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Incorporação de tratados internacionais de direitos humanos no direito brasileiro EC nº 45 1 Incorporação de tratados internacionais de direitos humanos no direito brasileiro (EC nº 45) Passei Direto Concursos Públicos Felipe Lima) A Emenda Constitucional nº 45, promulgada em 2004, trouxe importantes alterações no processo de incorporação de tratados internacionais de direitos humanos no direito brasileiro. Antes dessa emenda, os tratados internacionais de direitos humanos eram incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro por meio de um procedimento que exigia a aprovação pelo Congresso Nacional com quórum qualificado de dois terços dos votos em cada Casa Legislativa. Com a EC nº 45, foi introduzido o § 3º do artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que "os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais". Essa mudança representa uma forma de conferir status constitucional a esses tratados, tornando-os parte integrante do ordenamento jurídico brasileiro com força normativa equiparada às emendas constitucionais. Assim, após a EC nº 45, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados pelo Congresso Nacional conforme o procedimento estabelecido passam a ter status constitucional no Brasil, conferindo-lhes uma proteção normativa especial e uma posição de destaque no sistema jurídico nacional. Isso fortalece a proteção dos direitos humanos no país e demonstra o compromisso do Brasil com os padrões internacionais de direitos humanos. Vale ressaltar que, mesmo com o status constitucional, os tratados internacionais de direitos humanos não têm o poder de alterar o texto da Constituição Federal. Eles são considerados normas constitucionais Incorporação de tratados internacionais de direitos humanos no direito brasileiro EC nº 45 2 supralegais, ou seja, estão acima das leis ordinárias, mas abaixo da Constituição. No caso de conflito entre uma norma infraconstitucional e um tratado de direitos humanos, prevalece o tratado. Além disso, a incorporação desses tratados não é automática. É necessário que o Brasil seja signatário do tratado e que este seja aprovado pelo Congresso Nacional, conforme o procedimento estabelecido pela EC nº 45. Uma vez aprovado, o tratado deve ser promulgado e publicado no Diário Oficial da União para entrar em vigor no país. A EC nº 45 também trouxe outra mudança importante: o reconhecimento da jurisdição do Tribunal Penal Internacional TPI pelo Brasil. Isso significa que, em casos de crimes contra a humanidade, genocídio, crimes de guerra e crimes de agressão, o TPI pode julgar os infratores, independentemente de sua nacionalidade ou do local onde o crime foi cometido. Em conclusão, a Emenda Constitucional nº 45 representou um avanço significativo na proteção dos direitos humanos no Brasil. Ao elevar o status dos tratados internacionais de direitos humanos e reconhecer a jurisdição do TPI, o Brasil reafirmou seu compromisso com o respeito e a promoção dos direitos humanos, tanto no plano interno quanto no plano internacional.
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