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Relatório Análise do escoamento sobre cilindros estacionários e rotativos Matheus Henrique Cavalheiro Garros, Patrick de Oliveira Guedes Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Engenharia, Curso de Engenharia de Energia Resumo: Deve conter introdução ao trabalho, método, resultados e conclusões – tudo isso de forma resumida em somente 01 parágrafo. Deve permitir ao leitor compreender o que foi feito, como foi feito e os resultados do que foi feito. Palavras Chaves: exemplo; célula de carga; palavra (no máximo 5 palavras – separadas por ponto e vírgula). 1. Introdução Sabe-se de forma bem definida, como ocorre o escoamento em torno de cilindros, devido ao extenso estudo já realizado nos presentes dias, principalmente para cilindros estacionários. Devido aos estudos experimentais existentes, é possível definir o que esperar de um experimento realizado numericamente em softwares de simulações em CFD, tanto para cilindros estacionários, como rotativos. Para esse tipo de estudos, é comum definidor a relação: 𝜶 = 𝝎𝒓 𝒗∞ Eq. 1. Que representa a relação entra a rotação do cilindro e a velocidade da corrente livre. 2 Figura 1: Escoamentos com Re=200 para diferentes valores de 𝜶 . Fonte https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/88895/carvalho_gb_me_ilha.pdf?sequence=1. Softwares de CFD, trabalham na solução das equações de Navier-Stokes (Eq. 2.) de modo a definir a variação das características do escoamento em diversos pontos para um domínio-fluído determinado previamente pelo operador. 𝝆 𝑫�⃗⃗� 𝑫𝒕 = −�⃗⃗� 𝑷 + 𝝆�⃗⃗� + 𝝁𝜵𝟐�⃗⃗� Eq. 2. Os experimentos foram realizados utilizando o software ANSYS CFX, com o domínio fluido definido a seguir. Figura 2: Domínio fluído construído na interface do software ANSYS CFX. Fonte própria. As proporções foram H = 4 m, L = 6, T = 0,1 m e D = 0,5 m, sendo que a distância do centro do cilindro até a borda direita foi de 1,5 metros. Para as configurações da malha: Figura 3: Malha empregada nas simulações. Fonte própria. Para as configurações de simulação, o modelo de turbulência utilizado foi o 𝑘 − 𝜀, e o tempo de cada simulação foi definido pela equação: Comprimento L Altura H Espessura T Diâmetro D 3 𝑡 = 2𝐿 𝑈∞ Eq. 3. De modo que fosse possível que o fluido percorresse ao menos todo o domínio duas vezes, o passo de tempo foi padronizado para todas as simulações em 0,2 segundos. As velocidades utilizadas para o escoamento do fluido foram as seguintes: TABELA 1: Velocidades de corrente livre empregadas e respectivos números de Reynolds. Vinf 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 Reynolds 3,24E+03 6,47E+03 9,71E+03 1,29E+04 1,62E+04 1,94E+04 Para todas as velocidades de escoamento, foram realizadas uma segunda simulação, inserindo desta vez uma velocidade de rotação 𝜔 = −100𝑟𝑝𝑚 (sinal negativo devido ao sentido de rotação ser no sentido horário). 2. Resultados e Discussões Seguem os resultados obtidos nas simulações, com as respectivas linhas de corrente com gradiente de velocidades: Figuras 4 e 5: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,1 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. 4 Figuras 6 e 7: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,2 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. Figuras 8 e 9: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,3 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. Figuras 10 e 11: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,4 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. Figuras 12 e 13: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,5 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. 5 Figuras 14 e 15: Linhas de corrente com gradiente de velocidade para uma corrente livre de 0,6 m/s, imagens sem rotação no cilindro, e com rotação, respectivamente. TABELA 2: Valores de força de arrasto e sustentação, com os respectivos coeficientes, para as diferentes montagens empregadas. 𝑈∞(m/s) 𝜔 (rpm) 𝐹𝐷 (N) 𝐹𝐿 (N) 𝐶𝐷 𝐶𝐿 0,1 0 0,0002 - 0,6678 - 0,1 -100 0,0013 0,0103 4,4951 34,8716 0,2 0 0,0007 - 0,5771 - 0,2 -100 0,0014 0,0302 1,1966 25,5262 0,3 0 0,0016 - 0,6010 - 0,3 -100 0,0027 0,0316 1,0029 11,8370 0,4 0 0,0040 - 0,8460 - 0,4 -100 0,0033 0,0377 0,7011 7,9527 0,5 0 0,0043 - 0,5744 - 0,5 -100 0,0044 0,0416 0,5982 5,6186 0,6 0 0,0054 - 0,5099 - 0,6 -100 0,0071 0,0460 0,6648 4,3131 Analisando a relação do Cd para o cilindro sem rotação, pode-se traçar o seguinte gráfico: GRÁFICO 1: Coeficiente de arrasto em função do número de Reynolds para o cilindro estacionário. 6 A partir da análise gráfica é possível notar que, embora os valores estejam próximos, entre os resultados encontrados experimentalmente expostos nas figuras 16 e 17 (entre o intervalo de 1,1 a 0,5), a grandeza dos valores não permite dizer que a simulação foi precisa. Analisando, por exemplo, a última velocidade (0,6 m/s e Re de aproximadamente 19x10³) com um Cd de 0,6648 pela simulação, e um Cd de aproximadamente 1,1 pelo gráfico, obtêm-se um erro na grandeza de 40%, demonstrando que houveram divergências que não podem ser desprezadas. Apesar disso, o comportamento das curvas na determinada região se mostrou similar (Fig. 16 e 17), tendo um formato parabólico positivo no intervalo desejado, mostrando que a simulação teve uma coerência física na forma como houve a variação dos resultados entre as simulações (aumentando ou diminuindo o valor de Cd com base no comportamento do escoamento). Figuras 16 e 17: Gráfico de Cd(Re) para cilindros circulares lisos e esferas lisas. Fonte: Schlichting et al, 1979. 3.1. Análise do efeito da rotação sobre o escoamento 0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 0,5000 0,6000 0,7000 0,8000 0,9000 0 5000 10000 15000 20000 25000 C d Re Cd(Re) para cilindro sem rotação 7 A partir dos resultados das simulações com o cilindro em rotação, é possível ver uma anomalia no escoamento. Esse fato é chamado de efeito Magnus, que explica as alterações que ocorrem no escoamento próximo a superfície quando a mesma possui uma rotação. Para o coeficiente de arrasto, se pode observar que, para valores abaixo de 10000 Re a rotação do cilindro influência negativamente sobre o corpo, aumentando a força de arrasto exercida. Mas para números de Reynolds com valores maiores, ambas as retas se mantiveram com um comportamento semelhante, como ilustra o Gráfico 2. GRÁFICO 2: Coeficiente de arrasto em função do número de Reynolds para o cilindro estacionário e rotativo. A queda brusca no coeficiente de arrasto para o cilindro rotativo, pode ter sido causado pela chamada crise do arrasto. Segundo Aguiar & Rubini (2004), a crise do arrasto é a redução abrupta que a resistência do ar sofre quando a velocidade do corpo aumenta além de um certo limite. A camada limite também ajuda a entender a crise do arrasto. A altas velocidades o fluxo de ar em torno do corpo torna-se turbulento, permitindo que a camada limite resista melhor à tendência de separação. Com isso o ponto de descolamento move-se mais para trás da bola, diminuindo a área de baixa pressãona esteira, e consequentemente reduzindo a resistência do ar. Os dados mostrados no Gráfico 3 são facilmente visíveis pelas imagens de simulação, pois, quanto maior for a velocidade do escoamento do fluido, para uma mesma velocidade de rotação, menor será a diferença de pressão entre a parte inferior e superior do corpo. Isso ocorre porque as diferenças de velocidade entre a parte superior e inferior são menores, consequentemente a diferença de pressão e força de sustentação também (Fig. 19). Devido a maior velocidade do fluido ele acaba por resistir mais o movimento imposto pela parede do cilindro, diminuindo a espessura da camada limite. Assim, apenas as quantidades de fluido mais próximas da parede são diretamente afetadas pela rotação, diferente para baixas velocidades no escoamento, onde a razão 𝛼 (def. pela Eq. 1) tem valores maiores. 0,0000 1,0000 2,0000 3,0000 4,0000 5,0000 0 5000 10000 15000 20000 25000 C o ef ic ie n te d e ar ra st o C d Número de Reynolds Re Cd(Re) para cilindro com rotação e sem rotação Cd (sem rot) Cd (com rot) 8 TABELA 3: Valores de alpha para cada escoamento simulado. Vinf alpha 0,1 6,545 0,2 3,2725 0,3 2,18167 0,4 1,63625 0,5 1,309 0,6 1,09083 Figura 19: Diferenças no escoamento no cilindro rotativo para um escoamento a 0,1 m/s e 0,5 m/s, respectivamente. GRÁFICO 3: Coeficiente de sustentação em função da velocidade do escoamento para cilindro rotativo. Em geral, para os casos com o cilindro rotativo, é possível ver uma aproximação das linhas de corrente na parte superior, um indicativo de aumento da velocidade, e consequentemente, queda da pressão. A Eq. 4, a equação de Bernoulli, descreve esse fenômeno em escoamentos conservativos, no caso de escoamentos não conservativos é somado um termo que representa a dissipação de energia do 0,0000 5,0000 10,0000 15,0000 20,0000 25,0000 30,0000 35,0000 40,0000 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 C o ef ic ie n te d e su st en ta çã o C l Velocidade da corrente livre (m/s) Cl(𝑈∞) 9 escoamento ao lado esquerdo da equação. Desse modo, surge uma diferença de pressão entre a base e o topo do cilindro, proporcionando uma força de sustentação positiva. 𝑃𝑖 + 𝜌𝑔ℎ𝑖 + 𝜌𝑉𝑖 2 = 𝑃𝑓 + 𝜌𝑔ℎ𝑓 + 𝜌𝑉𝑓 2 Eq. 4. Figura 18: Como a rotação de um corpo circular altera o fluxo do ar. Fonte: https://www.dicasecuriosidades.net/2018/04/qual-e-o-efeito-magnus.html. O efeito Magnus, como já discutido nas seções anteriores, também altera o comportamento da camada limite. Esse efeito é muito estudado, principalmente, sobre corpos utilizados em esportes (como bolas de golfe, futebol e etc.), pois é comum que esses corpos tenham um movimento rotativo quando são arremessados, por exemplo. De acordo com Aguiar & Rubini (2004), a explicação do efeito Magnus nas bolas esportivas é dada pelo comportamento da camada limite sob rotações. A Fig. 19 mostra o fluxo de ar em torno de uma bola que gira no sentido horário. Note que a separação da camada limite é antecipada na parte de baixo da bola, em que a rotação se opõe ao fluxo de ar, e adiada no lado de cima, em que a rotação acompanha a passagem de ar. A assimetria na separação da camada limite empurra o ar atrás da bola para baixo. Pela 3ª Lei de Newton, a bola sofre uma força em sentido contrário, para cima, o que dá origem ao efeito Magnus. Figura 20: Separação da camada limite em bola de golfe sob rotação. Fonte Aguiar & Rubini, 2004. 10 3.2. Diferenças entre simulado e os dados experimentais da literatura Principalmente para o cilindro estacionário, onde existem amplos dados e pesquisas na literatura a acerca do escoamento sobre os mesmos, foi notada que a diferença entre os coeficientes calculados na simulação e os existentes de dados experimentais. Essa diferença pode estar relacionada a configurações durante a configuração do caso, e a construção da malha, que tem uma grande influência sobre os resultados que serão obtidos. Lua et al expõe que para que os resultados comecem a se manter estáveis em simulações com escoamentos mais complexos (como o cilindro rotativo) é ideal usar malhas com mais de 33,640 células e o passo de tempo deve ser relacionado com a velocidade de rotação do cilindro pela relação delta t = 0.000625T rot, onde Trot é o período de rotação do cilindro. Um maior aperfeiçoamento na malha na região próxima as paredes do cilindro também pode ser interessante, já que é a região onde mais ocorrem variações nos perfis de velocidade e pressão. Outros aperfeiçoamentos podem ser necessários nos ajustes dos métodos de solução, realizando uma pesquisa prévia para que o método mais adequado ao caso seja utilizado. 4. Conclusões Texto (tipicamente 1 a 2 páginas – concluindo o trabalho – baseado nos resultados experimentais, nas comparações entre experimentos, discussões e etc). Texto. Quais os resultados - resultados do que foi feito!!! Referências Bibliográficas 1. Aguiar, C.E.; Rubini, G. A aerodinâmica da bola de futebol. Instituto de Física – UFRJ, 2004. 2. ÇENGEL, Yunus A; CIMBALA, John M. Mecanica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2015. 990p. 3. Carvalho, G. B. Estudo experimental do escoamento em torno de cilindros circulares em rotação. FEIS – UNESP, 2003. 106p. 4. Efeito Magnus. Disponível em: <https://www.dicasecuriosidades.net/2018/04/qual-e-o-efeito- magnus.html>. Acesso em 23 de abril de 2019. 5. Lua et al. Rotating elliptic cylinders in a uniform cross flow. Department of Mechanical Engineering, National Chiao Tung University and National University of Singapore, 2017. 51p. https://www.dicasecuriosidades.net/2018/04/qual-e-o-efeito-magnus.html https://www.dicasecuriosidades.net/2018/04/qual-e-o-efeito-magnus.html
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