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AULA 01 SLIDES

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DIREITOS HUMANOS – PAULO HENRIQUE GONÇALVES PORTELA
Aula 01
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Elementos básicos dos direitos humanos. Conceito. Terminologia. A noção de dignidade
humana. Evolução histórica e documentos históricos.
I. Conceito de direitos humanos
1. Direitos essenciais para que o ser humano seja tratado com a dignidade que lhe é
inerente e aos quais fazem jus todos os membros da espécie humana, sem distinção
de qualquer espécie.
2. “Conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico,
concretizam as exigências da dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais
devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível
nacional e internacional” (André Ramos Tavares. Curso de Direito Constitucional. 6ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 461)
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3. “A proteção de maneira institucionalizada dos direitos da pessoa humana contra os
excessos cometidos pelos órgãos do estado ou regras para se estabelecer condições
humanas de vida e desenvolvimento da personalidade humana” (UNESCO).
4. Breves notas acerca da terminologia relativa à proteção da pessoa humana
a) Direitos do homem: direitos aceitos como existentes, mas ainda não positivados.
Expressão de conotação jusnaturalista
b) Direitos humanos: direitos consagrados em tratados internacionais. Reconhecidos ao
ser humano independentemente de sua vinculação com uma ordem constitucional
c) Direitos fundamentais: direitos humanos consagrados na ordem constitucional
interna
d) Direitos humanos fundamentais: expressão que visa a conciliar a proteção nacional e
a internacional
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II. A noção de dignidade humana
1. Conceito: “qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor
do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando,
neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram a
pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como
venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além
de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da
própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos” (Ingo Sarlet.
Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição Federal de
1988. 5. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p.62)
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III. Evolução histórica dos direitos humanos. Documentos históricos.
5. Antiguidade: definição das primeiras normas protetoras da pessoa humana
a) Código de Hamurábi (1690 a. C): direito à vida, à propriedade e à honra
b) Dez Mandamentos: proteção da vida (“Não matarás”), do direito de propriedade
(“Não roubarás”), da família (“Não cometerás adultério”) e da honra (“Não darás falso
testemunho”)
c) Grécia Antiga: alusão a um Direito natural anterior ao indivíduo e superior a suas leis
e a valores como a liberdade, a igualdade e a participação política
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6. Doutrina cristã
a) Noção de universalidade
b) Consagração de direitos
c) Atenção a grupos vulneráveis
7. Magna Carta (Magna charta libertatum) – Rei João sem Terra – 1215
a) Primeiro ensaio de limitação dos direitos do monarca inglês – no caso especialmente
frente aos membros da nobreza - que adquiriram certos direitos, como à liberdade de
locomoção, ao livre acesso à justiça, à propriedade privada e a certa proteção na área
tributária.
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8. Petition of Rights – 1628: Limitação ao poder de tributar, proteção da propriedade,
proibição da detenção arbitrária e garantia do devido processo legal
9. Habeas Corpus Act – 1679. Previsão do remédio do habeas corpus contra eventual
prisão arbitrária
10. Bill of Rights – 1689: Limitação do poder. Princípio da separação de poderes.
Fortalecimento do parlamento. Eleições livres para o parlamento. Proibição da cobrança de
tributos excessivos e de cobrar tributos sem consentimento parlamentar.
11. Iluminismo – séculos XVII e XVIII: fortalecimento da ideia de limitação do poder
absolutista
12. Declaração de Virgínia – 1775 e Constituição dos EUA – 1787. Igualdade, propriedade,
poder emanado do povo, separação de poderes.
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13. Revolução Francesa – 1789
a) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: liberdade, igualdade e
fraternidade
b) Expansão do ideário iluminista pelo mundo por meio de constituições
c) Ênfase na consagração dos direitos de primeira geração/direitos de liberdade
14. Meados do século XIX: preocupação social. A Constituição Francesa de 1848. A defesa
da existência de normas internacionais do trabalho.
15. Início do processo de internacionalização dos direitos humanos: o Direito Humanitário
(1864)
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16. Início do século XX: grande marco na consagração dos direitos de segunda geração
a) Constituição do México – 1917. Direitos económicos e sociais como direitos
fundamentais.
b) Constituição da Alemanha de Weimar – 1918. Direitos trabalhistas como direitos
fundamentais. O Estado social.
c) Organização Internacional do Trabalho – OIT - 1918
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17. Os direitos humanos na agenda internacional –meados do século XX
a) A Liga das Nações (1919-1947)
b) Fim da II Guerra Mundial e fundação da Organização das Nações Unidas (ONU): os
direitos humanos na agenda internacional e a proteção da pessoa como preocupação
maior da comunidade internacional
c) Carta da ONU (1945): proteção dos direitos humanos como um dos objetivos dos
povos
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Artigo 1
Os propósitos das Nações unidas são:
3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais
de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o
respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção
de raça, sexo, língua ou religião
d) Proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948): rol básico de
direitos
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18. Expansão do arcabouço normativo de proteção dos direitos humanos
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PONTO 2 – Características dos direitos humanos. Eficácia vertical, horizontal e diagonal
dos direitos humanos. Classificação dos direitos humanos: as gerações/dimensões dos
direitos humanos.
I. Características dos direitos humanos
1. Universalidade: os direitos humanos dirigem-se a todos os membros da espécie humana,
sem distinção de qualquer espécie, seja de sexo, raça, cor, origem étnica, nacional ou social,
nacionalidade, idade, religião, orientação sexual ou qualquer outra condição. A mera
condição de ser humano é suficiente para que o indivíduo se torne titular de direitos.
2. Transnacionalidade: os direitos humanos referem-se a toda pessoa independentemente
de sua nacionalidade ou de eventual apatridia
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3. Inerência: os direitos humanos pertencem a todos os indivíduos pela simples
circunstância de serem pessoas humanas, não consistindo em concessões do Estado ou de
quem quer que seja, nem exigindo o preenchimento de qualquer requisito
4. Essencialidade: vinculam-se à própria essência do ser humano, pois vêm antes da própria
formação do Estado.
5. Historicidade: os direitos humanos vão sendo construídos e modificados ao longo do
processo histórico. Não configuram pauta fixa e estática, definida num único momento da
história, mas sim um catálogo aberto a novos direitos, que reflitam valores aos quais as
sociedades venham atribuindo importância no decorrer de sua evolução histórica e que.
6. Inesgotabilidade/inexauribilidade: possibilidade de acréscimo de novos direitos. CF, art.
5º, “§ 2º - “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte.”
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7. Proibição do retrocesso (effet cliqué): a amplitude da proteção não pode ser reduzida, e
uma norma consagradora de direitos só pode ser substituída poroutra mais protetiva da
dignidade humana.
8. Indisponibilidade, inalienabilidade e irrenunciabilidade
9. Imprescritibilidade
10. Indivisibilidade, interdependência e complementariedade: os diversos direitos
dependem uns dos outros para sua realização plena.
11. Efetividade: obrigatoriedade das normas de direitos humanos.
12. Limitabilidade: os direitos são limitáveis à luz do estritamente necessário para proteger
os direitos dos demais e tutelar a ordem pública numa sociedade democrática.

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