placa plana de madeira ao centro do túnel. Uma observação a ser feita é o dia em que foi realizada a prática, no qual as duas primeiras partes foram realizadas no mesmo dia (11/04/2018) a uma temperatura média de (30.7°C). 7 (Fonte própria) A terceira parte da prática teve o mesmo padrão das duas primeiras partes, porém foi utilizada uma placa em asa plana ao centro do túnel de vento. A segunda observação a ser feita é o dia realizado (18/04/2018) a uma temperatura média de (31°C). (Fonte própria) 8 3.3 GRÁFICO 1 A partir do Gráfico 1, é possível definir a dependência da velocidade do escoamento com as rotações do motor como sendo linear, pois o gráfico das rotações com a velocidade correspondente é uma reta. As informações contidas nos gráficos foram fornecidas antes da realização do experimento. É possível relacionar as rotações do motor e a velocidade de escoamento a partir da taxa de vazão mássica, que é proporcional a rotação do motor, sendo a equação que define a vazão mássica sendo �̇� = 𝜌𝐴𝑣, onde 𝜌 é a densidade do fluido em escoamento, 𝐴 é a área de seção transversal do túnel de vento e 𝑣 é a velocidade do fluido. Desse modo, percebe-se que, como a área da seção onde o Tubo de Pitot estava é constante, assim como a densidade, o aumento vazão mássica em decorrência do aumento das rotações do motor, aumentará a velocidade do fluido. Da mesma maneira, sendo a taxa de vazão mássica constante, a velocidade aumentará com a diminuição da área da seção do tubo de vento (o que ocorre durante o estrangulamento do fluido antes de chegar na seção de ensaio), aumentando assim a velocidade sem aumentar a vazãomássica. 9 4 ANÁLISE DOS DADOS A partir dos dados obtidos experimentalmente, foi possível fazer a análise gráfica dos dados, e assim tirar as conclusões sobre o comportamento do escoamento com os corpos sendo testados na seção de ensaio. 4.1 GRÁFICO 2 O gráfico mostra diferentes estágios de velocidade do ar na seção de ensaio vazia, sem nenhum corpo sendo ensaiado, mantém sua velocidade quase constante, com uma velocidade média na seção de 16,32 m/s, com uma diferença entre a maior e a menor velocidade de apenas 0,52 m/s. Um aspecto de grande relevância nesta configuração que o Tubo de Pitot em relação ao piso da seção de ensaio é de 6,5 cm e em relação ao teto da seção de ensaio sendo de 1,5 cm. Com tais parâmetros, nota-se pela análise gráfica alguns distúrbios significativos no momento em que a sonda se encontra no limiar de contato com o teto da seção de ensaio. Efeito, este, característico da margem operacional de garantia do fabricante em relação a uniformidade do escoamento do fluxo de ar – no qual neste presente estágio nota-se oscilações na pressão e na temperatura no escoamento. y = -0,0007x + 16,334 10 12 14 16 18 20 22 24 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 V el o ci d ad es ( m /s ) Altura do tubo de Pitot na seção de ensaio do túnel de vento (cm) Análise dos perfis de velocidade com a seção de ensaio vazia 10 4.2 GRÁFICO 3 O segundo gráfico mostra as variações de velocidade ao longo da seção de ensaio, ao inserir uma placa de madeira plana (𝐴 = 0,0169𝑚2) na mesma. Como se trata de um objeto não aerodinâmico é ocasionando um grande impacto no fluxo da massa de ar, torna-se importante destacar a queda do escoamento constante na região atrás da placa de madeira, onde a velocidade foi consideravelmente menor, chegando a uma amplitude de velocidades (diferença entre a maior e a menor velocidade registrada experimentalmente) de até 7,7 m/s. Torna-se possível efetuar o cálculo da força de arrasto presente na placa. Para isso utilizamos a densidade do ar que vale 1,169 kg/m³, a velocidade do fluido que foi propulsado pelo motor do túnel de vento a 16,32 m/s, a área da placa de 0,0169m² e o coeficiente de arrasto, obtido através da seguinte análise: Figura 1 – Relação para determinar o coeficiente de arrasto aerodinâmico. y = 0,0797x + 11,573 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 V el o ci d ad e d e es co am e n to ( m /s ) Altura do tubo de Pitot no túnel de vento (cm) Análise dos perfis de velocidade de uma placa plana na seção de ensaio do túnel de vento 11 Sabendo que a placa em estudo apresenta uma área quadrada, a divisão de uma lateral pela outra equivale a 1 (13cm/13cm=1), logo, o coeficiente utilizado é o de valor 1,18. Através da fórmula de força de arrasto: 𝑭𝒅 = 𝟏 𝟐 × 𝝆 × 𝑽𝟐 × 𝑨 × 𝑪𝒅 Onde: • 𝐹𝑑 = Força de Arrasto; • ρ = Densidade do Fluido em questão; • V = Velocidade do Fluido em questão; • A = Área Frontal do objeto em análise; • 𝐶𝑑 = Coeficiente de Arrasto do Fluido em questão. Obtemos: 𝐹𝑑 = 3,104513382, ou ≈ 3,11. Tal valor retrata o já era esperado, um valor alto de resistência ao fluxo de ar ao seu redor, ocasionando fenômenos de turbulências e regiões de baixas pressões e esteiras de escoamento (DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA – USP). Conforme pode ser verificado em uma modelagem computacional: Figura 2 – Modelagem do comportamento do fluxo de ar entorno de uma placa plana. 12 4.3 GRÁFICO 4 O terceiro gráfico mostra as variações de velocidade ao longo da seção de ensaio, ao inserir um perfil de asa (𝐴 = 0,0828𝑚2 e Corda de Perfil = 0,18𝑚) na mesma. Como se trata de um objeto aerodinâmico não é ocasionando um grande impacto no fluxo da massa de ar, no qual, pela análise gráfica é notório a sutileza da variação da velocidade do fluxo de ar ao longo do corpo aerodinâmico obtendo uma média de 16,78 m/s e uma amplitude relativa de 1,81 m/s. É possível a determinação de certos pontos característicos e de grande relevância para fenômenos aeronáuticos da atualidade, tais como: força de sustentação, força de arrasto aerodinâmico, entre outros fatores. 4.3.1 Força de Sustentação De forma sucinta, a força de sustentação está relacionada com a geometria escolhida para a asa, levando em consideração seu perfil, comprimento, largura, etc. E varia diretamente com a densidade do ar, a área da asa e a velocidade ao quadrado, podendo ser expressa pela seguinte equação: (ABBOTT; DOENHOFF, 1959) 𝑳 = 𝟏 𝟐 𝝆𝑽𝟐𝑨𝑪𝑳 Onde: • L = Força de Sustentação; • ρ = Densidade do Fluido em questão; • V = Velocidade do Fluido em questão; y = -0,028x + 17,458 10 12 14 16 18 20 22 24 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 V el o ci d ad e (m /s ) Altura do tubo de Pitot na seção de ensaio do túnel de vento Análise dos perfis de velocidade de uma asa na seção de ensaio do túnel de vento 13 • A = Área da Asa em questão; • 𝐶𝐿 = Coeficiente de Sustentação da Asa em questão. Não pode negligenciar que escoamentos de Reynolds baixos apresentam uma característica fundamental para melhor análise de desempenho que são as bolhas laminares de recirculação que podem ser vistas na figura 3, que apresenta o perfil E387 em uma visualização de fluxo com fumaça das bolhas de recirculação a 𝑅𝑒 = 100.000, 𝛼 = 2. Estas estão ligadas a incapacidade do fluxo de fazer a transição de laminar para turbulento, na camada limite da superfície do aerofólio, separando do fluxo laminar antes que ocorra a transição. (SELIG, 2003) Figura 3 - Visualização do fluxo de fumaça das bolhas laminares de recirculação em uma asa. Fonte: (Visconti, 2016) 4.3.2 Força de Arrasto Essa força pode ser expressa em termos de coeficientes adimensionais que são função do desempenho, assim como a velocidade, a densidade do ar e a área da asa. Pode ser expressa a força de arrasto de acordo com a equação a seguir: (VISCONTI, 2016) 𝑭𝒅 = 𝟏 𝟐 𝝆𝑽𝟐𝑨𝑪𝒅 Onde: • 𝐹𝑑 = Força de Arrasto; • ρ = Densidade do fluido em questão; 14 • V = Velocidade da Aeronave; • A = Área da Asa em análise; • 𝐶𝑑 = Coeficiente de Arrasto da Asa em questão. Uma asa considerada aerodinamicamente eficiente, apresenta um alto coeficiente de sustentação e um baixo coeficiente de arrasto, conforme a figura 4 – ilustrando um modelo ideal de perfis aeronáuticos. Esses valores são obtidos a partir da configuração do perfil, do ângulo de ataque e do número de Reynolds. Figura 4 – Perfil Aeronáutico de asas, fuselagem e aniônica. Fonte: (Junior, 2014) Ou, analisando um perfil de asa de forma computacional, torna-se de mais fácil percepção a visualização do que realmente está acontecendo no sistema túnel de vento – perfil de asa. Com uma representação computacional, a visualização das linhas de corrente passando pelo perfil de asa e a formação de pequenas regiões de baixa pressão e turbulências – este principalmente nas pontas da mesma. Conforme ilustra a figura 5. 15 Figura 5 – Modelagem computacional do comportamento de um perfil de asa em um túnel de vento. Fonte: (Rodrigues, 2012) 16 5 CONCLUSÃO Enfim, após o término da análise dos dados pertinentes, é possível concluir que os diferentes corpos expostos na área de seção do ensaio, geraram diferentes perfis de velocidade no escoamento do fluido em questão, no caso, o ar atmosférico. Foi possível determinar uma inconstância nos dados do perfil de velocidade quando foi utilizado um corpo não aerodinâmico, como a placa plana, na seção e um perfil mais constante quando utilizado um corpo aerodinâmico, no caso, o perfil de asa modelo AA-TVA06. Na placa plana não fora possível determinara força de sustentação, tanto porque ela não está inclinada em relação ao fluxo de ar – no qual a mesma se encontra perpendicular ao fluxo de ar, quanto porque não há uma diferença de pressão estritamente entre suas partes superior e inferior. Desta forma, os perfis analisados no referente experimento apresentam características aerodinâmicas distintas – enquanto a placa plana não apresenta nenhuma característica aerodinâmica, o perfil de asa modelo AA-TVA06 demonstra uma excelente configuração aerodinâmica – sendo possível fazer tal distinção com a analises gráficas apresentas dos respectivos objetos. 17 REFERÊNCIAS ÇENGEL; BOLES, Yunus A.; Michael A. TERMODINÂMICA. 7 Edição. Cidade: New York. Editora AMGH Ltda., 2013. VISCONTI, João Pedro Portella Guedes. Estudo inicial de um veículo aéreo não tripulado do tipo tilt-rotor. Universidade Federal de Juiz de Fora. 2016. Disponível em:http://www.ufjf.br/mecanica/files/2016/07/TCC_Final_Jo%C3%A3o-Pedro- Visconti.pdf. Acessado: 20 de Abril de 2018. ASSUMPÇÃO, Marcos E.; SOUZA, Diego A. C. Comparação entre o Coeficiente de Arrasto da Asa de uma Aeronave Rádio-Controlada Através dos Métodos dos Volumes Finitos e Multhopp – XFoil®. Universidade Federal de São João del-Rei. 2010. Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/i- ermac/anais/sessoes-paineis/sp30.pdf. Acessado: 19 de Abril de 2018. Departamento de Engenharia Mecânica – Universidade de São Paulo. Escoamento ao redor de um cilindro em túnel de vento. 2015. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3271682/mod_resource/content/1/Exp.%201 %203222_2017.pdf. Acessado: 19 de Abril de 2018.
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