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Contabilidade Governamental: Plano de Contas e Normas

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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE 
GOVERNAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Nilson Coelho 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
A contabilidade governamental foi inicialmente estruturada no Brasil com 
foco no registro dos atos e fatos relativos ao controle da execução orçamentária 
e financeira. Contudo, a evolução da ciência contábil, marcada pela edição das 
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) e das Normas 
Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP), 
impulsionou relevantes mudanças nessa área. As mudanças ocorridas visam a 
adoção de conceitos e procedimentos reconhecidos e utilizados 
internacionalmente, com foco na contabilidade patrimonial. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impactou a contabilidade 
governamental ao exigir a consolidação nacional das contas públicas (Lei 
Complementar n. 101/2000, art. 50, parágrafo 2º) por meio da publicação do 
Balanço do Setor Público Nacional. 
Dessa forma, a necessidade de evidenciar com qualidade os fenômenos 
patrimoniais e a busca por um tratamento contábil padronizado dos atos e fatos 
administrativos no âmbito do setor público tornou imprescindível a elaboração de 
um plano de contas com abrangência nacional, cuja metodologia, estrutura, 
regras, conceitos e funcionalidades permitissem a obtenção de dados que 
atendessem aos diversos usuários da informação contábil (STN, 2018). 
Os assuntos abordados nesta aula tratam do Plano de Contas utilizado na 
Contabilidade Governamental, as Naturezas de Informação que orientam os 
registros dos eventos nas devidas contas, a Estrutura do Plano de Contas, e 
exemplos de lançamentos típicos da contabilidade pública e o sistema utilizado 
pela administração pública para registrar os lançamentos contábeis também serão 
abordados. 
Os conteúdos presentes nesta aula representam um avanço para 
compreensão da maneira como os atos e fatos que provocam alteração nas 
contas públicas são registrados e formam a base para a interpretação da 
elaboração e análise dos relatórios contábeis. O primeiro tema trata do plano de 
contas aplicado ao setor público (PCASP). 
 
 
 
3 
Saiba mais 
O PCASP é atualizado anualmente e publicado exclusivamente na Internet para 
uso obrigatório no exercício seguinte. Confira no link a página destinada às 
alterações do PCASP: <http://tesouro.fazenda.gov.br/pcasp>. Acesso em: 23 out. 
2019. 
TEMA 1 – PLANO DE CONTAS NA CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL 
Para que se possa obter com precisão e clareza dados relativos ao 
patrimônio da União e dos registros contábeis dos atos e fatos de gestão, é 
necessário um conjunto das contas utilizadas em toda a Administração Pública 
federal, contas estas que possuem o propósito de sistematizar e uniformizar os 
registros efetuados. Para tal propósito se faz necessário o Plano de Contas. 
Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada por 
uma relação padronizada de contas contábeis, que permite o registro contábil dos 
atos e fatos praticados pela entidade de maneira padronizada e sistematizada, 
bem como a elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis de 
acordo com as necessidades de informações dos usuários (STN, 2018). 
A motivação para instituir um Plano de Contas único para a administração 
pública é composta por uma série de fatores. A Figura 1 apresenta um resumo 
das principais motivações para a doção do PCASP. 
Figura 1 – Motivações para adoção o PCASP 
Fonte: STN, 2019. 
http://tesouro.fazenda.gov.br/pcasp
 
 
4 
1.1 Objetivos e alcance do Plano de Contas aplicado ao setor público 
(PCASP) 
A ciência contábil tem como finalidade geral o fornecimento de informações 
aos diversos usuários da informação contábil. O PCASP alinha-se a essa 
finalidade por meio da padronização da forma de registro contábil para a extração 
dessas informações. Para um melhor entendimento dos objetivos do PCASP, a 
Figura 2 apresenta uma lista detalhada de cada um deles. 
Figura 2 – Objetivos do PCASP 
 
Fonte: STN, 2019. 
O alcance ou abrangência do PCASP é o mesmo da contabilidade 
governamental, ou seja, se a entidade faz uso da contabilidade governamental, 
deve utilizar o PCASP. A utilização do PCASP é obrigatória para todos os órgãos 
e entidades da administração direta e da administração indireta dos entes da 
Federação, incluindo seus fundos, autarquias (inclusive especiais), fundações e 
empresas estatais dependentes, sendo facultativa a utilização do PCASP para as 
demais entidades (STN, 2018). 
1.2 Competência para instituição e manutenção do PCASP 
A competência para a edição de normas gerais para consolidação das 
contas públicas foi atribuída pela Lei de Responsabilidade Fiscal à Secretaria do 
Tesouro Nacional (STN), órgão central de contabilidade da União, conforme 
dispõe o decreto n. 6.976/2009: 
 
 
5 
Art. 7º compete ao órgão central do sistema de contabilidade federal: [...] 
II - manter e aprimorar o plano de contas aplicado ao setor público e o 
processo de registro padronizado dos atos e fatos da administração 
pública; [...] 
XXVIII - editar normativos, manuais, instruções de procedimentos 
contábeis e plano de contas aplicado ao setor público, objetivando a 
elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas, em 
consonância com os padrões internacionais de contabilidade aplicados ao 
setor público. (Brasil, 2009) 
Dessa forma, cabe à STN criar, alterar, excluir, codificar, especificar, 
desdobrar e detalhar as contas contábeis presentes no PCASP. A estrutura atual 
do Plano de Contas será abordada no próximo tópico. 
TEMA 2 – ESTRUTURA DO PCASP 
As contas que compõe o Plano de Contas são de extrema importância para 
a contabilidade, tanto que muitos chamam a contabilidade de ciência das contas. 
Conta é a expressão qualitativa e quantitativa de fatos de mesma natureza, 
evidenciando a composição, variação e estado do patrimônio, bem como de bens, 
direitos, obrigações e situações nele não compreendidas, mas que, direta ou 
indiretamente, possam vir a afetá-lo. 
As contas são agrupadas segundo suas funções, possibilitando: 
a) Identificar, classificar e efetuar a escrituração contábil, pelo método das 
partidas dobradas, dos atos e fatos de gestão, de maneira uniforme e 
sistematizada; 
b) Determinar os custos das operações do governo; 
c) Acompanhar e controlar a aprovação e a execução do planejamento e 
do orçamento, evidenciando a receita prevista, lançada, realizada e a realizar, 
bem como a despesa autorizada, empenhada, realizada, liquidada, paga e as 
dotações disponíveis; 
d) Elaborar os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial, a 
Demonstração das Variações Patrimoniais, de Fluxo de Caixa, das Mutações 
do Patrimônio Líquido e do Resultado Econômico; 
e) Conhecer a composição e situação do patrimônio analisado, por meio da 
evidenciação de todos os ativos e passivos; 
f) Analisar e interpretar os resultados econômicos e financeiros; 
g) Individualizar os devedores e credores, com a especificação necessária 
ao controle contábil do direito ou obrigação; 
 
 
6 
h) Controlar contabilmente os atos potenciais oriundos de contratos, 
convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres. 
Para cumprir suas funções, a conta contábil conta com alguns atributos que 
serão abordados no próximo tópico. 
2.1 Atributos conceituais da conta contábil 
Atributos da conta contábil são características próprias que as distinguem 
de outras contas do plano de contas. Os atributos podem ser decorrentes de 
conceitos teóricos, da lei ou do sistema operacional utilizado. Os atributos teóricos 
da conta contábil são apresentados na Figura 3. 
Figura 3 – Atributos conceituais da Conta Contábil 
Fonte: Adaptado de STN, 2018. 
O Código Contábil que representa a estrutura numérica que identifica a 
conta é composto de 7 níveis de desdobramento, com um totalde 9 dígitos, de 
acordo com a estrutura apresentada na Figura 4. 
 
 
 
7 
Figura 4 – Estrutura numérica do código 
Fonte: STN, 2018. 
Para uma visão geral, a seguir apresenta-se a estrutura resumida do Plano 
de Contas Aplicado ao Setor Público, segregando por Classe e Grupos existentes: 
Figura 5 – Estrutura resumida do PCASP 
Fonte: STN, 2018. 
 
 
8 
O terceiro nível do código contábil das contas se refere ao subgrupo, que 
representa contas em um nível de detalhamento maior que o grupo. Para um 
melhor entendimento, a Figura 6 apresenta as Classes do Ativo e Passivo 
detalhadas até o nível de subgrupo. 
Figura 6 – Ativo e Passivo detalhados a nível de subgrupo 
Fonte: STN, 2019. 
Tendo em vista que o Plano de Contas é utilizado em todo o país, existem 
contas que podem ser detalhadas em função das características das transações 
e eventos do ente que a registra. Os entes da Federação somente poderão 
detalhar a conta contábil nos níveis posteriores ao nível apresentado na relação 
de contas do PCASP. Por exemplo, caso uma conta esteja detalhada no PCASP 
até o 6º nível (item), o ente poderá detalhá-la apenas a partir do 7º nível (subitem), 
sendo vedada a alteração dos 6 primeiros níveis. 
Saiba mais 
Conheça mais sobre o detalhamento do Plano de Contas Aplicado ao Setor 
Público com o vídeo didático produzido pela STN: 
<https://www.youtube.com/watch?v=NYaZeJxD7uM>. Acesso em: 23 out. 2019. 
TEMA 3 – NATUREZA DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
Conforme o MCASP (STN, 2018) a metodologia utilizada para a 
estruturação do PCASP foi a segregação das contas contábeis em grandes 
grupos de acordo com as características dos atos e fatos nelas registrados. Essa 
https://www.youtube.com/watch?v=NYaZeJxD7uM
 
 
9 
metodologia permite o registro dos dados contábeis de forma organizada e facilita 
a análise das informações de acordo com sua natureza. 
A estrutura do Plano de Contas Aplicados ao Setor Público conta com as 
seguintes naturezas das informações contábeis: 
a) Natureza de Informação Orçamentária: registra, processa e evidencia os 
atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. 
b) Natureza de Informação Patrimonial: registra, processa e evidencia os 
fatos financeiros e não financeiros relacionados com a composição do 
patrimônio público e suas variações qualitativas e quantitativas. 
c) Natureza de Informação de Controle: registra, processa e evidencia os 
atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da 
entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de 
controle. 
Como verificado, o PCASP é dividido em 8 classes, sendo as contas 
contábeis classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam. 
Para facilitar o entendimento, a Figura 7 apresenta a relação das Classes e suas 
respectivas naturezas da informação. 
Figura 7 – Classes por Natureza de Informação 
Fonte: STN, 2019. 
Segundo MCASP, o registro contábil deve ser feito pelo método das 
partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e creditar contas que 
apresentem a mesma natureza de informação. Assim, os lançamentos estarão 
 
 
10 
fechados dentro das classes 1 a 4 ou das classes 5 e 6 ou das classes 7 e 8, 
como segue: 
a) Lançamentos de natureza patrimonial: apenas debitam e creditam 
contas das classes 1, 2, 3 e 4; 
b) Lançamentos de natureza orçamentária: apenas debitam e creditam 
contas das classes 5 e 6; 
c) Lançamentos de natureza de controle: apenas debitam e creditam contas 
das classes 7 e 8. 
Figura 8 – Lançamentos entre classes 
Fonte: STN, 2019. 
Para um melhor entendimento, alguns lançamentos em naturezas 
específicas serão apresentados na sequência. 
3.1 Exemplos de Lançamentos Horizontais e Verticais 
A Lei 4.320/64, em seu artigo 86, determina que “a escrituração sintética 
das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas 
dobradas” (Brasil, 1964). A filosofia das partidas dobradas ocorre pelo 
reconhecimento de que toda operação patrimonial possui uma causa e um efeito, 
uma partida e uma contrapartida, um débito e um crédito (Sá, 2004). Dessa forma, 
os totais lançados a débito e a crédito em contas de mesma natureza de 
informação devem apresentar valores iguais. 
 
 
11 
Observando a fase inicial da receita, serão demonstrados de maneira 
didática os registros contábeis indicando a Natureza da Informação, o tipo de 
lançamento (débito e crédito), as contas e descrição das contas, sob a ótica do 
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). 
Como já verificamos, a primeira fase da receita orçamentária será a 
previsão. Para realizar esse lançamento, será utilizada uma conta da classe 5 a 
débito e uma conta da classe 6 a crédito. 
Quadro 1 – Exemplo de registro contábil 
Natureza da Informação Débito / Crédito Código da Conta Descrição da Conta 
ORÇAMENTÁRIA 
DÉBITO 5.2.1.1.1.xx.xx Previsão Inicial da Receita 
CRÉDITO 6.2.1.1.1.xx.xx Receita a Realizar Bruta 
Perceba que os lançamentos são fechados dentro da mesma natureza da 
informação, sendo lançamentos horizontais, conforme Figura 9. 
Figura 9 – Lançamento horizontal 
Fonte: STN, 2019. 
Na fase de realização da receita o lançamento acontece da seguinte forma: 
Quadro 2 – Exemplo de registro contábil 
Natureza da Informação Débito / Crédito Código da Conta Descrição da Conta 
ORÇAMENTÁRIA 
DÉBITO 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar 
CRÉDITO 6.2.1.2.x.xx.xx Receita Realizada 
Perceba que os lançamentos ocorreram todos dentro da classe 6, 
registrando assim a execução orçamentária. Esses são lançamentos verticais, 
conforme Figura 10. 
 
 
 
12 
Figura 10 – Lançamentos verticais 
Fonte: STN, 2019. 
No tópico seguinte serão abordados alguns lançamentos típicos da 
contabilidade governamental para fixar a dinâmica dos lançamentos por natureza 
de contas, bem como trataremos das regras de integridade. 
TEMA 4 – LANÇAMENTOS E REGRAS DE INTEGRIDADE 
Inúmeras são as transações existentes no âmbito público. Os lançamentos 
contábeis devem registrar essas transações ou eventos de maneira a representar 
as transformações ocorridas no patrimônio público. Para exemplificar alguns 
lançamentos rotineiros na esfera governamental, na sequência serão 
apresentados alguns eventos e sua contabilização. 
Muitos serviços são contratados mediante a contratação de empresas 
especializadas, neste caso um contrato envolvendo as partes é firmado. No caso 
da contratação de serviço por parte da administração pública, temos no momento 
do Registro Contrato os seguintes lançamentos: 
Quadro 3 – Exemplo de registro contábil 
Natureza da 
Informação Débito / Crédito 
Código da 
Conta Descrição da Conta 
CONTROLE 
DÉBITO 7.1.2.3.x.xx.xx Obrigações Contratuais 
CRÉDITO 8.1.2.3.x.xx.xx Execução de Obrigações Contratuais 
Perceba que o registro do contrato é um ato potencial, logo os registros 
envolvem a natureza de Controle que possui essa finalidade. 
 
 
13 
Figura 11 – Lançamento Horizontal na Natureza de Controle 
Fonte: STN, 2019. 
A aquisição de material permanente envolve as três etapas da despesa: 
empenho, liquidação e pagamento. A liquidação pode ocorrer em um período 
longo, tendo em vista que muitas vezes o recebimento desse material demanda 
conferência e análise para que o servidor tenha certeza de que aquilo que foi 
empenhado realmente está sendo entregue. Para isso existe a etapa em 
liquidação, que ocorre quando existe o recebimento provisório de material. 
A Figura 12 demonstra os lançamentos efetuados nas naturezas de 
Patrimônio e Orçamento em cada uma das etapas da despesa, considerando a 
etapa em liquidação (recebimento provisório ou em partes do material 
empenhado), tendo como fato gerador da despesa a entrega do material. 
Figura 12 – Lançamentos na Aquisição de Material Permanente 
Fonte: STN, 2019. 
Para garantir a integridade dos procedimentos contábeis, assim como a 
qualidade,consistência e transparência das informações geradas, o MCASP 
dispõe sobre algumas regras de integridade relativas ao Plano de Contas: 
 
 
14 
a) Lançamentos Contábeis: o registro contábil deve ser feito pelo método 
das partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e creditar contas que 
apresentem a mesma natureza de informação; 
b) Pagamento e Recebimento: a natureza de informação patrimonial 
contempla os registros financeiros e patrimoniais (Atributos “P” de permanente 
e “F” de financeiro). Efetuar o correto registro destes atributos é uma das 
regras de integridade; 
c) Desenvolvimento de Equações Contábeis: algumas equações podem 
ser utilizadas para fins de conferência e validação das informações geradas; 
d) Consistência dos Registros e Saldos de Contas: cada unidade que 
realize a gestão de recursos públicos deverá ser responsável pelo 
acompanhamento, análise e consistência dos registros e saldos das contas 
contábeis, bem como os reflexos causados nos respectivos demonstrativos. 
Para reforçar a dinâmica dos lançamentos entre as naturezas de 
informação e compreender como as regras de integridade funcionam, faz-se 
necessário que o vídeo indicado abaixo seja assistido. 
Revisão e fixação 
Sabendo que esta parte do conteúdo é um pouco mais complexa, 
recomendamos o vídeo abaixo para revisão e fixação: 
<https://www.youtube.com/watch?v=5zXoEAHj3Uo>. Acesso em: 23 out. 2019. 
TEMA 5 – SIAFI 
Na esfera pública existe um sistema que permite os registros dos eventos 
nas referidas contas do plano de contas, o Sistema Integrado de Administração 
Financeira do Governo Federal (SIAFI), que consiste no principal instrumento 
utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, 
financeira e patrimonial do Governo Federal. 
 
 
 
15 
Figura 13 – Tela de acesso do SIAFI Web 
Fonte: Brasil, 2011. 
Conforme o Portal do Sistema Integrado de Administração Financeira, 
desde sua criação o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente seus principais 
objetivos, dentre os quais podemos destacar: 
a) Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução 
orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública; 
b) Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a 
utilização dos recursos do Tesouro Nacional, pela unificação dos recursos de 
caixa do Governo Federal; 
c) Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de 
informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública 
Federal; 
e) Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e 
de suas supervisionadas; 
g) Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal; 
i) Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal. 
Slomski (2003) afirma que a Administração Pública produziu um sistema 
de contabilidade altamente sofisticado, integrando: o sistema orçamentário, que 
demonstra as origens de recursos e suas aplicações; o sistema financeiro, que 
evidencia o fluxo de caixa; o sistema patrimonial, que apresenta a composição 
patrimonial; e o sistema de compensação, que evidencia presunções de direitos 
e obrigações. 
O SIAFI é um grande avanço para a contabilidade pública da União, pois 
transcende as fronteiras brasileiras e desperta a atenção no cenário nacional e 
 
 
16 
internacional, sendo, inclusive, recomendado pelo Fundo Monetário Internacional 
(FMI). O seu desempenho levou vários países, além de alguns organismos 
internacionais, a enviar delegações à STN, com o propósito de absorver 
tecnologia para a implantação de sistemas similares (Brasil, 2011). 
5.1 História e atribuições do SIAFI 
Antes da implantação do SIAFI, os métodos empregados de trabalho eram 
rudimentares e inadequados e os controles de disponibilidades orçamentárias e 
financeiras eram exercidos manualmente na maioria das vezes. 
Consequentemente, em todos os níveis da Administração Pública faltavam 
informações gerenciais e a Contabilidade era vista como mero instrumento de 
registros formais (Brasil, 2010). 
Segundo Naves (2011), a contabilidade era utilizada como mera ferramenta 
para o atendimento de aspectos formais da gestão dos recursos por servidores 
públicos despreparados tecnicamente, o que levava à inexistência de 
mecanismos eficientes que pudessem evitar desvio de recursos públicos e que 
permitissem a accountability dos maus gestores. Nesse cenário, a Secretaria do 
Tesouro Nacional desenvolveu o sistema juntamente em conjunto com o Serviço 
Federal de Processamento de Dados (SERPRO), sendo implantando em janeiro 
de 1987. 
Muitas são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração Pública 
que dele faz uso, mas podemos dizer que essas facilidades foram desenvolvidas 
para registrar as informações pertinentes às tarefas básicas da gestão pública 
federal dos recursos arrecadados legalmente da sociedade. A Figura 14 
apresenta as principais atribuições do SIAFI, as quais são exploradas nos tópicos 
seguintes. 
 
 
 
17 
Figura 14: Atribuições do SIAFI 
5.1.1 Execução Orçamentária 
A execução orçamentária e financeira ocorre concomitantemente, por 
estarem atreladas uma à outra. Havendo orçamento e não existindo o financeiro, 
não poderá ocorrer a despesa. Por outro lado, pode haver recurso financeiro, mas 
não se poderá gastá-lo, se não houver a disponibilidade orçamentária. 
Executar o Orçamento é, portanto, realizar as despesas públicas nele 
previstas, seguindo à risca os três estágios da execução das despesas previstos 
na Lei n. 4320/64: empenho, liquidação e pagamento. 
5.1.2 Execução Financeira 
A execução financeira representa o fluxo de recursos financeiros 
necessários à realização efetiva dos gastos dos recursos públicos para a 
realização dos programas de trabalho definidos. Lembre-se de que recurso é 
dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária (enfoque da execução financeira) e 
que crédito é dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização (enfoque 
da execução orçamentária). 
5.1.3 Programação Financeira 
A entrada das receitas que o governo arrecada dos contribuintes nem 
sempre coincide, no tempo, com as necessidades de realização de despesas 
públicas, já que a arrecadação de tributos e outras receitas não se concentra 
 
 
18 
apenas no início do exercício financeiro, mas está distribuída ao longo de todo o 
ano civil. Por essa razão é que existe um conjunto de atividades que têm o objetivo 
de ajustar o ritmo da execução do Orçamento ao fluxo provável de entrada de 
recursos financeiros que vão assegurar a realização dos programas anuais de 
trabalho e, consequentemente, impedir eventuais insuficiências de tesouraria. A 
esse conjunto de atividades chamamos de Programação Financeira. 
5.1.4 Balanço Geral da União 
Composto pelas demonstrações como o Balanço Patrimonial, a 
Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP), o Balanço Orçamentário e o 
Balanço Financeiro, exigidos pela Lei n. 4.320/1964, a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), que é um instrumento utilizado para 
evidenciação das variações dos elementos do Patrimônio Líquido e da 
Demonstração do Fluxo de Caixa, que permite a análise da capacidade de a 
entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e da utilização de recursos próprios 
e de terceiros em suas atividades. As Demonstrações Contábeis estão 
complementadas pelas notas explicativas. 
Saiba mais 
Conheça o trabalho desenvolvido pela STN na entrevista realizada com o 
Secretário do Tesouro Nacional no aniversário de 30 anos da secretaria: 
<https://www.youtube.com/watch?v=qukUKjm6MQA>. Acesso em: 23 out. 2019. 
FECHAMENTO 
O conteúdo desta aula abordou a importância do Plano de Contas utilizado 
na Contabilidade Governamental, bem como suas características e como funciona 
a dinâmica dos lançamentos por natureza da informação. Aprendemos a 
importância do SIAFI para a administração pública,destacando que é o principal 
instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução 
orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. Verificamos que o 
SIAFI representou um avanço tão grande para a contabilidade pública que hoje é 
reconhecido no mundo inteiro. Destaca-se a importância de verificar os conteúdos 
indicados por meio de referências de links externos para um melhor entendimento. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=qukUKjm6MQA
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 23 mar. 1964. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso em: 23 out. 2019. 
_____. Decreto n. 6.976, de 7 de outubro de 2009. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 8 out. 2009. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6976.htm>. 
Acesso em: 23 out. 2019. 
_____. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portal SIAFI. 
2010. Disponível em: 
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/SIAFI/index_conheca_SIAFI.asp >. Acesso 
em: 23 out. 2019. 
_____. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. SIAFI – Manual 
Web. 2011. Disponível em: <http://manualSIAFI.tesouro.fazenda.gov.br/>. Acesso 
em: 23 out. 2019. 
NAVES, G. G. A contribuição do Sistema Integrado de Administração 
Financeira do Governo Federal (SIAFI) para a promoção da accountability: a 
percepção dos usuários. Dissertação (Mestrado em Administração Pública) – 
Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2011. 
SÁ, A. Luca Pacioli: um mestre do Renascimento. Fundação Brasileira de 
Contabilidade: Brasília, 2004. 
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