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Administração Financeira - unid_1

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Maurício Felippe Manzalli
 Prof. Antonio Salvador Morante
Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin
 Prof. Fábio Gomes da Silva
 Prof. Livaldo dos Santos
Administração Financeira
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Professor conteudista: Maurício Felippe Manzalli / Antonio Salvador Morante
Maurício Felippe Manzalli
Economista pela Universidade Paulista – UNIP e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo. Atualmente é professor da UNIP nos cursos de Ciências Econômicas e Administração e também é 
coordenador do curso de Ciências Econômicas na mesma universidade. Tem experiência em administração e finanças, 
notadamente naquelas ligadas ao setor de transporte de passageiros, atuando há 29 anos no ramo. 
Antonio Salvador Morante
Possui mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991) 
e doutorado em Administração pela Florida Christian University (2003). Atualmente ministra aulas de finanças no 
MBA da FIA‑USP, e até 2010 foi professor de controladoria, contabilidade, análise das demonstrações financeiras 
e administração financeira da Universidade Paulista. No campo empresarial, é presidente da Proteção Especial de 
Vigilância Ltda. – PROEVI, e outras empresas do Grupo FB, organizações com aproximadamente 2.500 colaboradores.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M296a Manzalli, Maurício Felippe.
Administração financeira. / Maurício Felippe Manzalli, Antonio 
Salvador Morante. – São Paulo: Editora Sol, 2014.
128 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2‑001/14, ISSN 1517‑9230.
1. Administração financeira. 2. Ambiente operacional. 3. 
Indicadores de desempenho. I. Título.
CDU 658.15
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Carla Moro
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Sumário
Administração Financeira
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 OBJETIVO E AMBIENTE DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ............................................................ 13
1.1 Papel de finanças e do administrador financeiro .................................................................... 13
1.2 Tarefas básicas da função financeira: funções e objetivos ................................................. 15
1.3 Objetivos estratégicos do administrador financeiro .............................................................. 21
1.4 A interação da Administração Financeira com outras áreas do conhecimento ......... 22
2 O AMBIENTE OPERACIONAL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO E DA PRóPRIA EMPRESA ....... 24
2.1 Agentes operadores do Sistema Financeiro Nacional ........................................................... 31
Unidade II
3 DECISÕES DE FINANCIAMENTO EM CURTO PRAZO .......................................................................... 43
3.1 Planejamento de caixa ....................................................................................................................... 46
3.2 Administração do caixa ..................................................................................................................... 48
3.3 Orçamento diário de caixa ............................................................................................................... 49
3.4 Capital Circulante Líquido ................................................................................................................ 53
3.5 Administração do capital de giro ................................................................................................... 60
3.6 Administração do disponível ........................................................................................................... 61
3.7 Administração das duplicatas a receber ..................................................................................... 64
3.8 Políticas de crédito .............................................................................................................................. 65
3.9 Segurança do crédito: os Cs do crédito ...................................................................................... 66
3.10 Modelo de limitação de crédito ................................................................................................... 67
3.11 Aplicação do modelo de limitação de crédito ........................................................................ 69
3.12 Administração dos estoques ......................................................................................................... 71
3.13 Necessidade de capital de giro ..................................................................................................... 74
3.14 Exemplo de aplicação de ciclo operacional e ciclo financeiro ........................................ 76
4 DECISÕES DE FINANCIAMENTO EM LONGO PRAZO ......................................................................... 76
4.1 Fontes de recursos para o financiamento empresarial ......................................................... 77
4.2 O dilema entre capital próprio e capital de terceiros ............................................................ 81
4.3 O conceito de alavancagem financeira ....................................................................................... 81
4.4 Retorno sobre o Ativo (RsA) ............................................................................................................. 82
4.5 Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RsPL) ............................................................................... 82
4.6 Aplicação do GAF, do RsA e do RsPL ............................................................................................ 84
4.7 Financiamento de Ativos fixos ........................................................................................................ 86
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Unidade III
5 INDICADORESDE DESEMPENHO .............................................................................................................. 93
5.1 Risco e retorno ...................................................................................................................................... 93
6 HEDGE (PROTEÇÃO) ........................................................................................................................................ 97
Unidade IV
7 INDICADORES FIESP‑SERASA E REVISTA EXAME .............................................................................101
8 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS: DIAGNóSTICO EMPRESARIAL ..........................................................102
8.1 Desempenhos setoriais ....................................................................................................................104
8.1.1 Diagnóstico empresarial a partir das ferramentas da administração financeira .......104
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APRESENTAÇÃO
O livro‑texto que aqui apresentamos servirá de apoio ao estudo da disciplina Administração 
Financeira, que trata do papel do administrador financeiro na organização, do planejamento, do controle 
e da responsabilidade, destacando as atividades realizadas em curto prazo, como: contas a receber e 
a pagar, administração do capital de giro, elaboração do fluxo de caixa, apresentação das análises das 
demonstrações financeiras, além de cuidar do nível de estoque ideal nas atividades produtivas. Em 
seguida, a disciplina foca as atividades realizadas em longo prazo, apresentando as possibilidades de 
investimentos e financiamento que o administrador financeiro poderá realizar no mercado de capital, na 
Bolsa de Valores (Bovespa&BMF), nas ações, nos derivativos (commodities), nas instituições financeiras, 
nos títulos públicos e privados. Trata também de mostrar os riscos inerentes às atividades (de curto e 
longo prazo) na busca de lucratividade para seus acionistas e stakeholders. Estuda, ainda, a governança 
corporativa quanto à responsabilidade social e à preservação do meio ambiente em que está inserida. 
Por fim, busca mostrar os indicadores de desempenho e diagnóstico empresarial, instrumento necessário 
para avaliar e comparar os resultados planejados e realizados pela instituição com os seus concorrentes.
O objetivo principal da disciplina Administração Financeira é trabalhar com ferramentas e conceitos 
que permitam aos alunos identificar necessidades atuais e futuras de recursos, avaliar a saúde financeira 
das organizações e tomar decisões a partir dessas avaliações, sempre utilizando casos práticos e reais. 
Além desse objetivo, há ainda o de fazer os alunos adquirirem e/ou produzirem os conhecimentos 
necessários para o desenvolvimento das seguintes competências:
•	 	planejamento	estratégico;
•	 	senso	crítico	e	capacidade	de	contextualização;
•	 	visão	sistêmica;
•	 	orientação	para	resultados;
•	 	capacidade	de	identificar	e	solucionar	problemas;
•	 	orientação	para	o	empreendedorismo;
•	 	trabalho	em	equipe;
•	 	desenvolvimento	pessoal	e	profissional.
Note que o livro‑texto está dividido em quatro unidades. Em cada unidade você encontrará:
•	 textos	explicativos	que	elucidam	a	matéria;
•	 resumos	do	conteúdo	estudado;
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•	 exercícios	comentados;
•	 tópicos	para	refletir,	por	meio	dos	quais	convidamos	você	a	pensar	sobre	assuntos	da	atualidade;
•	 a	 seção	 “Saiba	Mais”,	 em	que	 indicamos	filmes,	 livros	e	demais	 fontes	que,	de	alguma	 forma,	
complementam os temas investigados. Não deixe de explorar essas sugestões, garantimos que 
você irá ampliar seu conhecimento sobre os temas apresentados e que essa ampliação será 
extremamente	útil,	não	apenas	na	questão	específica	da	disciplina,	mas	na	sua	vida	profissional;
•	 os	“Lembretes”	–	anotações	pontuais	que	remetem	a	alguma	informação	já	conhecida;
•	 e	as	“Observações”	–	apontamentos	que	chamam	sua	atenção	para	algum	ponto	a	ser	destacado	
sobre o assunto em desenvolvimento – são recursos que reforçam algumas questões.
É importante também salientar que, neste livro‑texto, construiremos juntos os conhecimentos 
relativos à importância e aplicação da administração financeira, em particular no tocante à administração 
do capital empresarial. Nossa proposta, portanto, não é a de tão somente transferirmos um conjunto 
predeterminado de saberes. As escolhas metodológicas e didáticas a partir das quais o livro‑texto foi 
confeccionado incluem o aperfeiçoamento do espírito crítico e o desenvolvimento das capacidades e 
habilidades de produção e geração de conhecimento. Dessa forma, você poderá notar que os conteúdos 
estão sempre entrelaçados às situações concretas das organizações, e tal estratégia permitirá que você 
desenvolva, com autonomia, o seu próprio saber em relação à administração das finanças empresariais.
Cada unidade foi elaborada para atender a determinados objetivos. Na unidade I, você entrará em 
contato com os objetivos e com o ambiente da administração financeira em um contexto empresarial, em 
que são apresentadas as tarefas básicas da função financeira bem como os objetivos do administrador 
financeiro num contexto de administração estratégica. A unidade II apresenta as opções para tomada 
de decisão de financiamento de capital de giro, ou de Ativo Circulante, no curto prazo. A unidade 
III	versa	sobre	o	assunto	“indicadores	de	desempenho”,	apresentando	medidas	preventivas	no	que	se	
refere à área financeira das organizações. Por fim, a unidade IV procura apresentar ferramentas para 
traçar diagnóstico empresarial a partir dos conceitos e definições que foram apresentadas nas unidades 
anteriores.
Esperamos que você aprecie a leitura e que, a partir dela, possa conhecer e dominar os processos de 
administração financeira e os seus impactos nas organizações. Bom trabalho!
INTROduÇÃO
Você deve estar se perguntando: por qual motivo devo estudar Administração Financeira?
A resposta poderia ser direta e simples! Porque todos os assuntos que envolvem dinheiro e finanças 
são interessantes. A resposta até pode ser simples e direta, mas trata‑se de um assunto demasiado 
complexo no tratamento.
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Como entender as finanças empresariais? No mundo contemporâneo, mapeado pela chamada 
globalização econômica, em que uma de suas características preponderantes é a competição empresarial, 
a administração das finanças por parte das empresas torna‑se de extrema importância para a conquista 
e permanência competitiva.
Tratar do assunto finanças é abordar de qual forma os recursos financeiros são organizados dentro 
das empresas para que o lucro seja gerado e, mais do que isso, significa também ajudar na administração 
estratégica, lembrando que nem só de finanças vive uma empresa.
Pense, por exemplo, numa empresa industrial de um setor qualquer, digamos o setor calçadista. 
Uma empresa que produza calçados, tanto masculinos quanto femininos de todas as linhas, tanto 
adulto quanto infantil. Procure imaginar a quantidade de departamentos que essa empresa industrial 
tenha: produção industrial, compras de matéria‑prima e material de escritório, vendas e relações com 
consumidores, recursos humanos, departamento contábil, além de todo o staff no nível estratégico.
Procure agora pensar na organização e no desempenho de cada departamento, desses que foram 
oferecidos como exemplo e mais outra quantidade que possa imaginar. Para que o departamento 
operacional de produção industrialpossa bem desempenhar suas funções, do que necessita? Primeiro, 
de bens de capital, máquinas e equipamentos que serão utilizados na produção de sapatos. Máquinas 
e equipamentos custam dinheiro, muito dinheiro! As máquinas não trabalham sozinhas: necessitam de 
alguns elementos que as façam operar. Podemos pensar em energia elétrica ou outra forma de energia 
que faça com que as máquinas possam ser operadas. Operadas por quem? Pessoas, talvez. Sim, pessoas, 
recursos humanos, trabalhadores que também custam, recebem remuneração por seu trabalho.
Contudo, o que fazem as máquinas e as pessoas sem os meios de produção para surgirem 
os sapatos? Há, portanto, a necessidade de mais gastos com a aquisição de meios de produção, as 
chamadas matérias‑primas do processo produtivo, que também custam. E as ferramentas e tudo mais 
que é utilizado no nível operacional? De onde sai o recurso monetário para manter esta estrutura? Veja, 
estamos tratando somente da estrutura operacional.
Para um calçado ser produzido, é necessário pensar em seu modelo. Eis a equipe de criação, capital 
intelectual, que também custa dinheiro. Então, fazemos uma pergunta: é um custo, uma despesa ou 
um investimento? Não responderemos agora. Vamos pensar mais um pouco sobre nossa indústria de 
calçados. Já temos pessoas no nível operacional e nos níveis estratégicos e táticos, que são, de certa 
forma, administradas por outras pessoas responsáveis pela folha de salários da empresa: o departamento 
de recursos humanos, que também custa. Este departamento cuida, dentre outras preocupações, da 
remuneração dos vendedores, fixas ou variáveis. Não importa. O que importa é que sem vendedores essa 
empresa de calçados não consegue se fazer conhecer e expandir mercados.
Pois bem, você é capaz de pensar nos demais departamentos e do que necessitam. Cada departamento 
dentro de qualquer organização tem um orçamento, aquilo que a ele é pertinente. Todavia, cada 
departamento	“briga”	por	orçamentos	maiores	ao	longo	do	tempo.	A	produção	requer	maior	orçamento	
para	poder	adquirir	máquinas	novas;	o	departamento	comercial	requer	orçamento	maior	para	poder	bem	
remunerar	seus	representantes;	o	departamento	de	marketing requer maior orçamento para bem poder 
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desenvolver	nova	campanha	publicitária;	o	departamento	de	criação	também	solicita	maior	orçamento	
para poder desenvolver novos modelos, o que solicita, muita das vezes, pesquisa. Caso o departamento 
de criação desenvolva novo modelo de calçado que utilize matéria‑prima diferente daquela que a 
produção estava acostumada a trabalhar, pode ser que isso seja motivo de treinamento ou capacitação 
de operários que também custa. Ainda, pode ser que mudança de uma linha de produção requeira 
mudança também do parque tecnológico que a empresa tenha instalado. Do que necessitará, então, o 
setor operacional? De mais recursos para investimentos em modernidade.
Qual a fonte de todos esses recursos? Bem sabemos que a fonte primária de recursos financeiros 
numa organização é o Patrimônio Líquido, representado pelo ingresso de recursos financeiros dos sócios 
naquela empresa. O Patrimônio Líquido é uma conta do Passivo no Balanço Patrimonial em que são 
apresentadas as fontes de recursos empresarias que também podem ser de terceiros, não necessariamente 
os sócios.
Se a fonte de recursos financeiros empresariais está nas contas do Passivo, as contas do Ativo 
representam a forma com que tais recursos são utilizados, se circulantes ou permanentes. Ao administrador 
financeiro caberá a decisão de como canalizar, na forma de Ativo, os recursos pertencentes à empresa 
que ingressam pelo Passivo. Não só isso: com a administração eficiente do Ativo, seja circulante ou 
permanente, geram‑se condições de a empresa apresentar lucro e reforçar o Patrimônio Líquido, bem 
como remunerar o capital dos sócios que ali foram empregados.
O fato é que estamos chamando a atenção para que você perceba que, para a empresa de calçados 
ser bem administrada, as finanças estão no centro disso. Entradas e saídas de recursos são uma das 
principais preocupações do administrador financeiro. Podemos falar, então, de administração de fluxo 
de caixa? Sim. Podemos falar de preocupação do tempo de retorno de um investimento efetuado em 
nova máquina? Sim. Podemos falar de como encontrar melhor forma de financiamento de uma despesa 
inesperada quando o caixa está negativo? Sim.
Pense na seguinte situação: a folha de salários da empresa vence no quinto dia útil do próximo mês 
e, pelo fluxo de caixa, deverá ser paga com as entradas de recursos dos últimos três dias. Tais entradas 
de recursos são provenientes do recebimento das faturas que representam as vendas de determinado 
período. Pense, ainda, que uma dessas faturas seja de um cliente muito bom, que não atrasa seus 
pagamentos, e que, justamente neste mês, passou por problemas financeiros e não pagará no prazo 
a fatura devida à nossa empresa de calçados do exemplo, certo? E agora? Você é o administrador 
financeiro dessa empresa, sabe que não haverá a entrada de tal recurso esperado em seu fluxo de caixa 
e que deverá pagar os salários dos funcionários daqui a alguns dias. O que fazer? Simplesmente pagar 
os salários que der? Não, obviamente. Esta até pode ser uma alternativa, no limite. Para que a empresa 
de calçados honre com seus compromissos, onde você buscará recursos para cobrir o fluxo de caixa? 
Quais são as principais, e mais adequadas, fontes de recursos para este caso? Daí a importância de 
conhecermos	o	“mundo”	das	finanças.
Oferecemos outro exemplo: essa mesma empresa está pensando em ampliar suas instalações por 
conta do maior market share conquistado nos últimos tempos. A decisão é por abertura de uma filial 
que ficará responsável por uma linha específica de produção de calçados com vistas à exportação. É 
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uma linha de calçados que não será oferecida para o mercado interno, doméstico, mas somente para o 
mercado internacional.
Qual a relação disso com o administrador financeiro? Total. Ele deverá conhecer quanto de recursos 
financeiros a empresa necessitará para o investimento inicial na nova unidade fabril. Por exemplo, será 
um local alugado ou local próprio com construção a ser efetuada? Quanto de recursos financeiros para 
o investimento, portanto, será necessário? E qual a fonte desses recursos? Uso de recursos próprios 
acumulados de lucros de períodos anteriores? Reforço de capital por parte dos sócios existentes? 
Chamada de novos sócios para reforço do Patrimônio Líquido? Abertura de capital, transformando a 
empresa em sociedade anônima, negociando ações em bolsa de valores para reforço de capital e futura 
distribuição de dividendos da operação?
Acha que acabaram as opções, não. Em que momento e em quais condições a empresa deverá 
optar por financiamentos bancários para proceder tal investimento e quais são as principais fontes 
para financiamento? Quanto combinar financiamentos bancários com recursos próprios no novo 
investimento? Que taxa de retorno o novo investimento deve gerar para poder cobrir a despesa financeira 
com juros dos empréstimos obtidos e a remuneração do capital dos sócios? Qual o prazo de retorno 
desse novo investimento para repor totalmente o capital empregado? São questões que o administrador 
financeiro deverá estar apto a responder.
Lembre‑se de que, no exemplo que estamos desenvolvendo, o novo investimento será para a produção 
que terá como destino o mercado internacional. O que mais deve ser levado em consideração? Será 
que a taxa de câmbio está nessa conversa? Sim, está. Conhecimentodo mercado cambial e da política 
econômica governamental, nacional e internacional também faz parte do ambiente da administração 
financeira.
Estas são apenas algumas considerações que efetuamos para que você consiga ver a importância 
do estudo desta área. Esperamos, sinceramente, que faça bom proveito do estudo desta disciplina e que 
possa bem desenvolver suas funções profissionais, mesmo que não seja diretamente com esta área.
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administração financeira
Unidade I
Nesta unidade você entrará em contato com os objetivos e o ambiente da administração financeira 
em um contexto empresarial, em que serão apresentadas as tarefas básicas da função financeira bem 
como os objetivos do administrador financeiro num contexto de administração estratégica. Entretanto,o 
tratamento não será somente intraorganização: deve‑se também levar em consideração o ambiente 
externo operacional do administrador financeiro proporcionado pela existência do mercado financeiro. 
Seu uso é de grande valia ao administrador financeiro por permitir possibilidade para a administração 
estratégica de recursos à disposição da empresa. Para tanto, a unidade apresenta características dos 
diversos mercados que compõem o mercado de capitais, quais sejam, o mercado cambial, o monetário, 
o de crédito e o de capitais, onde o papel das bolsas de valores é o preponderante.
Esperamos que aproveite a leitura. Vamos a ela.
1 OBJETIVO E AMBIENTE dA AdMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Qual o real objetivo da administração financeira, já parou para pensar? Você administra suas finanças? 
É tarefa fácil? A nós parece que não, assim como de uma empresa também não é. Por vezes, o que fazer 
quando há sobras de recursos? Onde aplicar, de que forma aplicar, por qual prazo e com qual objetivo 
são algumas das questões que as pessoas sempre estão inclinadas a responder, ainda mais quando a 
opção não é pela aplicação financeira dos recursos excedentes e sim por seu uso como consumo. E 
no caso inverso, quando há falta de recursos? Como financiar os gastos excedentes também é uma 
preocupação. Envolva as questões anteriores no âmbito de uma empresa e verá que o problema será 
maior ainda. Portanto, o papel das finanças e do administrador financeiro é o que passaremos a tratar.
1.1 Papel de finanças e do administrador financeiro
O fluxo de fundos em uma empresa industrial envolve operações de uma empresa industrial, 
mas, de maneira idêntica, outros empreendimentos, no âmbito comercial ou de prestação de serviços, 
também apresentam uma dinâmica semelhante ao de uma empresa industrial, no que se refere às 
entradas e saídas de recursos financeiros, que é o que visa demonstrar este fluxo. Analisemo‑lo, passo 
a passo.
A constituição de qualquer empresa, de qualquer empreendimento, portanto, requere um aporte de 
capital ou a tomada de empréstimos e financiamentos. Esses recursos constituirão as disponibilidades 
financeiras do empreendimento, utilizadas para saldar os compromissos com os fornecedores tanto de 
matérias‑primas, materiais auxiliares e outros insumos utilizados no processo produtivo, a exemplo 
de equipamentos, instrumentos, utensílios, edificações e outros Ativos permanentes indispensáveis à 
operacionalização do negócio. E também para saldar compromissos financeiros com os prestadores de 
serviço, aí incluída a mão de obra direta – relacionada aos que se dedicam diretamente à operação do 
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Unidade I
empreendimento, como os operadores de máquinas industriais – e a execução de serviços especializados 
por terceiros – manutenção industrial, por exemplo. Com base nesses fatores de produção – máquinas 
industriais, matérias‑primas, mão de obra direta, tecnologia de produto e de processo e, sobretudo, 
capacidade empresarial para aglutinar todos estes fatores – surgem os produtos que serão, finalmente, 
adquiridos pelos indivíduos para suprir determinadas necessidades.
Durante o processo de produção e comercialização ocorrem despesas operacionais – aquelas decorrentes do 
suprimento de energia elétrica, pagamento de aluguel, mão de obra indireta e outras –, despesas financeiras – 
decorrentes de antecipações de valores a receber mediante desconto de duplicatas, por exemplo, ou decorrentes 
de empréstimos e financiamentos – e receitas financeiras – resultado da aplicação de recursos financeiros 
disponíveis no mercado de capitais, por exemplo. Essas despesas operacionais e despesas financeiras serão 
cobertas pelo lucro advindo das operações – resultado da diferença entre a receita proveniente das vendas e 
custos relacionados diretamente com a obtenção do produto ou mercadoria vendida ou prestação do serviço 
ao cliente. Essas vendas, quando realizadas à vista, irão ampliar imediatamente as disponibilidades financeiras 
da organização. Se realizadas a prazo, constituirão um bem ou direito a ser posteriormente recebido, como as 
duplicatas a receber. Por último, mas não menos importante, existirão ainda os impostos incidentes sobre o 
lucro da atividade, o pagamento de dividendos aos acionistas ou cotistas do empreendimento e, o que sobrar, 
será incluído em contas de reservas e lucros retidos do empreendimento.
 Observação
Observe que administrar recursos financeiros requer habilidade para 
gerenciar limites. Nem sempre uma empresa consegue obter recursos na 
quantidade desejada, da mesma forma que não consegue gastar menos 
recursos conforme planejamento.
Qualquer que seja o tipo de empreendimento, é fato que as atividades empresariais requerem recursos 
financeiros para a sua operação. E dessa operação resultam recursos financeiros que constituirão os 
lucros do negócio.
As atividades empresariais envolvem funções relacionadas entre si, tais como produção, vendas, 
administração, contabilidade, finanças e outras. A gestão dos recursos financeiros movimentados por 
todas as áreas da empresa é parte essencial da função financeira. Por um lado, a função financeira 
responde pela obtenção dos recursos necessários ao desenvolvimento das atividades da organização. 
Por outro lado, deve participar ativamente da formulação de uma estratégia, sua implementação e 
controle, no que se referir à otimização do uso desses fundos.
 Lembrete
Lembra‑se dos exemplos oferecidos na introdução deste texto? Das 
preocupações da empresa de calçados? É disto que estamos tratando, agora 
de forma mais aprofundada.
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administração financeira
A eficiente gestão financeira contribuirá para o bom desenvolvimento de todas as atividades 
pertinentes a qualquer organização. Para tanto, há a necessidade de se conhecer as tarefas básicas da 
função financeira.
1.2 Tarefas básicas da função financeira: funções e objetivos
Ainda com base no fluxo de fundos de uma empresa industrial hipotética, de que forma são 
desenvolvidas	as	tarefas	básicas	da	função	financeira?	As	“válvulas”	que	estão	dispostas	entre	um	e	outro	
“reservatório”	de	fontes	e	de	usos	dos	recursos	financeiros	são,	de	fato,	as	oportunidades	de	atuação	
do gestor financeiro. A ele compete, diretamente, regular o fluxo de entrada e saída de recursos que, ao 
final, serão canalizados para o Patrimônio Líquido da empresa, sob a forma de capital, reservas e lucros 
retidos. E é do conhecimento das peculiaridades de cada uma dessas fontes e dessas possibilidades de 
utilização dos recursos financeiros que surge a indispensável qualificação do gestor financeiro.
Na busca de soluções quevisam a um adequado levantamento de recursos, o profissional da área 
de finanças deve explorar todas as fontes de recursos que são colocadas à disposição de uma empresa. 
Essas fontes e usos estão relacionados diretamente com o próprio empreendimento, mas também com 
o mercado financeiro e com o de fatores de produção e de bens e serviços finais onde a empresa atua.
A figura 1 apresenta a ação do administrador financeiro.
Ativo circulante
Ativo permanente
Passivo circulante
Risco/retorno
Fatores econômicos
Valor da ação
Exigível a LP
Patrimônio Líquido
Ativo
Passivo e 
Patrimônio Líquido
Mercado
Empresa
Figura 1 – Âmbito de ação do administrador financeiro
O administrador financeiro age sobre o Ativo Circulante do negócio, dimensionando adequadamente 
os investimentos que serão realizados na sua operação, financiando clientes, investindo em estoques 
e nas demais rubricas que configuram os bens e direitos num horizonte de 360 dias contados da data 
do balanço. Também dimensiona, da forma mais adequada possível, os financiamentos tomados que 
serão utilizados nos investimentos no Ativo Operacional do empreendimento e que irão consubstanciar 
o Passivo Circulante.
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Unidade I
 Lembrete
Lembre‑se de que os estoques que estão lançados no Ativo Circulante 
representam tanto o estoque de matérias‑primas e materiais auxiliares, 
como o estoque de produtos acabados.
A atuação do administrador financeiro, quanto às condições de pagamento das compras e uma 
apropriada administração das rubricas que compõem o Contas a pagar, é de fundamental importância para 
a configuração de um adequado ciclo financeiro do negócio, coerentemente com as reais possibilidades 
que o mercado e o próprio negócio oferecem. Para tanto, as compras tanto de matéria‑prima como de 
materiais auxiliares devem estar em consonância com as condições de pagamento dessas compras que 
a empresa pode gerenciar. Devem estar consubstanciadas com as condições de entradas de recursos na 
empresa de forma que tenha condições de efetuar os pagamentos nos prazos estabelecidos.
Muitas vezes, condições mercadológicas, preço baixo, por exemplo, faz com que determinada empresa 
efetue compras de matéria‑prima além do necessário para aquele momento. Trata‑se de uma questão 
de escolha entre as opções que lhe são oferecidas: aproveitar uma queda de preços de matéria‑prima e 
reforçar estoque na crença de possibilidade de diminuição do custo dos produtos, o que impacta saídas 
de	caixa	para	retorno	de	produção	futura,	ou	simplesmente	não	“cair	na	tentação”	das	oportunidades	
ditas mercadológicas, focalizando as ações na racionalidade.
 Observação
Observe que ciclo financeiro é o resultado da composição dos prazos 
médios de recebimento das vendas, de renovação dos estoques e de 
pagamento das compras.
 Saiba mais
É possível perceber que o gestor financeiro deve ter amplo conhecimento 
das demonstrações contábeis, desde sua estruturação até a interpretação 
para acertada tomada de decisão. Sobre o assunto, é sempre válida a 
consulta à obra:
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
Nesta obra, você poderá relembrar alguns conceitos pertinentes à 
contabilidade, notadamente aqueles que remetem ao Balanço Patrimonial 
e suas rubricas. Fica a dica.
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administração financeira
Ainda com relação às principais rubricas do Balanço Patrimonial constantes da figura 1, o 
administrador financeiro também atua sobre a composição do Ativo Permanente do negócio, interagindo 
com as demais funções no sentido de estabelecimento das melhores condições possíveis para a alocação 
dos recursos de terceiros resultantes de empréstimos e financiamentos, além dos recursos próprios, 
contrapartida da aquisição dos indispensáveis, bens que configuram o imobilizado do empreendimento. 
E também na evolução que se verifica na atividade, pelos investimentos que darão origem à ampliação 
do próprio negócio, explorando as oportunidades que se oferecerem para tal.
 Lembrete
Lembre‑se de que o Ativo Permanente é composto de bens da empresa 
de difícil conversão em caixa no curto prazo. Não apresenta liquidez 
imediata e pode impactar negativamente os resultados financeiros.
Saindo do âmbito interno da empresa, o administrador financeiro coloca um olho atento nas 
condições oferecidas pelo mercado quanto ao risco e retorno das diversas possibilidades de aplicação 
financeira de recursos disponíveis. Nesta condição, municia‑se adequadamente de informações sobre 
todos os fatores de ordem econômica que possam interferir direta ou indiretamente na condução das 
atividades, quer sejam elas derivadas do mercado de atuação como de forças econômicas, sociais, legais 
e tecnológicas provenientes do macroambiente de atuação da organização.
No caso de empresas de capital aberto, sua atuação se concentra, por vezes, em atividades que 
possam interferir diretamente na avaliação do valor da ação do empreendimento no mercado, zelando 
por uma valorização crescente do valor de mercado, coerentemente com o valor patrimonial e com as 
possibilidades de retorno do investimento em níveis compatíveis com a taxa de atratividade do mercado 
específico de atuação.
Tem‑se, portanto, em uma síntese, que o papel do administrador financeiro é exercido tanto 
sobre os recursos próprios – aqueles que configuram o Patrimônio Líquido do negócio, como capital 
integralizado, reservas e lucros retidos – como recursos de terceiros – aqueles que compreendem 
as contas do Passivo Circulante e do Exigível de Longo Prazo. São recursos permanentes quando 
provenientes de recursos próprios ou de dívidas de longo prazo, e constituem recursos temporários 
quando se referirem a compromissos e dívidas em curto prazo. Podem, ainda, serem recursos onerosos – 
que implicam pagamento de despesas financeiras daí decorrentes –, ou recursos não onerosos – quando 
não constituírem recursos que irão exigir o pagamento de algum tipo de ônus financeiro para a sua 
obtenção.
Do lado da alocação de recursos, ou seja, destinação e uso dos recursos financeiros obtidos, quaisquer 
que sejam as fontes de recursos, cabe ao administrador financeiro uma análise visando compatibilizar 
prazos e custos desta tomada de recursos com a potencial geração dos lucros do negócio, que irão 
suportar tais custos em volume e em determinado momento. Assim, o financiamento de um torno 
mecânico, por exemplo, deverá considerar as reais possibilidades de geração de receita com o produto 
advindo da operação deste item que irá compor o Ativo imobilizado do empreendimento, na época e 
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Unidade I
no volume de lucro compatível com os desembolsos financeiros por conta de um financiamento daí 
originado para a aquisição do bem.
Entretanto, a atuação do administrador financeiro não se faz unicamente pela obtenção e alocação 
de recursos financeiros destinados à aquisição de bens que irão compor o Ativo Permanente da empresa. 
Também se observa uma acentuada atuação do administrador financeiro no desenvolvimento das 
operações da organização. Nesse conteúdo operacional da função financeira, os recursos podem ser 
alocados tanto em Ativos fixos como em Ativos Circulantes, ou seja, nas disponibilidades, composição 
da carteira de contas a receber de clientes e administração dos estoques de matérias‑primas, materiais 
auxiliares e produtos acabados. Por vezes, a atuaçãodo administrador financeiro é de fundamental 
importância para a constituição de outros Ativos, tais como participação societária em outras empresas 
e determinadas aplicações financeiras.
No processo de administração das fontes de recursos e sua destinação, desponta um aspecto de 
extrema importância para o sucesso da administração financeira: a relação entre liquidez e rentabilidade. 
Sobre o assunto, Cheng e Mendes (1989) exploram que:
Gestão financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos monetários 
derivados da atividade operacional da empresa, em termos de suas 
respectivas ocorrências no tempo. Ela objetiva encontrar o equilíbrio entre 
a	“rentabilidade”	(maximização	dos	retornos	dos	proprietários	da	empresa)	
e	 a	 “liquidez”	 (que	 se	 refere	 à	 capacidade	 de	 a	 empresa	 honrar	 seus	
compromissos nos prazos contratados). Isto é, está implícita na necessidade 
da gestão financeira a busca do equilíbrio entre gerar lucros e manter caixa.
 Observação
Acabamos de apresentar duas grandes funções da área financeira: 
manter caixa positivo e gerar lucros para a empresa.
A liquidez, traduzida pela capacidade da organização em liquidar seus compromissos financeiros 
de curto prazo, tem a ver com o correto dimensionamento dos prazos médios a que nos referimos 
anteriormente. Entre a aquisição da matéria‑prima e dos componentes necessários para a fabricação 
do produto até a efetivação da venda propriamente dita, existem custos e despesas que deverão ser 
suportados pela empresa.
A	definição	dos	prazos	de	pagamento	desses	materiais	será	importante	para	a	“saúde”	financeira	do	
empreendimento: se os prazos de pagamento não forem compatíveis com o prazo de recebimento das 
vendas, poderá ocorrer um descompasso entre a entrada e a saída de recursos. Sabe‑se que tais prazos 
médios de pagamento e de recebimento das vendas nem sempre são ditados pela própria empresa. Na 
maioria	das	vezes,	essas	condições	são	estabelecidas	“no	mercado”,	quando	todos	os	principais	agentes	
econômicos envolvidos ficam dispersos em torno de uma média de dias, sob dependência do custo 
financeiro nas operações de refinanciamento existentes neste mercado.
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administração financeira
Por isso, compete ao gestor financeiro a conciliação dos interesses envolvidos na área de produção e 
de vendas, por exemplo, funções em que se processam paradoxos: para a área de produção interessa 
dispor de um elevado estoque de matéria‑prima, componentes e partes e peças indispensáveis à 
elaboração do produto final. Desta maneira, se poderá cumprir, com a máxima segurança, o cronograma 
de produção que for destinado. Isso requer uma disponibilidade de área, entendido como espaço físico, 
com todos os custos e despesas ali envolvidos, tais como aluguel ou amortização de investimento ou 
empréstimo	 para	 a	 aquisição	 do	 imóvel;	 despesas	 com	 a	 administração	 do	 estoque,	 com	 zeladoria,	
com	vigilância	e	segurança	etc.;	além	de	disponibilidade	de	capital	de	giro	que,	muitas	vezes,	não	são	
facilmente suportados pela geração da receita e dos lucros.
Por seu turno, a área de vendas certamente se sentiria mais capacitada a cumprir suas metas de 
vendas se lhe fossem disponibilizados produtos para pronta entrega a preços inferiores aos praticados 
pelo mercado e com condições de pagamento a perder de vista.
Assim, diante tal paradoxo, cabe ao gestor financeiro a decisão de a qual interesse atender, visto 
que os dois lados representam importâncias relativas e, por vezes, no mesmo momento. Daí, então, a 
necessidade do fluxo de caixa compatibilizar as saídas e as entradas de recursos financeiros.
 Saiba mais
Cheng e Mendes (1989) ressaltam que o administrador financeiro não 
pode ser o único responsável pela eficiente administração do fluxo de caixa, 
uma vez que este representa o fluxo de entradas e saídas das operações 
que foram geradas por toda a empresa. Neste aspecto, recomendamos 
a leitura de tal artigo, intitulado A Importância e a Responsabilidade da 
Gestão Financeira na Empresa	 (CHENG,	A.;	MENDES,	M.	M.	Cadernos de 
Estudos. n. 1. São Paulo, out. 1989). Você perceberá que a responsabilização 
por boa parte da administração de caixa dependerá também das ações dos 
departamentos indiretamente envolvidos.
A compatibilidade entre as saídas e as entradas de recursos financeiros para a operação do 
empreendimento é decorrência do volume de recursos que são alocados no Ativo Circulante 
Operacional (ACO) – duplicatas a receber, estoques e certos ajustes no Ativo Circulante – e no 
Passivo Circulante Operacional (PCO) – fornecedores, contas a pagar e também certos ajustes no 
Passivo Circulante relacionados com a operação do empreendimento. A diferença entre ACO e 
PCO constitui a necessidade de capital de giro (NCG) do negócio. Sabidamente, quanto menor for 
o capital de giro do empreendimento, mais recursos poderão ser utilizados em outras áreas do 
empreendimento.
A maioria das empresas apresenta um ACO maior do que o PCO. Neste caso, compete ao gestor 
financeiro a obtenção de recursos para financiamento desses Ativos em condições adequadas ao 
negócio. Se, no entanto, o ACO for menor do que o PCO, sobram recursos na empresa, aos quais deverão 
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Unidade I
ser aplicadas as melhores taxas do mercado financeiro ou mesmo deverão ser utilizados para a expansão 
da planta, ou seja, investimento em Ativos fixos.
No tocante ao segundo aspecto desta análise sobre a eficácia da administração, devemos considerar 
a	rentabilidade	como	um	“grau	de	êxito	econômico	obtido	pela	empresa	em	relação	ao	capital	nela	
investido”	(BRAGA,	1989,	p.	30).	A	relação	entre	o	lucro	operacional	e	o	Ativo	Operacional	a	que	nos	
referimos anteriormente já indicará uma medida da eficiência na gestão dos recursos próprios e de 
terceiros, independentemente dos custos financeiros e de outros fatores. Por sua vez, uma relação entre 
o lucro líquido do negócio em determinado período de tempo associado ao volume de capital próprio 
médio no período será um importante indicador, para o acionista, da rentabilidade do capital investido 
que, cotejado com outras taxas de atratividade no mercado financeiro, indicará se o investimento 
realizado no empreendimento está proporcionando uma rentabilidade adequada, em termos de custo 
de oportunidade do investimento. Ainda nesta ligeira digressão sobre a rentabilidade, a relação entre o 
lucro antes das despesas financeiras e o volume total de Ativos do empreendimento proporciona outra 
medida da eficiência da empresa.
Este retorno sobre o Ativo, como também é conhecido, comparado com o custo da dívida – relação 
entre a despesa financeira e o volume de empréstimos bancários existentes na organização – poderá 
indicar se houve uma adequada alavancagem financeira do negócio, ou seja, se terá ou não valido a 
pena o endividamento bancário.
Como se observa, portanto, o equilíbrio entre uma adequada liquidez corrente – o volume de 
bens e direitos de curto prazo, comparados com as obrigações de curto prazo – e rentabilidade do 
empreendimento são uma permanente preocupação do administrador financeiro e um constante 
desafio que se interpõe na consecução dos seus objetivos.
 Saiba mais
Sobre o assunto rentabilidade versus liquidez, indicamos a leitura do 
artigo Uma Proposta para a Análise Integrada da Liquidez e Rentabilidade 
das Empresas, de autoria dos professores Roberto Braga, Valcemiro 
Nossa e José Augusto Veiga da Costa Marques, encontrado na Revista de 
Contabilidade e Finanças, v. 15, São Paulo, jun. 2004.
Neste artigo, é apresentado um novo modelode análise das 
demonstrações contábeis que permite integrar as avaliações da situação 
financeira e da rentabilidade do capital próprio em uma única medida, 
denominada Indicador da Saúde Econômico‑Financeira das Empresas (Isef). 
Estamos certos de que apreciará a leitura.
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1.3 Objetivos estratégicos do administrador financeiro
Com as informações reunidas até aqui, já pudemos observar que as funções do administrador 
financeiro de uma organização estão reunidas em algumas atividades básicas, quais sejam:
•	 análise	e	planejamento	de	todas	as	informações	de	cunho	financeiro,	que	possam	se	relacionar,	
direta ou indiretamente, com as operações da organização, com a expansão do negócio frente às 
oportunidades e mesmo com ameaças derivadas do ambiente externo, isto é, do macroambiente 
e,	sobretudo,	do	ambiente	setorial,	no	processo	de	administração	estratégica	do	empreendimento;
•	 administração	 da	 estrutura	 dos	 Ativos	 da	 empresa	 e	 de	 que	 forma	 tais	 Ativos	 implicam	 a	
obtenção de recursos financeiros para a sua aquisição e operacionalização, coerentemente com 
as	possibilidades	de	geração	de	caixa	desses	Ativos;
•	 administração	da	estrutura	financeira	da	empresa,	aí	 incluídos	os	aspectos	relacionados	com	a	
composição mais adequada de financiamentos em curto, médio e longo prazos, dadas as suas 
implicações com a liquidez e rentabilidade do negócio, e também com a própria determinação 
das melhores fontes de financiamento em curto, médio e longo prazos para suprimento das 
necessidades de capital de giro e recursos financeiros destinados à composição do Ativo fixo da 
empresa.
Essas funções são desempenhadas com um primordial objetivo: a maximização do Patrimônio 
Líquido da organização. Isto significa a ampliação da riqueza dos proprietários do empreendimento. 
Este é o fundamento de todos aqueles que investem seu capital em um empreendimento considerado 
de risco. Risco porque envolve a possibilidade de perda total ou parcial desses recursos. Assim, o risco 
é inerente a todos os empreendimentos e aplicações, podendo ser eficientemente avaliado, calculado, 
suportado ou mesmo eliminado, com base nas condições do macroambiente e ambiente setorial e, 
sobretudo, nas competências e habilidades desenvolvidas e aplicadas pelos gestores do empreendimento 
no planejamento, operacionalização, controle e condução do negócio.
 Saiba mais
Já que tocamos no assunto risco, indicamos fortemente a leitura do 
livro de Peter L. Bernstein, Desafio aos Deuses: a Fascinante História do 
Risco (Rio de Janeiro: Campus, 1997). Em uma narrativa que se assemelha 
a um romance, o autor argumenta que a concepção do risco constitui uma 
das ideias centrais que distinguem os tempos modernos do passado mais 
remoto. Vela a leitura.
Neste sentido, é preciso considerar, neste estágio de nossa digressão, o que significa a maximização 
do Patrimônio Líquido do negócio ou a ampliação da riqueza dos seus donos. Em outras palavras, quanto 
vale o negócio?
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Unidade I
Existem várias formas para a medição do valor de um empreendimento. Vão desde o valor dos 
Ativos, o valor da marca, o valor do Patrimônio Líquido e outros Ativos tangíveis (Ativo Permanente) 
e intangíveis (marcas e patentes, licenças de produção etc.). Mas, o que melhor reflete o valor de um 
empreendimento é a capacidade de geração de caixa deste. Ou seja, a capacidade de gerar lucros, 
mediante o uso de seus Ativos, o emprego de determinada tecnologia, sua competência gerencial e o 
seu próprio conceito junto a fornecedores, clientes e credores em geral. É sobre tais aspectos que deve 
se concentrar a atuação dos gestores do empreendimento, porque daí deriva o valor do negócio.
Maximização da riqueza dos acionistas não significa necessariamente maximização dos lucros. 
Enquanto este último resulta de ações imediatas, por vezes inconstantes e esporádicas e de curto efeito 
no tempo, a maximização do valor das ações ou cotas dos acionistas ou proprietários é fruto de uma 
perspectiva de longo prazo, com investimentos que visem, além de outros aspectos, à perpetuidade 
do empreendimento. Também é preciso atentar para o valor do dinheiro no tempo, que implica uma 
análise de valor presente líquido dos retornos anuais esperados para o negócio, descontados a uma 
determinada taxa de atratividade para os investimentos que serão cotejados com outras aplicações 
financeiras.
Em se tratando de uma empresa que possui ações no mercado de capitais, a valorização dessas ações 
também é de extrema importância para a fundamentação da maximização da riqueza do acionista, bem 
como os dividendos proporcionados por essa fração do capital. Neste particular aspecto, a periodicidade 
dos recebimentos de dividendos pode ser um interessante apelo para a atração de investidores. 
Dentre eles, aqueles que preferem receber dividendos de uma forma regular, independentemente das 
flutuações dos lucros. Desta forma, a empresa estará minimizando os efeitos negativos que possam 
afetar as cotações das ações.
Além disso, há que se considerar a relação entre risco e retorno do investimento. Sabidamente, 
quanto maior o risco, maior a exigência de retorno do investimento por aqueles que irão disponibilizar 
os recursos.
1.4 A interação da Administração Financeira com outras áreas do 
conhecimento
Feita esta distinção, vejamos de que maneira a função da administração financeira se relaciona 
com outras áreas do conhecimento. Esta relação se dá principalmente no âmbito da Economia e da 
Contabilidade.
A Administração Financeira se vale dos conceitos compreendidos tanto na macroeconomia 
quanto na microeconomia. São dois ramos teóricos da mesma ciência. A microeconomia estuda o 
comportamento dos consumidores e, por outro lado, certos aspectos relacionados ao funcionamento 
das empresas, no tocante a custos e produção de bens e serviços e, também, receita e fatores produtivos. 
As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa, sobre a qual se 
assentam os estudos e conceitos da administração em suas várias funções empresariais. Os conceitos 
envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro são extraídas 
da	teoria	microeconômica.	Questões	relativas	à	composição	de	fatores	produtivos,	níveis	”ótimos”	de	
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administração financeira
vendas e estratégias de determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias no nível 
microeconômico e, por isso, constituem um campo especial de atuação do administrador financeiro.
A macroeconomia compreen de o estudo dos agregados – a produção ou renda nacional, o consumo, o 
emprego, a moeda, o nível de preços, o comércio internacional. Estes são, pois, aspectos amplos e globais 
da	realidade	econômica,	abordados	de	forma	“macroscópica”.	Esta	mudança	de	enfoque	–	do	micro	para	
o	macro	–	requer	boa	dose	de	abs	tração.	Antes,	no	enfoque	“microscópico”,	podíamos	observar	de	perto	
nossa partici pação na realidade econômica do país, ganhando e gastando, e economizando sempre que 
possível. Agora, ao tratarmos dos agregados, abordando aspectos como o custo de vida em contínua, 
imperceptível – até certo ponto – e persistente ascensão, o nível de emprego em volume inferior às 
ne cessidades, nos sentiremos alheios à própria evolução dos fatos, porque, aparentemen te, as coisas 
fogem completamente do nosso controle pessoal.Vê‑se, portanto, que a dúvida se deslocará de uma visão individualizada para uma visão da econo mia 
como um todo, na mudança de uma abordagem microeconômica para uma abordagem macroeconômica. 
Ambos os ramos teóricos são importantes para o administrador financeiro, dadas as implicações sobre 
sua atividade e seus objetivos em geral.
 Observação
Observe que a microeconomia trata da economia aplicada ao mundo 
empresarial tomado como unidade de produção, enquanto a macroeconomia 
observa todas as unidades de produção em conjunto.
 Saiba mais
Para um maior aprofundamento do que vem a ser microeconomia e 
macroeconomia, vale a consulta ao livro de Otto Nogami e Carlos Roberto 
Martins Passos, intitulado Princípios de Economia (6. ed. São Paulo: Cengage, 
2011). Os autores foram muito felizes na descrição, análise e aplicação de 
diversos conceitos da economia para o ambiente organizacional. Temos 
certeza de que aprenderá bastante acerca desta ciência.
Em relação à Contabilidade, a Administração Financeira dela se utiliza para uma visão acurada da 
posição financeira da organização. O contador, utilizando certos princípios padronizados e geralmente 
aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser 
reconhecidas por ocasião das vendas. Por sua vez, as despesas devem ser reconhecidas quando incorridas, 
isto é, na sua geração.
Este método é geralmente chamado de regime de competência dos exercícios contábeis. Por este 
método, o valor da venda comprovado por uma nota fiscal de venda emitida hoje, que será recebido 
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no mês seguinte, deve ser registrado já neste mês. Por seu turno, uma despesa comprovada por uma 
determinada nota fiscal de fornecimento ou prestação de serviço com data de hoje deve ser assumida 
hoje, independentemente de ter seu pagamento realizado, por exemplo, daqui a um mês.
Para o administrador financeiro, sua tarefa consiste em proporcionar os fluxos de caixa necessários 
para atingir as metas da empresa. Sua preocupação se relaciona à solvência da empresa, ou seja, à 
capacidade da empresa de gerar receita e efetuar pagamentos por conta de custos e despesas, 
investimentos e outros que tais. Assim, ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas, 
quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito a entradas e saídas de caixa. 
São elas que, efetivamente, importam.
Observa‑se, portanto, que, a partir dos registros contábeis, são elaboradas as demonstrações 
financeiras, que irão proporcionar ao administrador financeiro uma avaliação, o desenvolvimento de 
dados adicionais e posteriores decisões com base em análises subsequentes, com vistas ao equilíbrio entre 
as entradas e saídas de recursos e, sobretudo, com vistas à maximização do valor do empreendimento, 
conforme já visto.
2 O AMBIENTE OPERACIONAL dO AdMINISTRAdOR FINANCEIRO E dA 
PRóPRIA EMPRESA
Qualquer que seja o tipo de empreendimento – empresa industrial, comercial, prestadora de serviços 
ou financeira –, a origem do capital – empresa privada ou empresa pública –, bem como seu tamanho 
– grande ou pequena –, ou sua finalidade – com ou sem fins lucrativos –, haverá um lugar para um 
gestor dos seus Ativos financeiros. São profissionais que se dedicam a uma série de tarefas financeiras 
da empresa, voltada para o planejamento financeiro, fluxo de caixa, gestão e concessão de crédito a 
clientes, avaliação de projetos de investimento, captação de recursos para financiamento das atividades 
da empresa e alocação adequada desses recursos em operações geradoras de caixa.
 Observação
Devido à complexidade nas operações das organizações, temos visto 
aumentar a importância das tarefas do administrador financeiro e, como 
consequência, estes profissionais têm assumido posições privilegiadas no 
organograma das empresas.
Outro fato que dá forma e substância ao ambiente operacional do administrador financeiro e 
da organização no conjunto das atividades empresariais é a própria globalização das atividades 
empresariais. A cada dia, mais e mais negócios são realizados no mundo todo, usufruindo das facilidades 
de uma ampla comunicação proporcionada pela internet, com um fabuloso tráfego de dados sob as 
mais diversas formas – imagens, texto, planilhas etc. –, proporcionando mais vendas, mais compras, mais 
investimentos e, sobretudo, um fluxo maior de recursos financeiros entre as diversas nações empenhadas 
no comércio mundial.
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administração financeira
 Saiba mais
Sobre o assunto globalização, notadamente a financeira, vale a leitura 
do livro O Mundo Globalizado, de Alexandre de Freitas Barbosa (São Paulo: 
Contexto, 2001). Nesse livro, o autor apresenta diversas características da 
globalização financeira, mostrando a importância das finanças empresariais 
em ambiente de economia aberta. Temos certeza de que gostará do assunto.
Esses profissionais interagem em um complexo conjunto de instituições financeiras, dotadas de 
instrumentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertadores últimos – aqueles 
que se encontram em posição de superávit financeiro, isto é, que dispõem de recursos financeiros e estão 
dispostos a cedê‑los sob a forma de empréstimo ou investimento – e os tomadores últimos – aqueles 
que demandam recursos financeiros, isto é, que estão em posição de déficit financeiro e, portanto, 
buscam esses recursos no mercado.
Entre um e outro, conciliando os interesses entre os tomadores e os aplicadores, surgem os 
intermediários financeiros. São componentes vitais do sistema financeiro que, por intermédio de suas 
instituições, tem como função a captação de recursos financeiros, a distribuição e circulação de valores 
e títulos mobiliários e a regulação deste processo.
As operações no mercado financeiro estão classificadas em quatro grandes grupos:
•	 mercado	cambial,	que	compreende	operações	à	vista	e	em	curto	prazo,	transformando	moeda	
estrangeira	em	moeda	nacional	e	vice‑versa;
•	 	mercado	monetário,	 compreendendo	operações	 à	 vista,	 de	 curto	 e	 de	 curtíssimo	prazo,	 para	
controle	da	liquidez	bancária;
•	 mercado	de	crédito,	por	meio	do	qual	se	processam	operações	de	prazos	curto,	médio	e	aleatórios,	
com	financiamentos	de	capital	de	giro,	capital	fixo,	habitação,	rural	e	consumo	de	bens	e	serviços;
•	 mercado	de	valores	mobiliários,	com	operações	de	prazos	curto,	médio,	longo	e	indeterminado,	
igualmente para financiamentos de capital de giro, capital fixo, underwriting ou subscrição de 
ações, ações e debêntures.
 Saiba mais
Dois livros são muito importantes para que você possa aprofundar 
seus conhecimentos quanto aos mercados de capitais, crédito, cambial e 
monetário. O primeiro deles é o livro de Eduardo Fortuna intitulado Mercado
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Unidade I
Financeiro: Produtos e Serviços (19. ed. São Paulo: Qualitymark, 2013). O 
outro é o de Alexandre Assaf Neto, cujo título é Mercado Financeiro (11. 
ed. São Paulo: Atlas, 2012). São duas obras consagradas no assunto e você 
poderá observar com maior precisão a importância dos quatro grandes 
grupos a que o texto anterior se refere.
A regulamentação governamental desses mercados é realizada pelas autoridades monetárias, que são 
os órgãos normativos que regulam, controlam e exercem a fiscalização do sistema financeiro nacional 
e das instituições de intermediação, disciplinando todas as modalidadese operações de crédito, assim 
como a distribuição de valores mobiliários.
Constituem as autoridades monetárias do país o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco 
Central do Brasil (Bacen), o Tesouro Nacional e a Comissão de Valores Monetários (CVM). As normas e 
a disciplina operacional são impostas ao sistema por meio de resoluções, circulares, instruções e atos 
declaratórios, emanados direta ou indiretamente das decisões do CMN. Ao CMN e ao BC compete 
um conjunto de atribuições, relacionadas à adaptação do volume de meios de pagamento – que, em 
sua forma mais simples, conhecida por M1, compreende os depósitos à vista, do público, nos bancos 
comerciais, somados ao total do papel‑moeda em poder do público.
Vejamos algumas das principais atribuições dos órgãos que compõem as autoridades monetárias do 
país:
•	 Conselho	Monetário	Nacional	–	CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. É composto pelo Ministro da Fazenda 
(que é o Presidente do CMN), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, e pelo Presidente do 
Banco Central. Entre suas funções destacam‑se:
–	 adaptar	o	volume	de	meios	de	pagamento	às	reais	necessidades	da	economia;
– regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos, que 
consiste no registro sistemático das operações comerciais e financeiras entre residentes e não 
residentes	do	país;
–	 orientar	a	aplicação	dos	recursos	das	instituições	financeiras;
–	 propiciar	o	aperfeiçoamento	das	instituições	e	dos	instrumentos	financeiros;
–	 zelar	pela	liquidez	e	solvência	das	instituições	financeiras;
– coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
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administração financeira
•	 Tesouro	Nacional
Consubstanciado na Secretaria do Tesouro Nacional (STN), consiste no caixa do governo, pois capta 
recursos no mercado, via emissão primária – pela primeira vez em circulação – de títulos – Letras 
Financeiras do Tesouro (LFT), Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras do Tesouro Nacional (LTN) –, para 
financiamento da dívida interna do governo, por intermédio do Bacen. A STN é o órgão central do 
Sistema de Administração Financeira Federal e do Sistema de Contabilidade Federal, responsável pela 
administração e controle da dívida pública federal, tanto interna como externa.
•	 Banco	Central	do	Brasil	(Bacen)
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada em fins de 1964, juntamente com o 
Conselho Monetário Nacional. É o principal executor das orientações deste conselho e responsável por 
garantir o poder de compra da moeda nacional, ou seja, pelo controle da inflação. Dentre seus objetivos, 
destacam‑se:
–	 zelar	pela	adequada	liquidez	da	economia;
–	 manter	as	reservas	internacionais	em	nível	adequado;
–	 estimular	a	formação	de	poupança;
– zelar pela estabilidade e promoção do aperfeiçoamento do sistema financeiro.
Para o cumprimento de suas obrigações, compete ao Bacen:
–	 a	emissão	de	papel‑moeda	e	moeda	metálica;
–	 executar	os	serviços	do	meio	circulante;
–	 receber	recolhimentos	compulsórios	e	voluntários	das	instituições	financeiras	e	bancárias;
–	 realizar	operações	de	redesconto	e	empréstimo	às	instituições	financeiras;
–	 regular	a	execução	dos	serviços	de	compensação	de	cheques	e	outros	papéis;
–	 efetuar	operações	de	compra	e	venda	de	títulos	públicos	federais;
–	 executar	o	controle	de	crédito;
–	 exercer	a	fiscalização	das	instituições	financeiras;
–	 autorizar	o	funcionamento	das	instituições	financeiras;
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Unidade I
– estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições 
financeiras;
– vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o 
fluxo de capitais estrangeiros no país.
Em 1996, instituiu‑se o Comitê de Política Monetária (Copom), com o objetivo de estabelecer as 
diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros básica da economia e seu viés, ou seja, a 
tendência de alta, baixa ou sua manutenção para um período próximo. Este Comitê é composto pelos 
membros da Diretoria Colegiada do BC, a saber, o Presidente, o Diretor de Política Monetária, o Diretor 
de Política Econômica, o Diretor de Estudos Especiais, o Diretor de Assuntos Internacionais, o Diretor 
de Normas e Organização do Sistema Financeiro, o Diretor de Fiscalização, o Diretor de Liquidação e 
Desestatização e o Diretor de Administração. Cabe ao Presidente o voto decisório, em caso de empate 
na decisão de política monetária.
A taxa Selic, que se constitui no instrumento primário de política monetária, é a taxa de juros 
média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (conhecido por overnight) 
lastreados por títulos públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
 Observação
O Copom estabelece a meta para a taxa Selic, e é função da mesa de 
operações do mercado aberto do Bacen manter a taxa Selic diária próxima 
à meta.
Dada a sua importância na economia, pois constitui um balizador para as taxas de juros praticadas 
em	todo	o	mercado	financeiro,	a	Selic	é	reconhecida	como	a	“taxa	básica	de	juros	da	economia”	e	“custo	
primário	do	dinheiro”.
 Saiba mais
Você pode acessar o site do Banco Central do Brasil para obter mais 
informações acerca deste órgão, bem como do Conselho Monetário 
Nacional. O site do Banco Central oferece enorme quantidade de 
informações sobre o sistema de metas para inflação, economia e finanças, 
câmbio e capitais internacionais, sistema de pagamento brasileiro, sistema 
financeiro nacional, além de informações sobre intervenções, liquidações e 
privatizações. O endereço eletrônico é <http://www.bcb.gov.br>. Há muita 
coisa interessante.
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•	 Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM)
Trata‑se de entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, 
ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia 
financeira e orçamentária. Foi criada para disciplinar o funcionamento do mercado de valores 
mobiliários e a atuação de seus protagonistas – as companhias abertas, os intermediários financeiros e 
os investidores. Compete à CVM:
– assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa – bolsa de valores e bolsa 
de	futuros	–	e	de	balcão;
– proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de 
administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira 
de	valores	mobiliários;
– evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais 
de	demanda,	oferta	ou	preço	de	valores	mobiliários	negociados	no	mercado;
–	 assegurar	a	observância	de	práticas	comerciais	equitativas	no	mercado	de	valores	mobiliários;
–	 estimular	a	formação	de	poupança	e	sua	aplicação	em	valores	mobiliários;
– promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular dos mercados de ações e de futuros 
e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas.
Para o cumprimento de suas funções, cabe à CVM disciplinar as seguintes matérias, dentre outras:
–	 registro	de	companhias	abertas;
–	 registro	de	distribuiçõesde	valores	mobiliários;
– credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores 
mobiliários;
–	 organização,	funcionamento	e	operações	das	bolsas	de	valores;
–	 organização,	funcionamento	e	operações	das	bolsas	de	mercadorias	e	de	futuros;
–	 negociação	e	intermediação	no	mercado	de	valores	mobiliários;
–	 administração	de	carteiras	e	a	custódia	de	valores	mobiliários;
–	 suspensão	ou	cancelamento	de	registros,	credenciamentos	ou	autorizações;
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Unidade I
– suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar 
recesso de bolsa de valores.
 Saiba mais
Vale uma visita ao site da Comissão de Valores Mobiliários: <http://
www.cvm.gov.br/>. Ali, você encontrará excelentes informações para 
seu aprendizado nesta área. Pode ser que esteja trabalhando em alguma 
empresa de capital aberto e seria interessante ter maior contato com o 
assunto. Se não estiver trabalhando em empresa de capital aberto, vale o 
conhecimento da mesma forma. Temos que pensar no futuro.
Estendendo a compreensão destas informações, verifica‑se que as instituições financeiras captadoras 
de depósitos à vista compreendem os bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial, a Caixa 
Econômica Federal e as cooperativas de crédito. Por demais instituições financeiras entendem‑se:
•	 os	bancos	múltiplos	sem	carteira	comercial;
•	 os	bancos	de	investimento;
•	 os	bancos	de	desenvolvimento;
•	 as	sociedades	de	crédito,	financiamento	e	investimento;
•	 as	sociedades	de	crédito	imobiliário;
•	 as	agências	de	fomento;
•	 a	Associação	de	Poupança	e	Empréstimo;
•	 as	companhias	hipotecárias;
•	 as	cooperativas	centrais	de	crédito.
Os outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros compreendem:
•	 as	sociedades	corretoras	de	valores	mobiliários;
•	 as	sociedades	distribuidoras	de	títulos	e	valores	mobiliários;
•	 as	sociedades	de	arrendamento	mercantil;
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administração financeira
•	 as	sociedades	corretoras	de	câmbio	e;
•	 os	administradores	de	consórcio.
Estendendo nosso reconhecimento do ambiente operacional das empresas tomadoras e aplicadoras 
de recursos financeiros, reproduzimos, a seguir, a conceituação expressa no site do Banco Central do 
Brasil1, sobre os agentes operadores do Sistema Financeiro Nacional:
2.1 Agentes operadores do Sistema Financeiro Nacional
Bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações 
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: 
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil 
e de crédito, financiamento e investimento.
 Lembrete
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares 
aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. 
A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco 
público.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, 
obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. 
As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve 
constar	a	expressão	“Banco”	(Resolução	CMN	nº	2.099,	de	1994).
Bancos comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo 
principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, em curto e médio prazos, 
o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A 
captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual 
pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua 
denominação	social	deve	constar	a	expressão	“Banco”	(Resolução	CMN	nº	2.099,	de	1994).
Caixa Econômica Federal
A	Caixa	Econômica	Federal,	criada	em	1861,	está	regulada	pelo	Decreto‑Lei	nº	759,	de	12	de	agosto	
1 Adaptado de textos do site do Bacen: <http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>. Acesso em: 6 nov. 2013.
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Unidade I
de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata‑se de instituição assemelhada 
aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação 
de serviços.
Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos 
a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos 
e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, 
emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, tem o monopólio do empréstimo sob 
penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria federal. 
Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o 
Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Cooperativas de créditos
As	cooperativas	de	crédito	observam,	além	da	legislação	e	normas	do	sistema	financeiro,	a	Lei	nº	
5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a política nacional de cooperativismo e institui o regime 
jurídico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas 
de crédito podem se originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de 
empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários, ou mesmo adotar a livre admissão 
de associados em uma área determinada de atuação, sob certas condições.
 Observação
Os eventuais lucros auferidos com suas operações – prestação de 
serviços e oferecimento de crédito aos cooperados – são repartidos entre 
os associados.
As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão 
“Cooperativa”,	 vedada	 a	 utilização	 da	 palavra	 “Banco”.	 Devem	 possuir	 o	 número	 mínimo	 de	 vinte	
cooperados e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações 
de serviços. Estão autorizadas a realizar operações de captação por meio de depósitos à vista e a prazo 
somente de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras, e de 
doações. Podem conceder crédito, somente a associados, por meio de desconto de títulos, empréstimos, 
financiamentos,	e	realizar	aplicação	de	recursos	no	mercado	financeiro	(Resolução	CMN	nº	3.106,	de	
2003).
Agências de fomento
As agências de fomento têm como objeto social a concessão de financiamento de capital fixo e de 
giro associado a projetos nas unidades da Federação onde tenham sede. Devem ser constituídas sob a 
forma de sociedade anônima de capital fechado e estar sob o controle de unidade da Federação, sendo 
que cada unidade só pode constituir uma agência. Tais entidades têm status de instituição financeira, 
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administração financeira
mas não podem captar recursos junto ao público, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva

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