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Semiologia Sistema Respiratório

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SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
INTRODUÇÃO 
▪ O sistema respiratório costuma ser dividido em 
trato respiratório superior (compartimento 
nasofaríngeo) e trato respiratório inferior (com os 
compartimentos traqueobrônquico e alveolar). 
 
▪ A estrutura que marca a divisão de ambas as partes 
é a glote. 
 
▪ Vias respiratórias superiores: fossas nasais, 
nasofaringe, orofaringe e laringe. 
o Estas vias, além de servirem como conduto 
aéreo, desempenham um papel de 
condicionador do ar inspirado, fazendo com 
que ele chegue aos locais das trocas gasosas 
numa temperatura de aproximadamente 37ºC. 
 
▪ Vias respiratórias inferiores: compreendem a 
traqueia e a árvore brônquica ou ductos alveolares 
e alvéolos. 
o A traqueia localiza-se anteriormente ao 
esôfago e se bifurca, em nível da 4ª vértebra 
torácica (nível correspondente ao ângulo de 
Louis ou sínfise manúbrio-esternal), dando 
origem aos dois brônquios principais, um direito 
(mas vertical, menor e mais calibroso) e um 
esquerdo (mais horizontal, maior e menos 
calibroso). 
 
o O esporão formado por essa divisão é 
chamado de carina da traqueia. 
 
o Cada brônquio principal se divide em brônquios 
secundários que correspondem a cada lobo do 
pulmão (3 lobos no direito e 2 no esquerdo). 
 
▪ Os pulmões são dois órgãos aéreos de 
parênquima elástico localizados nas cavidades 
pulmonares, bilateralmente ao mediastino. 
 
▪ O pulmão direito apresenta 3 lobos (superior, médio 
e inferior) e o esquerdo, 2 lobos (superior e inferior). 
 
▪ Cada lobo é dividido em segmentos menores: os 
segmentos bronco pulmonares, que apresentam 
forma piramidal, com a base voltada para a periferia 
e o vértice para o hilo. 
 
▪ A pleura é uma estrutura única e contínua com dois 
folhetos. 
o O folheto parietal reveste a face interna da 
parede torácica aderindo-se aos arcos costais, 
graças a um tecido músculo-ligamentoso 
(fáscia endotorácica). 
 
o Chegando ao hilo, reflete-se sobre si mesma 
(pleura mediastínica) fixando-se ao pulmão, 
quando adquire, então, o nome de pleura ou 
folheto visceral. 
 
o Este folheto insinua-se entre os lobos formando 
as cissuras. 
 
o O espaço entre os dois folhetos pleurais é 
virtual e é banhado por uma serosidade num 
ambiente de pressão negativa. 
 
▪ OBS1: Circulação pulmonar: A circulação 
pulmonar compõe-se de dois sistemas: a grande 
(circulação geral, realizada pela artéria pulmonar) e 
pequena circulação (circulação própria, realizada 
pelas artérias brônquicas). 
o A artéria pulmonar conduz sangue venoso do 
ventrículo direito aos capilares alveolares. 
 
o As artérias brônquicas são ramos diretos da 
aorta torácica e responsáveis pela nutrição dos 
pulmões, especialmente em suas porções mais 
centrais. 
 
RESPIRAÇÃO 
▪ A respiração compreende quatro processos, cuja 
finalidade é a transferência de O2 do exterior até o 
nível celular e a eliminação de CO2, transportado 
no sentido inverso: 
 
▪ Ventilação pulmonar: a ventilação pulmonar tem 
por objetivo levar o ar até os alvéolos, distribuindo-
o adequadamente; 
 
▪ Trocas gasosas: por diferença de pressão parcial 
dos gases envolvidos (O2 e CO2), no alvéolo e no 
sangue, ocorre a passagem dos mesmos através 
da membrana alvéolo-capilar. 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
▪ Transporte sanguíneo dos gases: a circulação 
sistêmica promove a distribuição periférica do 
oxigênio e a extração do CO2, havendo a 
participação de múltiplos mecanismos, tais como 
captação de O2 pela hemoglobina, sistema 
tampões, além de outros. 
 
▪ Respiração celular: é a etapa terminal de todo o 
processo e sua finalidade maior. 
 
VENTILAÇÃO 
▪ É o processo pelo qual o ar chega até os alvéolos, 
distribuindo-se adequadamente, para que possa 
entrar em contato com os capilares pulmonares, 
onde se farão as trocas gasosas. 
 
▪ A ventilação ocorre por ação da musculatura 
respiratória, que para isso, contraem de forma 
adequada e coordenada, de modo a aumentar ou 
reduzir o volume da cavidade torácica. 
 
▪ A inspiração é um processo ativo que depende 
fundamentalmente da contração do diafragma e de 
outros músculos denominados acessórios: 
intercostais externos, paraesternais, escalenos, 
esternocleidomastoideo, trapézios, peitorais e os 
músculos abdominais. 
 
▪ A expiração é passiva, realizada pela força de 
retração elástica dos pulmões pelo relaxamento 
dos músculos inspiratórios; 
 
 
▪ A ventilação normalmente é mantida sob o controle 
dos centros respiratórios no bulbo. Diferentes 
doenças podem afetar a ventilação à medida que: 
o Aumentem a carga de trabalho dos músculos 
respiratórios repentinamente (Ex: asma 
brônquica aguda); 
o Aumentem o trabalho da respiração pela 
obstrução ao fluxo de ar (Ex: doença pulmonar 
obstrutiva crônica); 
 
o Doenças neuromusculares em que as funções 
dos músculos respiratórios estivessem 
comprometidas (Ex:poliomielite; Guillain-Barré, 
miastenia grave) 
 
RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO 
▪ Em um indivíduo normal, na posição ortostática, 
encontra-se predomínio de perfusão sanguínea 
nas bases pulmonares, que diminui gradativamente 
em direção aos ápices. 
 
▪ Assim como a perfusão, a ventilação também não 
é uniforme, havendo evidências de ser menor nos 
alvéolos dos ápices do que nas bases pulmonares. 
 
▪ As alterações da relação ventilação/perfusão 
podem ser: 
o Efeito shunt: o alvéolo está hipoventilado e 
normalmente perfundido. 
 
o Shunt: o alvéolo não está ventilado, mas 
continua perfundido. 
 
o Efeito espaço-morto: seria o volume de ar 
alveolar que não participa das trocas gasosas 
na hipoperfusão do alvéolo, que, no entanto, 
está normoventilado. 
 
o Espaço-morto: alvéolo não-perfundido, porém 
ventilado. 
 
▪ A soma do espaço-morto anatômico com o efeito 
espaço-morto e o espaço-morto alveolar e 
denominada espaço-morto fisiológico, este 
representando o volume de ar que inspiramos, mas 
que não participa de trocas gasosas. 
 
DIFUSÃO 
▪ Difusão é um mecanismo pelo qual um gás se 
movimenta de uma região para outra. 
 
▪ É um processo passivo, pois os gases respiratórios 
difundem-se de regiões de pressões mais altas 
para regiões com pressões mais baixas. 
 
▪ O mecanismo da difusão está deficiente em 
pulmões enfermos; 
 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
ANATOMIA CLÍNICA 
▪ O estudo da anatomia clínica pulmonar inclui a 
projeção dos pulmões na parede do tórax, a 
determinação de linhas e a delimitação de regiões 
torácicas. 
 
PROJEÇÃO DOS PULMÕES NA PAREDE 
TORÁCICA 
▪ Os ápices pulmonares ultrapassam de 3 a 4 cm a 
borda superior das clavículas, alcançado assim, a 
raiz do pescoço. 
 
▪ O volume do ápice direito é ligeiramente menor que 
o do esquerdo e está mais próximo da traqueia. 
 
▪ Há alguns pontos de referência no tórax que 
merecem ser assinalados: 
 
▪ Ângulo de Louis: constituído por uma saliência 
transversal que se nota na junção do manúbrio do 
esterno como corpo do esterno, correspondente à 
articulação da 2ª costela. 
o No dorso, o ângulo de Louis projeta-se na 
altura da 4ª vértebra torácica. 
 
▪ Ângulo de Charpy (ângulo epigástrico): formado 
pelas duas rebordas costais, servindo para 
caracterizar o biótipo. 
o Corresponde ao encontro das costelas 
inferiores com a porção inferior do corpo do 
osso esterno. 
 
▪ Vértebra proeminente: eminência cutânea na face 
inferior do dorso do pescoço produzida pelo 
processo espinhoso da 7ª vértebra cervical. 
o Marca o local em que os ápices pulmonares se 
projetam na parede torácica. 
 
▪ A contagem das costelas e dos espaços 
intercostais faz-se de cima pra baixo, seguindo-se 
a linha paraesternal. 
 
▪ Como o ângulo de Loius sempre corresponde à 2ª 
costela, logo abaixo dele está o 2º espaço 
intercostal. 
 
▪ Além desta referência, como a primeiracostela e o 
1º espaço intercostal são encobertos pela clavícula, 
o 2º espaço intercostal situa-se logo abaixo da 
clavícula. 
 
 
 
 
 
 
 
LINHAS TORÁCIAS 
VERTICAIS 
▪ Excetuando-se a linha médio-esternal e a linha 
médio-espinhal ou espondileia, todas as outras são 
duplas, havendo uma em cada hemitórax: 
 
▪ Linha médio-esternal: traçada no plano mediano, 
no meio do esterno, dividindo os dois hemitórax; 
 
▪ Linha esternal: direita e esquerda, que tangencia 
as bordas do osso esterno. 
 
▪ Linha paraesternal: é equidistante entre a linha 
esternal e a hemiclavicular; 
 
▪ Linha hemiclavicular: também denominada linha 
mamilar, é a vertical traçada a partir do ponto médio 
da clavícula; 
 
▪ Linha axilar anterior: seu ponto mais alto localiza-
se na prega anterior da axila, separando a região 
anterior do tórax das regiões laterais; 
 
▪ Linha axilar média: vertical equidistante entre as 
linhas axilares anteriores e posteriores; 
 
▪ Linha axilar posterior: seu ponto mais alto 
localiza-se na prega posterior da axila. Separa as 
regiões laterais do tórax da região posterior; 
 
▪ Linha escapular: é a linha que acompanha a borda 
medial da escápula, estando o paciente com os 
membros superiores pendentes. 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
▪ Linha paravertebral: é a tangente à borda lateral 
das vértebras; 
 
▪ Linha espondileia (linha vertebral ou médio 
espinhal): passa pelos processos espinhosos das 
vértebras dorsais. 
 
HORIZONTAIS 
▪ Linhas claviculares superiores: correspondem 
às bordas superiores das clavículas; 
 
▪ Linhas claviculares inferiores: correspondem às 
bordas inferiores das clavículas; 
 
▪ Linhas das terceiras articulações 
condroesternais: linhas horizontais que passam 
pelas sextas articulações condroesternais, direita e 
esquerda; 
 
▪ Linha escapular superior: tangencia a borda 
superior da escápula. 
 
 
REGIÕES DO TÓRAX 
▪ Anterior: 
o região supraclavicular; 
o região clavicular; 
o região infraclavicular; 
o região mamaria; 
o região inframamária; 
o região supra-esternal; 
o região esternalsuperior; 
o região esternal inferior. 
 
▪ Lateral: 
o região axilar; 
o região infra-axilar; 
 
▪ Posterior: 
o região supra-escapular; 
o região supra-espinhal; 
o região infra-espinhal; 
o região interescapulovertebral; 
o região infra-escapular; 
 
 
ANAMNESE 
▪ A anamnese é a parte mais importante da 
observação clínica. 
 
▪ O examinador obtém informações dos sintomas 
apresentados pelo paciente e em algumas 
oportunidades, com a precisa coleta de dados e a 
ajuda do exame físico, pode estabelecer o 
diagnóstico da doença sem a necessidade de 
exames complementares. 
 
▪ Durante a anamnese, deve-se evitar citar 
diagnósticos (exceção aos antecedentes), porque o 
paciente pode ter sido erroneamente rotulado como 
portador de alguma doença por informações 
equivocada prévia e isso pode levar a um falso 
raciocínio para a elucidação diagnóstica. 
 
▪ A anamnese deve ter o seguinte roteiro: 
 
IDENTIFICAÇÃO 
▪ A identificação possui múltiplos interesses. O 
primeiro deles é de iniciar o relacionamento com o 
paciente. 
 
▪ Saber o nome de uma paciente é indispensável 
para que se comece um processo de comunicação 
em nível afetivo. 
 
▪ São obrigatórios os seguintes interesses: 
 
▪ “Nome, idade, sexo, cor (raça: branca, parda, 
preta), estado civil, profissão (atual e anteriores), 
local de trabalho, naturalidade, residência. Data da 
internação, enfermaria, leito, Hospital.” 
 
▪ Cada um dos itens da identificação tem o seu 
devido valor semiológico. 
 
▪ A idade, por exemplo, é fundamental na história 
clínica para diferenciarmos um paciente que se 
queixa de chiado, o qual pode ser portador de asma 
(se for um jovem) ou um DPOC (para pacientes 
mais idosos). 
 
▪ O sexo pode interferir até mesmo no conhecimento 
dos hábitos de vida do paciente. Se uma mulher 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
fuma a mesma quantidade de cigarros que um 
homem ao longo de sua vida, ela terá um risco de 
desenvolver DPOC muito maior do que ele. 
 
QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO 
▪ Trata-se de um registro objetivo e simples do 
principal sintoma que fez com que o paciente 
procurasse o médico. 
 
▪ Este sintoma pode ser relatado com as próprias 
palavras do paciente, sendo importante a descrição 
da duração desta queixa. 
 
▪ A partir daí, será desenvolvida a cronologia desses 
sintomas, com a construção da terceira parte da 
anamnese. 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) 
▪ Esta fase é fundamental na observação clínica. Os 
sintomas devem ser obtidos nos mínimos detalhes. 
 
▪ Para se obter uma HDA simples, deve-se lembrar 
de algumas regras fundamentais a seguir: 
o Determine o sintoma-guia; 
 
o Explore: início do sintoma (época, modo, causa 
desencadeante), duração, características do 
sintoma na época em que teve início (caráter 
do sintoma; localização corporal e irradiação; 
intensidade; fatores desencadeantes, de piora 
ou de melhora; relação da queixa com funções 
do organismo), evolução, repercussões do 
problema sobre a vida do paciente, relação 
com outras queixas, situação do sintoma no 
momento atual; 
 
o Use o sintoma-guia como fio condutor da 
história e estabeleça as relações das outras 
queixas com ele. Use a ordem cronológica; 
 
o As perguntas formuladas devem ser simples, 
acessíveis e de acordo com o nível cultural de 
cada doente; 
 
o As informações prestadas devem ser 
transcritas preferentemente em termos 
técnicos(médicos), mas, em certas ocasiões, 
será lícito transcrever para a HDA as palavras 
leigas (entre aspas), especialmente se elas 
referirem a um sintoma permanentemente 
enfatizado pelo paciente; 
 
o Anote também nomes e resultados de exames 
laboratoriais realizados no decurso da doença; 
 
o Quando possível, permita que o paciente conte 
sua história como deseja e saliente os aspectos 
que ele considera importante. Evite perguntas 
sugestivas, que fornecem as respostas para as 
perguntas. A história deve ser narrada pelo 
próprio doente, sempre que possível, ou por 
intermédio de um responsável, no caso de 
doentes impossibilitados de falar, fato esse que 
deverá ser anotado. 
 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
▪ Nesta parte da observação clínica, que 
complementa a HDA, é feito um interrogatório 
sistemático em busca de possíveis sintomas que 
não foram nela diretamente localizados. 
 
▪ É um interrogatório dirigido, indagando-se sobre 
sintomas e sinais mais frequentes em cada um dos 
sistemas. 
 
▪ Nas doenças do aparelho respiratório, os principais 
a serem pesquisados são: tosse, chiado 
(sibilância), dispneia, dor torácica, expectoração, 
rouquidão, hemoptise e vômica. 
 
TOSSE 
▪ A tosse é o mais importante e o mais frequente sinal 
respiratório. 
 
▪ A tosse define-se como um mecanismo que 
envolve uma inspiração rápida e profunda, seguida 
do fechamento da glote, contração dos músculos 
expiratórios, terminando com uma expiração 
forçada, após abertura súbita da glote. 
 
▪ A tosse consiste em um mecanismo de reflexo de 
defesa das vias respiratórias, as quais reagem aos 
irritantes ou procuram eliminar secreções 
anormais, sempre com o objetivo de manter 
permeáveis. 
 
▪ Contudo, pode tornar-se nociva ao sistema 
respiratório, em virtude do aumento da pressão na 
árvore brônquica, que culmina na distensão dos 
septos alveolares. 
 
▪ A tosse resulta de estimulação dos receptores da 
mucosa das vias respiratórias. Tais estímulos 
podem ser de natureza inflamatória (hiperemia, 
edema, secreções e ulcerações), mecânica 
(poeira, corpo estranho, aumento ou diminuição da 
pressão pleural como ocorre nos derrames e nas 
atelectasias), químicas (gases irritantes) e térmica 
(frio ou calor excessivo). 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIOMILENA BAVARESCO 
 
▪ As principais patologias que causam tosse são: 
asma, refluxo gastroesofágico, bronquites, 
pneumonias, medicamentos (inibidores da ECA), 
adenoides, faringites, laringites, 
 
▪ Quanto aos seus mecanismos, sabe-se que as vias 
aferentes partem das zonas tussígenas indo até o 
bulbo, mediadas por fibras aferentes viscerais 
gerais do nervo vago. 
 
▪ Este estímulo é carreado até o centro da tosse, 
bulbo, de onde partem fibras que estimulam os 
núcleos e os nervos que promovem o componente 
eferente deste mecanismo: os estímulos dirigem-se 
à glote e aos músculos expiratórios via nervo 
laríngeo recorrente (responsável pelo fechamento 
da glote), pelo nervo frênico e pelos nervos que 
inervam os músculos expiratórios. 
 
▪ Semiologicamente, deve-se avaliar a tosse por 
meio dos seguintes parâmetros: 
o Frequência; 
o Intensidade; 
o Duração (aguda ou crônica); 
o Tonalidade; 
o Presença ou não de expectoração (seca ou 
úmida); 
o Relações como decúbito; 
o Período do dia em que é maior sua intensidade 
(diurno, noturno ou diuturno); 
o Fenômenos que acompanham: vômito (por 
compressão gástrica e/ou excitação do centro 
bulbar do vômito) tonturas e síncopes (nas 
crises de tosse, por diminuição do fluxo 
sanguíneo cerebral). 
 
▪ A tosse pode ser classificada por meio dos 
seguintes pontos: 
 
▪ Duração: 
o Aguda: menor que 3 semanas; 
o Crônica: maior que 3 semanas. 
 
▪ Produção de secreção: 
o Seca: quando não apresenta secreção. É inútil 
e maléfica, causando apenas irritação das vias 
respiratórias. Têm como causas mais 
frequentes as doenças pleurais, traqueítes, 
insuficiência cardíaca e asma brônquica. Pode 
ser provocada ainda por medicamentos 
inibidores da enzima conversora da 
angiotensina (ECA); 
 
o Produtiva ou úmida: acompanhada de 
secreção, não devendo nesses casos ser 
combatida com medicamentos, por ter um 
papel de defesa. O catarro pode ser formado 
como resposta a qualquer agressão feita à 
mucosa brônquica por agente físico, químico 
ou infeccioso. Na análise da expectoração, é 
importante saber: quantidade, aspecto, cheiro, 
presença de vômica e/ou hemoptise. A toalete 
brônquica matinal é a eliminação frequente de 
grande quantidade de catarro pela manhã e 
pode ocorrer, por exemplo, em bronquiectasias 
e bronquite crônica. 
 
❖ OBS2:Outros tipos de tosse: 
▪ Tosse-síncope: após crise intensa de tosse, 
resulta na perda de consciência; 
 
▪ Tosse bitonal: deve-se a paresia ou paralisia de 
alguma das pregas vocais, que pode significar 
comprometimento do nervo laríngeo recorrente. 
 
▪ Tosse rouca: é própria da laringite crônica, comum 
nos fumantes; 
 
▪ Tosse reprimida: é aquele que o paciente evita, 
em razão da dor torácica ou abdominal que ela 
provoca, como acontece no início das 
pleuropneumopatias. 
 
CHIADO OU SIBILÂNCIA 
▪ Som musical semelhante a um “miado de gato”, 
também conhecido como sibilância, que é ouvido 
durante a respiração e ocorre nas obstruções de 
traqueia, nos broncoespasmos, nos edemas ou na 
obstrução de vias aéreas; 
 
▪ É uma importante informação, que deve ser 
automaticamente interrogada quando o paciente 
referir dispneia, com ou sem tosse, ou situações de 
desconforto respiratório. 
 
▪ Variações do chiado podem ocorrer, como, por 
exemplo, a cornagem, decorrente de uma 
dificuldade inspiratória provocada pela diminuição 
do calibre das vias respiratórias na altura da laringe 
e que se manifesta como um ruído, estridor, 
referido pelo paciente como um “guincho”, podendo 
ser permanente ou episódico. 
 
▪ As principais causas de sibilância são asma, 
DPOC, bronquite aguda e crônica, congestão 
pulmonar. Atente que: “nem tudo que sibila é asma; 
nem toda asma, sibila!” 
 
EXPECTORAÇÃO 
▪ Na maioria das vezes, a expectoração costuma ser 
consequência da tosse classificada como 
produtiva. 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
▪ As características semiológicas da expectoração 
que devem ser avaliadas são: 
 
▪ Volume; 
 
▪ Cor (quando amarelarada, sugere infecção 
bacteriana; quando de aspecto mucoide, origem 
alérgica; quando serosa, sugere origem viral; com 
sangue, sugere fatores associados como 
tuberculose); 
 
▪ Odor (infecções por bactérias anaeróbias geram 
escarros com odor pútrido e coloração escura, por 
exemplo); 
 
▪ Transparência; Consistência; 
 
 
▪ A expectoração na tuberculose pulmonar, na 
maioria das vezes, contém sangue desde o início 
da doença. 
 
▪ Costuma ser francamente purulenta, com aspecto 
numular, inodora e aderindo às paredes do 
recipiente. 
 
▪ No início das pneumonias bacterianas, não existe 
expectoração ou ela é discreta. Após algumas 
horas ou dias, surge uma secreção abundante, 
amarelo-esverdeada, pegajosa e densa. 
 
▪ Nesta fase, pode aparecer escarro hemoptoico 
vermelho-vivo ou cor de tijolo. 
 
▪ Nas pneumonias por bacilos Gram-negativos, a 
expectoração adquire aspecto de geleia de 
chocolate; 
 
DOR TORÁCICA 
▪ A dor torácica é um importante sintoma que 
frequentemente leva o paciente ao médico. 
 
▪ Pode ser ou não acompanhada de outras 
manifestações respiratórias. 
 
▪ O parênquima pulmonar e a pleura visceral não 
transmitem sensações dolorosas para o cérebro, 
mas a pleura parietal, sim. 
 
▪ A dor pode ser referida ou irradiada, proveniente de 
um órgão não-torácico. 
 
▪ Quando o paciente é capaz de descrever bem uma 
dor, está contribuindo com uma preciosa 
informação diagnóstica. 
 
▪ Os aspectos semiológicos a serem avaliados 
quanto à dor torácica são: 
o Localização; irradiação; Qualidade; 
Intensidade; Duração; Evolução; Fatores 
desencadeantes, agravantes e de melhora; 
Manifestações concomitantes. 
 
▪ As causas mais frequentes de dor torácica são: 
o Parede torácica: muscular, óssea, nevrálgica 
(como na herpes zoster), etc.; 
o Mediastinal: miocárdio, pericárdio, tumores, 
pneumomediastino, etc.; 
o Pleuropulmonar: pleuris, pneumotórax, 
tumores, pneumonias, etc.; 
o Digestivas: esofagite, úlceras, colecistite, 
pancreatite, doença do refluxo; 
o Psicogênicas; 
 
▪ A isquemia do miocárdio manifestada pelo quadro 
de angina do peito ou de infarto do miocárdio, as 
pleurites, as alterações musculoesqueléticas, as 
disfunções do esôfago e as afecções pericárdicas 
são as causas mais comuns de dor torácica. 
 
▪ Nas doenças pleuropulmonares, a dor geralmente 
é desencadeada ou piora com a tosse e a 
inspiração, não é irradiada, nem sempre o decúbito 
sobre lado da dor traz alívio e, às vezes, é 
acompanhada de dispneia, tosse e febre nas 
infecções; 
 
▪ As pleurites apicais referem dor no pescoço e nos 
ombros. Na pleurite diafragmática, o paciente não 
consegue definir com precisão o local da dor, se 
torácica ou abdominal. 
 
▪ Em muitos casos de pleurite, quando a dor 
acontece, surge dispneia: é o derrame que se 
instalou. 
 
▪ A dor no pneumotórax espontâneo benigno dos 
jovens é inconfundível: súbita, aguda e intensa. O 
paciente quase sempre a compara a uma 
punhalada. Acompanha-se de dispneia. 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
▪ O infarto pulmonar cortical, parietal ou 
diafragmático, provoca dor muito parecida com as 
pleurites e das pneumonias; 
 
DISPNEIA 
▪ Dispneia é a dificuldade para respirar, de modo que 
a respiração é feita com esforço ou desconforto, 
podendo o paciente ter ou não consciência desse 
estado. 
 
▪ A dispneia, para ser diagnosticada, deve 
apresentar sinais evidentes como as tiragens, em 
que o paciente faz tanto esforço para respirar que 
causa um abaulamento entre os músculos 
acessórios e entre as costelas. 
 
▪ A dispneia pode ser objetiva (quando há a presença 
de tiragens) ou subjetiva (quando apenas o 
paciente relata). 
 
▪ Podemos classificá-la quanto: 
 
▪ Cronologia: 
o Aguda: asma, doença pulmonar obstrutiva 
crônica(DPOC) agudizada, pneumonia, 
pneumotórax, TEP, derrame pleural; 
 
o Crônica (mais de 30 dias): uma história 
detalhada ajuda na investigação das causas: 
alergias(asma), ricos ocupacionais (silicose, 
asbestose, asma ocupacional), tabagismo 
(DPOC), drogas anoréticas (hipertensão 
pulmonar), contato com pássaros (pneumonia 
de hipersensibilidade), além de cardiopatias. 
 
▪ Decúbito e esforço: 
o Dispneia aos grandes esforços, médios 
esforços e aos pequenos esforços; 
 
o Dispneia de repouso: comum na asma; 
 
o Ortopneia: dispneia que impede o paciente o 
paciente de ficar deitado e o obriga a assentar-
se ou ficar de pé para obter algum alívio; 
 
o Trepopneia: é a dispneia que aparece em 
determinado decúbito lateral, como acontece 
nos pacientes com derrame pleural que se 
deitam sobre o lado são. 
 
▪ A dispneia pode ser desencadeada por esforços 
(mínimos, pequenos, médios ou grandes), ser 
paroxística(crises de broncoespasmo), suspirosa 
(distúrbios neurovegetativos) ou de repouso 
(doenças pulmonares avançadas, como DPOC, 
fibroses e tumores). 
▪ As causas da dispneia podem ser dividas em 
atmosféricas, obstrutivas, pleurais, tóraco-
musculares, diafragmáticas, teciduais, cardíacas 
(ICC) ou ligadas ao sistema nervoso central. 
 
▪ Tosse, expectoração e chiado no peito são 
sintomas que podem diferenciar causas cardíacas 
de pulmonares. 
 
HEMOPTISE 
▪ Hemoptise é a eliminação de sangue vermelho 
vivo, arterializado, pela boca, passando através da 
glote. 
 
▪ Em outras palavras, é a eliminação de sangue 
oriundo das vias aéreas. 
 
▪ O sangue pode ser proveniente das vias 
respiratórias, do parênquima pulmonar, de vasos 
pulmonares e de outras regiões. 
 
▪ Trata-se de uma importante informação que pode 
por si só direcionar o diagnóstico para 
determinadas doenças. 
 
▪ As causas de hemoptise são várias, mas as mais 
frequentes são: tuberculose pulmonar, 
bronquiectasias, tumores de pulmão e 
tromboembolismo pulmonar. 
 
▪ As hemoptises originadas nas artérias brônquicas 
são em geral maciças, em que o sangue pode ser 
recente ou não, saturado ou não. Quando o sangue 
provém de ramos da artéria pulmonar, seu volume 
costuma ser menor (é o que ocorre nas 
pneumonias e broncopneumonias); 
 
VÔMICA 
▪ Vômica é a eliminação não-usual e mais ou menos 
brusca, através da glote, de uma quantidade 
abundante de secreção muco-purulenta de odor 
pútrido. 
 
▪ Pode se única (como ocorre no abscesso 
pulmonar) ou fracionada (como nas 
bronquiectasias), proveniente do tórax ou do 
abdome; 
 
ANTECEDENTES PESSOAIS 
▪ Um roteiro sistematizado facilita a investigação de 
eventos passados que possam ajudar no 
diagnóstico clínico do processo mórbido. 
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INVESTIGAÇÃO DA INFÂNCIA E MOLÉSTIAS 
PRÉVIAS 
▪ Condições de nascimento, sintomas respiratórios, 
infecções, coqueluche, sarampo complicado, 
traumas e cirurgias devem ser indagadas pelo 
examinador. 
 
▪ Essas informações podem ser de grande utilidade 
para estabelecer um diagnóstico clínico. 
 
▪ Devem ser lembrados infecções respiratórias de 
repetição, tuberculose, pneumotórax, pneumonias, 
broncoespasmos, cirurgias, traumas, etc. 
 
HÁBITOS E VÍCIOSO 
▪ principal hábito de vida que deve ser questionado 
pelo examinador é a prática do tabagismo, que está 
relacionada a múltiplas doenças pulmonares. 
 
▪ Deve-se questionar a quantidade de cigarros ou 
maços (que contém 20 cigarros) que o paciente 
fuma, em média, por dia, a idade do início do vício 
e, se for o caso, a idade do término do vício. 
 
▪ Mais importante ainda, é a determinação do índice 
anos-maços; 
 
▪ O alcoolismo leva à desnutrição, que pode ser um 
fator de risco para a DPOC, infecções, etc. As 
doenças pulmonares associadas à AIDS tornam 
necessária uma pesquisa sobre os hábitos sexuais 
e o uso de drogas ilícitas pelo paciente; 
 
ANTECEDENTES OCUPACIONAIS 
▪ As exposições intensas e prolongadas a poeira e 
produtos químicos ocupacionais (vapores, 
fumaças) podem causar DPOC, assim como 
poeiras e agentes sensibilizadores no ambiente de 
trabalho podem causar aumento de 
hiperresponsividade das vias aéreas, agravando 
uma asma preexistente ou causando asma 
ocupacional; 
 
PROCEDÊNCIA 
▪ Deve-se relatar que se o paciente é proveniente de 
áreas endêmicas de paracoccidioidomicose, 
esquistossomose, histoplasmose, entre outras 
doenças. 
 
 
 
USO DE MEDICAMENTOS EM AMBIENTE 
DOMICILIAR 
▪ Também devem ser pesquisados, nos 
antecedentes pessoais, uso de fogão a lenha, 
presença de poluentes, alérgenos, poeira e animais 
domésticos, além de medicação de uso crônico ou 
não. 
 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
▪ Doenças de caráter familiar como asma, DPOC, 
etc.; além de outras transmitidas por contágio 
domiciliar, como tuberculose, são importantes 
informações que complementam a anamnese. 
 
EXAME FÍSICO DO TÓRAX 
▪ Antes de iniciar o exame físico do tórax, feito pela 
inspeção, palpação, percussão e ausculta, o 
médico já deve ter feito o exame físico geral, 
incluindo o exame da cabeça, do tronco e dos 
membros, observando eventuais alterações para 
correlacioná-las com uma afecção pulmonar. 
 
▪ O exame físico ideal deve ser realizado com o 
paciente com o tórax despido (camisa ou blusa). 
 
INSPEÇÃO 
▪ A inspeção pode ser avaliada em dois critérios: 
estática e dinâmica. 
 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
▪ Corresponde à uma avaliação do tórax do paciente 
desconsiderando os movimentos respiratórios do 
mesmo. 
 
▪ Deve-se examinar a forma do tórax e suas 
anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou 
difusas, simétricas ou não. 
 
TIPO TORÁCICO 
▪ a morfologia do tórax varia conforme o biótipo do 
paciente (normolíneo, brevilíneo elongilíneo). 
 
▪ O reconhecimento do biótipo é útil por ter uma 
cerca correlação do aparelho respiratório. 
 
▪ Tipo torácico normal (A): apresenta uma pequena 
convexidade anteriormente com um dorso mais 
plano; 
 
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▪ Tipo torácico globoso (B): presença de 
abaulamento na região anterior, aumentando o 
diâmetro anteroposterior do tórax. 
▪ É um tipo de padrão morfológico normal para 
idosos mas que pode representar uma 
patologia como enfisema ou asma. Também 
conhecido com tórax em tonel. 
 
▪ Tipo torácico infundibuliforme (C): presença de 
depressão na região epigástrica (inferior ao 
processo xifoide), ou seja, no ângulo de Charpy. É 
também chamado de tórax de sapateiro. Em geral, 
esta deformidade é de natureza congênita. 
 
▪ Tipo torácico cariniforme (D): é também 
chamado de peito de pombo, em que o esterno 
mostra-se mais protruso e evidente. É comum no 
raquitismo; 
 
▪ Escoliose (E): consiste em um desvio lateral da 
coluna vertebral. Deve ser anotado o sentido da 
convexidade da escoliose. 
 
▪ Cifose (F): o tórax cifótico tem como característica 
principal a curvatura acentuada da coluna dorsal; 
 
▪ Gibosidade (G): é um tipo de cifose bastante 
acentuada em que a musculatura dorsal apresenta 
um aspecto grosseiro, determinando corcundas; 
 
▪ Pele: coloração (destacando cianose ou palidez), 
presença de lesões elementares, grau de 
hidratação, etc., sempre correlacionando com as 
doenças pulmonares. 
 
▪ Mamas: formas das mamas (simetria), posição dos 
mamilos com relação à linha hemiclavicular 
(verificar simetria), presença de secreções, etc. 
 
▪ Presença de nódulos visíveis: alguns nódulos 
podem ser característicos de sarcoidose ou 
tuberculose. 
 
▪ Musculatura: avaliar a hipertrofia, atrofia, simetria. 
A contratura da musculatura paravertebral torácica 
unilateral constitui o sinal de Ramond, que 
denuncia o comprometimento pleural inflamatório 
homolateral. O sinal de Lemos Torres, 
caracterizado pelo abaulamento dos espaços 
intercostais durante a expiração, é sinal fidedignode derrame pleural. 
 
▪ Vasos (circulação colateral): avaliar a presença 
de vasos evidentes na parede do tórax bem como 
examinar o trajeto do fluxo deste vaso: crânio 
caudal ou caudal-cranial. Circulações colaterais 
resultam de um obstáculo próximo à 
desembocadura da veia ázigos na veia cava 
superior. 
 
▪ Abaulamentos (difusos ou localizados): avaliar 
abaulamentos ósseos ou musculares. 
 
▪ Retrações: aspecto de pele afundada. 
 
▪ Deformidades localizadas: existência de 
deformidades variadas, comparando-se um 
hemitórax com ooutro. 
 
2. INSPEÇÃO DINÂMICA: 
▪ observam-se os movimentos respiratórios, suas 
características e alterações; 
 
▪ Expansibilidade: é avaliada observando a 
expansão da caixa torácica com a entrada de ar 
durante a inspiração; 
 
▪ Frequência respiratória: deve ser observado o 
ritmo respiratório do paciente. 
o Geralmente, o tempo de inspiração é 
semelhante ao da expiração, apresentando um 
pequeno intervalo entre ambos. 
o Em suma, o ritmo respiratório pode ser normal 
ou anormal. 
 
▪ Tipo respiratório: para o reconhecimento do tipo 
respiratório, observa-se atentamente a 
movimentação do tórax e do abdome, com o 
objetivo de reconhecer em que regiões os 
movimentos são mais amplos. 
o Em pessoas sadias, na posição de pé ou 
sentada, tanto no sexo masculino como no 
feminino, predomina a respiração torácica ou 
costal, caracterizada pela movimentação 
predominantemente da caixa torácica. 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
o Na posição deitada, também em ambos os 
sexos, a respiração é predominantemente 
diafragmática, prevalecendo a movimentação 
da metade inferior do tórax e do andar superior 
do abdome; 
 
▪ Presença de tiragem: durante a inspiração ou 
condições de normalidade, os espaços intercostais 
deprimem-se ligeiramente. 
o Se ocorrer obstrução brônquica, o parênquima 
correspondente àquele brônquio entra em 
colapso e a pressão negativa daquela área 
torna-se ainda maior, provocando assim a 
retração dos espaços intercostais, fenômeno 
conhecido como tiragem. 
 
o A tiragem pode ser difusa ou 
 
o localizada (supraclavicular, infraclavicular, 
intercostal ou epigástrica). Essas áreas 
retráteis caracterizam a impossibilidade de o 
pulmão acompanhar o movimento expansivo 
da caixa torácica, devido à atelectasia 
subjacente. 
 
PALPAÇÃO 
▪ Além de complementar a inspeção, avaliando a 
mobilidade da caixa torácica, a palpação permite 
que as lesões superficiais sejam bem examinadas 
quanto a sua forma, volume e consistência. 
 
▪ Os seguintes parâmetros devem ser avaliados: 
 
▪ Sensibilidade da parede torácica: testando a 
sensibilidade realizando estímulos dolorosos no 
paciente. 
 
o A sensibilidade superficial e profunda, a dor 
provocada e espontânea ou qualquer outra 
manifestação dolorosa relatada pelo paciente 
devem ser avaliadas pela palpação. 
 
▪ Tonicidade muscular: avaliação do 
comportamento muscular do tórax do paciente: 
hipotonia, hipertonia, atrofia, etc. 
 
▪ Elasticidade: a elasticidade é pesquisada com a 
manobra de Lasègue: nesta o examinador se 
posiciona obliquamente ou lateralmente ao corpo 
do paciente e executa compressão forte 
preferencialmente nas regiões infraclaviculares, 
podendo ser também nas regiões mamárias, 
hipocôndrios e infra-escapulares. 
 
o A mão predominante, direita, no caso dos 
destros, é a que aperta e a esquerda (não 
dominante) serve de a posição para não 
deslocar o paciente. 
 
▪ Expansibilidade: a expansibilidade é abordada 
em duas regiões do tórax e dos pulmões: 
1) A expansibilidade dos ápices pulmonares é 
pesquisada com ambas as mãos espalmadas, 
de modo que as bordas internas toquem a base 
do pescoço, os polegares apoiem-se 
paralelamente à coluna vertebral (e se toquem) 
e os demais dedos nas fossas 
supraclaviculares; 
 
2) para avaliar a expansibilidade das bases 
pulmonares, apoiam-se os polegares em 
contato rente às linhas paravertebrais, 
enquanto os outros dedos recobrem os últimos 
arcos costais, abaixo do ângulo inferior da 
escápula. 
 
o Em ambas as manobras, o médico deve ficar 
atrás do paciente que está em posição 
sentada, respirando profundamente e 
pausadamente. 
 
o O grau da expansibilidade é estimado a partir 
do deslocamento dos polegares do 
pesquisador; 
 
 
 
▪ Frêmito toracovocal (FTV): representa a 
sensação tátil da transmissão da onda mecânica da 
voz, originada nas cordas vocais durante a 
fonação, veiculada pela coluna aérea através da 
traqueia, parênquima pulmonar, pleura, parede e 
superfície do tórax. 
o Em outras palavras, corresponde às vibrações 
das cordas vocais transmitidas à parede 
torácica. 
 
o A sensação tátil será percebida coma face 
palmar inferior. 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
o Os dedos da mão e a face superior palmar 
deverão ficar suspensos no ar para não abafar 
a vibração tátil. 
 
o Habitualmente o frêmito toraco vocal é um 
pouco mais intenso do lado direito devido à 
disposição anatômica do brônquio fonte direito 
o qual é mais verticalizado e está mais perto da 
traqueia. 
 
o Pede-se, então, para o paciente falar palavras 
ricas em consoantes, como “trinta e três”. 
 
o A técnica deve ser feita alternadamente em 
cada hemitórax, seguindo a linha médio-
esternal de cima para baixo. De um modo geral, 
pode-se dizer que as afecções pleurais são 
“antipáticas” ao FTV. 
 
o Nas condensações pulmonares, desde que os 
brônquios estejam permeáveis, o FTV torna-se 
mais nítido. 
 
o Em atelectasias, o FTV está diminuído; 
 
▪ Outras estruturas: deve-se avaliar afecções 
conferidas a propósito da inspeção por meio, agora 
da palpação: mamas, pulsações visíveis, 
abaulamentos, nódulos, edema. 
 
 
 
PERCUSSÃO 
▪ Entende-se por percussão a aplicação de energia 
à parede torácica e o pulmão de forma intermitente 
e rítmica diretamente sobre os diversos segmentos 
pulmonares. 
 
▪ A técnica básica da percussão é a seguinte: com o 
dedo médio (plessímetro) da mão esquerda, deve-
se apoiar a região em que se quer percutir; com o 
dedo médio da mão direita (plexor), deve-se 
realizar batidas de intensidade média ou 
moderadamente forte sobre o dedo médio 
esquerdo repousado. 
 
▪ O movimento da mão que percute é de flexão e 
extensão do punho, nunca envolvendo a 
articulação do cotovelo e muito menos, a do ombro. 
 
▪ Deve-se percutir comparativamente e 
simetricamente as várias regiões do tórax. Um 
pequeno intervalo entre duas batidas vai permitir 
melhor avaliação do som e das vibrações. 
 
▪ Quatro tonalidades de som são obtidas: 
o Som claro pulmonar, som claro atimpânico ou 
sonoridade pulmonar nas áreas de projeção 
dos pulmões (maior parte do tórax). É um som 
intermediário entre o maciço e timpânico. 
 
o Som claro timpânico no espaço de Traube: É 
um som semelhante à percussão de uma 
bexiga cheia de ar. Acompanha-se de 
sensação de elasticidade. 
 
o Som submaciço na região inferior do esterno 
(região em que a língula pulmonar encobre o 
ventrículo esquerdo). 
 
o Som maciço na região infra-mamária direita 
(macicez hepática) e na região precordial; 
 
 
▪ Deve-se iniciar a percussão pela face posterior do 
tórax, decima para baixo, ficando o médico atrás e 
à esquerda do paciente. 
 
▪ Percute-se cada hemitórax, comparando, 
imediatamente, os resultados. 
 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
▪ Deve-se percutir a região dos ápices, os espaços 
intercostais, a região das bases, regiões axilares e 
região interescápulo vertebral; 
 
▪ sempre comparando um hemitórax com o outro, 
mantendo o paciente sentado. 
 
▪ Quando se tenta percutir a área cardíaca, deve-se 
lembrar de que apenas uma pequena parte do 
coração se projeta na parede do tórax, de tamanho 
variável, resultando em som maciço. 
 
▪ A parte emque o ventrículo esquerdo do coração é 
recoberto pela língula pulmonar, gera um som de 
submaciez. 
 
▪ As hipertrofia cardíacas, principalmente, do 
ventrículo direito, fazem com que a submaciez 
normal dessa área seja substituída por macicez. 
 
▪ A percussão do diafragma permite avaliar sua 
posição e seu grau de mobilidade. As hérnias do 
diafragma, ao permitirem a passagem de vísceras 
ocas para o hemitórax esquerdo (pelo hiato 
esofagiano, por exemplo), acompanham-se de 
timpanismo em substituição ao som atimpânico 
normal. 
 
▪ É no estudo dos derrames pleurais, líquidos ou 
gasoso que a percussão do tórax fornece os dados 
mais importantes. 
 
▪ Derrame líquido nas cavidades pleurais livres tende 
a se localizar nas regiões de maior declive. Por esta 
razão, quando o paciente estiver sentado, 
encontra-se macicez na região das bases. 
 
▪ Em casos de pneumotórax, devido a presença de 
ar no espaço pleural, observa-se som timpânico. 
 
▪ Afecções parenquimatosas, por reduzirem a 
quantidade de ar nos alvéolos, também provocam 
macicez: neoplasias periféricas, infarto pulmonar 
volumoso, pneumonias lobares, cavidades 
periféricas contendo líquidos (cistos). 
 
▪ Em oposição às afecções que reduzem o conteúdo 
aéreo do pulmão, estão as que aumentam a 
quantidade de ar(enfisema, crise de asma, cistos 
aéreos, escavação pulmonar), provocando 
hipersonoridade e até mesmo timpanismo. 
 
▪ As principais alterações da percussão são: 
o Hipersonoridade pulmonar: significa que o 
som da percussão está mais claro e mais 
intenso. Hipersonoridade indica aumento de ar 
nos alvéolos pulmonares. Causa: Enfisema 
pulmonar e asma 
o Submacicez e macicez: indicam diminuição 
ou desaparecimento da sonoridade pulmonar e 
indicam redução ou inexistência de ar no 
interior do alvéolo. Causas: derrames pleurais, 
condensação pulmonar (pneumonia, 
tuberculose, neoplasias). 
 
o Som timpânico: indica ar aprisionado no 
espaço pleural (pneumotórax) uma grande 
cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa) 
ou a presença de uma víscera abdominal no 
interior do tórax (hérnia diafragmática). 
 
AUSCULTA 
▪ Com a ajuda do estetoscópio, realiza-se a ausculta, 
o método semiológico básico no exame físico dos 
pulmões. 
 
▪ É funcional por excelência e permite a analisar o 
real funcionamento pulmonar. Para sua realização, 
exige-se o máximo de silêncio, além de posição 
cômoda do paciente e do médico. 
 
▪ De início, o examinador deve colocar-se atrás do 
paciente, que não deve estar em posição ereta, 
sem forçar movimentos da cabeça ou do tronco. O 
paciente deve estar com o tórax despido e respirar 
pausadamente e profundamente, com a boca 
entreaberta, sem fazer ruído. 
 
▪ Somente depois de uma longa prática, ouvindo-se 
as variações do murmúrio respiratório normal, é 
que se pode, com segurança, identificar os ruídos 
anormais. Auscultam-se as regiões de ambos 
hemitórax simetricamente. 
 
 
 
SONS PLEUROPULMONARES 
SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS 
▪ Som traqueal e respiração brônquica: o som 
traqueal, audível na região de projeção da traqueia, 
no pescoço e na região esternal, origina-se na 
passagem do ar através da fenda glótica e na 
própria traqueia. 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
o O inspiratório consiste em um ruído soproso, 
mais ou menos rude, após o qual há um curto 
intervalo silencioso que o separa da expiração, 
em que o som é um pouco mais forte e 
prolongado. 
 
o A respiração brônquica muitos e assemelha ao 
som traqueal, dela se diferenciando apenas por 
ter o componente expiratório menos intenso; 
 
▪ Murmúrio vesicular: produzido pela turbulência 
normal do ar circulante ao chocar-se contra as 
saliências das bifurcações brônquicas, ao passar 
por cavidades de tamanhos diferentes, tais como 
bronquíolos para alvéolos, e vice-versa. 
o O componente inspiratório é mais intenso, mais 
duradouro e de tonalidade mais alta em relação 
ao componente expiratório, que por sua vez, é 
mais fraco, de duração mais curta e de 
tonalidade mais baixa (o componente 
expiratório tende a estar aumentado na asma 
brônquica e no enfisema, traduzindo a 
dificuldade de saída do ar). 
 
o Não se percebe, diferentemente do que ocorre 
na respiração traqueal, um intervalo silencioso 
entre as duas fases da respiração. 
 
o Quando se compara o murmúrio vesicular com 
a respiração brônquica, o primeiro é mais fraco 
e mais suave. Ausculta-se o murmúrio 
vesicular em quase todo o tórax, com exceção 
apenas das regiões esternal superior, 
interescápulo-vertebral direita e ao nível da 3ª 
e 4ª vértebras torácicas. 
 
o Nestas áreas ouve-se a respiração bronco 
vesicular. A diminuição do murmúrio vesicular 
pode resultar de números as causas, entre as 
quais se ressaltam: presença de ar 
(pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido 
sólido(espessamento pleural) na cavidade 
pleural; enfisema pulmonar; obstrução das vias 
aéreas superiores(espasmo ou edema de 
glote, obstrução da traqueia); oclusão parcial 
ou total dos brônquios ou bronquíolos. 
 
o Quando normais, relata-se: murmúrios 
vesiculares presentes e audíveis em ambos 
hemitórax. 
 
o Ele pode, entretanto, estar aumentado, 
diminuído ou inexistente; 
 
▪ Respiração broncovesicular: somam-se aqui, as 
características da respiração brônquica com as do 
murmúrio vesicular. Deste modo, a intensidade da 
duração da inspiração e da expiração tem igual 
magnitude; 
 
 
SONS OU RUÍDOS ANORMAIS 
DESCONTÍNUOS 
▪ os sons anormais descontínuos são representados 
pelos estertores, que são ruídos audíveis na 
inspiração ou na expiração, superpondo-se aos 
sons respiratórios normais. 
 
▪ Ruídos estertores finos ou crepitantes: ocorrem 
no final da inspiração, têm frequência alta, isto é, 
são agudos, e duração curta. 
o Não se modificam com a tosse ou com a 
posição do paciente. Predominam mais na 
base. 
 
o Podem ser comparados ao ruído produzido 
pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao 
ouvido ou ao som percebido ao se fechar ou 
abrir um fecho tipo velcro. 
 
o Aceita-se atualmente que os estertores finos 
são produzidos pela abertura sequencial das 
vias respiratórias (dos alvéolos, 
principalmente) com presença de líquido ou 
exsudato no parênquima pulmonar ou por 
alteração no tecido de suporte das paredes 
brônquicas. 
 
o Os estertores finos são audíveis nos casos de 
pneumonia, tuberculose e insuficiência 
cardíaca. 
 
o Estas doenças são diferenciadas pela clínica: a 
pneumonia cursa com febre com cerca de 3 
dias de duração; 
 
o a tuberculose cursa com febre por mais de 2 
semanas; a insuficiência cardíaca não cursa 
com febre, tem uma história pregressa de 
hipertensão arterial (geralmente) e acomete as 
duas bases pulmonares concomitantemente. 
 
▪ Ruídos estertores grossos (bolhosos ou 
subcrepitantes): tem frequência menor (são mais 
graves) e maior duração que os finos. 
SEMIOLOGIA SISTEMA RESPIRATÓRIO MILENA BAVARESCO 
 
o Sofrem nítida alteração com a tosse e com a 
posição do doente (inclusive, podem ser 
abolidos). 
 
o Podem ser ouvidos em todas as regiões do 
tórax. Diferentemente dos estertores finos (que 
só ocorrem do meio para o final da inspiração), 
os ruídos bolhosos são audíveis durante o 
início da inspiração e durante toda a expiração. 
 
o Parecem ter origem na abertura e fechamento 
de vias aéreas contendo secreção viscosa e 
espessa, bem como pelo afrouxamento da 
estrutura de suporte das paredes brônquicas. 
 
o Os ruídos bolhosos são audíveis nas 
bronquites (quando disseminados) e nas 
bronquiectasias (quando bem localizados). 
 
SONS OU RUÍDOS ANORMAIS CONTÍNUOS 
▪ são representados pelos roncos, sibilos e estridor e 
tendem a apresentar-se ao longo de todo ciclo 
respiratório; 
 
▪ Roncos e Sibilos: os roncos são constituídos por 
sons graves, portanto, de baixa frequência.o Os sibilos são constituídos por sons agudos, 
formados por ondas de alta frequência, 
semelhante a um miado suave de gato. 
 
o Originam-se nas vibrações das paredes 
brônquicas e do conteúdo gasoso quando há 
estreitamento destes ductos, seja por espasmo 
ou edema da parede ou presença de secreção 
aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, 
nas bronquites, nas bronquiectasias e nas 
obstruções localizadas. 
 
o Aparecem na inspiração como na expiração, 
mas predominam nesta última. São fugazes, 
multáveis, surgindo e desaparecendo em curto 
período de tempo. 
 
o A sibilância pode estar presente na asma, 
bronquiectasias, DPOCs e traqueobronquite 
aguda; 
 
▪ Estridor: som produzido pela semi-obstrução da 
laringe ou da traqueia; 
 
▪ Sopros: presença de sopro brando é normal na 
ausculta de certas regiões (7ª vértebra cervical 
posteriormente, traqueia, região inter-escapular). 
o Toda via, ocorre em certas situações 
patológicas, quando, por exemplo, o pulmão 
perde sua textura normal, como nas 
pneumonias bacterianas e nos pneumotórax 
hipertensivos. 
 
SOM DE ORIGEM PLEURAL 
▪ Atrito pleural: em condições normais, os dois 
folhetos da pleura deslizam um sobre o outro sem 
produzir som algum. 
 
▪ Nos casos de pleurite, por se recobrirem de 
exsudato, passam a produzir um ruído irregular, 
descontínuo, mais intenso na inspiração, com 
frequência comparada ao ranger de couro atritado. 
 
AUSCULTA DA VOZ 
▪ para completar o exame físico dos pulmões, 
auscultam-se a voz nitidamente pronunciada e a 
voz cochichada. 
 
▪ Para isto, o paciente vai pronunciando as palavras 
“trinta e três” enquanto o examinador percorre o 
tórax com o estetoscópio, comparando regiões 
homólogas, tal como fez no exame do FTV usando 
a mão. 
 
▪ Os sons produzidos pela voz na parede torácica 
constituem o que se chama ressonância vocal, que 
em condições normais, tanto na voz falada como 
na cochichada, constitui-se de sons 
incompreensíveis, isto é, não se distinguem as 
sílabas que formam as palavras. 
 
▪ Isto ocorre porque o parênquima pulmonar normal 
não absorve muito componentes sonoros, mas 
quando está consolidado (pneumonias, infarto 
pulmonar), a transmissão é facilitada. Toda vez que 
houver condensação pulmonar (inflamatória, 
neoplásica ou pericavitária), há aumento da 
ressonância vocal oubroncofonia. 
 
▪ Ao contrário, na atelectasia, no espessamento 
pleural e nos derrames, ocorre diminuição da 
broncofonia. 
 
▪ A ressonância vocal pode estar, portanto: 
o Normal (não audível); 
o Diminuída; 
o Aumentada: pode constituir três variantes: (1) 
broncofonia, em que ausculta-se a voz sem 
nitidez; (2) pectorilóquia fônica, em que 
ausculta-se a voz nitidamente; (3) pectorilóquia 
afônica, em que ausculta-se a voz mesmo se 
cochichada.

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