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DIREITO COMUNITÁRIO – tb chamado d direito interestadual, o “direito das gentes”. Rege questões relativas à integração regional, ou seja, direito relativo aos blocos regionais e integração d Estados na formação de 1 sist jurídico supranacional. Ex.: Mercosul, União Europeia – agrupamento de Estados)
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO regras escritas ou não escritas entre Estados x Estados Saber qual o fundamento do Direito Internacional significa desvendar d onde vem a sua legitimidade e sua obrigatoriedade; ou os motivos q justificam e dão causa a essa legitimidade e obrigatoriedade.Sistema jurídico autônomo, onde ordenam as relações entre Estados soberanos, o direito internacional público, ou direito das gentes, no sentido de direito dos povos, repousa sobre o consentimento.
2 correntes doutrinárias. A primeira, voluntarista, influenciada pelo direito positivo, pelos tratados, aceitação dos costumes internacionais
Já a segunda, a objetivista faz do “pacta sun servanda” o seu maior baluarte, visando normas internacionais cujas regras sejam menos subjetivas, Sujeitos de direito internacional públicoSujeitos são todos aqueles cujas ações estão ligadas ou previstas no direito internacional público. A conduta desses sujeitos pode ser passiva, quando o sujeito é destinatário da norma; ativa, quando o sujeito tem capacidade para atuar no plano internacional. Ou seja, a personalidade jurídica tem íntima ligação com a conduta ativa ou capacidade de agir.Classific. Estados; coletividades interestatais; coletividades não-estatais e indivíduos.
Estado 4 povo (conjt. De nacionais, natos ou naturalizados)território(é a fração do planeta delimitada por fronteiras, rios, lagos, mares interiores, espaço aéreo, subsolo, mar territorial e plataforma submarina)Governo é o dirigente autônomo e independente, que decide os rumos que o Estado toma sem influência de autoridade externa;Finalidade elemento não reconhecido por parte da doutrina, sendo elemento social, bem comum a ser alcançado.DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO regras internas dos Estados e Tratados internacionais. Regula conflitos da lei no espaço (contratos, casamentos, morte e sucessão; eficácia de títulos judiciais)Em linhas gerais, 1 cjto d princípios e regras sobre qual legislação aplicável à solução de relações jurídicas privadas qdo envolvidos nas relações + d 1 país, ou seja, a nível internacional. O objeto da disciplina é internacional, sempre se refere às relações jurídicas com conexão que transcende as fronteiras nacionais.Objetivo visa à realização da justiça material meramente de forma indireta, e harmonização das decisões judiciais 
Normas Jusprivatistas Internacionais delimita a eficácia das normas d ordem interna e indica a lei estrangeira q deve reger 1 determinação relação jurídica internacional.Classificação fonte: pode ser legislativa, doutrinária e jurisprudencial, pode ainda ser interna ou internacional (tratados e convenções). natureza: geralmente é conflitual, indireta ou seja, não solucionam a questão em si +indicam qual direito deve ser aplicado. estrutura: são unilaterais, bilaterais ou justapostas. Elementos de conexão O problema fundamental do direito internacional privado é a determinação e utilização das regras solucionadoras de conflitos interespaciais, isto é, a utilização dos elementos de conexão.Aplicação do direito estrangeiro Não se faz por ato arbitrário do juiz,+ em decorrência de mandamento legal da legislação interna. Reputa-se a norma estrangeira com força coativa igual à brasileira. As partes, em princípio, não podem renunciar ao seu império. Sua obrigatoriedade é de tal natureza que o julgador tem o dever de aplicá-la mesmo quando não invocada pelas partes. Embora se diga, em meio a divergências doutrinárias, que o direito estrangeiro competente se integra na ordem brasileira, não decorre da afirmativa a conclusão de que se aplica o princípio jura novit curia. O juiz pode dispensar a prova do direito estrangeiro, se o conhecer, embora daí possa decorrer o inconveniente de, no julgamento coletivo, haver necessidade de se provar sua existência.
SOBERANIA
· Conceito – Soberania
“o poder do Estado em relação as pessoas e coisas dentro do território, isto é, nos limites sua jurisdição”
· Conceito – Autonomia
“a competência conferida aos Estados pelo DI que se manifesta na afirmação da liberdade do Estado em suas relações com os demais membros da comunidade internacional, confundindo-se com “independência”
SOBERANIA sob o aspecto interno tem a característica de SUPREMACIA = “poder superior que impede outro poder de se sobrepor a ele”
Devido a essas característica, SOBERANIA foi considerada por muitos estudiosos como um poder ilimitado.
“é um poder absoluto e perpétuo, coloca o seu titular, permanentemente, acima do direito interno e o deixa livre para acolher ou não o direito internacional”
A relação de soberania entre os Estados não retira a soberania dele, pois os Estados tem a liberdade de escolha de se vincular ou não a ordem internacional = Autonomia.
O Estado é tão SOBERANO que tem o poder de escolha, tem AUTONOMIA para escolher se vincular ou não as normas internacionais, o que significa que no caso de aceita-las, não estará perdendo sua soberania, ao contrário, estará fazendo uso da mesma, uma vez que nada lhe será imposto contra sua vontade.
O Estado é tão SOBERANO que tem o poder de escolha, tem AUTONOMIA para escolher se vincular ou não as normas internacionais, o que significa que no caso de aceita-las, não estará perdendo sua soberania, ao contrário, estará fazendo uso da mesma, uma vez que nada lhe será imposto contra sua vontade.
A Soberania de um Estado não pode ser estática, tem que ser dinâmica, no sentido de se tornar capaz de adaptar à variedade de circunstâncias que se abrem constantemente na vida dos povos.
DIREITO INTERNACIONAL
Aula 2
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO - NACIONALIDADE
O Estado é quem define os critérios sobre Nacionalidade. Cada Estado é soberano para definir quem são e por exclusão, quem não são seus nacionais. Não existem tratados sobre isso, os países não abrem mão da sua autonomia para definir quem são seus nacionais.
Ao mesmo tempo que não existe tratados sobre nacionais, há um sobre os apátridas.
O indivíduo destituído de qualquer nacionalidade, ou seja, é uma pessoa não titular de nacionalidade e, por isso, não é considerada nacional de qualquer Estado.
Ex.: um filho de brasileiro que nasce na Itália, e seus pais não estão a serviço da República Federativa do Brasil. Como o Brasil adota o critério ius solis, a criança não é brasileira, e pelo fato de a Itália adotar o critério ius sanguinis, a criança não será, também, italiana.
A Nacionalidade é o vínculo (elo) existente entre o indivíduo e um Estado soberano. Nacionalidade não corresponde a Nação. O Nacional é parte do povo de um Estado.
· POVO – conjunto de nacionais e , portanto, afeto ao conceito de nacionalidade, POVO é um dos elementos do Estado.
· POPULAÇÃO – conjunto de habitantes estáveis de um território (Município por ex.). O conceito de POPULAÇÃO é mais abrangente que o de povo, compreendendo, inclusive alienígenas.
· NAÇÃO – grupo de pessoas ligadas por afinidades culturais, de costume, de língua ou raça.
· CIDADANIA – status que qualifica o nacional e lhe atribui direitos e obrigações (direitos políticos).
Nacionalidade = Direito Fundamental do Indivíduo.
O art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que:
“toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”
A mesma proteção é repetida no Pacto de São José da Costa Rica, que, em seu art. 20 determina:
“1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem do direitode muda-la”.
AQUISIÇÃO E CRITÉRIOS E FIXAÇÃO DE NACIONALIDADE
Considerando portanto, a norma constitucional de cada Estado, a aquisição do direito a nacionalidade poderá ocorrer de duas formas:
· forma originária;
· forma adquirida.
Forma originária poderá ser adquirida pelos critérios de Ius Soli ou Ius Sanguinis.
Ius Soli – tem por base o local do nascimento, ou seja, será nacional o indivíduo que tiver nascido dentro do território do Estado, independentemente da origem dos pais.
Ius Sanguinis – toma por base o vínculo de descendência e de sangue para a fixação de nacionalidade. Cada Estado por questão de soberania, estabelece o grau de parentesco admissível para atribuição de nacionalidade.
Ex. O Brasil admite apenas o vínculo de sangue de primeiro grau (filhos de brasileiros). A Itália, em certas situações, admite o vínculo de sangue de segundo grau (netos de italianos).
A maioria dos países adotam o critério Ius Sanguinis como requisito de atribuição da nacionalidade, porém não se exclui a possibilidade do Estado usar um ou mais critérios.
O Brasil permite a atribuição de ambos os critérios, originário ou adquirido, e quanto ao critério originário adquirido, poderá ser nas duas formas Ius Soli e Ius Sanguini.
Forma adquirida – a aquisição pelo segundo grau se dá por manifestação da vontade do indivíduo. O Estado assegura o direito à naturalização e a pessoa manifesta, de forma livre, a vontade de ser nacional daquele Estado.
BRASILEIROS NATOS
O art. 12 da Constituição considera como brasileiros natos:
a) Os nascidos no Brasil, ainda que filho de pais estrangeiros, salvo se estiverem a serviço de outro país; (critério ius soli)
LIMITES DO TERRITORIO NACIONAL PARA EFEITO DE NACIONALIDADE
· território político brasileiro (todo o território que visualizamos no mapa – terras fronteiriças);
· águas interiores do Brasil (rios, lagos e baias internas);
· mar territorial brasileiro (faixa de 12 milhas marítimas para os nascidos nos navios mercantes-civis (excluídos os militares);
· navios mercantes brasileiros em passagem por águas estrangeiras (regra da bandeira brasileira);
· navios e aeronaves brasileiras em qualquer lugar que se encontrem;
· aeronaves brasileiras mesmo no espaço aéreo de outro Estado soberano.
Exemplos:
1. Navio mercante argentino em trânsito pelo mar brasileiro – a criança terá nacionalidade brasileira;
2. Navio mercante brasileiro em alto-mar – nacionalidade brasileira;
3. Aeronave brasileira sobrevoando o espaço aéreo da França – nacionalidade brasileira;
4. Navio militar alienígena no mar territorial brasileiro – nacionalidade do Estado alienígena;
5. Bolivianos que estejam irregularmente no Brasil – o filho terá nacionalidade brasileira;
6. Pai americano a serviço de seu país e mãe brasileira, o nascimento ocorre no Brasil, a criança terá nacionalidade brasileira (para exclusão, ambos deveriam ser estrangeiros trabalhando a serviço do país).
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Republica Federativa do Brasil.
Serão brasileiros natos os nascidos no estrangeiro quando o pai ou a mãe estiverem a serviço do Brasil. Nesta hipótese, a nacionalidade é concedida pelo critério de Ius Sanguini, tendo por requisito o Estado de um dos genitores no exterior em representação do Brasil (a serviço de qualquer órgão brasileiro).
c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na república Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Esta alínea demanda mais cuidado na sua interpretação da nacionalidade pelo ius sanguini, pois comtempla duas situações distintas de nacionalidade potestativa:
· registro na repartição competente (consulado ou embaixada);
· opção pela nacionalidade brasileira.
Registro na Repartição Competente – os nascidos no estrangeiro, filhos de pai ou mãe brasileiros, poderão ser registrados como natos na repartição brasileira competente no exterior. O registro consular poderá ser realizado em até 12 anos de idade e, posteriormente, deve ser levado a transcrição definitiva no 1º Cartório do Distrito Federal, conforme determina a Lei de Registros Públicos.
Opção pela Nacionalidade Brasileira (nacionalidade potestativa) – A opção tem cabimento quando o indivíduo nascido no estrangeiro, filho de pai e mãe brasileiros, não tiver sido registrado na repartição competente. Na hipótese do registro consular, basta que o registro seja lavrado pela autoridade competente, mas, para o exercício do direito de opção pela nacionalidade brasileira, o requerente deverá preencher os seguintes requisitos:
· residência no Brasil;
· maioridade.
· A opção pela nacionalidade é um direito imprescritível, podendo ser requerida a qualquer momento a partir da maioridade. A obtenção da nacionalidade brasileira tem caráter personalíssimo, por isso somente pode ser obtida com a capacidade civil plena do indivíduo.
DIREITO INTERNACIONAL
Aula 3
BRASILEIROS NATURALIZADOS E APÁTRIDAS
A naturalização é forma voluntária de aquisição da nacionalidade pelo estrangeiro. No Brasil, a naturalização tem como requisito básico o tempo que o alienígena está residindo no território nacional. É um ato discricionário, cabendo o deferimento ou não do Ministério da Justiça.
Modalidades de naturalização:
· comum
· extraordinária ou quinquenária
· provisória
· definitiva
· especial
· originária de países de língua portuguesa
Assim prescreve o inciso II do artigo 12 da Constituição Federal:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
· Naturalização Comum – admite a naturalização com base no prazo mínimo de quatro anos de residência do estrangeiro no território nacional, além de:
· capacidade civil;
· registro como permanente no Brasil;
· ler e escrever em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
· exercício da profissão ou posse de bens suficientes a manutenção própria e da família;
· bom procedimento;
· inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, superior a um ano;
· boa saúde (dispensado)
O prazo de quatro anos poderá ser reduzido se o naturalizando tiver filho ou cônjuge brasileiro, ter prestado relevantes serviços ao Brasil, reconhecidos pela sua capacidade artística, profissional, científica, ou ainda, ser proprietário de bem imóvel no Brasil.
· Naturalização Extraordinária – concedida aos estrangeiros não originários de países de língua portuguesa após 15 anos ininterruptos de residência no Brasil e inexistência de condenação penal (no Brasil e no país de origem).
· Naturalização Provisória – aqueles estrangeiros que ingressaram no país até os cinco anos de idade e aqui permaneceram definitivamente. Neste caso podem requerer perante o Ministério da Justiça, por meio de representação legal, a naturalização provisória, sendo expedido o certificado que valerá como prova de nacionalidade até dois anos após a maioridade. Com a maioridade, o estrangeiro naturalizado provisoriamente, terá o prazo de dois anos para confirmar expressamente a vontade de continuar sendo brasileiro, com isso transformandoa naturalização em definitiva.
· Naturalização Definitiva – aquela advinda das outras modalidades, após o cumprimento dos requisitos.
· Naturalização Especial – quanto do naturalizando for cônjuge de brasileiro (casado há mais de cinco anos) que esteja no exercício da função de diplomata (em atividade).
· Naturalização Originária de Países de Língua Portuguesa – há um tratamento diferenciado aos alienígenas oriundos dos países de língua portuguesa (Angola, Açõres, Cabo Verde, Dio, Gamão, Goa, Guiné- Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste), esses adquirem a nacionalidade brasileira apenas com o preenchimento dos seguintes requisitos:
· residência pelo prazo de um ano ininterrupto no Brasil e;
· idoneidade moral.
· A naturalização é ato discricionário, e, mesmo cumprindo todos os requisitos, a autoridade administrativa não necessariamente concederá.
· E quem não vem de país de língua portuguesa? A Constituição remete para uma lei, que é a Lei 6815/80, o Estatuto do Estrangeiro. Critérios presentes na lei são residência contínua, por quatro anos, saber ler e escrever em português, ter condições de manutenção, e existe também a condição “de ter boa saúde”. Hoje essa última não é mais aplicada, porque é bem subjetivo e difícil de delimitar. São critérios mais objetivos que são cumpridos. Pode-se negar a naturalização por conveniência política.
· A naturalização é distinta da nacionalidade nata, e a Constituição joga para o nível infraconstitucional. Temos que ler a Lei 6815 para ver outras hipóteses existentes. Uma delas é que, se o estrangeiro se casa com uma brasileira, o prazo de residência diminui também.
· Continuemos no Texto Constitucional: alínea b do inciso II do art. 12:
· b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
· É uma hipótese um pouco distinta, com prazo de 15 anos: uma vez preenchido, o ato se torna vinculado, não mais discricionário, e há o direito subjetivo da pessoa de se naturalizar. Se está aqui há 15 anos e não tem condenação penal, isso demonstra ânimo de estar no país. E claro, depende da postulação. Neste caso, não haverá discricionariedade. É personalíssima a postulação, que só pode ser feita pelo próprio indivíduo, e não pelos pais. Criança de dois anos no Brasil, que cumpre o requisito dos 15 anos de residência aos 17: pode postular agora? Não, tem que esperar completar
· 18. O ato também passa de discricionário a vinculado por uma questão de segurança jurídica, dado o grande lapso temporal decorrido.
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I. de Presidente e Vice-Presidente da República;
II. de Presidente da Câmara dos Deputados;
III. de Presidente do Senado Federal;
IV. de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V. da carreira diplomática;
VI. de oficial das Forças Armadas.
VII. de Ministro de Estado da Defesa
VIII. Limitação de Propriedade – o art. 22 da CF determina que a propriedade de empresa de comunicação social (televisiva, de radio difusão, fonográfica, sonora) poderá somente ser de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos.
IX. Extradição – compreende o ato estatal de remessa, como regra, do estrangeiro para ser julgado ou apenado por autoridade judiciária estrangeira
PERDA E REAQUISIÇÃO DE NACIONALIDADE
Prescreve o art. 12, § 4º da Constituição:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I. tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Ninguém poderá ser privado arbitrariamente de sua nacionalidade, porém a nossa CF prevê a perda na nacionalidade nas seguintes situações:
· Cancelamento da Naturalização – é exclusiva para brasileiros naturalizados que, por estar exercendo atividade nociva ao interesse nacional, poderá ser punido com o cancelamento judicial de sua naturalização. Modalidade também denominada de perda-punição.
Cancelada a naturalização, evidentemente por estarmos diante de sentença transitada em julgado, a reaquisição apenas ocorrerá com o acolhimento de ação rescisória proposta para este fim, não cabendo novo pedido de naturalização.
· Aquisição voluntária de Outra Nacionalidade – A aquisição voluntária de outra nacionalidade por brasileiro também é causa de perda de nacionalidade.
A dupla nacionalidade no entanto, é admitida em caráter excepcional quando:
a outra nacionalidade for originária, ou seja, Ius Sanguini ou Ius Soli;
quando a outra nacionalidade for requisito de permanência ou exercício de direitos civis no estrangeiro.
Vários jogadores brasileiros, voluntariamente, adquiriram outra nacionalidade, por naturalização, para ganhar alguns benefícios no país em que jogam. Roberto Carlos recebeu uma polpuda quantia para se naturalizar como espanhol e assim liberar uma vaga para estrangeiros no Real Madrid, já que a Espanha tem uma regra que só admite até 3 jogadores estrangeiros por time. Roberto Carlos perdeu a nacionalidade brasileira?”
O inciso I não é o caso, porque ele é brasileiro nato, e não naturalizado. Essa hipótese de perda de naturalidade só se aplica ao naturalizado. Caso típico é daqueles que praticam o crime de tráfico, que é o que mais acontece.
É essa a hipótese do Roberto Carlos? Não. Vamos ver qual é o caso dele. O jogador adquiriu outra nacionalidade, a espanhola, então temos motivos para começar a ler o inciso II. “Salvo nos casos”: de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira. Essa hipótese é distinta também. Qual é essa hipótese? Pensem, por exemplo, em italianos cujos filhos nasceram aqui no Brasil. Os pais não estavam a serviço da Itália. São, portanto, imigrantes comuns. São brasileiros os filhos? São. Em algum momento da vida, os pais resolvem requerer a nacionalidade italiana para seus filhos também, a nacionalidade originária daqueles. E se a lei italiana reconhece a nacionalidade originária, ou seja, se o filho do italiano que nasceu aqui no Brasil é também um cidadão italiano originariamente, a nacionalidade brasileira é mantida também. Assim, a partir do momento em que os filhos dos italianos adquirem a nacionalidade brasileira, eles não mais a perdem nesta hipótese. Significa que quem adquire outra nacionalidade perde a originária, salvo nos casos de reconhecimento da nacionalidade originária pela lei estrangeira e...
Segunda hipótese: imposição de naturalização pela norma estrangeira para o brasileiro lá residente como condição para a permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Inclusive jogar futebol! Roberto Carlos recebeu uma oferta para jogar no Real Madri como nacional espanhol, e isso não foi uma imposição. Por que não poderíamos enquadrar o jogar bola como exercício de direitos civis?
Normalmente, essa alínea b do inciso II é a que permite que esses brasileiros – caso típico de jogadores de futebol – mantenham a nacionalidade brasileira também mesmo se naturalizando em outro país. E qual seria o interesse da nação brasileira para que as pessoas perdessem a nacionalidade brasileira? É uma pergunta a se fazer. Então a hipótese de perda de nacionalidade brasileira ocorre geralmente quando há um ato voluntário da pessoa quando ela quer se desvincular de seu país de origem.
Quase sempre, para se perder a nacionalidade brasileira, você terá que praticar um ato bem voluntário mesmo. Exemplo: você quer se tornar nacional de outro país por algum motivo, com intuito de assumir vínculo com o novo país e com aintenção de abandonar o vínculo com o seu país de origem.
Ao iniciar o processo de naturalização em outro país, por força de algumas convenções, este terá que comunicar à embaixada do seu país de origem. Aí instaura-se um processo de perda de nacionalidade, no qual a outra nacionalidade foi requerida. Mas, se se encaixar nas hipóteses que vimos acima, você não perderá sua nacionalidade originária brasileira.
Exemplo que talvez representaria a perda da nacionalidade: brasileiros que entram nos Estados Unidos, se alistam no exército norte-americano para depois fazer o pedido de naturalização lá. Aí sim talvez fique mais expresso que o ato é voluntário. E mais ainda, se você adota um país para defender em suas Forças Armadas, ficará incompatível que você mantenha sua nacionalidade brasileira.
O indivíduo perder a nacionalidade é desinteressante para o Brasil. Observação: a perda da nacionalidade tem hipóteses taxativas. Atinge filhos e esposas? Não. Seus filhos não se naturalizam automaticamente. Facilita, mas não é automático.
E só para completar, a questão das nacionalidades múltiplas: alguém pode ter várias nacionalidades. Luciana Gimenez teve filho com Mick Jagger, Lucas Maurice Morad Jagger. Lucas é norte-americano pelo critério ius soli adotado pelos EUA, inglês pelo critério ius sanguinis, e brasileiro em condição suspensiva, aguardando completar 18 anos para fazer a opção, caso queira.
APÁTRIDAS
Apátrida é o indivíduo destituído de qualquer nacionalidade, ou seja, é uma pessoa não titular de nacionalidade e, por isso, não é considerada nacional de qualquer Estado.
O Brasil é parte no tratado internacional que estabelece direitos básicos aos apátridas – Estatuto do Apátrida.
Alguns pontos do referido acordo:
· obrigações gerais – os apátridas tem o dever de respeitar as leis e regulamentos do pais onde se encontram, inclusive a ordem pública;
· não discriminação – os Estados – partes na Convenção obrigam a adotar medidas que afastem a discriminação dos apátridas, independentemente de raça, religião ou país de origem;
· direito a propriedade de bens móveis e imóveis – os Estados garantirão aos apátridas tratamento tão favorável quanto aquele aplicado aos estrangeiros em geral, em relação a aquisição, aluguel ou outros contratos relativos aos bens móveis ou imóveis;
· liberdade de religião – ao apátrida deverá ser assegurado o direito de liberdade de religião nos mesmos moldes garantidos aos nacionais;
· direito de ação – todo apátrida terá o direito de demandar em juízo, de forma livre e fácil. O acesso aos tribunais deverá ser equivalente ao direito dado aos nacionais, inclusive em relação a assistência judiciária gratuita;
· emprego - os apátridas terão direto equivalente ao exercício de atividade laborativa assalariada nas mesmas condições admitidas aos estrangeiros;
· racionamento interno – caso exista algum racionamento estabelecido internamente, os apátridas terão tratamento equivalente aos nacionais (água, luz, etc.);
· educação pública – os apátridas terão direito à instrução pública nas mesmas condições concedidas aos nacionais;
· liberdade de locomoção e de habitação – os Estados-membros da Convenção deverão conceder aos apátridas o direito de escolha do local de sua residência, garantindo a livre circulação dentro do território do Estado;
· documentos pessoais e de viagem – a Convenção estabelece que o apátrida tem o direito de ter expedidos seus documentos pessoais e de viagem por parte do Estado que o acolheu;
· impedimento de expulsão – a Convenção determina que o Estado não expulsará o apátrida que esteja regularmente em seu território, salvo por motivo de segurança nacional ou de ordem pública.
DIREITO INTERNACIONAL
Aula 4
CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
Estrangeiro
É considerado estrangeiro aquele que não se enquadra aos conceitos impostos pela soberania de um Estado para ser um nacional.
Admissão Discricionária
Nenhum Estado soberano é obrigado a admitir estrangeiros em seu território, seja em definitivo, seja a título temporário.
Vistos
Imigrante ≠ temporário
· Temporário = (turistas, estudantes, missionários, pessoas de negócios, desportistas...) ou diplomatas.
· Imigrante = aquele que veio para ficar
Direitos do Estrangeiro
· Direitos fundamentais – art. 5º, caput
· Direitos civis – regra (exceto trabalho – estrangeiro residente)
· Direitos políticos – inexistentes (serviço público/ação popular)
OBS: Estatuto da igualdade - Portugal
TIPOS DE RETIRADAS COMPULSÓRIA DE ESTRANGEIROS
· DEPORTAÇÃO
É uma medida administrativa, não tem a ver com crimes.
É a exclusão do estrangeiro do âmbito territorial do Estado onde se encontra, pelo fato de ali ter adentrado de forma irregular (clandestina), ou, mesmo tendo entrado de forma regular e a sua estadia tenha se tornado irregular (excesso de prazo no visto, exercício de atividade remunerada...).
· Competência
Polícia Federal
· Não é vergonha alguma, sanadas as irregularidades é possível o retorno do estrangeiro ao país.
· Não existe deportação coletiva, tudo é feito de forma individual.
· EXPULSÃO
É mais grave, trata-se de violação as leis, a ordem pública ou aos costumes
É a exclusão do estrangeiro, por iniciativa do Estado em que se encontra, em função da prática dos seguintes atos:
· Atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a moralidade pública ou a economia popular;
· Praticar fraude a fim de obter sua entrada ou permanência no Estado;
· Não se retirar do país quando passível de deportação;
· Entregar-se a vadiagem ou mendicância;
· Desrespeitar proibição expressamente prevista a estrangeiros.
· Procedimento
Processo administrativo sumaríssimo (15 dias)
Abre-se IP pela polícia federal e vai ao presidente da república. Decreto Presidencial (possibilidade de reconsideração)
· Impossibilidade de expulsão
Casado com cidadão brasileiro há mais de 5 anos ou se o estrangeiro tiver filho brasileiro menor, sob sua guarda ou dependência financeira.
Em regra, o estrangeiro é entregue ao país de sua nacionalidade.
Se cometer um crime, a pena será cumprida aqui e depois será expulso para o país de origem.
O Ministro da Justiça não pode prender, somente um Juiz Federal tem o poder de dar a ordem.
O estrangeiro expulso torna-se “persona non grata’ e não pode mais voltar ao território nacional.
Art. 338 – CP
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
· EXTRADIÇÃO
Medida Político-Jurisdicional
É o ato no qual um Estado entrega uma pessoa que se encontra em seu território às autoridades de outro Estado, a fim de que seja julgada pelos delitos nele cometidos ou para que cumpra pena por um delito pelo qual já foi julgada.
Nesse caso, é imprescindível haver sentença condenatória irrecorrível contra o réu ou mandado de prisão.
· Justificativas
Interesse da justiça Solidariedade entre os Estados
· Fundamentos
Tratados de extradição ou promessa de reciprocidade
· Requisito para extradição
Processo penal em andamento
Entrega de estrangeiro NUNCA de brasileiro NATO, e nem de NATURALIZADO, salvo no caso de cometimento de crimes de tráfico de drogas.
Existe ENTREGA de nacionais, nunca EXTRADIÇÃO de nacionais.
Tribunal Penal Internacional - TPI
O Tribunal Penal Internacional (TPI) é uma corte permanente e independente que julga pessoas acusadas de crimes do mais sério interesse internacional, como genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Ele se baseia num Estatuto do qual fazem parte 106 países.
O TPI é uma corte de última instância. Ele não agirá se um caso foi ou estiver sendo investigado ou julgado por um sistema jurídico nacional, a não ser que os procedimentos desse país não forem genuínos, como no caso de terem caráter meramente formal, a fim de proteger o acusado de sua possível responsabilidade jurídica. Além disso, o TPI só julga casos que ele considerar extremamente graves.
Em todas as suasatividades, o TPI observa os mais altos padrões de julgamento justo, e suas atividades são estabelecidas pelo Estatuto de Roma.
· No Brasil não se concede a extradição
· De nacionais (art. 5º, LI, CR/88);
· Portugueses – Estatuto da Igualdade (exceto para Portugal);
· Para interrogatório;
· Para processos de natureza civil, fiscal ou política;
· Em caso de crimes militares que não tenham relação com crimes comuns;
· Em casos de contravenção penal;
· Em processos em que haja violação de direitos e garantias fundamentais;
· Por questões de humanidade (velhice/doença);
· Quando houver extinção da punibilidade;
· Em caso de litispendência
· Competência no Brasil
STF – O STF extradita.
No caso de não haver tratado, a decisão é discricionária, ou seja, o Presidente da República poderá decidir se extradita ou não.
No caso de haver tratado*, haverá a extradição julgada pelo STF, porém, em casos onde a pena do outro país for muito rigorosa, o presidente da república poderá intervir opinando pela não extradição. Foi o caso de Cesare Battisti, onde o STF decidiu pela extradição e o Lula rejeitou.
*O tratado prevê essa possibilidade de rejeição no caso de penas muito rígidas.
· Condições impostas no deferimento da extradição
· O Estado deve se comprometer a não punir o estrangeiro por atos anteriores ao pedido e que não tenham sido nele incluídos (especialidade);
· O Estado deve se comprometer a descontar da pena final o tempo em que o extraditando esteve preso no Brasil (detração);
· Transformação da pena de morte em privativa de liberdade;
· Compromisso de não re-extraditar a pessoa sem prévia autorização da justiça brasileira;
· O Estado não levará em conta a motivação política do crime em seu julgamento (não há extradição por crimes políticos, mas a interpretação do que é um crime político é do STF).
HC cabe para qualquer situação, é um remédio constitucional. Não existem mais no Brasil as penas de:
· banimento – mandar o nacional para fora do país;
· desterro – remanejar o nacional dentro do seu próprio país.
DIREITO INTERNACIONAL
Aula 5
DIREITO DE ASILO
· Declaração Universal dos Direitos Humanos - art. 14º:
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
· Constituição Federal 1988 – art. 4º, inciso X
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I. independência nacional;
II. prevalência dos direitos humanos;
III. autodeterminação dos povos;
IV. não-intervenção;
V. igualdade entre os Estados;
VI. defesa da paz;
VII. solução pacífica dos conflitos; VIII.repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X. concessão de asilo político.
DIFERENÇAS ENTRE ASILO E REFÚGIO
· REFÚGIO
Conceito de Refugiado:
“Pessoa que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.”
O refúgio é concedido ao imigrante por fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.
Enquanto tramita um processo de refúgio, pedidos de expulsão ou extradição ficam em suspensos.
O refúgio tem diretrizes globais definidas e possui regulação pelo organismo internacional ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
No Brasil, a matéria é regulada pela Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o Comitê Nacional para os Refugiados – CONARE e pela Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, de 28 de julho de 1951.
Lei 9.474/97 “Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:
I. devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;
II. não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior;
III. devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país”
IV. O CONARE é o órgão colegiado, vinculado ao Ministério da Justiça, que reúne segmentos da área governamental, da sociedade civil e das Nações Unidas.
V. Cabe ao CONARE analisar e deliberar sobre o pedido de reconhecimento da condição de refugiado.
VI. Todos os pedidos de refúgio contêm um processo no qual é analisado se o solicitante possui um fundado temor de perseguição por meio de uma entrevista pessoal com um oficial do governo brasileiro, responsável por determinar a sua condição de refugiado.
Essa análise envolve dois elementos:
· um subjetivo, que são as declarações e alegações do solicitante;
· e um objetivo, no qual as alegações de perseguição do solicitante encontram respaldo nas informações do país de origem, fornecidas por agências internacionais e governamentais.
O plenário do CONARE delibera em reuniões mensais sobre os pedidos e dá decisão que pode sofrer recurso, decidido pelo Ministro da Justiça.
· Características do refúgio
· Instituto jurídico internacional de alcance universal
· Aplicado a casos em que a necessidade de proteção atinge a um número elevado de pessoas, onde a perseguição tem aspecto mais generalizado
· Fundamentado em motivos religiosos, raciais, de nacionalidade, de grupo social e de opiniões políticas
· É suficiente o fundado temor de perseguição
· Em regra, a proteção se opera fora do país
· Existência de cláusulas de cessação, perda e exclusão (constantes da Convenção dos Refugiados)
· Efeito declaratório
· Instituição convencional de caráter universal, aplica-se de maneira apolítica
· Medida de caráter humanitário
· ASILO
· Quanto aos pedidos de asilo, esses estão previstos na Constituição Federal, no artigo 4º, que coloca o asilo político como um dos pilares que rege as relações internacionais.
· Não existe uma lei específica para tratar os casos de asilo, que é avaliado diretamente pela Presidência da República.
· No caso do asilo, as garantias são dadas apenas após a concessão.
· Antes disso, a pessoa que estiver em território nacional estará em situação de ilegalidade.
· ASILO PODE SER DE DOIS TIPOS:
· DIPLOMÁTICO – quando o requerente está em país estrangeiro e pede asilo à embaixada brasileira
É concedido a estrangeiros perseguidos no seu próprio território, sendo feito, em geral, pela própria representação diplomática, onde se circunscreve a presença do estrangeiro.
É uma forma de exceção à plenitude que o Estado exerce sobre seu território (missões diplomáticas, inclusive imóveis residenciais, acampamentos militares e navios de guerra).
Trata-se de uma forma preliminar do asilo territorial (Salvo-conduto)
· TERRITORIAL – quando o requerente está em território nacional. Se concedido, o requerente estará ao abrigo do Estado brasileiro, com as garantias devidas.
É o acolhimento pelo Estado de estrangeiro perseguido por motivo de:
· dissidência política
· delitos de opinião
· crimes de direito penal comum
· Pressupostos:
· Natureza política do delito
· Estado de urgência (atualidade da perseguição)
· Não-auxílio dos representantes diplomáticos do Estado acolhedor
· O conceito jurídico de asilo na América Latina é originário do Tratado de Direito Penal Internacional de Montevidéu,de 1889, que dedica um capítulo ao tema.
· Inúmeras outras convenções ocorreram no continente sobre o asilo, tal como a Convenção sobre Asilo assinada na VI Conferência Pan-americana de Havana, em 1928, dentre outras.
· O asilo diplomático, assim, é instituto característico da América Latina.
· Características do asilo
· Instituto jurídico regional (América Latina);
· Normalmente, é empregado em casos de perseguição política individualizada;
· Motivado pela perseguição por crimes políticos;
· Necessidade de efetiva perseguição;
· A proteção pode se dar no território do país estrangeiro (asilo territorial) ou na embaixada do país de destino (asilo diplomático);
· Inexistência de cláusulas de cessação, perda ou exclusão;
· Efeito constitutivo;
· Constitui exercício de um ato soberano do Estado, sendo decisão política cujo cumprimento não se sujeita a nenhum organismo internacional;
· Medida de caráter político.

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