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exame físico do aparelho respiratório

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Prof. Maristela Prado e Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA 
 
RESPIRATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
EXAME FÍSICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
 
 
1-INTRODUÇÃO 
 Este trabalho visa demonstrar didaticamente como deve ser feito o exame físico do 
aparelho respiratório, mostrando um breve resumo da fisiologia do aparelho, as suas 
funções principais: a anatomia, através das vias respiratórias; as linhas e regiões do tórax e 
o exame físico específico do aparelho, através da inspeção, palpação, percussão e ausculta. 
 
2-FISIOLOGIA 
 As funções do sistema respiratório são: 
 
A- Trocas de gases entre a atmosfera e o sangue: 
O oxigênio inspirado sofre difusão ao nível dos alvéolos fluindo na corrente sangüínea para 
os tecidos onde sofrerá outra difusão. O gás carbônico eliminado no metabolismo celular 
sofrerá difusão ao nível dos capilares e será transportado até os alvéolos onde sofrerá outra 
difusão e será eliminado para a atmosfera na expiração. 
 
B- Regulação homeostática do ph corporal: 
Os pulmões alteram o ph do corpo retendo ou excretando seletivamente o dióxido de 
carbono. 
 
C- Proteção contra substâncias irritantes e patógenos inalados: 
Similar a todo epitélio que entra em contato com o ambiente externo, o epitélio respiratório 
prende e destrói substâncias potencialmente perigosas antes que elas entrem no corpo. 
 
D- Vocalização: 
O movimento do ar ao longo das pregas vocais cria vibrações usadas para falar. 
 
3-ANATOMIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
Fazem parte das vias respiratórias os seguintes órgãos: nariz, cavidade nasal e faringe (via 
aérea superior), laringe, traquéia e brônquios com suas divisões (via aérea inferior). 
 
A. Nariz e cavidade nasal 
O nariz esta dividido em 2 partes pelo septo nasal , formado por osso(vômer e etmóide) e 
cartilagem, o assoalho é formado pelo palato duro e o teto pela lâmina crivosa do osso 
etmóide, as paredes laterais são formadas por 3 conchas . 
As cavidades nasais e os seios nasais são forrados de epitélio colunar ciliado. 
Posteriormente cada cavidade nasal abre-se para a faringe, a essa abertura se dá o nome de 
coana e mede aproximadamente 2,5 cm por 1,25. 
 
B. Faringe 
É uma cavidade fibromuscular afunilada com cerca de 15 cm de comprimento. Divide-se 
em 3 partes :- 
ringe - atrás da cavidade nasal, o teto é formado por ossos do crânio, acima do 
palato mole, as tubas auditivas abrem-se uma de cada lado da nasofaringe, isto regula a 
pressão aérea nos dois lados da membrana timpânica. 
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- situa-se atrás da cavidade bucal, abaixo do palato mole e estende-se até a 
laringe, nessa área há as tonsilas palatinas, que são tecidos linfóides que atuam como filtro 
protegendo o trato respiratório de infecções. 
- localiza-se atrás da laringe. 
Essas três regiões apresentam 3 funções :- 
- Filtrar o ar 
- Umedecer o ar 
- Elevar a temperatura do ar, se necessário. 
 
 C- Laringe 
Estende-se ao nível da terceira vértebra cervical até a margem inferior da sexta vértebra 
cervical, a laringe é sustentada por duas cartilagens hialina e elástica, a tireóide e a cricóide. 
A cartilagem tireóide (pomo de adão) são duas lâminas que são fundidas na linha mediana. 
A cartilagem cricóide forma o único anel completo de cartilagem. 
A epliglote situa-se acima das pregas vocais e serve para dirigir alimentos e líquidos para o 
esôfago. 
 
D- Traquéia 
É um tubo de 12 cm de comprimento que se estende da cartilagem cricóide da laringe (C6) 
até o ângulo esternal (T5) onde se bifurca os brônquios. 
A traquéia é formada por 16 a 20 peças de cartilagem em forma de C, o círculo é 
completado por músculo liso involuntário e as cartilagens unidas por tecido fibro-elástico. 
A bifurcação da traquéia é denominada de carina. 
 
A árvore brônquica se divide da seguinte maneira: 
- brônquio principal direito, lobo superior (brônquio segmentar apical, 
brônquio segmentar posterior, brônquio segmentar anterior), lobo médio (brônquio 
segmentar lateral, brônquio segmentar medial), lobo inferior (brônquio segmentar apical, 
brônquio segmentar basilar medial, brônquio segmentar basilar anterior, brônquio 
segmentar basilar lateral, brônquio segmentar basilar posterior). 
o - brônquio principal esquerdo, Lobo superior (brônquio segmentar 
ápico posterior e brônquio segmentar anterior), Língula (superior e inferior) e Lobo inferior 
(brônquio segmentar apical, brônquio segmentar basilar anterior, brônquio segmentar 
basilar lateral e brônquio segmentar basilar posterior). 
 
E- Alvéolos 
Após os brônquios segmentares os tubos diminuem de tamanho, chegando a 0,2 mm, onde 
é conhecido como bronquíolo, há ramificações a partir daí até chegar ao bronquíolo 
terminal, a partir desse ponto a árvore brônquica apresenta paredes espessas contendo 
cartilagem hialina, é forrada de epitélio ciliado. Após o bronquíolo terminal segue-se o 
bronquíolo respiratório, e após segue-se três ductos alveolares que terminarão nos sacos 
alveolares. 
O ar pode entrar diretamente nos alvéolos ou indiretamente através dos poros de Kohn e 
Lambert, que são denominadas de ventilação colateral ou fluxo aéreo colateral. 
 
 
 
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F- Suprimento sanguíneo e nervoso 
O suprimento sanguíneo é derivado da artéria aorta, através das artérias bronquiais e o 
suprimento nervoso é feito pelo sistema nervoso autônomo. 
 
4-LINHAS E REGIÕES DO TÓRAX 
 
4.1-LINHAS DO TÓRAX 
 
As linhas divisórias da face anterior do tórax são as seguintes: 
 
outro. Linha médio-esternal que é medial as linhas esternais; Linha hemiclavicular- meio da 
clavícula (mamilo). 
 
açada, para a direita e para a esquerda, a partir 
da terceira articulação condroesternal. Essa articulação serve, portanto, de reparo para a 
contagem dos arcos costais e dos espaços intercostais da face anterior do tórax. A segunda 
linha é traçada, para a direita e para esquerda, a partir da sexta articulação condroesternal e 
se prolonga pela lateral do tórax. 
 
 
 
As linhas divisórias da face lateral do tórax são as seguintes: 
 
anterior, axilar posterior, traçada a partir da prega axilar posterior, axilar média, que se 
inicia no côncavo axilar, e situa-se entre as linhas axilares anterior e posterior. 
 
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condroesternal. 
 
 
As linhas da face posterior do tórax são as seguintes: 
 
vértebras. 
 
segunda, pela borda inferior de escápula. 
 
 
 
 
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4.2-REGIÕES DO TÓRAX 
 
Face anterior: 
nal: Limitada, de cada lado, pelas linhas esternais 
-esternal: Corresponde à região delimitada pelo prolongamento das linhas 
esternais para o pescoço. 
teriormente, é limitada pela borda superior da clavícula; 
posteriormente, pela borda superior do trapézio; e, medialmente, pelo prolongamento da 
linha esternal ao pescoço. 
a linha horizontal traçada a partir da terceira articulação condroesternal; medialmente, a 
região é limitada pela linha esternal, e lateralmente, pela borda anterior do músculo 
deltóide. 
condroesternal, e o inferior, a linha esternal, e o limite externo, a linha axilar anterior. 
nte, pela linha que passa pela sexta 
articulação condroesternal, e, inferiormente, pela borda costal; lateralmente, estende-se até 
a linha axilar anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- Região Supraclavicular 
2- Região Clavicular 
3- Região Infraclavicular 
4- Região Mamária 
5- Região Inframamária 
6- Região Supra-esternal 
7- Região Esternal Superior 
8- Região Esternal Inferior 
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Face lateral: 
superior é o côncavo axilar, e o inferior, a linha corresponde à sexta articulação 
condroesternal. 
Região infra-axilar: Também delimitada, lateralmente, pelas linhas axilares anterior e 
posterior; superiormente,pela linha correspondente à sexta articulação condroesternal; e, 
inferiormente, pela borda costal. 
 
Face posterior: 
-escapular: Superior e lateralmente, é limitada pela borda superior do 
trapézio; o limite inferior é a linha que passa pela borda superior da escápula. 
 
-escapular: O limite superior é a linha que passa pela borda inferior da 
escápula, e o inferior é a borda costal. O limite interno é a linha vertebral, e o externo, a 
linha axilar posterior. 
escapular. É limitada superior e inferiormente pelas linhas que passam pelas bordas 
superior e inferior da escápula, respectivamente. 
1- Região Axilar 
2- Região Infra-axilar 
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5- PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS: 
 
Sinais: 
Tudo aquilo que podemos verificar no paciente, através dos nossos sentidos. São dados 
objetivos. 
Sintomas: São as queixas do paciente relativas à sua(s) doença(s). São dados subjetivos. 
Qualquer sintoma deve ser pesquisado com profundidade e transcrito para a ficha de 
avaliação. 
Ao analisar um sintoma, utilize o seguinte roteiro: 
- Época do aparecimento e duração total. 
- Modo de aparecimento- súbito ou gradual. 
- Fatores desencadeantes, agravantes ou atenuantes na época inicial ao aparecimento – 
emoções, esforços físicos, alimentação, posição, gestações, drogas e outros. 
- Caráter de aparecimento- qualidade do sintoma. 
- Localização e irradiação – em caso de dor. 
- Intensidade- forte, fraco, moderado, insuportável, etc. 
- Características- continua paroxístico, surdo, rítmico. 
- Curso do sintoma- evolução com episodio único, ataques recorrentes agudos, ocorrência 
diária, ocorrência periódica (semanal, mensal, anual, etc.). 
- Análise atual- melhora, piora, estacionário. 
- Efeitos e tipo de terapêutica. 
 
DOR 
a) Profunda: 
Comprometimento associado da pleura justapleurais e das estruturas (aponeuroses, 
músculos, periósteos da costela) 
Pontada, fisgada – nos processos agudo da pleura e pulmo-pleurais (pneumonias, alveolites, 
embolia pulmonar, pleurites). 
1- Região Supra-escapular 
2- Região Supra-espinhosa 
3- Região Infra-espinhosa 
4- Região Interescápulo-vertebral 
5- Região Infra-escapular 
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b) Superficiais: 
Sempre com comprometimento inflamatório da pleura parietal. 
c) Irradiação: 
Quando houver: para os ombros e MMSS ou para o abdômen. 
 
DISPNÉIA 
Significa respiração difícil, laboriosa e desconfortável. 
 
a) Dispnéia Subjetiva: 
Quando o paciente refere como queixa a “falta de ar”. O paciente pode confundir astenia 
com dispnéia. 
b) Dispnéia Objetiva ou Dispnéia Sinal: 
Quando se percebe evidencias de dificuldade respiratória, como: taquipnéia, batimento de 
asas do nariz, tiragem. 
c) Dispnéia aos Grandes Esforços: 
Quando desencadeada por esforços tais como: andar grandes distancia, subir vários lances 
de escada, carregar grandes pesos, ato sexual. 
d) Dispnéia aos Médios Esforços: 
Quando surge com esforços como: andar cem metros no plano, subir um lance de escada, 
desempenhar as atividades comuns na residência, durante a amamentação (crianças). 
e) Dispnéia aos Pequenos Esforços: 
Causada por poucos passos, durante a troca de roupa e até mesmo ao levantar-se do leito. 
f) Dispnéia de Repouso: 
Não há necessidade de esforços para aparecer dispnéia. 
g) Dispnéia de Decúbito: 
Quando aparece em decúbito com cabeceira baixa, melhorando ou desaparecendo ao 
sentar-se (ortopnéia). 
h) Dispnéia Suspirosa: 
Nos casos de excitação psíquica. Nestes casos, a dispnéia pode ser apenas subjetiva. O 
paciente pode referir que é incapaz de completar a respiração. Geralmente há taquipnéia, 
com respiração superficial. 
i) Dispnéia Estertorosa: 
Ouvem-se os estertores de grossas bolhas (retenção de secreção no coma, no edema 
pulmonar agudo e na estenosa de traqueia). 
j) Dispnéia agônica ou esternocleidomastóideo: 
Na inspiração os músculos esternocleidomastoideos elevam a cabeça, que cai na expiração. 
k) Dispnéia Paroxística: 
Súbita crise de dificuldade respiratória. 
 
TOSSE 
Devem ser observados as alterações nas características da tosse. 
 
- Timbre: Tosse paroxística e intensa, sufocante, termina com ruído aspirativo conhecido 
como guincho. Ocorre na coqueluche e em algumas traquebronquites. Tosse bitonal é 
característica da paralisia de corda vocal. Tosse afônica. 
- Intensidade: forte, fraca. 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
- Freqüência, Duração: acessos, contínua, tempo de aparecimento de expectoração com ou 
sem sangue etc. 
- Horário: matinal, diurna, noturna, periódica e sua variedade. Ex: Quintosa (5 em 5 horas) 
na coqueluche, seca e prolongada). 
 
 
EXPECTORAÇÃO 
Tosse seca é aquela que não se acompanha de expectoração (tosse improdutiva). Tosse 
úmida ou produtiva, quando há eliminação de escarro. 
 
a) Quantidade: 
-Vômica completa: expectoração abundante em um golpe de tosse. 
- Vômica fracionada: vários golpes de tosse. 
 
Vômica: eliminação de material liquido, geralmente purulenta, através da glote, oriundo de 
cavidades (pulmonares ou não). 
b) Viscosidade: Depende, em parte, da quantidade de muco, da presença de pus, 
elementos celulares e de DNA. 
c) Densidade: O escarro que flutua na água geralmente corresponde a muco ou líquido 
transudado. O que afunda, contem pus, sangue, fragmentos de tumor ou é muito 
pobre em água e rico em fibrina. 
Pode ser: espessa/ serosa; fluida/mucosa/purulenta; tipo mistos (mucopurulenta e 
seromucosa). 
d) Cor e Composição: 
- Esbranquiçada (muco). 
- Amarelo (pus), amarelo esverdeado (pus). 
- Acinzentado ou Preto (nicotina). 
- Avermelhado ou Róseo homogêneo com espuma (sangue de procedência alveolar 
(edema agudo pulmonar)). 
- Estrias de Sangue (sangrado das vias respiratórias superiores e boca ou sangrado 
brônquico ou bronquiolar). 
- Avermelhado homogêneo “geléia de morango” (câncer brônquico). 
- Ferruginoso (escarro da pneumonia por Klebsiella nos quatro ou mais dias de 
evolução). 
 
Hemoptise: 
Eliminação de sangue através da glote, oriundo da arvore respiratória (sangue puro, 
avermelhado, rutilante, espumoso). 
A intensidade é muito variável desde simples estrias de sangue à hemorragia 
fulminante. Procedida, acompanhada ou seguida por tosse. Sempre seguida de 
escarros sanguíneos. Sem restos alimentares. Muitas vezes, há história de dor 
pleurítica, dispnéia e tosse. 
Composição: Restos de tecidos (gangrena e supuração pulmonar) e corpos 
estranhos. 
 
e) Odor: Varia de odor da saliva ao pútrido (pneumonia ou abscesso pulmonar por 
germes anaeróbios, bronquiectasias). 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
f) Rouquidão: Geralmente anormalidade de cordas vocais. Pode ser devido a tumor 
pulmonar ou aneurisma de aorta que lesam o nervo laríngeo recorrente. 
 
 
6-EXAME FÍSICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
 
Antes do exame físico, podem-se obter informações importantes sobre as condições do 
aparelho respiratório por meio da anamnese, colhendo informações sobre a presença de 
sintomas relacionados com alterações desse aparelho. 
Logo após a anamnese deve ser feito o exame físico geral, incluindo o exame da cabeça, do 
tronco e dos membros, observando eventuais alterações para correlacioná - las com uma 
possível patologia ou alterações do sistema respiratório. Só a partir de realizadas essas 
etapas é que se deve realizar o exame físico específico para o aparelho respiratório. 
No exame físico do aparelho respiratório, o tórax deve estar desnudo ou coberto com o 
mínimo de roupa possível, e deve se cuidar que a posição do paciente permita a observação 
de toda a região. Geralmente, o paciente permanece sentado. Se o paciente não puder 
sentar-se sem ajuda, ele deve ser amparado para manter-se nessa posição. Se for 
impraticável, a face posterior do tórax deve ser examinada, colocando o paciente em 
decúbito lateral. 
O exame físico do aparelho respiratório inclui quatro técnicas: inspeção, palpação, 
percussão e ausculta.Neste exame cada região deve ser comparada com a região correspondente do hemitórax 
oposto. Sendo este procedimento muito útil para a detecção de pequenos desvios da 
normalidade. 
 
6-INSPEÇÃO 
A inspeção de ser estática e dinâmica. 
 
6.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Na inspeção estática examina-se a forma do tórax e suas anomalias congênitas ou 
adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não. 
No exame do tegumento, do tecido celular subcutâneo, da musculatura, dos ossos e das 
articulações, devem- se esquadrinhar os seguintes elementos: 
rações; 
suas descrições; 
 
 
 
atrofias musculares; 
 ósseas e articulares 
 
Formas do tórax: 
1- Normal 
Classifica-se como: 
a) Longilíneo segundo o ângulo de Sharpy < que 90 graus. 
b) Normolíneo segundo o ângulo de Sharpy igual ou próximo a 90 graus. 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
c) Brevelíneo segundo o ângulo de Sharpy > que 90 graus. 
 
 
2- Patológicos 
 Tórax chato: achatamento ântero-posterior do tórax. 
 Tórax assimétrico: limitação de um hemitórax por cirurgia. Ex: pneumotórax. 
 Tórax paralítico: insuficiência muscular respiratória – cifose – escápulas aladas. 
ax em tonel ou globoso: caracteriza-se pelo aumento exagerado do diâmetro ântero-
posterior, maior horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal, o que 
torna o tórax mais curto. Ex: tórax nos enfisematosos (soprador-rosa). 
buliforme ou tórax de sapateiro: caracteriza-se por uma depressão na parte 
inferior do esterno e região epigástrica. Em geral essa deformidade é de natureza congênita. 
 ou peito de pombo: o esterno é proeminente e as costelas 
horizontalizadas, resultando num tórax que se assemelha ao de aves (tórax do pombo). 
Pode ser de origem congênita ou adquirida. Neste último caso, devido ao raquitismo na 
infância. 
, 
lembrando um tronco de cone ou um sino. É encontrado em hepatoesplenomegalias e 
ascites volumosas. 
uma gibosidade. Pode ser de origem congênita ou resultar de postura defeituosa. Também a 
tuberculose óssea, a osteomielite ou neoplasia podem ser responsáveis por essa 
deformidade. 
(escoliose). 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
 
 
 
6.2- INSPEÇÃO DINÂMICA 
Na inspeção dinâmica observam-se os movimentos respiratórios, suas características e 
alterações. 
 
6.2.1 Tipo respiratório 
Para o reconhecimento do tipo respiratório, observa-se atentamente a movimentação do 
tórax e do abdômen, com o objetivo de reconhecer em que regiões os movimentos são mais 
amplos. 
Em pessoas sadias, na posição de pé ou sentada, predomina a respiração torácica ou costal, 
caracterizada pela movimentação, predominantemente da caixa torácica. Na posição 
deitada, a respiração é predominantemente diafragmática, prevalecendo à movimentação da 
metade inferior do tórax e do andar superior do abdome. 
A observação do tipo respiratório tem importância no diagnóstico da fadiga e da paralisia 
diafragmática, condições em que a parede abdominal tende a se retrair na inspiração, ao 
contrário do que ocorre na respiração diafragmática normal. 
Recomenda-se verificar a freqüência respiratória do paciente em repouso, de preferência 
em decúbito dorsal, da forma mais discreta possível; o método usado é contar os 
movimentos respiratórios enquanto se estima a contagem da freqüência do pulso. A 
freqüência precisa ser contada durante pelo menos 30 segundos. 
 
Freqüência respiratória: 
-Eupnéia - Sinônimo de respiração normal. Freqüência normal: 16 a 20 incursões por 
minuto. 
- Bradipnéia: redução na freqüência respiratória, menos de 16 incursões por minuto. 
- Taquipnéia: aumento na freqüência respiratória, mais de 20 incursões por minuto. 
- Bradipnéia - Freqüência respiratória inferior à normal (<16 mpm) 
- Apnéia: parada da respiração. Ausência de fluxo aéreo por mais de 10 segundos. 
- Hiperpinéia: aumento da profundidade da respiração (fome de ar). 
- Dispnéia - Sensação de respiração trabalhosa ou difícil. 
- Hiperpnéia: Aumento do volume minuto. 
- Hipopnéia: redução da profundidade e da freqüência respiratória. 
- Hiperventilação: aumento da quantidade de ar que chega aos alvéolos – hipocapnia 
A- Normal 
B- Tórax Tonel 
C- Tórax infudibuliforme 
D- Tórax cariniforme ou 
peito de pombo 
E- Escoliose 
F- Cifose 
G- Gibosidade 
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- Ortopnéia: dispnéia posição supina/decúbito, alivio quando senta (ICC). 
- Platipnéia: dispnéia em ortostatismo (sentado ou em pé) pós-pneumonectomia, cirrose 
com shunt, hipovolemia e doença neurológica. 
- Trepopnéia: dispnéia do decúbito lateral, derrame pleural. 
 
Respiração periódica: hiperpnéia e apnéia alternantes. 
Respiração Suspirosa: inspiração profunda interrompendo o ritmo normal, comumente é 
sinal de tensão emocional. 
 
Padrão Respiratório 
É o tempo inspiratório e o tempo expiratório. Ex: 1:2 
 
Ritmo respiratório 
Normalmente a inspiração dura quase o mesmo tempo da expiração, sucedendo-se os dois 
movimentos com a mesma amplitude, intercalados por leves pausas. Quando umas dessas 
características se modificam surgem os ritmos respiratórios anormais: 
 
- Respiração de Cheyne-Stokes: é caracterizado por períodos alternados de apnéia e 
respiração rápida e profunda. O ciclo inicia-se com respirações lentas, superficiais que 
gradualmente aumentam em amplitude e ritmo e é seguido de um período de apnéia. O 
período de apnéia pode durar 3 a 30 segundos, depois o ciclo repete-se a cada 45 segundos 
a 3 minutos. As causas mais freqüentes desse tipo de respiração são insuficiência cardíaca, 
a hipertensão intracraniana, os AVCs e os traumatismos cranioencefálicos. 
 
 
 
 
 
- Respiração de Biot: é caracterizada por um ritmo irregular e sem qualquer tipo de 
periodicidade, podendo ocorrer grande variação de frequência e profundidade, algumas 
vezes seguidas de apnéia. Pode ser causada por envenenamento por morfina, estupor por 
hipercapnia, infartos do tronco cerebral, lesões na fossa posterior, meningite e tumores do 
sistema nervoso central. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cheyne_Stokes.gif
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
 
 
 
- Respiração de Kussmaul: amplos movimentos inspiratórios e expiratórios, com curtos 
períodos de apnéia ao fim de cada um dos movimentos. A acidose, principalmente a 
diabética é a sua principal causa. 
 
 
 
 
 
 
- Respiração suspirosa: O paciente executa uma série de movimentos inspiratórios de 
amplitude crescente seguidos de expiração rápida e breve. Outras vezes, os movimentos 
respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou agrupados. Traduz 
tensão emocional e ansiedade. 
 
 
 
 
6.2.2 Expansibilidade Torácica 
Normalmente, a expansibilidade é simétrica e igual nos dois hemitórax. Qualquer doença 
que afete a caixa torácica, sua musculatura, o diafragma, a pleura ou o pulmão de um lado, 
pode ser precocemente percebido pela assimetria dos movimentos ventilatórios, ao se 
compararem ambos os hemitórax. A assimetria é mais facilmente reconhecida quando o 
paciente realiza inspiração profunda. Seja qual for à estrutura doente, o hemitórax 
comprometido move-se menos. 
- Em condições associadas com o aumento do 
trabalho respiratório, geralmente se observa o uso dos músculos acessórios da respiração 
(esternocleidomastóideo, trapézio, peitorais e serratios). 
Prof. Maristela Prado e Silva 
 
– Normalmente, a expansão do gradeado costal, por causa da ação 
dos músculos inspiratórios, ocorre concomitantemente com a expansão do abdome, 
conseqüente à descida do diafragma. Os movimentos não sincronizados do gradeado costal 
e do abdome são chamados de respiração paradoxal e, freqüentemente, indicam fadiga dos 
músculos respiratórios, podendo anunciar insuficiência respiratória iminente. 
Podem-se, também, observar movimentos respiratórios paradoxais entre os dois hemitórax, 
secundário a instabilidade da caixa torácica unilateralmente (fraturas múltiplas de arcos 
costais).6.2.3. Retratações Inspiratórias 
Tiragem 
Tiragem é a depressão inspiratória dos espaços intercostais e das regiões supra- esternal e 
supraclaviculares que ocorre durante toda a inspiração. A tiragem indica a presença de 
dificuldade na expansão pulmonar. Em conseqüência dessa dificuldade, para a manutenção 
da ventilação alveolar é necessário que ocorra uma queda maior da pressão intrapleural, o 
que explica a tiragem. A tiragem pode ocorrer por obstrução brônquica regional, obstrução 
traqueal ou brônquica bilateral ou por condições associadas com a redução da complacência 
pulmonar, como edema, inflamação e fibrose pulmonar. Na obstrução brônquica regional, a 
tiragem é unilateral, e nas outras condições mencionadas, bilateral. A tiragem dever ser 
pesquisada em respiração espontânea e natural, e não se deve solicitar que o paciente 
realize inspiração profunda. 
 
È a retração inspiratória de espaços intercostais, fossa supra-esternal, regiões supra- 
claviculares e subcostais. 
Pode ser: Unilateral – obstrução brônquica regional. 
 Bilateral: obstrução traqueal ou brônquica de ambos os pulmões. 
 
6.2.4. Sinal de Hoover 
Observa- se o sinal de Hoover em pacientes portadores de hiperinsuflação pulmonar grave, 
cujo diafragma se mantém retificado e rebaixado. Durante a inspiração, a contração de suas 
fibras promove, paradoxalmente, a diminuição do diâmetro látero-lateral do tórax inferior. 
Dessa maneira, o que se observa, à inspiração, é retração do terço inferior do tórax e não a 
expansão, como seria esperado normalmente. 
 
6.2.5.Cornagem 
Cornagem é respiração ruidosa, audível a certa distância e produzida por obstáculos à 
passagem do ar no nível das vias aéreas superiores, traquéia ou laringe. 
 
7-PALPAÇÃO 
 
Palpação 
Exame de alterações cutâneas, subcutâneas, ósseas, articulares, musculares. Especial 
atenção a contraturas musculares, sensibilidade cutânea. 
Palpe a traqueia para detectar desvios da linha média ou um desvio anterior. 
 
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A palpação, além de complementar a inspeção, avalia a mobilidade da caixa torácica e 
permite que as lesões superficiais, sejam mais bem examinadas quanto à sua forma, volume 
e consistência. 
A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea ou qualquer outra 
manifestação dolorosa relatada pelo paciente devem ser avaliadas pela palpação. 
Processos inflamatórios pleuropulmonares determinam uma zona de maior sensibilidade na 
parede torácica correspondente. 
Com o dorso das mãos, verifica-se a temperatura cutânea, comparando-a com a do lado 
oposto. Uma diferença para mais pode denunciar comprometimento pleuropulmonar 
subjacente. Sudorese torácica unilateral faz parte da síndrome de Claude Bernarde-Horner. 
Edema e enfisema subcutâneos são mais bem observados nas fossas supraclaviculares e 
espaços intercostais. 
A elasticidade dos ápices pulmonares pesquisa-se com ambas as mãos espalmadas, de 
modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares apóiem-se na coluna 
vertebral e os demais dedos nas fossas supraclaviculares. 
A elasticidade das bases pulmonares pesquisa-se apoiando os polegares nas linhas 
paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais. Em ambas as 
manobras, o médico fica atrás do paciente em posição sentada, e se deve respirar profunda 
e pausadamente. Esta técnica é muito útil na identificação dos processos localizados nas 
bases e que reduzem a mobilidade da região. 
Frêmito toracovocal (FTV), corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à 
parede torácica. Estas vibrações são mais perceptíveis nos indivíduos cuja voz é de 
tonalidade grave. Como isso nem sempre ocorre, deve-se fazer com que o paciente 
pronuncie palavras ricas em consoantes, tendo se consagrado o “trinta e três”. 
Nos homens, em geral, e nos indivíduos com parede torácica delgada, o FTV é sempre mais 
nítido. A maneira correta de pesquisá-lo é colocar a mão direita espalmada sobre a 
superfície do tórax, comparando-se em regiões homólogas a intensidade das vibrações.O 
FTV é mais acentuado na direita e nas bases. 
 
A presença de obstrução nas vias aéreas pode gerar vibrações, quando da passagem de ar, 
em cada movimento respiratório. Essas vibrações são percebidas, à palpação da parede 
torácica, como o frêmito brônquico, podendo modificar-se com a tosse. 
No caso de processos inflamatórios pleurais, as vibrações produzidas, durante os 
movimentos respiratórios, pelo atrito entre as pleuras parietal e visceral, são transmitidas à 
parede torácica. Essas vibrações são percebidas, à palpação, como o frêmito pleural. 
A palpação dos frêmitos brônquico e pleural é realizada durante movimentos respiratórios 
mais profundos que o usual, seguindo-se a mesma técnica descrita anteriormente para a 
pesquisa do frêmito toracovocal, em toda a superfície do tórax. O frêmito pleural pode ser 
mais freqüentemente percebido nas porções inferiores e laterais do tórax; a compressão da 
mão contra a parede torácica pode facilitar a percepção desse frêmito. 
 
8- PERCUSSÃO 
 
O terceiro componente do exame físico do tórax é a percussão, que consiste em produzir 
vibrações na parede torácica que transmitem aos órgãos e tecidos subjacentes. 
O tórax é composto das seguintes estruturas: o arcabouço ósseo, as partes moles (incluindo 
tecido pulmonar, musculatura, tecido subcutâneo e pele) e o ar contido nos pulmões. À 
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percussão do tórax, todas essas estruturas, em conjunto, produzem um som, que é chamado 
de som claro pulmonar ou simplesmente som normal. Esse som altera-se de acordo com a 
relação entre a quantidade de ar e de tecido. Assim, os sons produzidos podem variar de 
uma região para outra, no mesmo indivíduo e entre pessoas diferentes, dependendo da 
espessura da pele, do tecido subcutâneo, das mamas e dos músculos. Quando existe 
desequilíbrio na relação normal ar: tecidos, a percussão resulta em sons diferentes. 
Existindo excesso da quantidade de ar em relação à quantidade de tecido, a percussão 
produz som mais ressonante e com duração maior do que o normal. Isso pode ocorrer, por 
exemplo, bilateralmente, quando há hiperinsuflação pulmonar (p. ex., enfisema),e 
unilateralmente, quando há pneumotórax, isto é, presença de ar entre as pleuras. O som 
produzido nessas condições é chamado de hipersonoro; quando o som é exageradamente 
ressonante, é chamado de timpânico, semelhante ao som que é produzido ao se percutir 
uma víscera oca. 
Se a relação ar nos tecidos está reduzida, o som produzido à percussão do tórax é curto e 
seco, como se a percussão estivesse sendo realizada sobre um órgão sólido, como fígado. 
Isso ocorre nas seguintes situações: 
contece na 
consolidação (p. ex. pneumonia); 
obstrução completa de uma via aéreas; nessa situação, ocorre colabamento da respectiva 
região pulmonar, o que constitui a atelectasia; 
espessamento das pleuras. 
O som assim produzido é chamado de submaciço ou maciço, dependendo do grau de 
ressonância. 
 
TÉCNICA: 
Ao proceder-se à percussão do tórax, apoia-se o segundo ou terceiro dedo da mão esquerda 
na parede torácica, preferencialmente sobre os espaços intercostais, mantendo-se o dedo na 
posição horizontal. A percussão é realizada com o terceiro dedo da mão direita, que golpeia 
a falange distal do dedo esquerdo, apoiado na parede. Aplicam-se dois golpes seguidos, 
rápidos e firmes, retirando-se instantaneamente o dedo, para não abafar o som. A percussão 
não pode ser muito forte nem muito fraca, e o movimento da mão direita deve ocorrer no 
nível do punho, mantendo-se o braço e o antebraço imóveis e o cotovelo semifletido. 
A percussão também é um procedimento comparativo: examinem-se os dois hemitórax do 
ápice para a base, nas faces posterior, lateral anterior. 
Durante essa técnica, avaliam-se também os limites inferiores dos pulmões e a 
movimentaçãomáxima desses limites. Para isso, deve-se percutir a face posterior dos 
hemitórax, do ápice para a base até encontrar o limite pulmonar, estando o indivíduo em 
exposição forçada. Em seguida, solicita-se ao indivíduo que realize inspiração profunda e 
verifica-se mudança do limite pulmonar. A variação mínima é geralmente, de 3-5cm. 
Nas regiões anteriores do tórax, os níveis superiores da macicez cardíaca e hepática devem 
ser pesquisados. A macicez cardíaca encontra-se em geral no nível do terceiro espaço 
intercostal esquerdo; a hepática, no nível do quinto espaço intercostal direito. 
Convém ressaltar que a percussão permite detectar somente alterações que ocorrem na 
parede torácica, no espaço pleural e na periferia do pulmão: nenhuma alteração é notada se 
a anormalidade estiver situada além de 5cm de profundidade a partir da parede torácica. 
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9-AUSCULTA 
 
A ausculta é o método semiológico básico no exame físico dos pulmões, ela permite a 
obtenção rápida e pouco dispendiosa de numerosas informações sobre diferentes patologias 
broncopulmonares. É a fase do exame do tórax que fornece mais informações. 
Nas últimas décadas, a ausculta do tórax perdeu prestigio por causa do desenvolvimento de 
exames complementares, como radiografia, ultra-som, e tomografia computadorizada, e da 
confusão terminológica relacionada às alterações encontradas durante o exame físico. 
Entretanto, os exames complementares mais simples não detectam todas as doenças 
pulmonares: sibilos, por exemplo, podem ser ouvidos em asmáticos e crepitações, em 
pacientes com doenças intersticial, casos em que radiografias de tórax podem ser 
completamente normais. 
Existe, atualmente, grande esforço visando à padronização da terminologia dos sons 
pulmonares. Além disso, os recentes processos tecnológicos permitam analisar melhor a 
origem dos sons e, então, formular hipóteses mais compatíveis, relacionando sinais como a 
fisiologia e a fisiopatologia pulmonar. 
 
TÉCNICA: 
No ato da ausculta do tórax, o paciente deve permanecer na mesma posição das etapas 
anteriores, e deve ser instruído a respirar pela boca mais profundamente que o normal, 
enquanto o examinado muda o estetoscópio de lugar, percorrendo o tórax de cima para 
baixo, nas faces posteriores, anterior e lateral. 
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Há variações consideráveis dos sons normais na mesma pessoa e entre pessoas diferentes; 
por essa razão, quando se examina o tórax, é aconselhável comparar os sons de um lado 
com aqueles ouvidos na mesma região, do lado oposto. 
 
 
OS SONS DA RESPIRAÇÃO 
 
Som Bronquial 
O som bronquial é normalmente audível sobre a área de projeção da traquéia, colocando-se 
o estetoscópio sobre a região supra-esternal. Ausculta-se a inspiração intensa, bem audível, 
rude; a seguir, uma pausa, e depois, a expiração, também bastante audível e rude, de 
duração igual ou pouco maior do que a inspiração. 
 
Som Broncovesicular 
Normalmente, o som broncovesicular pode ser ouvido nas regiões infra- e supraclaviculares 
e nas regiões supra-escapulares. A expiração tem duração e intensidade iguais, não havendo 
pausa entre elas. O som broncovesicular não é tão rude quanto o som bronquial. O encontro 
de murmúrio vesicular nas regiões citadas acima não constitui anormalidade. 
 
Murmúrio vesicular 
O murmúrio vesicular é audível, normalmente, no restante do tórax. A inspiração tem 
intensidade e duração maiores que as da expiração; ausculta-se toda a inspiração e somente 
o terço inicial da expiração; o som é suave, não havendo pausa entre inspiração e expiração. 
A presença e a distribuição normal dos sons da respiração devem ser descritas, assim como 
a presença de anormalidade na localização desses sons. 
 
ORIGEM DOS SONS DA RESPIRAÇÃO 
O local exato da origem dos sons ainda é incerto. Parece não haver dúvida de que os 
componentes da boca e da laringe não participam da formação desses sons. O consenso 
atual é que o murmúrio vesicular parece ter origem periférica, embora a contribuição de 
uma fonte central não possa ser excluída. Acredita-se que o murmúrio é gerado, 
provavelmente, em vias aéreas mais periféricas que os brônquios fonte e mais centrais que 
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os bronquíolos respiratórios ou alvéolos. Nos bronquíolos respiratórios ou alvéolos, a 
distribuição do ar ocorre por difusão e, portanto, não gera som. A inspiração tem origem 
mais periférica, e a expiração, pelo menos em parte tem origem mais central. O murmúrio 
vesicular depende da ventilação pulmonar regional. 
A alteração mais freqüente do murmúrio vesicular é a diminuição da intensidade, que pode 
ocorrer em presença da ventilação pulmonar diminuída e de barreiras à transmissão do som 
(derrame pleural). Quando essas alterações são muito intensas, o murmúrio vesicular 
encontra-se abolido. Não existe aumento patológico do murmúrio vesicular. 
Acredita-se que o som bronquial seja proveniente de vias aéreas mais centrais que aquelas 
que dão origem ao murmúrio vesicular. O nível das vias aéreas envolvidas na gênese de 
cada um dos sons mencionados não está ainda estabelecido, e é possível que vias aéreas da 
mesma geração participem da formação dos dois sons. 
Como foi mencionado anteriormente, nos indivíduos normais o som bronquial somente é 
audível sobre a área de projeção da traquéia. Quando auscultado em outros locais, 
representa, provavelmente, a transmissão melhorada, até a periferia, de sons originados em 
vias aéreas centrais. Isso ocorre, por exemplo, em regiões de consolidação pulmonar cuja 
via aérea está permeável. Nessa condição, a transmissão à periferia dos sons que dão 
origem ao som bronquial está melhorada; por outro lado, os sons de origem periférica, que 
constituem o murmúrio vesicular, deixam de ter importância, porque há pouca ou nenhuma 
ventilação no pulmão consolidado. Convém ressaltar que, para detectar alterações à 
ausculta, é preciso que a consolidação pulmonar, se houver, seja homogênea e não muito 
profunda em relação à parede torácica. 
O som broncovesicular provavelmente corresponde à combinação dos mecanismos de 
origem dos sons bronquial e vesicular. Em indivíduos sadios, representa a combinação de 
sons transmitidos até o local de ausculta com origem em diferentes fontes. Na doença, o 
som broncovesicular é decorrente de alteração parcial da filtração do som; pode resultar de 
consolidação não homogênea, que produz sons com características intermediárias entre o 
bronquial e o vesicular. 
A intensidade e a qualidade do som são afetadas pela espessura da parede torácica e pela 
freqüência e profundidade da respiração, que contribuem para sua grande variação 
individual. 
 
Ruídos respiratórios anormais 
O fluxo de ar pelo trato respiratório pode produzir, em algumas situações, sons anormais, 
também chamados ruídos ou sons adventícios. Embora os ruídos adventícios possam ser 
produzidos transitoriamente em pulmões de indivíduos normais, eles revelam uma 
anormalidade de base quando estão presentes em respirações sucessivas. Os ruídos 
adventícios podem ser caracterizados como sons contínuos e sons descontínuos. 
 
Sons Contínuos 
O termo contínuo não significa que o som seja contínuo durante todo o ciclo respiratório, 
mas que o som dura 950 milisegundos ou mais dentro do ciclo. Essa distinção é realizada 
somente pela análise do registro da onda sonora em relação ao tempo. Esses sons 
apresentam caráter musical. 
Os sons adventícios contínuos são os roncos e os sibilos. Os roncos são sons mais graves, 
semelhantes ao roncar ou ressonar das pessoas. Os sibilos são sons mais agudos, 
semelhantes a um assobio ou chiado. 
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Esses sons podem ser intensos e obscurecer os sons normais da respiração. Podem ocorrer 
na inspiração e/ou na expiração, ser localizados ou difusos e ser encontrados em pequena 
ou grande quantidade;todas essas características devem ser registradas. 
Os roncos e os sibilos têm o mesmo mecanismo fisiopatológico; são produzidos quando as 
vias aéreas estão estreitadas quase ao ponto de fechar-se, e suas paredes vibram com a 
passagem do ar. O aparecimento dos sons contínuos, como roncos ou sibilos, depende da 
velocidade do ar. Quanto maior a velocidade aérea, maior será o número de vibrações 
produzidas e mais agudo será o som. As características sonoras desses ruídos adventícios 
não dependem do comprimento e do calibre original da via aérea, nem do mecanismo 
básico pelo qual ele foi estreitada. Em conseqüência, não deve ser feita associação entre a 
presença de ronco ou sibilo e o tamanho da via aérea comprometida. 
Os sons adventícios contínuos são mais facilmente transmitidos pelas vias aéreas do que 
através do pulmão e da caixa torácica, sobretudo os sons mais agudos – sibilos -, e portanto 
são mais audíveis no nível da boca do que sobre o gradeado costal. 
Roncos e sibilos generalizados geralmente ocorrem quando há estreitamento das vias aéreas 
por broncoespasmo, edema de mucosa, grande quantidade de secreção ou compressão 
dinâmica das vias aéreas, observada durante a manobra de expiração forçada. Quando 
localizados, freqüentemente resultam de tumor endobrônquico, corpo estranho ou 
compressão extrínseca das vias aéreas. Se os roncos e sibilos são ocasionados somente por 
secreção nas vias aéreas, geralmente ocorre alteração de sua intensidade após tosse e 
expectoração. 
Independentemente do mecanismo de origem, roncos e sibilos tendem a ser mais intensos 
durante a expiração; de fato, quando o estreitamento das vias aéreas não é muito 
importante, eles estão presentes somente na expiração. Isso ocorre porque, durante a 
inspiração, a pressão pleural torna-se mais negativa, resultando em maior calibre das vias 
aéreas do que durante a expiração. 
 
Sons descontínuos 
Os sons ou ruídos respiratórios descontínuos são explosivos, de curta duração, inferiores a 
20 milisegundos e, por tanto, não têm qualidade musical. 
São conhecidos como crepitações, que podem ser grossas ou finas. As crepitações finas têm 
menor duração e são agudas e pouco intensas; as crepitações grossas têm maior duração e 
são graves e mais intensas. 
Os sons descontínuos são produzidos, provavelmente por vários mecanismos. O 
mecanismo mais aceito é a reabertura súbita e sucessiva das pequenas vias aéreas, durante a 
inspiração, com rápida equalização de pressão, causando uma série de ondas sonoras 
explosivas. São consideradas pequenas vias aéreas aquelas com diâmetro menor que 2 mm. 
A ruptura de bolhas ou de filmes líquidos decorrente do aumento de secreção nas vias 
aéreas é mecanismo menos aceito para a gênese desses sons, que são mais audíveis nas 
bases pulmonares, onde a pressão pleural, no indivíduo em posição ortostática, é menos 
negativa, devido, em parte, ao peso do pulmão. Essa situação facilita o fechamento das vias 
aéreas nessas regiões durante a expiração. 
Quanto mais proximal for a pequena via aérea colapsada, mais precocemente ocorrerá a sua 
reabertura e o ruído correspondente. As crepitações grossas decorrem da reabertura de vias 
aéreas menos distais do que as que dão origem às crepitações finais. Ocasionalmente, 
crepitações grossas podem ser auscultadas durante a expiração, e sua gênese não está bem 
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definida. Quanto maior for o número de pequenas vias aéreas colapsadas durante a 
expiração, maior será o número de crepitações produzidas durante a inspiração. 
Em indivíduos normais, a expiração forçada, até o volume residual, torna a pressão pleural 
positiva, podendo ocasionar o fechamento de pequenas vias aéreas. A abertura dessas vias 
aéreas, na inspiração seguinte, pode dar origem a crepitações finas. A inspiração, a partir da 
capacidade residual funcional, não dá origem a crepitações finas, porque a possibilidade de 
fechamento das vias aéreas, nesse volume pulmonar, em indivíduos normais, é muito 
pequena. 
As condições patológicas mais freqüentemente associadas com a presença de crepitações 
finas são aquelas em que a complacência pulmonar está diminuída, o que facilita o 
fechamento das pequenas vias aéreas na expiração (p. ex., fibrose intersticial, edema e 
consolidação pulmonar). Em casos de fibrose intersticial pulmonar em fase avançada, as 
crepitações finas podem ser audíveis durante toda a fase inspiratória, sendo mais acentuada 
no fim da inspiração; nesse caso, são denominadas crepitações em velcro. Nessa condição, 
após as crepitações, pode-se auscultar sibilo inspiratório curto, presumivelmente causado 
pela passagem do ar por uma via aérea recentemente aberta, porém ainda estreitada. 
Quando a via aérea se abre abruptamente, ocorre a crepitação fina; como ela ainda está 
estreitada, ocorre o sibilo. O fechamento de pequenas vias aéreas menos distais (que 
produzem crepitações grossas) ocorre principalmente em patologias com lesão estrutural da 
via aérea, como bronquiectasias e bronquite crônica. 
As crepitações auscultadas devem ser registradas, anotando-se o tipo, a localização e a 
quantidade. Ruídos respiratórios associados exclusivamente a secreção nas vias aéreas não 
são bem classificados; podem ser descritos como crepitações grossas ou como roncos. São 
variáveis, modificando-se ou desaparecendo com a tosse. 
 
Ausculta da voz 
Esse procedimento consiste em auscultar o tórax do paciente enquanto ele repete as 
palavras “trinta e três” em voz alta. Como já ressaltado para as outras técnicas, trata-se de 
um exercício comparativo. 
Os sons de origem central, como a voz, são atenuados quando são transmitidos 
perifericamente, através do pulmão normal, o que leva à ausculta de sons abafados e 
palavras indistintas. Nessa situação, diz-se que a ausculta da voz é normal. A intensidade 
do som transmitido à parede torácica tem a mesma distribuição que descrita para o frêmito 
toracovocal. 
Quando ocorre consolidação pulmonar, com via aérea pérvia, há melhor transmissão do 
som pelo parênquima consolidado. Isso pode dar origem a som em que cada sílaba é 
distinta e facilmente reconhecida e/ou a som anasalado. Este último pode ocorrer, também, 
nos níveis superiores dos derrames pleurais. Ao contrário, quando há, por exemplo, 
derrame pleural ou pneumotórax, que funcionam como barreira à transmissão do som, a 
voz auscultada perde intensidade. Para descrever essas alterações da ausculta da voz, deve-
se relatar simplesmente ausculta da voz aumentada, diminuída, distinta ou anasalada. 
 
Atrito pleural 
A fricção entre os dois folhetos pleurais, durante o movimento respiratório, pode causar 
ruído adventício, quando os folhetos se tornam inflamados. Esse som é audível durante a 
inspiração e/ou expiração e pode intensificar-se com o aumento da pressão do estetoscópio 
sobre a parede torácica. Sua gênese sonora não é bem determinada. 
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10-CONCLUSÃO 
 O exame físico do aparelho respiratório tem grande destaque no diagnóstico de 
doenças do sistema respiratório, pois através dos seus quatro passos; inspeção, palpação, 
percussão e ausculta, podem ser notadas algumas alterações como dispnéia, cianose, 
pletora, baqueteamento digital e presença de adenomegalias. 
 
11-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
GUYTON, Arthur C. e HALL, Jonh E. Tratado de Fisiologia Médica,10ª Ed., Rio de 
Janeiro, ED. Guanabara Kogan S.A., 2002 
PORTO, Celmo Celeno – Semiologia Médica, Rio de Janeiro, ED. Guanabara Kogan S.A, 
1997. 
PORTO, Celmo Celeno – Exame clínico, Rio de Janeiro, ED. Guanabara Kogan S.A, 2008. 
SILVERTHON, Fisiologia Humana, ED. Manoele LTDA, 1ªEd. Brasileira, 2003. 
SNELL, Richard S., Anatomia clínica, ED. Guanabara Kogan S.A.

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