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QUESTÕES DE REVISÃO - ÉTICA - SEGUNDO BI

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QUESTÕES DE REVISÃO – ÉTICA – 2º BIMESTRE 
 
ÉTICA DA BEM-AVENTURANÇA 
1 Qual é o foco da ética da Bem-aventurança? 
Conhecida como a ética do amor (caritas); visa a felicidade eterna (metafísica); estabelece uma 
exigência fundamental: obediência à lei divina (portanto deontológica). 
 
2 Por que a ética cristã se configura como sendo um ética vertical? 
Verticularização da ética – deus está acima de tudo, porém há a preservação da horizontalidade 
pelo bem conviver das duas dimensões; 
 
3 Apresente três rupturas entre a ética eudaimônica e a ética da bem-aventurança. 
 GREGOS CRISTÃOS 
ONTOLOGIA PHYSIS THEO 
RAZÃO 
ÚNICO INSTRUMENTO 
PARA SE CHEGAR A 
VERDADE 
É COMPLEMENTADA 
PELO RECURSO DA FÉ 
ÉTICA TELEOLÓGICA DEONTOLÓGICA 
RELIGIÃO POLITEÍSTA MONOTEÍSTA 
RELAÇÃO HOMEM-
DEUS 
HOMENS AMAM OS 
DEUSES, MAS ESTES 
NÃO AMAVAM OS 
HOMENS 
DEUS AMA OS 
HOMENS, REVELANDO 
SEU AMOR NELES 
AMOR EROS E PHYLIA ÁGAPE 
 
4 Qual é o “fio condutor” da ética cristã? 
Ajudar o homem a percorrer um caminho que possa levá-lo a Bem-aventuraça, sendo a Caritas 
fundamental para se chegar a felicidade eterna, a verdade, logo, encontrar a Deus. 
 
5 Em que consiste o amor ágape? 
Ágape significa amor, é uma palavra de origem grega. Ágape pode ser o amor que se doa, o 
amor incondicional, o amor que se entrega. Lei máxima: AMOR - “Quem amou cumpriu a lei.” 
 
 
6 O que caracteriza a Patrística e a Escolástica Medieval? 
PATRÍSTICA (SÉC. I) ESCOLÁSTICA (SÉC. XV) 
- OS PAIS DA IGREJA ESTRUTURARAM A 
DOUTRINA CRISTÃ; 
- FUNDADA NA FILOSOFIA ANTIGA; 
- AGOSTINHO INICIOU A SISTEMATIZAÇÃO 
DA ÉTICA DA BEM-AENTURANÇA; 
- PAUTOU-SE NA FILOSOFIA PLATÔNICA 
IDEALISTA, CRENDO UM MUNDO 
METAFÍSICO PERFEITO EM QUE A FÉ POSSUI 
PRIMAZIA SOBRE A RAZÃO; 
- “CRER PARA ENTENDER”; 
- A RAZÃO TEM LIMITES, POIS O HOMEM É 
UM SER IMPERFEITO; 
- O TRABALHO DE AGOSTINHO É 
COMPLEMENTADO PELA ESCOLÁSTICA. 
- PERÍODO DAS UNIVERSIDADES; 
- CONFLITOS ENTRE AS VERDADES DA FÉ E 
AS PROPOSTAS PELA CIÊNCIA; 
- AQUINO PERCEBEU A NECESSIDADE EM SE 
BUSCAR JUSTIFICATIVAS RACIONAIS 
PARA SE DEFENDER A FÉ; 
- “ENTENDER PARA CRER” 
- PAUTOU-SE EM ARISTÓTELES E SUA 
FLOSOFIA REALISTA; 
- PROPÕE A UNIÃO DA FÉ E A RAZÃO; 
- CONSIDERADO O MAIS SÁBIO ENTRE OS 
SANTOS E O MAIS SANTO ENTRE OS SÁBIOS. 
 
7 Qual a grande conclusão de Agostinho com relação a questão do Mal? 
O bem é o próprio Deus, e o mal é ausência de Deus. Tudo que Deus criou é bom, já o mal vem 
do livre arbítrio humano, da liberdade humana. A capacidade do homem de fazer más escolhas. 
O mal em si não existe para Agostinho, não possui substância, e sim o bem. 
Mal (privação do bem) - estabelece 3 níveis do mal: metafísico ontológico; físico; e moral. 
 
8 O que significa dizer que o projeto ético de Tomás de Aquino possui um caráter racional 
especulativo? 
Aquino percebeu a necessidade em se buscar justificativas racionais para se defender a fé; 
“entender para crer”; pautou-se em Aristóteles e em sua filosofia realista; propõe a união da fé e 
a razão; 
 
9 Para o Aquinate, em que consiste a natureza humana? 
Para Aquino o homem possui uma natureza racional com a qual realiza ações intencionais 
(racionais e livres). Deus o fez livre, ou seja, o homem responsável por suas ações, sendo 
julgado por suas intenções. 
 
10 Como T. Aquino abordou a questão das virtudes? 
Boas escolhas fazem o homem vituoso, uma má escolha faz o homem vicioso. (perspectiva 
aristotélica [dependem do esforço humano para se desenvolver] aliada a uma visão metafísica 
criacionista [virtudes concedidas por deus]) 
As virtudes lapidam as desordens de nossas emoções virtudes tomistas: dianéticas (ensino) — 
éticas (prática) — teologais (providência divina que confere três virtudes ao homem: fé — 
esperança — caridade (amor)) 
 
11 Em que consiste a classificação das leis, segundo T. Aquino? 
Servem para controlar o homem mal. Classificada por Aquino em: 
1. Lei eterna (universal e imutável) 
2. Lei natural (lei grega, ñ escrita, divina, eterna, universal e imutável, objetiva a 
realização do bem se evitando o mal) 
3. Lei humana (apropriação dos gregos, direto posto pelo homem, positivado, estatal, 
objetiva o bem comum para propiciar a isonomia) 
4. Lei divina (lei revelada aos homens por meio dos evangelhos) 
 
12 Para Agostinho, em que consiste a Felicidade? 
A felicidade é deus, ele é a verdade e encontrá-lo equivale encontrar a própria felicidade 
(perfeita e eterna). 
 
13 Conceitue Livre arbítrio em Santo Agostinho. 
Agostinho propõe o conceito de livre-arbítrio, próprio da natureza humana, e origem de todo 
mal. O livre arbítrio é a vontade livre, o querer livre. Compreendido com um bem que pode se 
tronar um mal (privação do bem). 
 
ÉTICA LEGALISTA 
14 Qual o foco da ética legalista? 
É uma ética deontológica que pretende responder ao problema de conceber a liberdade num 
sistema de sujeição às leis. 
 
18 Em que consiste o diagnóstico de Kant com relação ao Esclarecimento? 
O caminho para o esclarecimento é alcançar a maioridade. 
A menoridade corresponde a incapacidade de fazer uso de seu próprio entendimento, sendo um 
estado de vontade que nos faz aceitar a autoridade de outrem (submissão e ausência de 
autonomia), não havendo, portanto, liberdade. 
Para se alcançar a maioridade é necessário: 
1) ROMPER com as tutelas externas 
(instituições sequestro: religião, mídia, educação e política) 
2) ELIMINAR as tutelas internas 
(impedimentos subjetivos: preguiça, medo, covardia, comidismo...) 
 
19 Em que consiste o Principio Universal da ética kantiana? 
*conforme Candiotto: [...] para Kant, a ação é moral quando guiada pela razão; esta, por sua 
vez é a faculdade do universal, de modo que agir moralmente significa querer que os 
princípios subjetivos (desejos, interesses e inclinações naturais) sejam submetidos a um 
processo de universalização, para que possam ser objetivados e transformados em leis 
morais. 
 
20 O que é e em que consiste o Imperativo categórico? 
No Imperativo Categórico, observa-se que o conteúdo material da lei moral é o próprio 
processo de universalização das máximas subjetivas. [...] uma ação é moral quando 
submetida ao processo lógico-racional de universalização das máximas subjetivas. 
"Age APENAS segundo uma máxima tal que 
 possas ao mesmo tempo querer que se torne lei universal" 
 
21 Qual é o fundamento da Moral, segundo Kant? 
Uma ação é moral quando ela obedece um dever moral imposto pela razão, tornando-se uma lei 
moral. Este agir moral se dá por condutas racionais, Pois o fundamento da moral é a razão. 
 
22 Como pensar a felicidade na proposta Legalista? 
Por ser a razão o fundamento da moral kantiana, os sentimentos, interesses pessoais, dogmas, 
prazer e a felicidade são desconsiderados. Pois, máximas objetivas, ou seja, leis morais 
universais, não são pautadas por máximas subjetivas (pessoais). 
O dever, é fazer o que é certo, e isso nem sempre gera felicidade. Mas, quem cumpre o dever, 
torna-se digno de ser feliz. 
 
23 Para Kant, quando uma ação é moral? 
Uma ação é moral quando ela obedece um dever moral imposto pela razão, tornando-se 
uma lei moral. Possuindo duas condições para uma ser ação ser considerada moral: 
1) ter origem na razão; 
2) ser aprovado pelo Imperativo Categórico. 
 
24 Diferencia deveres perfeitos de deveres imperfeitos. 
Dever imperfeito: 
Dever de realizar boas ações: não são obrigatórias, nem universais, geralmente possuem 
enunciados afirmativos (ex.: ajudar o próximo). 
Dever perfeito: 
Dever aprovado pelo Imperativo Categórico: determinando ações morais universais e 
obrigatórias, geralmente constituído de enunciados negativos (ex.: não mentir, não matar...) 
 
25 Qual a diferença entre ação por dever e ação conforme o dever? 
Por dever (amor, boa vontade) e conforme o dever (de acordo a razão) 
 
26 Kant defende a plena obediência a lei. Seguindoesse raciocínio, seguir as leis jurídicas é 
sinônimo de eticidade? 
Não necessariamente, qdo a lei jurídica conflui à premissas morais universais como “não 
matar”, aí sim, há parcimônia entre obedecer a lei jurídica e obedecer a lei moral kantiana. 
 
27 O que é um dever moral? 
É aquele dever imposto pela razão, uma razão autônoma, ou seja, é quando uma ação moral foi 
submetida a um processo lógico-racional de universalização das máximas. 
 
28 Para Kant, por que a justiça goza de precedência com relação ao bem? 
Há uma precedência do justo sobre o bem: “Não é porque a justiça é um bem que nós devemos 
ser justo, mas, é porque nós devemos ser justos que a justiça é um bem.” 
 
29 É possível falar em liberdade em Kant, uma vez que o homem é obrigado a obedecer a 
lei moral? 
Sim, uma vez que obedecer a razão é obedecer a si mesmo. Enquanto na menoridade o sujeito é 
incapaz de conduzir a si próprio sem a sujeição a outrem, exercer a maioridade e tornar-se 
esclarecido permite ao homem se autogovernar por meio da obediência à razão (que é 
universal). Privar-se da liberdade é abrir mão do entendimento. 
 
BIOÉTICA 
15 O que é Bioética? 
BIOÉTICA é a ética da vida. Tem como foco: preservar a vida para o futuro. Propõe uma 
reflexão do agir moral sobre a concepção devida e a interferência do saber científico biológico 
que incidem sobre ela.Está intimamente ligada à relação vida e ciência, frente a proliferação de 
pesquisas científicas e avanços tecnológicos que levantam questões sobre o valor da vida; os 
efeitos de determinadas ações em relação à dignidade humana; a possibilidade de subversão de 
valores morais e éticos; entre outros. 
 
16 Como os Comitês de Bioética avaliam os casos em discussão? 
Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) estão vinculados ao Conselho Nacional de Saúde, através 
da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa que regulamenta e acompanha as pesquisas 
científicas que envolvem seres humanos. O Comitê de Ética em Pesquisa tem como função 
principal proteger os “sujeitos da pesquisa”. Com base na interdisciplinaridade um Comitê de 
Ética é formado por profissionais das Ciências Biológicas e da Saúde, filósofos, teólogos, 
advogados, assistentes sociais, pedagogos e representantes usuários de saúde. *característica 
elementar dos comitês de bioética: a multidisciplinaridade. 
 
17 Qual a relação entre Utilitarismo, Legalismo e Bioética? 
Van Potter pensa a Bioética enquanto ponte para o futuro, olhando o caso concreto e pensando o 
que podemos, o que devemos fazer. Para tal, os Comitês de Bioética multidisciplinares utilizam 
de um diálogo de matrizes de pensamento para se alcançar respostas responsáveis aos 
problemas éticos. Deste modo, recorre-se à legalista/utilitarista; deontológica/teleológica; 
principiológica/consequencialista. Neste prisma, os modelos éticos citados permitem maior 
reflexão e aprofundamento em questões éticas de nosso tempo visando um presente mais 
responsável com questões do futuro. 
 
30 Em que consiste o princípio responsabilidade de Hans Jonas? 
Para Hans Jonas, o Principio Responsabilidade detém um grande poder, constituído de 
magnitude, é um princípio ambivalente pois reflexiona sobre em que medida a técnica, a 
ciência, representa um mal e ameaçam a vida. Por isso, questiona-se os impactos da técnica 
sobre a vida. De tal modo, questiona-se: é possível destituir a técnica da ética? Podemos fazer, 
nós devemos fazer? 
Para tal, Jonas propõe pensar questões como produção e consumo, futuro e presente, éticas 
tradicionais para propor uma nova ética, antropocêntrica em que pense o homem, a política, e 
questões urbanas. Mas o filósofo propõe uma nova ética do agir no presente, pautado na 
reciprocidade com o futuro. Fundada na alteridade para promover um bem para as gerações 
futuras. Assim, precisa-se reconhecer, conscientizar e agir com responsabilidade ao pensar o 
impacto de nossas ações sobre a vida FUTURA. 
 
31 Apresente e explique o novo imperativo categórico formulado por Jonas. 
Jonas reformula o imperativo categórico kantiano ao propor a seguinte máxima: “Age de forma 
que a sua ação seja compatível com a permanência de uma vida autentica na Terra”. De tal 
modo, propõe o exercício da virtude da previsão para se dimensionar os possíveis impactos de 
nossas ações do presente às gerações futuras, caso houver dúvida, o pensador determina não 
agir, para não se fazer heurística do temor, ou seja, para não correr o risco de agir para o mal (in 
dubio pro malo).

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